Você está na página 1de 6

Programa Pastoral 2018-2019

A vocação batismal, caminho de santidade


“Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade.
Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso,
opta por Ele, escolhe Deus sem cessar.”
Francisco
INTRODUÇÃO
1. Ser cristão é seguir Jesus. O seguimento de Jesus é a resposta a uma vocação. O chamamento,
a vocação é de iniciativa divina. O seguimento é a nossa resposta a essa iniciativa divina. Por
isso o seguimento é sobretudo um exercício de obediência evangélica. É um estar atento à voz de
Deus: escutá-la e levá-la à prática
2. Seguir Jesus é viver conduzido e animado pelo Espírito de Jesus. É refazer fiel e criativamente
o caminho de Jesus, atualizando-o na nossa própria história. É viver e atuar movidos pelos
mesmos valores que inspiraram e conduziram a vida de Jesus. É viver animado pela mesma
confiança e esperança que sustiveram Jesus ao longo da sua vida, paixão e morte. É realizar e
atualizar no mundo de hoje as práticas do Reino de Deus realizadas por Jesus.
3. No relato do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35), São Lucas diz-nos
que Jesus se faz companheiro de viagem daqueles discípulos que fogem de Jerusalém. Os dois
discípulos abandonam Jerusalém, pois a suas expectativas não foram cumpridas. Fogem
desanimados e incapazes de reconhecerem Jesus. Em são Lucas o tema do caminho é dominante
como imagem do discipulado. E Jesus aproxima-se daqueles discípulos, mas não é reconhecido
por eles: tem os olhos impedidos de o ver. Os olhos dos discípulos de Emaús só se abrem
totalmente quando arriscam acolher com amizade um desconhecido, o mesmo que tudo lhes
tinha explicado pelo caminho. A mudança acontece quando sabem acolher. Ao oferecer
hospitalidade a um desconhecido, a tristeza, o desânimo e a tibieza de coração por parte dos
discípulos transformam-se em alegria, profunda compreensão, compromisso e entrega ao
caminho de Jesus. E o que decisivamente contribui para a fé é a interpretação que Jesus faz da
sua vida como cumprimento da de todas as promessas de Deus desde um extremo ao outro da
Escritura. Os discípulos passam da tristeza à alegria, da perplexidade ao entendimento, da falta
de fé à fé, abrindo finalmente os seus olhos para ver em Jesus ressuscitado o que Deus tinha
preparado para toda a criação.
4. Aprender “a caminhar com” é próprio dos verdadeiros discípulos de Jesus. Essa é a sua
vocação original. É Jesus quem se faz companheiro de viagem. Por isso ser discípulo é saber
acompanhar e ser acompanhado. É um verdadeiro desafio pastoral e espiritual: compreender o
que é acompanhar e saber como acompanhar ao estilo de Jesus com os discípulos de Emaús:
aproximar-se, caminhar com, escutar, compreender, acolher; ajudar a olhar com mais
profundidade, ajudar a compreender a Escritura; atitude de paciência, respeito, confiança; tocar o
coração, provocar o encontro… É acompanhar no caminho, pois Jesus encontra-se quando se
caminha, quando se vive.
5. Na Igreja, o caminho faz-se caminhando juntos. A esta ideia de caminhar juntos chama-se
sinodalidade. Trata-se de caminhar solidariamente (paroquias, diocese, movimentos e serviços;
leigos, consagrados, clero), caminhar respeitando os processos, ajudando as pessoas a ir sempre
além, tratando de responder às suas angústias e anseios mais profundos, como fez Jesus com os
discípulos de Emaús. É um caminho de escuta mútua, procurando perceber o que o Espírito diz à
Igreja (cfr Ap 2,7). Com esta opção é possível ler os sinais dos tempos, adaptando o apostolado
às múltiplas necessidades do nosso tempo e às novas condições da sociedade; para saber
“discernir à luz do Espírito, os caminhos de santidade que o Senhor nos propõe. Caso contrário,
todas as nossas decisões não passarão de «decorações», que, em vez de exaltar o Evangelho na
nossa vida, acabarão por o recobrir e sufocar.” Gaudete et Exsultate 150

6. Este discernimento “leva a reconhecer e a sintonizar-se com a ação do Espírito, em uma


autêntica obediência espiritual. Por esta via, torna-se abertura para a novidade, coragem para
sair, resistência à tentação de reduzir o novo ao já conhecido. O discernimento é uma atitude
autenticamente espiritual. Enquanto obediência ao Espírito, o discernimento é, sobretudo, escuta,
que pode tornar-se também um estímulo encorajador para a nossa ação, bem como capacidade de
fidelidade criativa à única missão desde sempre confiada à Igreja. O discernimento faz-se, desta
forma, um instrumento pastoral capaz de identificar estradas viáveis a serem propostas aos
jovens de hoje, além de oferecer para a missão orientações e sugestões que não sejam
predefinidas, mas fruto de um percurso que permita seguir o Espírito.” (Instrumentum Laboris Os
jovens, a fé e o discernimento vocacional, nº 2 ) Na exortação pastoral Evangelii Gaudium nº 51, o Papa
Francisco descreve este processo de discernimento em três tempos: reconhecer, interpretar,
escolher.

7. Reconhecer. Neste primeiro momento a atenção focaliza-se a colher os traços característicos


da realidade. Há que prestar atenção à realidade na pluralidade e diversidade de condições e
contextos. Interpretar. Trata-se olhar o que foi reconhecido a partir de um olhar de fé, a partir
de um quadro de referência adequado do ponto de vista teológico, eclesiológico, pedagógico e
pastoral, que possa representar uma âncora capaz de subtrair a avaliação da volubilidade do
impulso, reconhecendo «que na Igreja convivem legitimamente diferentes maneiras de
interpretar muitos aspetos da doutrina e da vida cristã. Escolher. Nesta terceira fase de
discernimento, é necessário examinar os instrumentos e as práticas pastorais, além de cultivar a
liberdade interior necessária para escolher aqueles que melhor nos permitam alcançar o objetivo
e abandonar aqueles que se revelam menos capazes de fazê-lo. Trata-se, portanto, de uma
avaliação operativa e uma verificação crítica, não de um julgamento sobre o valor ou significado
que esses mesmos meios puderam ou podem ter em épocas ou circunstâncias diferentes. Esta
passagem poderá identificar onde é necessária uma intervenção de reforma, uma mudança das
práticas eclesiais e pastorais para retirá-las do risco de cristalizar-se. (cfr Instrumentum Laboris nº 3)

8. Com esta proposta de trabalho pretende-se implementar uma ação pastoral corresponsável e
dialogante. Sabendo que o todo é superior à parte e que unidade prevalece sobre o conflito ( Cfr
EG 226 e 234), a dinâmica sinodal é a que melhor favorece uma pastoral em processo (em vez de
uma pastoral de manutenção), pois o tempo é superior ao espaço e a realidade é mais importante
que a ideia (Cfr EG 222 e 231). Agir pastoralmente à maneira de Jesus, pôr-se a caminho,
acompanhando as pessoas, ouvindo-as, ajudando-as a crescer em estatura, em sabedoria e em
graça.

1. OBJETIVO GERAL DO TRIÉNIO


Responder ao convite “vem e segue-me” e fazer ressoar com alegria o chamamento à
santidade em toda a Igreja Diocesana, pois a vocação cristã, nascida no batismo, é o
seguimento e o testemunho de Jesus nas ocupações de cada dia, onde cada um se
encontra.

2. LEMA
A vocação batismal, caminho de santidade

3. Apoio Bíblico
Com ousadia e ardor … pela estrada de Emaús

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS/OPERATIVOS
1.1 Situar a vocação cristã no âmbito da vocação humana à vida e ao desenvolvimento
integral.
1.2 Impulsionar e promover a iniciação cristã como a maneira normal de fazer discípulos
missionários de Jesus, que com Ele se identificam e o seguem, dando frutos de
santidade.
1.3 Fomentar entre os agentes de pastoral uma espiritualidade de comunhão missionária a
partir do encontro pessoal e comunitário com Jesus

5. OPERACIONALIZAÇÃO

5.1 AO LONGO DE TODO O ANO

Desafio 1 – «Não nos ardia o coração, quando Ele nos falava pelo caminho…?»
Promover entre os diferentes agentes, processos de conversão pastoral, capazes de animarem os
fiéis cristãos a seguirem Jesus com ousadia e ardor no meio da instabilidade deste mundo.

Linhas de Ação a nível Diocesano


1. Animar e acompanhar as comunidades paroquiais envolvidas em processos de
conversão pastoral através da renovação e formação das pessoas que integram os
conselhos paroquiais (económicos e pastorais).
2. Promover um novo estilo para as reuniões do clero de modo a que sejam ocasião e
instrumento para promover uma Igreja mais alegre e mais sinodal.
3. Realização do recenseamento à prática dominical.
4. Criar e acompanhar a implementação, nos arciprestados, de um catecumenado
familiar de preparação para a celebração do batismo.
5. Divulgar, através das redes sociais, vídeo-testemunhos da alegria pelo batismo
recebido.
6. Valorizar a comunicação pessoal como meio privilegiado de divulgar iniciativas e
mensagens.
7. Divulgar e estudar a carta pastoral do senhor bispo para o presente ano pastoral.
Linhas de Ação a nível Arciprestal
1. Fazer um levantamento dos meios e dos modos como se realizam os processos de
iniciação cristã em vigor no arciprestado, sobretudo das situações especiais (crianças,
adolescentes, jovens e adultos).
2. Implementar e animar um catecumenado familiar de preparação para a celebração do
batismo.
Linhas de Ação a nível Paroquial
1. Animar e valorizar a celebração do aniversário do batismo em família e na
comunidade.
2. Renovar e formar os membros dos conselhos paroquiais (económico e pastoral) para
que realizem com qualidade a missão que lhes foi confiada.
3. Animar e dinamizar o envolvimento dos leigos na condução corresponsável da
pastoral paroquial.
4. Dar continuidade aos dinamismos criados no anterior e, se possível, reforçar os
mesmos (exemplo: grupos da pastoral da caridade)

5.2 ATÉ AO NATAL

Desafio 2 – «Aproximou-se e pôs-se com eles a caminho»


Tomar consciência dos processos de iniciação à vida cristã e dos obstáculos a vencer para que os
fiéis cristãos, como verdadeiros discípulos missionários, cresçam em estatura, sabedoria e graça
e renovem as comunidades a que pertencem.

Enquadramento Bíblico
Dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que
ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; 14e conversavam entre si
sobre tudo o que acontecera. 15Enquanto conversavam e discutiam,
aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; 16os
seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. 19Perguntou-
lhes Ele: «Que foi?»

Linhas de Ação a nível Diocesano


1. Realizar a Peregrinação a Fátima como expressão visível da Igreja Diocesana, povo de
Deus que peregrina com Maria mulher, mãe e discípula.
2. Realizar a Assembleia com os Missionários Paroquiais, dando a conhecer o objetivo
da sua missão e dos meios para a realizar.
3. Animar e acompanhar a realização do inquérito paroquial sobre o significado e o
impacto da celebração do batismo, crisma e primeira comunhão na vida das pessoas e
das famílias.
4. Assumir e valorizar a temática da presente proposta pastoral em retiros, recoleções e
na caminhada de Advento.
5. Dinamizar com criatividade a Semana dos Seminários.
Linhas de Ação a nível Arciprestal
1. Divulgar e refletir o presente programa com a equipa arciprestal de pastoral.
2. Jornada Arciprestal de reflexão sobre os processos, obstáculos e meios existentes para
a preparação da celebração do batismo, do crisma e da primeira comunhão e do papel
que podem ter os movimentos eclesiais nestes processos.
Linhas de Ação a nível Paroquial
1. Indicar duas pessoas que serem os Missionários Paroquiais: coordenadores e
animadores das missões paroquiais ad extra, em sintonia com o Ano Missionário.
2. Realizar um inquérito sobre o significado e o impacto da celebração do batismo,
crisma e primeira comunhão na vida das pessoas e das famílias.
3. Criar um grupo paroquial para visitar as famílias por ocasião do nacimento de um
filho, levando uma palavra de amizade e de ajuda material se necessário.
4. Celebrar a Bênção das Grávidas.
5. Dinamizar com criatividade a Semana dos Seminários.

5.3 DO NATAL ATÉ À PÁSCOA

Desafio 3 – «Explicou-lhes tudo o que lhe dizia respeito»


Propiciar aos fiéis cristãos caminhos, projetos e meios para a sua formação integral e
permanente, e que os anime a viverem a graça do seu batismo em diálogo com o mundo que lhes
coube viver.

Enquadramento Bíblico
25
Jesus disse-lhes, então: «Ó homens sem inteligência e lentos de espírito para
crer em tudo quanto os profetas anunciaram! 26Não tinha o Messias de sofrer
essas coisas para entrar na sua glória?» 27E, começando por Moisés e seguindo
por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia
respeito.

Linhas de Ação a nível Diocesano


1. Animar e acompanhar a criação dos grupos paroquiais de reflexão em ordem à
Assembleia Diocesana.
2. Recolher e trabalhar os dados da consulta aos grupos paroquiais de reflexão, em
ordem à sua discussão na Assembleia Diocesana.
3. Assumir e valorizar a temática da presente proposta pastoral em retiros, recoleções e
na caminhada de Quaresma.
4. Organizar o Lausperene com as paróquias da diocese.
5. Realizar a formação permanente do Clero sobre a temática da iniciação cristã.

Linhas de Ação a nível Arciprestal


1. Leitura crente da realidade sobre o “cuidar da casa comum” (Laudato Si) como
expressão do compromisso vocacional para com o Planeta.
2. Dinamizar a celebração das”24 horas para o Senhor” como ocasião favorável para
tomar consciência que Deus, rico em misericórdia, chama ao perdão e à conversão.
Linhas de Ação a nível Paroquial
1. Convidar as famílias dos batizados no ano anterior para a celebração da Festa do
Batismo do Senhor e aí dar graças pelo dom recebido.
2. Criar os grupos de reflexão paroquial para estudo das propostas de trabalho para a
Assembleia Diocesana.
3. Colaborar no processo de divulgação e explicitação do papel da disciplina de EMRC
no processo de formação integral.

5.4 DA PÁSCOA ATÉ À ASSEMBLEIA DIOCESANA

Desafio 4 – «Fica connosco…»


Testemunhar a alegria de que ser cristão é aprender a caminhar com Jesus pela estrada da vida,
sentindo o apelo Deus à santidade pois Ele é santo, contribuindo assim para humanização das
relações entre pessoas, comunidades, associações.
Enquadramento Bíblico
28
Ao chegarem perto da aldeia para onde iam, fez menção de seguir para
diante. 29Os outros, porém, insistiam com Ele, dizendo: «Fica connosco, pois a
noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Entrou para ficar com eles. 30E,
quando se pôs à mesa, tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de o partir,
entregou-lho. 31Então, os seus olhos abriram-se e reconheceram-no; mas Ele
desapareceu da sua presença. 

Linhas de Ação a nível Diocesano


1. Realizar a Assembleia Diocesana como momento síntese do programa pastoral deste
ano e como expressão de uma Igreja que se quer sinodal.
2. Animar e incentivar a celebração da Semana da Vida

Linhas de Ação a nível Arciprestal


1. Celebrar a Solenidade do Corpo de Deus como expressão visível de uma Igreja Povo
de Deus que se quer em comunhão.
2. Promover um encontro de reflexão sobre o papel das associações e do voluntariado na
construção e na humanização das relações sociais.

Linhas de Ação a nível Paroquial


1. Preparar e celebrar criativamente a festa da Primeira Comunhão, sublinhando a sua
intrínseca relação com os demais sacramentos da iniciação cristã.
2. Cuidar a celebrar do batismo de crianças em idade de catequese segundo o R.I.C.A.
3. Dinamizar com criatividade a Semana de oração pelas vocações consagradas e a
Semana da Vida

6. CALENDÁRIO
Setembro 29 Peregrinação Diocesana a Fátima
Outubro 16-17 Assembleia Diocesana com os Missionários paroquiais
Novembro 11-18 Semana dos Seminários
17 Jornada arciprestal de reflexão sobre a Iniciação cristã
18 Dia Mundial do Pobre
Dezembro 15-16 Retiro Espiritual orientado pelo Bispo Diocesano sobre a
primeira parte da Carta Pastoral
23 Bênção das mulheres grávidas
Janeiro 13 Festa do Batismo do Senhor
Fevereiro 23 Jornada arciprestal: Leitura crente da realidade sobre o
“Cuidar da casa comum”.
Março 29 – 30 24 Horas para o Senhor
Maio 5-12 Semana Oração pelas vocações consagradas
12.19 Semana da Vida
Junho 20 Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
22 Assembleia Diocesana: Jornada de reflexão sobre o Ano
Pastoral

Você também pode gostar