AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
NEUROPSICOPEDAGÓGICA NAS
DIVERSAS DIFICULDADES E
TRANSTORNOS
CONTEXTUALIZANDO
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avaliação, administrar adequadamente os instrumentos, reunir os dados, a
pontuação, os resultados e a interpretação criteriosamente e finalizar sua
avaliação com um relatório, comunicando os achados e sua hipótese diagnóstica,
as sugestões de intervenção e encaminhamentos necessários ao solicitante da
avaliação, visando responder à questão do encaminhamento.
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A neurociência aplicada à educação possibilita aos profissionais de saúde
e educação um entendimento mais amplo sobre a plasticidade cerebral, o
funcionamento neurológico, o desenvolvimento e a maturação cerebral,
conhecimentos que darão suporte à compreensão do processo de
aprendizagem (Russo, 2015). A neurociência, quando dialoga com a
educação, promove caminhos para o profissional da educação tornar-se um
mediador do processo de ensinar, por meio de recursos pedagógicos de
qualidade que estimulam o aprendiz a pensar sobre o pensar (Relvas, 2012).
“A Psicologia Cognitiva trata do modo como as pessoas percebem,
aprendem, recordam e pensam sobre uma informação” (Sternberg, 2000, p.
22). Sendo assim, relaciona-se ao estudo do conhecimento, abarcando temas
relevantes à educação, tais como raciocínio, formação de conceitos, memória,
inteligência (Machado; Santos, 2015).
Pedagogia é o campo do conhecimento que se ocupa do estudo
sistemático da educação.
Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua
contextualização, tais como o aluno enquanto sujeito do processo de
socialização e aprendizagem, os agentes de formação (inclusive a
escola e o professor), as situações concretas em que se dão os
processos formativos (inclusive o ensino), o saber como objeto de
transmissão/assimilação, o contexto socioinstitucional das instituições
(inclusive as escolas e salas de aula). Resumidamente, o objetivo do
pedagógico se configura na relação entre os elementos da prática
educativa: o sujeito que se educa, o educador, o saber e os contextos
em que ocorrem (Libâneo, 2001).
TEMA 2 – APRENDIZAGEM
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Segundo Kandel (2014, p. 1.256), “o aprendizado refere-se a uma mudança
no comportamento que resulta da aquisição de conhecimento acerca de mundo,
e a memória é o processo pela qual esse conhecimento é codificado, armazenado
e posteriormente evocado”. Com isso, pode-se dizer que a aprendizagem é um
conhecimento novo que gera mudanças no SNC, enquanto a memória seria o
resgate de um conhecimento anteriormente registrado.
Relvas (2012, p. 136) ressalta que a aprendizagem é um processo que se
dá através das sinapses, das conexões neurais e da relação com o meio externo,
pois a plasticidade cerebral permite que haja transformações neuroquímicas
depois que são recebidas novas informações.
A neuroplasticidade, segundo Guerra (2008, p. 28),
como ser histórico, cultural social, bem como um ser biológico, com
condições genéticas específicas é fundamental para esta nova ciência
(Neuropsicopedagogia). Ao lidar com os contextos educacionais, nos
quais ocorre a aprendizagem de forma intencional, é imprescindível
termos claro como funciona nossa cognição e o córtex cerebral.
Conceitos como atenção, memória, inteligência e percepção,
compreender processo mentais que envolvem as funções executivas,
linguagem, habilidades sociais, praxias, visuoconstrução formam um
conjunto de conteúdos básicos para o hall do Neuropsicopedagogo.
(Cardoso; Fülle, 2016)
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3.1 Dificuldades de aprendizagem
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surgem indivíduos com problemas de aprendizado associados a morbidades e
comorbidades advindas de doenças e transtornos. A linguagem epidemiológica
que articula estudos de profissionais de diversas áreas de atuação permite a
integração entre saúde e educação, otimizando os trabalhos de avaliação e
intervenção, tanto em neuropsicopedagogia clínica como institucional, em prol da
reabilitação do indivíduo (Pedroso, 2016).
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Quando mais de um domínio estiver prejudicado, deve-se especificar-se:
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capacidade linguística abaixo do esperado para a idade, sintomas precoces
durante o desenvolvimento (APA, 2014, p. 42).
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apresenta comportamentos motores repetitivos, aparentemente
direcionados e sem proposito, como agitar a mão, balançar o corpo,
bater a cabeça, morder-se ou machucar-se. Os movimentos interferem
em atividades sociais, acadêmicas ou outras. Os transtornos de tiques
caracterizam-se pela presença de tiques motores ou vocais, que são
movimentos ou vocalizações repentinas, rápidos, recorrentes, não
ritmados e estereotipados. A duração etiologia e a apresentação clínica
definem o transtorno específico a ser diagnosticado: Transtorno de
Tourrete, transtorno de tique motor ou vocal persistente, transtorno de
tique transitório, outro transtorno de tique especificado e transtorno de
tique não especificado. (APA, 2014, p. 32)
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encaminhamento é (são) colocada(s) para o avaliador, sobre o avaliando, como,
por exemplo, uma criança com dificuldades de acompanhar um ensino regular
(Cohen; Swerdlik; Sturman, 2014).
A avaliação neuropsicopedagógica auxiliará no diagnóstico da queixa
relacionada às dificuldades de aprendizagem se utilizando de entrevistas com o
paciente e seus responsáveis, aplicação de testes e escalas normatizadas. Tendo
em vista que a neuropsicopedagogia tem uma proposta de atuação
multiprofissional, indica-se o diálogo com a equipe técnico-escolar e profissionais
de saúde que estejam acompanhando o avaliando.
Conhecer a dinâmica familiar, as rotinas de estudo e as tarefas do indivíduo
avaliado, assim como os acompanhamentos realizados por outros profissionais,
contribuem para o melhor entendimento do caso em estudo.
Como já referido anteriormente na Conversa Inicial desta aula, é de
fundamental importância se definir claramente o objetivo de uma avaliação
neuropsicopedagógica. O neuropsicopedagogo precisará utilizar seus
conhecimentos teóricos especializados, selecionar de forma oportuna os
instrumentos a serem usados durante a avaliação, administrar adequadamente
dados, pontuação, resultados e interpretação e finalizar sua avaliação com um
relatório comunicando a sua conclusão/hipótese diagnóstica, as sugestões de
intervenção e os encaminhamentos necessários, ao solicitante da avaliação.
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resultados são descritos a partir de média e desvio-padrão, que
permitem a utilização de cálculos para comparação, e, embora permitam
uma avaliação quantitativa, os testes formais podem ser interpretados
qualitativamente.
5.1.2 Anamnese
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do paciente durante o seu desenvolvimento. A anamnese deve conter o histórico
familiar, gestacional, do nascimento, do desenvolvimento neuropsicomotor, o
quadro de saúde atual, o desempenho escolar, o comportamento em casa, no
ambiente escolar e em convívio social, do indivíduo.
5.1.3 Instrumentos
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5.1.5 Resultados
5.1.6 Intervenção
FINALIZANDO
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da avaliação, a fim de selecionar de forma adequada os instrumentos que utilizará
para realizá-la e assim administrá-los com correção; reunir dados, pontuação,
resultados e interpretação criteriosamente e finalizar sua avaliação com um
relatório comunicando os seus achados, sua hipótese diagnóstica, suas
sugestões de intervenção e encaminhamentos que julgue necessários, ao
solicitante da avaliação, visando responder à questão do encaminhamento. Para
a construção de um processo de avaliação e intervenção adequado, o
neuropsicopedagogo deve se familiarizar com as dificuldades de aprendizagem
mais recorrentes no âmbito escolar/acadêmico, conhecer e dominar o uso de
instrumentos de avaliação, realizar a análise dos seus resultados e uma
intervenção fundamentada nas bases teóricas da neuropsicopedagogia. O
neuropsicopedagogo, acima de tudo, deve ter a responsabilidade ética sobre seus
saberes e suas práticas.
LEITURA OBRIGATÓRIA
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LIMA, R. F. et al. Dificuldades de aprendizagem: queixas escolares e diagnósticos
em um serviço de neurologia infantil. Revista Neurociências, v. 14, n. 4, p. 185-
190, out./dez. 2006.
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
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KANDEL, E. R. et al. Princípios da neurociência. 5. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOPEDAGOGIA – SBNPp.
Resolução SBNPp n. 3 de 30 de julho de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética
Técnico-Profissional da Neuropsicopedagogia. Joinvile: SBNPp, 2014. Disponível
em: <http://www.sbnpp.com.br/wp-content/uploads/2014/09/Código-de-Ética-e-
Técnico-Profissional-da-Neuropsicopedagogia-SBNPp.pdf>. Acesso em: 19 jun.
2018.
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