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13/03/2008 00:37
Controlar corretamente as finanças de uma pequena ou média empresa pode ser uma das
tarefas mais complexas para os empreendedores. Mas não há como fugir dela -- poucas
coisas são tão fundamentais para a saúde de uma empresa e seu futuro como uma gestão
equilibrada do dinheiro. A boa notícia é que, nos últimos tempos, bancos, seguradoras e
operadoras de crédito, entre outras instituições financeiras, cada vez mais oferecem produtos
especialmente voltados para as pequenas e médias empresas. As ferramentas evoluem
rapidamente e novas opções também acabam representando mais complexidade na hora de
decidir o que é melhor para um negócio em fase de crescimento acelerado. A seguir, veja as
respostas para as principais questões que podem surgir ao escolher um desses produtos e
como usá-los de forma realmente eficiente.
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saída do produto acabado. Em caso de crescimento, não será necessário trocar o software a
toda hora, desde que ele tenha sido pensado e estruturado para sobreviver por algum tempo.
4 - Em caso de necessidade, vale mais a pena recorrer a linhas de capital de giro dos
bancos ou se financiar com os próprios fornecedores, parcelando o pagamento de
insumos?
A resposta vai depender da característica de cada negócio e da necessidade de capital de
giro. Mas, normalmente, as pequenas e médias empresas encontram mais facilidade nas
negociações com os fornecedores. "Por causa do relacionamento que qualquer empresa
mantém com os fornecedores, que afinal sempre têm interesse em vender, esse tipo de
negociação é mais recomendável", diz Edwin Douek, diretor comercial do Banco Rendimento.
Recorrer a bancos para obter capital de giro passa a ser indicado nos casos em que o
desconto no pagamento à vista é maior que o custo do empréstimo. "Geralmente,
empréstimos para capital de giro têm custo maior, já que são voltados para situações
emergenciais", diz José Paulo Rocha, sócio da área de corporate finance da Deloitte.
5 - É melhor dar mais descontos para que os clientes paguem à vista ou parcelar os
recebimentos a prazo?
Depende de qual é o custo de tomar dinheiro emprestado. É preciso levar em conta o que é
mais caro para a empresa: dar descontos aos clientes ou ter de antecipar recebíveis nas
instituições financeiras. De uma forma ou de outra, tudo vai depender da capacidade de
negociação com os bancos ou com os clientes. Ainda assim, receber dinheiro à vista no ato
da venda é uma vantagem que deve ser considerada pela empresa.
6 - Onde aplicar sobras de caixa por dois ou três dias? Quais os melhores instrumentos
financeiros para isso?
É muito difícil encontrar hoje em dia aplicações que possam valer a pena em prazo tão curto.
"Não há produtos dentro dos pequenos e médios bancos que possibilitem aplicar no curto
prazo", afirma Douek, do Banco Rendimento. Normalmente, uma aplicação financeira só
começa a valer a pena em prazos superiores a 30 dias. Uma possibilidade para aproveitar a
sobra de caixa por poucos dias é negociar com os fornecedores descontos para antecipar
pagamentos. Também pode-se considerar a possibilidade de partir para aplicações de, no
mínimo, um mês, como CDBs, fundos multimercados ou fundos de renda fixa. "Dessa forma,
se for preciso, a empresa pode usar uma Conta Garantida, conta-empréstimo com limite de
crédito e voltada para suprir eventuais necessidades de capital de giro por um prazo curto,
garantindo a rentabilidade com uma aplicação de médio prazo", diz Douek.
7 - Qual a melhor forma de programar o orçamento anual? Deve-se fazer uma previsão
para a empresa inteira e depois dividir por área ou o contrárioé mais adequado?
Elaborar um orçamento pressupõe fazer previsões. E, no caso de empresas com diferentes
áreas e produtos, o mais recomendável é começar as projeções pelas partes, para depois
somá-las e chegar ao to do. "O resultado geral tem de ser compatível com os cenários
definidos inicialmente pela direção da empresa", diz Eid Junior, do Centro de Estudos em
Finanças da FGV/Eaesp. Para prever o faturamento da empresa e projetar o volume de
produção e das possíveis despesas, é importante que o empresário analise as perspectivas
de crescimento da economia e de seu setor de atuação. "É recomendável analisar se o
crescimento previsto no faturamento é compatível com as previsões que existem para a
economia do país", diz Denis Blum, analista da consultoria Tendências.
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ao final do acordo caso o contrato impeça a renovação ou a recompra do bem. Para obter os
benefícios esperados pelo sale and leaseback, Assumpção sugere outros mecanismos, como
capital de giro de longo prazo.
15 - Caso a empresa esteja capitalizada, deve optar pelo uso de recursos próprios para
investir na expansão do negócio ou financiar o investimento?
Os especialistas recomendam fazer uma mistura de recursos próprios e financiados. "O que
adianta gastar todo o lucro na expansão e depois faltar dinheiro para manter o crescimento?",
diz o economista José Rubens Alvarez, especializado em gestão empresarial. De acordo com
os consultores, as linhas de crédito mais vantajosas do mercado estão concentradas em
investimentos de longo prazo, como os de expansão. Nesse caso, os juros são mais baixos
porque a empresa precisa fornecer mais garantias para honrar o pagamento -- como as
próprias máquinas e terrenos que ela eventualmente estiver comprando. "É diferente do
financiamento de capital de giro, que funciona como um empréstimo de curto prazo
geralmente usado para pagar contas mais urgentes", afirma Alvarez.
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médio porte?
Varia muito, em razão do que o fluxo de caixa de cada empresa permite e do potencial de
crescimento do negócio. "Cerca de 30% do faturamento líquido é um nível de endividamento
aceitável para o Brasil, ideal por não sobrecarregar o fluxo de caixa e ainda sobrar algo para
investimentos futuros", afirma Torres. Além disso, diz ele, trata-se de um nível em que os
credores ficam mais à vontade para seguir emprestando mais dinheiro. "De modo geral, as
empresas brasileiras não são muito endividadas porque ainda é muito caro obter
financiamento no país. É possível que, com a queda dos juros, os níveis de endividamento
tolerável aumentem daqui para a frente", diz Torres.
19 - Consórcios podem ser uma boa opção para as pequenas e médias empresas
adquirirem bens?
Em consórcio não há cobrança de juros. Além disso, pode haver algumas vantagens
contábeis. Luiz Fernando Savian, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de
Consórcios (Abac), diz que, se uma empresa adquire uma cota de consórcio, todas as
prestações quitadas antes do recebimento do bem são lançadas na contabilidade da empresa
como pagamento antecipado ao fornecedor. Quando o bem for recebido, o valor expresso na
nota fiscal será lançado como ativo, deduzindo as prestações já pagas. Posteriormente, se
houver reajuste no preço do bem, a diferença poderá ser lançada como despesa financeira,
dedutível do imposto de renda. No entanto, nos consórcios é cobrada uma taxa de
administração, que varia de produto para produto. No caso de um veículo, a taxa média de
administração é de 0,15% ao mês. No de imóveis, 0,20% ao mês.
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22 - Por que é importante saber discernir com clareza os custos fixos dos custos
variáveis?
Porque separar os custos fixos dos variáveis é o começo de todo fluxo de caixa bem
administrado. Os custos fixos são aquelas despesas que, vendendo bem ou mal, não vão
sofrer alteração como aluguel, salários, encargos, água, luz, telefone, contador e advogado,
entre outros. Já os custos variáveis dependem do volume de produção e vendas: matéria-
prima, impostos e comissões sobre vendas, por exemplo. "Todos os produtos ou serviços
comercializados precisam ser computados na cobertura dos custos fixos da empresa, ao
mesmo tempo que cada um deles será mais caro ou mais barato de acordo com seus custos
variáveis", diz Nelson Beltrame, professor de finanças da USP e consultor da Data Custos. "É
comum, por exemplo, que uma empresa trabalhe com diferentes linhas de produtos nas quais
as alíquotas de imposto variam." A separação dos dois tipos de custo é importante para
chegar ao preço de venda. "Dessa forma, também é possível descobrir quanto cada um
colabora para o lucro ou o prejuízo da empresa e quando o negócio atinge o ponto de
equilíbrio", diz Beltrame.
23 - É preciso fazer essa conta para cada produto ou serviço ou por famílias de
produtos? Como organizar tudo isso?
Depende do tipo de negócio, mas quanto mais separadas as linhas de produtos, melhor. "Em
empresas que têm em seu catálogo 10 000, 20 000 ou 30 000 itens pode-se chegar à
conclusão de que não compensa levantar o custo individual de cada produto", diz Beltrame.
"Nesse caso, deve-se seguir o bom senso: agrupar os produtos em famílias que tenham o
máximo possível de comportamento semelhante em termos de impostos e outras despesas
importantes."
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30 - Qual o limite de dias de atraso suportável para uma empresa de porte médio ou
pequeno antes de encaminhar um cliente a um escritório de cobrança?
Os especialistas recomendam, antes de qualquer outra medida, fazer uma cobrança
instantânea por telefone no período que vai entre três e dez dias de atraso. Nessa etapa, em
torno de 30% dos clientes acabam pagando a dívida. Mesmo assim, a empresa precisa
calcular se o custo da cobrança (incluindo o número de horas do funcionário deslocado e o
telefone) é menor que a comissão paga aos escritórios de cobrança. "Dependendo de quem
está atrasando, se o cliente tem bom histórico e as compras são elevadas, compensa um
esforço interno de recebimento", diz Fassi, da Unicamp.
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uma taxa de manutenção a ser abatida do pró-labore com base na quilometragem rodada. A
contrapartida também vale se o carro utilizado para o trabalho é de propriedade da família:
seu uso deve ser recompensado por meio de um aluguel por parte da empresa", afirma
Cerbasi. As taxas podem ser calculadas em torno de 20% abaixo do que seria pago a uma
locadora de veículos pelo aluguel de um carro do mesmo modelo.
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despesas empresariais, já que os extratos mensais permitem visualizar todos os gastos (onde
e quando foram realizados e quanto foi gasto, por exemplo). Embora muitas empresas só
forneçam o cartão de crédito à diretoria, é possível que todos os funcionários tenham um.
Eduardo Chedid, vice-presidente de produto da Visa do Brasil, explica que, com o uso do filtro
de autorização por limite e tipo de estabelecimento, é possível ampliar o uso do cartão de
crédito pelas empresas de forma controlada. "Dá para oferecer o cartão à diretoria, com limite
de 10 000 reais, por exemplo, e nenhuma restrição de compra, e definir para a secretária um
limite de gastos mensais bem menor, com compras feitas apenas em lojas de material de
escritório e supermercado", diz Chedid.
43 - Que tipo de empresa deve optar por contratar um instrumento bancário específico
para gestão de folha de pagamentos?
A princípio, todas devem, incluindo as microempresas. O contrário só vale para casos muito
específicos, como um pequeno restaurante que só abre no fim de semana e paga os
funcionários no final do dia, com dinheiro em espécie. Para evitar problemas com assaltos,
trabalho de ir ao banco retirar o dinheiro e ineficiência, o melhor a fazer é buscar um banco
que muitas vezes não cobra uma taxa adicional por esse serviço.
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