Texto I
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro de uma
mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que comprimia o nervo
óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida,
dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples,
mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao
final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo
corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria
que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro
mais do que seria recomendável – e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia
cerebral. O marido e a flha da mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que
restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh narra em
seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta semana no
Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-
requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que
outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções, memórias, sonhos e reflexões”, todos
da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-
medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
O texto acima apresenta um caráter mais objetivo e sugere ter como finalidade central:
a) desvalorizar o trabalho dos médicos diante dos pacientes.
b) explicar que existem cirurgias mais simples do que outras.
c) apresentar aos leitores o livro escrito pelo neurocirurgião.
d) descrever a rotina diária de um médico em seu trabalho.
e) mostrar como os pacientes podem ser ingratos.
2
02 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR – Odontólogo )
Em adequação à ideia apresentada no título, nota-se que o primeiro parágrafo do texto
apresenta duas histórias que são contrastadas, sobretudo, em função:
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno
que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse.”(1º§)
A complexidade da estrutura do período em análise deve-se:
3
05 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Odontólogo- Morfologia )
Considere o período abaixo para responder à questão.
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno
que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando
nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor
semântico de:
a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.
a) o qual.
b) das quais.
c) que.
d) as quais.
e) em que.
4
07 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR – Odontólogo )
Texto II
A autópsia no corpo de Ayrton Senna começou a ser feita ontem às 10h locais (5h de Brasília)
pelos legistas Michele Romanelli e Pierludovico Ricci, do Instituto Médico Legal de Bolonha. O laudo
oficial tem 60 dias para ser preparado. A Folha conversou com uma médica do IML que viu o corpo
de Senna na segunda-feira de manhã e ontem – antes e depois da autópsia. Segundo sua descrição,
no dia seguinte ao acidente o rosto do piloto estava desfigurado. A médica pediu para que seu nome
não fosse revelado.
Muito inchada, a cabeça quase se juntava aos ombros. Os médicos concluíram, após a autópsia,
que Senna teve morte instantânea na batida a 290 km/h na curva Tamburello. Teve também parada
cardíaca naquele momento e circulação praticamente interrompida.
Quando os médicos o reanimaram – ativando os batimentos cardíacos e a circulação
artificialmente –, o piloto já havia morrido. A atividade cerebral era inexistente. Não há possibilidade
de sobrevivência nesses casos. [...]
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/ esporte/9.html. Acesso em: 01/02/17)
O texto acima é uma notícia cujo objetivo é informar. Contudo, uma análise atenta do título
revela seu caráter:
a) técnico.
b) formal.
c) sensacionalista.
d) critico.
e) sofisticado.
5
09 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR – Odontólogo )
Texto I
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro de uma
mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que comprimia o nervo
óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida,
dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples,
mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao
final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo
corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria
que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro
mais do que seria recomendável – e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia
cerebral. O marido e a flha da mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que
restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh narra em
seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta semana no
Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-
requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que
outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções, memórias, sonhos e reflexões”, todos
da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-
medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17
Texto III
Ofício Circular CAOSAÚDE nº 07/2015.
Goiânia, 24 de abril de 2015.
Senhor (a) Promotor (a),
A par de cumprimentá-lo (a), servimo-nos do presente para encaminhar a V. Exa informações
sobre a campanha estadual de combate à dengue e o papel do Ministério Público nas ações de (1)
prevenção, (2) bloqueio das áreas de transmissão e (3) manejo clínico dos pacientes.
[...]
Ao confrontar a estrutura dos textos I e III de sua prova, assinale a alternativa que apresenta
uma afirmação correta.
6
d) A indicação de número e ano, no topo do texto III, é dispensável.
e) Os dois textos empregaram a mesma pessoa do discurso para o emissor.
Texto III
7
11 - ( 2017 - MGS - Técnico de Contabilidade )
Texto I
Paternidade Responsável
a) advérbio. b) adjetivo.
c) pronome. d) verbo.
8
13 - ( 2017 - MGS - Técnico de Contabilidade – Sintaxe )
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
Família
(Titãs, fragmento)
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
Em relação ao verso “Almoça junto todo dia” (v.4), percebe-se que a palavra “família” exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicado.
9
15 - ( 2017 - MGS - Técnico de Contabilidade )
Texto I - Paternidade Responsável
A pergunta que inicia o texto emprega um pronome “você” que faz referência:
a) ao autor.
b) às adolescentes.
c) ao leitor em geral.
d) aos especialistas.
a) econômica.
b) moral.
c) emocional.
d) educacional.
a) futuro do pretérito.
b) pretérito perfeito.
c) pretérito imperfeito.
d) futuro do presente.
10
18 - ( 2017 - MGS - Técnico de Contabilidade )
Texto II - Família
No sétimo verso, a palavra “ganha-pão” pertence a uma modalidade mais informal da língua e
deve ser entendida como sinônimo de:
a) refeição.
b) educação.
c) trabalho.
d) diversão.
11
21 - ( 2017 - AGERBA - Especialista em Regulação - Interpretação de Textos )
Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu
ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele
não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a
chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex...
Existiam em 1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o som
pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro
Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a
renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a OEA, e a ONU. Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a
diagramação, o ideologema, idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a
guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how. Barbeador
elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís.
Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo
geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os
dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Uma leitura atenta do texto permite ao leitor inferir, quanto ao potencial nomeador das
palavras, que:
a) as expressões de uso técnico não podem ser entendidas por um falante comum.
b) as tecnologias inventadas são consideradas inovações em qualquer época.
c) uma vez construído um sentido para a palavra, ela não pode ter outros.
d) as coisas sempre existiram, faltava ao homem apenas nomeá-las.
e) as classificações econômicas foram culturalmente construídas.
12
22 - ( 2017 - AGERBA - Especialista em Regulação )
Com o objetivo de aproximar-se do leitor do texto, o autor faz uso de vários mecanismos
linguísticos. Assinale, dentre os listados abaixo, o único que não seria uma ferramenta de
interlocução.
13
25 - ( 2017 - AGERBA - Especialista em Regulação – Sintaxe )
Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na
existência humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao
exercer a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal.
14
27 - ( 2017 - AGERBA - Especialista em Regulação )
Texto II
Ressalva
Este livro
Foi escrito por uma mulher
Que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando fores.
Este livro:
Versos ... Não
Poesia ... Não.
um modo diferente de contar velhas estórias.
Assinale a alternativa correta. O texto II é o poema de abertura do livro Poemas dos Becos de
Goiás e Estórias Mais, da escritora Cora Coralina. Esse poema apresenta uma aparente
contradição na caracterização do livro à medida que se afirma:
a) que o livro foi escrito por uma mulher e a autora chama-se Cora Coralina.
b) na 1ª estrofe, que a autora poetiza a vida e, na última, que o livro não é de poesia.
c) que a escrita do livro seria um modo diferente de contar velhas estórias.
d) ter a autora recriado a sua própria vida por meio da escritura do livro em questão.
e) tratar-se de três livros distintos, o que se percebe pela divisão do poema em três estrofes.
15
28 - ( 2017 - AGERBA - Especialista em Regulação )
Atentando para as construções dos sentidos apreendidos, ao longo do poema, nota-se que
todas as opções abaixo ilustram linguagem figurada, EXCETO:
16
31 - ( 2017 - EBSERH – Advogado )
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava. [...] Não
sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao longe que
tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e qual a força que
devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É
plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito
desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido a
sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que sou e que
não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já me
cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança. Acham, sem dúvida, que
estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando em vez
levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no
dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me
casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bossa. Agora,
minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não conheço
chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática,
1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na Inglaterra,
em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade de revolução.
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois comportamentos
que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois fragmentos que
evidenciem esse contraste.
17
a) “Chutar tampinhas que encontro no caminho” (2º§)/ “-Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§).
b) “Meu irmão, tino sério, responsabilidades”(3º§)/ “Faço serão, fico até tarde.” (8º§).
c) “Você é um largado.” (4º§)/ “Como se estivesse me interessando” (7º§).
d) “Meio burguês, metido a sensato.” (3º§)/ “Aluado, farrista” (5º§).
e) “Cá no bairro minha fama andava péssima.” (5º§)/ “Onde se viu essa, agora!” (4º§).
18
34 - ( 2017 - EBSERH - Advogado – Morfologia )
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo. b) adjetivo.
c) pronome. d) advérbio.
e) interjeição.
a) elipse. b) anáfora.
c) catáfora. d) repetição.
e) sinonímia.
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
19
38 - ( 2017 - EBSERH - Advogado – Crase )
O emprego do acento grave em “Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.“ (5º§)
justifica-se pela mesma razão do que ocorre no seguinte exemplo:
20
41 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo - Morfologia – Verbos )
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais jogá-la
com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicionário, pela
primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que
era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando
pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento
das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
Os verbos “sabia” e “Duvido”, no início do texto, apontam para dois momentos distintos na vida
do narrador. Tais verbos estão flexionados, respectivamente, no:
21
43 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Morfologia )
Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de
uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico
de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.
a) causa e meio.
b) modo e meio.
c) meio e lugar.
d) lugar e modo.
e) modo e lugar.
22
46 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo - Morfologia – Verbos )
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando
pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento
das mãos.” (2º§)
Os verbos que se encontram na forma nominal de gerúndio contribuem para a representação
de uma ação que sinaliza:
a) um processo.
b) uma interrupção.
c) um passado remoto.
d) uma possibilidade.
e) uma descontinuidade.
Texto II
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por mim, e antes
que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz: é você mesma. O jeito foi
eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois a voz era claramente de choro contido.
“Porque você escreveu dizendo que não ia mais escrever romances.” “Não se preocupe, meu bem,
talvez eu escreva mais uns dois ou três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?“
“Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira.” “Não chore, venha buscar aqui os dois
livros.” “Não vou não, vou comprar.” ”Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois livros
autografados e mais um cafezinho ou um uísque.” [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
No trecho “e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala,”, percebe-
se uma clara intenção da narradora que corresponde:
23
48 - ( 2017 - EBSERH - Assistente Administrativo – Morfologia )
Na fala “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira”, o vocábulo em destaque
denota um sentido de:
a) retificação.
b) explicação.
c) exclusão.
d) adição.
e) anulação.
24
51 - ( 2016 - EBSERH – Advogado )
Texto
Minhas maturidade
25
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes depressa,
mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O texto começa a estabelecer uma lógica sobre a ideia de maturidade que, ao final, é
desconstruída. Isso fica marcado, de modo descontraído, principalmente porque:
a) verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.
26
54 - ( 2016 - EBSERH - Advogado – Sintaxe )
A oração destacada em “Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca.” (4º§)
introduz no período em que se encontra um valor semântico de:
a) condição. b) concessão.
c) consequência. d) conformidade.
e) causa.
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
A presença do verbo “começando” permite ao leitor inferir a seguinte postura do maduro.
a) sempre sentiu inveja dos imaturos. b) acha que a vida dos imaturos é pior.
c) nunca desejou a vida dos imaturos. d) espera que sua vida madura melhore.
e) acreditava antes que sua vida era melhor.
27
58 - ( 2016 - EBSERH – Advogado )
A ideia de plural proposta pelo pronome do título não concorda com o termo “maturidade”,
mas com as ideias do subtítulo. A “prudência” é uma delas. Seria um exemplo dessa
característica a seguinte atitude descrita no texto:
a) “Mas já é capaz de assistir à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.” (4º§)
b) “É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.” (5º§)
c) “Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão, finalmente,
acabando.”(8º§)
d) “Se pega pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.” (15º§)
e) “O homem maduro faz palavras cruzadas!” (13º§)
a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.
a) desviar.
b) maduro.
c) culpa.
d) capaz.
e) sessão.
28
61 - ( 2016 - EBSERH - Assistente Administrativo )
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante vazio e ansioso:
as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam indolentes,
imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus debandam das palmeiras, os
pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os lagartos procurarem medrosos os seus
esconderijos. “É o sudoeste”, penso, e logo ele chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
“Estou vindo do mar alto, trago histórias”, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que responde,
enfastiada, a Casuarina: “Detesto as tuas histórias”.
Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta varanda, que o
Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o vento ruim traz consigo: a baba
do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau sangrento, o grito derradeiro dos náufragos,
os olhos esbugalhados das crianças afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado
do marinheiro que morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e
atirou ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas viessem de
dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais o Sudoeste passa e
geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles incorporo a amargura dos incertos e a
angústia sobressaltada dos que têm medo – tão minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como
uma medusa no mar, a mão lívida do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não
chegou a ser feito; e os pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto,
nos soluços do vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre meus
mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
O texto estabelece uma relação entre elementos da natureza e os sentimentos do narrador.
Isso porque:
“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam indolentes,
imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.” (1º§)
a) subordinadas adverbiais.
b) subordinadas adjetivas.
c) subordinadas substantivas.
d) reduzidas.
e) coordenadas.
“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam indolentes,
imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.”(1º§)
O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática, com
o seguinte vocábulo:
a) “rigidez”. b) “imobilizam”.
c) “morta”. d) “indolentes”.
e) “reta”.
a) narrador. b) mar.
c) leitor. d) vento.
e) casuarina.
30
65 - ( 2016 - EBSERH - Assistente Administrativo – Morfologia )
O emprego dos artigos, no título do texto, cumpre papel expressivo à medida que representam
um sentido de:
a) especificação.
b) equivalência.
c) suavização.
d) relativização.
e) generalização.
31
68 - ( 2016 - EBSERH - Assistente Administrativo – Sintaxe )
O vocábulo “também”, que introduz o terceiro parágrafo, contribui para a progressão das
ideias estabelecendo um sentido de:
a) retificação.
b) conclusão.
c) adição.
d) oposição.
e) explicação.
a) tristeza.
b) saudade.
c) confiança.
d) dependência.
e) remorso.
32
71 - ( 2016 - EBSERH - Médico urologista )
Ensinamento
33
73 - ( 2016 - EBSERH - Médico urologista )
No texto, percebe-se a presença de mais de um ponto de vista. São eles:
a) o do enunciador e o da mãe
b) o da mãe e o do pai
c) o do leitor e o da mãe
d) o do enunciador e o do leitor
e) o do enunciador e o do pai
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) adjunto adnominal
34
76 - ( 2016 - EBSERH - Médico urologista )
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que acabasse com o
Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão. [...] Nós éramos todas
meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna. Sonhávamos com os cinco dias mais
prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e só terminava terça quando as estrelas iam muito
altas. Havia o cheiro das bombinhas que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se
misturava com o pó do baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o
cantor esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os bombos
saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do inverno no calor do
Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético. E
que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio,
com os carros de bois a chiar pelas ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos,
mulheres vestidas de bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o
mundo estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-por-
casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
A expressão “O outro”, presente no último parágrafo encerra uma oposição que deve ser
entendida como:
a) juventude e velhice
b) televisão e paixão
c) organização e desordem
d) realidade e fantasia
e) rapidez e eternidade
a) ironia
b) metáfora
c) metonímia
d) antítese
e) comparação
35
78 - ( 2016 - EBSERH - Médico urologista – Sintaxe )
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele
som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência cujo
termo regente é:
a) eu
b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som
“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele
som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (10§)
Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem
classificações morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:
36
81 - ( 2016 - EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho )
Texto
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente
a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então
viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser
uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não
se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona
junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas,
minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser
simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante
(pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando
risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a
universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o
tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se
formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas
próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa
risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e
intervenções para manter ou recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita
de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
O modo pelo qual o texto é iniciado permite ao leitor concluir tratar-se de:
37
82 - ( 2016 - EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho )
Para ampliar a expressividade de seu texto, a autora faz uso reiterado da linguagem figurada.
Assinale a opção em que NÃO se percebe um exemplo desse recurso linguístico.
a) “Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga” (1º§)
b) “a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio.” (1º§)
c) “Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão” (2º§)
d) “acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e
sentimentos.” (3º§)
e) “ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas” (3º§)
38
85 - ( 2016 - EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho – Sintaxe )
No último parágrafo do texto, a repetição da conjunção “Se”, no início de algumas orações,
representa uma ênfase ao valor semântico de:
a) concessão
b) causa
c) condição
d) conformidade
e) consequência
39
88 - ( 2016 - EBSERH - Técnico em Segurança do Trabalho - Funções morfossintáticas
da palavra SE )
Considerando o emprego do pronome “se” em:
“A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos.” (3º§),
Nota-se uma ambiguidade oriunda do emprego incomum da forma passiva sintética. Desse
modo, NÃO entendendo a construção como passiva, o leitor compreenderia a passagem da
seguinte forma:
a) A alma tem suas dores, e para que cure a si mesma necessita de projetos e afetos
b) A alma tem suas dores, e para que seja curada necessita de projetos e afetos
c) A alma tem suas dores, e para que se sinta curada necessita de projetos e afetos
d) A alma tem suas dores, e para que a curem necessita de projetos e afetos
e) A alma tem suas dores, e para que busque a cura necessita de projetos e afetos
40
90 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia )
Texto I
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza,
de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes,
e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto
de vista evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais
exigente e complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção,
entre outros, para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser
necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos
que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também
achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração.
Apesar disto parecer “bom senso”, o conceito de “morte cerebral” e seu adequado diagnóstico
são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar
formalmente a “morte cerebral” ou “morte encefálica” tomou impulso quando se iniciou a era dos
transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com
morte cerebral poderiam então ser considerados possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a definição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos
aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que
são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação,
ausência de respiração, pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter
recebido nenhuma medicação nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes
aspectos foi regulamentado: ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo
que a avaliação pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez definida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados
(caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias
vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias.
De acordo com o texto, ser considerada uma relativa novidade a declaração de morte cerebral
ocorre em função de:
41
a) o cérebro coordenar muitas funções necessárias à atividade humana.
d) muitos indivíduos receberem medicação nas 24h que antecedia a morte cerebral.
e) até pouco tempo, acreditar-se que o indivíduo morria quando seu coração parava.
No período “Possibilita que pensemos, falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso
consciente e inconsciente.” (1º§), foram empregados todos os mecanismos coesivos descritos
abaixo, EXCETO:
42
93 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia – Sintaxe )
No quarto parágrafo, em ‘Apesar disto parecer “bom senso”’, considerando o contexto, nota-se
que o pronome destacado faz referência à seguinte ideia:
43
96 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia )
O seguinte fragmento “ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc,” (5º§)
aponta ações que são empregadas, no texto, a fim de:
Dentre as palavras abaixo, presentes no texto, assinale a opção cujo vocábulo é acentuado por
uma regra diferente da que justifica a acentuação dos demais.
a) cérebro.
b) indivíduo.
c) únicos.
d) achávamos.
e) diagnóstico.
Em linguagem técnica adequada ao público leitor, ao final do texto, foi empregada a expressão
“medidas de suporte de vida” que, no contexto, deve ser entendida como:
44
99 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia )
O deslocamento da expressão destacada, em “Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas,”, provocaria estranhamento no sentido e na estruturação do enunciado
apenas na seguinte reescritura:
45
100 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia )
Texto I
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza,
de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes,
e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto
de vista evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais
exigente e complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção,
entre outros, para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser
necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos
que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também
achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração.
Apesar disto parecer “bom senso”, o conceito de “morte cerebral” e seu adequado diagnóstico
são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar
formalmente a “morte cerebral” ou “morte encefálica” tomou impulso quando se iniciou a era dos
transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com
morte cerebral poderiam então ser considerados possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a definição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos
aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que
são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação,
ausência de respiração, pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter
recebido nenhuma medicação nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes
aspectos foi regulamentado: ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo
que a avaliação pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez definida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados
(caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias
vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias.
46
Texto II
Perícia Médica
APRESENTAÇÃO
A presente atualização da Norma Técnica sobre Perda Auditiva Induzida por Ruído – PAIR, objetiva
simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do médico perito ao atual nível de conhecimento desta
nosologia.
Dessa concepção surgiram dois momentos que passaram a constituir os módulos do presente
trabalho: a Atualização Clínica da Patologia e a Avaliação da Incapacidade Laborativa. Este estudo
resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS, que buscou parceria com diversos
segmentos da sociedade, num debate aberto, visando abordar todos os aspectos relevantes sobre o
assunto, no período compreendido entre junho de 1996 e junho de 1997, com a efetiva participação
de representantes das Perícias Médicas, Reabilitação Profissional, Núcleo de Referência em Doenças
Ocupacionais da Previdência Social – NUSAT/SRMG e Procuradoria Estadual do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS; Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -
Fundacentro/MTb; Associação Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT; Centro de Referência de
Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo - Cerest; Confederação Nacional das Indústrias - CNI;
Confederação Nacional do Comércio - CNC; Central Única dos Trabalhadores - CUT; e especialistas
de renome. [...] Disponível em: www.cofp.com.br/legislacao/download/19/Acesso em 07/02/2017)
A partir de uma leitura atenta, nota-se que o autor utilizou como estratégia de construção do
seu texto:
47
101 - ( 2017 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PR - Auxiliar de Necrópsia )
Ao comparar os dois textos que compõem a sua prova, pode-se concluir, em relação à
adequação, que:
a) finalidade e consequências.
c) objetivos e motivação.
d) motivação e críticas.
e) críticas e objetivos.
Em relação à construção do último parágrafo do texto, pode-se afirmar que se trata do uso de
apenas:
a) orações coordenadas.
b) um período composto.
GABARITO
01: C 02: D 03: E 04: A 05: B 06: E 07: C 08: D 09: B 10: A
11: D 12: B 13: D 14: A 15: C 16: A 17: A 18: C 19: B 20: B
21: E 22: D 23: C 24: A 25: C 26: D 27: B 28: A 29: E 30: B
31: D 32: E 33: E 34: C 35: A 36: B 37: D 38: C 39: A 40: D
41: E 42: D 43: E 44: C 45: E 46: A 47: D 48: C 49: A 50: B
51: C 52: D 53: C 54: A 55: B 56: E 57: E 58: D 59: A 60: B
61: C 62: E 63: A 64: D 65: A 66: B 67: D 68: C 69: D 70: E
71: A 72: C 73: A 74: E 75: D 76: D 77: B 78: C 79: A 80: B
81: A 82: C 83: B 84: E 85: C 86: D 87: B 88: A 89: A 90: E
91: D 92: E 93: B 94: C 95: A 96: D 97: B 98: C 99: E 100: A
101: C 102: C 103: D 104: B
49