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2 – A Classificação e o Registro das Contas

A Contabilidade registra os “Elementos Patrimoniais” de natureza


igual ou semelhante”através da Conta. A Contabilidade utiliza as
contas para registrar todas as transações efetuadas pela empresa no
mercado. As contas são fundamentais para a construção e a análise
das Demonstrações Financeiras ou Contábeis. (PADOVEZE, 2009,
46).
A conta possui um “saldo inicial” que é o seu “saldo anterior” e
um “saldo final”, que é o saldo da conta. O “Movimento Contábil da
Conta” é obtido através da subtração do saldo final pelo saldo inicial
da conta. O movimento da conta pode aumentar ou diminuir o saldo da
conta. (PADOVEZE, 2009, 48).
As Contas Devedoras crescem por débito e diminuem por
crédito.
As Contas Credoras crescem por crédito e diminuem por débito.
O “Plano de Contas” é o “conjunto de contas” usado pelo
contador para registrar as transações efetuadas pela empresa no
mercado; controlar o Patrimônio da entidade; e, também para elaborar
os Relatórios Contábeis ou as Demonstrações Financeiras ou
Contábeis, que serão analisadas pelos diversos usuários das
informações contábeis. (PADOVESE, 2009,48).
O contador deve observar certos aspectos que são fundamentais
para a construção de um Plano de Contas, tais como:
a) As atividades operacionais da empresa;
b) As informações relevantes para os diversos usuários das
Demonstrações Financeiras ou Contábeis;
c) A classificação das contas parte “do geral para o particular”;
d) A codificação do Plano de Contas;
e) Os Relatórios Contábeis determinarão como serão feitos os
agrupamentos das contas;
f) Os títulos das contas precisam ser “claros e sucintos”, pois
representam “Elementos Patrimoniais”;
g) O Plano de Contas deve ser de fácil operação e flexível para
permitir ajustes. (PADOVEZE, 2009, 49 - 50)
A “graduação” do Plano de Contas se refere à sua “seqüência de
codificação”. (PADOVEZE, 2009, 50)

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“O Plano de Contas em Primeiro Grau” representa a “primeira
codificação”, sendo os números 1,2,3,4 referentes ao Ativo, Passivo,
Despesas e Receitas, respectivamente. (PADOVEZE, 2009, 50).
O Plano de Contas pode ser mais detalhado, a fim de permitir o
“detalhamento” maior da natureza da conta e a soma dos saldos das
contas. O “Plano de Contas em Segundo Grau” se refere ao
“detalhamento” do “Plano de Contas em Primeiro Grau”. O Plano de
Contas em Terceiro Grau permite o “detalhamento” do “Plano de
Contas em Segundo Grau”. (PADOVEZE, 2009, 50).
A Conta Analítica demonstra o “registro de cada fato
administrativo”, ou seja, apresenta o registro das transações efetuadas
pela empresa no mercado. O saldo da Conta Analítica é obtido através
de “lançamentos contábeis”. A Conta Analítica apresenta “os
Elementos Patrimoniais” com mais detalhamento. (PADOVEZE, 2009,
51).
Por outro lado, a Conta Sintética “não recebe lançamentos”. O
saldo da Conta Sintética é obtido através do “somatório” das Contas
Analíticas ou das Contas Sintéticas. A Conta Sintética pertence aos
“Planos de Contas de menor grau”. (PADOVEZE, 2009, 51).
A empresa utiliza o Plano de Contas em Graus para atender às
diferentes necessidades dos usuários das informações contábeis.
Os Sistemas de Informações Contábeis utilizam números, letras
do alfabeto e “Conceitos de Relacionamento” (“conta mãe, conta filha,
conta neta”) na elaboração dos seus Planos de Contas. (PADOVEZE,
2009, 51).
O Sistema de Informação Contábil possui dois relatórios
contábeis “básicos”: (PADOVEZE, 2009, 54).
a) Balanço Patrimonial;
b) Demonstração do Resultado do Exercício.
As contas são classificadas em dois grupos: Contas Patrimoniais
e Contas de Resultado. As Contas Patrimoniais pertencem ao Balanço
Patrimonial. As Contas de Resultado pertencem à Demonstração do
Resultado do Exercício, a fim de se apurar um Resultado do Exercício
(Lucro ou Prejuízo). Este resultado será, posteriormente, encaminhado
para a Conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, que integra o
Patrimônio Líquido, no Balanço Patrimonial.
As Contas Patrimoniais integram o Balanço Patrimonial da
empresa, pois representam os “Elementos Patrimoniais do Ativo e
Passivo”, ou seja, os “Bens, Direitos, Obrigações e Patrimônio
Líquido”. As Contas Patrimoniais são “permanentes”, pois se referem

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aos “Elementos Patrimoniais” empregados pela empresa.
(PADOVEZE, 2009, 54).
Por outro lado, as Contas de Resultado integram a
Demonstração do Resultado do Exercício da empresa, pois
representam as Contas de Receitas e de Despesas. As Contas de
Resultado são “transitórias”, pois são utilizadas para que a empresa
apure o Resultado do Período, obtendo o Lucro ( quando as Receitas
são maiores do que as Despesas) ou o Prejuízo ( quando as
Despesas são maiores do que as Receitas). Este Resultado do
Exercício será encaminhado para a Conta Lucros ou Prejuízos
Acumulados, que pertence ao Patrimônio Líquido, no Balanço
Patrimonial.
As Contas de Resultado são “abertas” no primeiro dia do
exercício social, com saldo zero. Ao longo do ano, são efetuados
lançamentos nas Contas de Receitas e de Despesas. No final do ano,
após a apuração do Resultado do Período (Lucro ou Prejuízo), as
Contas de Resultado serão “encerradas”, isto é, ficarão com saldo
igual a zero. (PADOVEZE, 2009, 54 – 55).
As Contas de Apuração também são Contas de Resultado, cujo
saldo não é obtido “antecipadamente”. Como exemplos, podemos citar
a “Conta de Saldo de Correção Monetária” de Balanço e a “Conta de
Lucros e Perdas”, que é utilizada no “encerramento das Contas de
Resultado”, a fim de se obter o Lucro ou o Prejuízo do período.
(PADOVEZE, 2009, 54 – 55)
A Lei das Sociedades por Ações fundamenta a elaboração das
Demonstrações Financeiras ou Contábeis. (Lei nº 11.638 / 07 e MP nº
449 / 08) ( PADOVEZE, 2009, 56 – 58)
O Balanço Patrimonial possui a seguinte estrutura: (PADOVEZE,
2009, 58)
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO E PATR. LÍQUIDO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Disponibilidades Contas a Pagar
Aplicações Financeiras Fornecedores
Contas a Receber (Clientes) Salários e Encargos a Pagar
Estoques Impostos a Recolher
Outros Valores a Realizar Empréstimos e Financiamentos
Despesas do Exercício Seguinte Dividendos a Pagar
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

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Contas a Receber (Clientes) Empréstimos e Financiamentos
Impostos Diferidos Impostos Parcelados
Investimentos Provisões para Passivos
Ações de Empresas Eventuais
Obras de Arte Receitas Diferidas
Ativo Imobilizado Receitas ( –) Despesas
Terrenos
Prédios Patrimônio Líquido
Máquinas Capital Social
Equipamentos Reservas de Capital
Móveis Ajustes de Avaliação Patrimonial
Veículos Reservas de Lucros
Intangível Lucros (Prejuízos) Acumulados
Marcas e Patentes
Direitos Autorais
Fundo de Comércio
Total do Ativo Total do Passivo

A data de encerramento do Balanço Patrimonial é fundamental


para a definição dos conceitos de Circulante e de Longo Prazo.
Considerando a data de encerramento do Balanço Patrimonial, os
Valores a Receber e os Valores a Pagar, “nos próximos 365 dias”,
serão classificados no Ativo Circulante e no Passivo Circulante,
respectivamente. Então, os demais Valores a Receber e a Pagar,
cujos períodos de vencimento excedem a 365 dias, deverão ser
classificados no Ativo Realizável a Longo Prazo e no Passivo Exigível
a Longo Prazo, respectivamente. (PADOVEZE, 2009, 59).
Os itens do Ativo são classificados e ordenados segundo os
seus graus decrescentes de Liquidez ou de Realização. A Realização
significa a conversão do Ativo em dinheiro. Os Ativos mais líquidos
são apresentados no Ativo Circulante, sendo a primeira conta
denominada Caixa ou Disponibilidades, pois contêm dinheiro. A Conta
Caixa ou Disponibilidades só deve ser classificada no Ativo Circulante,
pois o seu prazo de realização é inferior a 365 dias.
Depois do Ativo Circulante, aparece o subgrupo denominado
Ativo Realizável a Longo Prazo, cujas contas apresentam menores
graus de liquidez do que as contas do Ativo Circulante. O Ativo
Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo são constituídos por
“Elementos Patrimoniais da mesma natureza”, mas com datas de
realização diferentes, isto é, o Ativo Circulante apresenta os itens do

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Ativo com datas de realização de até 365 dias; enquanto que o Ativo
Realizável a Longo Prazo, demonstra os itens do Ativo com datas de
realização superiores à 365 dias. (PADOVEZE, 2009, 60).
Desta forma, podemos dizer que o Ativo Circulante apresenta os
itens do Ativo com datas de realização de até 365 dias. Por outro lado,
o Ativo Não Circulante apresenta os itens do Ativo com datas de
realização superiores a 365 dias, além dos Bens utilizados no
processo produtivo da empresa, que não se destinam à venda. O Ativo
Não Circulante é formado pelos Grupos do Ativo Realizável a Longo
Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.
O Ativo Investimentos apresenta as contas referentes às
participações em Empresas Controladas, Empresas Coligadas, Obras
de Arte, Aluguéis de Imóveis, etc.
O Ativo Imobilizado demonstra os “Bens Corpóreos” utilizados
pela empresa no processo produtivo, como máquinas, equipamentos,
terrenos, veículos, terrenos, etc.
O Ativo Intangível demonstra os “Bens Incorpóreos” utilizados
pela empresa como marcas, patentes, direitos autorais, direitos de
exploração, fundo de comércio, etc.
Por outro lado, o Passivo Circulante apresenta os itens do
Passivo com datas de realização de até 365 dias. Por sua vez, o
Passivo Não Circulante apresenta os itens do Passivo com datas de
realização superiores a 365 dias. O Passivo Circulante e o Passivo
Não Circulante são constituídos por “Elementos Patrimoniais da
mesma natureza”, mas com datas de realização diferentes, isto é, o
Passivo Circulante apresenta os itens do Passivo com datas de
realização de até 365 dias; enquanto que, o Passivo Exigível a Longo
Prazo apresenta os itens do Passivo com datas de realização
superiores a 365 dias.

- “Critérios de Avaliação dos Ativos e dos Passivos”


(PADOVESE, 2009, 61 – 65)
- “Critérios de Avaliação dos Ativos”
- “Aplicações Financeiras”
Segundo a Lei nº 11.638 / 07, as “aplicações financeiras de
liquidez imediata”, devem ser avaliadas pelo seu “Valor Líquido de
Realização”, isto é, pelo seu “Valor de Venda no Mercado” subtraído
dos seus valores das despesas e dos “encargos tributários”.
As “aplicações financeiras” e os “investimentos” adquiridos para
serem vendidos ou negociados, deverão ser avaliados pelo “Valor

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Justo” e a contrapartida do acréscimo ou decréscimo do seu valor será
lançado na “Conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial”, que pertence
ao Grupo do Patrimônio Líquido.
As aplicações financeiras em “Títulos e Valores Mobiliários”;
como as “Aplicações no Mercado Aberto, Títulos Financeiros,
Certificados e Recibos de Depósitos Bancários (CDBs e RDBs), Letras
de Câmbio”, etc; devem ser avaliadas pelo “Valor de Aquisição” ou
“Valor de Compra”, acrescido dos juros e da correção monetária, no
período compreendido “desde a data da aplicação, até a data do
encerramento do balanço.”
A Contabilidade determina que os valores decorrentes dos juros
e da variação monetária devem ser lançados como Receita
Financeira. (PADOVESE, 2009, 61 – 62)

- “Estoques”
“Os Estoques devem ser avaliados pelo Custo de Aquisição, ou
Valor de Mercado, dos dois o menor.” (PADOVESE, 2009, 62)
Segundo a “regra básica” contábil, o estoque deve ser
contabilizado pelo Valor de Custo ou Valor de Aquisição (ou Valor de
Compra) da Mercadoria acrescido das despesas necessárias para a
sua venda (“fretes”), subtraído dos encargos tributários (“IPI, ICMS,
PIS, COFINS”)
O “Valor de Mercado” se refere ao “Valor de Venda” do produto
no Mercado. Em certos casos “excepcionais”, quando o “Valor de
Venda” ou o “Valor de Mercado” dos estoques é “menor” do que o
“Valor de Aquisição” ou “Valor de Custo” ou “Valor de Compra”, o Valor
do Estoque deverá ser ajustado e a diferença será lançada como
“despesa ou prejuízo na aquisição de estoques.” (PADOVESE, 2009,
62).

- “Valores a Receber”
a) Com Variação Monetária
Os Direitos sujeitos à correção monetária estabelecida, através
de Lei ou Contrato “devem ser atualizados até a data do encerramento
do Balanço”, através do “Índice” estabelecido para tal finalidade. A
Variação Monetária do Direito deve ser lançada como Receita
Financeira.

b) Com Variação Cambial

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Os Direitos sujeitos à variação cambial estabelecida através de
Lei ou Contrato “devem ser atualizados até a data do encerramento do
Balanço”, através da “Taxa de Câmbio” estabelecida para tal
finalidade. A Variação Cambial do Direito deve ser lançada como
Receita Financeira. (PADOVESE, 2009, 62)

c) Com a Incidência de Juros


Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as
“Normas Internacionais de Contabilidade”, o “Ajuste a Valor Presente
dos Créditos” deve ser contabilizado através de “Conta Retificadora”,
quando houver a incidência de juros.
A Receita de Vendas deve ser subtraída do Valor dos Juros
incidente no Valor das Vendas a Vista e a Prazo. O Valor dos Juros é
um Valor Retificador da Conta Clientes ou Duplicatas a Receber ou
Valores a Receber, para tornar o Valor das Vendas a Vista e a Prazo
“homogêneas”. No momento em que “os juros forem devidos”, eles
serão contabilizados como “Receita Financeira”. (PADOVESE, 2009,
62 – 63)

- “Despesas do Exercício Seguinte”


As Despesas do Exercício Seguinte serão avaliadas pelo “Custo
de Aquisição”. (PADOVESE, 2009, 63).

- Investimentos, Imobilizado e Intangível


Os Ativos Permanentes devem ser contabilizados pelo Custo
Histórico.
A Lei nº 11.638 / 07 estabelece que, periodicamente, deverá ser
elaborada “uma análise sobre a recuperação dos valores registrados
do Imobilizado e do intangível.” (“Impairment”).
Quando o “Valor Recuperável do Ativo” for menor do que o Valor
Contábil, a Contabilidade lançará esta diferença como “redutor do
Ativo” e como “Despesa” na Demonstração do Resultado do Exercício.
O “Valor Recuperável do Ativo” é o “Valor” que o Ativo “pode se
transformar em Caixa”. (PADOVESE, 2009, 63).

- “Investimentos Relevantes” e “Ações de Empresas Controladas”


Segundo a Contabilidade, as ações de Empresas Controladas
devem ser avaliadas pelo Valor de Custo e pelo Método da
Equivalência Patrimonial.

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O Método da Equivalência Patrimonial considera o percentual de
participação da Empresa Controladora na Empresa Controlada. A
Empresa Controladora recebe parte dos Resultados apurados pela
Empresa Controlada, segundo o seu percentual de participação
acionária no Capital da Empresa Controlada. (PADOVESE, 2009, 63 –
64)

- “Imobilizado”
Os Bens do Imobilizado sofrem desgastes decorrentes do uso e
da obsolescência. O Valor dos Bens do Ativo Imobilizado são
subtraídos da Depreciação ou da Exaustão sofrida ao longo de suas
vidas úteis. Somente os Terrenos não sofrem depreciação e
desgastes com o passar do tempo. ( PADOVESE, 2009, 64)

- “Intangível”
O Intangível apresenta os “Direitos representados por Bens
Incorpóreos” que contribuem para a “manutenção” das atividades
operacionais da empresa. Os Intangíveis sofrem o “Teste do
Impairment”, pois, a cada ano, o Intangível é avaliado a “Valor de
Mercado” ou a “Valor Justo”, a fim de “ajustar o Valor Contábil ao Valor
Recuperável do Intangível”. (PADOVESE, 2009, 64).

-“Critérios de Avaliação dos Passivos”


- Empréstimos e Financiamentos
Os Empréstimos e Financiamentos que apresentarem cláusulas
de “Variação Monetária” e “Variação Cambial” devem ser avaliados,
desde a data de obtenção da Obrigação perante Terceiros, até a data
do encerramento do Balanço Patrimonial. Os Valores referentes aos
Juros e à Variação Cambial deverão ser “contabilizados” como
“Despesa Financeira”. (PADOVEZE, 2009, 64 – 65)

- Provisão dos Impostos a Recolher e a Provisão do Imposto de Renda


a Recolher
A “Variação Monetária” dos Tributos deverá ser “contabilizada”
como “Despesa Financeira”. Quando o Valor do Imposto é prefixado, o
seu Valor a Pagar será mantido. Se a Legislação Tributária determinar
a Variação Monetária do Tributo, o seu valor precisa “ser atualizado
até a data do encerramento do Balanço” Patrimonial. (PADOVEZE,
2009, 65)

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- Obrigações e Dívidas Sujeitas à Variação Monetária
As Obrigações perante Terceiros que estabeleçam, através de
Lei ou Contrato, a “atualização monetária”, seus valores deverão ser
atualizados “até a data do encerramento do Balanço” Patrimonial. A
Variação Monetária destas Obrigações deverá ser “contabilizada como
Despesa”. (PADOVEZE, 2009, 65)

- Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido apresenta a “Riqueza Efetiva” da empresa,
dos proprietários, dos sócios ou dos acionistas. O Patrimônio Líquido
representa o Capital Próprio da Empresa. O Lucro aumenta o
Patrimônio Líquido; enquanto que, o Prejuízo diminui o Patrimônio
Líquido. (PADOVEZE, 2009, 65)

A Demonstração do Resultado do Exercício


A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta as
“Contas de Resultado”, isto é, as Contas de Receitas e de Despesas
obtidas pela empresa durante o seu Exercício Social, isto é, um ano. A
Demonstração do Resultado do Exercício confronta as Receitas e as
Despesas apuradas pela empresa, para obter o Resultado do Período.
Se as Receitas forem superiores às Despesas, o Resultado obtido
será o Lucro. Se as Despesas forem maiores do que as Receitas, o
Resultado obtido será o Prejuízo. Este Resultado apurado, sob a
forma de Lucro ou Prejuízo, será levado para o Grupo do Patrimônio
Líquido, no Balanço Patrimonial.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem o seguinte
aspecto: (PADOVEZE, 2009, 66)
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
(período de 01 /01/ X1 até 31 / 12/ X1)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA


(-) Tributos Incidentes sobre Vendas
(-) Devoluções e Abatimentos
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (Comércio)
Custo dos Produtos Vendidos (Indústria)
Custo dos Serviços Vendidos ou Prestados (Serviços)
(=) LUCRO BRUTO
(+) Outras Receitas Operacionais
(-) Despesas Operacionais

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Administrativas
Vendas
Tributárias
Financeiras Líquidas
( Despesas Financeiras – Receitas Financeiras)
Outras Despesas Operacionais
Equivalência Patrimonial
(=) LUCRO (PREJUÍZO) OPERACIONAL
(+) Outras Receitas
(-) Outras Despesas
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o
Lucro
(-) Participação dos Administradores
(-) Participação dos Empregados
(=) LUCRO (PREJUÍZO) DO EXERCÍCIO

As “Contas de Resultado” que compõem a Demonstração do


Resultado do Exercício serão descritas a seguir:
- “Receita Operacional Bruta”
A “Receita Operacional Bruta” apresenta o Valor das Vendas
efetuadas pela Empresa, de forma “Bruta”, sendo o “Valor Bruto das
Vendas”. (PADOVEZE, 2009, 66 – 67)

- “Receita Operacional Líquida”


A “Receita Operacional Bruta” deduzida dos Impostos incidentes
sobre as Vendas, como IPI, ICMS, PIS, e COFINS; das “Devoluções”
ou “Cancelamentos das Vendas” e pelos “Abatimentos” ou “Descontos
Concedidos” aos Clientes, fornece a “Receita Operacional Líquida”.
(PADOVEZE, 2009, 67)

- “CUSTO DAS VENDAS”


O “Custo das Vendas” se refere ao “Valor do Estoque” que foi
vendido ao Cliente. Segundo a atividade operacional da empresa, o
“Custo das Vendas” pode ser classificado como:
a) Indústria – Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
b) Comércio – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)
c) Serviços – Custo dos Serviços Vendidos (CSV) ou Custo dos
Serviços Prestados (CSP)
(PADOVEZE, 2009, 66 – 68)

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- “Lucro Bruto”
A “Receita Operacional Líquida” menos o “Custo das Vendas”
fornece o “Lucro Bruto”. (PADOVEZE, 2009, 66)

- “Outras Receitas Operacionais”


As “Outras Receitas Operacionais” são as Receitas que não
foram obtidas através da venda de estoques pela empresa. Como
exemplos, podemos citar as “Receitas de Aluguéis”, “Recuperações de
Impostos”, “Recuperações de Despesas”, “Receita Financeira”.
(PADOVEZE, 2009, 69).

- “Despesas Operacionais”
As “Despesas Operacionais” incluem as Despesas relacionadas
com a venda e a operacionalização da empresa. As Despesas
Comerciais, Administrativas e Financeiras são “Despesas
Operacionais”. Como exemplos, podemos citar: “salários”, “energia
elétrica”, “comissões”, “materiais de expediente”, etc.
Segundo a “Legislação Fiscal Brasileira”, os gastos efetuados
pelas empresas com “Pesquisa e Desenvolvimento” de novos
Produtos ou Processos podem ser contabilizados como “Despesas
Operacionais” ou como “Custo dos Produtos Vendidos”. PADOVEZE
recomenda a contabilização destes gastos como “Despesas
Operacionais”. (PADOVEZE, 2009, 68)
Os Investimentos Relevantes efetuados pela Empresa
Controladora em Empresas Controladas e Coligadas, devem ser
avaliados pelo “Método de Equivalência Patrimonial”. Estes
investimentos representam o percentual de participação da Empresa
Controladora no Capital das Empresas denominadas Controladas e
Coligadas. (PADOVEZE, 2009, 69).

- “Lucro Operacional”
O Lucro Bruto adicionado das “Outras Receitas Operacionais” e
deduzido das “Despesas Operacionais” fornece o “Lucro Operacional”.
(PADOVEZE, 2009, 66 – 68)

- “Outras Receitas” e “Outras Despesas”


Segundo a Lei nº 11.638 / 07, as “Outras Receitas” e as “Outras
Despesas” não estão relacionadas com as atividades operacionais da
empresa. Como exemplos, podemos citar a “Venda de Ativos

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Imobilizados”, “Venda de Investimentos”, “Venda e Baixa de Ativos
Diferidos”. (PADOVEZE, 2009, 69 – 70).

- “Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda”


O Lucro Operacional adicionado das “Outras Receitas” e
deduzido das “Outras Despesas” fornece o “Resultado do Exercício
antes do Imposto de Renda”, ou seja, o “Lucro antes do Imposto de
Renda”. (PADOVEZE, 2009, 66)
O “Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda” deduzido
da “Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o
Lucro”, da “Participação dos Administradores” e da ”Participação dos
Empregados” fornece o Lucro Líquido do Exercício. (PADOVEZE,
2009, 66 – 70)
A empresa destina vinte e cinco por cento (25 %) do Lucro para
a Provisão para o Imposto de Renda referente ao Exercício Social.
“Para fins societários e fiscais”, são considerados como
“Administradores” aqueles que compõem o Conselho de
Administração e a Diretoria Executiva e que representam a Entidade
perante os “Órgãos Públicos”.
O Art. 152 da Lei nº 6.404 / 76 determina, para as “Sociedades
de Capital Aberto”, o pagamento, em dinheiro, da “Provisão para
Participação dos Trabalhadores”, respeitando o limite de (dez por
cento) “10 % do Lucro Líquido do Exercício” ou o “total da
remuneração anual paga aos Administradores”.
A Lei nº 11.638 / 07 determina a obrigatoriedade da
contabilização da despesa referente à “Provisão para participação dos
Administradores” para os valores pagos em dinheiro e em “opções
para compra de ações” (“STOCK OPTIONS”) (PADOVEZE, 2009, 70).
A Provisão para Participação dos Empregados deve ser
evidenciada contabilmente se esta participação constar no “Estatuto”
ou no “Contrato Social” da empresa.
Segundo a Lei nº 10.101 / 00, deverão ser contabilizados como
“Despesas Operacionais” os valores pagos referentes aos “encargos
salariais” e à “Participação dos Lucros ou Resultados (PLR)”.
(PADOVEZE, 2009, 70).

- Referências bibliográficas do Capitulo 2:

PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de Contabilidade Básica. 7. ed. São


Paulo: Ed. Atlas, 2009, p. 44 – 81

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- Exercícios

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