Você está na página 1de 9

07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais

Esta é a versão em HTML do arquivo https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%20Constru%C3%A7%C3%A3o%20de%20escalaspdf?


forcedownload=1. O Google gera automaticamente versões em HTML de documentos à medida que rastreia a Web.
Dica: para localizar rapidamente o termo de pesquisa nesta página, pressione Ctrl+F ou ⌘-F (Mac) e use a barra de localização.

Page 1

Selltiz, Wrightsman e Cook

Métodos de Pesquisa
nas Relações Sociais
Volume 2
Medidas na Pesquisa Social

Organizadora da
4~ edição norte-americana:
Louise H. Kidder

Coordenadores da
Dados de CataIogaçio na Publicaçio (CIP) Internacional
(Cimara BrasUe1rado Livro, SP, Brasil)
2~ edição brasileira:
José Roberto Malufe
Métodos de pesquisa nas relações sociais / Selltíz,
MSS2 Wrightsman e Cook ; organizadora da 4~ edição Bernardete A. Gatti
v.I-3 norte-americana Louise H. Kidder ; (tradutores
2~ ed. Maria Martha Hubner d'Olíveíra, Miriam Marinotti
del Rey); - 2~ ed. brasileira / coordenadores
José Roberto Malufe, Bernardete A. Gatti. - São
Paulo: EPU, 1987.
Edição revista por Louise H. Kídder, com 6 novos
capítulos de sua autoria.
Bibliografia.
Conteúdo: v. 1. Delineamentos de pesquisa - v. 2.
Medidas na pesquisa social - v. 3. Análise de resul-
tados.
1. Ciências sociais - Pesquisa I. Selltiz, Claire.
11. Wrightsman, Lawrence Samuel. 111. Cook, Stuart
Wellford, 1913- IV. Kidder, Louise H.
87-0126 CDD-300.72

índices para catálogo slstemlUJco:

1. Ciências sociais: Pesquisa 300.72


2. Pesquisa social: Ciências sociais 300.72
3. Pesquisa social: Planejamento: Ciências sociais <€o~lUt <€~Iliro~rm rP><€~rmG<ÓGI
300.72
4. Planejamento : Pesquisa social : Ciências sociais <€lUJrmllw<€~~llir~~llrmILir
300.72
~

Page 2

e itens e respostas padronizadas são obti- soas que não participam são provavellll construção de escalas
diferentes daquelas que participam ent~
dos. Também não se verificou forte ten-
dência para concordar ou discordar siste- Em segundo lugar, há uma neces~id

maticamente, ou em colocar itens em uma de indicadores múltiplos, ou a elabor a~~
só classificação. Sua maior desvantagem é de mais de uma questão para as vari~a?
que se faz necessária a presença de um en- chaves do estudo. Nenhum item é fided~ls
trevistador para instruir o respondente du- no ou multifacetado o suficiente para Ig,
rante a aplicação. Os cartões exigem tam- o único a ser incluído, especialmente Seser
bém respondentes com boa capacidade de tá se lidando com questões não factua:s,
leitura. Finalmente, conjuntos de itens Está implícito que pesquisadores qUefls.
I . a,
maiores que 60 ou 90 não são recomenda- zem evantamentos, como quaisquer Outr
dos por causa de fadiga e do enfado. . d deveri
pesquisa ores, evenam testar a fIdedigni_ . Os

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 1/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
dade de suas medidas
- chaves, refazendo
,d a s
Resumo mesmas questoes atraves acomparação de
resultados de diferentes entrevistadores Ou
Fica patente que pesquisadores interes- por outros meios. A validade (exceto de
sados em auto-relatos individuais têm inú- conteúdo ou medidas não estatísticas da
meras maneiras de produzi-los. Ao tomar mesma) é um problema mais difícil porque
mo esquemas de mensuração -
decisões quanto a usar um questionário ou as respostas ou critérios "verdadeiros" não Na mensuração é freqüentem ente neces-
atitudes, de indicadores de gastos e poder
entrevista, de forma estruturada ou não, são freqüentemente disponíveis para finsde sáriofazer distinções de grau e não de qua-
econômico do Estado, ou de outras carac-
e quanto a complementar o material ver- checagem. Tal critério deveria ser busca- lidade.Podemos, por exemplo, desejar sa-
terísticas - que possibilitam fazer compa-
bal com recursos visuais, é preciso consi- do e utilizad, quando possível. berse o sr. Verde sente-se mais inclinado
rações entre casos, quer as observações
derar as vantagens e desvatagem de cada Relacionado às questões anteriores está doque o sr. Azul a concordar com que as
ocorram ao mesmo tempo que ocorram em
método à luz dos objetivos de seu estudo. a necessidade de uma atenção mais cuida- crianças devam freqüentar escolas distan-
dosa na arte e ciência da construção de momentos diferentes.
Embora os métodos tenham sido discuti- tesdas suas casas, para favorecer a inte-
dos independentemente, combinações en- questionário e entrevista. Há técnicas eex- gração racial. Ou podemos desejar saber
tre eles são certamente apropriadas em de- periências a serem utilizadas, algumas di- seo estado de Mississippi gasta mais, per Escalas versus dimensões
terminadas situações. A entrevista estrutu- retrizes gerais a serem seguidas, pré-testes capita, em educação superior pública do
rada padronizada foi enfatizada neste ca- exaustivos a serem feitos e, normalmente, queo estado de Ohio, levando-se em con- É necessário distinguir claramente esca-
pítulo por sua utilidade quando um gran- várias revisões a serem conduzidas antes do ta o poder econômico relativo dos dois
las e dimensões, uma vez que ambos os ter-
de número de variáveis precisam ser estu- roteiro de entrevista estar concluído. O pes- estados. mos são utilizados com freqüência consi-
dadas num grande grupo de pessoas. quisador deve se conscientizar que uma vez
Fazer tais distinções de grau pode ser derável na pesquisa das ciências sociais. Ao
Há algumas questões metodológicas fun- concluídas as questões do levantamento, as
Considerado como uma função da análise, falar de escalas, estamos nos referindo às
damentais que devem ser observadas. variáveis dependentes não são mais abstra-
e.nãoda coleta de dados; isto é, um proce- técnicas empregadas na combina
Primeiramente, há necessidade de amos- ções ou constructosrepresentados por fra-
dimento realizado depois que os dados são uma ou mais mensurações com o objetivo
tras representativas se generalizações serão ses sumárias do tipo "atitudes em relaç~~
co.letados. No entanto, o desejo de fazer de estabelecer um único escore para cada
feitas para outros grupos, além do entre- à democracia". Mais do que isto, as vana-
taisdistinções influi na forma de coletar os indivíduo. A dimensão dos dados é a infe-
vistado. Os índices de repostas devem ser veis dependentes são precisamente aquel~S
d~dos. Pelo menos significa que as ques- rência, a partir dos dados das escalas, de
altos, pois, caso contrário, a representati- questões que foram formuladas ao medir
~oeselaboradas devam ser tais que dêem que uma característica subjacente existe, e
vidade será destruída, uma vez que as pes- as abstrações - e nada mais.
~nformações em que possam se basear os que descreve os casos a nível conceitual.
~~Ig.amentos de grau. Freqüentemente, as Podemos definir conceitualmente,
IS~lnções de grau são introduzidas nos exemplo, liberalismo - conservadorismo;
PrOprios instrumentos de mensuração. poderíamos, então, elaborar alguns itens de
questionários que acreditássemos iriam me
e Em cada um dos exemplos precedentes
dir liberalismo - conservadorismo
dstamos comparando características de
nossos itens formarem uma escala satisfa-
euas parcelas de dados ao longo de uma
tória (de acordo com critérios que serão
scala comum. Estas escalas funcionam co-

48

Page 3
discutidos adiante neste capítulo), podería- ra cortverter os valores de cada variável e e pretendiam medir a eficácia política, ve consultar outras fontes sobre mensu
mos inferir a presença de uma dimensão um único valor para uma escala enVolVeli) ~~oé, a percepção de força política, con-
ção de atitudes, tais como Edwards, 19
teórica mais ampla, liberalismo- usar um conjunto de regras para "tll) 1~\Jíramque os quatro itens utilizados for- Scott, 1968; Torgerson, 1958; e Upshaw
conservadorismo, para aquela particular codificar" cada caso na análise. Neste se~' e avam uma única dimensão (Campbell et 1968).
amostra de respostas. As pesquisas mais tido, uma "nova" variável é Criada' ~ 1954; Campbell et ai., 1960). Assim, Podemos também distinguir as esca
antigas das ciências sociais procuravam ela- utilizando-se regras explícitas para trans' como base no fato de utilizarem uma s
~~õs-seque a eficácia proporcionava uma
(J
borar escalas que preenchiam dimensões formar os valores iniciais em valores d; stitude unidimensional, altamente geral, e riável, ou diversas variáveis, para se c
únicas; mais recentemente, tem-se percebi- escala. ~astante imutáv~l, a ~ual tinha se mostra- lar um escore.
do a natureza multidimensional da maio- O quanto variáveis individuais POdelll doútil para exphcar diferentes aspectos da Em algumas escalas muito simples
ria das escalas. ser colocadas em uma única escala, selll participação política. exemplo, os indivíduos podem classifi
Tradicionalmente, indivíduos têm sido que haja uma perda de grandes quantida, posteriormente, uma análise de itens a si mesmos de acordo com alguma ca
colocados em escalas por várias razões. Em des de informação, depende do critério de maiscompleta, realizada com os itens de terística, ou juízes (na maioria das vez
alguns casos o objetivo era o de reduzir a dimensionalidade. Nem todas as escalas eficácia que tinham sido utilizados, e ba- dificadores especialmente treinados) p
complexidade dos dados, de calcular um que discutimos fazem uso explícito da no, seadaem dados coletados durante os anos dem avaliar indivíduos, grupos, ou in
escore único que representasse muitas va- ção de dimensionabilidade, mas este é, sem 60,revelou, contudo, que durante essa tur- tuições de acordo com características
riáveis de tal forma que a análise pudesse dúvida, um conceito importante. bulenta década de quatro itens tinham se cada um possui, colocando-os em um
ser simplificada. Em outros casos, pesqui- separado, de maneira que eles representa- cala. Para a questão "Você se conside
Se todas as variáveis medem as mesmas
sadores procuravam testar a hipótese de características gerais de uma atitude, ou de vam agora duas dimensões diferentes em muito liberal, liberal, tão liberal quan
que muitas variáveis mediam, de fato, uma algum outro atributo de um indivíduo, en- vezde uma única dimensão. Os itens que conservador, conservador ou muito c
única; subjacente a um conceito, de tal for- tão poderíamos poder demonstrar que to- pertenciam a uma das duas dimensões pa- vador?", indivíduos classificam-se a s
ma que se poderia dizer que elas variavam das as variáveis são altamente inter. reciamestar medindo atitudes sobre o po- prios pelas respostas que dão, com ba
na mesma "dimensão" de um conceito. O relacionadas. Supomos que as variáveis tencial de alguém para afetar a vida políti- suas autodesignações de liberalismo
objetivo poderia ser, finalmente, o de re- medem diferentes quantidades de uma mes- ca, ao passo que os itens pertencentes a ou- conservadorismo. Esta resposta perm
duzir o erro nas mensurações e desse mo- ma coisa e consideramos que elas são uni- tra dimensão pareciam estar medindo ati- então, que cada pessoa seja comparad
do aumentar a fidedignidade das medidas dimensionais. Se, contudo, estas relações tudes sobre a capacidade que tinham os po- gitimamente, com outra que também
finais que eram utilizadas na análise. Téc- forem baixas, precisamos pesquisar a pos- líticospara provocar mudanças nos progra- respondido à mesma questão.
nicas para a colocação de indivíduos em es- sibilidade de existência de mais de uma di- mas públicos (Balch, 1974). Ou considere a tarefa dos codifica
calas são utilizadas em muitas ocasiões no mensão. Assim, os procedimentos de co- Em resumo, foi demonstrado empirica- na tentativa de avaliar uma reportage
sentido de atingir todos esses três objeti- locar indivíduos em escalas são também mente que o conjunto de itens não mais nalística sobre a participação do gov
vos. Deixe-nos apresentar' é pretendido em testes da hipótese que as variáveis indivi- media o que eles haviam medido, porque norte-americano na resolução das ho
cada uma dessas tarefas. duais que foram combinadas para forma- a maneira pelas qual estavam inter- dades árabes israelenses, como send
rem um escore de uma única escala podem vorável, neutra ou desfavorável" (Ho
Suponha que há muitas variáveis, todas relacionados havia mudado. E a dimensio-
com o objetivo de relatar a percepção in- ser também agrupadas ao longo de uma nalidade da escala original havia sofrido 1969, p. 107). Os codificadores tentar
dividual de força e fraqueza no que se re- única dimensão. avaliar os conteúdos e formas de apr
uma mudança concomitante.
fere às relações com o governo e com a de- tação da reportagem com base num
É importante enfatizar que a existência Muitas técnicas de construção de esca-
junto de regras que eles haviam sido
finição de programas públicos. Chamemos ou não existência de uma única dimensão lasaumentam a fidedignidade das medidas
estes itens de medida de "percepção de for- nados a usar. A unidade de análise p
reflete uma hipótese de pesquisa que é eo- reduzindo a magnitude dos erros casuais
ser diferente (uma reportagem, em v
ça política" (Campbell et ai., 1954; Camp- mo qualquer outra hipótese. Se ela é oU queestão associados com respostas a itens
um indivíduo), e a variável pode ser
bell et ai., 1960). Seria um tanto enfado- não verdadeira é uma questão de teste: dequestionários e de entrevistas pessoais.
rente (uma caracterização aproxima
nho testar hipóteses sobre força política re- não de especulação. Além disso, o que e Oerro pode também ser reduzido quando
uma matéria de noticiário em vez de
lacionando cada item do questionário in- verdadeiro numa época, para uma amos- a escala é montada a partir de agregados
dividualmente, a outras variáveis que são atitude de uma pessoa), mas ambos
tra, pode não ser verdadeiro numa época detais tipos de respostas, na análise de da-
supostamente relacionadas com força po- matéria de noticiário e o indivíduo
posterior. Podemos novamente considera:, dosagrupados, tais como materiais de cen-
lítica em termos teóricos. A escala permite- colocados em escalas, de tal forma
como um exemplo, o caso da eficáCia so, relatos estatísticos de vários tipos e ou-
podem fazer comparações entre cas
nos simplificar a análise, combinando mui- política. tras medidas (uma vez que a maneira pela
tas variáveis em um único valor. Um segundo tipo muito geral de
Diversas pesquisas realizadas durante oS qUala construção de escalas reduz os er-
é construído combinando-se os esco

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 2/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
Os procedimentos
maior detalhe adiante -neste
discutidos em- pa-
capítulo anos e o início edos
lações50diferentes anos 60,quatro
utilizando com popu'
itenS tos casuais
xapara de mensuração
se detalhar é muito
neste livro, comple-
o leitor de- um determinado número de itens p

50

Page 4
s fossem obrigados a fazer uma avalia- outras coisas, solicitava-se aos suje
mar um único escore em uma escala, co- Têm sido empregados vários tipos de es,
!~o que eles considerassem inadequada, e respondessem a nove afirmações s
mo foi mencionado anteriormente. Indiví- calas de avaliação, mas uma característica.
çll ra permitir que explicassem por que não
mo a eleição de candidatos republi
duos respondem a uma série de itens num é comum a todos os tipos: o avaliador co,
p~d~ria ser feita determinada avaliação. democratas serviria aos maiores in
questionário, ou se coletam medidas de loca a pessoa ou o objeto medido em de,
I' Orna das principais vantagens das esca- do país. As afirmações variavam d
uma série de características sócio- terminado ponto de um contínuo, ou ellJ.
laSgráficas de avaliação é sua relativa fa- rações inequivocamente favorávei
econômicas. Em cada caso, assume-se que uma categoria, numa série ordenada de ca,
cada variável mede uma dimensão mais ge- didatos republicanos:
tegorias; dá-se um valor numérico ao POn, cI'!idadede emprego. ' ..
ral, comum, de tal forma que escores de to ou à categoria. As escalas diferem quan, No entanto, para o emprego eficiente de As eleições de candidatos republican
sidência e vice-presidência em novem
uma escala única representem uma mesma to à sutileza de distinções que permitem e escalas gráficas de avaliação, a experiên-
tamente essencial para os interesses do país em to-
dimensão quando as variáveis são combi- quanto aos procedimentos exigidos para a ciamostrou que é preciso tomar algumas
dos os sentidos.
nadas, mediante as técnicas de construção distribuição de pessoas ou objetos pelas po, precauções no seu planejamento e no seu
da escala, num escore único. emprego, por exemplo, devem ser evitadas a uma posição neutra com relação
sições. Tais diferenças ficarão evidentes ellJ.
Por exemplo, no caso de atitudes sobre afirmações finais tão extremas que prova- candidatos:
nossa discussão de alguns dos tipos mais
integração racial, um homem branco po- comuns de escalas de avaliação. velmente não serão usadas; as afirmações Do ponto de vista dos interesses do país é difícil

de ser caracterizado de acordo com sua descritivas devem ser colocadas de forma decidir se é preferível votar em candidatos
tido Republicano ou Democrata
concordância ou discordância com cada a.corre'Sponder tão diretamente quanto
l?sca/as grá)ficas e vice-presidência, nas eleições de nove
uma das seguintes afirmações: "Preferiria possível aos pontos numéricos na escala.
ter o mesmo número de pretos e brancos Para uma discussão mais minuciosa de prá- e a declarações inequivocamente f
em minhas aulas. Acredito que a qualida- A escala gráfica de avaliação é talvez a ticasque devem ser seguidas na construção dos candidatos democratas:
de de minha formação educacional seria mais amplamente usada. Nesse tipo, o juiz e no emprego de escalas gráficas de ava- A eleição de candidatos democratas

melhor se negros fossem admitidos em mi- (o sujeito, o entrevistador, o observador, liação, o leitor deve consultar Guilford e vice-presidência em novembro
essencial para os interesses do país, em todos os
nha escola; valores de propriedades não o codificador etc.) indica sua avaliação (1954),
sentidos.
caem quando pessoas negras mudam-se pa- através da colocação de um sinal no ponto
ra a vizinhança", e assim por diante. Um adequado, numa linha que vai de um ex- Escalas com itens Em uma parte do estudo, os suj
escore que representasse uma atitude mais tremo a outro do atributo em questão. Os eram, então, instruídos a seleciona
geral sobre o sentimento integracionista po- pontos de escala, com descrições breves, As escalas de avaliação com itens têm si- mação que era mais aceitável por
deria ser, então, construído, somando-se o podem ser indicados ao longo da linha; sua dodenominadas, também, "escalas deca- aquela menos aceitável. (Foram d
número total de respostas de concordân- função não é apresentar categorias distin- tegoria específica" (Krech e Grutchfield, rias outras tarefas para os sujeitos
cia e subtraindo-se, então, o número total tas, mas tão-somente servir de guia para o 1948) e "escalas numéricas" (Guiford, tudo, Por exemplo, sujeitos foram
de respostas de discordância. Presumir-se- juiz, ao localizar sua avaliação. 1954).Nesse tipo de escala, o avaliador es- dos a assinalar todas as outras afir
ia que o escore único representaria uma ati- A Tabela 9.1. é uma escala assinalada colheuma categoria, em certo número de que eram aceitáveis para eles e to
tude mais geral sobre integração racial, por entrevistadores de pessoas que viviam categorias ordenadas de acordo com sua las não aceitáveis. Construiu-se, a
mesmo que cada item individual refira-se em conjuntos residenciais inter-raciais posição na escala. O número de posições desses dados, uma variedade de e
a um aspecto diferente do problema. (Deutsch e Collins, 1951). ou categorias na escala tem variado, de diferentes escalas.) Contudo, mais
Neste exemplo, os itens X e Y foram in- acordo com o problema de pesquisa e os tante para os propósitos do mome
Escalas de avaliação troduzidos para evitar que os entrevistado- tipos exigidos de julgamentos. As escalas classificação simples das afirmaçõ
com cinco ou sete categorias, são as mais mais se aproximam da posição do
Tabela 9.1, Respeito pelos negros no conjunto residencial (coloque um sinal na posição adequada da linha, freqüentemente empregadas, mas muitos tos na eleição. Esta afirmação esp
ou então assinale Xou Y), pesquisadores têm usado até nove ou onze onde o sujeito se localiza, em um
Pontos. referente às atitudes frente aos pa
Tem elevada De modo geral É ambivalente: De modo geral, Tem opinião
As escalas de avaliação com itens, tal co- mocrata e Republicano. Pessoas q
opinião dos ne- respeita os ne- em parte res- pensa que são formada sobre
gros do con- rnoas escalas gráficas, podem ser usadas calizam no extremo pró-republica
gros que mo- peita, em parte inferiores sua inferiori-
junto, sem res- cOmdados obtidos através de diferentes continuum são consideradas favo
ram no con- pensa que são dade
trições iunto rnétodos. Sherif, Sherif e Nebergall (1965), candidatos republicanos, enquant
inferiores
, Po.rexemplo, realizaram um estudo sobre soas que se localizam no extremo
:; <
4 5 6 7
atJtudes pró-republicanas e pró- democrata do continuum são cons
d~rnocratas, durante a campanha presiden- favoráveis aos Democratas. Da m
Cialde 1960nos Estados Unidos. Dentre ma, pessoas que consideram as afi

52

Page 5 pró-democratas "as mais ,qu~stionáveis:'


avaliação. Tais problemas são tratados postos. Aqui, o juiz deve ordenar os indi-
são consideradas desfavoráveis aos candi- so de sentimentos e crenças de que, s
mais adiante nesta seção.
datos democratas, enquanto pessoas que viduos, especificamente, através da relação do se pode esperar, o indivíduo está c
consideram as afirmações pró-republicanas entre eles; indicar qual a pessoa colocada ciente e disposto a relatar, por exemp
as "mais questionáveis" são consideradas
Escalas comparativas no posto mais elevado, em função da ca- atitudes com relação a determinados
desfavoráveis aos Republicanos. racterística que está sendo medida, qual a gramas de televisão -, as auto-avaliaç

Os resultados desse estudo indicam, ain- Ao usar escalas de avaliação, gráficas Ou colocada em segundo lugar, e assim por constituem uma útil fonte de informa
com itens, o avaliador faz seu julgamento diante, até a que está colocada na posição Com relação a certas características d
da, que a aceitação e rejeição são, normal-
do indivíduo, sem referência direta às Po- mais baixa. A ordenação desse modo é usa- tudes - por exemplo, intensidade eim
mente, imagens em espelho uma da outra.
sições de outros indivíduos ou grupos COlll da apenas quando o pesquisador se inte- tância - verificou-se até agora que as
Poucas pessoas gostam ou desgostam de
os quais poderia ser comparado. De Outro ressa por um grupo limitado de indivíduos. avaliações constituem a única fonte s
ambos os partidos igualmente.
lado, as escalas comparativas de avaliação A avaliação que um indivíduo recebe indi- fatória de informação. A atenção dad
As descrições verbais usadas para iden- - como se vê por seu nome - supõem cla- ca apenas sua posição ou seu posto relati- lo pesquisador a algumas questões -
tificar as posições na escala podem variar, ramente esses julgamentos relativos. As po- vo no grupo que está sendo estudado; não exemplo, clara especificação da dime
desde afirmações simples que indicam ape- sições na escala de avaliação são expressa_ é necessário que tenha qualquer utilidade a ser avaliada e definição do quadro
nas graus do atributo, até descrições com- mente definidas através de determinada po- fora do grupo específico, cujos membros ferência ou dos padrões dentro dos
plexas que incluem exemplos do compor- pulação ou determinado grupo, ou ainda estão sendo comparados. devem ser feitas as avaliações - pode
tamento adequado para a categoria. Os através de pessoas de características conhe- contribuir.para reduzir as pos
dois exemplos acima apresentados contêm cidas. Por exemplo, um questionário usa- deformação nas auto-avalíações e pa
Auto-avaliações e avaliações feitas por
definições e ilustrações relativamente mi- do para a seleção de candidatos à admis- mentar sua utilidade.
outros
nunciosas. No outro extremo, Proshansky são em um curso de pós-graduação pode
(1943), na análise de descrições de figuras solicitar, do avaliador, uma estimativa da Todos esses tipos de escala podem ser Construção e uso de escalas: a
num teste projetivo de atitude com relação capacidade de determinado candidato pa- usados para se obter a avaliação do indiví- precauções
a operários, instruiu seus juízes para que ra realizar trabalho de pós-graduação, "em duo por si mesmo, ou a avaliação dele por
avaliassem as descrições através de uma es- comparação com o grupo total de estudan- outra pessoa. Parece razoável supor que o Como no uso de escalas de avaliação
cala de cinco pontos, na qual as duas cate- tes de pós-gradução que você conhece" _ indivíduo está, freqüentemente, em melhor te uma grande parte de julgamento, é
gorias extremas eram definidas apenas co-

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 3/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
mo muito favorável", e "muito desfavo- será que este candidato é mais capaz que posição para observar edescrever seus sen- to possível que o viés pessoal do ava
10 por cento deles? 20 por cento? 30 por timentos, suas crenças, e seus medos que ou dos avaliadores introduza erros si
rável", enquanto a categoria do meio in- cento? O avaliador pode ser solicitado a in- qualquer outra pessoa. No entanto, essa ticos. Um erro sistemático relativame
dicava que era impossível classificar a pes- dicar, por exemplo, se a habilidade de li- suposição só é válida se o indivíduo está comum é o efeito de halo. Se há n
soa como favorável ou desfavorável: a se- derança de um indivíduo se assemelha mais consciente de sua crença e seus sentimen- dade de julgar mais de uma caracterí
gunda e a quarta posições não tinham de- à da pessoa A, da pessoa B ou da pessoa tos, e se está disposto a revela-I os aos ou- de uma pessoa, freqüentementeos
finições específicas, a não ser dizer que de- C (todos conhecidos pelo avaliador e to- tros. Se o indivíduo não está consciente, dores transferem, de uma avaliação p
viam ser usadas para pessoas que estives- dos avaliados através de sua habilidade de por exemplo, de que tem sentimentos hos- outra, uma impressão generalizada d
sem entre a posição extrema e a posição liderança). No primeiro exemplo dado, a tis com relação a determinado grupo mi- soa, ou tentam tornar coerentes as su
intermediária.
fim de fazer uma avaliação válida, o juiz noritário, ou se tem consciência de tais sen- avaliações. '"
De modo geral, quanto mais claramen- precisa ter uma clara concepção da ampli- timentos mas teme as conseqüências de sua Assim, se um avaliador considera
te definidas as categorias, mais precisas tude e distribuição das capacidades do gru- revelação então o procedimento de auto- uma pessoa é acanhada, e se acredita
tendem a ser as avaliações. A quantidade po total de estudantes pós-graduados. Fre- avaliação tem pouco valor. Outra dificul- as pessoas acanhadas são mal-ajustad
de definição necessária depende da natu- qüentemente é difícil construir as escalas dade decorre do fato de que, mesmo que tende a avaliar a pessoa como mal-aj
reza do material do conhecimento que os do segundo tipo, pois pode não haver su- o indivíduo seja capaz de descrever objeti- tada, além de acanhada. É evidente q
codificadores têm dos conceitos incluídos ficiente variação no comportamento de li- vamente seus sentimentos e crenças, sua efeito de halo reduz a validade das av
no estudo, e da sutileza das distinções ne- deranças (ou qualquer outra característica concepção quanto ao que constitui uma po-
cessárias para o estudo. que esteja sendo avaliada) entre as pessoas sição extemada ou moderada pode ser mui- • A tendência para tornar coerentes as av
conhecidas pelos juízes e que possam ser- to diversa da de outros que fazem auto- é diversa do que Newcomb (1931)descre
Os problemas existentes na construção
vir como exemplos para os vários pontos avaliações comparáveis. "erro lógico", isto é, osjuízes freqüentem
e aplicação de escalas de avaliação com
na escala. sentam avaliações semelhantes dos traço
itens são, em sua maioria, semelhantes aos Apesar das dificuldades aí existentes,
recem logicamente relacionados. Ver tam
Outro procedimento comparativo ou re- verificou-se que as auto-avaliações são úteis
que caracterizam outros tipos de escalas de cussão do efeito de halo e de outras tend

54
lativo de avaliação é a escala de ordem de
na mensuração de atitudes sociais. No ca- em Phillips (1971, pp. 12-49).

Page 6 tos independentes para reunir aos prime


ções de alguns traços e introduz um grau determinada pessoa - seja por diferent orias devem ser usadas, a não ser que se
espúrio de correlação positiva entre os tra- avaliadores, seja pelo mesmo avaliador ees g pregue uma escala gráfica na qual o ava- ou dos quais se tira uma média, a fim de
ços avaliados. momentos diferentes, sem ele saber qU~eltt e,tndor possa analisar qualquer ponto nu- gar a um escore final (ver Murray et 01
l111alinha contínua. Não existe regra sim- 1938). Muitas pesquisas demonstraram
Outro tipo freqüente de erro sistemáti- tá avaliando a mesma pessoa. Evident s,
~es para a determinação do número óti- perioridade da média, ou do consenso, d
co é o erro da generosidade. Aqui, a ten- mente, esta última condição só pode sers:'
P o de posições. Evidentemente, uma con- julgamentos de várias pessoas, com rela
dência do avaliador é superestimar as qua- tisfeita quando as avaliações são feita'
~deração básica é o grau de diferenciação ao julgamento de um só indivíduo (vide
lidades desejáveis das pessoas de quem gos- através de material registrado - por exeltt~
phy, Murphy eNewcomb, 1937)porque
ta mais. Foram identificados, também, ou- plo, respostas e perguntas de entrevista S uese deseja na medida. No entanto, qual-
~uer que seja a exigência do problema de asuais tendem a ser eliminados quando
tros erros freqüentes. Por exemplo, os ava- descrições de comportamento ou Outra'
esquisa, outros fatores devem ser consi- combinam várias avaliações independen
liadores tendem a evitar julgamentos extre- fontes das quais a informação identifica~
mos e a distribuir os indivíduos pelas cate- dora pode ser suprimida. ~erados: 1) a capacidade de discriminação Seria relativamente inútil tentar disc
gorias mais moderadas. Murray et 01. Evidentemente, os erros sistemáticos re. doSjuízes ou avaliadores, considerando-se, minuciosamente o que constitui
(1938) identificaram o erro de contraste, no duzem a validade das avaliações. Existeill .também, até que ponto têm treinamento e avaliador, pois existem poucas pesquisa
qual existe uma tendência do avaliador pa- também erros casuais que reduzem sua prs, experiência; 2) o tipo de características que definitivas a respeito. No entanto, algum
ra ver, em determinado traço, os outros co- cisão. Uma fonte freqüente de imprecisão devem ser julgadas; por exemplo, se são conclusões gerais parecem justificadas.
mo opostos a ele. Verificaram, por exem- entre diferentes avaliadores, é o fato de, e~ atributos "internos" e complexos, ou se primeiro lugar, não apenas os indivíduo
plo, que os avaliadores muito organizados qualquer avaliação, estar implícito um qua, são atributos externos, mais manifestos; 3) diferem em sua capacidade como avalia
avaliavam os outros como relativamente dro de referência; diferentes avaliadores as condições em que devem ser feitas as res, mas o mesmo indivíduo difere em
desorganizados, enquanto os avaliadores podem usar diferentes quadros de referên_ avaliações; por exemplo, se são baseadas capacidade para avaliar diferentes carac
menos organizados tendiam a ver os outros cia ao descrever os indivíduos através de em grandes quantidades de dados (longos rísticas. Um bom avaliador de determin
como mais organizados. determinada característica. Por exemplo, períodos de observação da pessoa, ou mui- da característica pode ser mais
Evidentemente, uma forma de reduzir os a avaliação de uma pessoa como "conser- to conteúdo de comunicação) ou em pou- para outra. Em outras palavras, a capac
erros sistemáticos como os acima descritos vadora" ou "radical" tem sentido a par- cos dados (observação rápida ou conteú- dade para julgar não é geral; é uma fun
é treinar cuidadosamente os avaliadores e, tir dos grupos de referência do avaliador do limitado de comunicação). ção muito especializada no indivíduo. E
sobretudo, torná-los conscientes da possi- - as normas de grupo em que pensa ao fa- Tais fatores interagem em seu efeito no segungo lugar - ao contrário do que dir
bilidade de tais vieses. É possível dar pas- zer sua avaliação. A falta de correspondên- grau de refinamento possível na escala de a expectativa geral-, a fami
sos específicos para reduzir a probabilida- cia entre avaliações de diferentes observa- avaliação. Para avaliar comportamentos a pessoa a ser avaliada não provoca au
de de tipos específicos de erro. Por exem- dores se deve, freqüentemente, ao fato de relativamente manifestos, é possível usar to da validade das avaliações. Guilfo
plo, a tendência para evitar o emprego de fazerem avaliações a partir de diferentes uma escala mais diferenciada, mesmo com (1954) indicou que o conhecimento pro
posições extremas pode ser contrabalança- grupos de referência. juízes relativamente pouco sofisticados, gado freqüentemente provoc
da através da apresentação de títulos me- É possível aumentar a precisão ou fide- desde que adequadamente treinados. Do ros de generosidade. Em terceiro lugar
nos extremados para tais posições. As pes- dignidade, não apenas por treinamento cui- outro lado, se é preciso julgar atributos confiança no próprio julgamento não é
soas têm maior tendência para assinalar. dadoso dos avaliadores, mas também pela complexos e não existem juízes experimen- cessariamente, indicação de sua valid
"Estou satisfeito com meu trabalho", que: atenção à construção da escala de avalia- tados, pode ser necessário empregar uma Pelo menos uma pesquisa (Kelly e Fis
"Estou inteiramente satisfeito com meu ção. Definições claras da característica me- escala menos diferenciada a fim de conse- 1950) mostrou relação inversa entre c
trabalho"; no outro extremo, têm maior dida e das várias posições na escala, bem guir avaliações fidedignas. Em qualquer ca- fiança e validade das predições. No en
tendência pata assinalar: "Existem muitas como a clara especificoção do grupo de re- so, todos esses fatores devem ser conside- to, Guilford (1954) citou um estudo an
coisas de que não gosto em meu trabalho", ferência, ajudam a reduzir a imprecisão. rados ao determinar o número de distin- rior, realizado por Cady, que indicava
que: "Não gosto de coisa alguma em meu Sempre que possível, as definições dos pon- Çõesque devem ser incluídas na escala de os julgamentos a respeito dos quais o a
trabalho". O "erro de generosidade" po- tos da escala devem incluir ilustrações con- avaliação. Muito frequentemente, há ne- liador está seguro são muito mais fided
de ser reduzido através do emprego de ter- cretas de respostas a perguntas, de tipos d.e cessidade de teste preliminar antes de uma nos que aqueles a respeito dos quais e
mos descritivos relativamente neutros, em comportamento, de conteúdo de comuni- decisão final. menos seguro. Em quarto lugar, quase
vez de termos valorativos; por exemplo: cação. Deve-se considerar cuidadosamen- Geralmente, a fidedignidade das avaliações dos os estudos de validade de avaliaçã
"Não aceita facilmente maneiras novas de te a distinção entre posições adjacentes na aumenta consideravelmente quando se faz recem indicar que as pessoas possuem
fazer as coisas ou novas opiniões", em vez escala; por exemplo, a diferença entre "fa- cOmque vários avaliadores trabalhem em alto grau alguma característica consid
de "rígido". É possível reduzir ou elimi- vorável" e "muito favorável". da de modo geral não-desejável são m
equipe - façam julgamentos independen-
nar inteiramente os efeitos de halo, atra- tes, comparem suas avaliações e discutam juízes dessa característica, tanto em si
Ao construir uma escala de avaliação- é
vés de várias avaliações independentes de preciso decidir quantas posições ou cate- suas discrepâncias, façam outros julgamen- mo como nos outros.

56

Page 7
Questionários que formam escalas pio, numa escala que mede anti-semitislll eextremos opostos quanto àatitude, mas as discussões minuciosas sobre escalas d
o item seguinte tem relação manifesta Coo, tf mbém entre indivíduos que têm peque- atitude em Dawes, Singer e Lemons, 197
Como já foi indicado, existe uma gran- a atitude que está sendo medida: "Todoll) t~ diferenças, geralmente se incluem itens Edwards, 1957; Horst, 1968; e Scott, 196
.
que empregam muitas pessoas, d evern te S
flue discriminem em diferentes pontos da

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 4/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
de parte
dor de um
coloca julgamento
indivíduoquando um avalia-
numa escala de cuidado para não empregar uma grandr Qscala. Assim, um teste de opiniões sobre Escalas diferenciais
avaliação, a partir de seu comportamento porcentagem de judeus" (Adorno et aie eráticas de educar crianças, na dimensão
observado, suas respostas a perguntas aber- 1950). No entanto, a relação não precis~' f.permi~sivo-restritivo, deve conter .n~o As escalas diferenciais para a mensur
tas, ou outras respostas. Para criar proce- necessariamente, ser evidente. Na realida: apenas itens que representem uma posiçao ção de atitudes estão muito ligadas ao n
dimentos que permitam a colocação de um de, existe grande vantagem em usar itens extremamente restrítiva eoutros que repre- me de L. L. Thurstone. Os métodos que
indivíduo numa escala, com menos proba- que, superficialmente, não têm relação cOl11 sentem uma posição extremamente permis- criou representam tentati
bilidade de erro, têm sido construídos ques- a atitude que se mede. Isso pode evitar qUe siva, mas também itens intermediários, que aproximar-se de escalas intervalares. Um
tionários padronizados. Nesta abordagem, a pessoa esconda ou deforme sua atitude representem restritividade moderada, per- escala intervalar é aquela em que são co
o indivíduo não se descreve diretamente Assim, em seu estudo da ideologia antide~ missividade moderada, e algum ponto in- nhecidas as distâncias entre os pontos do
através de sua posição em determinada di- mocrática, Adorno e seus colaboradores termediário. No entanto, alguns tipos de instrumento de medida, e na qual
mensão. Em vez disso, exprime seu acor- usaram muitos itens que não têm relação escala permitem a identificação de posições tâncias numéricas iguais representam
do ou desacordo com algumas afirmações aparente com essa atitude - por exemplo: moderadas, através da expressão de vários tâncias iguais no contínuo que está send
relevantes para tal dimensão: a partir des- "Quando uma pessoa tem um problema Ou graus de acordo ou desacordo com itens ex- medido. Tais escalas permitem a compa
sas respostas, recebe um escore. No pro- uma preocupação, é melhor que não peno tremos, e não pela inclusão de itens ração de diferenças ou mudanças na atit
cesso de padronização do questionário, o se nisso e se ocupe com coisas mais ale- intermediários. de, pois a diferença entre um escore de
pesquisador estabelece uma base para in- gres". Esse item é um dentre vários que in- e um escore de 7 é equivalente à diferen
A maneira pela qual uma escala discri-
terpretar esses escores como indicadores de dicam a preparação ou falta da prepara- entre um escore de 6 e um escore de 10
mina entre indivíduos depende da constru-
posições na dimensão. Como essa técnica ção da pessoa para adotar uma visão psi- bem como à diferença entre dois outros
ção da escala e do método de atribuição
tem sido usada mais freqüentemente na cologicamente compreensiva de outras pes- cores quaisquer que estejam a quatro po
dos escores. Em algumas escalas, os itens
mensuração de atitudes, nossa discussão soas e de si mesma. Segundo a teoria, as tos de distância.
formam uma gradação de tal natureza que
focalizará as escalas de atitude. pessoas que não têm compreensão e auto- Uma escala diferencial consiste de a
o indivíduo irá provavelmente concordar
As escalas de atitude diferem entre si conhecimento psicológico têm uma estru- itens cuja posição na escala foi verificad
com apenas um ou dois, os quais corres-
quanto ao método de construção, método tura de personalidade (por exemplo, maior por algum tipo de ordenação ou avaliaç
pondem à sua posição na dimensão que es-
de resposta e base para interpretação dos hostilidade reprimida ego mais fraco etc.) realizada por juízes. Têm sido, usados v
tá sendo medida, e irá provavelmente dis-
escores. Nesta seção serão discutidos dife- que as predispõe a uma ideologia anti- rios métodos para a obtenção de julgam
cordar das afirmações que estiveram aci-
rentes tipos de escalas de atitude. democrática *. ma ou abaixo dos itens que escolher. Tais tos de posição na escala: o método de
Geralmente as perguntas ou itens sepa- parações aos pares (vide Thurstone
rados de uma escala de atitude não têm in-
o segundo critério exige que a escala di-
escalas, nas quais a resposta de uma pes-
1928); o método de intervalos de ap
ferencie entre pessoas que estão em dife- soa localiza sua posição, são às vezes de-
teresse por si mesmos: ao contrário, o in- cia' igual (vide Thurstone,
rentes pontos da dimensão que está sendo nominadas escalas diferenciais- Em outras
teresse está no resultado total ou nos sub- Thurstone e Chave, 1929); o método de
medida. Para discriminar não apenas en- escalas, o indivíduo indica seu acordo ou
resultados que cada indivíduo obtém com desacordo com cada item, e seu resultado
tervalos sucessivos (vide Saffir, 193
a combinação de suas respostas a vários tá fora dos objetivos deste livro dar os
total é calculado pela soma de resultados
itens. A suposição aceita é a de que escore • Evidentemente, tais itens indiretos não podem ser menores de tais procedimentos; aprese
parciais atribuídos a suas respostas em to-
usados como medidas da atitude que está sendo estu- remos apenas o método de intervalos
total irá indicar a posição de cada indiví- dos os itens separados; tais escalas são às
dada, apenas a partir de suposições teóricas sobre Sua
duo em uma atitude mais geral. Com efei- aparência igual, de Thurstone, que
relação com a atitude. Antes de serem aceitos como vezes denominadas escalas somatÓrias. Ou-
to, qualquer conjunto de itens será tão bom medidas adequadas, épreciso demonstrar sua relação comum ente usado.
tras são estabeleci das de forma que os itens
quanto qualquer outro, desde que dê os com a atitude. (Essa afirmação étambém correta pa- Ao selecionar os itens para a escala
formem uma série cumulativa: teoricamen-
mesmos resultados finais na atitude espe- ra itens que parecem ter uma relação manifesta com atribuir-lhes valores, segue-se o seguin
a atitude que está sendo estudada.) Assim, no estud~ te, um indivíduo cuja atitude se coloca em
cífica que está sendo medida. procedimento: 1) o pesquisado
de ideologia antidemocrática, a hipótese de que a - certo ponto da dimensão que está sendo
Ao selecionar os itens para uma escala, rias centenas de afirmações que, segun
guns itens, como o citado, estavam ligados à ideolo- rnedida responderá favoravelmente a todos
geralmente se usam dois critérios. Em pri- gia antidernocrática foi testada - e revelada - por supõe, estão ligadas à atitude que está
Ositens de um lado desse ponto, e desfa-
meiro lugar, os itens devem provocar res- análise da diferença entre respostas a tais itens de pes- do pesquisada; 2) um grande número
Voravelmente a todos os do outro lado.
soas conhecidas, por outras razões, por sua ideolo- juízes - geralmente de 50 a 300 - traba
postas psicologicamente relacionadas com Nos parágrafos seguintes serão discutidos
gia democrática, e as respostas de pessoas que, Sc;gUO-
a atitude que está sendo medida. Por exem- lha independentemente e cl
do se sabia, tinham uma ideologia antidemocratlca, tOdos esses tipos de escala. (Ver também

58

Page 8
tudes em onze grupos. No primeiro grupo, A tabela 9.2 é um exemplo de itens de llll) s itenS que o indivíduo assinala é inter- assinala, padrões fundamentalmente
o juiz coloca as afírmações que considera escala tipo Thurstone, e foi retirado de u~ dOetadacomo indicação de sua posição nu- sos de atitudes podem exprimir-se no m
mais favoráveis ao objeto; no segundo, as estudo de MacCrone sobre atitudes cOmte praescala de atitude favorável-desfavorável mo escore. Por exemplo, na escala de
que considera logo abaixo; no décimo pri- lação aos nativos da Africa do Sul (1937): fll rn relação ao objeto. tudes com relação a nativos da África
meiro grupo, as afirmações que considera CO • Id . Sul, antes apresentada, um indivíduo q
teoricamente, se uma esca a o tipo
mais desfavoráveis. A sexta posição, "neu- Tabela 9.2. Atitude com relação aos nativos da Á.fri. assinala os dois itens moderadamente
ca do Sul.
'l"hurstone é inteiramente fidedigna e·se a
tra", é definida como o ponto em que não ti", .15e 17, obtém um resultado de 8,5

--
scala mede uma única atitude e não um
existe "favorabilidade", nem "desfavora- mediana de seus valores de escala). Ou
Valor na [tem eonjunto de atitudes, um indivíduo deve-
bilidade"*; 3) o valor de escala de uma Escala ~ia assinalar apenas itens imediatamente indivíduo, que assinala os itens 1, 15,
n."
afirmação écalculado como a posição me- 0,8 11. contíguos no valor de escala - por exem- e 22 (talvez porque o 22 tenha, para el
Preferiria ver o povo bra~
diana (ou grupo mediano) em que foi co- der sua posição neste país a 10, os itens 15 e 17 no caso acima apre- um sentido diferente do que tem para o
locada pelos juízes. São eliminadas, como mantê-Ia à custa da injustiça pa, ~entado. Se as respostas de um indivíduo juízes), também recebe um escore de 8
ambíguas ou irrelevantes, as afirmações ra com o nativo.
sedispersam amplamente por itens não- mediana dos valores de escala desses i
que tenham dispersão muito grande. 4) contíguos, seu escore tende a não ter o mes- Os dois indivíduos são avaliados como
3,1 3. Acho que o homem branco, ao
Faz-se a seleção final, considerando-se os mo sentido de um escore com pouca dis- tivessem o mesmo grau de precon
colocar restrições tais Como o
itens que se distribuem uniformemente pela "Impedimento da Cor", para o persão. As respostas dispersas podem in- bora o segundo, ao contrário do
escala, de uma posição extrema a outra. É nativo, procura, na realidade dicar que o sujeito não tem atitude ou que tenha assinalado o item mais de
freqüentemente possível construir formas explorá-Io economicamente. '
sua atitude não se organiza na forma su- da escala.
equivalentes da escala, a partir de itens que 3,8 22. Acho que a comunidade branca
posta pela escala. Não existe razão a prio- Um problema ainda mais sério con
não foram usados na forma original. deste pais tem uma divida real de ri para esperar que todas as pessoas tenham saber até que ponto os valores de esca
gratidão para com os missioná. atitudes com relação às mesmas coisas ou buídos aos itens são influenciados pela
A escala resultante tipo Thurstone con- rios, pela maneira com que ten- que as dimensões das atitudes sejam as tudes dos juízes. Será que a formação
siste de uma série de afirmações, geralmen- taram erguer o nativo. mesmas para todas as pessoas. atitudes dos juízes influem na posição
te em número de vinte; a posição de cada 8,4 Foram levantadas diversas objeções à es- vários itens na escala? Evidentemente
17. Penso que o nativo é tão infan-
afirmação, numa escala de atitude til e tão irresponsável que não se cala tipo Thurstone. Primeiro, muitos fa- sa é uma pergunta que deve ser respon
favorável-desfavorável com relação ao ob- pode esperar que saiba o que é zem restrições à quantidade de trabalho ne- da por pesquisa experimental. Alguns
jeto, determinada pela classificação dos melhor para ele. cessária para a sua construção. Sem dúvi- tudos iniciais deram apoio à opinião d
juízes. Os sujeitos, ao preencher o questio- 8,6 da, o procedimento é trabalhoso, e essa é os valores de escalas atribuídos não d
15. Acho que não se pode colocar o
nário, devem assinalar cada afirmação com uma das razões pelas quais não tem sido diam da atitude dos juízes (Hinckley,
nativo em posição de confiança
que concordam, ou assinalar os dois ou três ou de responsabilidade. tão empregado como o era inicialmente. MacGrone, 1937; Beyle, 1932; Fergu
itens que estão mais próximos de sua No entanto, Edwards (1957) diz que, 1935; Pintner e Forlano, 1937; Eysen
10,2 2.
posição. A idéia de contato com a pele ne-
diante dos desenvolvimentos recentes em Crown, 1949). Essa conclusão foi que
gra ou escura do nativo provo-
técnicas para economizar tempo, o tempo nada a partir dos resultados de alguns
ca horror e repugnância.
eo trabalho necessário para construir uma tudos posteriores (Hovland e Sherif, 1
• Em toda esta seção, com o objetivo de simplifica-
I.
ção, a discussão é apresentada através de escalas que 10,3 Acho que o nativo serve apenas escala pelo método de intervalos de apa- Trabalhos recentes (Upshaw, 1965
medem a dimensão favorável-desfavorável com rela- para o trabalho "sujo" da co- rência igual não são muito diversos dos ne- tanto, têm revelado que o efeito das at

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 5/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
ção a algum objeto. Evidentemente, uma escala po- munidade branca. cessários para construir uma escala soma- dos juízes impõe apenas uma transfor
de estar voltada para outra dimensão, por exemplo,
tória. De qualquer modo, é duvidoso que linear nas avaliações. Portanto, a natu
liberalismo-conservantismo de opiniões sociais, polí-
ticas ou econômicas; sermissividade-restritividade se Evidentemente, os valores de escala não algum dia sejam criados métodos simples dos intervalos é mantida. Pode-se con
assim por diante de opiniões a respeito de educação são apresentados no questionário, e os itens Para a construção rigorosa de escalas. Tal- seguramente que o procedimento
de crianças. Ao criar escalas tipo Thurstone, as ins-
geralmente são dispostos em ordem casual, Veza mensuração exata de atitudes seja um criar intervalos da aparência igual forn
truções para os juízes especificam a dimensão na qual problema inevitavelmente complexo.
e não na ordem de seu valor de escala. A ce, de fato, uma escala intervalar, den
os itens devem ser colocados. Ao criar uma escala para
a medida de liberalismo-conservantismo, os juízes, se- média (ou mediana)* dos valores de escala Uma segunda crítica diz que, como o es- da amplitude principal dos valores de
riam instruídos para colocar no primeiro grupo os COrede um indivíduo é a média ou media-
itens que consideram mais liberais, no décimo na dos valores de escala dos vários itens que
primeiro os que consideram mais conservadores. Os
• Thurstone, a partir da suposição de que as escalas Escalas somatôrias
mesmos procedimentos e princípios se aplicam quando
construídas por esse método eram verdadeiras
las de intervalo, defendeu o emprego de estatísticas
esca-
-----------
PosiÇão mais prudente de que os intervalos não são
a dimensão a ser medida é favorável-desfavorável, ou Uma escala somatória, como uma
qualquer outra. adequadas para escalas de intervalo _ a média e o
realmente iguais, defenderam o emprego da mediana
desvio-padrão. Outros pesquisadores, a partir da su- cOmo adequada para escalas ordinais. diferencial, consiste em uma série de
60

Page 9 aos quais é solicitado a responder. No en- cias sociais são do tipo Likert. Nessa esca, rio deve ser usado. As pessoas indicam sua uma escala do tipo Likert construíd
tanto, não se faz qualquer tentativa para Ia os sujeitos devem responder a cada item resposta a cada item, assinalando uma das damente tem várias vantagens sobr
encontrar itens que sejam igualmente dis- em termos de vários graus de'acordo ou de: categorias de acordo-desacordo. 3)As res- Thurstone. Em primeiro lugar, perm
tribuídos numa escala de favorável- sacordo, por exemplo, 1) aprovo inteira, postas aos vários itens são codificadas de emprego de itens que não estão exp
desfavorável (ou qualquer dimensão que se mente, 2) aprovo, 3) indeciso, 4) desapro, JJlodo que uma resposta que indica a ati- mente ligados à atitude estudada. N
queira medir). Ao contrário, são usados vo, 5) desaprovo inteiramente*. Abaixo Sào tude mais favorável recebe o escore mais todo de Thurstone, a necessidade d
apenas itens que parecem nitidamente fa- apresentados vários itens de uma escala ti, elevado. Não importa que 5 seja elevado do entre os juízes tende a limitar os
voráveis ou nitidamente desfavoráveis ao po Likert, a escala Mach IV, utilizada Por e 1 baixo, ou vice-versa. O importante é ao conteúdo que está obviamente li
objeto, e não os itens neutros ou "levemen- Christie e Geis (1970) para medir o maquia, que as respostas sejam avaliadas coerente- atitude estudada; no método de Lik
te" favoráveis ou desfavoráveis. Em vez de velismo, ou o desejo de manipular Outras mente, em função da orientação de atitu- se incluir qualquer item que se veri
assinalar apenas as afirmações com que pessoas. de que indicam. O fato de "aprovo" ou empiricamente, ser coerente com o
concorda, a pessoa indica seu acordo ou "desaprovo" ser a resposta favorável a um total. Em segundo lugar, geralment
Os sujeitos foram instruídos para que in- sidera que a escala tipo Likert é de
desacordo para cada item. A cada respos- item depende, naturalmente, de seu conteú-
dicassem o grau de concordância ou dis-
ta é atribuído um valor numérico que in- do e de sua redação. 4) O escore total de trução mais simples. Em terceiro lu
cordância com cada um dos itens da esca_
dica o fato de ser favorável ou desfavorá- cada indivíduo é calculado pela soma de a ser mais fidedigna que uma escal
la Mach IV, assinalando um número que
vel; freqüentemente, as respostas favorá- seus escores nos itens. 5) As respostas são tone com o mesmo número de itens
corresponde a um total acordo, acordo,
veis são codificadas com valores positivos, analisadas para verificar quais os itens que e Hill, 1967). Dentro de certos limi
sem posição, desacordo ou total desacor- dedignidade de uma escala aument
e as desfavoráveis com valores negativos. discriminam mais claramente entre os que
do com cada item. Dentre os itens que se
A soma algébrica dos escores das respos- obtêm resultados elevados e os que obtêm dida em que se aumenta o número
mostraram ser fortemente relacionados síveis respostas alternativas; a esca
tas do indivíduo a todos os itens separados resultados baixos na escala total. Por exem-
com o escore total da escala (isto é, aque- po Likert permite a expressão de vá
dá seu escore total, que é interpretadoco- plo, as respostas daqueles cujos resultados
les que discriminaram bem nos testes ini- ralmente cinco) graus de acordo-de
mo representação de sua posição numa es- totais estão no quartil superior eas dos que
ciais entre altos e baixos resultados em ma-
cala de atitude favorável-desfavorável com estão no quartil inferior podem ser anali- enquanto o item de escala Thurston
quiavelismo) estão os seguintes: mite apenas uma escolha entre dua
relação ao objeto. O princípio em que se sadas, a fim de verificar, para cada item,
fundamenta o uso desses resultados totais 2. A melhor maneira de manipular pessoas é dizer- até que ponto diferem as respostas desses alternativas. Em quarto lugar, a am
como base para a colocação dos indivíduos Ihes o que querem ouvir. (+) grupos de critérios. Os itens que não apre- de de respostas permitidas a determ
10. Quando você pede a alguém que lhe faça algo, item, numa escala tipo Likert, apre
numa escala, parece ser o seguinte: a pro- sentam uma alta correlação com o resulta-
é melhor dar as reais razões para se querer fazer,
babilidade de concordar com qualquer do total, ou que não provocam respostas na realidade, informação mais prec
do que dar razões que tenham maior peso. (-)
item, numa série de itens favoráveis a res- 18. É difícil progredir sem cortar caminhos aquie diferentes dos que apresentam resultados bre a opinião do indivíduo a respei
peito de um objeto, ou de discordar de ali. (+) elevados e baixos no resultado total, são tão apresentada por este it
qualquer item desfavorável varia direta- 17. Barnum estava muito enganado quando disse eliminados para assegurar que o questio- A escala de tipo Likert não pret
que nasce um trouxa a cada minuto. (-)
mente com o grau de favorabilidade da ati- nário seja "internamente coerente" - is- mais que uma escala ordinal: val
15. É'prudente bajular pessoas importantes. (+)
tude de um indivíduo. Por isso, pode-se es- 9. De qualque modo, é melhor ser humilde e no- to é, que cada item esteja relacionado com permite a ordenação de
perar que um indivíduo com atitude favo- nesto do que ser importante e desonesto. (-) a mesma atitude geral. vés da favorabilidade de
rável responda favoravelmente a muitos O procedimento para a construção de relação a determinado
A escala tipo Likert, como a escala
itens (isto é, concorde com muitos itens fa- uma escala tipo Likert é o seguinte: 1)o apresenta uma base para dizer qua
Thurstone, tem sido usada amplamente em
voráveis ao objeto e discorde de muitos pesquisador reúne um grande número de indivíduo é mais favorável que ou
estudos de moral, de atitudes com relação
itens desfavoráveis); pode-se esperar que itens considerados relevantes para a atitu- para medir a quantidade de mud
a negros, de atitudes com relação a inter-
um indivíduo ambivalente responda a fa- de pesquisada e que sejam claramente fa- pois de certa experiência. Do pont
nacionalismos, eem muitos outros estudos.
vor de alguns e contra outros; que um in- voráveis ou desfavoráveis. 2) Tais itens são ta do nível de mensuração que gos
Mas como foi apontado por Triandis
divíduo com atitude desfavorável respon- aplicados num grupo de pessoas represe~- de obter com nossos instrumentos
(1971), só porque uma escala é denomina-
da desfavoravelmente a muitos itens. tativas daquelas com as quais o questiona- naturalmente, uma desvant
da "tipo Likert", não se pode garantir que
O tipo de escala somatória mais freqüen- ela tenha sido construída através de uma Outra desvantagem da escala ti
temente usado no estudo de atitudes sociais . de é o fato de freqüentemente
• Embora Likert tenha usado cinco categonas ú análise de itens, como descrito anterior-
n-
segue o modelo criado por Rensis Likert acordo-desacordo, alguns pesquisadores usara~ ero rente. Muitos pesquisadores usam "ata- de um indivíduo não apresentar um
(1932) e é denominado escala tipo Likert. mero menor, enquanto outros empregaram num"i, ficado muito claro, pois diferentes
hos" e se referem às suas escalas como
maior de categorias. Muitas escalas somatónas ~o, de resposta aos vários itens podem
Na realidade, a maioria das escalas nor- gem apenas uma expressão de acordo ou desacor sendo "escalas tipo Likert", quando ape-
malmente utilizadas em pesquisas das ciên- sem indicação de grau. nas o formato é comum àquele tipo. Mas zir ao mesmo escore.

62

Page 10

te, um indivíduo que responde favoravel- Tabela 9.3.Escala Bogardus de distância social.
Esta desvantagem é menos grave à me-
I"struções: Para cada raça ou nacionalidade abaixo indicadas, assinale cada uma das classificações em que
dida que uma cuidadosa análise de itens ga- mente ao item 2, também responde favo-
você estaria disposto a admitir a pessoa média dessa raça ou nacionalidade (nem as melhores pessoas que
rante que apenas serão incluídos, na deter- ravelmente ao item 1; quem responde fa- você conheceu nesse grupo, nem as piores). Responda de acordo com as suas primeiras reações.
minação do escore final, aqueles itens que voravelmente ao item 3 também responde
discriminam entre os escores totais altos e favoravelmente aos itens 1e 2, e assim por
baixos da escala. diante. Assim, todos os indivíduos que res- o .,,> E: E:
0-
~ o ~, ~ •.!. ~
~~
Já assinalamos que as escalas tipo Thurs- pondem favoravelmente a determinado ~s ::s .!!!> i!~ ~~
..•e
.S!
c::
.~ E:
tone também estão sujeitas a este tipo de item devem ter escores mais elevados na es- -§ "::sE:~ ~.~ ~~ ~~ o.g
crítica, mas este se aplica ainda mais niti- cala total que os que respondem desfavo- ~~ ~ o ·5 o ~~
~2. E:
8 51,,,>
~ •.. E: E: E: E:
damente às escalas tipo Likert, porque es- ravelmente a esse item. O escore do indiví- ~8. ~8 ~8
~·5 o
~E:~
'e e
~ E: ~ã2.
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 6/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
sas escalas permitem um número maior de duo é calculado através da contagem do
diferentes possibilidades de resposta. Pa- número de itens a que responde favoraval- I
Inglês 2 3 4 5 6
rece razoável supor que dois escores totais mente. Esse resultado o coloca na escala
de atitude favorável-desfavorável, forneci- Negro I 2 3 4 5 6
semelhantes, mas que estão baseados em
diferentes combinações de respostas aos di- da pela relação entre os itens.
Francês I 2 3 4 5 6
ferentes itens da escala, poderiam estar re- Às vezes, os itens são apresentados na
fletindo diferentes "atitudes". Assim, escala de acordo com uma ordem de favo- Chinês I 2 3 4 5 6
pode-se questionar seriamente se a escala rabilidade; às vezes são apresentados de
Russo etc. I 2 3 4 5
tipo Likert satisfaz realmente os requisitos maneira casual. Geralmente, não se faz 6

de uma escala ordinal, e muito menos ain- qualquer tentativa para verificar se os in-
da, os de uma escala intervalar. No entan- tervalos entre os itens são iguais; por isso,
to, apesar das deficiências da fundamen- na prática as escalas cumulativas são esca- tras escalas, o conteúdo do item deve ser de diferentes grupos de pessoas com rela-
tação teórica para a construção desse tipo las ordinais. considerado ao decidir se uma resposta ção a várias nacionalidades. Pode-se notar
de escala, os escores obtidos através do Uma das primeiras escalas usadas na "Sim" deve ser avaliada como favorável que as inversões podem ser quase sempre
questionário tipo Likert freqüentemente mensuração de atitudes, a escala Bogardus ou desfavorável. Como 6 e 7 são, funda- interpretadas através da interferência de al-
fornecem, em termos pragmáticos, a base de distância social (vide Bogardus, 1925, mentalmente, afirmações de exclusão, a gum outro fator, além da atitude do indi-
para uma ordenação aproximativa de pes- 1928, 1933), pretendia ser uma escala de ti- ausência de sinal constitui a resposta favo- víduo com relação ao grupo considerado
soas quanto à característica que está sen- po cumulativo. A escala de distância social, rável a esses dois itens. Assim, nem 6 nem - por exemplo, a imagem que os outros
do medida. que se tornou uma técnica clássica para a 7devem ser assinalados para determinado teriam dele, ao saber que vive em certo

Em última análise, o que está envolvido mensuração de atitudes quanto a grupos ét- grupo, se qualquer dos outros números es- bairro, ou sua expectativa com relação ao
nessa discussão é a questão da validade da nicos, apresenta certo numero de relações tiver assinalado). Se o indivíduo não assi- .impacto, nos valores de imóveis, na-acei-
escala. Questões de validade sempre envol- às quais os membros do grupo poderiam nalou 3 (disposto a admitir em minha rua, tação de indivíduos do grupo minoritário

vem questões de fato, as quais não podem ser admitidos. A pessoa deve indicar, para como vizinhos), deve-se esperar, pela lógi- na sua rua.
ser resolvidas meramente através da espe- nacionalidades ou grupos étnicos especifi- ca, que também não assinalaria 2 ou 1, No fim da década de 20 ~ no início da
culação. O problema de saber se é possível cados, as relações às quais estaria disposta No conjunto, verificou-se que esses itens década de 30, com o aparecimento dos mé-
atribuir, com significado, o mesmo escore a admitir membros de cada grupo. Sua ati- formam uma escala cumulativa. No entan- todos de Thurstone e Likert, deixou-se de
a diferentes combinações de.respostas é um tude é medida pela proximidade de relações to, na prática ocorrem algumas inversões. dar atenção às escalas cumulativas. No en-
problema que se coloca para a investiga- que está disposta a aceitar. A escala de ti- Por exemplo, alguns indivíduos que não tanto, na década de 40 vimos reaparecer o
ção empírica. po Bogardus é exemplificada na tabela 9.3. gOstariam de viver com porto-riquenhos no interesse por técnicas destinadas a verifi-
Os itens usados na escala de BogarduS ll1esmo edifício, não teriam objeções a eles car se os itens de uma escala realmente têm
Escalas cumulativas (isto é, os títulos das colunas na tabela 9.3) como membros de um clube informal (vi- uma relação cumulativa, pareçam ou não
foram escolhidos com fundamentos lógi- de Deutsch e Collins, 1951), Embora não cumulativas nos termos do senso-comum;
As escalas cumulativas, como as escalas cos. Parece razoável esperar que um ind!- seja pouco freqüente a inversão de respos- nessa época ocorreu também um rápido de-
diferenciais e somatórias, são constituídas víduo que assinale 4 com relação aos ChI- tas de indivíduos à escala de distância so- senvolvimento dessas técnicas.
por uma série de itens, diante dos quais as neses, indicando assim que estaria dispos- cial, é relativamente difícil encontrar inver- Esse interesse renovado estava ligado ao
pessoas indicam acordo ou desacordo. Nu- to a aceitá-I os em emprego na sua profis- sào por um grupo todo. Por isso, a escala trabalho de Louis Guttman (1944) e outros,
ma escala cumulativa, os itens estão rela- são, geralmente também assinalaria 5, e de distância social tem sido usada de ma- sobre o desenvolvimento de escal
cionados entre si de forma que, ídealrnen- não assinalaria 6 ou 7. (Aqui, como em ou- neira eficiente para comparar as atitudes mensionais - isto é, escalas formadas por

64

Page 11

itens que não levantam questões ou que da o "universo de conteúdo" ou o "uni. complicados que uma pessoa como eu não ra um grupo de indivíduo, e não para ou-
não envolvem fatores que sejam estranhos verso de atributos") realmente envolve ape. pode realmente entender o que ocorre" , e tro. A mesma escala pode ser unidimensio
à característica que está sendo medida. Na nas uma dimensão. No procedimento de uma pessoa com o resultado 1 concorda- nal em um momento para um grup e não
verdade, o objetivo de Louis Guttman era Guttman, considera-se que um "universo ria com o primeiro item, "Não penso que ser mais em outro momento para o mes-
desenvolver uma técnica para determinar de conteúdo é unidimensional apenas se os funcionários públicos sepreocupem muito mo grupo. Como já foi apontado anterior-
se o domínio de um estímulo era ·unidimen- com aquilo que pessoas como eu pensam" . mente, a'tendência na última década refe-
permite uma escala cumulativa perfeita Ou
sional. Coube a outros aplicar sua técnica quase perfeita. - isto é, se é possível dis- rente à construção de escalas de
Na prática, raramente ou nunca se en-
como um meio de construir escalas de por todas as respostas, de qualquer núm-, tem sido em direção ao desenvolvimento
contram, na pesquisa social, escalas cumu-
atitude. ro de pessoas que responderam, num pa- escalas que medem várias dimensões.
lativas perfeitas, ou unidimensionais, mas
drão do seguinte tipo: Há uma limitação maior comum a tod
Alguns pesquisadores indicaram que as muitas vezes é possível criar escalas que dis-
os três procedimentos de construção das e
escalas de Likert e Thurstone, embora ex- so se aproximam. A análise de escalogra-
Tabela 9.4. Um exemplo de escala cumulativa. calas anteriormente descritos: eles determ
plicitamente destinadas a medir "uma ati- ma usa vários critérios para decidir se uma
tude", continham afirmações a respeito de determinada série de itens pode ou não ser nam um número - isto é, um ponto, para
vários aspectos do objeto considerado. As-
Escore Diz "sim" aoitem Diz
2 I
"não" ao
2
it;;;'
I encarada; com proveito, como próxima de
representar a posição do indivíduo. A teo
4 3 4 3
ria atual de atitude demonstra a importân
sim, Carter (1945) indicou que a forma A 4 XX X X uma escala unidimensional perfeita. O mais
cia da amplitude de pontos aceitáveis par
da escala de Peterson para atitudes com re- 3 X X X X importante desses critérios é a reproduti-
2 X X XX a atitude em estudo. Sherif, Sherif e Ne-
lação à guerra (uma escala tipo Thursto- bilidade das respostas - a proporção de
ne) tinha, como afirmação mais favorável,
I X XX X
respostas de um grande número de pessoas bergall (1965) referiram-se a latitudes d
O XX X X
a frase: "A guerra é gloriosa; sua afirma- que na realidade está no padrão acima aceitação e rejeição, isto é, cada indi
tem não só apenas uma posição preferida
ção mais desfavorável era: "Não existe jus- apresentado. Esse padrão contém todas as
O importante nesse padrão é que - em um continuum de atitude, mas tamb
tificativa concebível para a guerra"; como respostas a itens específicos que seriam pre-
quando ele ocorre - um determinado es- algumas outras posições que ele conside
seu ponto médio, a frase: "Nunca penso vistas a partir de um conhecimento do re-
core numa série de itens tem sempre o mes- aceitável. Além disso, há uma posição de
na guerra e esta nunca me interessa". Car- sultado total de um indivíduo na série de
mo sentido; o fato de conhecer o escore de atitude que ele rejeita veementemente, m
ter comenta que é difícil pensar nessas afir- itens (seu "tipo escalar"). Assim, a propor-
um indivíduo permite dizer, sem consultar há uma extensão de posição que ele co
mações como pertencendo a uma única di- ção de respostas reais que caem no padrão
seu questionário, quais foram exatamente dera passível de objeção. Duas pessoas c
mensão. Sugeriu que algumas afirmações, apresenta uma medida da extensão em que
os itens que aceitou. Consideremos, por diferentes latitudes de aceitação pod
como: "Os benefícios da guerra raramen- as respostas específicas são "reproduzíveis"
exemplo, os itens seguintes, com os quais ter latitudes de rejeição similares.
te compensam suas perdas, mesmo para o a partir do resultado total. Guttman e seus
as pessoas que respondem devem concor-
vencedor", e: "As guerras defensivas são colaboradores estabeleceram que 0,90 é a
dar ou não: Algumas modificações de
justificáveis, mas as outras não", perten- reprodutibilidade mínima necessária para
cem a duas escalas diferentes, uma referen- I. Não penso que funcionários públicos se preocu- que uma série de itens seja vista como pró- escalas
te aos resultados econômicos da guerra, a pem muito com aquilo que pessoas como eu xima de uma escala perfeita. No estudo ini-
pensam. Nem todas as tentativas para quantifi
outra à ética da atividade militar. Já se sus- cial, encontrou-se, nos itens precedentes,
2. Votar é a única maneira pela qual pessoas como
tentou que a combinação de itens referen- uma reprodutividade car as atitudes caem na classificação de
eu podem dizer alguma coisa sobre a atuação do de 0,94 (Campbell et
tes a aspectos diferentes do objeto impe- governo. calas que acabamos de descrever. Sobre
01., 1954). Em Stouffer et 01. (1950) são apre-
dia a especificação exata do que a escala 3. Pessoas como eu não têm nada a dizer sobre aqui- sentados exemplos de tais escalas. do nos últimos anos, criaram-se
lo que o governo faz. procedimentos que utilizam algu
estava medindo, etambém explicava a dis- A técnica de Guttman e outras técnicas
4. Agumas vezes governo e política parecem coisas
persão de respostas que dificultavam a atri- tos de técnica de escalas, mas que não p
tão complicadas que pessoas como eu não podem semelhantes representam contribuições
buição de sentido claro ao escore baseado realmente compreender o que ocorre. dem ser descritos, corretamente, como e
fundamentais para a metodologia de cons-
na mediana dos itens assinalados. calas diferenciais, somatórias ou cumul
Se se verifica que esses itens formam trução e análise de questionários. No en-
tivas. Discutiremos dois dess
Apareceram vários processos para en- uma .escala cumulativa perfeita, sabemos, tanto, devemos lembrar duas limitaçõesre-
mentos: a "técnica-Q" (Q-S
frentar esse problema. Aqui, discutiremos por exemplo, que todos os indivíduos com ferentes ao emprego de escalas unidimen-
apenas a técnica criada por Guttman, ge- um resultado de 2 na escala concordariam sionais: I) uma escala desse tipo pode não rencial semântico.
ralmente denominada análise de escalogra- com os primeiros dois itens e discordariam Sera base mais eficiente para medir atitu-

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 7/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
ma ou método de esca/ograma. Um dos com os dois últimos itens. Também sabe- des com relação a objetos complexos ou A técnica-Q
principais objetivos dessa técnica é verifi- ríamos que uma pessoa com um resultado Para fazer predições quanto ao comporta-
car se a atitude ou característica que está de 3 discordaria apenas do último item, o mento com relação a tais objetos; 2) deter-
As operações exigidas numa té
sendo estudada (tecnicamente denomina- são semelhantes às primeiras etapas na
de que "política e governo parecem tãO minada escala pode ser unidimensional pa-

66

Page 12
1. Creio que um homem como McCarthy, meslt\o bre relações patrões-empregados, ou sobre jeto, através da medida da semelha
construção de uma escala Thurstone pelo
que tenha falhado, deveria fazer o país ficar orgu. chineses e americanos e pedir-lhes que as perfis apresentados por suas respos
método de intervalos de aparência igual. A
lhoso. Ele era um homem de quem eu seria adepto distribuam segundo o grau de seu acordo várias escalas.
pessoa recebe um grande número de afir- 2. O fenômeno McCarthy permitiu-me ter esperan~
mações que, segundo se acredita, são sig- OU desacordo com cada afirmação. Os da- Usado dessa maneira, o diferenc
de que mudanças ocorrerão. Estou confiante de qUe
nificativas para o assunto pesquisado, e de- em 1972alguém surgirá para exercer a liderança qUe
dos assim obtidos poderiam ser usados, por mântico não coloca os indivíduos n
necessitamos. ex.emplo,para comparar as opiniões de de- cala subjacente que represente algu
ve separá-Ia num certo número especifica-
3. Em última análise, talvez não tenhamos sido der. terminado indivíduo a respeito de diferen- mensão de atitude; fornece apenas
do de pilhas - geralmente nove ou onze
rotados. Talvez McCarthy tenha feito o seu traba. tes grupos étnicos, ou para comparar as todo para medir a semelhança ou d
- de acordo com algum critério. Na téc- lho. Ele se livrou de L.B.J., não? Além disso, de opiniões de diferentes indivíduos a respei- ça entre seus conceitos de determin
nica de Thurstone, como lembramos, esse qualquer maneira não está ainda acabado.
to de determinado grupo ou objeto. jeto. No entanto, é possível somar
processo de escolha tem como objetivo a Solicitava-se a cada pessoa que desse seu postas a subgrupos das escalas, a fi
atribuição de valores de escala às afirma- ponto de vista sobre cada item, distribuín, chegar a resultados que sejam inte
ções: o critério de escolha não é o fato de do os cartões ao longo de um continuum
o diferencial semântico dos como indicadores da posição d
o juiz concordar ou não com uma afirma- com numeração que variava de 5 (maior dis, víduo em três dimensões subjacen
ção, mas seujulgamento quanto ao fato de Osgood, SueieTannenbaum (1957),que
cordância), O (sem posição) a + 5 (maior criaram o diferencial semântico, tude com relação ao objeto que es
esta ser favorável ou desfavorável ao ob- concordância), que estavam dispostos em avaliado. Tais dimensões foram id
jeto. Na técnica-Q, o objetivo da seleção descrevem-no como um método para me-
um grande quadro. Os participantes (34es- das pelo uso de processos de análi
é conseguir uma imagem da opinião do in- dir o significado que um objeto tem para
tudantes que apoiavam McCarthy) distri- rial no exame de respostas de mui
divíduo sobre o objeto considerado ou de um indivíduo. O método pode ser também
buíam cada um dos 60 itens, colocando-os víduos com relação a muitos conc
pensado como uma série de escalas de ati-
sua atitude com relação a este. O critério em algum ponto ao longo do continuum, objetos. Verificou-se que, de mane
tude. A pessoa deve avaliar determinado
para a colocação das afirmações nas várias Os 34 conjuntos de ordenações eram, en- ou menos coerente, as escalas den
conceito (por exemplo, irlandês, "republi-
pilhas é a extensão de seu acordo com elas; tão, inter-correlacionados, e se procedia à das (1) acima, parecem agrupar-se
cano", "mulher", "eu, talcomo sou")
o padrão de sua escolha das afirmações análise, através da análise fatorial dos da- zer, um indivíduo tende a colocar
numa série de escalas bipolares de avalia-
constitui os dados para a análise de sua po- dos. Neste estudo específico, a análise fa- nado objeto em posição semelhan
ção de sete pontos. Pode-se avaliar qual-
sição. Na técnica-Q introduzimos uma res- torial revelou a existência de três dimensões da uma dessas escalas. De forma
quer conceito - uma questão política, uma
trição que não existe no processo de esco- nos dados. Verificou-se que os participan- te, as escalas denominadas (2) ten
pessoa, uma instituição, uma obra de ar-
lha de Thurstone: especificação do núme- tes estavam vinculados ao movimento agrupar-se, e o mesmo ocorre com
te. As escalas de sete pontos incluem esca-
ro de cartões que devem ser colocados em McCarthy, com base em pelo menos uma calas denominadas (3). O conteúd
las bipolares tais como as seguintes: 1)
determinada pilha. A fim de simplificar a dessas três dimensões. festo de cada escala não indica cl
justo-injusto, limpo-sujo, bom-mau, valio-
análise estatística, os números são geral- As técnicas estatísticas apropriadas pa- a dimensão subjacente de atitude
so-sem valor; 2) grande-pequeno, forte-
mente especificados de modo que a esco- ra a análise de dados da técnica-Qsão um qual é relevante, o que significa,
fraco, pesado-leve; 3) ativo-passivo,
lha forme, grosseiramente, uma distribui- tanto controvertidas. Alguns autores sus- plo, avaliar "republicano" como
rápido-lento, quente-frio.
ção normal. tentam que anâlise fatoriai" é essencial; ou- frio, limpo ou sujo. No entanto, a
É possível usar as respostas do indivíduo
Consideremos um exemplo do emprego tros discordam. No estudo sobre os adep- de agrupamento coerente das esc
para verificar se, para ele, dois conceitos
de uma técnica-Q no contexto em que tem tos de McCarthy empregou-se a análise good e seus colaboradores inferi
ou objetos são semelhantes ou diferentes. três subgrupos medem as três dim
sido mais freqüentemente empregada - o fatorial. Por exemplo, será que sua imagem de "eu,
Embora a técnica-Q tenha sido usada mais guintes de atitude: 1)a valoração
estudo da personalidade. Mais especifica- tal como sou" coincide com sua imagem
freqüentemente em estudos dessetipo, onde divíduo, do objeto ou conceito q
mente, esse estudo referia-se às adesões in- de "eu, como gostaria de ser", ou será que
se enfatiza a auto-imagem e as imagens de sendo avaliado, o que correspon
dividuais ao candidato durante a campanha tais imagens são muito diferentes? Nesse
outras pessoas, o método é aplicável ao es- mensão favorável-desfavorável d
presidencial em 1968 do senador Eugene emprego, obtém-se um "perfil" do signi-
tudo de outras atitudes. É possível apresen- mais tradicionais de atitude; 2) a
McCarthy (Brown e Ellithorp, 1970). ficado que cada conceito tem para o indi- ção que o indivíduo tem da potê
Cada pessoa recebia um conjunto de 60 tar, às pessoas, conjuntos de afirmações so- víduo através de linhas entre os pontos as-
der do objeto ou do conceito; 3)
afirmações, escritas em cartões individuais. bre métodos de educação de crianças so- sinalados, para cada conceito, em cada cepção da atividade do objeto o
Seguem-se exemplos dessas afirmações, uma das escalas. Criou-se uma técnica pa-
A figura 9.1. é uma adaptação
representando algumas articulações teori- • A análise fatorial é um método de descoberta do ra medir a extensão da semelhança entre
diagrama de Osgood e seus cola
camente hipotetizadas entre o adepto indi-
elemento ou elementos em comuns, subjacentes a um os dois perfis. De forma semelhante, é pos-
conjunto de medidas. Para uma discussão da análise e exemplifica o emprego do dife
vidual de McCarthy e o movimento McCar- sível comparar os conceitos que dois indi-
fatorial, ver Corsuch (1974), Harmon (1967)ou Rum- mântico na apresentação dos sig
thy: mel (1970).
víduos têm a respeito de determinado ob-

68

Page 13
com normais e esquizofrênicos; o mesmo tinção entre objetos ou indivíduos, em
ocorre com estudantes coreanos e japone- ção de seu grau de determinada caracte
ses, que foram estudar nos Estados Uni- tica. Aqui, tal como se disse no caso de
doS, e norte-americanos. Essa é uma pro- tras técnicas de mensuração, apresenta
va notável de que as escalas são compará- dúvidas quanto à fidedignidade e à vali
veis quando se empregam diferentes tipos de. Embora muitos tenham pesquisado
depessoas, embora pareça possível que, se fidedignidade e a validade de suas med
fossem comparadas pessoas com educação ainda é certo dizer - como o fez um au
muito diversa.mão aparecessem os mesmos tor (Ferguson, 1957) - que tem havido
resultados. "mais rnensuração que validação". Com
-1
No entanto, Osgood e seus colaborado- já foi dito antes, existem razões compre
·-2
res apresentam muitas provas que indicam síveis para a falta de atenção à validad
qtie o instrumento de medida não é intei- sobretudo a dificuldade para determina
ramente comparável em diferentes concei- quais deveriam ser os critérios adequad
-3
ros. Os sentidos das escalas e sua relação para medidas de atributos complexos e
INJUSTO
com outras escalas variam consideravel- ra a obtenção dos dados necessários. N
Chave para a Figura
mente com o conceito que está sendo jul- entanto, alguns pesquisadores têm dem
1. Taft gado. O que é bom, por exemplo, depen- trado que, com um pouco de imaginaçã
5. Truman
2. Política na China
6. Bomba Atômica de, em grande parte, do conceito que está inventiva, é possível criar. Talvez se de
3. Socialismo 7. Nações Unidas
sendo julgado; "forte" pode ser bom ao esperar que, em campos relativamente
4. Stálin 8. Eisenhower
julgar atletas, mas não ao julgar aroma e vos de pesquisa - como as ciências soc
odores. A conseqüência disso é que pode - mais atenção se deva dar inicialmente
Figura 9./. Modelo do Espaço Semântico para republicanos favoráveis a Taft. Adaptado de Osgood et al. ser muito difícil criar escalas de avaliação à criação de diferentes técnicas de men
(1957). Cada um dos oito conceitos é numerado, de acordo com a chave abaixo apresentada. O ponto em

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 8/9
07/02/2021 Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais
que começa a linha para determinado conceito mostra a avaliação. desse conceito nas escalas justo-injusto que apresentem
dimensões uma medida
subjacentes, coerente das
independentemente raçãoevidente
rece que à sua validação.
que, agora, a No entanto,
pesquisa na
e forte-fraco. O comprimento da linha mostra a avaliação na escala passivo-ativo; uma linha cheia indica
uma avaliação com relação à extremidade ativo da escala, uma linha pontilhada mostra uma avaliação na dos conceitos que estão sendo julgados. ciências sociais progrediria
extremidade passivo da escala. Pode-se ver, por exemplo, que Stalin (4) foi avaliado como muito injusto, Ao concluir nossa discussão de escalas atenção à validade dos i
muito forte e muito ativo; Truman (5), como um pouco injusto, um pouco fraco e um pouco ativo. de atitudes, deve-se indicar que o campo usados.
de construção e análise de escalas está em
período de rápido desenvolvimento e mu- Os exemplos e discussões deste cap
dança. Além dos trabalhos que discutimos, referiram-se às escalas de atitudes e nã
de vários e diferentes conceitos, para um
Osgood e seus colaboradores sugeriram nos últimos anos apareceram contribuições tras propriedades individuais ou de gru
grupo de republicanos num estudo realiza-
que o diferencial semântico permite a men- fundamentais de Coombs (1964); Dawes, Disto não deve ser entendido que as té
do pouco antes da eleição presidencial de
suração ea comparação por várias pessoas Singer e Lemons (1972); Lazarsfeld (1957), cas de construção de escalas não são ap
1952 nos Estados Unidos da América. Pe-
de vários objetos; supõem que o instrumen- Loevinger (1947, 1948), Suppes e seus co- cáveis a outras características de indiví
lo diagrama pode-se ver, por exemplo, que,
to de medida não seja muito influenciado laboradores no Applied Mathematics and ou coletividades mas sim como uma m
pára essas pessoas, o conceito "Truman"
pela natureza do objeto que está sendo me- Statistics Laboratory da Universidade de neira de se apresentar técnicas de cons
é muito diferente do conceito' 'Talf" , mas
dido ou pelo tipo de pessoa que usa a es- Stanford (Davidson, Suppes e Siegel, -ção de escalas de uma forma breve e c
muito semelhante ao conceito "socialis-
cala. Se isso é realmente verdade, o dife- 1957), Torgerson (1958); e outros. Há, neste capítulo, referências bibliogr
mo". (O senador Robert A. Taft era um
rencial semântico seria uma solução para ficas para o leitor, sobre mensuração e
conservador, membro do Partido Republi-
muitos dos problemas da mensuração de Resumo calas, com muitos exemplos de colocaç
cano, e era um dos principais candidatos
atitude. Osgood, Suei e Tannenbaum apre- de outros objetos em escala, além de at
à indicação republicana para as eleições
sentam algumas provas de que diferentes Neste capítulo discutimos vários méto- tudes, bem como exemplos de técnicas
presidenciais, em 1952; o partido, entretan-
tipos de pessoas usam, de maneiras seme- dos de construção de escalas, isto é, de dis- escalas mais sofisticadas.
to, indicou Eisenhower.)
lhantes, as escalas. Assim, indicam que, em
O conceito "Stálin" é muito semelhan-
suas reações, os republicanos favoráveis a
te ao conceito "Taft", nas dimensões de
Taft, os favoráveis a Eisenhower e os de-
potência e atividade, mas muito diferente mocratas usam as inesmas dimensões sub-
dele na dimensão valorativa.
jacentes nas suas reações; o mesmo ocorre
70

https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:vB4dA-meBNsJ:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/88680/mod_folder/content/0/Selltiz.%2520Constr… 9/9

Você também pode gostar