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PROCEDIMENTO DE ACOMPANHAMENTO DE

SOLDAGEM

1. OBJETIVO

Este procedimento será utilizado na qualificação de inspetores de soldagem, e tem por objetivo
estabelecer os requisitos a serem adotados na soldagem da peça de teste.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

2.1. Manual da Qualidade do SEQUI (MQ-05-SL/SEQUI-001)


2.2. Petrobras – N-133 – Soldagem (procedimento)
2.3. Petrobras – N-2349 – Segurança nos Trabalhos e Soldagem e Corte
2.4. ASME IX – Qualification Standard for Welding and Brazing Procedures, Welders, Brazers, and
Welding and Brazing Operators.

3. TERMINOLOGIA

São adotadas as definições constantes do manual da Qualidade do SEQUI-MQ-05-SL/SEQUI-001,


além das seguintes:

3.1. Equipamentos de Soldagem - Máquinas de solda, ferramentas, instrumentos, estufa portátil


(cochicho) e dispositivos empregados na operação de soldagem.

3.2. Inspetor de Soldagem – Profissional qualificado e autorizado a exercer as atividades de controle


da qualidade relativas a soldagem.

3.3. Peça de Teste (Chapa de Teste ou Tubo de Teste) – Peça soldada para a qualificação de
inspetores de soldagem.

4. PARÂMETROS DE SOLDAGEM

4.1. Os parâmetros e os exames aplicáveis estão registrados na Instrução de Execução e Inspeção


de Soldagem – IEIS, apresentadas no anexo 1.

4.2. Nas IEIS, a a abreviatura designará o candidato, a abreviatura PB o examinador da


PETROBRÁS, a abreviatura ER designará eletrodo revestido, a abreviatura Ret. Designará
passe retilíneo, a abreviatura Osc. designará passe oscilante, a abreviatura T.T. designará
tratamento térmico, a abreviatura ZAT designará zona afetada termicamente, a abreviatura Esm
designará o esmerilhamento e a abreviatura Esc designará o escovamento (manual ou
mecânico).
5. PROCESSOS E EQUIPAMENTOS DE SOLDAGEM

5.1. Porta-eletrodos e cabos devem estar com seu isolamento em boas condições, sem falhas e
sem regiões desprotegidas e dimensionados corretamente para as condições de trabalho e
segurança pessoal.

5.2. A verificação da intensidade de corrente de soldagem deve ser feita com alicate amperímetro.

5.3. A verificação da tensão de soldagem deve ser feita com alicate amperímetro ou voltímetro.

5.4. A verificação das temperaturas de pré-aquecimento e interpasse e pós- aquecimento deve ser
feita por pirômetro de contato ou lápis de fusão e deverá obedecer aos requisitos do item 8.

5.5. Os aparelhos e instrumentos de medição e teste, a máquina de solda e a estufa portátil devem
ser calibrados e estar dentro do prazo de validade. O controle de calibração será feito através
de uma etiqueta colada no próprio aparelho, instrumento ou equipamento.

6. TÉCNICA DE SOLDAGEM

6.1. A soldagem deve ser executada por soldadores e/ou operadores de soldagem qualificados.

6.1.1. Os soldadores e operadores de soldagem qualificados devem portar


identificação funcional visível.

6.2. A soldagem deve ser executada de acordo com o documento Instrução de Execução e
Inspeção de Soldagem (IEIS) (anexo 1).

6.3. O arco elétrico de soldagem deve ser aberto no chanfro ou numa chapa apêndice utilizada para
esse fim.

6.4. As juntas a serem soldadas devem estar isentas de óleo, graxa, óxido, tinta, resíduos do exame
por líquido penetrante, areia e fuligem do pré-aquecimento a gás, numa faixa de no mínimo 20
mm de cada lado das bordas, interna e externamente.

6.4.1. As irregularidades e escória do oxi-corte devem ser removidas.

6.4.2. Depósitos de carbono, escória e cobre resultantes do corte com eletrodo de


carbono devem ser removidos para garantir a remoção total da ZAC, não podendo esta
remoção ser menor que 1 mm.

6.4.3. As ferramentas de remoção de escória e de limpeza não devem ser de cobre ou


de ligas de cobre.

6.5. O martelamento de soldas não é permitido para primeira e ultima camada, e em qualquer caso,
para espessuras inferiores a 15 mm.

6.6. Durante a execução da soldagem, poro, escória e defeitos visíveis devem ser removidos.
6.7. A estufa portátil deverá ser mantida ligada e fechada durante toda a execução da soldagem.

6.8. Quando requerido deposição com passe retilíneo ou oscilante a oscilação do eletrodo deve ser
tal que a largura do passe não exceda três vezes o diâmetro da alma do eletrodo revestido.

6.9. As soldas não devem ser interrompidas antes que tenham sido completados o passe de raiz
mais um passe de reforço.

7. CONSUMÍVEIS

Os eletrodos de baixo hidrogênio, quando de sua utilização, devem ser mantidos em estufas
portáteis (cochichos), em temperaturas entre 80° e 150°C.

8. PRÉ-AQUECIMENTO E TEMPERATURA INTERPASSE

8.1. O pré-aquecimento deve ser aplicado quando requerido na IEIS.

8.2. Não é permitido o uso de queimadores de bico único e de meios exotérmicos que impeçam a
medida de temperatura na região aquecida.

8.3. A temperatura de pré-aquecimento deve der medida no metal de base, em todos os membros
da junta, do lado oposto a fonte de aquecimento, a uma distância igual ou superior a 75 mm da
região a ser soldada.

8.4. A temperatura interpasse deve ser medida no metal de solda, do lado em que for depositado o
passe seguinte, quando for utilizado o pirômetro de contato. No caso de lápis de fusão, a
medição deve ser feita em uma zona adjacente para evitar a contaminação do passe seguinte.

9. MONTAGEM

9.1 A peça de teste deverá ser fixada através de ponteamento.

9.2 Deverão ser soldados apêndices nas extremidades da peça de teste.

9.3 Os dispositivos auxiliares de montagem (cachorros, apêndices, etc.) serão de material similar ao
da peça de teste.

9.4 A solda dos dispositivos auxiliares de montagem, o ponteamento e outras soldas provisórias
serão consideradas como soldas definitivas para efeito de aplicação deste procedimento,
inclusive para a qualificação de pessoal.

9.5 O comprimento mínimo de um ponto deve ser de 10 mm.

9.6 Os dispositivos auxiliares de montagem não devem ser removidos por impacto e a área da solda
provisória deve ser inspecionada visulamente e não apresentar mordedura, poro, trinca,
redução de espessura e arrancamento de material ou remoção incompleta.
10. SEGURANÇA E HIGIÊNE

10.1. O soldador deverá utilizar o vestuário de proteção completo requerido para as operações de
soldagem com eletrodos revestidos: capuz, máscara, óculos, luvas, mangas e avental ou
casaco e perneiras resistentes ao calor e projeções de partículas, radiações e choques
elétricos. Todo material deverá estar bem conservado.

10.1.1. As máscaras para a soldagem devem proteger todo o rosto, parte da cabeça, pescoço e
possuir lentes filtrantes para a proteção dos olhos.

10.1.2. As máscaras não devem ser transferidas de um soldador para o outro sem que antes
seja efetuada uma desinfecção com água e sabão ou álcool.

10.1.3. As máscaras para soldagem devem possuir lentes filtrantes de segurança (número 10 no
mínimo).

10.2. A máquina de solda deve ser posicionada, sempre que possível, em local seco, protegida
contra intempéries e fora de áreas classificadas.

10.3. O cabo de solda e o porta-eletrodo devem estar em perfeitas condições de uso, bem isolados,
sem apresentar descontinuidades em seu material isolante e sem emendas.

10.4. A máquina de solda deve estar o mais próximo possível da frente de trabalho.

10.5. Os cabos elétricos não devem ser mantidos em locais encharcados.

10.6. O cabo de aterramento da máquina de solda deve ser isolado, ter garras apropriadas e estar
conectado à peça a ser soldada.

10.7. As operações de soldagem serão realizadas em atmosferas não inflamáveis e os materiais


combustíveis devem ser separados ou protegidos do risco de fogo.

10.8. Devem ser utilizados exaustores locais para remover os fumos e gases nocivos.

10.9. Extintores de incêndio deverão ser mantidos no local de soldagem.

10.10. Ao finalizar ou interromper o trabalho de soldagem, o soldador deverá retirar o eletrodo do


alicate. E para se retirar do local da soldagem ele deverá desconectar o alicate de eletrodo da
fonte de energia e desligar a chave de alimentação da máquina de solda.

10.11. O soldador nunca deverá enrolar ou prender o cabo de soldagem em partes de seu corpo.
11 REGISTRO

Conforme Anexo V.

12 ANEXOS

Anexo I – Instrução de Execução e Inspeção de Soldagem (IEIS).


Anexo II – Critérios de Aceitação de Descontinuidades – Ensaio Visual.

ANEXO II

CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DE DESCONTINUIDADES – ENSAIO VISUAL

(Tradução da Norma ASME B31.3 Ed. 2002 Tab. 341.3.2)


Junta de Topo
Considerar inaceitável:
 Trinca;
 Falta de Fusão
 Falta de Penetração
 Concavidade com profundidade maior que 1,6mm ou 0,2e, a que for menor;
(onde “e” é espessura nominal do metal de base);
 Deposição Insuficiente
 Poro Isolado;
 Porosidade Agrupada;
 Mordedura na Face ou na Raiz com profundidade maior do que 0,8mm ou 0,4e que for menor
(onde “e” é a espessura nominal do metal de base);
 Inclusões de Escória;
 Abertura de Arco;
 Respingo;
 Desalinhamento Superior a 2 mm;
 Perfuração;
 Altura do reforço Máximo permitido 4mm;
 Pré-deformação ou embicamento superior a 5°;
J5 J4 J3 J2 J1 N° JUNTA
A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36
ESPECIFIC.
A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36 A 36 x A 36

METAL DE
BASE
8” x 8” DIÂMETRO

P NUMBER

1 ESPESSURA
15 x 15 8x8 8x8 5 x 15 15 x 15 (mm)
OUTROS OUTROS OUTROS OUTROS OUTROS
PASSES
RAIZ PASSES
RAIZ PASSES
RAIZ PASSES
RAIZ PASSES
RAIZ PROCESSO DE
ER ER ER ER ER ER ER ER ER ER SOLDAGEM
CLASSIFICAÇÃO
E 7018 E 6010 E 7018 E 6010 E 7018 E 7018 E 6010 E 6010 E 7018 E 7018

CONSUMÍVEL
A NUMBER
1

1
F NUMBER
4

4
MARCA
48.0

22.5

48.0

22.5

48.0

48.0

22.5

22.5

48.0

48.0
OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK

OK
4

4
COMERCIAL
3,25

3,25

3,25

3,25

3,25
2,5

2,5

2,5

2,5

2,5
DIÂMETRO (mm)

TIPO DE
CCPR CCPD CCPR CCPR CCPR CCPD CCPR CCPD CCPR CCPR

CARACTERÍSTI
POLARIDADE

ELÉTRICAS
INTENSIDADE DE
110

110

110

110

110
130

130

130

130
80

60

80

50

90

70

80

80

60

90

70
A

A
A

CORRENTE

CAS
TENSÃO
21

20

35

25

21

20

35

25

21

20

30

25

35

25

35

25

21

20

25

20
A

VELOCIDADE

PROTEÇÃO
GÁS DE
VAZÃO

PROTEÇÃO
DA RAIZ

RETIL. OSC. RETIL. OSC. RETIL. RETIL. OSC. OSC. RETIL. RETIL. DEPOSIÇÃO
TÉCNICA

LIMPEZA
ESC. ESC. ESM. ESC. ESM.
INICIAL
ESM. ESM. ESM. ESM. ESM.
LIMPEZA
OU OU OU OU OU
INTERPASSE
ESC. ESC. ESC. ESC. ESC.

GOIVAGEM
J5 J4 J3 J2 J1 N° DA JUNTA
POSIÇÃO DA
VERTICAL PLANA HORIZONTAL VERTICAL PLANA
JUNTA
PROGRESSÃO
ASC DESC ASC DESC DE SOLDAGEM
INSPEÇÃO
100 % 100 % 100 % 100 % 100 % VISUAL
FM / PB FM / PB FM / PB FM / PB FM / PB DURANTE A
SOLDAGEM
TEMPERATURA
≥ 25° ≥ 60° ≥ 60° ≥ 60° ≥ 25° DE PRÉ-
AQUECIMENTO
TEMPERATURA
≤ 250° ≤ 240° ≤ 230° ≤ 220° ≤ 210° INTERPASSE

AQUEC.
TEMPO

TEMP.

PÓS
(h)

AQUEC.
(°C/h)

TAXA

TRATAMENTO
TÉRMICO
TEMPO

TEMP.
(h)
RESF.
(°C/h)

TAXA
DE
APÓS APÓS. APÓS.
APÓS APÓS. APÓS APÓS. APÓS APÓS. APÓS

DIMENSIONAL

INSPEÇÃO APÓS SOLDAGEM


T.TÉR ACABA ACABA
T.TÉR. ACABAM. T.TÉR. ACABAM. T.TÉR. ACABAM. T.TÉR.
. M. M.
100%
100% 100% 100% 100%
FM /
FM / PB FM / PB FM / PB FM / PB
PB

LP
PM
US
ES RAD

CHAPA TUBO TUBO CHAPA CHAPA TIPO DE JUNTA


CROQUIS
JUNTAS
DAS

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