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04/09/17
IMPORTANTE:
Inovações do Direito Administrativo:
2) Criada a Lei 13460/17 que dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do
usuário dos serviços públicos da administração pública.
Lei 13.460/17
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
o
Art. 1 Esta Lei estabelece normas básicas para participação, proteção e defesa dos direitos do usuário
dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela administração pública.
o
§ 1 O disposto nesta Lei aplica-se à administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
o
Distrito Federal e dos Municípios, nos termos do inciso I do § 3 do art. 37 da Constituição Federal.
o
§ 2 A aplicação desta Lei não afasta a necessidade de cumprimento do disposto:
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I - usuário - pessoa física ou jurídica que se beneficia ou utiliza, efetiva ou potencialmente, de serviço
público;
III - administração pública - órgão ou entidade integrante da administração pública de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a Advocacia Pública e a Defensoria
Pública;
IV - agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração; e
CAPÍTULO II
III - atendimento por ordem de chegada, ressalvados casos de urgência e aqueles em que houver
possibilidade de agendamento, asseguradas as prioridades legais às pessoas com deficiência, aos idosos,
às gestantes, às lactantes e às pessoas acompanhadas por crianças de colo;
IV - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de exigências, obrigações, restrições e sanções não
previstas na legislação;
VII - definição, publicidade e observância de horários e normas compatíveis com o bom atendimento ao
usuário;
IX - autenticação de documentos pelo próprio agente público, à vista dos originais apresentados pelo
usuário, vedada a exigência de reconhecimento de firma, salvo em caso de dúvida de autenticidade;
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XI - eliminação de formalidades e de exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao risco
envolvido;
XII - observância dos códigos de ética ou de conduta aplicáveis às várias categorias de agentes públicos;
XIV - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e estrangeirismos;
e
XV - vedação da exigência de nova prova sobre fato já comprovado em documentação válida apresentada.
o
Art. 6 São direitos básicos do usuário:
II - obtenção e utilização dos serviços com liberdade de escolha entre os meios oferecidos e sem
discriminação;
III - acesso e obtenção de informações relativas à sua pessoa constantes de registros ou bancos de dados,
observado o disposto no inciso X do caput do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011;
IV - proteção de suas informações pessoais, nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
VI - obtenção de informações precisas e de fácil acesso nos locais de prestação do serviço, assim como
sua disponibilização na internet, especialmente sobre:
b) serviços prestados pelo órgão ou entidade, sua localização exata e a indicação do setor responsável
pelo atendimento ao público;
e) valor das taxas e tarifas cobradas pela prestação dos serviços, contendo informações para a
compreensão exata da extensão do serviço prestado.
o
Art. 7 Os órgãos e entidades abrangidos por esta Lei divulgarão Carta de Serviços ao Usuário.
o
§ 1 A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo informar o usuário sobre os serviços prestados pelo
órgão ou entidade, as formas de acesso a esses serviços e seus compromissos e padrões de qualidade de
atendimento ao público.
o
§ 2 A Carta de Serviços ao Usuário deverá trazer informações claras e precisas em relação a cada um dos
serviços prestados, apresentando, no mínimo, informações relacionadas a:
I - serviços oferecidos;
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VI - locais e formas para o usuário apresentar eventual manifestação sobre a prestação do serviço.
o o
§ 3 Além das informações descritas no § 2 , a Carta de Serviços ao Usuário deverá detalhar os
compromissos e padrões de qualidade do atendimento relativos, no mínimo, aos seguintes aspectos:
I - prioridades de atendimento;
V - mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca do andamento do serviço solicitado e de
eventual manifestação.
o
§ 4 A Carta de Serviços ao Usuário será objeto de atualização periódica e de permanente divulgação
mediante publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade na internet.
o
§ 5 Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a operacionalização da
Carta de Serviços ao Usuário.
o
Art. 8 São deveres do usuário:
IV - preservar as condições dos bens públicos por meio dos quais lhe são prestados os serviços de que
trata esta Lei.
CAPÍTULO III
Art. 10. A manifestação será dirigida à ouvidoria do órgão ou entidade responsável e conterá a
identificação do requerente.
o
§ 1 A identificação do requerente não conterá exigências que inviabilizem sua manifestação.
o
§ 2 São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da apresentação de
manifestações perante a ouvidoria.
o
§ 3 Caso não haja ouvidoria, o usuário poderá apresentar manifestações diretamente ao órgão ou
entidade responsável pela execução do serviço e ao órgão ou entidade a que se subordinem ou se
vinculem.
o
§ 4 A manifestação poderá ser feita por meio eletrônico, ou correspondência convencional, ou
verbalmente, hipótese em que deverá ser reduzida a termo.
o o
§ 5 No caso de manifestação por meio eletrônico, prevista no § 4 , respeitada a legislação específica de
sigilo e proteção de dados, poderá a administração pública ou sua ouvidoria requerer meio de certificação
da identidade do usuário.
o
§ 6 Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão colocar à disposição do usuário
formulários simplificados e de fácil compreensão para a apresentação do requerimento previsto no caput,
facultada ao usuário sua utilização.
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o
§ 7 A identificação do requerente é informação pessoal protegida com restrição de acesso nos termos
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
Art. 11. Em nenhuma hipótese, será recusado o recebimento de manifestações formuladas nos termos
desta Lei, sob pena de responsabilidade do agente público.
Art. 12. Os procedimentos administrativos relativos à análise das manifestações observarão os princípios
da eficiência e da celeridade, visando a sua efetiva resolução.
V - ciência ao usuário.
CAPÍTULO IV
DAS OUVIDORIAS
Art. 13. As ouvidorias terão como atribuições precípuas, sem prejuízo de outras estabelecidas em
regulamento específico:
V - propor a adoção de medidas para a defesa dos direitos do usuário, em observância às determinações
desta Lei;
VII - promover a adoção de mediação e conciliação entre o usuário e o órgão ou a entidade pública, sem
prejuízo de outros órgãos competentes.
Art. 15. O relatório de gestão de que trata o inciso II do caput do art. 14 deverá indicar, ao menos:
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Art. 16. A ouvidoria encaminhará a decisão administrativa final ao usuário, observado o prazo de trinta
dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual período.
Parágrafo único. Observado o prazo previsto no caput, a ouvidoria poderá solicitar informações e
esclarecimentos diretamente a agentes públicos do órgão ou entidade a que se vincula, e as solicitações
devem ser respondidas no prazo de vinte dias, prorrogável de forma justificada uma única vez, por igual
período.
Art. 17. Atos normativos específicos de cada Poder e esfera de Governo disporão sobre a organização e
o funcionamento de suas ouvidorias.
CAPÍTULO V
Art. 18. Sem prejuízo de outras formas previstas na legislação, a participação dos usuários no
acompanhamento da prestação e na avaliação dos serviços públicos será feita por meio de conselhos de
usuários.
Parágrafo único. Os conselhos de usuários são órgãos consultivos dotados das seguintes atribuições:
Art. 19. A composição dos conselhos deve observar os critérios de representatividade e pluralidade das
partes interessadas, com vistas ao equilíbrio em sua representação.
Parágrafo único. A escolha dos representantes será feita em processo aberto ao público e diferenciado
por tipo de usuário a ser representado.
Art. 20. O conselho de usuários poderá ser consultado quanto à indicação do ouvidor.
Art. 21. A participação do usuário no conselho será considerada serviço relevante e sem remuneração.
Art. 22. Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a organização e
funcionamento dos conselhos de usuários.
CAPÍTULO VI
Art. 23. Os órgãos e entidades públicos abrangidos por esta Lei deverão avaliar os serviços prestados, nos
seguintes aspectos:
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III - cumprimento dos compromissos e prazos definidos para a prestação dos serviços;
Art. 24. Regulamento específico de cada Poder e esfera de Governo disporá sobre a avaliação da
efetividade e dos níveis de satisfação dos usuários.
CAPÍTULO VII
Art. 25. Esta Lei entra em vigor, a contar da sua publicação, em:
I - trezentos e sessenta dias para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios com mais de
quinhentos mil habitantes;
II - quinhentos e quarenta dias para os Municípios entre cem mil e quinhentos mil habitantes; e
III - setecentos e vinte dias para os Municípios com menos de cem mil habitantes.
o o
Brasília, 26 de junho de 2017; 196 da Independência e 129 da República.
3) A lei de relicitação (13448/17) diz que é direito patrimonial disponível, portanto, pode ser
submetido à arbitragem:
a) Equilíbrio financeiro do contrato;
Art. 39 – Lei 8987/95. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no
caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial
especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária
não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
o
Art. 1 Esta Lei estabelece diretrizes gerais para prorrogação e relicitação dos contratos de parceria
o
definidos nos termos da Lei n 13.334, de 13 de setembro de 2016, nos setores rodoviário, ferroviário e
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o
aeroportuário da administração pública federal, e altera a Lei n 10.233, de 5 de junho de 2001, e a Lei
o
n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.
o
Art. 2 A prorrogação e a relicitação de que trata esta Lei aplicam-se apenas a empreendimento público
prévia e especificamente qualificado para esse fim no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
o
Art. 3 O ministério ou a agência reguladora, na condição de órgão ou de entidade competente, adotará
no contrato prorrogado ou relicitado as melhores práticas regulatórias, incorporando novas tecnologias
e serviços e, conforme o caso, novos investimentos.
o
Art. 4 Para os fins desta Lei, considera-se:
III - relicitação: procedimento que compreende a extinção amigável do contrato de parceria e a celebração
de novo ajuste negocial para o empreendimento, em novas condições contratuais e com novos
contratados, mediante licitação promovida para esse fim.
CAPÍTULO II
o
§ 1 As prorrogações previstas no caput deste artigo poderão ocorrer por provocação de qualquer uma
das partes do contrato de parceria e estarão sujeitas à discricionariedade do órgão ou da entidade
competente.
o
§ 2 Exceto quando houver disposição contratual em contrário, o pedido de prorrogação contratual
deverá ser manifestado formalmente ao órgão ou à entidade competente com antecedência mínima de
24 (vinte e quatro) meses, contados do término do contrato originalmente firmado.
o
§ 3 Para fins do disposto nesta Lei, e desde que já não tenha sido prorrogado anteriormente, o contrato
de parceria poderá ser prorrogado uma única vez, por período igual ou inferior ao prazo de prorrogação
originalmente fixado ou admitido no contrato.
o
Art. 6 A prorrogação antecipada ocorrerá por meio da inclusão de investimentos não previstos no
o
instrumento contratual vigente, observado o disposto no art. 3 desta Lei.
o
§ 1 A prorrogação antecipada ocorrerá apenas no contrato de parceria cujo prazo de vigência, à época
da manifestação da parte interessada, encontrar-se entre 50% (cinquenta por cento) e 90% (noventa por
cento) do prazo originalmente estipulado.
o
§ 2 A prorrogação antecipada estará, ainda, condicionada ao atendimento das seguintes exigências por
parte do contratado:
I - quanto à concessão rodoviária, a execução de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) das obras
obrigatórias exigíveis entre o início da concessão e o encaminhamento da proposta de prorrogação
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IV - a modelagem econômico-financeira;
VII - os valores devidos ao poder público pela prorrogação, quando for o caso.
o
§ 2 A formalização da prorrogação do contrato de parceria dependerá de avaliação prévia e favorável
do órgão ou da entidade competente acerca da capacidade de o contratado garantir a continuidade e a
adequação dos serviços.
o
Art. 9 Sem prejuízo das demais disposições desta Lei, as prorrogações dos contratos de parceria no setor
ferroviário também serão orientadas:
I - pela adoção, quando couber, de obrigações de realização de investimento para aumento de capacidade
instalada, de forma a reduzir o nível de saturação do trecho ferroviário, assegurado o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato;
II - pelos parâmetros de qualidade dos serviços, com os respectivos planos de investimento, a serem
pactuados entre as partes;
III - pela garantia contratual de capacidade de transporte a terceiros outorgados pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), garantindo-se o direito de passagem, de tráfego mútuo e de exploração
por operador ferroviário independente, mediante acesso à infraestrutura ferroviária e aos respectivos
recursos operacionais do concessionário, garantida a remuneração pela capacidade contratada.
o
§ 1 Os níveis de capacidade de transporte deverão ser fixados para cada ano de vigência do contrato de
parceria prorrogado, e caberá ao órgão ou à entidade competente acompanhar o seu atendimento pelo
contratado.
o
§ 2 Os planos de investimento pactuados poderão prever intervenções obrigatórias pelo contratado,
compatíveis com os níveis de capacidade ajustados.
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o
§ 3 Mediante anuência prévia do órgão ou da entidade competente, os planos de investimento serão
revistos para fazer frente aos níveis de capacidade, nos termos do contrato.
o
§ 4 O nível de saturação a que se refere o inciso I do caput deste artigo será determinado ao contratado
pelo poder concedente.
o
Art. 10. As prorrogações de que trata o art. 5 desta Lei deverão ser submetidas previamente a consulta
o
pública pelo órgão ou pela entidade competente, em conjunto com o estudo referido no art. 8 desta Lei.
Parágrafo único. A consulta pública será divulgada na imprensa oficial e na internet e deverá conter a
identificação do objeto, a motivação para a prorrogação e as condições propostas, entre outras
informações relevantes, fixando-se o prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias para recebimento de
sugestões.
Art. 11. Encerrada a consulta pública, serão encaminhados ao Tribunal de Contas da União o estudo de
o
que trata o art. 8 desta Lei, os documentos que comprovem o cumprimento das exigências de que tratam
o o
os incisos I e II do § 2 do art. 6 desta Lei, quando for o caso, e o termo aditivo de prorrogação contratual.
CAPÍTULO III
Art. 13. Com o objetivo de assegurar a continuidade da prestação dos serviços, o órgão ou a entidade
competente poderá realizar, observadas as condições fixadas nesta Lei, a relicitação do objeto dos
contratos de parceria nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário cujas disposições contratuais
não estejam sendo atendidas ou cujos contratados demonstrem incapacidade de adimplir as obrigações
contratuais ou financeiras assumidas originalmente.
Art. 14. A relicitação de que trata o art. 13 desta Lei ocorrerá por meio de acordo entre as partes, nos
termos e prazos definidos em ato do Poder Executivo.
o
§ 1 Caberá ao órgão ou à entidade competente, em qualquer caso, avaliar a necessidade, a pertinência
e a razoabilidade da instauração do processo de relicitação do objeto do contrato de parceria, tendo em
vista os aspectos operacionais e econômico-financeiros e a continuidade dos serviços envolvidos.
o
§ 2 Sem prejuízo de outros requisitos definidos em ato do Poder Executivo, a instauração do processo
de relicitação é condicionada à apresentação pelo contratado:
I - das justificativas e dos elementos técnicos que demonstrem a necessidade e a conveniência da adoção
do processo de relicitação, com as eventuais propostas de solução para as questões enfrentadas;
II - da renúncia ao prazo para corrigir eventuais falhas e transgressões e para o enquadramento previsto
o o
no § 3 do art. 38 da Lei n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, caso seja posteriormente instaurado ou
retomado o processo de caducidade;
III - de declaração formal quanto à intenção de aderir, de maneira irrevogável e irretratável, ao processo
de relicitação do contrato de parceria, nos termos desta Lei;
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o o
§ 3 Qualificado o contrato de parceria para a relicitação, nos termos do art. 2 desta Lei, serão
sobrestadas as medidas destinadas a instaurar ou a dar seguimento a processos de caducidade
eventualmente em curso contra o contratado.
o
§ 4 Não se aplicam ao contrato de parceria especificamente qualificado para fins de relicitação, até sua
o
conclusão, os regimes de recuperação judicial e extrajudicial previstos na Lei n 11.101, de 9 de fevereiro
o
de 2005, exceto na hipótese prevista no § 1 do art. 20 desta Lei.
Art. 15. A relicitação do contrato de parceria será condicionada à celebração de termo aditivo com o atual
contratado, do qual constarão, entre outros elementos julgados pertinentes pelo órgão ou pela entidade
competente:
III - o compromisso arbitral entre as partes com previsão de submissão, à arbitragem ou a outro
mecanismo privado de resolução de conflitos admitido na legislação aplicável, das questões que envolvam
o cálculo das indenizações pelo órgão ou pela entidade competente, relativamente aos procedimentos
estabelecidos por esta Lei.
o
§ 1 Também poderão constar do termo aditivo de que trata o caput deste artigo e do futuro contrato de
parceria a ser celebrado pelo órgão ou pela entidade competente:
o
I - a previsão de que as indenizações apuradas nos termos do inciso VII do § 1 do art. 17 desta Lei serão
pagas pelo novo contratado, nos termos e limites previstos no edital da relicitação;
Art. 16. São impedidos de participar do certame licitatório da relicitação de que trata esta Lei:
II - os acionistas da SPE responsável pela execução do contrato de parceria titulares de, no mínimo, 20%
(vinte por cento) do capital votante em qualquer momento anterior à instauração do processo de
relicitação.
Parágrafo único. As vedações de que trata este artigo também alcançam a participação das entidades
mencionadas:
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Art. 17. O órgão ou a entidade competente promoverá o estudo técnico necessário de forma precisa,
clara e suficiente para subsidiar a relicitação dos contratos de parceria, visando a assegurar sua viabilidade
econômico-financeira e operacional.
o
§ 1 Sem prejuízo de outros elementos fixados na regulamentação do órgão ou da
entidade competente, deverão constar do estudo técnico de que trata o caput deste artigo:
IV - a modelagem econômico-financeira;
Art. 18. O órgão ou a entidade competente submeterá os estudos de que trata o art. 17 desta Lei a
consulta pública, que deverá ser divulgada na imprensa oficial e na internet, contendo a identificação do
objeto, a motivação para a relicitação e as condições propostas, entre outras informações relevantes, e
fixará prazo de no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias para recebimento de sugestões.
Art. 19. Encerrada a consulta pública, os estudos de que trata o art. 17 desta Lei deverão ser
encaminhados ao Tribunal de Contas da União, em conjunto com os documentos referidos no art. 14
desta Lei.
Art. 20. Na hipótese de não acudirem interessados para o processo licitatório previsto no art. 13 desta
Lei, o contratado deverá dar continuidade à prestação do serviço público, nas condições previstas no
inciso II do caput do art. 15 desta Lei, até a realização de nova sessão para recebimento de propostas.
o
§ 1 Se persistir o desinteresse de potenciais licitantes ou não for concluído o processo de relicitação no
o
prazo de 24 (vinte e quatro) meses, contado da data da qualificação referida no art. 2 desta Lei, o órgão
ou a entidade competente adotará as medidas contratuais e legais pertinentes, revogando o
sobrestamento das medidas destinadas a instaurar ou a dar seguimento a processo de caducidade
anteriormente instaurado, na forma da lei.
o o
§ 2 O prazo de que trata o § 1 deste artigo poderá ser prorrogado, justificadamente, mediante
deliberação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI).
CAPÍTULO IV
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DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 21. A Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001, passa a vigorar com as seguintes alterações:
..............................................................................................
..............................................................................................
XIX - declarar a utilidade pública para fins de desapropriação ou de servidão administrativa de bens e
propriedades necessários à execução de obras no âmbito das outorgas estabelecidas.
....................................................................................” (NR)
“Art. 34-A. As concessões e as suas prorrogações, a serem outorgadas pela ANTT e pela Antaq para a
exploração de infraestrutura, precedidas ou não de obra pública, ou para prestação de serviços de
transporte ferroviário associado à exploração de infraestrutura, poderão ter caráter de exclusividade
quanto a seu objeto, nos termos do edital e do contrato, devendo as novas concessões serem precedidas
de licitação disciplinada em regulamento próprio, aprovado pela Diretoria da Agência.
...................................................................................” (NR)
Art. 23. Na hipótese de concessão à iniciativa privada de aeroportos atribuídos à Empresa Brasileira de
Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o edital e o respectivo contrato de concessão poderão prever o
pagamento, pela concessionária, diretamente à Infraero, de indenização pelos custos de adequação de
efetivo de pessoal.
Art. 24. O Poder Executivo estabelecerá as diretrizes para a utilização da metodologia do fluxo de caixa
marginal para fins de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de parceria
relacionados aos setores de que trata esta Lei.
Art. 25. O órgão ou a entidade competente é autorizado a promover alterações nos contratos de parceria
no setor ferroviário a fim de solucionar questões operacionais e logísticas, inclusive por meio de
prorrogações ou relicitações da totalidade ou de parte dos empreendimentos contratados.
o
§ 1 O órgão ou a entidade competente poderá, de comum acordo com os contratados, buscar soluções
para todo o sistema e adotar medidas diferenciadas por contrato ou por trecho ferroviário que
considerem a reconfiguração de malhas, admitida a previsão de investimentos pelos contratados em
malha própria ou naquelas de interesse da administração pública.
o o
§ 2 Para efeito do disposto no § 1 deste artigo, admitir-se-ão, entre outras medidas, observada a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos ajustes:
II - a desafetação de bens vinculados à prestação dos serviços e a extinção dos serviços relacionados
àqueles bens;
III - a utilização de trechos desincorporados para a prestação de serviços de transporte de curta distância
por terceiros;
IV - o desmembramento de parte da faixa de domínio para entes federados que pretendam implantar o
transporte ferroviário de passageiros.
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§ 3 Nos termos e prazos definidos em ato do Poder Executivo, as partes promoverão a extinção dos
contratos de arrendamento de bens vinculados aos contratos de parceria no setor ferroviário,
preservando-se as obrigações financeiras pagas e a pagar dos contratos de arrendamento extintos na
equação econômico-financeira dos contratos de parceria.
o
§ 4 Os bens operacionais e não operacionais relacionados aos contratos de arrendamento extintos serão
transferidos de forma não onerosa ao contratado e integrarão o contrato de parceria adaptado, com
exceção dos bens imóveis, que serão objeto de cessão de uso ao contratado, observado o disposto no §
o
2 deste artigo e sem prejuízo de outras obrigações.
o
§ 5 Ao contratado caberá gerir, substituir, dispor ou desfazer-se dos bens móveis operacionais e não
o
operacionais já transferidos ou que venham a integrar os contratos de parceria nos termos do § 3 deste
artigo, observadas as condições relativas à capacidade de transporte e à qualidade dos serviços pactuadas
contratualmente.
o
§ 6 Ao final da vigência dos contratos de parceria, todos os bens móveis e imóveis necessários à execução
dos serviços contratados e vinculados à disponibilização de capacidade, nos volumes e nas condições
pactuadas entre as partes, serão revertidos à União, respeitado o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato, cabendo indenização no caso da parcela não amortizada do investimento.
o o o
§ 7 O disposto no inciso XVII do caput e no § 4 , ambos do art. 82 da Lei n 10.233, de 5 junho de 2001,
não se aplica às hipóteses previstas neste artigo.
Art. 26. Os contratados poderão promover, nos termos de regulamentação do Poder Executivo, a
alienação ou a disposição de bens móveis inservíveis do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit), arrendados ou não, localizados na faixa de domínio da ferrovia objeto do contrato de
parceria.
Art. 27. Os contratos de parceria do setor ferroviário poderão abranger a construção de novos trechos
ou ramais ferroviários, com a extensão necessária para atender polos geradores de carga, mediante
requerimento do concessionário e anuência do poder concedente.
o
§ 1 Para os fins do disposto no caput deste artigo, exige-se a apresentação de estudo que demonstre a
viabilidade técnico-econômico-financeira do projeto.
o o
§ 2 O estudo mencionado no § 1 deste artigo deverá demonstrar, em relação ao novo trecho, a
inexequibilidade econômica de sua exploração segregada do contrato de parceria.
o
§ 3 Os investimentos realizados por conta e risco do contratado para a viabilização de novos trechos ou
ramais ferroviários não gerarão indenização por ocasião do término do contrato.
Art. 30. São a União e os entes da administração pública federal indireta, em conjunto ou isoladamente,
autorizados a compensar haveres e deveres de natureza não tributária, incluindo multas, com os
respectivos contratados, no âmbito dos contratos nos setores rodoviário e ferroviário.
o
§ 1 Excluem-se da compensação de que trata o caput deste artigo os valores já inscritos em dívida ativa
da União.
o
§ 2 Os valores apurados com base no caput deste artigo poderão ser utilizados para o investimento,
diretamente pelos respectivos concessionários e subconcessionários, em malha própria ou naquelas de
interesse da administração pública.
o
§ 3 A parcela dos investimentos correspondente aos valores compensados não poderá ser utilizada para
fins de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato e indenização.
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o
§ 4 O órgão ou a entidade competente realizará estudo técnico que fundamente a inclusão dos novos
investimentos ou serviços a serem considerados, podendo valer-se para tanto de estudos técnicos
realizados pelo respectivo parceiro contratado.
Art. 31. As controvérsias surgidas em decorrência dos contratos nos setores de que trata esta Lei após
decisão definitiva da autoridade competente, no que se refere aos direitos patrimoniais disponíveis,
podem ser submetidas a arbitragem ou a outros mecanismos alternativos de solução de controvérsias.
o
§ 1 Os contratos que não tenham cláusula arbitral, inclusive aqueles em vigor, poderão ser aditados a
fim de se adequar ao disposto no caput deste artigo.
o
§ 2 As custas e despesas relativas ao procedimento arbitral, quando instaurado, serão antecipadas pelo
parceiro privado e, quando for o caso, serão restituídas conforme posterior deliberação final em instância
arbitral.
o
§ 3 A arbitragem será realizada no Brasil e em língua portuguesa.
o
§ 4 Consideram-se controvérsias sobre direitos patrimoniais disponíveis, para fins desta Lei:
Art. 32. Nos casos em que houver estudo ou licitação em andamento para substituição de contrato em
vigor e não haja tempo hábil para que o vencedor do certame assuma o objeto do contrato, o órgão ou a
entidade competente fica autorizado a estender o prazo do contrato, justificadamente, por até 24 (vinte
e quatro) meses, a fim de que não haja descontinuidade na prestação do serviço.
Art. 34. Quando se mostrar necessário à viabilidade dos projetos associados ou dos empreendimentos
acessórios, admitir-se-á que a exploração de tais projetos ou empreendimentos ocorra por prazo superior
à vigência dos respectivos contratos de parceria.
Parágrafo único. O órgão ou a entidade competente avaliará a pertinência da adoção da medida de que
trata o caput deste artigo, sendo vedada, em qualquer caso, a antecipação das receitas oriundas dos
projetos associados ou dos empreendimentos acessórios relativamente ao período que extrapolar o prazo
do contrato de parceria.
Art. 36. Admitir-se-á, para a execução dos contratos de parceria, a constituição de subsidiária integral
tendo como único acionista sociedade estrangeira.
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Ø Introdução
Ex. Constituição, emenda, medida provisória, regulamento executivo, decreto legislativo, resolução
legislativa, lei em sentido estrito, etc.
Integra/suplementa a fonte primária, uma vez que o direito não comporta lacunas.
a) Doutrina;
b) Jurisprudência;
c) Costumes;
Ex. Convenção interamericana de combate à corrupção, Pacto de San José da Costa Rica.
Ex. Devido processo legal (para as pessoas perderem seus bens ou sua liberdade, têm o direito do devido
processo legal), proibição de criação de tribunal de exceção (criado após a ocorrência do fato).
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a) Lei, Constituição
a) Doutrina
c) Costumes
2. Princípios
STF entende que são autoaplicáveis, ou seja, independem de legislação para serem aplicados.
Art. 37 - CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Nota:
- Devido processo legal e inafastabilidade da jurisdição também são Princípios da
Administração, contudo estão previstos no art. 5º - CF. Portanto, não são aplicáveis.
17
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o
§ 2 Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que
importe impugnação à validade do ato.
2.2. Leis
2.2.1. Art. 2º - Lei 9784/99
Rol dos princípios no caput e definição no parágrafo único.
o
Art. 2 – Lei 9784/99 - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (razoabilidade);
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (motivação);
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito
aos direitos dos administrados;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
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SUPERIMPORTANTE:
- Nos casos do §3º supra, se houver direito fundamental envolvido, deve-se respeitá-lo
(entendimento do STJ).
- Ainda sobre o mesmo tema, se o Estado estiver inadimplente, se não houver interesse público
prejudicado, pode-se cortar.
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Contrôle.
Ø Organização da Administração Pública
a) Serviços públicos;
b) Poder de polícia;
c) Fomento;
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IMPORTANTE:
Exploração de atividade econômica de forma direta, ainda que realizada pelo Estado, NÃO é
função administrativa.
Nota:
Estudar a organização da administração pública é estudar a organização do sujeito e das funções
administrativas.
2.2. Descentralização
Ocorre quando o Estado transfere para outra pessoa o encargo de exercer a função
administrativa.
4. Formas de descentralização
Formas que o Estado transfere para outra pessoa o exercício da função/atividade administrativa.
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Parágrafo único. Esta Lei aplica-se aos órgãos da administração pública direta dos Poderes
Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas
públicas, às sociedades de economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (Redação dada pela Lei nº 13.137, de 2015)
21
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PODER JUDICIÁRIO NÃO PODE UTILIZAR-SE DA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA POR EXPRESSA VEDAÇÃO
LEGAL.
o
Art. 2 – Lei 11079/04 - Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa.
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 [CONCESSÃO
o
Nova sede para o Poder Legislativo. Contrata-se uma pessoa jurídica, mediante concessão por parceria
público-privada, para construir e administrar o complexo.
Ex2. Parte das UMEI`s de Belo Horizonte adotam a parceria público-privada administrativa.
o
§ 3 Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços
o
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei n 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
22
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o
Art. 4 – Lei 11079/14 - Na contratação de parceria público-privada serão observadas as seguintes
diretrizes:
II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes privados incumbidos da
sua execução;
Capítulo II
VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução suficientes e compatíveis com os ônus
o o o
e riscos envolvidos, observados os limites dos §§ 3 e 5 do art. 56 da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993,
o
e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no inciso XV do art. 18 da Lei n 8.987, de 13
de fevereiro de 1995;
X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público reter os pagamentos ao
parceiro privado, no valor necessário para reparar as irregularidades eventualmente detectadas.
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XI - o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das parcelas do aporte de recursos, na
fase de investimentos do projeto e/ou após a disponibilização dos serviços, sempre que verificada a
o o
hipótese do § 2 do art. 6 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)
o
§ 1 As cláusulas contratuais de atualização automática de valores baseadas em índices e fórmulas
matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem necessidade de homologação pela Administração
Pública, exceto se esta publicar, na imprensa oficial, onde houver, até o prazo de 15 (quinze) dias após
apresentação da fatura, razões fundamentadas nesta Lei ou no contrato para a rejeição da atualização.
o
§ 2 Os contratos poderão prever adicionalmente:
III – a legitimidade dos financiadores do projeto para receber indenizações por extinção antecipada do
contrato, bem como pagamentos efetuados pelos fundos e empresas estatais garantidores de parcerias
público-privadas.
Capítulo IV
24
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o o
§ 5 A vedação prevista no § 4 deste artigo não se aplica à eventual aquisição da maioria do capital
votante da sociedade de propósito específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em
caso de inadimplemento de contratos de financiamento.
Ex. BDNES empresta dinheiro para financiar o concessionário e, esse, ao longo do contrato, quebra. Nessa
eventualidade, o Estado poderá adquirir a maioria do capital votante por meio de execução da garantia.
4.2.2. Autorização
É um ato administrativo.
Ex. Permissão para transmissão de rádio amador, geração de energia em fazenda sita em local ermo.
a) Ato de delegação
(1) Uso normal de bem público: Todos temos direito ao uso normal de bem público, ou seja, utilização do
bem de acordo com sua destinação principal. NÃO depende de consentimento.
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Todos os órgãos, de todos os poderes, que exercem a função administrativa (seja função típica
ou atípica), integram a Administração Pública Direta.
IMPORTANTE:
- Órgão não tem personalidade jurídica, todavia aqueles de nível constitucional tem
personalidade judiciária, ou seja, podem postular em Juízo.
- Alguns órgãos têm CNPJ, o que não significa que possuam personalidade jurídica.
Art. 37 - CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir
as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
5.2.1. Autarquias
Pessoas jurídicas de direito público. Englobam:
a) Conselhos profissionais;
b) Fundações públicas;
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11/09/17
IMPORTANTE:
Os conceitos costumeiros de empresas públicas e sociedade de economia mista não coincidem
com aqueles postos pela lei 13.303/16.
Essa lei está em vigor desde junho de 2016, contudo trouxe, para as sociedades de economia
mista e empresas públicas que já existiam à vigência da lei terão o prazo de 2 anos para se
adaptar.
Ex. Banco do Brasil, Petrobrás (sociedades de economia mista) terão o prazo de 2 anos para se
adaptarem à lei 13303/16.
Aquela em que somente existe um sócio, isto é, 100% do capital pertence a um ente da federação
(União ou Estado ou Município ou Distrito Federal).
Os demais 49% poderão pertencer aos Estados, Municípios, Distrito Federal ou à Administração Pública
Indireta).
“Continua sendo Empresa Pública aquela cuja maioria do capital pertença, por exemplo, à União e os
outros restantes pertençam ao Estado, Município, Distrito Federal ou pertençam a todo mundo ou
pertençam à Administração Pública Indireta (Ex. Autarquia, Empresa Pública, Fundação, Sociedade de
Economia Mista).”
Deve-se considerar qualquer tipo de maioria. Os 51% são meramente para fins de visualização.
Ex. Pode-se ter maioria em 10%, caso o capital seja pulverizado. Pode-se deter a maioria em virtude de um
acordo de acionistas.
Ex. 51% do capital pertence ao Estado de Minas Gerais e os outros 49% pertencem à União ou outro Estado
ou Município ou DF ou qualquer outro ente da Administração Pública Indireta. Nesse caso, será Empresa
Pública Estadual. O mesmo ocorre se 49% pertencer ao Banco do Brasil (sociedade de economia mista
federal).
Isso é importante porque a legislação aplicável à União legislada pela União. Se a Empresa Pública é
federal, segue a legislação da União. Se a Empresa Pública é estadual, seguirá o regime jurídico do Estado
de Minas Gerais, ainda que 49% do capital pertença à União.
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o
CONCEITO EMPRESA PÚBLICA - Art. 3 - Lei 13303/16 - Empresa pública é a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo
capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado,
do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
5.2.4.1. Maioria das ações com direito a voto de Entes Políticos (Entes Federados) – Inovação Lei
13303/16
51% (vide item “(1)” acima) pertencem ao Poder Público e 49% pertencem a particulares.
“Maioria pertence à União, Estado, Município ou DF.”
5.2.4.2. Maioria das ações com direito a voto da Administração Pública Indireta
SUPERIMPORTANTE:
- Subsidiárias
À Administração Pública Indireta (Autarquias, Empresas Públicas, Fundações Públicas, Sociedade de
Economia Mista criadas pela União, Estado, Município ou DF), aplica-se o art. 37, inciso XIX – CF.
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CUIDADO:
Se aparecer na prova de acordo com a Constituição, a resposta será que a criação subsidiárias
dependerá de autorização legislativa em cada caso.
Noutro passo, se perguntar acerca da jurisprudência do STF, não é necessária, mas tão somente
a previsão na lei que criou o ente da Administração Pública Indireta.
art. 37 – CF - XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso (Fundação), definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada;
ADI 1649
(ADI 1649, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 24/03/2004, DJ 28-05-2004
PP-00003 EMENT VOL-02153-02 PP-00204)
IMPORTANTE:
- Uma sociedade de economia mista pode criar outra sociedade de economia mista, desde que
maioria das ações com direito de voto pertençam à União, Estado, DF, Município ou à Empresa
Pública, SEM, Fundação Pública.
- Da mesma forma, pode-se ter uma sociedade de economia mista criada por uma empresa
pública.
“No mais, o ‘desenho é igual’, ou seja, ambas são controladas por EP ou SEM.”
“As SEM seguem o regime jurídico do art. 37, XIX – CF e integram a Administração Pública Indireta.”
“As subsidiárias seguem o regime jurídico do art. 37, XX – CF e NÃO integram a Administração Pública
indireta.”
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Deve-se concentrar em um poder, qual seja, o poder de polícia, tendo em vista ser o mais
importante (o que mais cai em prova).
1. Conceito
São prerrogativas que o ordenamento jurídico reconhece à Administração para submeter a
vontade individual ao bem estar coletivo.
Celso Antônio Bandeira de Melo diz que quem quer os fins, oferece os meios. Se a ordem jurídica
impõe à Administração o dever de realizar o bem comum, a ordem jurídica tem que o oferecer
os poderem para isso. Os poderes da Administração são prerrogativas/privilégios que a lei e a
Constituição reconhecem à Administração como forma de realizar o bem comum.
“Muitas vezes o meu interesse particular não se coaduna com o interesse público, conquanto
este deve prevalecer.”
Ex. Quero dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo, no entanto o Estado não permite.
2. Fundamento
Supremacia do interesse público sobre o interesse privado/particular.
2.1.2. Secundário
Interesse do Estado enquanto pessoa jurídica (sujeito de direitos e obrigações que possui patrimônio
próprio, etc.).
NÃO É ILEGÍTIMO, TODAVIA É UM MEIO, UMA VEZ QUE O FIM É O INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO.
“Eu, enquanto Estado, devo preservar minhas finanças para o bem da coletividade.”
“O INTERESSE PÚBLICO É LEGÍTIMO ENQUANTO MEIO PARA SE CHEGAR AO FIM, QUAL SEJA, INTERESSE
PÚBLICO PRIMÁRIO.”
Ex2. Regime de pagamento por meio de precatórios com o intuito de preservar o patrimônio do Estado,
tendo em vista que é pago à medida em que há disponibilidade orçamentária.
Em caso de pequeno valor, o juiz determina a expedição de RPV que deve ser pago em 90 dias (60 dias no
juizado especial), posto que não prejudicará a continuidade dos serviços públicos.
30
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d) e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 78 - CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Ex. Após regular procedimento administrativo disciplinar, conclui-se que o fato aconteceu, o autor do fato
é o processado administrativamente e a pena é de demissão.
Se o ato administrativo de demissão for praticado por ministro de estado, tratar-se-á de ato ilegal por
excesso de poder, pois quem tem atribuição legal para demitir ao presidente.
Todavia, se houver delegação do presidente para o ministro, este terá atribuição, não havendo excesso.
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais
e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
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Hipóteses:
Se o ato é praticado objetivando outro fim que não o interesse público, será praticado com desvio de
poder ou desvio de finalidade.
NESSE CASO, PRATICA-SE O ATO DE ACORDO COM A FINALIDADE PREVISTA EM LEI, TODAVIA EM
DESRESPEITO AO INTERESSE PÚBLICO.
Ex. Governador do Estado, Aécio Neves, decide construir aeroportos, tendo liberdade de escolher quais
cidades quais imóveis serão objeto de desapropriação para tal fim.
O governador escolhe a cidade de Cláudio e uma área que pertence a seu tio.
In casu, dá-se a finalidade prevista em lei (retirar o bem do particular para incorporar ao patrimônio
público), contudo se contraria o interesse público, uma vez que visou valorizar imóveis adjacentes.
Vale mencionar que os atos presumem-se verdadeiros e legítimos, ou seja, se não houver prova em
contrário, mantém-se a presunção.
b) Finalidade diversa da prevista em lei (art. 2º, parágrafo único, alínea “e” – Lei 4717/65 - Lei de ação
popular)
Art. 2º - Lei 4717/65 - São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o
praticou;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou
outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
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Toda vez que o ato for praticado com finalidade diversa, caracterizado o desvio de finalidade.
NESSE CASO, PRATICA-SE O ATO PARA FINALIDADE DISTINTA DAQUELA PREVISTA EM LEI.
Ex. No presente momento, precisa-se mais de delegados federais em Curitiba do que em Belo Horizonte.
Dessa feita, pode-se realizar remoção ex officio.
Contudo, há um delegado encrenqueiro e, por esse motivo, ele é removido para Curitiba.
Nesse caso, a remoção foi realizada com a finalidade de punição, que não é aquela prevista em lei, qual
seja, no interesse da Administração (vide art. 36, parágrafo único, inciso I – da Lei 8112/90 abaixo).
Art. 36 – Lei 8112/90. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo
quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
4. Modalidades
4.1. Doutrina tradicional
A doutrina tradicional aponta as seguintes modalidades:
Se a Administração tem liberdade para atuar, poder discricionário. Caso contrário, poder vinculado.
Ex – indivíduos que não são servidores. Contratados (para execução de obra – em caso de
descumprimento, pune-se por inadimplemento total ou parcial do contrato), alunos de escolas públicas
(aluno da UFMG que faz trote pode ser expulso da universidade).
Contudo, se a autoridade tomar conhecimento direto e imediato de fato punível com demissão, não é
necessária comissão para demonstrar o que já foi visto, podendo-se punir diretamente. Nesse caso,
configura-se a verdade sabida.
Muitas leis trazem esta hipótese, porém não foram recepcionadas pela Constituição.
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2) Com defesa ou não, o processo segue e, por fim, deve o acusado ser notificado da decisão final.
Maria Sylvia di Pietro substitui o Poder hierárquico por“Poderes decorrentes da hierarquia”, abrangendo
o poder de aplicar pena no servidor. Ou seja, define que o poder disciplinar decorre da hierarquia.
Também diz que decorre da hierarquia o poder de editar atos normativos internos (Ex. Juiz diretor do
fórum que edita ato normativo interno referente ao funcionamento do mesmo).
Todavia, se o ato normativo for externo, para Maria Sylvia, tratar-se-á de poder regulamentar.
“Somente se consegue precisar o sentido de alguma coisa dentro de um contexto. Isto é, depende do
contexto.”
É o poder da Administração Pública Direta (órgãos do Estado) e Indireta (entidades com personalidade
jurídica própria) para editar atos administrativos normativos (atos gerais e abstratos. Não são leis).
“O OBJETO/CONTEÚDO SERÁ O REGULAMENTO que, por sua vez, é o ato geral e abstrato.”
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Regulamento executivo Regulamento autônomo
Art. 84, inciso IV - CF Art. 84, inciso VI – CF com a redação da emenda
constitucional 32/01.
Art. 84 - CF. Compete privativamente ao Art. 84 - CF. Compete privativamente ao
Presidente da República: Presidente da República:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, VI - dispor, mediante decreto,
bem como expedir decretos e regulamentos para sobre: (Redação dada pela Emenda
sua fiel execução; Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
Não inova a ordem jurídica. INOVA a ordem jurídica.
“Explica a lei para tornar possível sua execução.” Disciplina relação jurídica não prevista em lei.
“NÃO PODE CONTRARIAR E NEM IR ALÉM DA
LEI.”
Caso contrário, será sustado pelo Congresso
Nacional.
Art. 49 - CF. É da competência exclusiva do
Congresso Nacional:
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
NÃO admite delegação. Admite delegação.
Art. 84 – CF - Parágrafo único. O Presidente da
República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República ou ao Advogado-Geral da
União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.
Não admite controle constitucionalidade, pois o Admite controle de constitucionalidade, pois é
fundamento de validade é a lei. ato normativo primário que deriva diretamente
da Constituição.
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Nota:
Princípio da reserva regulamentar – a matéria somente pode ser prevista por regulamento.
Atos administrativos de polícia que consistem em aferir se o interessado preenche os requisitos da lei
para exercer o direito.
Ex. Indivíduo que completa 18 anos somente pode dirigir se a Administração consentir, ou seja, se
preencher os requisitos.
Ex. Conferir o passaporte quando da saída do país, licença de construção, carteira de motorista.
Poder de polícia em sentido amplo caracteriza-se quando se refere aos atos legislativos e
administrativos de polícia.
Noutro passo, poder de polícia em sentido estrito abrange os atos de polícia administrativos. Quando
se falar nesse poder, fala-se da polícia administrativa.
Art. 78 - CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção
e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966)
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Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão
competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
A delegação pode ser para pessoas jurídicasde direito público (Ex. Autarquias).
E para as pessoas sujeitas ao regime jurídico de direito privado (Pessoa física, pessoa jurídica, empresas
públicas, sociedade de economia mista, fundações de direito privado)?
- ADI 1717
- RESP 817.534
2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser
conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do
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3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em
quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção.
4. No âmbito da
limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB
estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação);
a emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala
equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e
também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção).
5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à
legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público.
6. No que tange aos atos de sanção,
o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação
de multas para aumentar a arrecadação.
c) Doutrina
Pode a Administração delegar o ato material que antecede e sucede o ato de polícia.
Ex. Instalação de radar (ato antecedente), destruição de mercadorias apreendidas (ato posterior).
Explicam da mesma forma que a doutrina tradicional, no entanto com palavras diferentes.
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18/09/17
Ø Responsabilidade Civil do Estado
Até então, não existe lei sobre o tema. Assim, a responsabilidade civil é tratada pela doutrina e
pela jurisprudência, havendo divergência.
Na responsabilidade civil do estado, este paga em razão de um dano. A atuação não foi voltada
para produzir o dano. O dano foi um efeito colateral.
Já no sacrifício de direito, o Estado atua de forma a causar dano a alguém. Não há como
satisfazer a coletividade sem causar o dano.
Ex. Construção de um aeroporto, havendo a desapropriação de imóvel que melhor servir a tal
fim. Retirar-se-á o imóvel do particular e o indenizará.
Nota:
- Ocupação temporária vinculada à desapropriação (art. 36 – Decreto-Lei 3365/91)
EXIGE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO.
Art. 36 – Decreto-Lei 3365/91. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação
própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
Ex. Imóveis particulares ocupados temporariamente para a Justiça Eleitoral em época de eleições.
IMPORTANTE:
“Sempre que o Estado produzir dano, terá que indenizar.”
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a) Lei de efeito concreto – lei que não é geral e abstrata. (NÃO SÃO TODAS – SÃO POTENCIALMENTE
PRODUTORAS DE DANO) Somente é lei, porque passa pelo processo legislativo. Lei em sentido formal e
ato administrativo em sentido material.
Por isso que é possível mandado de segurança contra lei de efeito concreto.
b) Lei inconstitucional
Ex. Lei que impõe obrigações a estabelecimentos comerciais ulteriormente declarada inconstitucional.
c) Omissão legislativa
(2) Ato judicial: Quando o estado julga, aplica a lei ao caso concreto, para resolver conflitos sociais.
Em regra, não produz dano, pois, contra decisão judicial, cabe recurso.
(3) Ato administrativo: Ato concreto que visa aplicar a lei para realizar o interesse público.
3. Dano indenizável
3.1. Necessidade
“Somente existe responsabilidade civil se houver responsabilidade. Se não há dano, não há
que se falar em responsabilidade.”
“A mera conduta não tipifica o resultado. Necessário um resultado, qual seja, o dano.”
Dano indenizável é o dano jurídico, ou seja, o comportamento do Estado que lesa direito.
Contraexemplo. Emenda 45 que exigiu 3 anos de atividade jurídica para concursos de magistratura e
promotoria afeta apenas interesses, não gerando dano indenizável.
Contraexemplo. Livraria jurídica próxima ao tribunal. Pessoas que frequentam o tribunal compram livros.
Presidente do tribunal determina a mudança da sede, causando dano ao proprietário da livraria. O ato do
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presidente do tribunal causou dano econômico, mas não jurídico. Contraria apenas interesse, não sendo
indenizável.
Ex. Indivíduo perde 2ª fase de prova de Delegado após reservar hospedagem, comprar passagem.
“Se o ato do Estado lesa todo mundo, não se indeniza ninguém, pois todos sofreram na mesma
medida.”
Contraexemplo. Poeira, buraco, trânsito decorrentes de obra pública que causam desgaste do automóvel
é mero dessabor da vida em coletividade. Trata-se de dano normal.
Ex1. Contudo, no contraexemplo supra, para os proprietários dos comércios próximos, o dano é anormal,
pois as pessoas evitam o local, inviabilizando-os de exercer um direito, qual seja, atividade econômica.
4. Evolução histórica
4.1. Considerações iniciais
Trata-se da evolução histórica na França, pois a doutrina elegeu a França como paradigma.
4.2. Marcos
- Idade média (Século V a Século XV): Não há estado, o poder é divido entre os nobres. Não há
responsabilidade cavil do Estado.
- Idade moderna (Século XV ao Século XVIII): Durante a idade moderna, forma-se o Estado e, nesse
Estado moderno, surge o Absolutismo. Durante esse período, surge a teoria da
irresponsabilidade O Estado jamais responderá.
Revoluções burguesas (século XVIII): Revolução francesa varre o Absolutismo. Nasce o Estado de
Direito.
- Código Napoleônico (1804) – fase civilista: Legislação que reunia a legislação civil. O mundo
somente conseguia enxergar o Direito Civil nos limites do Código. Começou-se, então, a aplicar
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o Código Civil para a reponsabilidade do estado que, por sua vez, traz a ideia do ato ilícito
(responsabilidade subjetiva).
- Caso Blanco (1873) – fase publicística (desse marco em diante): Mulher violentamente atropelada
por um vagonete pertencente a uma companhia estatal francesa. O pai da vítima entra com
ação judicial. O tribunal de conflitos (vide nota abaixo) decidiu que a causa iria para a jurisdição
administrativa, adotando o Direito Público como lógica condutora de resolução dos conflitos.
Nesse mesmo contexto, sem abandonar a teoria da culpa do serviço, surge a chamada Teoria do
risco. Nessa teoria, a responsabilidade é OBJETIVA (decorre de comportamentos lícitos e ilícitos).
Nota:
- Nos sistema francês há duas jurisdições:
a) Jurisdição administrativa/contencioso administrativo: Conflito de interesses envolvendo o Estado.
Aplica o Direito Público.
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IMPORTANTE:
O Estado, como é pessoa jurídica, não possui ânimo. Assim, não possui dolo ou culpa.
Logo, na responsabilidade subjetiva, deve-se substituir o dolo e a culpa por ato lícito ou ilícito.
Responsabilidade subjetiva do estado é aquela que decorre de ato ilícito (princípio da legalidade
– Estado deve cumprir a lei).
Deve-se ter:
a) conduta
b) nexo
Ex – causa excludente. Culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou de força maior, terceiro, etc.
c) dano
REGRA.
EXCEÇÃO.
SOMENTE NOS CASOS EM QUE HOUVER PREVISÃO NORMATIVA, OU SEJA, QUANDO A LEI SOMENTE
EXIGIR O DANO.
4.2.1.2.1. Hipóteses
a) Dano nuclear
b) DPVAT
c) Lei 10744/03 - Dispõe sobre a assunção, pela União, de responsabilidades civis perante terceiros no
caso de atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula
brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte aéreo público, excluídas as empresas de táxi
aéreo.
d) Art. 23 – Lei 12.663/12. A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus
representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante ou que tenha
surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos Eventos, exceto se e
na medida em que a FIFA ou a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano.
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Parágrafo único. A União ficará sub-rogada em todos os direitos decorrentes dos pagamentos efetuados
contra aqueles que, por ato ou omissão, tenham causado os danos ou tenham para eles concorrido,
devendo o beneficiário fornecer os meios necessários ao exercício desses direitos.
- Constituição de 1946
responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e direito de regresso em face do servidor
na hipótese de culpa.
PRIMEIRA CONSTIUIÇÃO A TRATAR DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Nessa, o código civil não foi
recepcionado quanto à responsabilidade subjetiva.
- Constituição de 1988
Responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos e direito de regresso em face do causador do dano na hipótese de dolo
ou culpa.
Autarquias (gênero)
Fundações Públicas
Empresas Públicas
Subsidiários
Consórcios Públicos
Concessionários
POUCO IMPORTA SE A PESSOA INTEGRA OU NÃO A ADMINISTRAÇÃO DIRETA. INTERESSA SE ELA PRESTA
SERVIÇOS PÚBLICOS.
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IMPORTANTE:
1 1 2
A responsabilidade civil do notário e do oficial registrador é subjetiva e o prazo
prescricional3 será de 3 anos, a contar do registro (ato registral).
(2) Responsabilidade subjetiva do notário e do oficial registrador: Questão outrora controversa, com
repercussões na jurisprudência, todavia pacificada pela Lei 13286/16 que alterou a lei de registros
públicos (LEI 8935/94) para dizer que a responsabilidade do notário e do oficial registrador é subjetiva.
Todavia, ao fazer questões de concurso sobre este assunto, deve-se levar em consideração a época em
que a prova foi elaborada/aplicada.
Art. 22 – Lei 8935/94. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou
escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso. (Redação dada pela Lei
nº 13.286, de 2016).
Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de
lavratura do ato registral ou notarial. (Redação dada pela Lei nº 13.286, de 2016).
“Pode-se achar questões de prova com gabaritos oficiais diferentes, devendo-se levar em consideração
a responsabilidade subjetiva do notário e do oficial registrador.”
3.1
(3) Prazo prescricional: Exceção ao princípio da actio nata , uma vez que o prazo prescricional não se
inicia do dano, mas sim da prática do ato.
(3.1) Princípio da actio nata: Trata-se de um princípio do Direito segundo o qual a prescrição e decadência
só começam a correr quando o titular do direito violado toma conhecimento de fato e da extensão de
suas consequências. Lembrando que a prescrição atinge a pretensão, que é o direito subjetivo violado,
enquanto a decadência atinge direitos potestativos pelo seu não exercício no prazo legal ou convencional.
- Fonte: http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20081113165139357
SUPERIMPORTANTE:
- Quando é caso de serviço governamental, ou seja, exploração de atividade econômica feita
diretamente pelo Estado, este responderá subjetivamente (não é objetiva).
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Ex. Esvaziamento do valor econômico do bem próximo a um viaduto construído (quem mandou construir
deve pagar o dano – Estado - objetivamente).
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta
ou indireta;
Art. 70 – Lei 8666/93. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou
a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato
(responsabilidade subjetiva), não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.
JURISPRUDÊNCIA:
Caracteriza-se quando o Estado assume a guarda de coisas (Ex. Material radioativo, material bélico,
animais selvagens) e pessoas perigosas (Ex. Loucos, presos, crianças).
JURISPRUDÊNCIA:
- STF - Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não
faz jus à indenização sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior,
salvo situação de arbitrariedade flagrante.
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- STF - A existência de lei específica que rege atividade militar (lei 6880/90) não isenta a
responsabilidade do Estado por danos morais causados em acidentes sofridos decorrentes de
atividade militar.
- STJ – responsabilidade objetiva do Estado pelas lesões sofridas por vítima baleada em razão
de tiroteio ocorrido entre policiais e assaltante (não é bala perdida).
- STJ - Estado não responde por ato ilícito praticado por foragido, salvo quando os danos
decorrem direta ou imediatamente da fuga.
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20/09/17
7. Participação da vítima no dano1
(1) Dano: Dano é o pressuposto da responsabilidade civil. Se não houver dano, não há que se falar em
responsabilidade civil.
Só é causa excludente quando se admite excludente. Na teoria do risco integral não se admite
excludente.
Ex. Indivíduo que pula dentro de uma usina nuclear. Se o Estado não tivesse criado a usina
nuclear, o dano não teria ocorrido. Nesse caso, a responsabilidade é objetiva e o risco é integral.
Ex. Desacato de autoridade seguido de agressão por parte do policial. Nesse caso, haverá
responsabilidade do Estado.
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“Não se aplica somente a vias férreas, mas também a desrespeito de passarelas em avenidas e
afins.”
8. Reparação do dano
8.1. Caracterização
Dá-se com o pagamento da indenização (material, moral, estética). Efetuado o pagamento, não
há mais responsabilidade CIVIL, pois essa é o dever de indenizar.
8.2. Formas
8.2.1. Amigável
Pessoas jurídicas de direito público e de direito privado prestadoras de serviço público respondem
objetivamente nos termos do art. 37, §6º - CF. CONTUDO, O REGIME JURÍDICO PARA REPARAÇÃO DO
DANO É DIFERENTE. VEJAMOS:
Quando quem causou o dano é pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, NÃO É
NECESSÁRIA A PREVISÃO LEGAL.
8.2.2. Judicial
A vítima ajuíza ação pedindo a reparação do dano (ação de reparação de danos).
Se a pessoa for de direito público, na Justiça Federal – União e Fazenda – Estado e município, e a
reparação será por precatórios ou requisições de pequeno valor. Não pode abrir mão do direito de
regresso. Deve executar.
Se a pessoa for de direito privado, seguir-se-á o rito do direito civil. Pode abrir mão do direito de
regresso.
A ação somente pode ser ajuizada em desfavor da pessoa jurídica, pois assim está previsto no art. 37,
§6º - CF
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IMPORTANTE:
STJ – RE 228.977: No caso de dano causado por magistrado, a ação só poderá ser ajuizada em
face da pessoa jurídica.
O prazo prescricional é de 5 anos, a contar do dano (princípio da actio nata – a pretensão nasce com
o direito e esse nasce com o dano).
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou
ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco
anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
Art. 2º Prescrevem igualmente no mesmo prazo todo o direito e as prestações correspondentes a pensões
vencidas ou por vencerem, ao meio soldo e ao montepio civil e militar ou a quaisquer restituições ou
diferenças.
Art. 3º Quando o pagamento se dividir por dias, meses ou anos, a prescrição atingirá progressivamente
as prestações à medida que completarem os prazos estabelecidos pelo presente decreto.
Art. 4º Não corre a prescrição durante a demora que, no estudo, ao reconhecimento ou no pagamento
da dívida, considerada líquida, tiverem as repartições ou funcionários encarregados de estudar e apurá-
la.
Parágrafo único. A suspensão da prescrição, neste caso, verificar-se-á pela entrada do requerimento do
titular do direito ou do credor nos livros ou protocolos das repartições públicas, com designação do dia,
mês e ano.
Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a demora do titular do direito ou do crédito ou do seu
representante em prestar os esclarecimentos que lhe forem reclamados ou o fato de não promover o
andamento do feito judicial ou do processo administrativo durante os prazos respectivamente
estabelecidos para extinção do seu direito à ação ou reclamação. (Vide Lei nº 2.211, de 1954)
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser
formulada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato do qual a mesma se originar.
Art. 7º A citação inicial não interrompe a prescrição quando, por qualquer motivo, o processo tenha sido
anulado.
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Art. 9º A prescrição interrompida recomeça a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a
interrompeu ou do último ato ou termo do respectivo processo.
Art. 10. O disposto nos artigos anteriores não altera as prescrições de menor prazo, constantes das leis e
regulamentos, as quais ficam subordinadas às mesmas regras.
Lei 9494/97
Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto
nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da
Lei nº 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.
o
Art. 1 -A. Estão dispensadas de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas de
direito público federais, estaduais, distritais e municipais. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35,
de 2001)
o
Art. 1 -B. O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação
o o
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, passa a ser de trinta
dias (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
o
Art. 1 -C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de
pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços
públicos. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
o
Art. 1 -D. Não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções não
embargadas. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
o
Art. 1 -E. São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes,
as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. (Incluído pela
Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
o
Art. 1 -F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins
de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única
vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de
poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960, de 2009)
Art. 2º O art. 16 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que
qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.”
o
Art. 2 -A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na
defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na
data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído
pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar instruída com
a ata da assembléia da entidade associativa que a autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus
associados e indicação dos respectivos endereços. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
o
Art. 2 -B. A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão em folha de pagamento,
reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos
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Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá
ser executada após seu trânsito em julgado. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Art. 3º Ficam convalidados os atos praticados com base, na Medida Provisória nº 1.570-4, de 22 de julho
de 1997.
SUPERIMPORTANTE:
O prazo prescricional do notário, do oficial registrador (“DONO DO CARTÓRIO”) é de 3 anos,
a contar do ato registral (registro).
Art. 22 – Lei 8935/94. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos
que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou
escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso. (Redação dada pela Lei
nº 13.286, de 2016).
Ação de regresso/ressarcimento.
9.2. Fundamento
A prática do ato ilícito.
O ato ilícito somente interessa para fins de ressarcimento. Não interessa para a caracterização
da responsabilidade civil, pois essa é objetiva.
Há acordo.
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9.3.2.1. Prescrição
STF – Declarou que é prescritível, contudo manteve a decisão do TRF, não mencionando o prazo.
- Aula Procurador da Prefeitura:
Todavia, o STF somente diz que ação de ressarcimento por ato de improbidade é imprescritível.
Desta feita, o Juízo a quo é quem disse que o prazo prescricional da ação de regresso é de 3 anos
1
(RE 669069 ).
(1) RE 669069: Nesta decisão, o STF apenas negou provimento ao recurso, mantendo a decisão do Juízo
a quo, sendo este que definiu o prazo de 3 anos.
PLENÁRIO
REPERCUSSÃO GERAL
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em suposto ilícito civil que, embora tivesse causado prejuízo material ao patrimônio público, não revelaria
conduta revestida de grau de reprovabilidade mais pronunciado, nem se mostraria especialmente
atentatória aos princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública. Por essa razão, não seria
admissível reconhecer a regra excepcional de imprescritibilidade. Seria necessário aplicar o prazo
prescricional comum para as ações de indenização por responsabilidade civil em que a Fazenda figurasse
como autora. Ao tempo do fato, o prazo prescricional seria de 20 anos de acordo com o CC/1916 (art.
177). Porém, com o advento do CC/2002, o prazo fora diminuído para três anos. Além disso, possuiria
aplicação imediata, em razão da regra de transição do art. 2.028, que preconiza a imediata incidência dos
prazos prescricionais reduzidos pela nova lei nas hipóteses em que ainda não houvesse transcorrido mais
da metade do tempo estabelecido no diploma revogado. A Corte pontuou que a situação em exame não
trataria de imprescritibilidade no tocante a improbidade e tampouco envolveria matéria criminal. Assim,
na ausência de contraditório, não seria possível o pronunciamento do STF sobre tema não ventilado nos
autos. Vencido o Ministro Edson Fachin, que provia o recurso. Entendia que a imprescritibilidade
constitucional deveria ser estendida para as ações de ressarcimento decorrentes de atos ilícitos que
gerassem prejuízo ao erário.
RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069)
Contudo, HÁ DECISÕES DO STJ QUE DIZEM QUE O PRAZO PRESCRICIONAL DECORRENTE DE ILÍCITO
CIVIL É DE 5 anos.
Art. 37 – CF - § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
IMPORTANTE:
A ação de ressarcimento deve ser ajuizada a partir do trânsito em julgado do édito condenatório
da ação de reparação. Tal disposição é regulada pelas leis administrativas, sendo lei federal para
União, lei estadual para o estado e lei municipal para o município.
Ø Atos administrativos
Fato é acontecimento.
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Ex. Morte de João que é comerciante que, a priori, não é relevante para o Direito Administrativo.
“Nem todo administrativo é ato da administração, nem todo ato da administração é ato administrativo,
mas alguns atos são administrativos e da administração.”
Ex1. Edital do concurso do poder judiciário (é ato administrativo, mas não é ato da administração).
Ex2. Presidente da República discursando na ONU, declarando guerra ou celebrando paz, assinando um
tratado internacional, fazendo uma Medida Provisória (são atos da administração, mas não são atos da
administrativos).
Ex3. Edital de concurso para a Polícia Civil feito pelo Governador do Estado (é ato administrativo e ato da
administração.
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Todos poderes praticam atos na função administrativa. Todos esses atos, praticados no exercício da
função administrativa, são atos administrativos.
- Declaração de vontade;
IMPORTANTE:
São as características, qualidades do ato, determinadas pelo regime jurídico de direito público.
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“Se a Administração Pública diz que aconteceu/é legal, eu presumo que aconteceu/é legal.”
“Mesmo ilegal, o ato administrativo presume os mesmos efeitos como se válido fosse.”
Ex. Agente interdita restaurante, pois solicitou 10 mil reais ao proprietário e este não consentiu
com a corrupção.
Impetrado mandado de segurança, o magistrado declara a nulidade do ato que, por sua vez, tem
efeitos ex tunc (derruba a presunção de legitimidade).
SUPERIMPORTANTE:
Os efeitos ex tunc e ex nunc da decisão que anula ato somente se aplicam aos
atos eficazes.
Ex2. Ato praticado em 20/03/2017. Em 21/03/17 publicado com vacatio de 40 dias. Ato anulado
aos 21/04/17.
NESSE CASO, A ANULAÇÃO DO ATO NÃO PRODUZIRÁ EFEITOS EX TUNC NEM EX NUNC, pois o
ato NÃO PRODUZIU EFEITOS (AINDA NO PERÍODO DE VACATIO).
“Não se refere à anuência e satisfação da obrigação, mas tão somente à sua criação.”
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Ex. Ato administrativo de nomeação em concurso público não cria obrigação de posse.
2.3. Autoexecutoriedade
2.3.1. Hipóteses
a) Previsão legal
“Toda vez que a lei disser que a Administração pode praticar o ato, diz que o ato é autoexecutório.”
b) Circunstâncias
Há situações que a lei não é capaz de prescrever. Assim, haverá circunstâncias não previstas em lei, mas
que exigem atuação imediata. Nesse caso, a Administração praticará o ato.
2.3.2.1. Exigibilidade
“Os atos de coerção indireta são praticados para coagir o administrado a cumprir a obrigação legal.”
Ex. Estacionar em local em que se exige “rotativo/faixa azul”. A administração, então, multa o indivíduo –
sem ordem judicial - para que ele cumpra a lei.
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2.3.2.2. Executoriedade
A administração pode praticar atos de coerção DIRETA para garantir o cumprimento da obrigação legal.
Ex. Reboque de veículo estacionado em local proibido, tal como aquele reservado a ambulâncias.
Significa que o ato administrativo corresponde a uma descrição legal, cujos efeitos estão pré-
estabelecidos na lei.
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Curso SUPREMO 2017
03/10/17
3. Elementos1/requisitos do ato administrativos (IMPORTANTE)
(1) Elemento é aquilo que constitui.
Não há lei sobre isso. Coube à doutrina sistematizar, havendo diferentes abordagens
doutrinária, contudo, a maioria, com base na lei 4717/65 (Lei de Ação Popular), aponta 5
elementos para o ato administrativo. Vejamos:
3.1. Sujeito
3.1.1. Capaz
3.1.2. Competente
Atribuição normativa conferida para o agente atuar. Essa competência não é presumida. Deve ser
expressamente prevista em lei.
3.2. Forma
A forma pode não ser escrita, pois quem define a forma é a lei.
Ex forma diversa da escrita. Art. 60. – Lei 8666/93 - Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
"a" desta Lei (CONVITE – R$4.000,00), feitas em regime de adiantamento.
3.2.1. Motivação
60
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Ex. Pede-se parcelamento de um crédito tributário, todavia este é negado com fundamento na instrução
normativa XXX/2016.
Ex2. Recursos de questões em concurso público que são indeferidos nos termos do espelho de correção
publicado na data XXX.
3.3. Objeto/conteúdo
Ex. Ato administrativo de remoção de Delegado de Polícia Federal do Distrito Federal para Curitiba –
objeto: deslocamento do servidor.
3.4. Motivo
“É a causa do ato.”
(2) Motivo de direito: Previsão legal do ato a ser praticado (a Administração somente faz o que a lei
manda).
1
Consiste na ideia/tese de os motivos apresentados para a prática do ato integram/vinculam
a validade do ato.
1
De modo que, se o motivo apresentado referir-se a motivo falso, motivo inexistente ou a motivo
juridicamente insubsistente, o ato será ILEGAL.
Assim, tendo em vista que o ato será ilegal, o poder judiciário poderá
anular ato administrativo com base na teoria dos motivos determinantes,
61
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uma vez que não poderá ser afastada de sua competência lesão ou
ameaça de lesão a direito.
(1) Motivo apresentado: MOTIVAÇÃO.
IMPORTANTE:
A teoria dos motivos determinantes tem como objetivo aferir a legalidade dos motivos que,
por sua vez, somente pode ser aferido se houver motivação.
3.5. Finalidade
Efeito jurídico mediato que o ato produz, ou seja, é o objetivo descrito pela lei que enseja a prática
do ato.
Ex. Ato de remoção ex officio – objeto: deslocamento do servidor; finalidade/objetivo: suprir a necessidade
de serviço.
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1
Elementos/requisitos Vícios do ato Natureza do vício do Ato vinculado Ato discricionário
ato
(art. 2º, parágrafo (Aquele que a lei (Aquele que a lei
único, Lei 4717/65) NÃO dá confere a
liberdade a oportunidade de
É na natureza que há administração decidir,
a convalidação do decidir/escolher) observando a
ato administrativo oportunidade e
(vide item 5. Abaixo) (Todos os atos conveniência)
são vinculados,
pois não se pode
escolher nada)
63
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Curso SUPREMO 2017
Se a lei previr mais de uma forma para a prática do ato, o elemento forma
será discricionário
IMPORTANTE:
Ex – ato inexistente com vício no objeto: Município que concede alvará para funcionamento de
bordel.
NÃO QUER DIZER QUE, TODA VEZ QUE UM SERVIDOR PRATICA CRIME, O ATO É INEXISTENTE.
- A doutrina divide o vício na competência em (nas três hipóteses há alguém fazendo aquilo
que não tem prerrogativa para fazer – previsão legal – vide abaixo):
b) Função de fato – ato praticado pelo agente público de fato, sendo aquele que não é agente público de
direito, porque se encontra ilegalmente investido. Mesmo ilegalmente investido, pratica o ato.
Ex. Servidor de férias que pratica ato administrativo, servidor aposentado que pratica ato administrativo.
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IMPORTANTE – COMPETÊNCIA:
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 11 – Lei 9784/99. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
- DELEGAÇÃO - Art. 12 - Lei 9784/99. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos
colegiados aos respectivos presidentes.
- Considerações:
3. Pode se dar na relação hierárquica (Poder Hierárquico) ou FORA DA RELAÇÃO HIERÁRQUICA (acordo
de vontades).
- ATOS INDELEGÁVEIS - Art. 13 - Lei 9784/99. Não podem ser objeto de delegação:
- Considerações - CAI:
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Art. 14 - Lei 9784/99. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado. (O DELEGADO É QUE SERÁ RESPONSABILIZADO)
- Considerações:
MACETE:
- Atos indelegáveis:
EDEMEX:
Edição de ato normativo
Decisão de recurso administrativo
Matéria de competência Exclusiva.
2) Ver arts. 18 a 21 da Lei 9784/99 – regras de suspeição e impedimento - DECORAR
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IMPORTANTE:
O ato será inexistente quando acarretar em violação e tipo penal. Não produz nenhum efeito
jurídico enquanto ato administrativo.
Art. 2º - Lei 4717/65 - São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
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Vício no motivo de direito ocorre quando o direito não corresponde ao ato. O ato é juridicamente
insubsistente.
Ex – VÍCIO NO MOTIVO DE DIREITO. Concurso de Polícia – última fase – investigação social – aprovação
ou reprovação do candidato por conduta social inadequada. Candidato com nome no SPC não se amolda
à descrição legal que tipifica a reprovação (conduta social inadequada), pois se pode, por exemplo, ter o
nome negativado indevidamente ou por ter perdido o emprego.
4. Mérito
É a liberdade que a lei confere à Administração para valorar os motivos do ato e definir seu
objeto, a partir de critérios de oportunidade e conveniência.
IMPORTANTE:
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Pequeno produtor rural multado em 50 mil reais por este ter matado um tatu.
A obrigação de pagar imposta pelo IBAMA não é razoável, posto que visivelmente
desproporcional.
Pode-se recorrer ao Judiciário pedindo a anulação da multa. Todavia, o Juiz não poderá dizer o
que é proporcional, mas somente o que NÃO é proporcional, uma vez que ilegal.
Todavia, este comportamento poderia não ser conduta incontinente no Rio de Janeiro.
Nota:
CUIDADO:
Quando envolve a efetivação de Direitos Fundamentais, a postura é diferente (estudar este
tema).
Ex. Judicialização da saúde. Em que pese a Administração dizer que não fornecerá certo remédio,
o Juiz de poderá obrigá-la a fornecer, embora adentre ao mérito, está visando garantir um direito
fundamental, qual seja, o Direito à Saúde.
5. Convalidação/sanatória
5.1. Conceito
(1) Ato administrativo anulável: aquele cujo vício é sanável, ou seja, pode ser corrigido.
5.2. Efeitos
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“É como se o ato fosse válido desde o dia que ele foi criado.”
5.3. Obrigatoriedade
Anular preserva a legalidade, mas acarreta em insegurança jurídica, posto que todos os efeitos produzidos
deixarão de existir.
O ato discricionário praticado por autoridade incompetente é facultativo, vez que, se obrigatório,
vincularia a autoridade competente a aceitar a decisão da autoridade incompetente.
A convalidação é facultativa.
Art. 55 – Lei 9784/99. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.
IMPORTANTE:
A Lei 9784/99 possui aplicação somente para a União, uma vez ser lei federal. Assim, para a
legislação federal, a convalidação é facultativa.
JURISPRUDÊNCIA:
- RE 258981 – Estado de Coisas Inconstitucional - não se trata de análise de mérito, mas sim
de concretização de direitos fundamentais:
EMENTA: REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO DO MPE CONTRA ACÓRDÃO DO TJRS. REFORMA DE SENTENÇA
QUE DETERMINAVA A EXECUÇÃO DE OBRAS NA CASA DO ALBERGADO DE URUGUAIANA. ALEGADA
OFENSA AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES E DESBORDAMENTO DOS LIMITES DA RESERVA DO
POSSÍVEL. INOCORRÊNCIA. DECISÃO QUE CONSIDEROU DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE PRESOS MERAS
NORMAS PROGRAMÁTICAS. INADMISSIBILIDADE. PRECEITOS QUE TÊM EFICÁCIA PLENA E
APLICABIILIDADE IMEDIATA. INTERVENÇÃO JUDICIAL QUE SE MOSTRA NECESSÁRIA E ADEQUADA PARA
PRESERVAR O VALOR FUNDAMENTAL DA PESSOA HUMANA. OBSERVÂNCIA, ADEMAIS, DO POSTULADO
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III - Sentença reformada que, de forma correta, buscava assegurar o respeito à integridade física e moral
dos detentos, em observância ao art. 5o, XLIX, da Constituição Federal.
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Concurso público. Correção de prova. Não compete ao
Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas
pelos candidatos e notas a elas atribuídas. Precedentes. 3. Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário
juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o previsto no edital do certame.
Precedentes. 4. Recurso extraordinário provido.
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09/10/17
6. Extinção dos atos administrativos
1
Extinção dos atos ineficazes Extinção dos atos eficazes
1) Mera retirada (anulação – retirada por 1) Extinção natural - O ato se extingue, porque cumpriu todos seus efeitos ou
ILEGALIDADE - e revogação – retirada por porque adveio o termo ou a condição resolutiva.
INCONVENIÊNCIA);
“Forma natural do ato acabar.”
2) Recusa do interessado - “Eu não tenho
2) Extinção subjetiva - O ato se extingue, porque houve perda do sujeito da relação
e recuso”.
jurídica constituída pelo ato.
Ex. Globo quer comemorar seus 52 no
Ex. Governador praticou um ato administrativo aos 20 de março de 2017, nomeando
Parque do Ibirapuera. Contudo, é bem do
João secretário de agricultura. O SUJEITO DO ATO ADMINISTRATIVO É O
município. Então, a Rede Globo, em março,
GOVERNADOR (autoridade capaz e competente para a prática do ato).
faz um pedido ao município para utilizá-lo
com exclusividade, no dia 22 de dezembro. “O sujeito do ato não desaparece, pois está previsto na norma (sempre haverá um
O município defere, nos termos do pedido. governador em exercício).”
Em junho, a Globo desiste, uma vez que
O que extingue é o sujeito da relação jurídica constituída pelo ato.
quer fazer o evento no Rio de Janeiro.
Praticada a recusa, pois o ato é ineficaz. João, investigado pela Operação lava-jato, desaparece. Extinto o ato administrativo.
Diferente de renúncia – “eu tenho (ato 3) Extinção objetiva - O ato se extingue pela perda do objeto da relação jurídica
produziu efeitos produzindo direitos) e constituída pelo ato.
renuncio”
Ex. Município do Rio de Janeiro construiu ciclovias, concedendo permissão,
juntamente com a marinha (a orla da praia pertence à marinha), para determinada
pessoa construir quiosques. Vem uma onda e destrói a ciclovia. O ato administrativo
de permissão de uso é extinto em virtude da perda do objeto da relação jurídica
(ciclovia).
Celso Antônio diz que, nas hipóteses 2 e 3, o ato se extingue pela perda do
elemento infungível do ato, quais sejam, sujeito e objeto da relação jurídica.
4) Renúncia
O beneficiado pelo ato diz que não quer mais os efeitos que o ato produz.
5) Retirada
Desfazimento do ato. A Administração que fez desfaz os atos.
“Desfazimento volitivo.”
5.1) Anulação ou invalidação: retirada do ato ILEGAL.
5.2) Revogação: retirada do ato legal, mas INCONVENIENTE (por razões de
MÉRITO).
5.3) Cassação: retira do ato legal, porque o beneficiado descumpriu a lei.
Ex. Perda da CNH por tomar multa no 1º ano.
5.4) Caducidade: retirada do ato legal pelo advento de norma incompatível com o
ato (vide art. 38 da Lei 8987/95).
Ex. Leis que permitiam o funcionamento bingo após a proibição destes.
5.5) Derrubada ou contraposição: Extinção do ato, porque a Administração
praticou ato administrativo incompatível com o ato que já existia.
“Ato ulterior tem efeitos contrapostos ao ato outrora praticado.”
Ex. Exoneração produz efeito contraposto ao da nomeação. Ex2. Provimento e
vacância.
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Contraexemplo. Multa
(1) Ato administrativo ineficaz: Ato administrativo que NÃO produziu seus efeitos, ainda não está pronto
para produzir seus efeitos típicos/principais
Ex. Ato administrativo sujeito a termo (enquanto o termo não advir, o ato não produzirá seus efeitos),
condição suspensiva.
Ex2. Dispensa e inexigibilidade de licitação deve estar sujeito ao procedimento de justificação (art. 26 da
Lei 8666/93). Enquanto não houver esse procedimento, o ato não produzirá efeitos.
Ex3. Contrato administrativo deve ter seu extrato publicado em diário oficial.
Ex4. Ato administrativo praticado por Governador aos 20 de março de 2017, no qual diz que produzirá
efeito após 45 dias após sua publicação. O ato é publicado em 21 de março de 2017. Aos 7 de abril de
2017, o Governador anula o ato (antes do termo). Nesse caso, a anulação NÃO PRODUZIRÁ EFEITOS, uma
vez que o ato é ineficaz.
Nota:
Ato administrativo é ato jurídico (condição, termo, encargo) sujeito às regras do direito público
(requisitos/elementos).
IMPORTANTE:
III - caducidade;
IV - rescisão;
Art. 38 – Lei 8987/95. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder
A caducidade prevista nessa lei tem CARÁTER PUNITIVO (extinção da concessão, porque o concessionário
descumpriu a lei – DEVE SER PRECEDIDA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA). NÃO DIZ RESPEITO À
CADUCIDADE OUTRORA ESTUDADA.
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VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou
transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no
contrato;
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XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas
pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação
o
do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1 do art. 65 desta Lei;
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XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução
do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa.
SUPERIMPORTANTE:
CUIDADO:
Anulação Revogação
O ato produz efeitos com presunção de Ato legal que produziu todos
legitimidade. Quando a presunção cai, todos seus efeitos.
seus efeitos desaparecem.
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A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Art. 53 – Lei 9784/99. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
Art. 54 – Lei 9784/99. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis (ato ampliativo – vide atenção abaixo) para os destinatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
EFEITO EX NUNC PERANTE O TERCEIRO DE BOA-FÉ - Parágrafo único. A nulidade não exonera a
Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela
for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
IMPORTANTE:
A doutrina criou e utiliza o nome prescrição administrativa para tratar dos prazos extintivos
dentro da Administração Pública.
Nota:
O STF E STJ dizem que não se aplica o prazo decadencial de 5 anos se o ato ilegal da
administração violar, diretamente, a Constituição Federal.
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CUIDADO:
6.1.1. Jurisprudência
RE 594296 – Ao estado é facultada a revogação de atos que repercute ilegalmente praticados; porém, se
de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular
processo administrativo.
Tese consolidada STJ - A exoneração de servidor público em razão da anulação do concurso pressupõe a
observância do devido processo legal, com contraditório e ampla defesa.
ATENÇÃO:
NÃO SE SUJEITAM A PRAZO (O art. 54 da Lei 9784/99 somente abrange os atos ampliativos – vide acima).
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O Poder Judiciário tem o prazo prescricional de 5 anos para anular os atos administrativos.
“Somente age mediante provocação. Interessado tem o prazo prescricional de 5 anos para
acionar o judiciário.”
6.1.2.1. Confirmação
Atos administrativos abstratos (não se exaure, não se consuma, descreve situação que sempre se repetirá
quando a hipótese nele contida se concretizar) PODEM SER REVOGADOS A QUALQUER TEMPO.
Atos administrativos concretos (se exaurem) EM ALGUMAS SITUAÇÕES, NÃO PODEM SER REVOGADOS,
QUAIS SEJAM, NAQUELAS EM QUE OS ATOS ADMINISTRATIVOS JÁ SE CONSUMARAM.
Ex. Revogação de crédito para folga de servidor em dia ulterior a feriado após este dia.
Ex2. Ato complexo (há 2 órgãos administrativos que declaram suas vontades) com declaração de somente
um órgão.
Maria Sylvia Di Pietro diz que os atos irrevogáveis fazem coisa julgada
administrativa (não podem ser anulados, pois são legais e também são
irrevogáveis).
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Ex. Licitação – lei diz que a licitação não pode ser revogada, salvo em duas hipóteses.
c) Ato exaurido/consumado
d) Ato enunciativo
Ato que não produz efeito jurídico, porque traduz mera opinião, mero desejo ou certifica um fato ou
situação jurídica.
“Não se pode participar de licitação em razão da CND negativa não por causa da certidão, mas sim por
possuir débito.”
“Não há como falar que determinado ato é legal e, após, revogar o ato.”
2
v. Atos que consistirem em decisão final do processo administrativo contencioso (VIDE PERIGO ABAIXO)
- Parecer facultativo: Não depende de previsão em lei. A autoridade pede se quiser e acata se quiser. Ato
enunciativo.
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- Parecer vinculado: A autoridade, para praticar o ato, DEVE pedir o parecer e, após recebê-lo, é OBRIGADA
a seguir o parecer. Ato administrativo propriamente dito (ato deixa de ser enunciativo para ser ato
propriamente dito – produz efeitos jurídicos).
STF - Advogado da Petrobrás deu parecer no sentido de ser inexigível determinada licitação para
contratar determinada consultoria. A autoridade, então, declara a inexigibilidade e faz o contrato sem
licitação. O TCU, ao apreciar o contrato, disse que era ilegal, por não ser causa de inexigibilidade, punindo
a autoridade responsável e o advogado da Petrobrás, dizendo que os dois eram responsáveis pelo ato
ilegal.
Contra ato do TCU, cabe mandado de segurança originariamente no STF. O advogado impetrou mandado
se segurança e o STF disse que o advogado não era responsável, pois o advogado externou mera opinião,
uma vez que a autoridade não era a obrigada a decidir consoante o parecer.
PERIGO:
(2) Processo administrativo divide-se em:
Somete há quando se adota o sistema inglês (há duas jurisdições – a Administrativa tem poder para julgar
com força de coisa julgada).
Celso Antônio Bandeira de Melo diz que será contencioso quando há controvérsia entre Administração e
Administrado, uma vez que nenhum procedimento administrativo, no Brasil, transita em julgado.
“Diz isso porque a decisão final favorável da Administração é irrevogável (Ex. Decisão final em recurso
administrativo referente a lançamento de tributo que decide favoravelmente ao contribuinte quanto ao
valor devido do imposto).
Contraexemplo. Licitação.
Ato vinculado que pode ser revogado: licença para construir em que a obra ainda
não se iniciou, ressalvando-se o direito à indenização pelos prejuízos causados.
Nota:
Estudar classificação dos atos administrativos (nunca é visto em cursos preparatórios, pois se
trata de lista de memorização), principalmente no que tange às espécies de atos administrativos.
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Curso SUPREMO 2017
16/10/17
Ø Intervenção do Estado1 na Propriedade
Aborda-se o Estado que, por sua vez, abrange a União, Estado membro, Município, DF, cada qual
dentro da sua competência Constitucional.
Ex. Pode-se ter o Estado legislando e limitando a propriedade. O Estado julgando e afetando o
direito de propriedade. O Estado administrando e, no exercício da função administrativa, afeta
o direito de propriedade.
(1) Estado: Pessoa jurídica de direito público dotado de autonomia política que exerce funções essenciais
à coletividade e ao estado legislando, julgando e administrando.
O estado, em suas funções essenciais, podem interferir no direito de propriedade. Isso que será estudado.
a) O domínio iminente
Traduz o poder de império que o Estado exerce sobre todas as propriedades dentro do seu território.
Dessa feita, pode sacrificar o direito de propriedade que esteja dentro do seu território.
Se o interesse da coletividade é mais importante que o interesse individual, sempre que se precisar
sacrificar o direito individual em prol da coletividade, assim será feito.
c) A função social da propriedade (art. 5º, inciso XXIII e art. 170, inciso III – CF)
A propriedade traz vantagens e desvantagens. Para garantir que o proprietário dê à propriedade a sua
função social merecida, o Estado vai intervir no direito de propriedade para garantir que esta cumpra sua
função social (matéria afeta ao Direito Constitucional).
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - art. 5º - CF - XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
ORDEM ECONÔMICA - Art. 170 - CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
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Curso SUPREMO 2017
Poder de polícia em sentido amplo são os atos legislativos e administrativos que limitam a propriedade
em favor do bem comum. “São leis e atos administrativos que limitam direitos individuais em prol do bem
comum.”
Maria Sylvia afirma que, segundo seu entendimento, toda vez que o Estado intervém no direito de
propriedade, está limitando-a em prol do bem comum. Para ela, todas as intervenções do Estado na
propriedade retiram seu fundamento do poder de polícia que o Estado exerce, pois, em todos os casos,
sacrifica um direito individual em prol do bem comum.
Todavia, para Maria Sylvia, o poder de polícia do Estado em seu sentido amplo também fundamenta a
intervenção do Estado na propriedade.
IMPORTANTE:
- NÃO confundir domínio público com domínio iminente.
Domínio público é uma expressão que traduz patrimônio do Estado. Refere-se ao patrimônio do Estado.
Noutra sorte, domínio iminente não traz natureza patrimonial, mas sim a autoridade que o Estado exerce
sobre o que está inserido em seu território.
Nota:
Tradicionalmente, somente as limitações administrativas têm como fundamento o poder de
polícia, contudo, para Maria Sylvia, abrange todas as 5 intervenções do Estado na propriedade.
“O Estado pratica um ato que lesa o direito de propriedade, mas o proprietário permanece
como proprietário.”
a) Limitações administrativas
b) Requisições administrativas
A Constituição, em seu art. 5º, inciso XX, diz que, em caso de guerra ou perigo público iminente, o Estado
pode utilizar bens móveis, imóveis e serviços particulares.
art. 5º - CF - XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
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Curso SUPREMO 2017
c) Ocupação temporária
d) Servidão administrativa
e) Tombamento
a) Desapropriação
Ex – requisição administrativa sobre bens consumíveis. O Brasil está em guerra com a Venezuela e requisita
combustível de distribuidoras de combustíveis particulares (Ale, Esso, Shell).
3. Prescrição
O Estado pratica um ato que afeta o direito de propriedade de um particular, provocando-lhe
dano, lesando, assim, o direito de propriedade.
Há um prazo para o particular ajuizar uma ação, buscando reparação de dano em decorrência
de ato que afetou o direito de propriedade.
art. 5º - CF - XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Nota:
Em 99% das vezes, o prazo prescricional contra o Estado é de 5 anos, todavia os fundamentos
são diferentes.
Ex. Na responsabilidade civil do Estado, a pretensão da vítima para ajuizar ação contra o Estado
é de 5 anos, com base no decreto 20910/32.
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Curso SUPREMO 2017
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação que vise a indenização por restrições
decorrentes de atos do Poder Público. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
De outra forma, o prazo inserto no art. 10, parágrafo único, DL 3365/41 não
se aplica à desapropriação indireta1, uma vez que essa equivale à usucapião
extraordinária.
Nesse caso, a lei dispõe que o prazo é de 5 anos.
Entretanto, o STJ discorda, sob argumento de que o Estado estaria adquirindo o imóvel em 5
anos, o que acarretaria na criação de uma usucapião extraordinária especial para o Estado.
Para o STJ, então, o prazo é de 10 anos (prazo da usucapião extraordinária2), pois se deve
preencher os requisitos da usucapião extraordinária.
(1) Desapropriação indireta: É a desapropriação sem o devido processo legal. Denomina-se
apossamento/esbulho administrativo.
A lei diz que, uma vez incorporado ao patrimônio público, o bem não pode
ser objeto de reivindicação.
Nessa situação, o proprietário terá direito a perdas e danos (O proprietário terá direito
ao valor correspondente do bem desapropriado sem observância legal).
(2) Prazo da usucapião extraordinária: No Código Civil de 1916, era de 20 anos, ao passo que, no Código
de 2002, passou a ser de 10 anos. Para o Código de 2002, o prazo é de 15 anos, no
entanto, se houver destinação, diminuem-se 5, passando para 10.
Súmula 119/STJ - 11/07/2017. Desapropriação indireta. Prazo prescricional. Prescrição vintenária. CCB,
arts. 177 e 550.
STJ: A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos, nos termos da Súmula 119 do
STJ, na vigência do Código Civil de 1916 e, em 10 anos, sob a égide do Código Civil de 2002,
observando-se a regra de transição disposta no art. 2.028 – CC/02.
Art. 2.028 – CC/02. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de
sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
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4. Limitações administrativas
4.1. Conceito
Podem ser definidas atos legislativos ou administrativos de caráter geral que criam, para o
proprietário, obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito
de propriedade ao interesse público.
Atos gerais voltados para propriedades indeterminadas para proteger o interesse público
abstratamente considerado, tendo natureza jurídica de poder de polícia.
Ex. O Plano Diretor do Município que se faz com base no Estatuto da Cidade, no qual se define o
uso e ocupação do solo urbano (comércio, residência, mista, pode-se construir prédios, somente
casas, etc.).
(1) Atributo da propriedade afetado: Quando se estuda propriedade no Código Civil, verifica-se que,
classicamente, a propriedade tem 3 atributos, ou seja, a propriedade é:
1.1.
a) Absoluta : Sou proprietário e faço o que eu quiser.
c) Perpétua: Sou proprietário e a propriedade é minha para sempre e, quando morrer, passa para meus
herdeiros.
Questionamento importante, especialmente, nas intervenções restritivas, pois, nessa, o dono permanece
como dono, mas o ato afeta um dos atributos da propriedade.
(1.1) Relativização do direito de propriedade: A propriedade não é absoluta, porque a lei define os limites
da propriedade.
“Eu não faço o que quiser com a propriedade, pois me sujeito às limitações administrativas.”
4.3. Indenização2
Ademais, é ato geral sobre propriedades indeterminadas (“todos sofrem na mesma medida”).
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Ex. Concessionário de serviços públicos que precisa instituir uma servidão. Itaipu precisa levar a energia
produzida para São Paulo que, por sua vez, dá-se por meio de cabos de transmissão, instalados em torres
de energia. Para colocar as torres, devem-se instituir servidões administrativas nas propriedades,
sacrificando o direito de propriedade.
Em outras situações, indeniza-se o dano. Nesse caso, a atuação do estado não se volta a sacrificar o direito
do particular em prol do interesse público. O dano é efeito colateral. A lesão do direito é consequência e
não intenção do Estado.
Ex. Requisição administrativa – Polícia Federal está atrás de um terrorista e o policial requisita o carro de
um particular para persegui-lo (situação de perigo iminente). SOMENTE HAVERÁ DIREITO À INDENIZAÇÃO
SE, NA UTILIZAÇÃO DO VEÍCULO, HOUVER DANO.
“O tombamento não dá direito à indenização, mas, se houver dano, há indenização, não pelo
tombamento, mas pelo dano. O tombamento é o meio pelo qual se gera o dano. O tombamento, por si,
não gera dano.”
“A LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA NÃO GERA INDENIZACÃO, MAS O DANO GERA. QUANDO A LIMITAÇÃO
ADMINISTRATIVA PRODUZIR DANO, GERARÁ INDENIZAÇÃO.”
Nota:
Se na minha fazenda somente tem pau-brasil, sendo área de reserva ambiental ou não, não se
pode cortar nenhuma árvore.
Nesse caso, se vier limitação administrativa, tal como no item “4.3.1.”, não haverá indenização,
pois não haverá dano.
“Somente haverá dano quando se tiver direito à exploração lícita das riquezas, sobrevindo
limitação administrativa que tira esse direito.”
SUPERIMPORTANTE:
A intervenção do Estado na propriedade pode se dar sobre bens móveis e bens imóveis,
corpóreos, incorpóreos.
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4.4. Institutos previstos na Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade) que têm natureza de
limitação administrativa
4.4.1. Parcelamento e edificação compulsórios (art. 5º - Estatuto da Cidade)
Primeira medida trazida pela Constituição quando a propriedade não cumpre sua função social.
Art. 182 - CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. (Regulamento) (Vide Lei nº
13.311, de 11 de julho de 2016)
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
o
Art. 5 – Estatuto da Cidade - Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá
determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida
obrigação.
o
§ 1 Considera-se subutilizado o imóvel:
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele
decorrente;
II – (VETADO)
o
§ 2 O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação,
devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.
o
§ 3 A notificação far-se-á:
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público municipal, ao proprietário do imóvel ou, no
caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administração;
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso I.
o
§ 4 Os prazos a que se refere o caput não poderão ser inferiores a:
I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal competente;
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Art. 25 – Estatuto da Cidade. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência
para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
“Município faz uma lei determinando que aquele tipo de empreendimento necessita de estudo de
impacto de vizinhança.”
“A União, Estado também devem fazer o estudo de impacto de vizinhança, que é condição para
conseguir a licença para realização do empreendimento.”
IMPORTANTE:
Nas limitações administrativas, a União, o Estado, o Município e o Distrito Federal legislam, cada
qual dentro de sua competência Constitucional.
5. Requisição administrativa
5.1. Conceito
É o ato administrativo unilateral e auto executório1 pelo qual o Poder Público utiliza,
transitoriamente, bens móveis, imóveis ou serviços particulares, em casos de guerra ou de
perigo público iminente.
(1) Ato auto executório: ato que pode ser praticado sem ordem judicial.
art. 5º - CF - XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Nota:
- Competência legislativa da União (art. 22, inciso III – CF)
“A União, o Estado, o Município podem praticar o ato administrativo de requisição, mas somente a
União pode legislar.”
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- A Lei Delegada 4/62 e o DL 2/66 preveem requisições voltadas para a intervenção no domínio
econômico e para bens e serviços necessários ao abastecimento da população (requisição
administrativa civil).
Art. 1.228 - CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou
utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público
iminente.
- O art. 15, XIII – Lei 8080/90 traz hipótese de requisição administrativa no âmbito do SUS
(requisição administrativa civil).
Art. 15 – Lei 8080/90. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito
administrativo, as seguintes atribuições:
Ex. Estado requisita minha fazenda para fazer de quartel em caso de Guerra. Se a União usa, eu
não uso.
Ex2. Se o policial usa meu veículo para perseguir bandido, eu não o utilizo.
5.3. Indenização
Não há direito à indenização, salvo se, do uso, resultar dano, sendo essa, nesse
caso, paga posteriormente.
Ex. União requisita 5 mil sacas de feijão para alimentar soldados em caso de guerra. Óbvio que
haverá prejuízo, contudo a indenização continua sendo ulterior.
“É posterior, porque não dá tempo de falar em dinheiro (é um perigo iminente, uma guerra).”
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Nota:
- Na matéria de contratos administrativos, há a exceção do contrato não cumprido.
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento
e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou
ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento
obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela
suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito
de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
6. Ocupação temporária
6.1. Conceito
É a forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente imóveis (não são
bens móveis) privados como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.
“Apoio a obra ou serviço público que a lei disser.”
“O contexto que autoriza a ocupação do imóvel é o previsto em lei. Qualquer um, desde que
previsto em lei.”
6.3. Espécies
6.3.1. Ocupação temporária vinculada à desapropriação
Na desapropriação há uma fase declaratória (o Estado declara o que é interesse público, utilidade pública,
necessidade pública – DECLARAÇÃO NÃO TRANSFERE PROPRIEDADE) e uma fase executória (providências
são tomadas para transferir a propriedade – se não houver acordo com o proprietário, o Estado deve
ajuizar uma ação de desapropriação e, se julgada procedente, ir no cartório transferir).
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a) Fase declaratória: Administração diz o que será desapropriado e o que será ocupado.
b) Fase executória: Estado retira a propriedade do imóvel que disse que iria retirar e ocupa o imóvel que
disse que iria ocupar.
“As providências de ocupação devem ser precedidas de uma declaração (aquela que acontece na
desapropriação).”
Ex. Cidade A e B, entre as quais existe uma rodovia que o Estado decide duplicar. Para construir outra
pista, devem-se desapropriar imóveis. Necessita-se, também, das áreas anexas, tendo em vista que, nelas,
ficarão os acampamentos, etc., etc. necessários à obra. Terminada a obra, desocupam-se os terrenos
anexos.
Art. 36 – DL 3365/41. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria,
de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
a) Justiça eleitoral
b) Lei 3924/61
“Ocupa-se provisoriamente, escava-se e, se no final, tiver a conclusão que não tem nada, vão embora.
Se houver algo importante, decide-se o que fazer (tombar, desapropriar, etc.).”
Art 13 – Lei 3924/61. A União, bem como os Estados e Municípios mediante autorização federal, poderão
proceder a escavações e pesquisas, no interêsse da arqueologia e da pré-história em terrenos de
com exceção das áreas muradas que envolvem
propriedade particular,
construções domiciliares.
Parágrafo único. À falta de acôrdo amigável com o proprietário da área onde situar-se a jazida, será esta
declarada de utilidade pública e autorizada a sua ocupação pelo período necessário à execução dos
estudos, nos têrmos do art. 36 do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941.
6.4. Indenização
6.4.1. Ocupação temporária vinculada à desapropriação
Dará direito à indenização, pois segue o regime jurídico da desapropriação.
Não se indeniza por dano, mas sim pelo período que se utilizou a
propriedade.
“Enquanto o Estado utilizou, eu não utilizei. Então, Estado me indeniza pelo período.”
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7. Servidão Administrativa
7.1. Premissas
7.1.1. Espécie de servidão
Doutrina diz que servidão pode ser de direito público ou de direito privado.
Deve-se haver a fase de declaração (declara-se que se vai instituir a servidão) e a fase executória (não se
retira a propriedade, mas sim institui o direito real).
“Único jeito que acharam para definir o regime jurídico da servidão, pois não há lei.”
Momento que o Estado adota providências concretas para instituir o direito real de gozo denominado
servidão.
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lei
b) Pessoas
contrato administrativo
Pessoas que, por lei ou contrato administrativo, receberam a competência para instituir o direito real de
servidão.
Ex. Autarquias.
Ex2. concessionárias de serviço público (É a operadora de telefonia móvel que institui a servidão para
colocar antena em determinados imóveis; é a concessionária de energia que paga para passar sobre a
fazenda linhas de transmissão de energia; a companhia de gás canalizado que paga para passar o
gasoduto) – são essas pessoas que fazem as vezes do Estado, pois, por contrato de concessão, receberam
essa competência.
7.2. Conceito
Nota:
- No direito civil, há dois imóveis (imóvel dominante e imóvel serviente). Sobre o imóvel
serviente, pesa o direito real chamado servidão. Essa servidão é imposta para que o imóvel
serviente ofereça utilidade ao imóvel dominante.
Ex. Terreno encravado (quando um terreno está dentro de outro, sendo necessária a servidão de
passagem).
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IMPORTANTE:
“Tudo que vale para desapropriação, no que couber, vale para a servidão.”
a) Por acordo
Considerando que se segue o regime da desapropriação, o acordo deve ser precedido de desapropriação.
b) Por sentença
Se o proprietário não anuir. Também deve ser precedida de declaração (é aquela de utilidade, necessidade
pública trazida no DL 3365/41).
c) Por lei
IMPORTANTE:
- Para José dos Santos Carvalho Filho, servidão instituída por lei, na verdade, é limitação
administrativa.
- Já Maria Sylvia di Pietro diz que a servidão instituída por lei não precisa de prévia
declaração.
7.5. Registro
A lei de registros públicos diz que toda servidão administrativa deve ser registrada no cartório de imóveis.
O registro é realizado para dar publicidade, ou seja, para que nenhum desavisado compre o imóvel sem
saber que sobre ele recai o direito real de gozo denominado servidão.
Art. 167 – Lei 6015/73 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. (Renumerado
do art. 168 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975).
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IMPORTANTE:
- Maria Sylvia diz que toda servidão deve ser registrada, exceto a instituída por lei,
pois a lei é pública (desse modo, a servidão também o é, não necessitando de registro).
- José dos Santos diz que a servidão instituída por lei não é registrada porque não é servidão.
“Assim, para José dos Santos, toda servidão deve ser registrada (a instituída por lei, para ele, não é
servidão, mas sim limitação administrativa).
7.6. Indenização
IMPORTANTE:
«Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros compensatórios pela
limitação de uso da propriedade.»
3) dos contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido consignada cláusula de vigência no caso de
alienação da coisa locada;
7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação, quando não resultarem do direito de família;
8) das rendas constituídas sobre imóveis ou a eles vinculadas por disposição de última vontade;
9) dos contratos de compromisso de compra e venda de cessão deste e de promessa de cessão, com ou
sem cláusula de arrependimento, que tenham por objeto imóveis não loteados e cujo preço tenha sido
pago no ato de sua celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma só vez ou em prestações;
10) da enfiteuse;
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11) da anticrese;
16) dos empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive as conversíveis em ações;
18) dos contratos de promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades autônomas
condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação ou a
instituição de condomínio se formalizar na vigência desta Lei;
20) dos contratos de promessa de compra e venda de terrenos loteados em conformidade com o Decreto-
lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, e respectiva cessão e promessa de cessão, quando o loteamento
se formalizar na vigência desta Lei;
23) dos julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os demarcarem inclusive nos casos
de incorporação que resultarem em constituição de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades aos
incorporadores;
24) das sentenças que nos inventários, arrolamentos e partilhas, adjudicarem bens de raiz em pagamento
das dívidas da herança;
25) dos atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha e das sentenças de adjudicação
em inventário ou arrolamento quando não houver partilha;
27) do dote;
28) das sentenças declaratórias de usucapião; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.220,
de 2001)
30) da permuta;
34) da desapropriação amigável e das sentenças que, em processo de desapropriação, fixarem o valor da
indenização;
35) da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel. (Incluído pela Lei nº 9.514, de 1997)
36). da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou às suas entidades delegadas, e respectiva cessão e promessa de cessão; (Redação
dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
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37) dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias da concessão de uso especial para fins de
moradia; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.220, de 2001)
39) da constituição do direito de superfície de imóvel urbano; (Incluído pela Lei nº 10.257, de
2001)
40) do contrato de concessão de direito real de uso de imóvel público. (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.220, de 2001)
43. da Certidão de Regularização Fundiária (CRF); (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
1) das convenções antenupciais e do regime de bens diversos do legal, nos registros referentes a imóveis
ou a direitos reais pertencentes a qualquer dos cônjuges, inclusive os adquiridos posteriormente ao
casamento;
3) dos contratos de promessa de compra e venda, das cessões e das promessas de cessão a que alude
o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937, quando o loteamento se tiver formalizado
anteriormente à vigência desta Lei;
5) da alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de outras circunstâncias que, de
qualquer modo, tenham influência no registro ou nas pessoas nele interessadas;
6) dos atos pertinentes a unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591, de 16 de dezembro
de 1964, quando a incorporação tiver sido formalizada anteriormente à vigência desta Lei;
12) das decisões, recursos e seus efeitos, que tenham por objeto atos ou títulos registrados ou averbados;
13) " ex offício ", dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder público.
14) das sentenças de separação judicial, de divórcio e de nulidade ou anulação de casamento, quando nas
respectivas partilhas existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a registro. (Incluído pela Lei nº
6.850, de 1980)
15 - da re-ratificação do contrato de mútuo com pacto adjeto de hipoteca em favor de entidade integrante
do Sistema Financeiro da Habitação, ainda que importando elevação da dívida, desde que mantidas as
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mesmas partes e que inexista outra hipoteca registrada em favor de terceiros. (Incluído pela Lei nº
6.941, de 1981)
16) do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de preferência. (Incluído pela
Lei nº 8.245, de 1991)
19) da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 10.257,
de 2001)
20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano. (Incluído pela Lei nº 10.257, de 2001)
21) da cessão de crédito imobiliário. (Vide Medida Provisória nº 2.223, de 2001) (Incluído
pela Lei nº 10.931, de 2004)
24. do destaque de imóvel de gleba pública originária. (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)
27. da extinção da legitimação de posse; (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011)
28. da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº
12.424, de 2011)
29. da extinção da concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
30. da sub-rogação de dívida, da respectiva garantia fiduciária ou hipotecária e da alteração das condições
contratuais, em nome do credor que venha a assumir tal condição na forma do disposto pelo art. 31 da
o o
Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997, ou do art. 347 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil, realizada em ato único, a requerimento do interessado instruído com documento
comprobatório firmado pelo credor original e pelo mutuário. (Redação dada pela Lei nº 12.810,
de 2013)
31. da certidão de liberação de condições resolutivas dos títulos de domínio resolúvel emitidos pelos
órgãos fundiários federais na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
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