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Professor: Ricardo Erse Rafael Barreto Ramos

Curso SUPREMO 2017

CURSO PROCURADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE


Português

Professor: Ricardo Erse

18/08/17
 Pronomes

Previsão no edital: classificação, formação, flexão e emprego; colocação de pronomes


oblíquos.

1. Conceito
Pronome é o termo que se coloca em função ou em prol de um nome.

2. Pronome relativo
2.1. Pronome relativo que
A palavra que será:

a) pronome relativo:

Elemento coesivo de retomada. Aquele que tem como antecedente um substantivo.

Pode ser precedido de preposição, contudo não a altera (vide pronome qual abaixo).

Ex. O suco que bebeu estava muito ácido.  O suco estava muito ácido. Bebeu o suco.

Ex2. O (artigo) livro (substantivo) de que (pronome relativo) ele me falou era russo.

“Quando uma pessoa fala, fala de algo.”

Deve-se olhar o verbo.

Ex3. O copo em que eu bebi estava sujo.

Ex4. A sociedade passou por profundas transformações em que a realidade socioeconômica


modificou-se com rapidez junto ao desenvolvimento incessante das economias de massas.

Ex5. (não tem o termo que, mas é pronome relativo). E não apenas nos tradicionais meios de
comunicação, tais como jornais impressos, rádio, televisão, revistas, dentre outros, como
também nos espaços virtuais de interatividade, por meio das novas mídias, as quais (retoma o
substantivo mídias) representam novos meios de comunicação, tem-se o debate sobre a
problemática ambiental.

b) conjunção1 integrante: elemento coesivo de ligação.

NÃO RETOMA TERMO ANTERIOR, apenas liga uma oração com outra.

Ex. Queremos (verbo) que o dia seja definido.

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IMPORTANTE:
Toda palavra que sucede um artigo será um substantivo.

Ex. A (artigo) transparência (substantivo) do vidro.

Nota:
Semântica é o estudo de sentido.

Morfologia é o estudo das classes de palavras.

2.2. Pronome relativo qual


Equivale ao pronome que.

A preposição que antecede o pronome qual deve ter o gênero (do qual, da qual) e o número
(dos quais, das quais) do antecedente.

“Onde houver o pronome qual, também caberá o que.”

Ex. O (artigo) hotel (substantivo) em (quem se hospeda, hospeda-se em algum lugar) que me
hospedo fica no centro.

O hotel no qual me hospedo fica no centro.

“Sempre que houver uma preposição, deve-se olhar o verbo que vem depois.”

Ex2. A pensão em que me hospedo fica no centro.

A pensão na qual me hospedo fica no centro.

Ex3. Os lugares em que me hospedo ficam no centro.

Os lugares nos quais me hospedo ficam no centro.

Ex4. A (artigo) moça (substantivo) a que me refiro (quem se refere, refere-se a alguém) é a
Priscila.

A moça à (a+a) qual me refiro é a Priscila.

Ex5. Os homens aos (a+os) quais me refiro...

Ex6. O capitalismo foi reestruturado e a partir das transformações científicas e tecnológicas deu-
se origem a um novo estabelecimento social, em que/no (em+o) qual (retoma o
estabelecimento – pronome relativo) por meio de redes e da cultura da virtualidade, configura-
se a chamada sociedade informacional, na qual a comunicação e a informação constituem-se
ferramentas essenciais da Era Digital.

Ex7. No ciberespaço, devido à conectividade em tempo real, é possível promover debates de


inúmeras questões como a construção da hidrelétrica de Belo Monte, o Novo Código Florestal,
Barra Grande, dentre outras, as quais (retoma inúmeras questões) ensejam por tomada de
decisões políticas, jurídicas e sociais.

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2.3. Pronome relativo onde


NÃO É ADVÉRBIO, MAS SIM PRONOME RELATIVO.

Retoma lugar físico (ambiente). Deve-se aplicar quando a palavra antecedente seja indicativa de
lugar.

SEMPRE SERÁ SUBSTITUÍDO POR “EM QUE”, TODAVIA “EM QUE”

Ex. A (artigo) cidade (substantivo – lugar, ambiente) onde/em que/na qual (retoma cidade)
nasci tem fama mundial.

Ex2. Não achei o artigo em que consta o valor da multa (o valor da multa consta em...).

Não achei o artigo no (em+o) qual consta o valor da multa.

Não achei o artigo ONDE consta o valor da multa. (PARA ALGUMAS BANCAS
É PERMITIDO, PORÉM, PARA A CONSULPLAN, ESTA FRASE ESTÁ INCORRETA,
POIS NÃO O SUBSTANTIVO ARTIGO NÃO É LUGAR FÍSICO.
MACETE:
Em provas de redação, ao invés de usar onde, utilize-se de EM QUE.

“Em todas as hipóteses em que se usa onde, pode-se utilizar em que. O inverso não é
verdadeiro.”

2.4. Pronome relativo aonde


Será substituível por “a que”.

“Associado a verbos que indicam movimento.”

“Movimentou, tem ‘a’. Não movimentou, não tem ‘a’”.

O A de “a”onde também retoma a lugares.

Ex. A loja aonde me dirigi (quem se dirige, dirige-se a ou para algum lugar/dirigir indica
movimentos)/a que/à qual fica no centro.

Ex2. O país aonde retornei.

Ex3. Diga aonde você vai que eu vou varrendo.

Contraexemplo. Aonde você está? (está não indica movimento).

QUESTÃO DE PROVA:
Os termos destacados a seguir constituem elementos coesivos por retomarem termos ou ideias
anteriormente registrados, EXCETO:
a) “Começa em casa (substantivo que indica lugar), onde (retoma casa) precisam ser dadas as primeiras
informações sobre o mundo...” (1o§) b) “... na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em
cima dos seus já polpudos ganhos,...” (1o§)


c) “... que depois abandonei,...” (7o§)


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d) “Dizem (verbo) que (conjunção integrante – NÃO RETOMA TERMOS OU IDEIAS) nossa economia
floresce,...” (8o§)


e) “Infelizmente, isso (retoma ideia outrora trazida no texto) depende dos políticos,...” (8o§)

2.5. Pronome relativo cujo


NÃO PODE SER SEGUIDO DE ARTIGO, uma vez que é flexionável tanto em gênero (tem feminino)
quanto em número (tem plural).

Contraexemplo. O homem cuja a família.

CONCORDA COM SUBSTANTIVO QUE O SEGUE.

SEMPRE SERÁ SEGUIDO DE SUBSTANTIVO.

PODE SER PREPOSICIONADO.

Ex. De cujo, entre cujas, sob cujo.

ESTÁ CORRETO SE ESTABELECE UMA RELAÇÃO DE POSSE (NÃO É PRONOME POSSESSIVO).

Ex1. Esta é a mulher (substantivo) cujo (pronome relativo) marido (substantivo) morreu./Esta é
a mulher cujos filhos morreram./Esta é a mulher cuja sogra morreu.

Marido da mulher = marido dela.

Ex2. Encontrei o pintor de cujo trabalho lhe falei (quem fala, fala de alguém).

Trabalho do pintor = trabalho dele.

3. Pronomes pessoais oblíquos


Geralmente é um complemento de verbo.

Pronomes o-a-os-as, a depender da frase, podem ser artigos.

Ex. O (artigo) prêmio.

Eu o (pronome) vi.

Lo-la-los-las.

Ex. É preciso ampará-las.

No-na-nos-nas.

Ex. Vou encontrá-lo bêbado.

Lhe-lhes.

o-a-os-as

Lo-la-los-las. Objetos diretos (complementos verbais sem preposição)

No-na-nos-nas.

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Lhe-lhes.  Objetos indiretos (complementos verbais com preposição)

Valor possessivo.
“ou será objeto direto ou terá valor possessivo.”

Objeto indireto quando pode ser substituído por “a ele”, “a ela” ou “a alguém”

Ex. Entreguei-lhe (a ele, a ela, a alguém) o envelope.

Valor possessivo

Ex. Cortou-lhe os cabelos com navalha.

o-a-os-as  Objetos diretos de verbos terminados em vogal.

Ex. Encontrei-as no shopping.

Encontrei as moças (objeto direto de verbo terminado em vogal).

Lo-la-los-las  Objetos diretos de verbos terminados em consoante.

Ex. Vai vendê-lo por um bom preço.

Vender o lote (objeto direto de verbo terminado em consoante).

No-na-nos-nas  Objetos diretos de verbos com som nasal, ou seja, quando tem a letra “m”.

Ex. Teto vs. Tempo.

Ex2. Capa vs. campo.

QUESTÕES DE PROVA:
- A expressão destacada foi corretamente substituída pela forma átona do pronome pessoal
em:
a) “... livros sobre amor cruzaram seu caminho...” (1o§) – cruzaram-lhe (errada, pois seu caminho é objeto
direto).

b) “... reinventado o sexo.” (2°§) – reinventado-lo
(errada, pois reinventado é terminado em vogal, ou


seja, deveria ser reinventado-o)

c) “Transformamos o sexo em verdade.” (2o§) – transformamo-lo


d) “A vida sem amor pode fazer sentido...” (5o§) – fazer-lhe (errada, pois sentido é objeto direto)

e) “Antes que se frustrem as expectativas.” (6o§) – frustrem-as (errado, pois o verbo é de som nasal)

A uma, verificar se é objeto direto ou indireto (eliminam-se as assertivas “a” e “d”).

A duas, nos casos de objeto direto, verificar se o verbo é terminado em vogal ou consoante para determinar
o pronome.

A três, verificar se o verbo é de som nasal. (elimina-se a assertiva “e”).

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- Ao se casar, a cientista ambiental (...) recusou-se a buscar em uma joalheria da moda o seu
anel de ouro(...) Preferiu garimpar em um antiquário uma peça usada, que lhe (VALOR
POSSESSIVO) ornasse o dedo anular.
No trecho “(...) que lhe ornasse o dedo anular." (1o§), o termo destacado refere-se a

a) antiquário.


b) peça usada.


c) dedo anular.


d) cientista ambiental.

- Em “Minha mãe não dorme” e “Tenho minha casa para olhar” os termos em destaque
estabelecem um vínculo entre o emissor e o elemento por ele antecedido. Acerca de tal
relação identifica-se um(a)

a) vínculo afetivo seguido de um vínculo de uso.


b) vínculo de parentesco seguido de um vínculo de posse.


c) determinação vinculativa idêntica para as duas ocorrências.


d) vínculo de origem na primeira ocorrência e na segunda, de posse.

Nota:
A gramática e a CONSULPLAN dizem que lhe somente substitui pessoa.

Ex. Cientista ambiental.

Contudo, para a FCC, lhe também pode substituir outros substantivos.

Ex. Assistiu-lhe (referindo-se ao filme)

IMPORTANTE:
- Pronome anafórico vs. pronome catafórico
a) Pronome anafórico: termo de retomada;

Ex. O médico pediu aos pacientes que eles (RETOMA PACIENTES – TERMO ANAFÓRICO) seguissem a dieta.

b) Pronome catafórico: termo de antecipação.

O problema do Brasil é este (ANTECIPA DESONESTIDADE – TERMO CATAFÓRICO): desonestidade.

- Para retomar o que ficou no passado, utiliza-se ESSE. Para antecipar o que vem no futuro,
utiliza-se ESTE.

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05/09/17
 Verbos

1. Conceito

Termo que expressa:

a) Ação;

Ex. Correu até o fim da rua.

b) Estado (de ligação);

Ex. O dia estava nublado.

c) Fenômeno da natureza (impessoal)

Ex. Neva em julho na Argentina.

Nota:

- Fragmento de texto:

Tudo começa (ação que está no presente) com o desejo (substantivo – há um artigo antes) de nos
sentirmos bem, comendo apenas alimentos puros, “limpos”.

IMPORTANTE:

Cuidado com enunciado da questão. Há uma questão que cobrou estritamente o conceito de
verbo.

Nesse caso, tratava-se de questão de interpretação de texto, na qual feliz (estado), chuva
(fenômeno da natureza) e afins deveriam ser considerados como verbo.

2. Tempos verbais

2.1. Presente

Definido como o tempo do “hoje1”.

(1) Hoje: não se refere ao “dia de hoje”, mas sim a atualmente, nos dias atuais, no momento em que
vivemos.

Ex. O dia é1 (verbo ser) mais longo no verão.

(1) Aspecto verbal: Presente propriamente dito.

Ex2. Saio2 do Supremo às 22h, hoje.

(2) Aspecto verbal: Presente indicando futuro próximo.

Ex. Ele se forma no próximo mês de Julho.

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Ex2. Eles se casam na próximo fim de semana.

Ex3. A história afirma que em 1500 chegam3 os portugueses no Brasil.

(3) Aspecto verbal: Presente histórica.

Ex. Morre em 1954 Getúlio Vargas.

Ex4. Ela disse que toma4 três banhos por dia.

(4) Aspecto verbal: Presente habitual (que se faz com uma regularidade).

Ex5. Estamos falando5 (locução verbal) sobre verbo.

(5) Aspecto verbal: Indica um presente em andamento (gerúndio).

QUESTÃO DE PROVA:

- Em todas as frases, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no mesmo


tempo, EXCETO:

a) “Muitos manifestantes provocaram (passado) incêndios e outros atos


criminosos,..." (2o§)


b) “A neurociência busca (presente) determinar como o cérebro afeta o comportamento,..." (1o§)


c) “Em alguns casos, as discrepâncias na função cerebral são (presente) levadas em conta pela Justiça."
(4o§)


d) “A neurociência indica que os adolescentes não são (presente) indivíduos plenamente responsáveis,..."
(2o§)

Nota:

- Fragmento de texto:

O termo foi (passado – pretérito perfeito) criado em 1997 pelo médico americano Steven Bratman,
aliando a palavra para “correto” ─ do grego orthos ─ com “apetite” ─ orexis ─ (de onde vem, aliás, a palavra
anorexia, ou, sem apetite, transtorno que, muitas vezes, é mascarado pela ortorexia).

2.2. Pretérito

Definido como o tempo passado.

2.2.1. Pretérito perfeito

Tempo do ontem (passado próximo).

Exprime uma ação concluída, um fato consumado.

Ex. Ontem eu vi um filme terror.

Ex2. Comprou alguns alimentos saudáveis.

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QUESTÃO DE PROVA:

- Em todas as frases, transcritas do texto, as formas verbais estão flexionadas no mesmo


tempo, EXCETO:

a) “Era (pretérito imperfeito) alguém difícil, coitado.” ( 4o§ )



b) “... não possuem (presente) diagnóstico.” ( 2o§ )


c) “... que afetam (presente) parte da população.” ( 1o§ )


d) “Tem (presente) uma música bonita do Skank...” ( 3o§ )


e) “Já que ficam (presente) loucos a torto e a direito,...” ( 7o§ )

Nota:

- Fragmento de texto:

Quando escreveu (pretérito perfeito) a obra, no final da década de 90, Bratman se referia (pretérito
imperfeito) a hábitos alimentares de pequenos grupos de pessoas.

2.2.2. Pretérito imperfeito

Definido como o tempo do antigamente.

Exprime ações que são habituais no passado.

Ex. Antigamente eu via filme de terror.

Ex2. Antigamente ele comprava.

Ex3. Viajavam todos os finais de semana.

Ex4. Vendiam brigadeiros na época da faculdade.

IMPORTANTE:

Os verbos regulares, no pretérito imperfeito, ou têm o VA ou têm o IA.

Ex1. Viajavam todos os finais de semana.

Ex2. Vendiam brigadeiros na época da faculdade.

QUESTÃO DE PROVA:

- Assinale a alternativa cujo tempo verbal se DIFERENCIA dos demais.

a) “A lama varreu (pretérito perfeito) de vez o distrito,..." (3o§)


b) ''As casas que não foram (pretérito perfeito) levadas viraram escombros." (1o§)

c) “... poucas casas e um ginásio permaneceram (pretérito perfeito) quase intactos..." (2o§)


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d) “... pessoas que viviam (pretérito imperfeito) por lá estão hospedadas


em hotéis de Mariana." (4o§)
Nota:

- Fragmento de texto:

Bratman não só deu (pretérito perfeito) nome ao transtorno como também foi (pretérito perfeito) a
primeira pessoa a ser diagnosticada com ele. O médico admitiu (pretérito perfeito) que se deixou
(pretérito perfeito) seduzir de tal forma pela “alimentação virtuosa” que se negava (pretérito
IMPERFEITO) a comer legumes mais de 15 minutos após seu cozimento.

Há um erro, pois não é a pessoa que é diagnosticada com a doença, mas sim vice-versa, ou seja, é a doença
que é diagnosticada na pessoa.

Ex. Foi diagnosticado o câncer em Daniel.

Contraexemplo. Daniel foi diagnosticado com câncer.

2.2.3. Pretérito mais-que-perfeito

Exprime uma ação passada em relação a outro evento passado.

“Uma coisa aconteceu. E o pretérito perfeito aconteceu antes dela ainda.”

“Ocorreu de forma mais remota do que a outra forma.”

Ex. Quando entrei (pretérito perfeito) na sala, os alunos já tinham chegado (pretérito mais que perfeito
composto).

2.2.3.1. Pretérito mais-que-perfeito simples

Tem apenas uma forma verbal.

Verbos terminados com ra.

Ex. Camila já vendera (tinha vendido) o lote herdado.

2.2.3.2. Pretérito mais-que-perfeito composto

Tem duas formas verbais, sendo:

Tinha/havia + particípio (ADO, IDO).


QUESTÃO DE PROVA:

- Observe: “...o consumo energético teve (pretérito perfeito) um crescimento menos intenso...”
Nas frases abaixo, as formas verbais destacadas estão flexionadas em tempos verbais diferentes
da frase anterior, EXCETO:

a) O governo interrompera (pretérito mais que perfeito) a privatização das indústrias.


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b) O setor de transporte gerou (pretérito perfeito) mais gastos de energia.



c) O objetivo será (futuro) aumentar a oferta interna de petróleo.


d) As características industriais do Brasil ajuda (presente) no desenvolvimento do país.

e) O Brasil urbano e industrial tem (presente) características marcantes.

Nota:

- Fragmento do texto:

“Como deixou de ser aceitável que uma pessoa magra conte as calorias que consome, muitas pessoas que
seriam diagnosticadas como anoréxicas falam em ‘comer de maneira saudável’, o que, por coincidência,
implica em escolher apenas alimentos com baixo teor calórico.”

2.3. Futuro

Definido como o tempo do amanhã.

2.3.1. Futuro do presente

Associado à noção de “certeza”.

Ex. Meu voo sairá amanhã às 8h.

Ex2. Eles se casarão no próximo sábado.

“No momento em que se enuncia, garante-se que irá ocorrer.”

Verbos, quando na primeira pessoa do singular, terminados com rei.

Ex. Eu sairei amanhã às 8h.

2.3.2. Futuro do pretérito

Associado à ideia de “hipótese”.

Verbos, quando na primeira pessoa do singular, terminados com ria.

Ex. Se eu recebesse, pagaria a dívida.

QUESTÃO DE PROVA:

- Nos trechos a seguir todos os verbos destacados estão flexionados no mesmo tempo,
EXCETO:

a) “Faltará renda, faltarão (futuro)consumidores.” (3o§)


b) “Em 2015, cuidarei (futuro) bem do meu dinheiro.” (1o§)


c) “É por esse mesmo motivo que, em 2015, evitarei (futuro) as dívidas.” (3o§)


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d) “Os juros estão (presente) altos e isso me convida a poupar, e não a


alugar dinheiro dos bancos.” (3o§)
Nota:

- Fragmento de texto:

Tudo começa (modo indicativo) com o desejo de nos sentirmos bem, comendo apenas alimentos puros,
“limpos”.

Embora o objetivo do anoréxico seja perder peso, e o do ortoréxico, ficar saudável, ambos os transtornos
restringem a alimentação do indivíduo, colocando sua vida em risco.

3. Modos verbais

3.1. Indicativo

Está presente nas declarações. Tem um tom “afirmativo1”.

(1) Afirmativo: Pode-se ter uma sentença afirmativa com a palavra não.

Ex. Não bebo (indicativo) qualquer tipo de destilado.

Nota:

- Fragmento de texto:

Embora o objetivo do anoréxico seja (modo subjuntivo) perder peso, e o do ortoréxico, ficar saudável,
ambos os transtornos restringem (modo indicativo) a alimentação do indivíduo, colocando sua vida em
risco.

3.2. Subjuntivo

Está presente em frases de cunho hipotético.

Ex. Talvez (advérbio de dúvida) chova (modo subjuntivo) na madrugada.

3.3. Imperativo

Denota ordem, pedido, conselho, orientação, sugestão.

Modo da interlocução (interlocutor é aquele com o qual eu falo).

Ex. Meninos, não mexam (modo imperativo – faz-se um pedido) naquela gaveta.

Nota:

- Fragmento de texto:

Isso nos leva a dizer adeus a certos grupos de alimentos, como grãos, açúcares e produtos animais. No
final, a dieta se reduz a uma quantidade tão restrita de alimentos que acabamos ficando (gerúndio)
desnutridos. Esse transtorno tem um nome: ortorexia nervosa.

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4. Formas nominais do verbo

4.1. Gerúndio

Associa-se à noção de presente em andamento.

Verbos terminados em NDO.

Ex. Estamos reformando nosso apartamento.

IMPORTANTE:

Em determinadas situações, o “gerúndio” pode ser um substantivo.

Ex. O formando (artigo que precede – substantivo) foi bem aplaudido.

É por esse motivo que o gerúndio é chamado de forma nominal do verbo.

4.1.1. Gerundismo – vício de linguagem

Ex. Semana que vem vamos estar falando de “verbo”.

Forma correta – Na semana que vem nós vamos falar/falaremos de “verbo”.

O gerundismo NUNCA terá dois verbos.

SEMPRE terá três verbos, sendo:

a) verbo IR;

b) verbo ESTAR;

c) verbo no GERÚNDIO.

Intenção de anunciar uma ação futura. Assim NÃO pode ser gerúndio, pois esse se associa a uma
noção de presente.

Nota:

- Fragmento de texto:

Embora o objetivo do anoréxico seja perder peso, e o do ortoréxico, ficar (infinitivo) saudável, ambos os
transtornos restringem a alimentação do indivíduo, colocando sua vida em risco.

4.2. Infinitivo

Associa-se à noção de futuro.

Verbos terminados em R.

Ex. Vamos viajar1 no mês de novembro.

(1) Expressão “vamos viajar”: Pode ser trocada por viajaremos.

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Contraexemplo. O olhar (SUBSTANTIVO) direciona a mim era de desprezo.

SUPERIMPORTANTE:

- Uma das formas de se definir se o verbo é irregular, ou não, é:

Infinitivo2 (terminado em R) = futuro do subjuntivo1 (terminado em R)

Ex. Quando (conjunção de tempo) você voltar (futuro do subjuntivo – NÃO É INFINITIVO), procure por
mim.

(1) Futuro do subjuntivo: associado à conjunção temporal ou condicional.

Ex. Se (conjunção de hipótese, qual seja, condição) você viajar (futuro do subjuntivo – NÃO É INFINITIVO),
compre uns perfumes para mim.

Ex (verbo irregular). Quando você for (verbo ir); quando você puder (verbo por); quando você trouxer
(verbo trazer).

(2) Infinitivo: associado à conjunção de finalidade. Ademais, presente nas expressões verbais.

“Sempre que houver dois verbos e o segundo terminar com R, ter-se-á o infinitivo.”

Ex. Chegou cedo, para (conjunção de finalidade) conseguir (infinitivo) bom lugar.

Ex2. Vai reformar (infinitivo) o apartamento em breve.

Nota:

- Fragmento de texto:

No entanto, enquanto a anorexia é reconhecida (particípio) como um mal, a ortorexia tem a desvantagem
de ser uma doença “disfarçada de virtude”.

4.3. Particípio

Associa-se ao “passado”.

Maioria são terminados com ADO, IDO (particípios regulares).


Ex. Tinham comprado o carro à vista.

Contraexemplo. O associado (substantivo – artigo que antecede) tem direito a desconto.

Nos demais casos, caracteriza-se os particípios irregulares.

Ex (particípios irregulares). Eu tinha posto (verbo por); eu tinha visto (verbo ver).

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12/09/17
4.3.1. Verbos abundantes

Aqueles que têm dois particípios.

 Uso “clássico”

4.3.1.1. Verbos regulares (ado, ido)

Quando houver os verbos ter e haver.

Ex1. O contribuinte tinha pagado.

Ex2. A secretária havia imprimido o documento.

Ex3. A polícia havia pegado o suspeito.

4.3.1.2. Verbos irregulares ( ≠ do)


Quando houver os verbos ser e estar.

Ex. O imposto já estava pago.

Ex2. O documento foi impresso em duas vias.

Ex3. O suspeito foi pego em flagrante.

 Uso “aceitável”

tinha pego (particípio irregular que, teoricamente, não poderia


Ex. A polícia
estar com o verbo ter, mas de acordo com a regra abaixo, pode ser) o suspeito.
MACETE:

- Verbos abundantes:

O particípio pode ser usado na regra geral ou podem admitir particípio irregular com qualquer verbo.

Pagar

Pegar

Gastar

Ganhar

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IMPORTANTE:

O verbo trazer não é abundante.

Ex. O garoto foi trazido (não é foi trago) da Alemanha.

Ex2. Ele tinha trazido o produto.

Só existe trago no presente.

Ex1. Eu trago presentes todos os dias (verbo trazer).

Ex2. Eu fumo, mas não trago (verbo tragar).

Nota:

a) Gerúndio: presente que está em andamento;

b) Infinitivo: futuro;

c) Particípio: passado.

- Fragmento do texto:

Aproximadamente 70% dos fumantes (sujeito – 70% é o núcleo – fumantes não é porque está
preposicionado) dizem que querem (locução verbal) parar de fumar e mais de 50% afirmam que já
tentaram largar o cigarro alguma vez na vida. Entretanto, apesar das boas intenções, só 3% a 6% dos
fumantes que tentam parar sozinhos conseguem. Dos que buscam ajuda, após um ano de observação, os
índices de sucesso variam entre 30% e 65% na primeira tentativa.

5. Concordância verbal

“Acordo entre verbo e sujeito.”

Ex1. A (artigo – singular) maioria (sujeito – singular) não apoia (verbo – singular) essa ideia.

Apesar da palavra “maioria” referir-se a mais de uma pessoa, o artigo está no singular. Assim, o
verbo assim estará.

Ex2. A maioria dos alunos (núcleo do sujeito – maioria – está no singular) não apoiou (não é
apoiaram) a decisão.

IMPORTANTE:

Núcleo do sujeito será o primeiro substantivo ou pronome que aparecer na frase.

O núcleo do sujeito não pode ser preposicionado.

5.1. Níveis de concordância


5.1.1. Concordância lógica

Aquela que ocorre com o núcleo do sujeito.

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5.1.2. Concordância atrativa

Aquela que ocorre com o verbo mais próximo.

Nota:

Partitivo é aquele que faz parte de um todo.

Ex. A maioria dos alunos (alunos – partitivo – fazem parte do sujeito).

CUIDADO:

Alguns (núcleo) dos presentes (está preposicionado) farão a homenagem. – concordância lógica
e atrativa – ambos estão no plural.

Nenhum (núcleo) dos presentes (está preposicionado) aplaudiu.

Quando o núcleo estiver no singular, por questão de lógica, verbo


somente no singular.
Nota:

- Fragmento do texto:

As mulheres metabolizam a nicotina mais rapidamente que os homens. Por isso, fumam mais e tendem a
apresentar maior grau de dependência da nicotina, o que lhes torna mais difícil ficar sem o cigarro. Elas
também temem a possibilidade de ganhar peso, se pararem de fumar. Hoje em dia, no entanto, esse
problema pode ser logo contornado. Existem (substituível por há – hipótese de verbo impessoal)
inúmeros tratamentos disponíveis para voltar ao peso anterior em pouco tempo.

5.2. Verbos impessoais

5.2.1. Conceito

São aqueles que não apresentam sujeito.

Logo, não têm plural.


5.2.2. Hipóteses

a) Verbo haver quando sinônimo de existir

NOS DEMAIS CASOS, VARIA NORMALMENTE. O VERBO EXISTIR VARIA NORMALMENTE.

estando sozinho.

Utilizado no singular

em expressão.

Ex1. Existiam/havia alguns pontos polêmicos.

Ex2. Devem existir/deve haver saídas menos humilhantes.

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Ex3 – verbo haver quando não impessoal. Os turistas haviam (verbo haver no sentido do verbo ter)
conseguido o visto.

b) Verbo fazer quando indica tempo decorrido e temperatura (fenômeno da natureza) – Cai pouco

Ex1. Ontem fez dois anos que ela se casou.

“O tempo se faz independentemente de uma pessoa. Por isso que é um verbo impessoal.”

Ex2. Segundo a meteorologia amanhã vai fazer 28ºC.

Nota:

- Fragmento do texto:

Os jovens não se consideram vulneráveis aos malefícios do cigarro. Além disso, a pressão do grupo ao
qual desejam pertencer torna mais difícil convencê-los de que deixar de fumar só lhes trará benefícios.
Por isso, a melhor política continua sendo evitar a todo custo que crianças e jovens (sujeito composto
– dois núcleos) tenham acesso fácil ao cigarro e resolvam experimentá-lo.

5.3. Sujeito composto

Aquele que tem dois ou mais núcleos.

5.3.1. Sujeito composto antes do verbo

Verbo SOMENTE NO PLURAL.

Ex1. O advogado (núcleo) e o cliente (núcleo – não está preposicionado) (sujeito composto anteposto)
entraram (verbo) juntos na sala.

5.3.2. Sujeito composto depois do verbo

Verbo NO PLURAL OU concordando com o núcleo mais próximo.

Ex1. Vieram/VEIO o técnico (núcleo) e os jogadores (núcleo – não está preposicionado) (sujeito composto
posposto) dar a entrevista.

Ex1. Apareceu/apareceram (verbo – singular) ali o pai (núcleo) e a mãe (núcleo) da moça (não é núcleo –
está preposicionado).

IMPORTANTE:

Sujeito, simples ou composto, pode vir antes do verbo (sujeito anteposto) ou depois do verbo
(sujeito posposto).

QUESTÃO DE PROVA:

- Houve ERRO de concordância em:


a) Sempre tu e ela fostes amigas inseparáveis.


b) Existem (VERBO EXISTIR VARIA NORMALMENTE) salários a peso de ouro.


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c) Um grande número de jogadores (NÃO PODE SER SUJEITO – ESTÁ PREPOSICIONADO) não ficou nos
bancos escolares.

d) Concede-se aumentos insignificantes aos aposentados. - ERRADO – “São concedidos aumentos


insignificantes aos aposentados”

e) Sempre houve (VERBO HAVER NO SENTIDO DE EXISTIR – SINGULAR) pessoas desonestas nesta
sociedade.

5.4. Verbo + se
+
a) Verbo transitivo direito se  variável

Ex1. Apresentou (verbo transitivo direto)-se (“se” - pronome apassivador) um bom projeto
(sujeito, porque não está preposicionado).

“Um bom projeto (sujeito) foi apresentado.”

Ex2. Apresentaram-se bons projetos.

“Bons projetos foram apresentados.”

Ex3. Recuperaram-se os bens.

+
b) Verbo transitivo indireito se  SOMENTE SINGULAR

Ex1. Precisa (verbo transitivo indireto)-se (“se”- índice de indeterminação do sujeito) de


(preposição) outro ajudante (objeto indireto, porque está preposicionado).

“Não existe voz passiva”

Ex2. Recorreu-se aos advogados.

IMPORTANTE:

Nenhum verbo transitivo indireto tem voz passiva.

QUESTÃO DE PROVA:

- Assinale a afirmativa que se encontra de acordo com a norma culta da língua:

a) Falta (FALTAM) três minutos para começar a aula.

b) Os resultados é que1 foram diferentes.

(1) É que: partícula expletiva. É dispensável. Pode ser retirada da frase.

c) A bebida alcoólica é proibido (PROIBIDA). – VIDE NOTA ABAIXO

d) Comprou alimentos o menos caro (CAROS) possível. – VIDE NOTA ABAIXO

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e) Bastante (BASTANTES – SINÔNIMO DE MUITOS – PRONOME INDEFINIDO) motivos obrigaram-no a


faltar. – VIDE NOTA ABAIXO

 Concordância nominal

“Acordo” entre o substantivo (nome) e o adjetivo (termo qualificador, sendo defeito – atributo
negativo – ou qualidade – atributo positivo).

Ex1. Pessoas (substantivo) nervosas (adjetivo) se prejudicam nas provas.

Nota:

1) Bastante vs. bastantes

a) Bastante - quando sinônimo de muito(a).

b) Bastantes – quando sinônimo de muitos(as).

Ex. Compraram bastantes/muitos perfumes no exterior. – BASTANTES SE REFERE A UM SUBSTANTIVO,


OU SEJA, TEM VALOR (NÃO É, APENAS TEM VALOR) DE ADJETIVO. NA REALIDADE, TRATA-SE DE UM
PRONOME INDEFINIDO.

“A palavra bastante, quando advérbio, é termo invariável (sem feminino e sem plural).”

2) O mais possível vs. os mais possíveis

Ex1. Executa trabalhos (substantivo) os mais delicados (adjetivo – qualifica trabalho) possíveis (possível é
plural porque “os” está no plural).

Também é possível dizer:

Executa trabalhos o mais delicados possível (possível é singular porque “o” está no singular).

3) Verbo ser + adjetivo


O adjetivo somente varia se o substantivo a que se referir vier determinado (“palavra que prove seu
gênero).

a) Adjetivo concorda com o substantivo. – SE A PALAVRA VIER PRECEDIDA POR ARTIGO

Ex1. É proibida (adjetivo) a (artigo) entrada (substantivo) de estranhos.

Ex2. É obrigatória a apresentação de RG.

b) Adjetivo não concorda com o substantivo. – SE A PALAVRA NÃO VIER PRECEDIDA POR ARTIGO

Ex. É proibido (adjetivo) permanência (substantivo) de menores.

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QUESTÕES DE PROVA:

- Assinale a afirmativa que apresenta a forma verbal adequada:

a) Naquele dia, faltou (FALTARAM) dez pessoas.

b) O pessoal gritavam (GRITOU).

c) Ainda não chegaram os documentos.

d) Haviam (HAVIA – HAVER NO SENTIDO DE EXISTIR) muitas pessoas nesse lugar.

e) Paulo eram (ERA) as alegrias daquela família.

- Assinale a afirmativa que apresenta a concordância adequada:

a) Os jogadores ficaram alertas1 (ALERTA – TERMO INVARIÁVEL).


b) Havia bastante (BASTANTES – SINÔNIMO DE MUITAS) razões para ele jogar.

c) Ela estava meio (PODE SER SUBSTITUÍDO POR MENOS) preocupada com o resultado do jogo.

d) Mais de um avião caíram (CAIU) no mar.

e) Bebida alcoólica é proibida (PROIBIDO – NÃO HÁ ARTIGO) para menores.

(1) Alerta: Advérbio de modo. TERMO INVARIÁVEL.

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19/09/17
Nota:

- Fragmento de texto:

A AIDS na adolescência

A adolescência é um período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que se


manifesta por transformações físicas, psicológicas e sociais. Ela representa um período de crise, na qual o
adolescente tenta se integrar a uma sociedade que também está passando por intensas modificações e
que exige muito dele. Dessa forma, o jovem se vê frente a um enorme leque de possibilidades e opções
e, por sua vez, quer explorar e experimentar tudo a sua/à sua (crase facultativa) volta. Algumas dessas
transformações e dificuldades que a juventude enfrenta, principalmente relacionadas à sexualidade, bem
como ao abuso de drogas ilícitas, aumentam as chances dos adolescentes de adquirirem a infecção por
HIV, fazendo-se necessária a realização de programas de prevenção e controle da AIDS na adolescência.

 Crase

1. Conceito

Fusão, geralmente entre a (preposição) e a (artigo).

Indicada pelo uso do acento grave (à).

2. Regras gerais

2.1. NÃO ocorre crase antes de palavra masculina

Ex. Preciso estudar a (somente preposição) respeito (palavra masculina, não havendo que se
falar em artigo feminino) da semana de arte moderna.

Crase somente pode acontecer antes de palavra feminina.


2.2. Feminino

Para verificar que há crase, basta trocar a palavra no feminino por outra masculina, mesmo que
possua outro sentido.

Ex1. Ainda não li a matéria/o livro.

Ex2. Não voltou à escola/ao cemitério.

Masculino Feminino

a (artigo) o (artigo)

a (preposição – “perguntar a”) a (preposição – “perguntar a”)

à (preposição + artigo) ao (preposição + artigo)

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2.3. NÃO ocorre crase antes de verbo

Ex. As aulas começam a partir (verbo – palavra sem gênero) das 9hs.

2.4. NÃO ocorre crase em A singular, diante de termo no plural

Ex. Não costumo ir a reuniões/congressos de escola (genérico).

Ex2. Não costumo ir às reuniões/aos congressos de escola (especifico).

2.5. NÃO ocorre crase antes de pronome

Ex1. Ainda não disse uns desaforos a ela/ele.

“Antes de pronome não se utiliza artigo, não se utilizando, portanto, crase.”

2.5.1. Crase facultativa – antes de pronomes possessivos femininos

Ex. Pedi o artigo à/a sua secretária/ao seu secretário.

Não se pode utilizar, pois está antes de pronome.

Pode-se utilizar, pois, no masculino, permitiu-se o “ao”.

Nota:

- O artigo antes de pronome possessivo é facultativo.

Ex. De/da minha mãe, pai, vó, etc.

A preposição “a” pode fundir-se com ao “a” inicial da palavra


2.5.2.
aquele(a) e aquilo
Ex. Não pretendo retornar a aquela praia/aquele fórum.

Não pretendo voltar àquela praia./àquele fórum.

QUESTÃO DE PROVA:

01. “Bloqueio do WhatsApp viola direito à liberdade de expressão”, diz Lewandowski

“A __________________ do acento grave indicador de crase no título do texto se deve a dois


fatores, a saber: ____________________________ e ____________________________.”
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior.

a) facultatividade / exigência de preposição / presença do artigo ‘a’


b) obrigatoriedade / exigência de preposição / presença do artigo ‘a’
(quem tem direito, tem direito a
com o a de liberde)

c) facultatividade / presença da preposição ‘a’ / exigência de adjunto adnominal


d) obrigatoriedade / presença de complemento nominal / presença da preposição ‘a’

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3. Crases facultativas

3.1. Antes dos pronomes possessivos femininos (vide item 2.5.1.)

Ex. Fez referência a/à minha administração.

3.2. Antes de nomes próprios femininos

Ex. Dê meu abraço a/à Madalena.

“Antes do nome próprio, pode-se utilizar artigo ou não, portanto a crase é opcional.”

3.3. Depois da palavra até

Ex. Ele foi até a/à fazenda do sogro.

QUESTÃO DE PROVA:

02. “Do grupo que arriscou cruzar o Atlântico rumo às Américas, a maioria desembarcou no
Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. No Brasil, o
primeiro destino foi bater à porta da mesquita de Guarulhos (expressão adverbial de lugar), a
10 quilômetros de onde aterrissaram, em busca de abrigo." (1o§)

Em relação ao trecho anterior, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas


para as informações acerca das duas ocorrências do sinal indicativo de crase.

(F) Na primeira ocorrência, caso “Américas" fosse substituído por “região das Américas" o
sinal indicativo de crase seria dispensado, considerando a devida alteração quanto à
concordância em relação ao artigo feminino.

(F) Na segunda ocorrência, o uso do acento grave é facultativo considerando que se trata de
uma locução feminina. (vide importante abaixo)

(V) O fato em comum com relação às duas ocorrências de crase é que tal ocorrência é
obrigatória de acordo com a norma padrão da língua.

A sequência está correta em

a)F,F,V.

b)V,V,F.

c)F,V,F.

d)V,F,V.

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IMPORTANTE:

1) Regra - Expressões adverbiais femininas SÃO CRASEADAS

Comumente indicam tempo, modo e lugar

Ex. Estava pronta às 16h30min (expressão adverbial de tempo).

Ex2. O café será servido à tarde (expressão adverbial de tempo).

Ex3. Sempre viveu à custa1 (expressão adverbial de modo)

(1) À custa: Não existe “às custas”. Assim, sempre no singular.

Ex4. Parou à porta do colégio (expressão adverbial de lugar).

1.1) Exceção - Expressões adverbiais femininas DE INSTRUMENTO NÃO são craseadas

Ex. Gosta de fazer barba a navalha (expressão adverbial de instrumento).

Ex2. Faça sua redação a caneta. (expressão adverbial de instrumento).

- Crítica:

No exemplo supra, a expressão pode ser tida como adverbial de modo.

Contraexemplo. Faça sua redação à tinta (material).

QUESTÃO DE PROVA:

03. Acerca do trecho “[...] equipara o transporte coletivo ao rol dos demais direitos sociais.”
(2o§) considere as alterações propostas e assinale a que está de acordo com a correção
gramatical.

a) Ao substituir “rol” por “declaração” torna-se facultativo o uso do acento grave indicador de crase.

b) Ao substituir “rol” por “declaração” torna-se obrigatório o uso do acento grave indicador de crase.

c) Diante de “transporte coletivo”, faculta-se a anteposição da preposição “a” eliminando o uso do artigo
“o”

d) Ocorrendo a inversão da ordem em que são apresentados os complementos verbais, anula-se a dupla
regência.

Nota:

Escrever à maneira de alguém é craseado.

Ex. Ele escreve cartas à Machado de Assis (escrever da forma como Machado de Assis escreve).

Contraexemplo. Bife a cavalo (não é fazer o bife da forma que o cavalo faz).

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QUESTÃO DE PROVA:

04. Com base no trecho “[...] se conforma sem convicção a opiniões nas quais não acredita.”,
é correto afirmar que

a) o elemento “a” pode ser substituído por “com”.

b) a expressão “nas quais” pode ser substituída por “às quais”.

c) o eliminar a expressão “sem convicção”, a regência verbal sofre alteração.

Ex. Preciso com urgência de dinheiro./Preciso de dinheiro.

d) é obrigatória a substituição de “a” por “às”; já que, neste caso, ocorre obrigatoriedade da crase

IMPORTANTE:

Toda palavra iniciada com “co”/com/con”, a preposição será com.

Ex. Concorda com.

QUESTÃO DE PROVA:

05. As frases das seguintes alternativas foram extraídas do texto e alteradas. Assinale aquela
que apresenta problema no que tange à regência e/ou uso do acento indicador de crase.

a) D. Luiz passou a coroa a Luis Maria.

b) Durante as manifestações de junho, D. Luiz (neto de Luis Maria) recomendou a seguidores que não
fossem às ruas.

c) Em 1823, o patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, apresentou o projeto de


levar a capital à Fortaleza (QUEM VOLTA, VOLTA DE FORTALEZA – VIDE IMPORTANTE ABAIXO), distante
de ataques de corsários no litoral.

d) Essa não seria a única ameaça, já que houve um racha na linhagem real em 1908, quando D. Pedro de
Alcântara renunciou ao direito dinástico por se casar com uma reles condessa.

IMPORTANTE:

- Nomes de lugar:

Ex. Quando você voltar à Europa, não deixe de ir à Espanha e a Portugal.

“Esse rapaz é natural da Europa/Comprei esse produto na Europa.”

“Ele era o rei da Espanha/Passeei na Espanha.”

“Doce de Portugal.”

MACETE: Utilizar o lugar numa frase com “volta”:

Ex1. Voltou de Brasília./Irei a Brasília.

Ex2. Voltou da Rússia./Nunca fui à Rússica.

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“Se eu volto de, crase pra quê?”

“Se eu volto da, crase no a”

QUESTÃO DE PROVA:

06. Em relação ao emprego da crase, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as


falsas.

(V) Em “... a imprensa vem derramando nos ouvidos...", se houver a ocorrência do acento
grave indicando crase será indevido, pois o termo “a" é um artigo definido diante do
substantivo “imprensa".

(V) Em “... disponíveis ao aplicador contemporâneo,...", o acento grave indicador da crase será
obrigatório caso “aplicador" seja substituído por “aplicadora", respeitando-se as devidas
alterações na frase.

(F) Em “... no referendo tácito a oligarquias locais,...", o uso do acento grave indicador da crase
é facultativo, já que o termo “a" diante de “oligarquias" trata-se de uma preposição.

A sequência está correta em

a)V,V,F


b)F,F,V


c)F,V,F

d)V,F,V

e)V,V,V

07. O acento grave, indicador de crase, em “Em resumo, o reconhecimento permite àquele
que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.”, justifica-
se, pois

a) ocorre a fusão da preposição “a” com o artigo “a”.


b) existe a intenção de dar ênfase ao pronome “aquele”.


c) o pronome “aquele” determina o sujeito da ação verbal.


d) o termo regente do pronome “aquele” exige a preposição “a”.

e) o pronome “aquele” atua como elemento de coesão textual.

08. Assinale a afirmativa em que o uso da crase encontra-se INCORRETO:

a) O dicionário estava à disposição (adjunto adverbial feminino de modo).


b) Ela se referiu à ilha deserta. (...se referiu ao quarto...)

c) Ficamos frente à frente. (Lado a lado, corpo a corpo)

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d) Cheguei à uma hora em ponto. (expressão adverbial feminina de tempo)

e) Deram emprego àquela senhora.

IMPORTANTE:

- Expressões de palavras repetidas:

Ex. Ficaram frente a frente/lado a lado no Fórum.

QUESTÃO DE PROVA:

09. No trecho “E até que isso aconteça, esbanjam energia à toa (ADJUNTO ADVERBIAL
FEMININO DE MODO).” o sinal indicativo da crase foi utilizado corretamente. Assinale a
alternativa em que isso NÃO acontece:

a) Fui à feira.


b) Sentaram-se à sombra.


c) Voltamos cedo à casa dos amigos. (expressão adverbial de lugar – SÓ É CRASEADO PORQUE FALA DE
QUEM É A CASA – VIDE IMPORTANTE ABAIXO)

d) Dirijo-me à Vossa Excelência (pronome de tratamento – NÃO É CRASEADO).


e) Assisti àquele filme ontem. (Assistir com o sentido de ver é craseado)

IMPORTANTE:

- Casa-terra-distância somente são craseadas se vierem determinadas/especificadas.

Qual é a casa/de quem é a terra/qual é a distância.

Contraexemplo1. Está fazendo um curso a distância (NÃO É CRASEADO).

Ex. O detetive o seguia à distância de 50m (É CRASEADO).

Ex2. Amanhã vou à casa dela (CRASEADO).

Ex3. Dos imóveis que pretendo rever, não voltarei a casa (NÃO É CRASEADO); só aos apartamentos.

Contraexemplo2. O navio voltará a terra em três dias. (NÃO É CRASEADO – NÃO SE FALA QUAL TERRA).

Ex4. O navio voltará à terra de partida em breve (CREASEADO – ESPECIFICOU A TERRA – “DE PARTIDA”).

Ex5. A sonda espacial volta à Terra em dezembro (CRASEADO – ESPECIFOU O PLANETA, QUAL SEJA,
TERRA).

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26/09/17
IMPORTANTE:

- Palavra meio:

a) Substantivo

Como substantivo, a palavra meio varia.

Ex. O meio (substantivo – precedido de artigo) mais rápido era ir a pé.

Ex2. Os fins justificam os meios.

b) Adjetivo

Palavra que se refere ao substantivo. Variável.

Ex. Bebeu meio (adjetivo/numeral - está no masculino porque concorda com a palavra copo) copo de
cachaça.

Ex2. Não tolero meios/alguns/vários/poucos termos.

b) Advérbio

Não varia.
Ex. Afrânio (substantivo) vive meio (advérbio) tonto (adjetivo).

Ex2. A Renata parece meio/um pouco/muito (advérbio) tímida.

Nota:

- Fragmento de texto:

Numa época em que quase todo mundo carrega um GPS facílimo de operar no bolso ou na bolsa
(adjunto adverbial), imagens de satélite nunca foram tão banais. Dois toques na tela do celular são
suficientes para que o sujeito consiga examinar uma representação mais ou menos realista e atualizada
da Terra vista do espaço.

 Noções de pontuação

1. Vírgula

1.1. Ordem direta vs. termo deslocado

1.1.1. Ordem direta frasal/Ordem lógica da frase/Ordem canônica

A frase deve iniciar com o sujeito que deve determinar a concordância de um verbo e, se houver, objeto
direto ou indireto.

Sujeito + verbo + outros termos – objeto direto ou indireto/predicativo (caracteriza o sujeito)/adjunto


adverbial (se houver)

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Nessa forma, NÃO HÁ VÍRGULA.

Ex. Todos os candidatos ao cargo de delegado civil do Pará (sujeito) fizeram (verbo) provas (objeto direto)
no domingo (adjunto adverbial).

1.1.2. Termo deslocado

1.1.2.1. Termo anteposto

Todas as vezes em que a frase começar com o termo que não é sujeito, deve-se pontuar com vírgula.

Ex – VÍRGULA OBRIGATÓRIA. Durante toda a minha adolescência (termo deslocado – anteposto ao sujeito
– adjunto adverbial – VÍRGULA OPCIONAL), os professores (sujeito) massacravam (verbo) seus alunos
(objeto direto).

Ex2 – VÍRGULA FACULTATIVA. Hoje (termo deslocado – VÍRGULA FACULTATIVA), muitos pais (sujeito)
perderam (verbo) o controle sobre os filhos.

O que determina a obrigatoriedade da vírgula é a extensão dos termos.

a) Vírgula obrigatória – quando o termo anteposto for de grande1 extensão.

(1) Grande: Varia de acordo com a banca. No caso da Consulplan, 4 ou + palavras.

b) Vírgula facultativa – para isolar termo único ou expressões até 3 palavras.

Nota:

- Fragmento de texto:

Mesmo assim (vírgula facultativa), uma forma inovadora de enxergar o nosso planeta, bolada por uma
equipe de cientistas , é capaz de deixar surpreso – e cabreiro – quem ainda tem um pouco de imaginação.
O trabalho revela um globo retalhado por estradas, um “bolo planetário” cortado em 600 mil pedacinhos.

1.1.2.2. Termo intercalado

vírgulas

Termo isolado por travessões intercambiáveis (podem ser substituídos entre si)

Parênteses

Termo que “quebra” uma sequência. Deve ser pontuado, no início e no fim, com vírgulas (entre vírgulas).

Ex. Os jogadores (sujeito), diante do fracasso na partida (termo intercalado), redobraram o treinamento.

“Se eu retirar o termo intercalado entre vírgulas e a frase continuar a fazer sentido, está corretamente
pontuado.”

As vírgulas podem ser substituídas por dois traços ou parêntesis e vice-


versa.

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Nota:

- Fragmento de texto:

Note, aliás, que essa estimativa do número de fatias separadas pela ação humana provavelmente é
conservadora – ainda faltam dados a respeito de certas áreas, o que significa que o impacto global das
estradas deve ser ainda maior.

1.2. Período composto

1.2.1. Regra geral

Vírgula utilizada para separar orações.

a) Vírgula obrigatória – quando a conjunção1 for inicial.

Ex – VÍRGULA OBRIGATÓRIA. Quando (conjunção) ela sair, passará aqui em casa (ideia de tempo entre as
duas orações).

(1) Conjunção – conceito: Elemento coesivo que serve para marcar a mudança de uma oração para outra.

b) Vírgula facultativa – quando a conjunção vier “no meio”.

Ex2 – VÍRGULA FACULTATIVA. O prêmio será dobrado, se (conjunção) hoje não houver ganhador (ideia de
condição entre as duas orações).

Nota:

- Fragmento de texto:

A pesquisa, que acaba de sair na revista “Science”, (as vículas retro poderiam ser substituídas por dois
travessões ou parêntesis) indica que mais da metade dos pedaços de chão não atravessados por estradas
têm área de 1km2, e (vírgula porque a conjunção “e” une dois sujeitos diferentes) 80% desses trechos
medem menos de 5km2 de área. Grandes áreas contínuas (com mais de 100km2), sem brechas abertas
especificamente para o tráfego humano, são apenas 7% do total.

1.2.2. Regras específicas

1.2.2.1. Conjunção “e”

Em regra, não será pontuado (ideia de adição).

1.2.2.1.1. Ideia de oposição – VÍRGULA FACULTATIVA

Contudo, haverá vírgula antecedente ao “e” quando trouxer a ideia de oposição/adversidade.

“Todas as vezes que o ‘e’ puder ser substituído pelo ‘mas’, haverá vírgula antecedente.”

Ex. Estudou bastante para a prova, e/mas (ideia de oposição/adversidade) não obteve bom resultado.

1.2.2.1.2. Une orações de sujeitos diferentes – VÍRGULA FACULTATIVA

Haverá vírgula antecedente quando a conjunção “e” unir orações de sujeitos diferentes.

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Ex. Os filhos (sujeitos) para a escola, e/enquanto (ideia de simultaneidade) os pais (sujeito) seguiram
para o trabalho.

Nota:

- Fragmento de texto:

E daí? Decerto uma estradinha passando nas vizinhas não faz tão mal assim, faz? Muito pelo contrário,
indica a literatura científica avaliada pela equipe do estudo, que inclui a brasileira Mariana Vale (oração
adjetiva RESTRTITIVA intercalada que se refere ao substantivo equipe), do Departamento de Ecologia
da UFRJ.

IMPORTANTE:

Adjetivo – elemento caracterizador; “qualificador” (não necessariamente elemento de atributo positivo


– pode ser negativo). Termo que se refere ao substantivo.

Tem a finalidade de restringir (adjetivo restritivo – aquele que limita/especifica) e explicar (adjetivo
explicativo – reforça/é inútil).

Ex – adjetivo restritivo. Pessoas ansiosas (adjetivo restritivo) estão aumentando no mundo.

O adjetivo é restritivo, porque nem todo mundo é ansioso.

Ex – adjetivo explicativo. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

Ex. Bastaram quinze minutos para que o fogo ardente destruísse o barraco.

O adjetivo explicativo, pois todo fogo é ardente.

1.2.2.2. Oração1 adjetiva

(1) Oração: Enunciados com verbo.

Assim como os adjetivos, a oração adjetiva refere-se aos substantivos.

a) Oração adjetiva restritiva – SEM vírgula.

Ex. Os servidores (substantivo) que são da esfera federal (termo intercalado – representa um grupo dentre
todos - oração adjetiva restritiva) terão abono de 12% em dezembro.

MESMO SENDO UM TERMO INTERCALADO, NÃO PODE SER INTERCALADO ENTRE VÍRGULAS.

b) Oração adjetiva explicativa – COM vírgula.

Ex. Os homens (substantivo), que são mortais (termo intercalado – inerente a todos - todos homens são
mortais - oração adjetiva explicativa), ainda não entendem nem aceitam a morte.

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Nota:

- Fragmento de texto:

Para calcular as fatias em que o planeta foi picado (termo extenso anteposto – conjunção ‘para’no
início), Mariana e seus colegas utilizaram como critério uma distância de pelo menos 1 km da estrada
mais próximo – isso porque distâncias...

- Fragmento de texto:

Estradas são, é claro (termo intercalado), vias de acesso para caçadores e gente munida de motosserras;
trazem poluentes dos carros e caminhões para as matas e os rios; além de trazer gente, trazem espécies
invasoras (não nativas da região – termo intercalado) que muitas vezes deixam as criaturas nativas em
maus lençóis.

2. Ponto-e-vírgula1

- Substituível por ponto-final1.

(1) Ponto-e-vírgula e ponto-final: após o novo acordo ortográfico, têm hífen.

- Separa estruturas independentes, denominadas orações coordenadas.

“Não precisa do que está depois do ponto e vírgula para completar o que vem antes e vice-versa.”

Ex. Os homens são ambiciosos desde os primórdios; (ponto-e-vírgula substituível pela conjunção “e”) a
sociedade evoluiu pouco ao longo do tempo.

Contraexemplo. O rapaz veio agasalhado, embora o dia estivesse quente (oração com sentido dependente
– NÃO SE PODE TROCAR A VÍRGULA PELO PONTO-E-VÍRGULA) (vírgula NÃO substituível pela conjunção
“e”).

- Estabelece paralelos.

Não necessariamente deve possuir mesma função sintática. Deve-se estabelecer paralelo semântico.

Ex. Os países desenvolvidos (sujeito) apresentaram crescimento econômico nos últimos dois anos;
no mesmo período, houve queda do PIB nos países de terceiro mundo (adjunto adverbial de lugar).
(ponto-e-vírgula substituível pela conjunção “e”).

- Separa estruturas espelhadas (paralelo “bem detalhado”)

Ex. As crianças brincavam na piscina; os adultos caminhavam pela trilha. (ponto-e-vírgula


substituível pela conjunção “e”).

Ex2. Os jogadores comeram carboidratos; o técnico comeu (deve-se retirar o verbo comer) carne.
(ponto-e-vírgula substituível pela conjunção “e”).

Versão correta. Os jogadores comeram carboidratos; o técnico, carne.

MAIS UMA NOVA FUNÇÃO DA VÍRGULA (VERSÃO CORRETA ACIMA), POIS INDICA
SUPRESSÃO DE TERMO REPETIDO TOTALMENTE DEDUTÍVEL.

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QUESTÃO DE PROVA:

- Considerando as várias funções da vírgula e sua importância, identifique o motivo pelo qual
as vírgulas foram empregadas em “[...] e essa busca incluía conversação entre iguais, a
polêmica, o debate, a controvérsia.” (§3º).

a) Separar uma enumeração.

b) Separar expressões retificativas.

c) Separar uma aposição explicativa.

d) Separar termos que serão retomados por pronome.

3. Enumerações

As enumerações têm seus termos separados por vírgulas.

A vírgula separa termos de mesma função sintática.

Ex – forma clássica de enumeração. Ele precisava rever algumas decisões (representa o


genérico): ____________,______________, _____________ e __________ (termo específico –
CLASSE GRAMATICAL - APOSTO).

Contraexemplo. Ele precisava rever algumas decisões: ____________,______________,


_____________ etc (NÃO PODE HAVER VÍRGULA ANTES DE ETC. E NEM MESMO A CONJUNÇÃO
“E” – TUDO ISSO PORQUE SIGNIFICA ET COETERA).

Contraexemplo. Elementos como: ____________,______________ e _____________. (COMO


NÃO PODE SER SEGUIDO DE DOIS PONTOS).

SUPERIMPORTANTE:

Tudo que vier depois de 2 pontos e especificar o que vier antes será aposto.

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06/10/17
 Período composto
Também serão abordados temas referentes à pontuação.

1. Considerações iniciais

1.1. Frase

1.1.1. Conceito

Enunciado que tem sentido.

1.1.2. Frase nominal

Frase SEM VERBO.

Ex. Boa noite, pessoal!

1.1.3. Frase verbal = ORAÇÃO

Aquela que possui verbo.

Ex. O dia foi bem produtivo.

IMPORTANTE:

“Toda oração é uma frase.”

“NEM toda frase é uma oração (frase nominal não é oração).”

1.1.4. Número de orações

O número de orações é determinado pelo número de verbos da frase.

Ex. O professor queria que os alunos entendessem.

1.1.4.1. PERÍODO COMPOSTO

FRASE COM MAIS DE UMA ORAÇÃO.

Nota:

- Fragmento do texto:

Dona Valentina conseguiu cochilar um pouquinho. O relógio marcava quase cinco da manhã quando ela
abriu os olhos. Estava ligeiramente feliz. Sonhou com as goiabeiras de sua casa na roça; ela, menina,
correndo de pés no chão e brincando com os irmãos que apanhavam goiabas maduras no pé. Goiabas
vermelhas, suculentas, sem bichos. O sonho foi tão real que ela acordou com gostinho de goiaba na boca.

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2. Relações lógico-semânticas1 do período composto


(1) Semântica: sentido.

2.1. Conjunções

As relações lógico semânticas são estabelecidas pelas


conjunções/conectivos/conectores/elementos coesivos.

2.1.1. Ideia de tempo

Expressada por duas conjunções principais. Contudo, há outras.

2.1.1.1. Conjunção “Quando”

Marca tempo fixo.

“Marca-se uma ideia temporal que, por sua vez, é fixa.”

Ex. Quando comecei a trabalhar, ganhava muito bem.

Sabe-se há uma data determinada que se começou a trabalhar.

A VÍRGULA APÓS “TRABALHAR” É OBRIGATÓRIA, PORQUE A CONJUNÇÃO INICIOU O PERÍODO.

2.1.1.2. Conjunção “Enquanto”

a) Marca tempo paralelo.

Às vezes aparece escrito como ideia de simultaneidade.

Ex. Os meninos foram ao clube, enquanto os pais faziam compras.

Tem-se a informação dos meninos em relação ao clube e, ao mesmo tempo, em relação aos pais
comprando.

A VÍRGULA APÓS “CLUBE” É FACULTATIVA, PORQUE SE TRATA DE UMA CONJUNÇÃO


INTERMEDIÁRIA (AQUELA QUE APARECE NO MEIO DO PERÍODO).

b) Situações mutáveis.

Pode-se ter a conjunção enquanto sem a ideia de simultaneidade.

Ex. Enquanto morei no Rio (infere-se que não mora mais – “mudou”), fui mais feliz.

Pode-se deduzir que não mais se mora no Rio. Não se pode deduzir que seja triste. É feliz, mas, no passado,
foi MAIS feliz.

Contraexemplo – FRASE ERRADA. Enquanto brasileiro, ando com vergonha da política


nacional.

NÃO TRAZ A IDEIA DE MUDANÇA. TRAÇO IMUTÁVEL. NÃO ESTÁ BRASILEIRO. É


BRASILEIRO.

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“PODE-SE ATÉ TER DUPLA CIDADANIA, MAS SERÁ BRASILEIRO SEMPRE.”

A frase correta seria “Como brasileiro, ando com vergonha da política


nacional.”
IMPORTANTE:

Quanto às vírgulas, aplica-se a qualquer conjunção (Ex. Porque).

2.1.2. Ideia de adição

Oração coordenada assindética aditiva.

2.1.2.1. Conjunção “E”

Soma ações do mesmo sujeito.


“Têm que ser ações do mesmo sujeito.”

Ex. Ela, menina, correndo de pés no chão e brincando com os irmãos que apanhavam goiabas maduras no
pé.

Ex2. O prefeito prometeu a obra e cumpriu sua palavra.

A VÍRGULA É PROIBIDA ANTES DO “E” ADITIVO.


IMPORTANTE:

Se a conjunção “e” não for de adição, a vírgula É FACULTATIVA se a frase não começar com
conjunção

Ex. O prefeito prometeu, e a empreiteira não cumpriu.


2.1.2.2. Conjunção “Nem”

Soma negações.

Ex. O filhote não come ração nem bebe leite.

VÍRGULA APÓS “NEM” PROIBIDA, POIS TRAZ A IDEIA DE ADIÇÃO.

Contraexemplo – FRASSE ERRADA. Não veio e nem mandou justificativa.

Não se pode utilizar a expressão “e nem”.

Defeito de redundância, que é um pleonasmo (repetição desnecessária –


erro).

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2.1.2.2.1. Tão pouco ≠ tampouco


O “tão” indica intensidade, ou seja, tão pouco = muito pouco.

Tampouco, por outro lado, é sinônimo de nem.

Ex. Não fuma tampouco bebe.

2.1.3. CAUSA E CONSEQUÊNCIA/EFEITO/CONSECUÇÃO

Oração subordinada avebial causal e consecutiva.

2.1.3.1. Conjunção “que”

A causa necessariamente deve vir antes da consequência.

Causa (antes). Consequência (depois).

A IDEIA É DETERMINADA NA ORAÇÃO QUE TEM A CONJUNÇÃO.

“SE A CONJUNÇÃO VEM ANTES, IDEIA DE CAUSA, AO PASSO QUE, SE


DEPOIS, IDEIA DE CONSEQUÊNCIA.
Ex – IDEIA DE CAUSA. O sonho foi tão real que ela acordou com gostinho de goiaba na boca.

Ex2 – IDEIA DE CONSEQUÊNCIA. O vizinho gritava (causa – antes) tanto que chamei (consequência –
depois) a polícia.

- Hipóteses em que será consequência (CASO CONTRÁRIO, SERÁ DE CAUSA):

i. Tão1/que2

ii. Tanto/que

iii. Tal/que

iv. Tamanho/que

(1) Tão/tanto/tal/tamanho: Advérbio de intensidade.

(2) Que: Conjunção.

É COMUM A PRESENÇA DE ELEMENTO INTENSIFICADOR NA ORAÇÃO QUE


PRECEDE A CONSECUTIVA.
Nota:

- Fragmento do texto:

Fazia um pouco de frio porque chovera à noite, chuvinha fina, boba. Porém, dona Valentina era
prevenida: levara na sacola a capa e a sombrinha desmilinguida – mas que ainda serviam. A fila crescera

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durante a madrugada, e o falatório dos que acordaram cedo, como ela, misturava-se com o ronco de dois
ou três que ainda dormiam.

2.1.3.2. Conjunção “porque” – ideia de causa

Ex. O homem foi preso (DEPOIS - CONSEQUÊNCIA), porque roubou um supermercado (ANTES - CAUSA).

A VÍRGULA É FACULTATIVA.

- Hipóteses em que A IDEIA será de causa:

i. Porque

ii. Já que

iii. Visto que

iv. Uma vez que

v. Etc.

2.1.3.3. Conjunção “como” – IDEIA DE CAUSA

Dependerá do contexto, pois pode ser de comparação (Ela é bonita como uma rosa).

Para ser causal, deve vir no início da frase.


Ex. Como/Porque/já que não dormi à noite, amanheci indisposto.

A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA.

2.1.3.4. Conjunção “Porquanto” – IDEIA DE CAUSA

Ex. Ficou feliz porquanto (porque) recebeu muitos elogios.

2.1.3.4.1. Porquanto ≠ conquanto


Conquanto – ideia de concessão (oposição).
Ex. Conquanto (embora) fosse tarde, muitas crianças se mantinham acordados.

2.1.3.5. Conjunção “na medida em que – IDEIA DE CAUSA

O “na” e “em” não podem ser suprimidos. Se assim ocorrer, a expressão estará errada.

Ex. A empresa produz muito, na medida em que (porque) seu dono é bem rigoroso.

2.1.3.5.1. Na medida em que ≠ à medida que


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À medida que – ideia de proporção.


Ex. À medida que (à proporção que...) escurecia, o frio aumentava.

2.1.3.6. Conjunção “haja vista” – IDEIA DE CAUSA

Forma fixa.

CONJUNÇÃO INVÁRIAVEL SEJA EM NÚMERO, SEJA EM GRAU.

Ex. Foi vaiada, haja vista sua atitude./Foi vaiada, haja vista seu
comportamento./Foi vaiada, haja vista suas palhaçadas.

2.1.3.7. Preposição “por” – IDEIA DE CAUSA


Ex. Tomou uma atitude drástica, por amor ao filho (porque amava o filho).

QUESTÃO DE PROVA:

04. No trecho “... quando (IDEIA DE TEMPO) investigadas, um sistema de comunicação


complexo e altamente desenvolvido. (...)” o termo em destaque confere a mesma ideia
indicada por:

a) Já que (IDEIA DE CAUSA).


b) Mesmo (INDICA OPOSIÇÃO – Ex. Mesmo sendo rico, se veste muito mal).


c) O quanto (IDEIA DE COMPARAÇÃO OU DE INTENSIDADE).


d) Assim como (IDEIA DE COMPARAÇÃO).


e) No momento em que (IDEIA DE TEMPO).

2.1.4. Ideia de comparação

2.1.4.1. Conjunção “como”

Comparação de IGUALDADE.

O verbo da oração comparativo é implícito ou igual ao primeiro.


Ex. É velho e age (DOIS VERBOS) / como (tal qual) adolescente (NÃO HÁ VERBO).

Ex2. Ele é velho e age como adolescente agiria (VERBOS IGUAIS).

IMPORTANTE:

Ex. Ela é mais burra do que eu (comparação de SUPERIORIDADE).

“Mais para superioridade e menos para inferioridade.”

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2.1.5. Ideia de conformidade/modo

2.1.5.1. Conjunção “como”

O verbo da oração conformativa é explícito (deve aparece) e diferente do


primeiro.
Ex. Executou o projeto como (conforme/segundo/consoante) orientou seu chefe.

“Executou do jeito que o chefe orientou. Do modo que o chefe orientou.”

Não pode ser de comparação, pois o segundo verbo aparece e é diferente do primeiro.

QUESTÃO DE PROVA:
05. “Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.” A palavra destacada exprime
ideia de:
a) Concessão.

b) Proporção.
(principal conjunção – “que”)

c) Conformidade. (principal conjunção - conforme)

d) Comparação. (principal conjunção - como)

e) Tempo. (principal conjunção - quando)

Não é ideia de conformidade!


2.1.5. Ideia de concessão (oposição)

Conjunções:

i) Embora
ii) Apesar de/apesar de que
iii) Mesmo que

iv) Ainda que

v) Por mais que


vi) Conquanto
vii) Em que pese (NÃO UTILIZAR EM PROVA DE PORTUGUÊS – LINGUAJAR JURÍDICO)
viii) Posto que
Ex. Posto que (embora) não esteja bem, trabalharei mais duas horas.
ix) A despeito de (linguajar jurídico)

x) Não obstante (linguajar jurídico)

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SUPERIMPORTANTE:
- POSTO QUE NÃO É SINÔNIMO DE PORQUE, MAS SIM DE EMBORA.
Contraexemplo. Vou embora, posto que estou me sentindo mal.

- NÃO existe inobstante, o verbo “obstar”, obstante.


QUESTÃO DE PROVA:
09. “... mesmo que muitas pessoas se excluam...” (3o§), a expressão destacada tem valor
semântico de:
a) Comparação.

b) Modo.

c) Intensidade (ideia associada a advérbio – não existe conjunção de intensidade).

d) Concessão.

e) Condição.

2.1.5. Ideia de condição/hipótese

Oração subordinada adverbial condicional.

- Conjunções:

2.1.5.1. Conjunção “Se”

“Para o ‘se’ trazer a ideia de condição, deve ser sinônimo da palavra


‘caso’.”
Ex. Se (caso) o meu patrão me pagar a segunda parcela do 13º, quitarei minha moto.

Pode ser que ele pague e eu quite, como também pode ser que ele não pague e eu não quite.

SSE/RIA
Ex2. Se (caso) ele recebesse o adiantamento, quitaria suas dívidas.

Ele não recebeu e, portanto, não quitou. Caso ele receba, quitará. Se não receber, não quitará.

Contraexemplo – ideia de CAUSA. Se (já que/porque) não tem dinheiro, não deve
comprar esta bota.
Cojunção “se” com ideia de causa.

Contraexemplo2 – ideia de TEMPO. Se (quando) eu me atraso, meu chefe


me repreende.
NÃO SE PODE UTILIZAR AS CONJUNÇÕES “SE” E “CASO” JUNTAS (SE CASO)
SUPERIMPORTANTE:
EM ALGUNS CASOS, A CONJUNÇÃO “SE”PODE SER CAUSAL.

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QUESTÃO DE PROVA:
01. Em “Outras vezes os jovens não usam o preservativo quando em relacionamentos estáveis,
justificando que seu uso pode gerar desconfiança em relação à fidelidade do casal, apesar de
que, no mundo, hoje, o uso de preservativo nas relações poderia significar uma prova de amor
e proteção para com o outro.” (3o§), a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração
de sentido, por
a) senão (sinônimo de .

b) embora (ideia de CONCESSÃO).

c) visto que (ideia de CAUSA).

d) enquanto (ideia de TEMPO).

e) com o propósito de (ideia de FINALIDADE/PROPÓSITO/FIM).

IMPORTANTE:
Exemplo de parônimo (uma coisa que se parece com a outra, mas não tem nada a ver).

Se não (condição) – sinônimo de caso não.

Senão – sinônimo de caso contrário.

2.1.6. Ideia de finalidade/propósito/fim

Oração subordinada adverbial final.

2.1.6.1. A fim de que1/a fim de

O “a” não pode ter crase e deve ser separado.

2.1.6.2. Para que1/para

(1) Quando não se tem o “que”, o verbo é no infinitivo.

Ex. A fim de se tratar, mudou-se para São Paulo./A fim de que se tratasse...

Ex2. Veio para que o projeto se instalasse.

NÃO CONFUNDIR A IDEIA DE FINALIDADE (PARA QUE) COM A IDEIA DE


CAUSA (PORQUE).
Ex. Chegou cedo para/a fim de (não é porque) fazer o exame logo (finalidade).

QUESTÕES DE PROVA:
02. A expressão sublinhada no excerto “... e se medicam a fim de minimizar os efeitos
desastrosos que respingam...” ( 1o§ ) indica
a) causa (principal conjunção – porque).

b) tempo (principal conjunção – quando).

c) oposição (principais conjunções – mas, embora).

d) finalidade.

e) comparação (principal conjunção – como).

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03. Em:“Por que jogadores ganham tanto dinheiro e poder sem ter ficado (NÃO TEM
CONJUNÇÃO) nos bancos escolares?” A oração grifada estabelece, com a oração
anterior, relação de:
a) Tempo.

b) Consequência.

c) Causa.

d) Condição

e) Concessão.

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20/10/17
Nota:
O assunto a ser tratado na presente aula, teoricamente, teria que ter vindo antes de período
composto, uma vez se tratar de período simples.

No entanto, em razão da incidência em prova (período composto cai mais), foi lecionado
primeiramente.

 Sintaxe (termos da oração)

1. Conceito
Sintaxe representa a análise de cada termo inserto na oração, individualmente, de acordo com
a função que ele exerce.

2. Regência/transitividade/predicação verbal
Assim como a concordância, a pontuação, uso de crase a regência verbal também é um aspecto
da sintaxe.

“Regência verbal é sinônimo de transitividade e predicação verbais.”

2.1. Conceito
Trata da adequação que se faz entre o verbo de uma oração e o complemento que o verbo
precisa.

Ex. Os meus pais que estavam viajando já chegaram. Não houve nada depois do verbo. O verbo
não precisou de um complemento. Verbo intransitivo.

Ex. Eles estavam nos Estados Unidos e trouxeram (não se pode parar. Se eles trouxeram,
trouxeram o que?).

“Falar de regência é falar de verbo transitivo direto, transitivo indireto ou intransitivo.

2.2. Complemento verbal


Complemento verbal é o objeto direto e o objeto indireto.

3. Verbo intransitivo
Aquele verbo que não precisa de complemento.

Pode ter sentido completo.

“Quando a gramática diz que verbo intransitivo é aquele que tem sentido
completo, é mentira.”
Ex. Meus pais viajaram e já chegaram. Se depois do verbo “chegaram” não houver nada, não
tendo sido ele, portanto, complementado, trata-se de verbo intransitivo.

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Ex2. Ocorreu (verbo intransitivo) uma tragédia (sujeito) no Japão. Nesse


caso, também é um verbo transitivo. O que se pensa que é o objeto direto,
trata-se, na realidade, do sujeito que, por sua vez, veio invertido.
O mesmo ocorre em: Chegou (verbo intransitivo) o inverno (sujeito). Surgiu
(verbo intransitivo) um imprevisto (sujeito).
Verbo intransitivo pode ser complementado por um adjunto adverbial.
Ex3. Meus alunos já saíram (verbo intransitivo).

Igualmente, se a frase for: Meus alunos já saíram (verbo intransitivo) desde as 17h (adjunto
adverbial de tempo).

“Verbo intransitivo pode ter algo depois dele, como, por exemplo, o sujeito que, a seu turno,
vem deslocado (vide acima). Se houver outra coisa além, será adjunto adverbial.”

MACETE:
Numa questão, conferir aqueles verbos que “estão no final da frase”. Em regra, serão
intransitivos.

“Depois do verbo intransitivo, não passa nada.”

QUESTÃO DE PROVA (regência verbal):


1. “Quando a democracia (SUJEITO) surgiu (VERBO INTRANSITIVO) na Grécia (ADJUNTO
ADVERBIAL DE LUGAR)...”

Assinale a alternativa na qual o verbo apresenta, na oração proposta, transitividade análoga


idêntica ao da frase anterior.
A) Esse argumento não procede (verbo intransitivo).

B) O professor informou (VERBO TRANSITIVO INDIRETO) ao (TEM PREPOSIÇÃO “A”) diretor (OBJETO
INDIRETO) sobre sua decisão.

C) Chamei por (preposição) você (OBJETO INDIRETO).

D) Não abdicarei de (preposição) meus direitos (OBJETO INDIRETO).

E) Ansiava pelo (preposição “por” mais artigo “o”) dia de amanhã (OBJETO INDIRETO).

O termo “análogo idêntica” é termo atécnico. Uma coisa idêntica é uma coisa igual. Análogo é algo que é
parecido.

4. Verbo de ligação
Liga o sujeito ao predicativo1.

“Ser, estar, permanecer, ficar, estar, continuar, andar, parecer.”


Não expressa ação. Verbo é uma palavra que indica ação, estado ou fenômeno. O verbo
que indica estado é o verbo de ligação.

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(1) Predicativo: Característica do sujeito. Termo que funciona como predicativo é um termo de natureza
adjetiva.

Ex. O rapaz (sujeito) estava (verbo de ligação) irritado (predicativo) com ela.

“Não é verbo de ligação porque está na lista, mas sim porque está ligando o sujeito ao
predicativo.”

Contraexemplo. O rapaz (sujeito) estava (verbo intransitivo) na sala de aula


(NÃO É CARACTERÍSTICA DO RAPAZ – NÃO É PREDICATIVO – TRATA-SE DE
UMA EXPRESSÃO DE LUGAR – ADJUNTO ADVERBIAL).
“Nem todo verbo que está na lista é de ligação.”

“Da mesma forma que um verbo que termina uma frase é intransitivo, um verbo que é
complementado por um adjunto adverbial também é.”

5. Verbo transitivo
Necessita de complemento1, sendo esse o objeto direto ou indireto.

Se não houver o complemento, não terá sentido.


(1) Complemento: O predicativo também é um complemento, no entanto, no exemplo supra, o verbo é
intransitivo. Para ser verbo transitivo, deve ser, obrigatoriamente, complementado por objeto direto ou
indireto.

5.1. Verbo transitivo direto


Possui complemento sem preposição, qual seja, o objeto direto.

Ex. O proprietário (sujeito) queria (verbo transitivo direto) o aumento do aluguel (objeto direto,
pois se iniciou com o artigo “o”).

Ex2. O proprietário queria que o inquilino saísse (objeto direto oracional –


oração subordinada substantiva objetiva direta).
5.2. Verbo transitivo indireto
Possui complemento com preposição, denominado objeto indireto.

“Preciso de, penso em, converso com, procuro por...”

Ex. Ainda necessitamos (sujeito) do (preposição “de” + artigo “o” empréstimo (objeto
indireto).

Ex2. Ainda necessitamos (sujeito) de (preposição) que o governo libere


o dinheiro (objeto indireto oracional – oração subordinada substantiva
objetiva indireta).

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IMPORTANTE:
Orações substantivas não têm sido cobradas em prova.

Tem-se cobrado orações de causa, de finalidade, de condição, de adversidade, de adição, de


explicação.

5.3. Verbo transitivo direto e indireto


Complementado por objeto direto e indireto, não necessariamente nessa ordem.

“Não precisa ser objeto direto seguido de objeto indireto.”

Ex. Entregou (verbo transitivo direto e indireto) ao (preposição “a” + artigo “o” filho (OBJETO
INDIRETO) a (artigo) chave do carro (OBJETO DIRETO).

QUESTÃO DE PROVA:
02. Marque a alternativa em que a expressão destacada NÃO tem a mesma função sintática
das demais:
A) “O inesperado elogio divino chegou aos ouvidos (substantivo) de Sócrates (adjunto adnominal)” (2º§)

B) “causando-lhe (OBJETO INDIRETO) uma profunda sensação de estranheza.” (2º§)

C) “que Sócrates legou à (preposição “a” com artigo “a”) posteridade (OBJETO INDIRETO –
COMPLEMENTA O VERBO LEGAR)” (2º§)

D) “que lhe (OBJETO INDIRETO) eram dadas” (3º§)

E) “até levar os exaustos interlocutores a conclusões opostas (OBJETO INDIRETO – COMPLEMENTAR O


VERBO LEVAR – ‘LEVAR A QUE’)” (3º§)

IMPORTANTE:
1) Termos preposicionados:
Os termos preposicionados não são somente objetos indiretos.

a) Objeto indireto: Completa verbo.

Ex. Ainda preciso do (preposição “de” com o artigo “o”) dinheiro (objeto indireto).

b) Adjunto adnominal: Liga-se a substantivo concreto.


Ex. Trancaram a porta (substantivo) da (preposição “de” com artigo “a”) biblioteca (adjunto adnominal).

O substantivo que pede um complemento é um substantivo concreto.

c) Complemento: Completa substantivo abstrato.


Pode completar também adjetivos e advérbios.
Ex. Tenha mais confiança (substantivo abstrato) em (preposição) Deus (expressão se liga ao substantivo
confiança).

Ex2. O candidato estava ansioso pelo (preposição “por” mais artigo “a” resultado (expressão se liga a
ansioso que, por sua vez, é adjetivo).

Ex3. Agiu contrariamente (advérbio de modo) ao (preposição “a” mais artigo “o”) sócio.

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“Completou verbo, objeto indireto; completou substantivo concreto, adjunto adnominal; o resto é
complemento nominal.”

2) Termos não preposicionados


a) Sujeito

Ex. O enfermeiro (sujeito) deu banho no paciente.

Ex2. Apareceu outro convidado (sujeito).

Ex3. Resolveu-se a questão (sujeito).

b) Objeto direto

Ex. Resolveu a questão (objeto direto).

“Somente se acha ao objeto direto depois de se encontrar o sujeito.”

3) Termos acessórios
“Aqueles que, se retirados, não prejudicam o sentido da frase.”

a) Aposto

termo de valor explicativo ou especificativo

“Serve para explicar algo que já foi dito anteriormente ou para especificar alguma coisa mais ampla.”

Ex. O cantor, jovem de 21 anos (especifica cantor – aposto), cobra R$800.000,00 de cachê.

b) Vocativo

termo de interlocução1.

Ex. Roberto (interlocutor – vocativo), você virá ao show?

(1) Interlocutor: Aquele ao qual se dirige.

Tanto o aposto quanto o vocativo são isolados por sinal de pontuação.


4) Sujeito
a) Explícito

Aquele que aparece.

i. Simples

Tem um núcleo.

Ex. O carro (Sujeito simples – somente tem uma palavra principal, um núcleo) percorreu 880km em dois
dias.

ii. Composto

Tem mais de um núcleo.

Ex. Motoristas e cobradores (Sujeito composto – tem duas palavras principais, “motoristas” e
“cobradores” – dois núcleos) fizeram paralisação.

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b) Implícito

i. Oculto

Ocorre quando o sujeito oculto é o “eu”, “tu”, “ele”, “nós” ou “vós”.

Ex. Ganhei um ótimo presente. (Frase se inicia com verbo – sujeito oculto – “eu”).

ii. Indeterminado

Ocorre quando o sujeito oculto é o “eles”.

Ex. Percorreram 1000km. (Sujeito “Eles” – sujeito indeterminado).

c) Oração sem sujeito

impessoais1 (verbo haver no


Sujeito inexistente. Ocorre nas orações que possuem verbos
sentido de existir e verbo fazer quando indica tempo ou temperatura).
(1) Verbos singulares: Aqueles que somente são utilizados no singular, porque não têm sujeito.

Nota:
Objeto direto

- Verbo + preposição
Adjunto adverbial (modo, tempo, lugar, etc.)

Ex. Nunca me referi aos seus defeitos (objeto indireto).

Ex2. Fez com atenção (adjunto adverbial de modo) todas as questões (objeto direto).

- Verbo + se
a) Verbo transitivo direto + se (partícula apassivadora)
Tem sujeito posterior a ele.
Ex. Avaliou-se (verbo transitivo direto) o resultado (sujeito).

b) Verbo transitivo indireto + se (índice de indeterminação do sujeito)


Tem sujeito indeterminado.
Ex. Necessita-se (verbo transitivo indireto) de sossego.
QUESTÕES DE PROVA:
08. Em “...saibamos ensinar aos alunos (OBJETO INDIRETO) o mais elementar (OBJETO
DIRETO),...” (3º§), o verbo destacado é:
A) Transitivo direto.

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B) Transitivo indireto.

C) Intransitivo.

D) De ligação.

E) Transitivo direto e indireto

10. Dentre os termos destacados, identifique o que NÃO possui a mesma classificação sintática
dos demais.
a) “[...] é um tema que ganha extrema relevância (OBJETO DIRETO).” (subtítulo).

b) “[...] realça-se o entendimento de que, [...]” (2º§)

c) “[...] abordando-os (OBJETO DIRETO) de forma dialética. [...]” (1º§)

d) “[...] é necessário percebê-los (OBJETO DIRETO) de modo mais abrangente” (2º§)

03. O trecho em destaque “vinha chegando da rua com meus filhos – gêmeos de 10anos –,”
tem função
A) apositiva (especifica “meus filhos”).

B) de sujeito (SUJEITO ESTÁ OCULTO NA FRASE).

C) completiva nominal (REFERE-SE A TERMO PREPOSICIONADO)

D) de adjunto adnominal (REFERE-SE A TERMO PREPOSICIONADO)

E) de complemento verbal.

07. No trecho “... que independe de computadores (OBJETO INDIRETO):” (3º§), a expressão em
destaque exerce a mesma função sintática que a expressão sublinhada em:
A) “Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula (COMPLEMENTA COLOCAREM –
ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR) neste reino das utopias,...” (3º§)

B) “A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas (adjunto adverbial de
lugar)...” (3º§)

C) “Sair do primeiro grau (adjunto adverbial de lugar – trata-se de um


“lugar teórico”) tendo alguma consciência de si...” (4º§)
D) “Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular (adjunto adverbial de lugar).”
(7º§)

E) “... e em parte ao desalento (OBJETO INDIRETO – COMPLEMENTA O VERBO “DEVE-SE” QUE NÃO
APARECEU).” (7º§)

04. “Para os gregos, não havia atividade mais apaixonante e gloriosa.”

Em relação ao sujeito desta oração, assinale a alternativa correspondente.


A) Não possui sujeito.

B) Possui sujeito indeterminado

C) Possui sujeito oculto.

D) Possui sujeito simples.

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E) Possui sujeito composto.

05. Assinale a alternativa em que ocorre sujeito indeterminado:


A) Algo preocupa os obesos..

B) Falaram muito bem de você na reunião.

C) Flores ornamentavam o restaurante.

D) Viajamos para os Estados Unidos

E) Está calor (oração sem sujeito).

06. Há sujeito indeterminado em


A) Sempre estiveste comigo nas horas difíceis.

B) Necessita-se de justiça social neste país.

C) Saiu sem olhar para as pessoas presentes.

D) O que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons.

E) Espera-se que o racismo seja combatido.

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16/11/17
 Ortografia/Fonologia

1. Encontros vocálicos

1.1. Ditongo

Encontro de uma vogal com uma semivogal ou de uma semivogal com uma vogal (as vogais
ficam na mesma sílaba).

A – E – O: VOGAIS (Ex com vogais. Pa-le-tó).

Vogais – somente quando vierem isoladas (Ex com vogais. I-lha-do)

I – U:

Semivogais (Ex com semivogal. Pei-xe; frou-xo)

1.1.1. Ditongo aberto

Ex. Pas-téis (a letra e tem som de é).

Ex2. He-rói (a letra o tem som de ó).

Permaneceu acentuado nas palavras oxítonas.

Ex3. Coronéis (ditongo aberto esta na ÚLTIMA SÍLABA).

Ex4. Anzóis (ditongo aberto está na ÚLTIMA SÍLABA).

- Com a reforma ortográfica, houve modificação (alguns ditongos abertos perderam o acento). Vejamos:

Deixou de ser acentuado nas palavras paroxitonas.

Ex. As-sem-blei-a.

Ex2. I-dei-a.

Ex3. Ji-boi-a.

Ex4. He-roi-co.

1.1.2. Ditongo fechado

Com a reforma ortográfica, manteve-se sem acento.

Ex. Fei-o (a letra e em som de ê).

Ex. Com-boi-o (a letra o tem som de ô).

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1.2. Hiato

Encontro de duas vogais (cada vogal vai para uma sílaba).

A letra “i” e a letra “u” dos hiatos são acentuadas, se vierem sozinhas (Ex. saída e saúde) ou
acompanhadas de “s” (Ex. Baús).

A letra “i” com outras consoantes – SEM ACENTO (Ex. Ruim, Juiz).

- EXCEÇÃO – “i” SEGUIDO DE “nh” – SEM ACENTO (Ex. Rainha, Moinho).

Ex. Hi-a-to.

Ex2. Sa-í-da.

Ex3. Sa-ú-de.

Ex3. Sa-ís-te.

Ex4. Ba-ús.

Ex5. Ru-im.

Ex6. Ju-iz.

Ex7. Mo-i-nho, Ra-i-nha.

- MUDANÇA REFORMA ORTOGRÁFICA – Se o hiato for formado com um ditongo anterior –


SEM ACENTO.

Ex. Fei-u-ra.

1.3. Tritongo

Uma semivogal seguida de uma vogal seguida de uma semivogal.

Ex. Pa-ra-guai (u – semivogal; a – vogal; i – semivogal).

Contraexemplo. Mei-o (ei – ditongo; io – hiato).

2. Dígrafo

Duas letras que representam apenas um som.

Ex. Ch – tem som de “x” (letra “h” em português não tem som – não conta como som; pode, no
máximo, contar como modificador de som) – chuva, Helena, cheio.

Ex2. NH – representa apenas um som (letra “h” em português não tem som – não conta como
som; pode, no máximo, contar como modificador de som) – banho.

Ex3. LH – representa apenas um som (letra “h” em português não tem som – não conta como
som; pode, no máximo, contar como modificador de som) – Palha.

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Ex4. SS – passo.

Ex5. RR – Carro.

Ex6. XC - Exceção.

Ex7. SC – Nascer.

Ex8 (PODE SER DÍGRAFO). Sangue (não se escuta o som da letra “u”).

Ex9 (PODE SER DÍGRAFO). Querida (não se escuta o som da letra “u”).

3. Encontro consonantal

Ex. En-con-tro.

Ex2. Ple-ná-rio.

Ex. In-fra-es-tru-tu-ra (as letras “a”e “e” formam um hiato).

Nota:

- Questão de prova:

1) São palavras transcritas do texto que apresentam ditongo, EXCETO:

a) Erótico

b) Infecção

c) Necessária

d) Apaixonado

e) Adolescência

2) São palavras transcritas do texto que apresentam dígrafos, EXCETO:

a) Caminho;

b) Discussão;

c) Corrupção;

d) Infraestrutura (encontro consonantal).

3) Faz alguns anos reina entre nós o diagnóstico de déficit de atenção para um número assustador de
crianças. Nessa frase, as palavras sublinhadas apresentam, respectivamente:

a) Ditongo, hiato, dígrafo e dígrafo

b) Dígrafo, encontro consonantal, hiato e dígrafo

c) Ditongo, encontro consonantal, dígrafo e hiato

d) Encontro consonantal, hiato, dígrafo e ditongo.

4) Assinale a palavra NÃO tenha sido acentuada pelo mesmo motivo que as demais.

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a) Substituído

b) Polícia

c) Jurisprudência

d) Saqueável

5) São termos transcritos do texto acentuados pela mesma razão, EXCETO:

a) Po-lí-ti-cas (propraroxítona)

b) I-nú-me-ros (proparoxítona)

c) Mi-nis-té-rio. (paroxítona)

d) On-co-ló-gi-cos (proparoxítona)

IMPORTANTE:

Se-cre-tá-ria (ditongo), Sé-rie (ditongo).

“O ‘i’ está na sílaba tônica.”

Se-cre-ta-ri-a (hiato), Mo-nar-qui-a (hiato).

“O ‘i’ está na sílaba tônica.”

“O ‘i’ somente é vogal quando é sílaba tônica.”

 Acentuação

Oxítona Paroxítona

- So-fá (terminada em a) - Pa-ne-la (terminada em a)

- Al-guém (terminada em “em”) - I-tem (terminada em “em)

- A-vô (terminada em o) - co-co (terminada em o)

- A-qui (terminada em i) - Tá-xi (terminada em i)

“Se a oxítona tem, a paroxítona não tem.”

“Se a paroxítona tem, a oxítona não tem.”

IMPORTANTE:

- CREDELEVÊ (Crê, dê, lê, vê – o plural, outrora, tinha acento no primeiro “e” – creem, deem,
leem, veem).

Ex. Todos leem ao menos uma linha por dia.

Contraexemplo – plural TEM ACENTO. Ter/vir – tem/vem (singular); têm/vêm (plural) – Todos
têm problema na vida. (plural) Você vem à festa? (singular)

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Nota:

- Assinale a palavra que NÃO tenha sido acentuada pelo mesmo motivo que as demais.

a) Substituído (hiato)

b) Polícia (paroxítona)

c) Jurisprudência (paroxítona)

d) Saqueável (paroxítona)

 Hífen

- Palavras autônomas que se juntam para formar uma terceira – tem hífen.

Ex. Papel-moeda, guarda-roupa, guarda-florestal.

- Prefixo+palavra

a) Se a última letra do prefixo e a primeira da palavra forem diferentes – NÃO TEM HÍFEN

Ex. Infra+estrutura  Infraestrutura.

Ex2. Contra+mão  contramão.

Ex3. Inter+municipal  intermunicipal.

Ex4. Ante+sala  antessala.

Ex5. Anti+sinais  antissinais.

Ex6. Contra+reforma  contrarreforma.

Ex7. Semi+reta  Semirreta.

b) Se a última letra do prefixo e a primeira da palavra forem IGUAIS – TEM HÍFEN

Ex. Micro+ondas  micro-ondas.

Ex2. Inter+relação  inter-relação.

SUPERIMPORTANTE:
1) Por que – Substituível por duas palavras (Ex. Por qual/por qual).
Ex. A estrada por que/pela qual passei tem pedágio.

Abrange tanto pergunta direta (com “?”) quanti indireta (com “.”).

Ex2. Não sei por que/por qual motivo ela me odeia.

Ex3. Por que/por qual motivo você faltou?

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2) Por quê – “por que” do item “1” seguido de pontuação


Ex. Errou tudo, por quê?/por qual motivo?

Ex2. Mesmo sem saber por quê,/por qual motivo, foi dispensado.

3) Porque – Justificativa (não só responder, mas também atestar alguma coisa)


Ex. Chegou tarde, porque/pois dormiu muito.

4) Porquê – SINÔNIMO DE MOTIVO, OU SEJA, É SUBSTANTIVO


Ex. Você entendeu o (artigo) porquê/motivo da briga?

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24/11/17
 Texto - orientações

1. Modalizadores

1.1. Conceito

São elementos (termos, palavras, expressões) que imprimem certo “modo”, “tom” às
declarações.

“Nunca escreva uma frase respondendo ‘Provavelmente (advérbio de dúvida – verbo


modalizador – imprime um tom que não traz segurança ao examinador), a situação foi
desencadeada por tal coisa’”.

1.2. Modalizadores de risco

Costumam tornar incorreta uma assertiva.

São elementos generalizadores.

“Generalizou, sujou.”

“Tomar cuidado para não utilizar tais termos em prova.”

“Generalizar nem sempre implicam em erro. ‘Costumam tornar’.”

Ex. Se houver os termos sempre, nunca, tudo, nada, todos, ninguém, só, somente,
unicamente, apenas, exclusivamente, em hipótese alguma são elementos que,
em regra, indicam que a questão está incorreta (não comportam exceções).

1.3. Modalizadores de segurança

Costumam validar uma afirmação, de modo mais plausível.

“Não se coloca nada imperativamente. Deixa-se uma brecha.”

Ex. Quase sempre, na maioria das vezes, muitas/algumas pessoas,


prioritariamente, geralmente, frequentemente.
Nota:
- Texto prova TJMG:
“Tinha quatro escravas virgens”. O que fazer com presos assim?

Militantes do Estado Islâmico são levados a julgamento no Iraque, mas a vitória também traz problemas,
como a forma de tratar responsáveis por atrocidades

Mohammed Ahmed tem tanto arrependimento “quanto fios de cabelo”1 na cabeça. Ele diz que
foi doutrinado, induzido e até drogado para combater o mais nobre dos combates2: lutar pelo Estado

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Islâmico. Seu depoimento, dado a um juiz da província iraquiana de Nínive, foi reproduzido pelo
Telegraph.

Por ser um bom combatente, Ahmed foi recompensado. Ganhou quatro jovens yazidis 3, a
minoria religiosa considerada pelos fundamentalistas muçulmanos como indigna de qualquer
consideração, abaixo até de cristãos e judeus. [...]

Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias 4: a esmagadora
dos presos, em qualquer lugar, se diz inocente. Mesmo quando culpados, sempre existe uma desculpa e
Ahmed é um caso típico numa situação extremamente atípica.

Ele foi preso em Mosul, depois dos combates e bombardeios que deixaram a cidade iraquiana
com aparência de Hiroshima do deserto. Existem milhares de outros como Ahmed. Alguns foram fuzilados
no ato da rendição, mas as autoridades iraquianas querem demonstrar disciplina e alguma aparência de
operacionalidade do estado. [...]

Algumas dessas meninas e mulheres suicidaram-se para escapar à violência sexual. Muitas
arranhavam o rosto e o corpo ou cobriam-se de cinzas, tentando parecer feias e causar rejeição a seus
torturadores. Outras foram compradas de volta por suas famílias. Em casos raros, mulheres de
combatentes, compungidas ou enciumadas, soltaram as vítimas da escravidão.

Poucas conseguiram escapar por seus próprios meios, como Lamiya Haji Bashar, que aparece
com o rosto cheio de cicatrizes na foto acima. São resultado dos ferimentos provocados por uma mina na
qual pisou quando fugia pelo deserto, na quarta tentativa de escapar. Ficou cega de um olho.

Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em
público, de rosto aberto, pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que
era submetida a estupros seguidos e diários, passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes
desmaiava.

Apesar as várias derrotas sofridas pelo Estado Islâmico, ainda existe um número considerável de
yazidis em seu poder. Muitas já morreram durante o cativeiro pois é impossível distinguir entre vítimas e
algozes durante os combates. A batalha final, que já se configura apesar do intervalo atual, será em Raqqa.

Quando se cansou das suas escravas, Mohamed Ahmed as vendeu a outros combatentes, pelo
equivalente a 200 dólares cada uma. Amontoados em celas na região de Mosul, onde o calor agora no
verão chega a 50 graus, existem cerca de 5 000 outros “Ahmeds”. Um número mais ou menos equivalente
ao de yazidis escravizadas.

O que fazer com eles?

(1) Quanto fios de cabelo: Expressão subjetiva. Ex. Se for careca, não terá arrependimento.

(2) o mais nobre dos combates: Desde quando combater a favor do Estado Islâmico é nobre?

(3) Por ser um bom combatente, Ahmed foi recompensado. Ganhou quatro jovens yazidis: Para nossa
cultura, ganhar 4 pessoas por ser um bom combatente é errado. Contudo, o texto está apenas
informando, mantendo-se neutro. Devemos ler livres de preconceitos.

(4) Todos os profissionais do ramo sabem que não existem culpados nas cadeias: Expressão que aponta
uma mentira. Em texto informativo, somente pode ser uma ironia, o que se verifica ao longo do parágrafo
após os “:”.

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- Questões de prova TJMG:

1. De acordo com as informações e ideias trazidas no texto, está correto o que se afirma em:

a) A eficácia aplicada na doutrinação de combatentes do Estado Islâmico reflete-se nos


resultados obtidos por tais seguidores em suas atitudes insanas e extremistas.

Sem ler o texto, a letra “a” se mostra correta, tendo em vista que trata do mesmo assunto da letra “d”, ao
passo que a “d” está errada, porque não há acordo com o Estado Islâmico.

b) Ações estratégicas isoladas realizadas por vítimas do Estado Islâmico têm como objetivo fazer com que
subsistam às diversas atrocidades às quais são expostas e submetidas diariamente.

c) A fuga através do deserto como única alternativa (implica em outras opções) de escape das mulheres
vítimas dos combatentes do Estado Islâmico deixa marcas físicas e emocionais.

De acordo com o texto, a assertiva “c” estaria correta. O indicador de que está errada encontra-se na
palavra NUNCA.

d) Há uma determinada preocupação quanto à eficácia das ações executadas por


autoridades iraquianas tendo em vista a visibilidade proveniente de tais procedimentos, num acordo com
o Estado Islâmico.

2. Tendo em vista o contexto, pode-se afirmar que o sentido atribuído ao enunciado: “Mohammed
Ahmed tem tanto arrependimento “quanto fios de cabelo” na cabeça.

a) tem por objetivo levar o leitor à compreensão do oposto do que foi declarado, ou seja, se diz o contrário
do que se quer dar a entender.

b) determina a redução da importância do arrependimento de Mohammed Ahmed diante dos atos pelos
quais foi condenado.

Infere-se (deduz-se) do texto, que o indivíduo foi doutrinado, fez algo e foi recompensado. Ou seja,
Mohammed NÃO POSSUI ARREPENDIMENTO. Por isso, há como reduzir a importância do
arrependimento, POIS ELE NÃO SE ARREPENDEU!!!

c) expressa a representatividade do sentimento de Ahmed em relação a ações de sua autoria declaradas


no desenvolvimento do texto.

Correta, pois a ausência de cabelo de Mohammed representa seu não arrependimento pelo que fez.

Está representando por uma equiparação. No caso, trata-se de uma comparação (vide abaixo).

d) demonstra o ponto de vista do enunciador mostrando uma lógica semântica progressiva por meio das
palavras “tanto” e “quanto”

3. No 3º parágrafo:

a) emprega-se uma assertiva com valor semântico implícito à qual acrescenta-se, a partir do sinal de
dois pontos, uma ampliação que permite a compreensão da real intenção do enunciado anterior. –
RESPOSTA CORRETA

b) apresenta-se uma justificativa para a situação atípica (situação comum, pois, geralmente, quem vai
preso se diz inocente) descrita no desenvolvimento do texto acerca de Mohammed Ahmed, cuja prisão é

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apenas (modalizador de risco – indicador de que a questão está errada) mais


um número que se soma às estatísticas conhecidas de presídios e cadeias superlotados.

c) cita-se “Ahmed” com o objetivo de apresentar ao leitor (Ahmed é apresentado no §1º - NÃO FOI
APRESENTADO NO §3º) o referente acerca do qual o texto será desenvolvido, apesar de tal exemplo ser
um caso atípico dentro de um universo – apresentado anteriormente – de casos típicos.

d) coloca-se em evidência uma generalização real (trata-se de uma generalização, contudo não é real –
generalização exposta no item “(4)” acima), expondo uma situação que exige ações efetivas que possam
quaisquer
transformar o cenário atual e o sistema responsável por punições típicos sem que haja
(modalizador de risco – indicador de que a questão está errada) tipos de
privilégios.

4. No último parágrafo do texto, apresenta-se a pergunta “o que fazer com eles, promovendo

a) a exposição da perplexidade do emissor.

Para a banca, está errada. Professor concorda que esta seria a resposta.

b) a interrupção de uma dada unidade semântica.

De todas, “a segunda mais errada”. A frase termina com “?”. O sinal que indica a interrupção é a
reticências (...).

c) uma retificação para que a expressão anterior seja compreendida.

De todas, “a mais errada”. Não se está retificando/consertando nada, mas sim endossando que o exposto
é sério.

d) a intensificação de um sentido e não a obtenção de uma informação.

Para a banca, está correta. Para o professor, a intensificação está no parágrafo anterior. A banca ainda
não deu resposta se vai anular, mas, para o professor, não será anulada.

IMPORTANTE:
Se duas assertivas apresentarem ideias contrárias, uma delas será a resposta.

2. Tipologia textual

2.1. Texto dissertativo

Representa/apresenta dado(s) conjunturais.

2.1.1. Texto expositivo

Marcado pela objetividade/neutralidade.

“Vai direto ao assunto, bem assim é impessoal.”

Tem um tom informativo.

Ex. Matérias de um jornal.

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2.1.2. Texto argumentativo

Marcado pela subjetividade/pessoalidade.

Tem um tom opinativo.

Ex. Comentários.

3. Marcas de subjetividade

“Nenhum texto é isento de subjetividade.”

3.1. 1ª pessoa

Marca mais comum de subjetividade.

Ex. Acredito que o país esteja recuperado. (Eu acredito).

Ex2. Sabemos o quanto esse fato incomodou o povo. (Nós sabemos).

3.2. Modalizadores (não são de risco e nem de segurança)

“Devem ser utilizados em textos de prova nos quais se deve dar opinião.”

Ex. É importante (adjetivo – juízo de valor) que o país mude seu sistema de votos.

Ex2. Lamentavelmente (advérbio), o país está nesse ranking.

Ex3. O país deve reorganizar-se (verbo) politicamente.

3.3. Linguagem analógica

Figuras de linguagem comparação e metáfora.

- Comparação: analogia explícita.

“x é como/tal qual/vale tanto quanto y.”

Ex. Mohammed Ahmed tem tanto arrependimento “quanto fios de cabelo” na cabeça.

Ex2. O amor queima como fogo.

- Metáfora: analogia implícita.

“x é y.”

Ex. Amor é fogo (metáfora) que arde sem se ver.

Nota:

- Fazer a prova do TRF2/2017.

- Ver também a prova do TRE do Rio que será realizada no dia 26/11/2017.

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3.4. Interlocução1

(1) Interlocutor: é aquele para o qual se dirige.

É uma forma de orientar/manipular a visão do outro.

Representada por:

a) Vocativo:

Ex. Alô você, senhores telespectadores, etc.

b) Imperativo

Ex. Faça você.

Nota:

- Questão de prova TJMG – acentuação gráfica

A sequência de vocábulos: “Islâmico (proparoxítona), vitória (paroxítona terminada em ditongo), até


(oxítona), público (proparoxítona)” pode ser empregada para demonstrar exemplos de três regras de
acentuação gráfica diferentes. Indique a seguir o grupo de palavras que apresenta palavras cuja
acentuação tenha s mesmas justificativas das palavras do grupo anteriormente apresentado (considere
a mesma ordem da sequência apresentada).

a) atípica (proparoxítona), aparência (paroxítona terminada em ditongo), é (monossílabo tônico),


vítimas (proparoxítona)

b) típico (proparoxítona), província (paroxítona terminada em ditongo), será (oxítona), Nínive


(proparoxítona)

c) famílias (paroxítona terminada em ditongo), público, diários, várias

d) violência (paroxítona terminada em ditongo), próprios, já, violência

- Questão de prova TJMG – separação silábica

Lamiya e Nadia Murad são algumas das poucas vítimas do terror sexual que se apresentam em público,
de rosto aberto, pois a violência sexual estigmatiza as vítimas e suas famílias. Lamiya contou que era
submetida a estupros seguidos e diários, passada entre incontáveis militantes. Muitas vezes desmaiava.
Considere o trecho anteriormente destacado e assinale a alternativa em que todas as palavras
apresentam divisão silábica correta:

a) pas-sa-da, sub-me-ti-da, pou-cas

b) ter-ror, po-is (ERRADO – POIS É MONOSSÍLABO), es-ti-gma-ti-za-va (ERRADO es-tig-ma-ti-za-va)

c) se-gui-dos, di-á-rios, in-con-tá-ve-is (ERRADO – in-con-tá-veis)

d) ví-ti-mas, fa-mí-li-as (ERRADO – fa-mí-lias), des-ma-i-a-va (ERRADO - des-mai-a-va).

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- Questão de prova TJMG – pontuação

Tendo em vista as diferentes finalidades do uso dos sinais de pontuação, está correta a justificativa
referente ao trecho destacado em:

a) No quinto parágrafo, a expressão “mulheres de combatentes” aparece entre vírgulas por se tratar de
um vocativo.

b) Emprega-se (REDAÇÃO ERRADA – BANCA ERROU) os dois pontos imediatamente após o vocábulo
‘combates’ o primeiro parágrafo para separar elementos que exercem a mesma função sintática em uma
enumeração.

c) O ponto utilizado no final do quinto parágrafo “escravidão”, foi empregado por um fator de ordem
entonacional, indicando a entonação diferenciada com que o enunciado seria pronunciado na fala.

d) As vírgulas que aparecem no primeiro parágrafo separando o trecho “dado a um juiz da província
iraquiana de Nínive” foram empregadas por fator de ordem sintática delimitando e organizando as
partes do texto.

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