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A Macroestrutura Funcional e o Plano de Classificação:

Caso prático

Nuno Miguel Marques Sónia Isabel Negrão

Arquivo Municipal de Vila do Bispo Arquivo Histórico de Albufeira


Beco Bernardino de Sousa
Largo de S. Vicente
8200-018 Albufeira
8650-408 Vila do Bispo
Tel: 289599638
Tel.: 282 630 600
E-mail: arquivo.historico@cm-albufeira.pt
E-mail: arquivo_municipal@cm-viladobispo.pt

Resumo

A comunicação está enquadrada dentro da temática da Macroestrutura Funcional (MEF), aplicada à


Administração local, dividindo-se em duas partes complementares. Uma primeira parte, que aborda a
MEF de uma perspetiva teórica, revelando a sua estrutura, princípios basilares e vantagens na utilização, e
de igual modo uma breve explicação sobre o modo de integração e construção de Planos de Classificação
conforme à MEF. Fase complementada através da exposição da vertente prática de implementação de
Planos de Classificação conforme à MEF em duas entidades, o Município de Albufeira (MA) e o
Município de Vila do Bispo (MVB), ambos pertencentes à Rede de Arquivos do Algarve. Neste quadro,
será dado a conhecer as etapas que acompanharam a implementação, sublinhando os pontos fortes e
menos fortes do processo de implementação, dentro da perspetiva de funcionalidade e operacionalidade
do instrumento de gestão da informação arquivística nas entidades. Tendo em conta a distinção entre
projetos, salvaguardam-se as respetivas diferenças metodológicas na implementação de planos de
classificação conforme à MEF.

Abstract

The lecture is framed within the Macroestrutura Funcional (MEF) scope, which is applied to the
Portugal´s Local Administration, divided in two complementary parts. The first one, is focused on MEF
from a theoretical approach, revealing its structure, basic principles and advantages on using the
instrument and also a short explanation on how could be comprise into the information management
systems and how to implement Classification Plans according to MEF. This phase is complemented
through a practical perspective of the implementation on two local governing bodies. The Municipalities
of Albufeira and Vila do Bispo, both belonging to Algarve’s Archival Network. On this context, is
presented the implementation stages, giving also a perspective of the strong and weak points of the whole
process, bearing in mind the concepts of functionality and operational in archivist informational
management instrument`s on both entities. On this matter, as we see two different projects using the same
tool and reach the same objective - the Classification Plan implementation according MEF -, we realize
the differences between methods and strategies applied.

Palavras-chave: Macroestrutura Funcional (MEF), Gestão da Informação, Plano de Classificação (PC),


Sistema de Gestão Documental (SGD), Processo de Negócio (PN).

No quadro da gestão da informação arquivística determinado produto ou serviço, derivados de


nas entidades públicas, a Macroestrutura um conjunto estruturado de atividades e com um
Funcional (MEF) é perspetivada como um número de intervenientes em todo o desenrolar
instrumento de características universais, dotado do PN.
de uma estrutura hierárquica desenvolvida a
Estamos assim perante dois tipos de
dois níveis, isto é, o enfoque é dirigido para as
categorização que se integram e complementam
Funções e Subfunções exercidas pelo Estado,
dando origem ao instrumento Plano de
proporcionando desta forma uma visão
Classificação. Por um lado, as de 1º e 2º nível,
integrada, global e holística na gestão da
que correspondem à Macroestrutura Funcional
informação arquivística. A MEF foi concebida
(Função e Subfunção), responsáveis por
como ferramenta de apoio à elaboração de
estabilizar e normalizar o processo classificativo
planos de classificação de natureza funcional,
informacional, através do princípio da
tendo como base essencial a interoperabilidade
interoperabilidade semântica. Por outro a de 3 º
semântica entre sistemas de informação.
nível, referente ao Processo de Negócio
O plano de classificação, criado para organizar a (produto/serviço), considerado igualmente como
informação gerida por determinada entidade, elemento chave na materialização das atividades
neste caso pertencente à estrutura do Estado, e ações que decorrem dentro das entidades, ao
deve ser elaborado conforme à MEF, assumindo refletir a sua realidade, contextualizadas através
características de base funcional e hierárquica. das funções que exercem. O processo de
Esta construção deve obedecer à integração das negócio é assim visto como elemento que
classes de 1º e 2 º níveis (Funções e permite disciplinar, organizar e otimizar a
Subfunções) importados da MEF, gestão da informação, ao contribuir de forma
desenvolvendo-se, a posteriori, um 3º nível, eficaz para a correta aplicação da classificação
enquadrado numa perspetiva funcional, que nos sistemas de informação das entidades. De
representa integralmente os processos de acordo com a abordagem por processo de
negócio(PN) desenvolvidos pela Administração. negócio, considerado essencial na construção de
Relação hierárquica bem definida, onde os PN planos de classificação conformes à MEF, a
integram uma função e subfunção (MEF), classificação deve permanecer sempre no
materializando-se aquando da produção terceiro nível, sendo atribuída única e
documental de determinada série, onde existirá exclusivamente ao PN, sendo que todos os
sempre um input e um output relativos a documentos que compõem esse mesmo PN
devem assumir a mesma classificação daquele. pela proliferação de instrumentos de
A sua atribuição é da responsabilidade do classificação de natureza orgânica.
serviço que cria, produz e gere o processo de
A base do Paradigma Funcional, a Função,
negócio e a operação de atribuição de
estrutural na MEF, é considerado, em nosso
classificação deve ser realizada no momento
entender, um conceito operatório chave,
inicial do desenvolvimento processual.
assumindo a responsabilidade de estabilizar o
Em termos comparativos, quando se fala de enquadramento classificativo da informação.
sistemas de classificação orgânicos e funcionais, Esta função estabilizadora e normalizadora é
este último, se conforme à MEF, apresenta reforçada pela instabilidade apresentada na
vantagens únicas, ao apresentar uma perspetiva perspetiva orgânica.
unidimensional com a representação de relações
A abordagem suprainstitucional e a subsequente
hierárquicas – função e subfunção -, através da
transversalidade associadas ao Plano de
atribuição de um significado tendencialmente
Classificação conformes à MEF, aliam-se ao
unívoco a cada objeto de informação, evitando
princípio essencial da interoperabilidade
desta forma desvios classificativos e
semântica. Todos estes elementos conduzem de
organizacionais. Este ponto é visível pela
forma muito objetiva à criação de uma
natureza de amplitude e versatilidade que
linguagem comum a todas as entidades
apresenta, em clara oposição a uma visão
utilizadoras da Macroestrutura Funcional,
multidimensional e inflexível da perspetiva
facilitando de forma efetiva a comunicabilidade
orgânica, que, ao contrário do Funcional, não
entre elas, aumentando desta forma a eficiência
deixa margem de crescimento de novas classes
na troca e partilha de informação.
no Plano de Classificação. Facto que é traduzido
na codificação numérica não sequencial Quanto aos “termos de índice” incluídos nos
atribuída, que facilita a adaptação e alteração de Planos de Classificação conformes à MEF, são
atividades processuais no plano de classificação considerados exclusivamente como pontos de
MEF. acesso de auxílio à classificação do terceiro
nível (PN) e de igual modo como elementos de
As vantagens anunciadas têm a sua base
apoio à classificação, não se constituindo como
estrutural em princípios orientadores bem
um quarto nível classificativo. De facto eles
definidos. Existe, neste contexto, uma
traduzem a materialização documental dos
macroestrutura classificativa comum a todas as
processos de negócio, tendo em conta
entidades da Administração Central do Estado e
determinada função ou ação desenvolvida pelas
da Administração Local, tendo em consideração
entidades. Neste contexto, a criação de um 4º
as ações desenvolvidas pelas entidades,
nível terá eventualmente que ver com questões
enquadradas a nível funcional. É claro o
“apenas” relacionadas com a Avaliação. Existe,
aumento do nível de eficiência devido à
deste modo, a necessidade imperativa de
otimização e normalização da informação de
organização estrutural e funcional que contribua
arquivo nos sistemas de informação, que
para a estabilização dos “termos de índice”, no
conduzem necessariamente a uma estabilidade e
sentido da aplicação correta do Plano de
segurança, que contrastam com o ruído causado
Classificação conforme à MEF, que irá permitir
a construção de instrumentos técnicos, como a seiscentos e sessenta e cinco são utilizadores do
Portaria de Gestão de Informação Arquivística e SGD. Desta forma, foi necessário, para o
a consequente Tabela de Seleção, sucesso deste empreendimento, desenvolver um
imprescindíveis no desenvolvimento da projeto de revisão da gestão da informação e
atividade arquivística. definir uma equipa de trabalho. A equipa que foi
criada é constituída por técnicos das seguintes
Tendo em consideração a filosofia, os princípios
áreas: Administrativa, Arquivo, Jurídico,
estruturantes e os métodos a desenvolver no
Expediente, Qualidade e Informática. Tentou-se,
sentido de implementação de Planos de
deste modo, abranger áreas distintas entre si,
Classificação conforme à MEF, e seguindo as
criando uma equipa multidisciplinar que tivesse
diretrizes para a sua correta efetivação, existem,
maior capacidade no conhecimento e
no entanto, diferentes metodologias e estratégias
desenvolvimento de um projeto desta natureza.
utilizadas para o efeito. Facto que deriva da
Entidade que o implementa, da sua natureza, da Ao iniciar o projeto, e numa altura em que não
forma de organização, dos recursos existentes, tínhamos conhecimento da existência do grupo
do momento de decisão quanto à de trabalho da MEF para as Autarquias locais, a
implementação e dos projetos criados para o equipa de trabalho responsável pelo projeto de
efeito. Deste modo, estamos perante toda uma implementação optou pela elaboração de um
série de fatores e vicissitudes inerentes que a Plano de Classificação de natureza funcional,
caracterizam em específico. O caso do devido principalmente às limitações
Município de Albufeira e de Vila do Bispo é um apresentadas por outros instrumentos similares
bom exemplo disso mesmo. de natureza orgânica ou mesmo orgânico-
funcional.
As razões principais que conduziram à
necessidade de implementação do Plano Numa primeira fase, dado que o Município de
deveram-se essencialmente à inexistência de Albufeira nunca tinha tido qualquer tipo de
qualquer tipo de sistema classificativo de sistema classificativo de informação, solicitou-
informação na entidade, bem como à se à empresa B-Safe uma formação técnica
necessidade de tornar mais eficiente a gestão da nesta área específica. A formação contou com a
informação, tanto ao nível da normalização de presença de no mínimo um representante de
procedimentos, como a questões de pesquisa e cada unidade orgânica do MA, incidindo sobre a
recuperação da informação de natureza temática da elaboração de Planos de
arquivística, essenciais para a gestão correta de classificação e posterior aplicação prática.
qualquer sistema de informação.
Na fase seguinte deu-se início ao levantamento
Em termos organizacionais, o Município de de todos os processos documentais geridos pelo
Albufeira é constituído por uma estrutura MA. Este levantamento, além de servir os
nuclear (quatro departamentos municipais), por propósitos para a elaboração de um Plano de
uma estrutura flexível (dezassete divisões classificação funcional, serviu igualmente para a
municipais e dois gabinetes) e por quatro tomada de consciência da real situação da
serviços. Deste universo, fazem parte mil entidade. Trabalho de campo fundamental para
duzentos e trinta e quatro funcionários, em que conhecer o MA, tanto ao nível da gestão da
informação, massas acumuladas de Todos os colaboradores do Município de
documentação existentes e de procedimentos Albufeira foram informados que tinha sido
para conhecimento e identificação dos técnicos elaborado, pelo Grupo de Trabalho MEF, um
e respetivos serviços. Esta tarefa foi vista como Plano de classificação para as autarquias locais.
fulcral numa entidade constituída por mil Esta primeira abordagem serviu não só para dar
duzentos e trinta e quatro funcionários, onde se conhecimento a todos os colegas deste novo
pretendia a implementação de um projeto com instrumento, mas também para dar a
uma dimensão assinalável, pois para além da possibilidade de poderem manifestar-se
elaboração e implementação de um Plano de relativamente à concordância ou discordância
Classificação, fatores como o diálogo, face ao projeto, podendo desta forma contribuir
envolvimento e a participação de todos os para a discussão pública sobre este PC.
colaboradores é fundamental. Esclareceu-se, de igual modo, que este
instrumento de gestão da informação baseava-se
Enquanto se finalizava o levantamento dos
numa estrutura e princípio de natureza
processos no MA estava simultaneamente em
funcional, em oposição a uma perspetiva
elaboração um Plano de Classificação funcional,
classificativa orgânica, e que para uma análise
da responsabilidade do Grupo de Trabalho da
mais aprofundada seria fundamental a
Macroestrutura Funcional (MEF), que iria
colaboração de vários colegas de diferentes
lançar a versão 0.1 do Plano de Classificação
unidades orgânicas.
conforme à MEF, com a informação extra de
que a Portaria 1253/2009 iria ser revista e seria No seguimento do deferimento do projeto de
elaborada nova Portaria de Gestão de implementação, e depois de se dar
Informação Arquivística, associado ao Plano de conhecimento do Plano de Classificação
Classificação conforme à Macroestrutura conforme MEF a todos os serviços do MA,
Funcional. Neste sentido, e tendo em procedeu-se ao diálogo com todas as unidades
consideração este facto, o grupo de trabalho do orgânicas da entidade, no sentido de efetuar o
MA apresentou ao Executivo as duas hipóteses levantamento de todos os processos produzidos
de trabalho no desenvolvimento do PC a e geridos pelo MA no decurso das suas
implementar. Por um lado, continuar com a atividades.
elaboração do Plano por parte dos técnicos da
autarquia (equipa de trabalho), ou por outro lado
proceder à implementação do PC conforme à
MEF, sendo este um instrumento desenvolvido
em toda a Administração Local. O Executivo,
não só aprovou a implementação do Plano de
Classificação conforme à MEF, como fez
questão de informar a todas as unidades
orgânicas (ordem de serviço) da necessidade de
colaborarem com o grupo de trabalho no
desenvolvimento do projeto.
Figura 1: Plano de classificação
Nestas reuniões foram adicionados novos orgânicas (deteção de práticas boas e menos
termos de índice sugeridos pelas unidades boas), avançou-se para a realização de sessões
orgânicas e aprovados pelo grupo de trabalho. de esclarecimento. Nestas sessões, o enfoque foi
dado à utilidade e importância da classificação,
Após o reconhecimento e registo de todos os
perspetivada aqui como instrumento operativo
processos, procedeu-se à elaboração de uma
fundamental na pesquisa e recuperação eficiente
tabela de analogias entre o que os serviços
da informação. Dividida em duas fases - antes e
produziam e o Plano de Classificação conforme
depois da integração no SGD. A primeira ronda
à MEF.
de sessões de esclarecimento, de cariz teórico,
serviu para relembrar conceitos básicos de
arquivo, funções do serviço de arquivo, boas
práticas na gestão da informação e a
importância, necessidade e utilização da
classificação.

Figura 2: Tabela de analogias. Exemplo de


alguns processos da Divisão de Águas e
Saneamento

Esta tabela de analogias foi fundamental para


que todos os colaboradores da entidade
tomassem conhecimento das designações dos
Figura 3: Criação de registo
processos de negócio e para que o
funcionamento da Câmara não bloqueasse no A razão pela qual se insistiu tanto nas sessões de
momento da implementação. O grupo de esclarecimento é que para o sistema de
trabalho teve assim que assegurar que no classificação funcionar, concordou-se que
primeiro dia da operação de classificação da deveria ser um campo de preenchimento
informação, todas as unidades orgânicas obrigatório no SGD, ou seja, o mesmo não
tivessem a capacidade de classificar sem existir permitir a passagem para a etapa seguinte sem o
margem para dúvidas. A existência de dúvidas,
registo estar classificado.
a falta de acompanhamento e o bloqueamento
dos serviços, colocaria não só o projeto da
implementação em causa, como o próprio
funcionamento da Câmara, evitando por um
lado a criação de obstáculos, facilitando o
correto funcionamento dos serviços.

Após a realização de várias reuniões, e de


observados comportamentos no que diz respeito Figura 4: Edoc da Link com as áreas do Sistema
à gestão dos arquivos de cada uma das unidades de Gestão Documental
Relativamente à pesquisa, o SGD permite processos de negócio como as ausências ao
identificar, imediatamente, no plano, o código serviço, licenças, formações ou baixas. Outro
de classificação. unidade orgânica que utiliza este tipo de
organização é a Divisão de Edifícios e
Equipamentos Municipais. Neste caso, os
processos – pai têm atribuída a designação do
edifício, e a este processo são agregados todos
os processos de negócio relativos à intervenção
em cada um dos edifícios.

Figura 5: Plano de classificação conforme à


MEF que foi exportado para o Edoc

Se o utilizador não souber a classificação pode


pesquisar por termo, uma vez que todos os
níveis (função, subfunção, processo de negócio
e termo de índice) são pesquisáveis. A título de
exemplo pesquisou-se a palavra “aquisição”.
Figura 7: Processo documental

Outro exemplo que se julga pertinente oferecer,


é o caso da Divisão de Turismo, que criou
processos – pai para os Eventos realizados pelo
Município de Albufeira ou em colaboração. A
situação é similar aos exemplos anteriormente
facultados, o Processo – pai tem no título a
designação do evento, ex. Festa de Fim de Ano,
e agregados a este encontram-se todos os
Figura 6: Pesquisa de classificação
processos de negócio relacionados, como a
Na pesquisa, o Sistema de Gestão Documental, montagem de palcos em que é interveniente a
devolve as classificações possíveis, e cabe ao Divisão de edifícios e equipamentos, a aquisição
utilizador selecionar qual a indicada para o seu de serviços de um artista, onde entra a Divisão
processo de negócio. Financeira, ou o apoio informático, onde entra a
Divisão de Informática, etc.
Com o intuito de organizar a informação que se
encontra no SGD alguns serviços optaram por Neste quadro, a Divisão de Informática do MA
criar processos macros e agregar a estes os beneficiou da integração do Plano para efetuar o
processos de negócio. No Município de upgrade do SGD para uma nova versão. Optou-
Albufeira, esta situação é mais frequente na se então por fazer esta atualização e a integração
Divisão de Recursos Humanos, em que o do PC em diferentes momentos, no sentido de
processo – pai é o processo de funcionário evitar riscos e dificuldades na gestão da
(nome e n.º de funcionário), onde se agregam os informação do MA. Assim, e com o apoio da
Link (empresa proprietária do SGD), dois meses implementação do PC conforme à MEF, toda a
após o upgrade, decorria o mês de setembro de informação que é recebida pelo MA passa pelo
2013, procedeu-se à integração da classificação Expediente, onde é registada, classificada,
conforme à MEF no Sistema de Gestão digitalizada e distribuída pelos vários serviços.
Documental da Autarquia – o Edoc. Neste momento, existem quatro locais de
entrada: Expediente geral, Atendimento Geral,
Podemos afirmar que o trabalho de
Divisão de Obras Particulares e Centro de
acompanhamento dos serviços foi fundamental
Atendimento ao Consumidor / Gabinete de
para o sucesso da implementação, uma vez que
apoio ao Munícipe (CIAC – GAM), e apesar
na primeira semana apenas há a registar em
dos diferentes locais de entrada, toda a
média, duas a três horas de atraso no registo da
informação fica registada no Sistema de Gestão
correspondência.
Documental.
A integração do Plano no SGD foi o mote para
Para assegurar o sucesso da implementação,
se alterarem circuitos, eliminar etapas e reduzir
esteve de permanência, durante um mês, uma
o acesso à informação confidencial. Para tal, foi
parte da equipa do grupo de trabalho no
desenvolvida uma instrução de trabalho dirigida
Expediente Geral do MA. Nos cinco meses
ao registo da correspondência, que confirmaria a
seguintes, a equipa de arquivistas ia alternando
alteração de procedimentos.
de modo a garantir o acompanhamento
permanente dos serviços.

Passados dois meses, e perante as dúvidas que


iam chegando, foi decidido pela realização de
uma nova ronda de sessões de esclarecimento,
desta vez efetuada em ambiente de sala de aula.
Nestas sessões, ministradas por técnicos da área
de arquivo e de informática, os colaboradores,
agora familiarizados com o plano de
classificação, colocavam dúvidas e sugeriam a
adição de novos termos de índice. Em
simultâneo classificavam, no SGD, a
informação relativa a casos práticos de
Figura 8: Instrução de trabalho para o Registo
processos com os quais trabalhavam
da Correspondência
diariamente, o que se traduzia no registo,
No que diz respeito aos acessos, a cada um dos classificação e associação ao processo de
processos de negócio foi atribuído diferentes negócio respetivo. Em alguns casos, estas
acessos, tendo como base a classificação, assim sessões também serviram para fazer o
o privilégio de acesso à informação. refrescamento do funcionamento do Sistema de
Gestão Documental, e noutros, pontuais,
O último objetivo do projeto passava pela
serviram de facto para a iniciação ao SGD.
centralização do sistema de registo de entradas e
saídas num único local, o Expediente. Após a
Em forma de síntese, apresentam-se de seguida a classificações tem sempre que ser solicitada e
os pontos fortes da implementação do PC, justificada superiormente, sob pena de não ser
considerando-se que: concedido acesso.

 A implementação deste Plano foi No que concerne aos pontos menos positivos na
fundamental para o conhecimento da entidade e implementação, considera-se que:
do nível da gestão da informação. Mas mais do
 A interoperabilidade entre o SGD e os
que isso, permitiu aos colaboradores
Sistemas Informação Eletrónicos (SIE) é
conhecerem o seu serviço de Arquivo, as suas
praticamente inexistente. Esta situação,
funções e os técnicos que dele fazem parte;
comummente conhecida, dificulta a interligação
 Para o sucesso deste projeto foi de processos entre as diferentes aplicações e o
determinante o apoio do executivo e a indicação sistema de gestão documental;
de que a colaboração de todos os funcionários
 A maior dificuldade na implementação
seria fundamental;
do Plano de Classificação deveu-se à apreensão
 Este projeto, extremamente complexo, de novas designações e novos termos segundo a
contou com o envolvimento e colaboração de linguagem da MEF, principalmente ao nível dos
todos os funcionários e utilizadores do SGD da processos de negócio;
Câmara Municipal de Albufeira. Na verdade,
 A alteração necessária dos níveis de
continua a existir a sua colaboração ativa,
acesso à informação complicou o processo de
menos frequente é certo, mas os serviços
implementação.
continuam a fazer sugestões para se
adicionarem novos termos de índice, o que Fazendo o balanço destas alterações, e decorrido
contribui decisivamente para o desenvolvimento um ano sobre a implementação, verifica-se que
e melhoria contínua do Plano de Classificação; a classificação é uma prática já instalada e que
faz parte da rotina diária dos colaboradores,
 A centralização da correspondência foi
tendo sido bem aceite. E que apesar de ter sido
muito importante em todo este processo, uma
um processo extremamente complexo, revelou-
vez que esta tipologia documental é toda ela
se simples, pela forma como os colaboradores
classificada à entrada. A obrigatoriedade de
aderiram e participaram.
classificar forçou a uma reforma do serviço de
expediente e dos respetivos procedimentos de O Município de Albufeira encontra-se neste
registo de entrada de correspondência. momento a preparar-se para novas reuniões com
os seus serviços, de modo a implementar a
 Devido a algumas situações,
versão 0.3 do Plano de Classificação conforme à
irregulares, de livre acesso a informação
MEF.
confidencial, achou por bem o Executivo criar, a
partir do Plano de Classificação, uma política de Na utilização de orientações para a elaboração
restrição de acessos. Por norma, o técnico só de um Plano de Classificação conforme à
tem acesso às classificações com que trabalha, Macroestrutura Funcional, a estratégia e
ou seja, a cada um dos processos de negócio é metodologia associada ao projeto de
atribuído uma permissão. A obtenção de acesso
implementação é, mutatis mutandi, variável se que com a união entre o MyDoc e o PCIAAL,
conforme a Entidade que o implementa, devido dotado de um vocabulário normalizado e
a fatores anteriormente referenciados. baseado no princípio estruturante da MEF,
desenvolvido em termos de classificação ao
O Município de Vila do Bispo, que tem
nível do processo de negócio, estavam reunidas
conhecimento e tem vindo a acompanhar a
as condições para avançar para a elaboração do
evolução do projeto desde o seu início, optou,
plano. Aqui, a semelhança com o Município de
diferentemente ao caso do Município de
Albufeira é clara, ao retirar-se a conclusão de
Albufeira, por aguardar pela estabilização do
que o desenvolvimento de instrumentos de
instrumento, garantindo desta forma maior
gestão da informação pode tornar-se a rampa de
equilíbrio e igualmente no sentido de evitar a
lançamento para a efetivação e implementação
necessidade de transposições maiores para
de novas práticas rumo à eficiência na gestão
versões ulteriores, apesar do Plano de
informacional arquivística.
Classificação ser, em si, uma ferramenta dotada
de características de flexibilidade e O projeto tem o seu início a 1 de agosto de
expansibilidade, passível de alterações que 2014, muito recente portanto, e após formação
conduzam a uma maior estabilidade e dada por um técnico da Airc e com apoio da
funcionalidade operacional. subunidade orgânica de sistemas de informação
da Câmara Municipal de Vila do Bispo. A
Neste quadro, decidiu-se pela implementação
formação foi direcionada para o novo sistema
faseada da versão 0.3, designada como Plano de
MyDoc, comtemplando todos os funcionários da
Classificação da Informação Arquivística para a
entidade, abordando pela primeira vez a
Administração Local (PCIAAL), ainda em
problemática da gestão da informação por
versão de trabalho, mas perfeitamente exequível
Processo, o que suscitou diversas dúvidas e
em termos de aplicabilidade semântica e
questões. A formação deu assim o mote para a
consequentemente adequada ao Sistema de
criação de um Grupo de Trabalho (GT) para a
Gestão Documental do Município, designado
implementação do plano de classificação,
atualmente por MyDoc, sistema proprietário da
constituído este por um técnico superior de
empresa Airc.
arquivo, um técnico superior de arquitetura,
Atualmente, e tal como o Município de com experiência em gestão da informação, e por

Albufeira antes da implementação, o Município um especialista de informática. Grupo pequeno,

de Vila do Bispo não dispõe de qualquer plano validado pelo Executivo, mas suficientemente

de classificação que organizasse corretamente a ativo para um universo menor de utilizadores,


informação produzida no decorrer das suas quando comparado com Albufeira. Cerca de 105

atividades. Foi precisamente um upgrade ao utilizadores ativos no sistema MyDoc para um

Sistema de Gestão Documental (SGD), que total de 245 funcionários, enquadrados em 3

impulsionou decisivamente a necessidade de Divisões e 24 subunidades orgânicas. Deve-se


implementação do PCIAAL. Facto derivado da dizer que a comunicação frequente com os

necessidade do novo sistema em trabalhar a técnicos da Airc foi essencial desde o primeiro

informação arquivística com base na momento para o desenvolvimento eficaz do


organização e classificação por Processos. Diga- projeto.
Neste quadro, e levando em conta as de trabalho, e não tanto num planeamento
especificidades e necessidades operacionais do precedido de análises estruturais da entidade.
MVB optou-se pelo faseamento do processo de Aqui, as diferenças com o Município de
implementação. Devido à urgência na criação de Albufeira são por demais evidentes. Esta
um vocabulário que permitisse aos utilizadores estratégia obrigou o GT a pensar na forma de
do MyDoc desenvolverem as suas normais fazer passar uma mensagem efetiva de elevado
atividades diárias, pois estava em risco a nível de complexidade num curto espaço de
organização correta da informação, o grupo de tempo, em face de uma nova forma de trabalho
trabalho decidiu, com base na linguagem do e de todo um novo vocabulário na gestão da
PCIAAL, a integração e criação das designações informação do MVB, com consequências na
dos Processos de Negócio na aplicação, estrutura organizativa da informação. Deve-se
conseguindo deste modo a possibilidade de toda dizer que todo este processo, decorrente da
a gestão da informação arquivística passasse a implementação do plano de classificação
ser organizada por PN, ao mesmo tempo que conforme à MEF, se encontra num estado muito
todos os funcionários se familiarizassem com a inicial, não devendo por isso retirar-se grandes
nova forma de trabalhar. Aqui, cabe dizer que ilações do processo de implementação até este
toda esta tarefa, ainda em desenvolvimento, não momento. O facto é que a estratégia e o método
contemplou, como é óbvio, a integração de parecem estar a funcionar, havendo recetividade
todos os PN, mas sim dando primazia às e vontade de cooperação e envolvimento de
funções exercidas pela entidade. Até à data todos os intervenientes. Saliente-se a
estão criados e com integração no MyDoc cerca importância fulcral do envolvimento da Gestão
de 142 Processos de Negócios, sendo as de Topo (Executivo) em todo este processo.
Funções de Administração de Relações de
Em termos metodológicos, optou-se, devido a
Trabalho; Administração de Direitos, Bens e
questões de premência nos vários serviços, a
Serviços; Prestação de Serviços de
uma atitude pró-ativa, baseada na deslocação do
Identificação e Registo e Reconhecimentos e
GT aos diferentes locais (serviços) e efetuar
Permissões, onde existe maior número de PN
uma apresentação estrutural do documento
criados na aplicação. Facto que não invalida a
(PCIAAL, versão 0.3) para contextualização e
criação, em menor número, de PN em todas as
enquadramento dos princípios basilares, como a
outras Funções e Subfunções, com exceção das
interoperabilidade semântica, a transversalidade
Funções Execução da Política Externa e
e a supra-institucionalidade, após a qual, e
Prestação de Cuidados de Saúde. Pode dizer-se
complementada com a análise prévia das
que dentro do número de Processos de Negócio
funções do serviço em causa, enquadráveis no
criados até ao momento presente (142), todas as
instrumento, solicitavam-se aos mesmos a
áreas funcionais da Entidade MVB encontram-
necessidade de criação dos PN na aplicação e
se abrangidas.
consequente criação de termos de índice.
Este método foi desenvolvido com base na
urgência de desenvolvimento de instrumentos
O resultado traduz-se num trabalho de equipa esclarecer dúvidas referentes à aplicação do
bastante produtivo e eficaz. Para tal, existia instrumento e à própria organização processual
igualmente uma “vertente informática”, com a da informação.
criação do PN na aplicação MyDoc in loco,
Após a visita aos serviços, o GT inicia a parte
considerada essencial para todos os
técnica do processo, decorrente da visita
colaboradores. Em termos comparativos, se em
previamente efetuada. Para tal, é criada uma
Albufeira existiram diversas sessões de
ficha PDF por Processo de Negócio, contendo
esclarecimento, muitas delas em ambiente de
toda a informação relativa às notas de aplicação,
sala de aula, em Vila do Bispo, por razões já
notas de exclusão (se aplicável) e termos de
explicadas, essa formação está a ser realizada de
índice (constantes e sugeridos) e um exemplo
modo informal in situ, ou seja, diferentes
que aparecerá na própria aplicação MyDoc. O
métodos de formação mas de igual modo
objetivo está associado à criação de um
eficazes.
documento de auxílio, na fase inicial de
implementação do PCIAAL, para a seleção
correta do tipo de processo, aquando da sua
criação ou na associação de documentos ao
mesmo no MyDoc. À medida que se vão criando
as fichas, estas são exportadas para a base de
dados “Por Enviar”, como forma direta de
comunicação com a subunidade orgânica
Sistemas de Informação, responsável pela
integração dos PN na aplicação. A partir deste
momento, e após o envio através de correio
Figura 9: Criação de termos de índice
eletrónico interno a todo o MVB dando
Em termos de operacionalização, o GT foi conhecimento do PN criado, os colaboradores
evoluindo no seu método de trabalho. Para tal, e estão aptos a selecionar a tipologia processual
atualmente, mantém-se a visita aos serviços, e adequada à sua produção informacional. Deve
em 24 subunidades orgânicas, foram já dizer-se que a criação e integração de PN na
efetuadas visitas a 18, abordando questões ao aplicação é da exclusiva responsabilidade desta
nível da explicação estrutural do instrumento, da subunidade, podendo desta forma controlar e
visualização conjunta do documento (estrutura gerir a informação de forma eficaz.
hierárquica de Função, Subfunção e Processo de
A qualquer momento, o GT poderá ser
Negócio, com toda a informação complementar,
contatado para a criação de um novo Processo
como são o código, título, descrição, notas de
de Negócio ou de um termo de índice,
aplicação, notas de exclusão e legislação, bem
respeitando o vocabulário e as orientações para
como a folha de índice classe de 3º nível) e da
a implementação de planos de classificação
autorização dos serviços para a criação e
conformes à MEF., nomeadamente o
integração dos PN na aplicação. Note-se que a
enquadramento processual classificativo. Neste
visita aos serviços é frequente, além de que o
último caso, existe a base de dados “Plano de
GT pode ser e é igualmente contatado para
Classificação Prefixo”, onde são atualizados trabalho desta natureza e dimensão, mantendo-
todos os processos criados. Base de dados que se o ritmo de trabalho a um nível estável, está
utiliza diretamente a folha Excel do “índice prevista a criação de todos os Processos de
classe de 3º nível”, visível na figura 1. Negócio até ao final do ano de 2014, seguindo-
se a fase de exportação e integração do PCIAAL
Na criação de um PN na aplicação MyDoc, o
para a aplicação MyDoc. Aquando dessa
GT, após reunião com os técnicos da Airc,
operação, espera-se que todos os colaboradores
decidiu-se pela criação de um prefixo
estejam aptos a desenvolver as suas atividades
codificado, atribuído automaticamente pelo
segundo as orientações do GT, estando este a
sistema e que associasse diretamente o Nº de
ponderar as diversas formas e momentos de
Processo ao campo Classificação. Dado que por
classificação, bem como a centralização do
razões estratégicas, o MVB optou numa
registo numa única localização com a entrada
primeira fase pela criação dos processos
prevista do balcão único. O GT terá
considerados prioritários, ficando a exportação
obrigatoriamente de pensar em termos
do PCIAAL para uma fase posterior, seria
formativos, de forma estruturante e também
necessário, para efeitos de familiarização com o
direcionados a todos os funcionários, bem como
vocabulário concetual e designação dos PN, a
a necessidade de criação de um Manual de
criação de um prefixo que, por sugestão da Airc,
Procedimentos associado ao Plano de
foi decidido substituir o número da Função (1º
Classificação.
código MEF) pela correspondente letra do
Abecedário. O Nº de Processo é assim
constituído por “Ano”/ “Prefixo”/ nº sequencial
do processo.

Figura 11: Prefixo incluído no campo nº de


Processo

Na perspetiva da Macroestrutura Funcional e do


Plano de Classificação de Informação
Arquivística para a Administração Local, o
Município de Vila do Bispo, ao desenvolver um
projeto para a organização classificativa da
informação em conformidade com estes
Figura 10: Ficha PDF enviada aos serviços no
momento de criação do PN instrumentos, além de beneficiar com o
enquadramento daquela em termos processuais,
Neste quadro, considerando a fase embrionária
existem igualmente vantagens na utilização de
do projeto e a consciência da existência de
uma vertente semântica, concetual e de
imprevistos e dificuldades inerentes a um
normalização de procedimentos, que se revelam
de extrema importância para a entidade. Facto tratamento das informações que dão entrada no
associado diretamente ao Sistema de Gestão da MVB, como são as petições, reclamações,
Qualidade (SGQ) do MVB. sugestões ou por outro lado os elogios e
agradecimentos. Neste caso, ao criar o
Neste quadro, o GT, desenvolve, a par da
Procedimento, utilizou-se diretamente o
criação e integração de processos de negócio,
vocabulário da MEF/PCIAAL, estando este em
um projeto de normalização e de definição de
conformidade com o tratamento classificativo
circuitos de informação com o objetivo de
indicado por estes instrumentos. Mais uma vez,
simplificar, controlar e evitar desvios que
os modelos/procedimentos são geridos pelo
consequentemente levam à perda de tempo e
SGQ da autarquia, reforçando a perspetiva
causam ruído desnecessário à entidade. Este
integrada na gestão da informação entre os
projeto paralelo à implementação do PCIAAL
vários sistemas existentes.
reveste-se de alguma complexidade e aqui deve
frisar-se novamente o apoio e validação do Cabe dizer, neste contexto, que a MEF e o
Executivo do MVB, que permite o PCIAAL, a par de outros sistemas de gestão,
desenvolvimento sustentável do trabalho. são considerados instrumentos valiosos para as
entidades como a Câmara Municipal de Vila do
Como exemplo de normalização de um modelo,
Bispo, que se caracteriza por uma fase de
derivado do vocabulário da MEF e do PCIAAL,
construção do seu sistema de gestão da
temos a criação do PN Registo de cidadãos da
informação arquivística e desenvolvimento de
União Europeia, criado à imagem da linguagem
sistemas de gestão de informação, traduzindo
da MEF/PCIAAL, propositadamente para estar
uma perspetiva integrada da informação, rumo à
associado semanticamente ao PN. Este modelo é
eficiência e a uma política de melhoria contínua
depois gerido e controlado pelo SGQ.
na entidade, pretendendo com isso solidificar
uma política de qualidade e assim alcançar, em
última análise, e como fim em si mesmo, a
satisfação de todos os utilizadores dos serviços
do MVB.

Figura 12: Modelo de Registo de Cidadãos da


União Europeia (400.10.004)

Um outro exemplo refere-se à necessidade de


Figura 13: Exemplo de Procedimento do SGQ
criação de um Procedimento relativo ao
Dentro de uma perspetiva comparativa com o um objetivo comum bastante claro. A
Município de Albufeira, considerando os pontos implementação de um Plano de Classificação
fortes da implementação do Plano de que contribua para a melhoria da gestão da
Classificação conforme à MEF, deve-se dizer informação arquivística das suas entidades,
que o projeto de implementação do Plano de conduzindo à simplificação de procedimentos
Classificação contou igualmente e de forma na gestão da informação e tornar o sistema mais
muito positiva com o envolvimento e eficiente e mais rápida a resposta a todos os
colaboração de todos os funcionários do MVB, utilizadores. Para tal é essencial, de igual modo,
designadamente na pró-atividade e interação a visão integrada de todos os sistemas que
com o GT, ao nível de sugestões e correções a gerem a informação arquivística nestas
efetuar, o que contribui, tal como em Albufeira, entidades, sejam os Sistemas de Gestão da
para um desenvolvimento sustentável do Qualidade, sejam os Sistemas de Negócio, estes
projeto. Neste contexto, há a salientar o apoio últimos considerados um ponto menos positivo
da parte do Executivo camarário ao nível da em todo este processo nas duas entidades.
discussão e validação de metodologias e
A conclusão geral a retirar é, em nosso
estratégias aplicadas ao projeto.
entender, que se deve sublinhar o enorme
Concomitantemente, a entrada de dois
trabalho no desenvolvimento de instrumentos
instrumentos de gestão da informação
orientadores transversais e supra-institucionais,
arquivística, como são o PCIAAL e o MyDoc,
como é o caso da Macroestrutura Funcional ou
revelaram-se como fatores importantíssimos e
do Plano de Classificação da Informação
cruciais na inovação da própria metodologia de
Arquivística para a Administração Local, que
trabalho dos funcionários – a organização
permitem consequentemente orientar projetos
informacional por PN -, traduzindo desta forma
de implementação como os do Município de
uma grande mais-valia na própria gestão da
Albufeira e Vila do Bispo. Aqui, a
informação da entidade. Dentro deste quadro,
Interoperabilidade Semântica revela-se como
sublinha-se de igual modo a oportunidade única
conceito operatório por excelência.
de implementar uma política de normalização
de modelos, procedimentos e circuitos, Referências
diretamente derivados dos instrumentos
DIREÇÃO GERAL DO LIVRO, DOS
estruturais de gestão da informação, operando ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS –
uma ligação direta com o Sistema de gestão da Macroestrutura Funcional: pressupostos básicos.
Qualidade do Município de Vila do Bispo e de Lisboa: Direção Geralde Arquivos, 2011. [Em
linha]. [Consult. 15 Set. 2014].
Albufeira, perspetivando-se neste contexto o
Disponível na Internet: <URL:
princípio correto da visão integrada da http://arquivos.dglab.gov.pt/wp-
informação. content/uploads/sites/16/2014/02/MEF_Pressup
ostos-basicos-2011.pdf
As entidades analisadas neste texto, ao
partilharem a utilização de um mesmo
instrumento, em diferentes Sistemas de Gestão DIREÇÃO GERAL DO LIVRO, DOS
ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS –
Documental, e em patamares de
Macroestrutura Funcional (MEF). V.2.0. [Em
desenvolvimento bastante distintos entre si, têm linha]. Lisboa: DGLAB, 2013. [Consult. 15 Set.
2014]. Disponível na Internet: DIREÇÃO GERAL DO LIVRO, DOS
<URL: ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS –
http://dgarq.gov.pt/files/2012/01/MEF- Metainformação para a Interoperabilidade.
1_0_v02_01_2012.pdf 2012.[Em linha]. [Consult. 15 Set. 2014].
Disponível em www:
http://arquivos.dglab.gov.pt/wp-
content/uploads/sites/16/2013/10/MIP_v1-
DIREÇÃO GERAL DO LIVRO, DOS
0c.pdf
ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS –
Orientações básicas para o desenvolvimento dos
3os níveis de planos de classificação conformes
à Macroestrutura Funcional. 2013.[Em linha]. GRUPO DE TRABALHO PARA A
[Consult. 15 Set. 2014]. Disponível na ELABORAÇÃO DO PLANO DE
Internet: <URL: CLASSIFICAÇÃO PARA A
http://arquivos.dglab.gov.pt/wp- ADMINISTRAÇÃO LOCAL – Plano de
content/uploads/sites/16/2014/02/2013_Orient- Classificação para a Administração Local [em
3-niveis_PC-MF.pdf linha]. V.0.1. Lisboa: [s.n.], Jul. 2012.
Disponível na Internet: <URL:
http://www.sgmf.pt/_zdata/PDF/GD/GD_MEF.
pdf
DIREÇÃO GERAL DO LIVRO, DOS
ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS – Lista
consolidada: 3os níveis em planos de
classificação conformes à MEF. 2014.[Em GRUPO DE TRABALHO PARA A
linha]. [Consult. 15 Set. 2014]. Disponível em ELABORAÇÃO DO PLANO DE
www: http://arquivos.dglab.gov.pt/wp- CLASSIFICAÇÃO PARA A
content/uploads/sites/16/2014/03/3s- ADMINISTRAÇÃO LOCAL – Plano de
niveis_consolidacao_v03_2014-03-13.pdf Classificação para a Administração Local [em
linha]. V.0.2. Lisboa: [s.n.], Jan. 2014.
Disponível na Internet: <URL:
http://arquivos.dglab.gov.pt/wp-
content/uploads/sites/16/2014/02/PC_AL_2014
_01_311.pdf

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