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FACULDADE ASSOCIADA BRASIL - FAB

PÓS-GRADUAÇÃO – LATU SENSU - ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO


ESCOLAR

FÁTIMA APARECIDA OLIVEIRA LIMA

EDINÉIA MARIA DOS SANTOS DA SILVA

A GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

SÃO PAULO,

2019
FÁTIMA APARECIDA DE OLIVEIRA LIMA

EDINÉIA MARIA DOS SANTOS DA SILVA

A GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Formulação e Gestão Escolar, da
Faculdade Associada Brasil FAB - como requisito
para obtenção do título de Pós-Graduação - Latu
Sensu Especialização Gestão Escolar -
Orientadora: Profa. Drª Janaína da Silva Gonçalves
Fernandes.

São Paulo,

2019
AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento e conclusão deste curso, só foi possível a diversas pessoas.

Aos nossos professores, que nos incentivou e não nos deixou desistir quando o
cansaço nos desanimava.

Aos nossos familiares: marido, filho, mãe, irmãos que caminharam junto conosco
nesse novo desafio e que com palavras de amor acreditaram mais em nós do que
nós mesmos.

Aos coordenadores, gestores e supervisores que gentilmente nos receberam em


seus locais de trabalhos e nos forneceram informações preciosas para chegarmos
até aqui.

Aos colegas de faculdade que nos inspiraram e nos fizeram sorrir e perceber que
cada um de nós tínhamos uma fragilidade e uma força.

A minha Diretora Marcia Borges, por me ensinar o valor de uma boa liderança, e
acima de tudo a Deus, que nos permitiu chegar até aqui.
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo uma breve pesquisa sobre a


história da gestão escolar no Brasil, bem como a evolução da gestão
monocrática para a gestão democrática e gestão participativa, como
novos rumos que assumiu a educação na sociedade dos dias atuais. O
método utilizado para a realização deste trabalho foram pesquisas
históricas por meio de revisão de literatura e diário de campo como
resultado de estágio feito na gestão. Tiveram a participação dos
gestores das instituições de ensino do governo estadual e municipal,
nos quais foram realizados os estágios. Usamos o procedimento de
coleta e analises de dados, como anotações de atividades e realizações
de trabalhos pelas gestoras das instituições. O resultado de todas as
informações necessárias para a efetivação do trabalho respondeu
nossas indagações quanto à importância da gestão no atual contexto da
educação brasileira.

Palavras-chaves: Administração; gestão escolar; gestão democrática;


desafio.
ABSTRACT

The present work has as objective a brief research on the history of


school management in Brazil, as well as the evolution of the monocratic
management for the democratic management and participative
management, as new directions that assumed the education in the
present society. The method used to carry out this work was historical
research through literature review and field diary as a result of
management training. Participants were the managers and directors of
the educational institutions of the state government, in which internships
were held. We used the data collection and analysis procedure, such as
activity annotations and work assignments by the managers and
directors of the institution. The result of all the necessary information for
the accomplishment of the work answered our questions about the
importance of management in the current context of Brazilian education.

Keywords: Administration; school management; Democratic


management; challenge
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................5,6

CAPITULO I............................................................................................................7
GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA.......................................7
O QUE É GESTÃOESCOLAR.....................................................................7,8,9,10
GESTÃO ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA.............................11,12,13
BREVE HISTÓRICO DA GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL......................13,14,15
CAPITULO II..........................................................................................................16
OS SEIS PILARES DA GESTÃO ESCOLAR.......................................................16
2.1 GESTÃO PEDAGÓGICA................................................................................16
2.2 GESTÃO ADMINISTRATIVA..........................................................................16
2.3 GESTÃO FINANCEIRA...................................................................................17
2.4 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS...........................................................17
2.5 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO.......................................................................18
2.6 GESTÃO DO TEMPO E EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS ......................18,19
CAPITULO III...............................................................................................20,21,22
GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA.........................................20,21,22
CAPITUOIV ...........................................................................................................23
A GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS.....................................23,24,25
CAPITULO V.........................................................................................................26
GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS COLEGIADOS.............................................26
5.1 GRÊMIO ESTUDANTIL...............................................................27,28,29,30,31
5.2 CONSELHO DE CLASSE..........................................................................31,32
5.3 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES.......................................................32,33
5.4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÒGICO (PPP)............................................33,34
CAPITULO IV........................................................................................................35
COLETA DE DADOS – QUESTÕES...........................................35,36,37,38,39,40
CAPITULO V.........................................................................................................41
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................41,42
REFERÊNCIAS..................................................................................... 43,44,45,46
INTRODUÇÃO

Este estudo tem como proposta analisar o que é gestão escolar;


seus desafios; quais são seus pilares; o surgimento da gestão
democrática no Brasil, conforme a legislação e sua efetivação por meio
dos mecanismos de participação da comunidade. Também contém um
questionário respondido por uma gestora de uma unidade da Prefeitura
da cidade de São Paulo sobre a prática da gestão democrática.

A justificativa da presente pesquisa visa compreender a existência


da gestão democrática como teoria e sua prática na realidade do dia a
dia da escola.

O objetivo principal é contribuir para a reflexão sobre a


necessidade da efetivação da gestão democrática, com seus
instrumentos de participação, para uma educação de qualidade e meio
de transformação social.

A educação no Brasil é um processo em construção desde o início


da sua institucionalização nos anos 1960. Atualmente pensa se na
educação democrática como um instrumento de transformação social,
efetivado com a participação de todos. Segundo a definição de Lück: “A
educação é um processo organizado, sistemático e intencional, ao
mesmo tempo em que é complexo, dinâmico e evolutivo (...)” (2009,
p.19).

Educação democrática se faz nas decisões compartilhadas dentro


da escola, seja na sua administração ou nas questões pedagógicas. Por
muito tempo a gestão escolar foi centralizada e monocrática e na
realidade atual considera-se, que ainda não esteja totalmente erradicada
essa prática. Sendo assim, torna se desafiador abordar e entender esse
novo modelo de gestão e suas perspectivas, que norteiam a escola
7
como uma nova educação, tanto por sua representação social, quanto
por apresentar um novo modelo de gestão: democrática ou participativa.

A gestão escolar que cumpre as necessidades educativas para o


contexto social atual é aquela cujo gestor contribui para a participação
da comunidade. Esta gestão escolar praticada dentro da escola
necessita ser norteada pelos princípios legais de gestão democrática,
segundo Lück, “(...) a realização do processo de gestão inclui também a
participação ativa de todos os professores e da comunidade escolar
como um todo, de modo a contribuírem para a efetivação da gestão
democrática (...)” (2009, p.23). Assim, a proposta de melhoria da
educação para todos os alunos, torna-se realidade com a transformação
do espaço escolar por meio da gestão, diferente da realidade vivenciada
até pouco tempo atrás.

CAPITULO I
8
GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

A gestão escolar surge como nova proposta de gerir a escola e realizar uma
educação participativa, diferente da educação tradicional e transmissora de
conhecimento, sem a devida participação do aluno e da comunidade.

O educador atual, assim como o gestor são protagonistas fundamentais para a


transformação do ensino. Por esse motivo faz se necessário os debates sobre as
diversas temáticas importantes à formação dos educadores e, ao mesmo tempo,
para propor tentativas de transformação no ambiente escolar. O âmbito mais amplo
nos mostra que ainda os entraves na educação pública continuam e persistem
claramente na conjuntura atual, de modo particular no trabalho da gestão escolar.
Os modismos pedagógicos, entendidos como ações espontâneas (PARO, 2010),
dominam o cotidiano do trio-gestor, que reproduz o paradigma educacional
dominante (SANTOS, 1988, apud Curso de Formação em Gestão Democrática:
Grêmio Estudantil-EFAPE) e de exclusão social em todas as dimensões: intelectual,
política, cultural, entre outras.
Em conformidade com isso, os gestores ficam presos às tarefas técnico-burocráticas
(DANIEL, 2013, apud Curso de Formação em Gestão Democrática: Grêmio
Estudantil-EFAPE), enquanto que o projeto formativo da escola torna-se algo
secundário. Ainda não há um equilíbrio entre o administrativo e o pedagógico. Por
essa razão, são tantas as intenções de discutir a importância, os impasses, as
perspectivas, os desafios da gestão escolar. Analisar a importância da gestão
escolar na sociedade contemporânea em meio ao contexto técnico-burocrático,
marcado por desafios, impasses e contradições. Discutir a responsabilidade, a
função, o compromisso da gestão escolar no cenário, contribuir na formação dos
gestores como tentativa de garantir o andamento pedagógico da Escola.

O QUE É GESTÃO ESCOLAR

A etimologia da palavra gestão está ligada a palavra administração. A


conceituação de gestão dada por Andrade (2001) nos informa que a palavra tem
origem no termo latino “gestio” e expressa a ação de dirigir e de administrar a vida, o
destino e as capacidades das pessoas e as próprias coisas que lhe pertencem.

9
(apud SILVA, J.B. p.22). Portanto, a palavra administração e gestão estão
associadas com diferenciações nos objetivos a que se direcionam cada uma delas.

Gestão vista como administração de uma escola pode ser compreendida como
um conceito que supera a simples administração realizada nas empresas. Paro
(PARO, 2010a, P.25) usa o sentido de administração como sinônimo de gestão e
define: “Administração é a utilização racional de recursos para a realização de fins
determinados” (apud, PARO, V.H. p.765). Contudo, a utilização dos recursos
financeiros, patrimoniais e humanos do espaço escolar tem fins educativos, bem
diferentes dos fins empresariais, e por esse motivo demanda atenção especial em
cumprir objetivos específicos relacionados à educação. Sendo assim, administração
ou gestão é mediação que se utiliza com a importância e os esforços específicos
condizente com cada área em que se utiliza.

A realidade da escola quanto a sua administração até o século XX não se


diferenciava das indústrias, cuja administração científica era hierarquizada e
monocrática, para atender as demandas da economia e da política daquela época. A
escola realizava seus planejamentos e organização em conformidade ao modelo
administrativo centralizador, não considerando a realidade social escolar. Tal
procedimento vinha da concepção administrativa do modelo empresarial. Libânio
(LIBÃNIO, 2000, P. 69), esclarece que o estudo da Administração Escolar esteve
marcado por esta concepção burocrática e funcionalista que aproximava a
organização escolar da organização empresarial. (apud TREDEZINI, Adriana de
Lanna Malta; DA SILVA, Jefferson Idelfonso. p.5)

Esse modelo de administra a escolar passa a tomar forma diferenciada com as


mudanças ocorridas na sociedade, devido a abertura política da democratização dos
anos 1980. Nas palavras de Andrade (ANDRADE, 2004, p.17), gestão escolar
substitui administração escolar não apenas no sentido semântico da palavra, mas
como mudança radical de postura, como um novo enfoque de organização, na qual
as questões escolares estão ancoradas nos princípios de participação, autonomia,
autocontrole e responsabilidade. (apud DEZORZI, Viviane Cristina, 2014, p. 14).

Desde o início da democratização e as mudanças decorrentes desse processo,


gestão escolar assumiu novo sentido, conforme define Lück: “O conceito de gestão

10
está associado ao fortalecimento da democratização do processado pedagógico (...)”
(LÜCK, 2009, p.1). Desta forma, podemos afirmar que gestão traz novo modo de
gerir, tendo agora a atuação da comunidade e a cooperação de uma equipe que
realiza uma educação democrática.

Pensando em gestão como participação, que envolve vários setores,


encontramos na fala de Lück, a definição de uma dimensão abrangente, da qual se
observa todos os aspectos da aprendizagem dentro da escola.

“ Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes
e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-
pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que
organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções
próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento
(tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e autocontrole
(acompanhamento e avaliação com retorno de informações)”. (Lück 2009, p.24):

Conforme a conceituação acima fica clara a ideia de que a gestão se realiza


com múltiplos desenvolvimentos de funções interligadas, com o objetivo de atingir
uma educação de qualidade, que se efetiva quando cada integrante da equipe
assume os valores estratégicos para o desenvolvimento do projeto escolar.

Para Lück, a gestão escolar é importante para a educação porque responde as


exigências de qualidade da educação. Sendo a escola o lugar onde os objetivos e
metas educativas são realizadas, se torna o centro das atenções da sociedade,
aumentando desafios e compromissos para a realização de um trabalho eficiente,
que evidencie uma educação eficaz e capaz de tornar o homem competente no seu
meio social. ”... fim último da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos
alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola desenvolvam as
competências que a sociedade demanda ” Lück (2009, p.25).

Lück afirma ainda que uma escola de maior competência exige uma gestão
com maiores habilidades, para corresponde as demandas do ensino. (LÜCK, 2009).

Já Nascimento (2007) nos esclarece que em gestão existem diversas etapas,


entre elas estão o planejamento, liderança, organização e avaliação, sendo assim
um processo que assegurando a eficiência dentro da organização, o que leva ao

11
alcance dos objetivos desejados. (NASCIMENTO 2007 p.44, apud
LOPES, Ana Paula Padilha Custódio, 2013. p.28). A missão em gestão, conforme
observamos, é alcançar a excelência no processo educativo.

Na prática da gestão se espera mais que ações simplistas para o alcance dos
objetivos educativos. Segundo Lück as ações do gestor escolar serão amplas ou
limitadas, conforme a sua concepção de educação, de gestão e seu papel
profissional na liderança e organização da escola. (LÜCK, 2009, p.32).

Considerando os desafios enfrentados pelo gestor na prática de gestão escolar,


torna se de extrema importância o conhecimento de competências e habilidades
gestoras para o desemprenho dessa função. O artigo 64 da LDBN – Lei nº. 9.394/96,
determina Formação:

“A formação de profissionais de educação para administração, planejamento,


inspeção, supervisão e orientação educacional para a formação básica, será feita em
curso de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério de
instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional”.
(BRASIL/1996 - Lei nº. 9.394/96, Artigo 64.)

A formação gestora habilita o diretor na assistência ao profissional pedagogo


no fazer diário da aprendizagem dentro da escola. Esta formação é essencial porque
coopera na união e fortalecimento do grupo, conforme (ALONSO, 2003, p. 175):

[...] vai muito além de um trabalho meramente técnico-pedagógico, como é entendido


com frequência, uma vez que implica uma ação planejada e organizada a partir de
objetivos muito claros, assumidos por todo o pessoal escolar, com vistas ao
fortalecimento do grupo e ao seu posicionamento responsável frente ao trabalho
educativo (p. 175). (apud SILVA, Alessandra Nery Obelar da, et al. 2013.
p.20).

Sendo assim, o gestor deve ser líder do seu grupo para, no cotidiano, realizar
os objetivos educativos pertinentes ao seu trabalho gestor.

GESTÃO ESCOLAR E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

12
A gestão escolar está amparada pela Lei de Diretrizes e Bases, LDBN/1996.
Sabe se que gestão escolar centrada em decisões individuais e celetistas está
praticamente superada. A escola do hoje e o que se praticará no futuro é aquela que
trabalha com participação, cooperação, inclusão e desenvolvimento humano. A
regulamentação na LDBN (BRASIL/1996) do tema gestão escolar e gestão
democrática se deu nos Art. 12 e 18, de forma clara. No Brasil a educação está
regulamentada por leis específicas que visam contribuir para o crescimento da
educação, essas leis estão na LDBN (BRASIL/1996) organizadas em sistema
Federal, Estadual e Municipal de ensino. Vejamos:

No Art. 12, I a VII da LDBN/1996, encontramos as normas referentes a gestão


escolar, determinando suas funções:

I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;


II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com
a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre
a execução de sua proposta pedagógica; (apud SANTOS RODRIGUES, Marcio, 2011

2011. p.2)

Conforme observamos acima a gestão escolar tem sua origem e orientação na


lei LDBN (BRASIL/1996). As escolas devem realizar suas atividades em
conformidade com o estabelecido por lei e seguir orientações referentes ao seu
planejamento, elaboração e execução da sua proposta pedagógica, que é o norte
para alcançar os objetivos antes estabelecidos. A organização da escola na gestão
visa alcançar maior benefício do aluno, com uma educação cumpridora de sua
proposta pedagógica.

A gestão escolar precisa ainda atentar para o que determina os sete incisos da
LDBN (BRASIL/1996), quanto ao seu papel na gestão de pessoas e a preocupação
com a integração com a comunidade, valores imprescindíveis no fortalecimento dos
laços escola-comunidade na efetivação de uma educação democrática. O que se
pode observar do que foi estabelecido como gestão escolar é que não se trata de
13
uma mera substituição do cumprimento dos deveres administrativos antes
praticados mecanicamente dentro da escola pelo seu diretor. A palavra gestão está
investida de significações diferenciadas da simples administração. Conforme (CURY
2002, p.165), gestão: "(...) é a geração de um novo modo de administrar uma
realidade e é em si mesma democrática já que traduz pela comunicação, pelo
desenvolvimento coletivo e pelo diálogo". (apud SANTOS RODRIGUES, Marcio,
2011, p.3). Conclui se que nessa nova gestão regulamentada, os objetivos da
educação sejam efetivados nos esforços do trabalho em grupo, que visa tornar a
escola progressiva e atual.

Observamos na Base Nacional Comum Curricular, na prática da gestão escolar


e pedagógica (2018, p.67-76), dez competências para serem analisadas com a
prática pedagógica, cuja finalidade é que haja coerência na aplicação do ensino pela
gestão e coordenação escolar. Os gestores e Diretores encontram amparo legal e
suporte acadêmico para efetivar o processo de desenvolvimento da educação no
espaço escolar.

A gestão colocada em prática beneficia mais que a organização e o


planejamento escolar e se identifica pela participação dos atores da escola. Nas
palavras de (VIEIRA, 2007), ”(...) o sucesso de uma gestão escolar, em última
instância, só se concretiza mediante o sucesso de todos os alunos. Daí porque é
preciso manter como norte a gestão para uma comunidade de aprendizes”. (apud
SANTOS RODRIGUES, Marcio, 2011, p.4).

A justificativa da existência da gestão é, portanto, uma administração escolar


com qualidade de ensino, a ser alcançado com a integração da comunidade.

As garantias de cumprimento da educação para todos com qualidade está na


Base Nacional Comum Curricular, que é um documento obrigatório e prevê no Plano
Nacional de Educação, política de melhoria da educação para todas as etapas,
definindo o direto da criança, jovens e adultos. Há políticas para assegurar esse
direito, que são o currículo escolar, a formação de professores, avaliação, material
didático e projeto político pedagógico. A gestão escolar atuando na aprendizagem,
pode refletir conforme orientações da Base Nacional Comum Curricular sobre o

14
papel gestor e as o desenvolvimento do estudante como sujeito. (BNCC, 2018
p.60).

UM BEVE HISTÓRICO DA GESTÃO ESCOLAR

Gestão escolar é um conceito novo, que segundo Luck (2010, p.23): “(...)
supera o enfoque limitado de Administração, a partir do entendimento de que os
problemas educacionais são complexos, em vista do que demandam visão global e
abrangente (...)”. A gestão escolar sofreu influências e tem aspectos da
administração geral, mas não se restringe a organização de comando e de controle,
como ocorre dentro de uma empresa, visto que atuar no sistema de ensino exige
ações coletivas e a visão de transformação da educação.

Por volta dos anos 1980 a questão da gestão escolar passou a ser pensada
como uma nova forma de gerir a escola, porém desde década de 20 estudiosos da
educação notaram semelhanças entre a administração escolar e a administração
das empresas comuns da sociedade, a qual influenciou a gestão escolar. Na
definição de (TEIXEIRA, Anísio, 1961, p. 2) clareia a diferença entre a administração
geral escolar e a administração escolar da seguinte maneira:

Sem administração, a vida não se processaria. Mas há dois tipos de administração: e daí
é que parte a dificuldade toda. Há uma administração que seria, digamos, mecânica, em
que planejo muito bem o produto que desejo obter, analiso tudo que é necessário para
elaborá-lo, divido as parcelas de trabalho envolvidas nessa elaboração e dispondo de
boa mão-de-obra e boa organização, entro em produção. É a administração da fábrica. É
a administração, por conseguinte, em que a função de planejar é suprema e a função de
executar, mínima. E há outra administração - à qual pertence o caso da Administração
Escolar - muito mais difícil. (apud HAMERMÜLLER, Douglas Ortiz e

MURBACH, Andréa de Fátima Bueno. 2014, p.5).

Sendo assim, fica claro que administração geral e sua disciplina foram
incorporadas aos aspectos coletivos da gestão escolar, esta para efetivar um
processo de mudança no indivíduo pela instrumentalidade da educação.

Há muitas diferenças entre empresas e escola quanto aos objetivos e aspectos


burocráticos. A escola tem a finalidade não só de transmitir conhecimento, mas
formar cidadãos autônomos; além disso, a burocracia que forma o ambiente
administrativo das empresas não se adequa ao contexto que envolve o ambiente
15
educacional das escolas. Dessa forma, adequando à realidade dos objetivos e
funções próprias da escola, surgiu o conceito de gestão escolar, que desde 1980
vem sendo compreendida como uma administração elaborada pela escola,
englobando vários pilares de gestão, que possibilitam alcançar mais facilmente os
objetivos da aprendizagem. Segundo Ferreira (FERREIRA, 2007, p. 36), gerir uma
escola parte da observação de toda a vida escolar para chegar ao fim desejado.

Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é direção. Relaciona-se


com a atividade de impulsionar uma organização e atingir seus objetivos, cumprir sua
função, desempenhar seu papel. Constitui-se de princípios e práticas decorrentes que
afirmam ou desafiaram os princípios que a geram. Estes princípios, entretanto, não são
intrínsecos à gestão como a concebia a administração clássica, mas são princípios
sociais, visto que a gestão da educação se destina a promoção humana. (apud

REICHERT, Andreana Catarina Haas 2016. p.2).

Conforme se observa, a gestão escolar se estabeleceu com o objetivo de


melhorar a gerência da escola, pela condução dos processos educacionais nas
várias relações pessoais, com as quais a direção tem que lidar no ambiente escolar.

O papel da educação no mundo moderno é promover ações contínuas e


permanente, reinventar e melhorar suas competências. Além desses desafios há a
necessidade de competência para intervir na realidade educativa e atender as
demandas dentro da escola. (Lück, 2009, p. 16).

A gestão escolar está ligada a todas as atividades da escola e tem na figura do


gestor o responsável pela organização e planejamento, que devem ser pensadas
como práticas democráticas e inclusivas. Segundo o teórico Canário (2007) a escola
agora é vista como um organismo social, ou ainda, como um organismo vivo, sendo
assim, pode passar por mudanças constantemente, por alterações e transformações
e formas de se construir e reconstruir. (CANÁRIO, 2007, apud DE LOURDES ALVES,
Daiane.2017. p. 5). Portanto, a gestão escolar necessita trabalhar visando ações
educativas que engloba uma totalidade indistinta de agentes.

Para alcançar os seus objetivos e atender as necessidades dos vários setores


da escola, a gestão escolar está dividida em pilares, que ligados integram um todo
administrativo com mais qualidade e eficiência nos processos educativos. Ter uma
visão é necessário para uma boa gestão, mas não é uma realidade. O resultado de
16
uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião (ibope), indicou que é pouquíssimo o
percentual do olhar do gestor sobre todos os setores escolar. São apenas 4% os
que compartilham a administração, 45% os que cuidam das questores
administrativas e só 13% os que atentam para todos os ambientes da escola.
(FREITAS, Eduardo de. "Ibope - Instituto Brasileiros de Opinião e Estatística"; Brasil
Escola).

CAPITULO II

OS SEIS PILARES DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

No desempenhar melhor a função educativa e alcançar seus objetivos, a


gestão escolar está dividida em seis pilares fundamentais: Gestão pedagógica,
gestão financeira, gestão administrativa, gestão de recursos humanos e gestão de
17
tempo e eficiência dos processos. Segundo (LÜCK, 2012) a gestão escolar aborda
de forma concreta a rotina da educação e também busca a garantia de uma
instituição com condições para cumprir seu papel, que é ensinar os cidadãos com
competências e habilidades para uma vida profissional efetiva. (apud prof.ª
NAZARETH, Maria de. e FERNANDES, Luciene , 2018, p.1).

2.1 GESTÃO PEDAGÓGICA:

A gestão pedagógica é a coluna sustentadora da gestão escolar. Segundo


Lück; ”A gestão pedagógica é, de todas as dimensões da gestão escolar, a mais
importante, pois está mais diretamente envolvida com o foco da escola que é o de
promover aprendizagem e formação dos alunos.” (2009, p.95). O planejamento e a
organização, assim como os propósitos, conteúdos e métodos a serem aplicados na
educação são funções da gestão pedagógica. Observa se que a designação de
pedagógica está relacionada ao sentido desta organização e dos esforços
empregados para alcançar o fim desejado.

2.2 GESTÃO ADMINISTRATIVA:

A gestão administrativa é importante para a garantida da efetivação da gestão


pedagógica, visto que manter bem cuidado o patrimônio físico, financeiro e material,
garante um ambiente propício, assim como materiais de trabalho e cenário
facilitados para a gestão pedagógica. A velha administração assumiu uma dimensão
democrática dentro da gestão pedagógica, em benefício da educação numa
interação voltada ao atendimento dos interesses educativos. Lück, assim explica a
dimensão administrativa:

(...) num contexto de um conjunto interativo de várias outras dimensões da gestão


escolar, passando a ser percebida como um substrato sobre a qual se assentam
todas as outras, mas também percebido com uma ótica menos funcional e mais
dinâmica. (LÜCK, 2009, p.106)

2.3 GESTÃO FINANCEIRA:

A gestão financeira da escola é uma função do diretor escolar no trato com os


recursos necessários para resolução dos problemas de reparos, manutenção e

18
materiais. Gestão das finanças é importante como são os outros pilares da gestão
escolar. Da gestão financeira são as responsabilidades das contas a pagar e
receber, a avaliação da aplicação de recursos, negociação de recebimento de
valores de inadimplentes, cuidado com matrículas e garantia de aplicações em
novos bens patrimoniais, como tecnologias e móveis escolares, são atribuições da
gestão financeira. Segundo Lück, o diretor conta com apoio de várias pessoas: “Esta
gestão é exercida com o apoio de uma estrutura colegiada (Caixa Escolar, Conselho
Escolar, Associação de pais e professores e semelhantes) que se constitui em
personalidade jurídica própria, sem fins lucrativos (...)” (2009, p. 112). Portanto,
segundo a autora a gestão financeira é descentralizada, mas necessita de cuidados
e amparo da lei dos recursos públicos aplicados na educação. A lei de nº. 8.666/93
trata das normas legais definidas para o uso adequado dos recursos empregados na
educação.

2.4 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS:

A escola funciona mediante o trabalho de vários atores envolvidos na


aprendizagem, entre eles estão professores, coordenadores, funcionários, alunos,
pais e outros. Todos os colaboradores formam um quadro que precisa estar
completo para o bom andamento da aprendizagem e cabe a gestão de pessoas
zelarem pelo cumprimento das funções e atendimento, sempre em cooperação para
que sejam uma equipe coesa, atuando no mesmo objetivo. Na definição de Lück, a
gestão de recursos humanos é tão importante quanto às outras dimensões de
gestão.

A área da gestão escolar voltada para a administração dos recursos humanos tem como
papel fundamental motivar a equipe de colaboradores e manter os professores
motivados com o projeto de ensino. O gestor deve criar um ambiente agradável no qual
todos se sintam estimulados para contribuir com o rendimento da escola como um todo.

(LÜCK, Heloísa. 2009ª apud CERETA, Maria José dos Santos e Profº.
JESUS, Anderson de).

19
Conforme o exposto compreende-se equipe dos recursos humanos de uma
escola como o que há de mais importante em recursos para realizar uma gestão
coesa e organizada.

2.5 GESTÃO DE COMUNICAÇÃO:

A gestão de comunicação tem a incumbência de sanar problemas de


transmissão e recepção de informações. A boa comunicação garante um ambiente
saudável, professor alinhado aos objetivos da escola, além de transmissão precisa
de informações necessárias aos interessados no ambiente da escola. A instituição
reflete a qualidade profissional das pessoas que, com suas especificidades
profissionais, fazem a diferença na escola, por meio da comunicação disponível no
ambiente. Comunicar para Chiavenato é:

Comunicar significa tornar algo comum. Esse algo pode ser uma mensagem, uma
notícia, uma informação, um significado qualquer. Assim, a Comunicação é uma ponte
que transporta esse algo de uma pessoa para outra ou de uma organização para outra.
(CHIAVENATO, 2004, p.417 apud DOS SANTOS, Jodilce Pereira. 2011,
p.5)

A boa comunicação dentro da escola garante um trabalho livre de


desencontros, facilitando relacionamentos de trabalho sem crises por falta de
informações precisas.

2.6 GESTÃO DO TEMPO E EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS:

Os gestores escolares passam grande parte do tempo para solucionar


problemas dentro da escola, além de ter muitas outras atividades, como a
preocupação com o planejamento e o cuidado para que cada um realize seu
trabalho gastando menos tempo possível. Organizar o planejamento do tempo gasto
com as atividades entre todos os colaboradores determina a gestão eficiente do
tempo.

Todas as dimensões da gestão escolar unidas, sob a liderança do diretor,


busca uma maior produtividade, além de atender os desafios e a qualidade de uma
vida profissional organizada e mais tranquila, na execução do trabalho
compartilhado. Lück nos afirma que o diretor deve aprofundar seus estudos e
conhecimentos, bem como os profissionais da educação, que sob a liderança do
20
diretor escolar, ao desenvolver suas competências conceituais e as dimensões da
educação, realizarão o trabalho. Como o diretor necessita deste profissional
preparado, tem o cuidado para preparar aqueles que integrarão as dimensões
educativas dentro da escola. (LÜCK, 2009, p.17).

Dentre tantas atribuições do Diretor, Lück, alerta para o fato de que o Diretor
conta com a participação dos profissionais dentro da escola de forma que não deve
haver divisão do trabalho, ficando o diretor com a responsabilidade administrativa e
a equipe pedagógica com sua parte. O Diretor tem muitas atribuições dentro da
escola porque a ele compete cuidar da escola como um todo, e em cada ação visa a
aprendizagem dos alunos. (LÜCK, 2009, p. 23).

CAPITULO III

GESTÃO DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA

21
As mudanças ocorridas na educação no Brasil nos anos 1990, pretendia
reformar questões sobre eficiência e também apontavam para a necessidade da
democratização da educação. Fonseca (FONSECA, 1995, P. 53) define a aplicação
da gestão como meta de mudança das escolas:

“[...] tornar as escolas eficazes torna-se então, a principal meta das reformas, o que por
sua vez, implicaria, adotar também uma outra visão de gestão escolar, que sinalizasse
para a emergência de uma nova cultura na escola, ancorada em três Gestão escolar:
concepções, processos democráticos e participativa na escola Daiane de Lourdes Alves
105 Revista FAROL – Rolim de Moura – RO, v. 5, n. 5, p. 105-113, set./2017 eixos: a
descentralização, a autonomia e a liderança escolar” (Apud DE LOURDES ALVES,

Daiane. 2017. p. 97-113 ).

Sendo assim, a questão da democratização seria possível pela participação da


comunidade, o que levou a um novo paradigma de gestão, a gestão democrática.

No ano de 1996, a gestão democrática torna se um princípio estabelecido na


LDBN nº. 9.394 (BRASIL/1996) e na Constituição Federal de 1988. O que define
gestão democrática é a participação de vários atores na construção do processo
educativo, (Projeto Político Pedagógico-PPP), necessário para uma educação de
qualidade pela cooperação entre família e comunidade.

A ao longo do processo das mudanças na educação culminou se no


pensamento de que, o ensino e aprendizado dentro de uma escola nos dias atuais já
não são pensados como resultado de tomadas de decisões apenas de uma pessoa.
O trabalho educativo realizado no atual contexto é um trabalho de equipe que ocupa
os espaços escolares. Conforme Ferreira (FERREIRA, 2000, P. 15) a gestão
democrática é formada por vários componentes, como professores, pais, alunos,
funcionários da escola, entre outros. Com participação de todos se constrói as
relações educacionais e os fazeres administrativos em consolidação. (Apud SILVA,
Alessandra Nery Obelar da, et al. 2013. P.15 ). Portanto, o trabalho gestor
democrático se efetua no engajamento de uma equipe, na qual cada um cumpre sua
função em benefício de um resultado final, para cumprir a função social de
transformação, cooperação e participação.

Gestão democrática segundo o conceito de gestão de Lück (2009, p. 06) é “um


processo pelo qual se mobiliza e coordena o talento humano, coletivamente
22
organizado, de modo que as pessoas, em equipe, possam promover resultados
desejados.” Para Lück o capital humano é de fundamental importância para o
trabalho gestor.

Quem participa da gestão democrática e participativa, que a caracteriza, é


Conselho de classe, Grêmio estudantil, Conselho escolar, além de outros órgãos
semelhantes. Essa participação assegura ações democráticas pela participação de
várias pessoas, despertando o interesse dos envolvidos com a educação e
possibilitando o compartilhamento de experiências entre professores, alunos e
funcionários numa convivência de equipe que gera resultados coletivos. Portanto, é
necessário haver espírito coletivo, entre outros critérios que demonstre democracia.

Lück (2009) define democracia como resultado de consciência coletiva:

Pode-se definir, portanto, a gestão democrática, como sendo o processo em que se


criam condições e se estabelecem as orientações necessárias para que os membros
de uma coletividade, não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas
decisões mais importantes, mas assumam os compromissos necessários para a sua
efetivação. Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões ela
envolve a consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu
processo como um todo, pela ação coletiva. (LÜCK, 2009, p.71). A consciência

e compromissos são essências na efetivação da gestão democrática.

As características e as ações do gestor democrático devem corresponder o


objetivo de fazer o ensino significativo. A escola é o lugar de participação de todos e
organizado como espaço propício de aprender nas interações e convivências.
Segundo Jacques Delors (1998), Esses são os quatro pilares do conhecimento que
a prática pedagógica do século XXI deve desenvolver: “aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser” para que os educandos
prossigam aprendendo. (apud RODRIGUES, Zuleide Blanco pedagógica. 2006, p.
07-08).

Na gestão participativa e democrática se observa uma nova relação entre a


escola e a sociedade pela forma de gerir o tema da educação com a
responsabilidade e interdependência entre os membros. Esse processo demonstra a
importância de objetivos comuns entre a escola como espaço democrático e o
contexto sociocultural e político. A integração dos objetivos e a participação se
23
traduzem como a democratização da escola, na qual os professores atuam agora de
forma diferenciada, cujos deveres são pensados como tarefas interpessoais,
Libâneo assim define: (LIBÂNEO, 2008, p. 126).

“[...] A gestão participativa é a forma de exercício democrático de gestão e um direito


de cidadania, mas implica também deveres e responsabilidades, portanto, a gestão
participativa é a gestão eficaz. Se, por um lado, a gestão democrática é uma atividade
coletiva, implicando a participação e objetivos comuns, por outro, depende também de
capacidades e responsabilidades individuais e de uma ação coordenada e controlada” .

(apud LISBOA, M. da N. 2014, p.9).

Conclui se que a gestão democrática e a gestão participativa devem coexistir


de forma articulada dentro da escola, sendo esse acesso coletivo o foco da
democracia, do fazer em prol da liberdade e do direito do educando.

Mas, para consolidar a gestão democrática dentro da escola são necessários


caminhos que levem a essa efetivação. Segundo Hora, (2006), a iniciativa deve
partir de todos os interessados e envolvidos nesse processo de democratização da
gestão escolar. A parte da gestão é agir de modo mais humanizado pensando nos
educandos para que tenham acesso a um ensino pleno, e dessa forma a gestão
democrática, segundo Hora (HORA, 2006, p. 52) “[...] passa a ser o resultado do
exercício de todos os componentes da comunidade escolar, sempre em busca do
alcance das metas estabelecidas pelo projeto pedagógico construído coletivamente”.
(apud DE LOURDES ALVES, Daiane. 2017).

O resultado desse exercício indica mudança de mentalidade de todos os


envolvidos na aprendizagem e a responsabilidade de cada um em participar
efetivamente, o que vai depender do engajamento da comunidade e dos esforços da
gestão para por em prática esse processo de efetivação da gestão escolar.

CAPITULO IV
A GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS

Não se estabelece uma forma nova de gerir uma escola sem que haja
desafios. Os muitos desafios da gestão democrática ainda persistem, mesmo após
mais de três décadas da sua implantação a partir da Constituição Federal de 1988 e

24
a LDBN (BRASIL/1996), que determina e assegura a gestão democrática, com fins
de alcançar uma educação de mais qualidade para todos.

As dificuldades que os diretores enfrentam dizem respeito às mudanças


constantes ocorridas na sociedade inserida num mundo globalizado. O gestor terá
que líder com resistências que exigirá dele a formação gestora e habilidades para o
exercício da gestão democrática.

Segundo Lück:

“O grande desafio do diretor escolar constitui-se, portanto, em atuar de modo a conhecer


os valores, mitos e crenças que orientam ações das pessoas que atuam na escola e
como se reforçam reciprocamente e, em que medida esses aspectos desassociam ou
distanciam os objetivos, princípios e diretrizes educacionais. E ainda em compreender
com sua própria postura intere nesse processo, para então, atua de modo a promover a
superação do distanciamento porventura existente entre os valores vigentes e os
objetivos educacionais”. (LUCK, 2009, p.121)

O gestor lida com desafios e conflitos que necessitam ser solucionados


sempre em benefícios na comunidade. Para a efetivação dessa democracia,
conforme estabelecido no artigo 14 da LDBN Nº. 9.394(BRASIL/1996) que diz:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou


equivalentes.

Precisa se garantir a participação dos grupos previstos na elaboração do


Projeto Político Pedagógico e na proposta pedagógica. A todos que cabem
participação e responsabilidades, interferindo com suas experiências e críticas
para que a democratização da escola seja efetiva, uma vez que a legislação já
garante a gestão democrática. Conforme Paro afirma: (2003, p. 26) “à medida que a
sociedade se democratiza, e como condição de democratização, é preciso que se
democratizem as instituições que compões a própria sociedade.” (apud OGAWA,
Mary Natsue e FILIPAK, Sirley Terezinha, 2013, p. 100/101). Nesse sentido, a
escola precisa tornar-se lugar de exercício da democracia.

25
Mediante ao exposto, surge então, a questão da consolidação da gestão
democrática, ainda que a ideia seja uma realidade, o fato é discutido por muitos
teóricos como não sendo uma realidade efetiva. Para Barroso, (BARROSO, 1996, P.
106), construir a autonomia da gestão escolar passa pela eleição dos diretores, a
formação de órgãos colegiados e a descentralização dos recursos financeiros. (apud
DE LOURDES ALVES, Daiane, 2017). Sendo esses componentes necessários,
ainda há carências que deixam duvidas sobre a relação de poder existente na
educação que se oferta.

Na visão Lück, (LÜCK. et.al. 2005, p. 87) efetivar a gestão democrática na


escola é um trabalho coletivo, no qual o profissional gestor detenha conhecimentos
de legislação, ética profissional, além de solidariedade e empatia com a educação.
Isso porque ainda predomina na gestão escolar o modelo de gerenciar baseado no
taylorismo e no fordismo, que são modelos clássicos, cujos gestores são detentores
das decisões do trabalho de toda a equipe, ou seja, ainda centralizado no
autoritarismo. (apud DE LOURDES ALVES, Daiane, 2017, p.108).

O autor Vitor Henrique Paro, discorre sobre a questão da democracia dentro da


escola como tema utópico, porque falar de escola que produza transformação é
pensar que a transformação ocorre quando a classe dominada se apropria de
consciência crítica, mas o que se observa é que a escola propaga a ideologia
dominante. Sendo assim, a escola tem que passar pela mudança do sistema de
autoridade e distribuição do trabalho no seu interior. Como o diretor é considerado
autoridade máxima dentro da escola, ele teria poder de mudar alguma coisa se de
fator ele não estivesse representando O Estado, segundo o autor isso se constitui
uma das contradições, sendo a segunda o fato de que o administrador da escola
não administra recursos e sim as a falta dos mesmos. (PARO, 2017). Segundo a
observação do autor, a questão da gestão democrática emperra na falta de
autonomia da escola, visto que esta, por meio de seu Diretor serve ao órgão público,
que por sua vez segue a política produtivista da divisão da classe social. Não
interessa aos que estão no poder, dar autonomia à classe dominada, sendo assim, a
questão da democracia não é uma realidade, de fato, pelo menos não na esfera
pública da educação ( apud PARO, 2017, p.2/4).

26
CAPITULO V

GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS COLEGIADOS

A gestão democrática tem seus meios de participação da comunidade para se


efetivar o processo de participação. A secretaria da Educação do Estado de São

27
Paulo, SEC, em 1996 fez uma revisão de normas do colegiado, conforme o
estabelecido como gestão educacional que consta na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, LDBN. Desse trabalho surgiu a Lei nº 6.981, de 25/07/96, constituindo o
colegiado como órgão de gestão democrática da escola, sendo que através do
Decreto nº. 6.267, de 11/03/97, tornou obrigatório esse colegiado nas escolas
públicas do estado, tendo como função fiscalizar as questões pedagógicas
administrativas e financeiras da escola.

Para que haja gestão democrática, tem que haver participação e essa garantida
pela lei e oportunizada por meio de mecanismos que efetive a democracia dentro da
escola. Para Libâneo (2004, p.102, apud CADERNOS, P. D. E. Os desafios da
escola pública paranaense na perspectiva do professor pde. 2016. P.15) “a
participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola,
possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de tomada de
decisões e no funcionamento da organização escolar”. Observamos que a
participação é fundamental para garantir o direito à democracia e a qualidade da
educação pública no Brasil.

O objetivo da existência de uma gestão democrática e participativa por meio de


colegiados é a mudança da forma monocrática de administrar a escola. A
administração pública moderna deve estar em conformidade com uma educação
que seja acompanhada pelos grupos engajados nas tomadas de decisões dentro da
escola, efetivando assim a existência da escola democrática. Segundo Paro (PARO
2001, p.57 apud CADERNOS, P. D. E. Os desafios da escola pública paranaense na
perspectiva do professor pde. 2016. P.15), “A descentralização do poder se dá na
medida em que se possibilita cada vez mais aos destinatários do serviço público sua
participação efetiva, por si ou por seus representantes, nas tomadas de decisão”. A
gestão escolar democrática observa aquilo que foi proposto pela legislação brasileira
por meio da participação dos grupos estabelecidos como colegiados.

Os mecanismos de participação são: Grêmio Estudantil; Conselho Escolar;


Assembleia escolar; Conselho de Classe.

5.1 GRÊMIO ESTUDANTIL

28
Quando falamos em Gestão Democrática, não podemos esquecer-nos das
ações que são inerentes a ela. O Grêmio Estudantil no novo sistema educacional,
vêm fortalecer e construir uma base sólida para a ocorrência do Protagonismo
juvenil, fundamental para a Gestão Democrática acontecer dentro do ambiente
escolar.

Os colegiados, sendo; Conselho Escolar, Grêmio Estudantil, Conselho de


Classe e APM, são os sustentáculos para que realmente a democracia aconteça
dentro das escolas. O Grêmio estudantil assume tal importância na nova escola, que
passa a ser o modelo e a base sólida para a construção da cidadania e
encorajamento para o Protagonismo Juvenil. Sabendo que dentro dos pilares da
educação estão: Aprendendo a Conhecer, a Fazer, Viver e Ser, temos que trabalhar
no aluno a sua consciência no se conhecer, aprender a fazer para a prender a viver
e se enxergar como indivíduo participativo vivo de uma sociedade. Valorizar,
engajar, responsabilizar e investir no capital humano por meio da construção e
fortalecimento do Grêmio Estudantil, é acreditar no jovem e fazer com que ele passe
a conhecer seu papel na sociedade e busque se reconhecer como pertencente ao
lugar em que vive. Transformar o jovem no cidadão crítico e reflexivo para dar voz à
escola que verdadeiramente pertence a ele, buscando dar a esse jovem o
conhecimento e o preparo para o pleno exercício da cidadania.

A escola democrática, através do Grêmio Estudantil, se fundamenta em


assumir um ensino de responsabilidade e de desenvolvimento intelectual e
pensamento crítico nos jovens estudantes. Assegurado e amparado por Lei Federal
de nº.7.398 de 4 de novembro de 1985, que dispõe sobre a organização de
entidades representativas dos estudantes de 1º e 2º grau, assegurando “ a
organização de estudantes como entidades autônomas representativas dos
interesses dos estudantes secundaristas com finalidades educacionais, culturais,
cívicas esportivas e sociais” (Art. 1º), além do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, tendo em seu artigo 53, estabelece que: a
criança e o adolescente tem direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento
de sua pessoa , preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, assegurando-lhes, no inciso IV: o direito dos estudantes de organizar e
participar de entidades estudantis.

29
A educação passa por grandes transformações, já não cabe mais uma gestão
pautada em autoritarismo, de poder de cima para baixo, de forma uniforme e sem
diálogo de ambas as partes. Deixamos a educação bancária, para cairmos em uma
educação ao molde do mundo globalizado em que a comunicação é a forma de
produção mais vendida no planeta. Mas a pergunta é: Estamos preparados para
vivermos a democracia juvenil? O Grêmio Estudantil abre a possibilidade para o
exercício democrático e à formação política e da cultura política por meio dos
colegiados do Grêmio Estudantil ou dos Clubes Juvenis das escolas de tempo
integral.

O estudante, na fase da adolescência vive em constante conflito em relação a


sua identidade e seu lugar de pertencimento e seu panorama para o futuro. A ação
educativa tem sempre que estar vinculada na vida escolar com a prática da
convivência efetiva entre os atores, levando em consideração a realidade desse
aluno para que ocorra o desenvolvimento integral do estudante. O Grêmio estudantil
exercendo o protagonismo juvenil constrói laços fortes com a escola, comunidade,
gestores e funcionários. Desconstrói conceitos já prontos e constrói projetos
desafiadores em condições adversas. Alexandre Pereira (2012) afirma que:

“existem duas correntes das ciências sociais sobre a noção de juventude como
período de desajuste, de desvio: a geracional, que acredita que os jovens atuais não
estariam adaptados aos valores das gerações anteriores, e a classista, que acredita que
o jovem não está incluído nas classes dominantes”. (apud Curso de Formação em

Gestão Democrática: Grêmio Estudantil-EFAPE).

A escola democrática deve aproveitar o período de transição do adolescente e


utilizar esse momento para edificar as culturas juvenis contribuindo para que o jovem
tenha um projeto de vida e seja protagonista da própria história. Sabemos que no
processo da adolescência entre os 12 e 15 anos de idade existe um espaço onde
todas as dúvidas se instalam e o jovem fica perdido entre tantas decisões a tomar.
Esse espaço se chama janela da vulnerabilidade, onde seus sentimentos mais
profundos se afloram. A mudança física e emocional faz com que esse jovem se
perca entre seus valores cunhados em seus grupos primários, até então acreditando
serem únicos, e se vê de frente com tantos outros valores diferentes dos seus ,
quando começa a se relacionar com seu grupo secundário, que ocorre

30
principalmente nas escolas. É exatamente nesse período de transição que ocorrem
todas as dúvidas possíveis e inimagináveis. Mas também é nesse momento, que
nós educadores, teremos que nos despir de qualquer preconceito e ensinar
aprendendo, e inserir valores por meio da educação da cidadania.

Temos a grande oportunidade de transformar jovens em grandes profissionais


e cidadãos críticos e, sabendo que somos todos mediadores dentro de uma escola,
portanto somos responsáveis em colocar em prática tudo que ensinamos. A
participação do Grêmio Estudantil vem nos proporcionar a ajuda para chegarmos
nesse jovem, porque falam a mesma língua. Isso nos possibilita abrir uma passagem
para nos aproximarmos e realmente colocar em prática a gestão tão sonhada.
Potencializar a voz do estudante é estimulá-lo a crescer independente e livre. O
teórico Herbert de Souza afirma:

“Tudo que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro,
acontece comigo. Então, eu preciso participar das decisões que interferem na minha
vida. Um cidadão, com um sentimento ético forte e consciência de cidadania, não deixa
passar nada, não abre mão desse poder de participação.” (SOUZA, 1994, apud

Curso de Formação em Gestão Democrática: Grêmio Estudantil-EFAPE).

Definimos política, tudo que está ligado à vida pública, então, todos os
envolvidos em uma sociedade são praticantes da política, pois todas as decisões
públicas envolvem e mexem com a vida de todos. Assim como a democracia
gestacional não pode ser apenas teoria, mas representativa. Ao formamos um jovem
com consciência política, estamos também nos resguardando de uma nova geração
com uma cultura política voltada pelas orientações patriarcais ou geracionais e não
como jovem reflexivo senhor de suas próprias ações e comandos. O jovem cidadão
com formação política séria capaz de identificar problemáticas e discutir soluções a
curto e longo prazo, encalcar reformas nas infraestruturas sócio governamentais
com maturidade e responsabilidades.

“Teoria da Cultura Política: vícios e virtudes”, de Lúcio Rennó; “resultado da socialização


na infância, da educação, da exposição aos meios de comunicação, experiências adultas
com o governo, com a sociedade e com o desempenho econômico do país”. José

Álvaro Moisés e Gabriela Carneiro (2008 apud Curso de Formação em


Gestão Democrática: Grêmio Estudantil-EFAPE).

31
Para José Álvaro Moisés e Gabriela Carneiro as experiências pessoais de cada
indivíduo são agentes influenciadores de suas atitudes de confiança na política, bem
como são como o funcionamento concreto das instituições e do governo. Como
vemos, a palavra cidadania é um mote para fundamentar a atuação juvenil e
alicerçar o protagonismo destes mesmos jovens. A cidadania retrata e reforça o
pertencimento de um país, cidade, comunidade ou escola. É por meio da cidadania
que o jovem aprende a ter um raciocínio crítico a respeito do local em que vive.
Thomas Marshall, em sua obra; Cidadania, Classe Social e Status (1963 apud Curso
de Formação em Gestão Democrática: Grêmio Estudantil-EFAPE) diz: “aquele
indivíduo que é membro pleno de uma comunidade e a igualdade de direitos e
deveres é a tônica da exposição”. Assim sendo, o jovem estudante por meio do
Grêmio estudantil, passa ter voz e ser representado legalmente, democraticamente
através do sufrágio juvenil, começando a ser ator principal das ações de bem-estar
da comunidade escolar planejando, executando e avaliando os resultados das suas
ações.

Sabendo-se que o grêmio Estudantil não é a única forma de representatividade


do aluno na escola, sua voz pode se potencializar por meio dos Conselhos, Rádios,
jornais escolares, fazendo valer práticas bem-sucedidas. É evidente que o Grêmio
Estudantil passa por muitos desafios dentro do ambiente escolar. Uma das suas
atribuições é a cultura de paz a manutenção desse espaço e ações voltadas para a
convivência com suas diversidades. Conciliar tudo isso, não é tarefa fácil, por isso a
preocupação das legislações vigentes em fortalecer essa interdisciplinaridade dentro
do espaço escolar. Em 1960 já se percebia a escalada das agremiações como a
UNE (União Nacional dos estudantes) e UBES (União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas), que sofre uma queda com o período militar no Brasil (1964 – 1985),
quando todos os movimentos populares foram severamente combatidos.
Continuaram clandestinamente na sua luta pela liberdade de expressão. Na nova
educação, o Grêmio volta com força a ser responsável pelo protagonismo juvenil
dentro das instituições educadoras. De alguma forma, mesmo que timidamente a
ações dos gremistas serão de extrema importância para os novos rumos que a
educação está trilhando.

32
Durante pesquisa acadêmica, os autores Zibas, Ferretti e Tartuce (2006 apud
Curso de Formação em Gestão Democrática: Grêmio Estudantil-EFAPE)
encontraram grêmios descontínuos, imaturos e, por vezes, manipulados. Todavia,
como manifestado pelos autores e corroborado por este curso, estes mesmos
frágeis grêmios podem e devem ser agentes de “inquietação” dentro do ambiente
micro político da escola, pois contestações, reclamações e pleitos são os
instrumentos democráticos de ação dos jovens e requer da gestão escolar uma
responsividade que remete a um raciocínio associado a todos os autores da teoria
democrática. Os ideais democráticos de um país só podem ser alcançados, sê
iniciados desde cedo através da educação, formando discentes preparados para
lidar com conflitos, jogos de poder, e estratégias para um mundo político
democrático. O Grêmio Estudantil não só passa a ser seu próprio protagonista,
como auxilia na construção e divulgação da Educação em Direitos Humanos. A
prática cidadã e o fomento às práticas pedagógicas democráticas, leva a vivência de
valores como; respeito, igualdade e a sapiência de lidar coma diversidade de
pensamentos. Valores não nascem, se aprende.

5.2 CONSELHO ESCOLAR

A justificativa da necessidade do Conselho escolar está na Lei. A Lei nº. 4.751


de 07/02/2012, que trata sobre a gestão democrática na educação publica,
determinando que a participação na gestão escolar pelo conselho deva ser pela
composição de um ou mais representante da comunidade escolar. O conselho
escolar é o principal órgão de participação, cuja composição será de integrantes da
comunidade escolar: direção, carreira de magistério, cargo de assistente, pais e
alunos, mediante eleição da comunidade escolar democraticamente, portanto é um
órgão representativo. Os mecanismos de participação permitem voz aos que podem
cooperar: Conforme afirma Paulo Freire, “[...] não é no silêncio que os homens se
fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão” (FREIRE, 2003, p. 92 apud
RODRIGUES, Maria Inez; MOLINA, Adão Aparecido, 2014, p.8).

As áreas de atuação do conselho escolar são: Gestão administrativa;


pedagógica e financeira da educação. O objetivo da participação democrática é a
transparência e também para promover a discussão sobre usos de recursos,
projetos realizados na escola, planejamento, entre outras demandas. O conselho
33
escolar possibilita o dialogo nas tomadas de decisões dentro da escola para uma
efetiva participação dos seus membros.

A participação dos colegiados, segundo Vitor Paro (2001), deve transmitir aquilo que
anseia a comunidade, que em suas ações demonstra o compromisso com a função
que a escola tem na sociedade, sendo o homem o seu produto. A participação
política e democrática na sociedade é construída demonstrando os conhecimentos
agregados por essas ações dos homens, vindo de alguma forma a contribuir para a
participação significativa dos sujeitos na vida da escola. Contudo, é necessário que
haja interesse dos beneficiários desta mudança para que haja participação. (apud
RODRIGUES, Maria Inez; MOLINA, Adão Aparecido. 2014, p .6).

Segundo Gadotti (2001), por meio do conselho escolar ocorre o processo de


participação e democratização do sistema público de ensino, possibilitando de forma
prática formar a cidadania. Faz se necessário haver autonomia desse conselho, bem
como ser composto por várias pessoas, sendo elas integrante do quadro oficial da
escola e não integrantes. (apud DEZORZI, Viviane Cristina Assumpção. 2014,
p.30,31).

5.3 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES

A associação de pais e mestre (APM) teve sua criação em 1978, instituída por
meio do decreto – nº. 12.983/78, modificado nos decretos nº. 40.785/96, e decreto
nº. 48.408/2004 e decreto nº. 50.756/2006. A criação da associação teve a intenção
de cooperar com o aperfeiçoamento da educação. A (APM) é um órgão que atua
juntamente com o Conselho Escolar, não possui fins lucrativos e torna possível o
engajamento da comunidade escolar, ainda que não em grande expressão de toda a
comunidade.

A atuação da APM também é importante para gerir os recursos financeiros da


escola, que serão utilizados depois de assembleia para a aplicação desses recursos.
É necessário lembrar que a simples existência da associação de pais e mestre não
garante a participação de seus integrantes. O que vai determinar se uma APM vai
ser efetiva é o nível de interesse democrático dos interessados. Segundo Veiga:
(2001, p.120)

34
A participação de pais, professores, alunos e funcionários por meio da APM dará
autonomia à escola, favorecendo a participação de todos na tomada de decisões no que
concerne às atividades curriculares e culturais, à elaboração do calendário escolar,
horário de aulas etc.; enfim, a definição da política global da escola, ou seja, a
construção do seu projeto político pedagógico. (apud SILVA, K.S. (2011. p.48).

Desta forma, somente por meio do engajamento de todos que atos


democráticos serão validados, na direção de mudanças importantes para a escola.
O que deve mover seus participantes é o ideal de uma educação de qualidade por
meio da qual haja desenvolvimento da cidadania.

5.4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÒGICO (PPP)

Para a formação da gestão democrática é indiscutível pensar sobre a


constituição do Projeto Político Pedagógico (PPP) como instrumento de participação.
A constituição de 1988, assim como a LDBN (Brasil, 1996) assegura princípios da
gestão democrática e sua organização, conforme capitulo 14:

(...) Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico
da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

Desta forma, a escola para efetivar a democracia em seu ambiente, ao construir


seu PPP, cujo fundamento seja a lei e como fim último o educando, busca a parceria
democrática e constantemente altera esse PPP, para adequá-lo sempre que for
necessário.

Projeto Politico Pedagógico é o documento norteado da prática pedagógica,


sendo a observação do mesmo é responsabilidade do gestor. Na explicação de
Lück, quanto a designação de pedagógica, ela define o adjetivo como representante
35
de variados níveis de complexidades e abrangência, que sejam vivenciados em
contextos diferentes e usado comumente para expressar perspectiva que não seja
do senso comum. (LÜCK, 2009, p.97).

Ainda definido como o documento mais importante da gestão democrática, o


PPP da escola, segundo Dourado (2003, p. 56) define, é visto: “como um dos
principais instrumentos para a organização do trabalho e das atividades da escola e,
particularmente, para a definição de sua própria organização pedagógica.” (apud
Dezorzi, Viviane Cristina Assumpção, 2014, p.31).

Observamos que o gestor democrático tem como dever realizar uma educação
embasada no Projeto Político Pedagógico, que desde sua constituição foi pensado
na efetivação do ensino de qualidade, cujo interesse e participação alcance a
comunidade e agentes escolares.

Não se pode esquecer que a construção de cada Projeto Político Pedagógico,


com a participação da comunidade e agentes escolares deve partir do contexto real
da escola para que, de fato, se articule para mudar esse contexto no sentido de
efetivar a cidadania de seus integrantes.

CAPITULO VI

COLETA DE DADOS - QUESTÕES

Como norte da pesquisa realizada sobre gestão escolar e gestão democrática


na sua prática na educação, foram feitas pesquisa de campo por meio de
questionários realizados com gestor na prática da função, e gestor atuando na
Diretoria de Ensino. O objetivo foi compreender se, de fato, a gestão educacional
encontra barreiras para ser uma realidade dentro das escolas.
36
A escolha de gestores atuando em diferentes áreas da educação para
responder as questões, foi devido ao interesse de saber sobre visões e opiniões
divergentes desses profissionais da educação.

É legítimo a aplicação de questionário como instrumento de apoio na discussão


sobre um tema em uma monografia. Assim afirma Oliveira, que o questionário deve
ser apresentado com as seguintes características: ser a espinha dorsal de um
levantamento, reunindo todas as informações necessárias e que deva possuir
linguagem adequada. (OLIVEIRA, 1997, P. 165, apud Moysés, G. L. R., & Moori, R.
G. 2007)

Questões feitas para a coordenadora pedagógica da Escola Municipal de


Ensino Fundamental: Ana Galvão Marques Feltrin.

1. Em relação ao direito de aprender e se desenvolver, conforme afirma a Base


Nacional Comum Curricular, a gestão educacional trabalha com ações que garanta
esses direitos aos alunos para o desenvolvimento em todos os aspectos?

Resposta: A equipe gestora da EMEF. CEU Alto Alegre em conjunto com a equipe
docente desenvolve ações constantes buscando oportunizar o desenvolvimento
integral dos estudantes, considerando suas dimensões intelectual, social, emocional,
física e Cultural. Para que isso ocorra a Unidade desenvolve projetos anuais de
Dança, Robótica, Flauta e Handebol, ministrados por professores efetivos da
prefeitura de São Paulo, no contra- turno.

2. Conforme a Base Nacional Comum Curricular, na competência oito e nove,


destaca: “Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas”. (BNCC, P. 70). “Exercitar
a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes,
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”.
(BNCC, p. 71). Referente à Gestão, são observados o que a Base nacional comum
curricular recomenda? Para melhorar o clima dentro da escola aplicando o dialogo e

37
a reflexão como prevenção de preconceitos, violência, bullying que tem ocorrido no
atual contexto das escolas brasileiras?

Resposta: A equipe gestora da EMEF tem como hábito conversar com os


estudantes e chamar os pais e ou responsáveis quando necessário buscando
solucionar os conflitos existentes, também, conta com uma Comissão de Mediação
de Conflitos, formada por um representante da equipe gestora, dois pais, dois
professores e dois alunos participantes do Grêmio Estudantil.

3. Quanto ao uso das tecnologias como recursos digitais para o ensino em sala de
aula. Quais tecnologias são usadas?

Resposta: A EMEF possui uma sala específica de vídeo equipada com um projetor
de multimídia e um computador, conta também com um laboratório de Informática
Educativa que tem como responsáveis dois (POIEs) Professores Orientadores de
Informática Educativa.

4. Existe diálogo com os responsáveis por parte da Gestão/professores sobre o uso


das tecnologias e rede sociais? A pergunta reflete a preocupação com
acontecimentos violentos ocorridos dentro nas escolas na nossa realidade atual.

Resposta: Os estudantes são orientados sobre quais sites poderão acessar no


decorrer das aulas no laboratório de Informática Educativa e também são orientados
a não usar o aparelho Celular dentro da Unidade Escolar.

5. Quais intervenções são feitas, se são feitas, pelos gestores e diretores no


decorrer do ano quando se observa que a aprendizagem de alguns alunos não é
satisfatória? Referimo-nos a ações remediais.

Resposta: O Coordenador Pedagógico, em conjunto com a equipe docente faz o


acompanhamento de aprendizagem dos estudantes através sondagens diagnósticas
e levanta ações buscando oportunizar a todos que necessitam de um apoio
diferenciado.

6. A gestão democrática é orientada pela Lei de Diretrizes e Base (LDB/1996), mas


o que se efetivou, de fato, dentro das escolas em relação a uma gestão
democrática? Se não, qual o maior obstáculo?

38
Resposta: A Unidade Escolar conta com uma Gestão democrática que busca
oportunizar a participação de todos os segmentos nas tomadas de decisões.

7. Existem na educação duas realidades? Aquilo que está na legislação e nos livros
sobre educação e outra na prática diária, tanto no fazer dos professores quanto nas
ações dos gestores?

Resposta: A equipe gestora da EMEF CEU Alto Alegre desenvolve seu trabalho de
acordo com a Legislação vigente. Portanto, realizamos uma educação que
corresponde ao que determina a legislação, fazendo todas as intervenções possíveis
para efetivar uma educação transformadora.

Entrevista com Supervisor de Ensino

1) Nome completo

R. Luis Amauri Caratin.

2) Qual o cargo que ocupa e sua formação?

R.: Ocupo o cargo de Supervisor de Ensino e trabalho de acordo com as normas


dispostas no artigo 74 do Decreto Estadual 64.187/2019 e outras normas
reguladoras. Faço citação da Lei porque “supervisor”, mesmo na área educacional,
tem significados e funções diferentes conforme os estados e municípios onde exista
esse cargo ou algo assemelhado.

3) Há quanto tempo atua na educação?

R.: Desde 13 de fevereiro de 1978 iniciando como professor ACT (admitido em


caráter temporário), ficando em sala de aula por doze anos, incluindo escola
particular, mais dois anos como Assistente de Diretor, Diretor por mais dois anos e
na supervisão, desde 1993.

4) Como se dá a relação de supervisão e gestores escolares na gestão


democrática?

R.: O trabalho da supervisão de ensino é de natureza técnica no sentido


pedagógico, administrativo e burocrático. As funções de supervisão escolar estão
descritas especialmente no Artigo 74 do Decreto 64.187/2019, além de outras

39
normas legais que atribuem atividades ao trabalho de supervisão de ensino.
Democrática é a ação supervisora vinculada aos direitos de acesso à educação, aos
direitos humanos da classe dos alunos (direitos de: inclusão, acesso, igualdade de
condições de aprendizado e permanência na escola), assim como o entendimento e
atuação no sentido da universalização do ensino disponibilizado para todas as
camadas sociais e faixas etárias.

5) De que forma o diretor escolar pode realizar uma gestão democrática? Defina.

R.: A direção de uma unidade escolar pode realizar a gestão de forma democrática
na medida em que incentiva e proporciona condições de participação da
comunidade escolar nas decisões quanto ao projeto pedagógico, aplicação de
verbas, regimento escolar, correta formação no conselho de escola e dos conselhos
de classe e série, apoio à formação de grêmios estudantis, definições de normas
internas coerentes com o regimento escolar e legislação nacional.

6) O trabalho coletivo serve de inspiração também para os professores?

R.: Sim - Não. Os professores da escola pública poucas vezes fazem algo “coletivo”.
Quando fazem, referem-se aos projetos temporários, ao trabalho coletivo nas
ATPCs e, mais raramente, em algumas ações interdisciplinares. Uma certa parte dos
professores, provavelmente a maioria, trabalha na solidão de suas salas de aula,
frequentemente escondendo suas dificuldades dos colegas e das coordenações e
direção.

7) Em efeito cascata, esse modo de ação coletiva atinge os alunos?

R.: Se houvesse trabalho coletivo, dependendo de como se entenda, poderia ocorrer


uma relativa melhora nos resultados de aprendizagem dos alunos.

8) A alta rotatividade de gestores e docentes nas escolas é uma inimiga para a


gestão democrática?

R.: Poderia ser. Mas não temos alta rotatividade de gestores nas escolas estaduais
estando, alguns, há muitos anos seguidos na mesma unidade escolar. Ocorrem
mudanças derivadas de remoções, ingressos, aposentadorias e designações
quando a escola fica sem diretor efetivo. Os professores também têm direito às
remoções e aposentadorias, por óbvio. O que os alunos e pais percebem, é a
40
quantidade de professores afastados por motivo de doenças, especialmente
doenças profissionais. Esses professores são substituídos por outros profissionais
nem sempre vinculados à mesma escola, às vezes mais de um, causando,
eventualmente, prejuízos de aprendizado.

9) Qual o perfil de um gestor democrático? Defina.

R.: Na verdade eu não entendo exatamente o que seja um “diretor democrático”.


Apalavra “democracia” refere-se às formas de governo fundamentadas na
representatividade popular. Por extensão pode ser alocada nas formas de
administração. A escola é uma unidade de serviço, posto de trabalho de funcionários
públicos, incluindo os docentes e gestores. A escola está prestando um serviço para
a comunidade que tem direito (a esse serviço) e ao estado (Federal, Estadual ou
Municipal) que tem o dever de proporcionar ensino público e gratuito aos cidadãos
em geral, inclusive dentro dos parâmetros de inclusão e igualdade de direito de
permanência e aprendizado. Deveria prestar serviço de boa qualidade, o que nem
sempre acontece.

10) A gestão democrática acontece na maioria das escolas?

R.: O que você quer dizer com gestão democrática, pelo teor das perguntas, não
ocorre nas escolas públicas. Nas escolas particulares, nas filantrópicas e nas
confessionais, nada a ver. Eventualmente algumas escolas se consideram ou são
consideradas mais “democráticas” pela forma como são administradas quando se
utilizam de muitas consultas aos conselhos, transparência nos procedimentos
administrativos e pedagógicos, formação correta dos conselhos e grêmios
estudantis, etc. A gestão democrática está disposta na Constituição de 1988, na
LDB, nos Planos Nacionais, Estaduais e Municipais de Educação, além de outros
documentos legais ou profissionais. É citada em centenas de livros de autores
pedagógicos e outras publicações. Mas não há definição exata que eu conheça do
que vem a ser a gestão democrática ou como poderia ser operacionalizada. Já vi
centenas de “fórmulas” em congressos, conselhos, conferências municipais e
estaduais e... nenhuma que funcione, mesmo com as “eleições” internas (em alguns
estados e municípios, etc.) onde o “poder” é disputado, dividido, serve de moeda de

41
troca com políticos locais, etc. (outra vez), mas os resultados de aprendizagem e
permanência continuam democraticamente lá em baixo.

CAPITULO VII

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão da gestão educacional como uma prática nas escolas brasileiras


não é tão simples. Primeiro, a gestão teve que ser introduzida num sistema de
governo dentro das escolas que sempre agiu de maneira unilateral. Segundo, a
mudança na administração para gestão precisou ser absolvida com o tempo e ser
encarada não como uma adaptação do antigo modelo de gerir, mas como uma
necessidade de mudança na escola, devido aos novos rumos que a educação
tomou na sociedade atual. Terceiro, a gestão encontrou e ainda encontra a
42
resistência por parte dos envolvidos na gerência educativa e ainda tem a questão da
educação produtivista, ditada pelo Governo que não tem interesse numa educação
igualitária para todas as camadas sociais no Brasil. O professor Vitor Paro,
esclarece em seus livro Gestão democrática da escola publica – 3. ed. São Paulo:
Ática, 2012, sobre a política ditada pelos grupos dominantes, que determinam como
deve ser a escola para construir uma sociedade mantendo as camadas sociais de
forma sempre desigual e assim sustentar no poder e propagar a riqueza desse
mesmo grupo, o grupo dos mais ricos. Segundo Paro a escola não é publica, e só
será quando a: “(...) a escola estatal só será verdadeiramente pública no momento
em que a população escolarizada tiver acesso geral e indiferenciado a uma boa
educação escolar”. (PARO 2012, p.17)”. Portanto, é necessário que a escola
pública ofereça instrumentos que habilite a população com saberes que produzam
consciência de si mesmos, para reverter em mudanças, isso quando seu ambiente
for, de fato, democrático na aplicação do saber.

Para a gestão se efetivar plenamente como democrática, a educação oferecida


precisa ser suporte para que aqueles que estão na posição de comandados, possam
participar com interesse das questões relacionadas à educação (PARO 2012).
Assim, a gestão democrática que seja efetiva produzirá em todo o Brasil uma
sociedade mais igualitária e justa, demonstrada na escola pública por meio do seu
gestor escolar, cujo trabalho produzirá crescimento e desenvolvimento do indivíduo
que está inserido na sociedade. Porém a liderança do gestor não é suficiente para
ativar o interesse da comunidade em participar e nem tampouco o gestor atua
livremente para que seu trabalho resulte em tamanhas mudanças. As políticas
públicas cumprem funções de igualar a qualidade da educação, sendo necessárias
mudanças que venha de cima. Tornando possível essa realidade no Brasil, serão
verificadas efetivas transformações.

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