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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

NOME DO ALUNO: Marco Antonio Damascena

POLO: São João Del Rei

DISCIPLINA: Metodologia cientifica PROFESSOR: Patrícia Alves

Rosado Pereira

Tarefa 04

Data: 02/04/2018

Projeto de Monografia
Curso de Especialização em Gestão Púbica

PROJETO DE MONOGRAFIA

ALUNO: MARCO ANTONIO DAMASCENA

TÍTULO: OS IMPACTOS DO CRESCIMENTO DESORDENADO DE


LOTEAMENTOS NO MUNICÍPIO DE SÃO TIAGO SOBRE O
SANEAMENTO BÁSICO.

INTRODUÇÃO
O saneamento básico tem um importante papel no desenvolvimento do país e sobretudo no
desenvolvimento municipal. A carência de serviços de saneamento básico é uma realidade no
país todo.

Entretanto, as políticas públicas que são desenvolvidas, especialmente em níveis municipais,


não são suficientes para garantir a universalidade do saneamento básico.

A falta de água tratada, a inexistência de coleta e tratamento de esgoto, a destinação irregular


de resíduos sólidos e o uso desregulamentado do solo urbano geram muitos problemas de
saúde pública e ambiental.

A partir da Constituição Federal de 1988 o saneamento básico ganha destaque na


sustentabilidade das cidades.

A sustentabilidade das cidades passa essencialmente pela execução de políticas públicas que
priorizam o planejamento e ações de infraestrutura. Na contribuição de Dias (2009, p. 158,
grifo do autor) a sustentabilidade das cidades tem fator primordial para as futuras gerações.

A ideia de sustentabilidade das cidades permite-nos compreender que o


planejamento e a execução de políticas públicas hão que ser pensados na atualidade
e para o futuro, o que implica a prestação de serviços públicos de forma duradoura,
para todos, hoje e amanhã. Este processo de planejamento e execução de políticas
urbanas sob o signo da sustentabilidade pressupõe o bem-estar coletivo, a segurança
e o bem-estar para todos os que habitam os espaços urbanos, e, ainda, a proteção ao
meio ambiente como condição sine qua non à realização de cidades, de espaços

urbanos sustentáveis.

O município de São Tiago não é uma exceção e também enfrenta os problemas inerentes ao
saneamento básico. O crescimento de loteamentos na cidade na cidade aumentou muito na
última década. Apesar destes loteamentos serem registrado na prefeitura e estar submetidos ao
plano diretor municipal, são vários os problemas encontrados, o que justifica um estudo mais
aprofundado sobre a matéria.

O presente trabalho foi desenvolvido com base no referencial teórico, onde vários autores
corroboraram com o tema em questão, com levantamento em campo e em documentos para
maior entendimento da dinâmica do saneamento no município.
Após identificarmos o problema e a justificativa para abordarmos o tema, bem como, seus
objetivos gerais e específicos, seguindo uma metodologia qualitativa e com base no
referencial teórico como nos explica MINAYO (1994):

A pesquisa qualitativa, trabalha com o universo de significados, motivações,


aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos
à operacionalização de variáveis [...] não se preocupam em quantificar, mas, sim, em
compreender e explicar a dinâmica das relações sociais que, por sua vez, são
depositárias de crenças, valores, atitudes e hábitos. Trabalham com a vivência, com
a experiência, com a cotidianidade e também com a compreensão das estruturas e
instituições como resultados da ação humana objetivada. (MINAYO, 1994, p.21)

No segundo capítulo, temos o referencial teórico no qual os autores nos auxiliam na


compreensão do tema.

No terceiro capítulo, abordamos o saneamento básico com suas especificidades no município


de São Tiago.

No quarto capítulo, contextualizamos o saneamento dentro da administração pública e


finalmente chegamos as nossas considerações finais sobre o tema.

JUSTIFICATIVA

A Constituição Federal de 1988, ao delegar as competências para cada ente da federação,


destaca as responsabilidades dos municípios quanto ao saneamento básico e as políticas
públicas a serem implementadas no sentido de sempre buscar o melhor para a sociedade, ou
seja, o bem-estar social.

Neste sentido, buscamos analisar a importância do saneamento básico e sua influência na


saúde pública, bem como, as políticas implementadas, ou não, na área de saneamento básico e
ambiental que geram possíveis impactos sobre a população especialmente na área de saúde.

E também identificar as principais consequências que a falta de saneamento pode provocar na


população e em especial nas camadas mais pobres, pois de um modo geral, são estas
camadas da população as mais prejudicadas com a falta de saneamento.
PROBLEMA DE PESQUISA:

Quais os impactos do crescimento desordenado de loteamentos no município de São Tiago


sobre a saúde pública e o saneamento básico?

HIPOTESES:

O saneamento básico está bem dimensionado no município de São Tiago.

A falta de uma maior fiscalização municipal gera situações de risco no município causado
pelo crescimento desordenado de loteamentos.

O fator econômico tem interferência direta nas políticas públicas de saneamento.

O saneamento básico recebe a devida atenção das autoridades.

OBJETIVO GERAL:

Analisar a relação entre o saneamento básico, em especial o tratamento de água e esgoto, e os


impactos na saúde pública e habitação no município de São Tiago.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Contextualizar o saneamento básico e as políticas públicas de saúde e saneamento no


município de São Tiago.

Relacionar os principais problemas do crescimento desordenado de loteamentos.

Listar problemas referente a falta de saneamento ou seu uso incorreto.


REFERENCIAL TEÓRICO:

No Brasil o saneamento básico vem sendo tratado de maneira superficial desde o período
colonial. Naquela época, ao invés de investir em redes coletoras, a família real utilizava
escravos para realizar as tarefas de limpeza de seus dejetos. Como nos explica Laurentino
Gomes (2007).
A urina e as fezes dos moradores, recolhidas durante a noite, eram transportadas de
manhã para serem despejadas no mar por escravos que carregavam grandes toneis de
esgoto nas costas. Durante o percurso, parte do conteúdo desses tonéis, repleto de
amônia e ureia, caía sobre a pele e, com o passar do tempo, deixava listras brancas
sobre suas costas negras. Por isso, esses escravos eram conhecidos como ‘tigres’.
Devido à falta de um sistema de coleta de esgotos, os ‘tigres’ continuaram em
atividade no Rio de Janeiro até 1860 e no Recife até 1882. O sociólogo Gilberto
Freyre diz que a facilidade de dispor de ‘tigres’ e seu baixo custo, retardou a criação
de redes de saneamento nas cidades litorâneas brasileiras. (GOMES, 2007, p.144).

Ainda segundo Gomes (2007) a falta de saneamento básico tem causado vários problemas de
saúde no Brasil, mas, o que é saneamento Básico? Segundo Luís Roberto Barroso podemos
definir o saneamento como:

Por saneamento entende-se um conjunto de ações integradas, que envolvem as


diferentes fases do ciclo da água e compreende: a captação ou derivação da água,
seu tratamento, adução e distribuição, concluindo com o esgotamento sanitário e a
efusão industrial. O atraso no desenvolvimento de políticas públicas de saneamento
tem como um de seus principais fatores o longo adiamento da discussão aqui
empreendida. O estudo ora desenvolvido procura delimitar a competência da União,
dos Estados e dos Municípios na matéria, sobretudo visando-se à definição da
entidade federativa competente para a prestação dessa espécie de serviço, conforme
o caso. (p. 2, 2002)
Para a Fundação de Saúde(FUNASA) o saneamento pode ser definido como:

[...]” o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar níveis de
salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e
disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina
sanitária do uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e
demais serviços e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as
condições de vida urbana e rural “(BRASIL, 1999).
Ainda segundo a segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o saneamento básico é o
gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem,
prejudicando seu bem-estar físico, mental e social. No brasil o saneamento básico é regido
pelas diretrizes da Lei Ordinária Nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007.

Segundo os conceitos sobre saneamento básico podemos destacar que todos estão ligados à
promoção de saúde pública conforme o SNIS 2011, destaca que “cada R$ 1,00 investido em
saneamento básico gera economia de R$ 4,00 na área de saúde”. Neste sentido, a Constituição
Federal de 1988 no seu atrigo 196 nos esclarece que:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e


econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
(BRASIL,1988, art. 196).

O saneamento básico está ligado diretamente à saúde da população, sendo assim, a FUNASA
nos esclarece que uma boa qualidade da água utilizada para consumo humano reduz doenças
como: diarreias, cólera, dengue, febre amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite,
escabioses, leptospirose, febre tifoide, esquistossomose e malária.

Já o esgoto sanitário coletado e tratado corretamente elimina vetores de doenças como:


malária, diarreias, verminoses, esquistossomose, cisticercose e teníase.

Para a FUNASA, melhorar as qualidades sanitárias das residências reduz doenças como:
doença de Chagas, esquistossomose, diarreias, verminoses, escabioses, tracoma e
conjuntivites.

Cabe ressaltar que o saneamento básico é essencial para garantir que a população tenho uma
vida digna com saúde, água, desenvolvimento social e econômico. Promover o saneamento
básico nas cidades além de ser uma promoção da saúde pública, promove também o
desenvolvimento econômico. Mas, historicamente percebemos que até um período no passado
a própria natureza cuidava de se auto reciclar. Entretanto, o aumento da industrialização, a
mudanças das pessoas para áreas urbanas, a produção cada vez maior de lixo, o uso irracional
da água contribuiu para a degradação do meio ambiente. Como afirma André Rider Vieira:

Até pouco tempo, o Planeta funcionava como um autopurificador e seus sistemas


naturais de filtragem eram suficientes para garantir a limpeza dos poluentes. O
aumento da taxa populacional, somado ao modelo de desenvolvimento, propiciou o
crescimento desordenado das cidades e o lançamento de lixo e esgotos sem
tratamento nos corpos d’água. Indústrias que lançam produtos tóxicos e o uso
irracional de água na agricultura levaram ao aumento crescente da demanda por
água. A redução de áreas verdes pelos desmatamentos vem alterando a quantidade e
a qualidade da água e o clima. Os mecanismos de “defesa da Terra” acabaram se
enfraquecendo e hoje temos um estresse de água. Quem já passou por uma situação
de estresse pode entender o que acontece. (p. 12,2006)

A falta de saneamento básico agrava as condições de saúde da população e a prevenção de


várias patologias passa diretamente pela qualidade dos ambientes que devem ser limpos. Para
que o ambiente seja propício para uma vida saudável o lixo e o esgoto devem ter uma
destinação correta. A água deve ser potável e em quantidade suficiente para as famílias.
Porém, quando falta saneamento em uma determinada região, os gastos com tratamento de
saúde em doenças de veiculação hídrica aumentam.

No Brasil o saneamento não está disponível para toda a população. Estima-se que milhões de
pessoas não tem as mínimas condições de saneamento e as famílias vivem em condições
precárias. As cidades vão crescendo sem um planejamento sobretudo na área ambiental e de
saneamento. Como nos explica Luiz Pires Feijó:

As cidades brasileiras não têm conseguido oferecer infraestrutura urbana necessária


para acompanhar o mesmo ritmo do crescimento populacional e, por isso, muitas
pessoas não conseguem ter o atendimento mínimo necessário para viver dignamente
em comunidade. (2009, p.116)

A falta de um planejamento no setor sanitário e ambiental gera improvisações e decisões


emergenciais que não resolvem os problemas e ainda geram custos elevados para a união,
estados e município. Portanto, planejar o saneamento básico das cidades implica em proteção
à qualidade de vida, na modificação do ambiente em condições favoráveis e na garantia básica
de políticas sociais voltada para diminuir a desigualdade social.

REFERENCIAS:
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram
Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007. 367p.

BARROSO, Luis Roberto. Revista Diálogo Jurídico. Saneamento básico, competências constitucionais da
União, Estados e Municípios. 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, ano 3, 1999.
Edição especial
https://www.infoescola.com/saude/saneamento-basico/ acessado em 19/03/2018.
MINAYO, Maria Cecília de Souza, org. Pesquisa Social: Teoria, mét/odo e criatividade. Petrópolis-RJ,
Vozes, 1994.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 19988.

https://www.scielosp.org/pdf/csp/2002.v18n6/1713-1724/pt acessado em 19/03/2018.

VIEIRA André Ridder, Caderno de educação Ambiental.Livro das Águas- Água para vida, Água para todos.
WWF 2009

_____; FEIJÓ, Cláudia Cristina Ciappina; LUIZ, Leliana Casagrande. Gestão de Recursos Hídricos: Gestão
Ambiental. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

____. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas de Saneamento 2011. 2011. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/atlas_saneamento/default_sanea mento.shtm> Acesso em:
01 Set. 2013.

http://www.copasa.com.br/wps/portal/internet

http://www.camarasaotiago.mg.gov.br/Especifico_Cliente/26148106000120/Arquivos/files/2017/Leis/056_-
_Loteamento_Diogenes.pdf

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