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Universidade de São Paulo

Instituto de Física

FÍSICA MODERNA I
AULA 14
Profa. Márcia de Almeida Rizzutto
Pelletron – sala 220
rizzutto@if.usp.br

2o. Semestre de 2018


Monitor: Felipe Prado

https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=64495
2

Função de Onda e Probabilidade

Caso Função de onda Contagens/min.


na tela
Elétron é medido 1 ou 2 |1|2 + |2|2
passando pela
fenda 1 ou 2
Sem determinar a 1 + 2 |1|2 + |2|2 +
passagem do 2|1||2|cos
elétron
3

Probabilidade
Em 1925-1926 Max Born propôs como relacionar a 
(função de onda) com o comportamento das partículas que
ela descreve:
A probabilidade que a partícula seja encontrada no instante t
em uma coordenada entre x e x+dx é :
2
P( x)dx   ( x, t ) dx
P( x)dx   * ( x, t ) ( x, t )dx
 não é uma quantidade mensurável, mas o seu módulo ao
quadrado é mensurável e é justamente a probabilidade por
unidade de comprimento ou densidade de probabilidade P(x)
para encontrar a partícula no ponto x no tempo t.
4

Já que a partícula deve ser encontrada em algum lugar ao longo do eixo x, a soma
das probabilidade sobre todos os valores de x deve ser 1.


  ( x, t )
2 Qualquer função que satisfaz
dx  1 esta equação é dita normalizada

A probabilidade de uma partícula estar no intervalo
a=<x<=b esta relacionado área embaixo da curva de a até b
de uma função densidade de probabilidade ( x, t ) 2

b
P    ( x, t ) dx 
2

a
o área embaixo da
curva entre a e b
a b
5

OBSERVÁVEIS:
 não é uma quantidade mensurável
MAS como podemos relacionar a função de onda com grandezas
observáveis????
COMO podemos obter a posição, o momento ou a energia de uma
partícula a partir da função de onda (de maneira exata no mundo
quântico)?????
VALORES ESPERADOS:

USANDO a interpretação probabilística de Bohr, podemos


obter apenas os valores médios ou valores esperados das
grandezas  
x  xP( x, t )dx    ( x, t ) x( x, t )dx
*

 
6

OBSERVÁVEIS: VALORES ESPERADOS:


Generalizando qualquer grandeza que depende da posição x:

f ( x)    ( x, t ) f ( x) ( x, t )dx
*



E o valor esperado para o momento ou energia da partícula??



p  p    ( x, t ) p( x, t )dx
*



Dúvida: p(x)???
pelo princípio de incerteza não há como determinar
precisamente (simultaneamente) as duas quantidades
7

OBSERVÁVEIS: VALORES ESPERADOS:


NA FÍSICA QUÂNTICA, QUALQUER GRANDEZA É OBTIDA A PARTIR DE
UM OPERADOR QUÂNTICO APLICADO A FUNÇÃO DE ONDA
i ( kx t )
 ( x, t )  Ae
p é constante
2 p p p  k
k  2 
 h 
 i ( kx t ) ip
 ikAe  ik  

h x 
p

 i  p
x
É CHAMADO OPERADOR
QUÂNTICO DIFERENCIAL

Tem o mesmo efeito que ao ser aplicado a uma função de onda – de se


multiplicar a mesma função de onda pelo momento linear p.
8

OPERADORES
 OPERADOR MOMENTO
ˆ  i
p LINEAR
x

 
p  p    ( x, t )  i ( x, t )dx
*

  x 
ANALOGAMENTE:

 iAe i ( kx t )  i
E   t

E  E E
 i   
 t  i

 ( x, t )  Ae i ( kx t ) i  E
t OPERADOR QUÂNTICO DE
ENERGIA TOTAL
9

OPERADORES – OBSERVÁVEIS RESUMIDAMENTE


1- no caso da posição o operador é o próprio valor da posição:
xˆ  x
2 - no caso do momento, operador é dado por:

ˆ  i
p
x

 
p  p    ( x, t )  i ( x, t )dx
*

  x 
3 - no caso da energia, operador é dado por:

ˆ 
E  i
t

 
E  E    ( x, t ) i  ( x, t )dx
*

  t 
10

OBSERVÁVEIS - VALOR ESPERADO


Temos então que o valor esperado de qualquer grandeza que depende da
posição, do momento, da energia posso determinar através de:


ˆ   
f ( x, p, E )    ( x, t ) f  x,i , i ( x, t )dx
*

  x t 

O valor médio de uma grandeza em mecânica quântica é normalmente


chamado de valor esperado, que é o valor que se espera obter de uma
medida daquela grandeza.

Observe que não esperamos necessariamente que o valor de uma


medida tenha uma alta probabilidade de ser igual ao valor esperado.
11

Elétron em uma caixa


Vamos pensar que um elétron se move em uma caixa unidimensional de
tamanho a~1A (angstrom) ~1x10-10m ~0,1nm, paredes rígidas e V(x,t)=0
(partícula livre)
O elétron quando faz este movimento

 p dx  nh
pela teoria de Wilson-Sommerfield:
x
a/2 a / 2

+p
 pdx   ( p)dx  nh
a / 2 a / 2
a/2 a/2
-p
 pdx   ( p)dx  nh
a / 2 a / 2
a/2
2 p ( a / 2  (  a / 2))  nh
2 
a / 2
pdx  nh
2 pa  nh

nh p2
p E n2h2
2a 2m E
8ma 2
12

Elétron em uma caixa


Vamos pensar que um elétron se move em uma caixa unidimensional de
tamanho a~1A (angstrom) ~1x10-10m ~0,1nm
O elétron quando faz este movimento
pela teoria de Wilson-Sommerfield:
+p
n2h2
E
-p 8ma 2

n 2 (hc) 2 n 2 (1240eV .nm) 2


E 
8mc a 2 2
8 x0,511x106 ev.(101 nm) 2
E  n 2 3,76x105 x106 x102 eV
E  n 2 3,76x101 eV  n 2 37,6eV
E1  37,6eV
E2  150,4eV
Elétron em uma caixa

Cálculo das energias quantizadas


De Broglie
(onda de matéria)
A condição de onda
estacionária para ondas
n n2h2
clássicas em uma corda de
a   En 
comprimento a fixa nas suas
extremidade, é que a corda
2 8ma 2
contenha um número inteiro de n  1,2,3....
meio comprimento de onda )
n 2 (hc) 2
3o. Estado excitado E 2 2

8mc a
2o. Estado excitado
n 2 (1240eV .nm) 2
1o. Estado excitado E
Estado fundamental
8 x0,511x106 ev.(101 nm) 2
E  n 2 3,76x105 x106 x102 eV
a=0.1 nm
Poço de potencial infinito E  n 2 3,76x101 eV  n 2 37,6eV
14

Elétron em uma caixa


Vamos pensar que um elétron se move em uma caixa unidimensional de
tamanho a~1A (angstrom) ~1x10-10m ~0,1nm
Pelo Princípio de Incerteza

px 
2
a/2 
p 
2 x
h h
x p  
2 .2.( a / 2) 2 .a

p2 h2
Emin   A diferença é um fator
2m 8 2 ma 2 1
2
n h 2 2
Por Sommerfield E 
8ma 2 Valor dividido por ~10
E1  3,85eV
15

Elétron em uma caixa


Podemos associar a probabilidade de localizar a partícula em um estado
com menor energia usando uma função de onda para o elétron (associar
ao elétron uma onda cossenoide
 n 
Função de onda  ( x)  A cos x
 a 
a a
  x  , n  1,2,3...
2 2
A probabilidade que a partícula seja encontrada em um ponto
na coordenada x entre –a/2 e a/2 é :
2
P( x)   ( x) dx
a / 2
P( x)   ( x) ( x)dx  n 
P( x)   A cos 
*
a
2
x dx
2

a / 2  a 
 n 
 ( x)  A cos 
2
n
2 2
x
 a 
Elétron em uma caixa
 n 
 ( x)  A cos 
2
n
2 2
x , n  1,2,3...
 a 

n=1 n=2

0 50 100 0 50 100
x (pm) x (pm)

n = 15

n=3

0 50 100 0 50 100
x (pm) x (pm)
Princípio da correspondência

“Para grandes valores dos números quânticos, os resultados da física


quântica tendem para os resultados da física clássica.”

n = 15

0 50 100 0 50 100
x (pm) x (pm)
18

Já que a partícula deve ser encontrada em algum lugar ao longo do eixo x, a soma
das probabilidade sobre todos os valores de x deve ser 1.


  ( x)
Qualquer função que satisfaz
dx  1
2
esta equação é dita normalizada

a / 2
No nosso caso: 2  
P( x)    x dx  1
2
A cos
a  
a / 2   x
a
Mudança de variável 
d  dx
a
n=1

a / 2
a
P( x)  A  d  1
2 2
cos
 a / 2
2 a 
0 50 100

-a/2 a/2

x (pm)

A 1
 2 2
2
A Constante de normalização
a
19

Qual o valor médio da posição  n 


 ( x)  A cos x
da partícula dentro desta caixa:  a 
a a
Vimos que :   x  , n  1,2,3...
  2 2
x  xP( x, t )dx    ( x, t ) x( x, t )dx
*

 
a / 2
2 2  
n=1
x 
a a / 2
x cos 
a
x dx

0 50 100

-a/2 x (pm) a/2 Função ímpar Função par

Como a integral é sobre um valor ímpar em


uma região simétrica a integral é nula
x  x  0
O valor médio da posição do elétron na caixa no
estado n=1 é em x=0
20

Funções Pares e Ímpares


Função Par f ( x)  f ( x)
y
f ( x)  x 2 Simetria de um lado e
outro (eixo y ¨espelho¨)

f (2)  f (2)
x
44

f ( x)  cos x
21

Funções Pares e Ímpares


Função Ímpar f ( x)   f ( x)
 f ( x)  f ( x)
y

f ( x)  x 3 Função ímpar tem


simetria inversa
x
f (2)  f (2)
8  8 f ( x)  senx
22

Qual o valor médio do momento  n 


 ( x)  A cos x
da partícula dentro desta caixa:  a 
a a
Vimos que :   a / 2  2  x  2 , n  1,2,3...
p  pP( x, t )dx    ( x, t ) p( x, t )dx
*

 a / 2
a / 2
2      
n=1
p  cos x   i (cos x) dx
a  a / 2  a  x a 
a / 2
2    
0 50 100
p  (i)
aa 
a / 2
cos
a
x   sen x) dx
 a 
-a/2 x (pm) a/2

Função par Função impar


p  p  0 Como a probabilidade da partícula estar se movendo no sentido
positivo do eixo x é igual a probabilidade de estar se movendo
no sentido oposto, o momento médio é nulo.
23

 n 
Qual o valor médio do momento  ( x)  A cos x
ao quadrado da posição da  a 
a a
partícula dentro desta caixa:   x  , n  1,2,3...
2 2
Sabemos que:
    
 ˆ    i
p 2
  i 
pˆ  i  x  x 
x
      2
   2

  i   i    
2
   2
  2 
 x  x  x 2
 a 
 
2 a / 2 vale 1 2

 dx
2 2
p 2
  
2
  p
a2
a a / 2
O momento médio quadrático:
p   2mE

Que é uma medida das flutuações em torno
ou
p  2 da média, pois a partícula pode ser
a encontrada com momento
p   2mE

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