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Preparos para elementos


unitários

ALFREDO JÚLIO FERNANDES NETO


FLÁVIO DOMINGUES DAS NEVES
ADÉRITO SOARES DA MOTA

REABILITAÇÕES COMPLEXAS INTERAGINDO - PRÓTESE


Apesar dos avanços nos níveis iniciais de prevenção, infelizmente a destruição de
parte ou totalidade da coroa clínica dentária ainda faz parte do dia a dia dos consultórios
odontológicos de todo o mundo. As inúmeras condutas para restaurar a forma e restabele-
cer as funções, dado às novas e diversificadas técnicas de processamento laboratorial da
prótese dentária, ao invés de simplificar tem, por vezes, confundido o cirurgião-dentista
durante a elaboração do plano de tratamento odontológico. Desafortunadamente o “marke-
ting” agressivo provocado por um mercado competitivo e extremamente dinâmico, asso-
ciado às dificuldades socioeconômicas da população brasileira, têm conduzido inúmeros
clínicos ao estudo e aprimoramento técnico – não fundamentado, de pseudo-inovações
em detrimento das bases biológicas e das propriedades físico-químicas dos materiais res-
tauradores.
Não é intuito deste trabalho denegrir, nem tampouco menosprezar as novas técni-
cas nem os materiais aperfeiçoados, até porque, os preceitos estéticos vigentes em nossa
sociedade, obrigam muitas vezes o seu uso. Porém, fosse a liga de ouro um material
estético não haveria necessidade de porcelanas e resinas – cerômeros. A longevidade
daquele material, em função de suas propriedades e/ou facilidade de trabalho, o mantém
entre os materiais restauradores odontológicos. O cirurgião-dentista deve estar preparado a
informar ao seu cliente, as diversas formas de tratamento para aquela situação específica,
bem como as vantagens, desvantagens, provável durabilidade, possíveis dificuldades e
técnica de higienização de cada uma delas, para que o paciente, agora informado, consinta
a que melhor lhe convier. É obrigação do cirurgião-dentista restaurador estar cientifica-
mente preparado para prestar tais informações e técnico-cientificamente preparado para
executá-las.
246 PRÓTESE

Ocorre porém que as possibilidades técnicas para ela- res, restabelecendo ou otimizando as funções do sistema
boração de restaurações unitárias indiretas parciais ou totais estomatognático, com a maior longevidade possível. Tra-
são tantas que podem inviabilizar ou no mínimo dificultar tando-se de longevidade, uma meditação sobre os motivos
o conceito de “consentimento informado” sugerido por que levam à indicação de retratamentos protéticos mostrará
qualquer comissão de bioética e mostrado no parágrafo ante- restaurações infiltradas, perfuradas, fraturadas, esteticamen-
rior como obrigação. Diversos materiais e técnicas reforçam te insatisfatórias, provocando inflamação gengival, ou ainda
esta colocação, entre outros pode-se citar: as restaurações com história de deslocamentos freqüentes. Situações estas
metálicas em diversas ligas, fixadas com cimento de zinco que têm em comum o desrespeito a algum ou alguns dos
ou cimentos resinosos; as restaurações confeccionadas atra- princípios fundamentais para os preparos com finalidade
vés de sistemas CAD-CAM (Cerec 2, Celay, DentiCAD e protética. Retenção e estabilidade, resistência ou rigidez
DCS), as confeccionadas através de porcelana aplicada estrutural, integridade ou selamento marginal, linha de ter-
(Noritake e Vitadur), através de porcelanas prensadas (Ce- minação aceitável, conservação da estrutura dentária ou
rapress, OPTEC OPC, IPS Empress e Procera All-ceram), preservação do órgão pulpar, preservação da saúde perio-
através de porcelanas infiltradas (In-Ceram e In Ceram dontal ou extensão cervical, entre outros são termos usados
Spinell) e, ainda as restaurações confeccionadas em cerô- para descrever tais princípios, que fundamentalmente po-
meros e fibras (Targis/Vectris e Sculpture/Fibrekor) ou em dem ser classificados em: mecânicos, biológicos e estéticos.
cerômeros (Art Glass e Solidex). Criado o impasse, resta Uma análise detalhada permite perceber uma estrita inter-
elucidar os dois pretensos objetivos deste capítulo: 1 - Discu- relação entre tais princípios e algumas falhas encontradas
tir bases biológicas e propriedades de diferentes grupos de em trabalhos protéticos.
materiais, fornecendo fundamentação teórica que possibili- Procurar conservar a estrutura dentária, é fundamento
tará ao profissional, analisar criticamente cada situação clí- de qualquer procedimento restaurador, porém cárie, bem
nica de maneira segura e honesta, facilitando e agilizando como fraturas extensas, como já foi dito, fazem com que
a decisão do cliente. 2- Sugerir uma técnica de preparo ágil, invariavelmente estruturas sadias necessitem ser preparadas
segura e que respeite a biologia dos tecidos vivos, bem através de desgaste, que lhe confere forma específica para
como as características físico-químicas dos diversos mate- prover espaço para o material restaurador, fornecendo ou
riais restauradores. melhorando ainda as condições de retenção e estabilidade
Para desenvolver o tema proposto, deve-se analisar: a do referido material. Assim sendo torna-se inquestionável a
quantidade de estrutura dentária perdida, como foi perdida, necessidade do preparo, o que não significa poder desgastar
a presença ou não de tratamento endodôntico, a localiza- aleatoriamente. Cada material restaurador requer espessura
ção e o posicionamento do dente no arco, os materiais mínima para suportar a carga mastigatória – mantendo sua
restauradores existentes e finalmente sugerir uma técnica rigidez quando em função. As diversas ligas metálicas –
de preparo para dentes anteriores e posteriores. Assim, três com grande variação de dureza – exigem normalmente o
questionamentos permitem esta abordagem: quando prepa- mínimo de 0,5 mm em áreas não sobrecarregadas e 1,5 mm
rar? porque preparar? e como preparar? em áreas de maior esforço. As cerâmicas e os cerômeros,
QUANDO PREPARAR? pergunta que se refere à in- mais friáveis exigem para as respectivas áreas o mínimo de
dicação dos preparos. É bem verdade que as resinas fotopo- 1,0 mm e 1,5 – 2,0 mm. Finalmente, as metaloplásticas ou
limerizáveis provocaram uma revolução das técnicas restau- metalocerâmicas dado à necessidade de opacificar a infra-
radoras na medida em que puderam estar indicadas para a estrutura metálica e ainda fornecer estética e rigidez ao
região posterior, uma vez que diminuíram a quantidade de material de recobrimento, necessitam de aproximadamente
desgaste para receber o material restaurador – basicamente 1,5 mm de desgaste. Além disto, a forma do término cervi-
consiste na remoção do tecido cariado. Cabe assim explicar cal: chanfrado, chanferete, ombro reto ou ombro biselado,
que a palavra “preparo” na presente abordagem tem o sen- está vinculada ao tipo de material e suas características físi-
tido de determinar, através de desgaste com pontas diaman- co-químicas ou de manufatura. Basicamente as cerâmicas e
tadas, forma específica para receber uma restauração indi- resinas necessitam término em ombro reto, ombro reto
reta – manufaturada em laboratório de prótese, que terá por com ângulo áxio-gengival arredondado ou chanfrado longo,
finalidade harmonizar o dente em questão com as demais as metaloplásticas e metalocerâmicas em chanfrado longo e
estruturas do sistema estomatognático, restabelecendo ou os metais em chanfrado, chanferete ou ombro biselado.
otimizando suas funções. Extensa destruição de tecidos Desgaste insuficiente pode significar perfuração de
dentários faz com que obrigatoriamente o remanescente restaurações metálicas ou metalocerâmicas (Figura 11.1);
seja preparado para receber uma restauração indireta. Tal fratura de restaurações de porcelana ou de cerômeros e
preparo viabiliza e/ou otimiza, dependendo da técnica, o estética deficiente para metalocerâmicas, as vezes pela cor
trabalho laboratorial; assegura resistência mecânica e ainda opaca ou escurecida – pouco material, as vezes pela forma,
fornece ou pelo menos auxilia na retenção e estabilidade aumentada (Figura 11.2) dado ao excesso de material, nestes
da restauração protética quando em função. últimos casos associada normalmente a alterações gengivais
POR QUE PREPARAR? referente à necessidade de (Figura 11.2) Desgaste excessivo pode entretanto significar
restaurar as estruturas perdidas com materiais restaurado- dor pós-operatória, seguida ou não de necrose pulpar, ou
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 247

ainda de freqüentes deslocamentos da restauração por falta tratada poderá evoluir para a perda de inserção óssea. Além
de retenção e estabilidade – que não são causados apenas da forma do término cervical – vinculada à rigidez do ma-
por desgaste excessivo, mas também e principalmente dado terial restaurador e da extensão do mesmo vinculada à esté-
à grande inclinação das paredes. tica, a retenção e à conservação da estrutura dental, é tam-
A extensão cervical pode estar relacionada à conserva- bém fundamental a importância da definição do término
ção da estrutura dental e/ou estética (Figura 11.3) e/ou re- cervical que por vezes, quando negligenciada e incorreta, é
tenção; Isto porque preparos sub-gengivais implicam em responsável, direta ou indiretamente por infiltrações que
maior desgaste, mais estética e maior retenção, enquanto levam a perda da restauração, acompanhada ou não de dor,
preparos supra-gengivais implicam em menor desgaste, halitose, problemas estéticos e diminuição da eficiência
menos estética e menor retenção. Deve-se ressaltar que pre- mastigatória. Infelizmente muitas vezes profissionais inex-
paro subgengival significa uma extensão máxima de 0,5 perientes ou mal informados buscam na troca de materiais
mm dentro do sulco gengival, embora alguns autores acei- a solução para problemas relacionados com os princípios
tem até 1,00 mm. Mais que isto provocará, em curto espaço acima descritos, gerando obviamente frustrações frente a
de tempo, uma alteração gengival (Figura 11.2), que não novos fracassos.

FIG. 11.1
Perfuração distal em coroa total metalocerâmica - possi-
velmente desgaste oclusal insuficiente.

FIG. 11.2
Inflamação gengival próximo a coroa metalocerâmica,
possivelmente excesso de material ou extensão cervical ex-
cessivamente subgengival.

FIG. 11.3
Extensão cervical esteticamente inadequada, supragengival.
248 PRÓTESE

COMO PREPARAR? em referência às técnicas de coroas totais anteriores ou posteriores - para dentes mal
preparo, respeitando-se as estruturas dentais e periodontais, posicionados no arco, preparos para coroas parciais poste-
os meios de retenção e estabilidade, e ainda a rigidez e a riores e preparos para coroas parciais anteriores.
estética dos materiais restauradores, concluir-se-á que três
requisitos definem uma técnica de preparo: 1 – o material PREPARO PARA COROAS TOTAIS
restaurador; 2 – o dente ou a área a ser preparada e 3 – o
diâmetro e a forma das pontas diamantadas utilizadas. A
necessidade estética, o esforço mastigatório e a longevidade
Técnicas de preparo para coroas totais
esperada, definem o material restaurador. O material defi- anteriores - dentes bem posicionados
ne a inclinação das paredes frente ao meio de fixação, a no arco (técnica da silhueta - modificada)
quantidade de desgaste e a forma do término cervical, em
função do mínimo para manter sua rigidez. As faces do 1º Passo – Desgastes Proximais
dente ou da área a serem preparadas podem receber ou não
grande esforço mastigatório. Assim, regiões mais exigidas Objetivo
devem receber desgaste de pelo menos 1,5 mm, indepen- - Eliminar a convexidade da área proximal – corte
dente do material, enquanto as outras dependem exclusiva- em fatia, promovendo a separação com o(s) dente(s)
mente das características do material restaurador. Final- contíguos;
mente para certificar-se da quantidade e da forma do des-
gaste impreterivelmente o operador deve conhecer a forma Método
e o diâmetro da ponta a ser utilizada. Grande parte dos - ponta diamantada recomendada: cônica longa n.º 3203.
cirurgiões-dentistas de todo o Brasil aprenderam, direta ou Em alta rotação e com bastante irrigação;
indiretamente, a técnica da silhueta, que sem dúvida algu- - posicionamento da ponta diamantada: a forma côni-
ma permite obter o resultado desejado. A técnica que será ca, quando paralela à direção de inserção pretendida,
sugerida - silhueta modificada, apenas otimiza o resultado promove um corte com inclinação de 3o – conver-
final, agilizando o processo de desgaste dentário a partir de gente para a incisal. Em casos múltiplos o paralelis-
pequenas alterações nos passos clínicos, conforme poderá mo entre os preparos deve ser iniciado já neste passo;
ser visto. É importante enfatizar que o respeito aos princípi- - proteção dos dentes vizinhos: recomenda-se a prote-
os e o resultado final alcançado são mais importante que a ção do dente contíguo com porta matriz e matriz de
técnica em si. Para discussão dos diversos preparos as técnicas aço para amálgama (Figura 11.4);
mostradas a seguir classificam os preparos para elementos - separação entre os dentes: deve ser nítida e de apro-
unitários em: preparos para coroas totais anteriores - dentes ximadamente 1,0 mm na cervical. Sendo possível
bem posicionados no arco, preparos para coroas totais poste- ver entre os dentes uma faixa de tecido gengival de
riores - dentes bem posicionados no arco, preparos para aproximadamente 1,0 mm (Figura 11.5);

FIG. 11.4 FIG. 11.5


o
Preparo para coroa total metalocerâmica anterior - 1 pas- Preparo para coroa total metalocerâmica - desgaste proxi-
so: desgaste proximal. mal efetuado com separação cervical de 1,0 mm.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 249

2º Passo – Sulco marginal cervical das faces - profundidade das perfurações na concavidade lin-
vestibular e lingual e perfurações linguais gual: ao terminar o desgaste do 2o passo - faces vesti-
bular e lingual, antes de prosseguir para o 3o, e ape-
Objetivo nas para aproveitar a ponta diamantada no 1014 já
- confeccionar sulco de orientação cervical, nas faces montada no motor, sugere-se que sejam feitas de
vestibular, lingual e proximais quando não houver duas a quatro perfurações no terço médio da conca-
dente contíguo. Confeccionar também perfurações vidade palatina do referido dente (Figura 11.7). Esta
na concavidade lingual; área será totalmente desgastada no 9o passo e neces-
sitará destas perfurações para orientação do desgas-
Método te. Assim é importante lembrar que porcelanas, ce-
- ponta diamantada recomendada: esférica n.º 1014 – rômeros, metalocerâmicas e metaloplásticas, bem
diâmetro de 1,4 mm. Em alta rotação e com bastan- como áreas sujeitas a esforços mastigatórios, necessi-
te irrigação; tam por razões mecânicas e/ou estéticas de um des-
- posicionamento da ponta diamantada: inclinada 45º gaste de aproximadamente 1,4 mm – todo o diâme-
em relação ao longo eixo do dente (Figura 11.6); tro da ponta esférica, enquanto para metal em áreas
- localização do desgaste cervical: 1 a 2 mm aquém da não sujeitas a esforços mastigatórios, é suficiente o
margem gengival para preparos com término cervi- desgaste de aproximadamente 0,7 mm – metade da
cal supragengival e no limite gengival, para os pre- ponta esférica;
paros com término subgengival; - análise da quantidade de desgaste: o grande aliado
- quantidade de desgaste ou profundidade axial do desgas- do cirurgião-dentista neste momento é o diâmetro
te cervical: sendo áreas de pouco esforço mecânico du- da ponta diamantada utilizada, a medida que ela é
rante a mastigação, desgastar-se-á, apenas o necessário aprofundada torna-se possível conhecer a quanti-
para manter a rigidez ou a estética do(s) material(is) dade de estrutura desgastada. Assim a metade da
restaurador(es), ou seja: aproximadamente 0,5 mm para ponta implica em desgaste próximo de 0,7 mm e
metal e aproximadamente 1,5 mm para porcelanas, ce- todo o seu diâmetro, implica em desgaste próximo
rômeros, metalocerâmicas e metaloplásticas; de 1,4 mm.

FIG. 11.6
Preparo para coroa total metalocerâmica anterior - vista
lateral da confecção do sulco vestibular – 2º passo.

FIG. 11.7
Preparo para coroa total metalocerâmica anterior - vista
lingual do sulco cervical e confecção das perfurações na
concavidade - 2o passo.
250 PRÓTESE

3o Passo – Desgaste da face mesial cânico durante a incisão ou mastigação, desgastar-


se-á independente do material restaurador de 1,2 a
Objetivo 2,0 mm, dependendo do comprimento da coroa clí-
- diminuir a altura da coroa clínica, favorecendo o nica, da existência ou não de tratamento endodônti-
preparo dos terços médio e cervical das demais fa- co e das características estéticas desejadas para a
ces, eliminando quantidade suficiente de estrutura face incisal da prótese;
dentária da face incisal, para prover ao material res- - análise do desgaste: nesta fase o conhecimento do
taurador que a recobrirá, rigidez durante a incisão diâmetro da ponta diamantada utilizada, favorece a
ou mastigação dos alimentos – respectivamente as medição da quantidade de desgaste efetuada;
guias anterior ou canina;
4º Passo – Sulcos de orientação – Face vestibular
Método e terço cervical da face lingual
- ponta diamantada recomendada: a presente técnica
tem por finalidade agilizar a etapa clínica, assim Objetivo
uma análise do comprimento da coroa clínica do - confeccionar sulcos para a orientação da inclinação
dente a ser preparado, indicará o uso da ponta cilín- e profundidade de desgaste na face: vestibular e no
drica com extremidade arredondada no2143 – coroas terço cervical da face lingual;
clínicas curtas ou a no 3145 – coroas clínicas longas,
ambas com 1,2 mm de diâmetro, em alta rotação e Método
com bastante irrigação. O comprimento da ponta - ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex-
ativa não tem relação com este passo, mas a escolha tremidade arredondada no2143 para coroas clínicas
certa implica em não trocar pontas para realização curtas ou no3145 para coroas clínicas longas – ambas
de passos futuros, conforme será visto; com diâmetro de 1,2 mm, em alta rotação e com
- posicionamento da ponta diamantada: seguindo a bastante irrigação. Neste momento a seleção da
inclinação natural da face. Inicialmente de manei- ponta já terá sido feita;
ra a fazer dois ou três sulcos de orientação, no - posicionamento da ponta diamantada quanto à dis-
sentido vestíbulo-lingual, para em seguida uni-los, posição dos sulcos nas faces: sugere-se fazer um
com a mesma ponta posicionada obliquamente aos sulco no centro das faces dividindo-as em mesial e
mesmos (Figura 11.8) – inclinação para palatino distal, em seguida, um outro sulco na porção mesial
em dentes superiores e para vestibular em dentes orientará o desgaste desta primeira metade – a me-
inferiores; sial (Figura 11.9). Desta forma durante o preparo o
- quantidade de desgaste: aprofundar todo o diâmetro operador tem a referência da porção distal, não
da ponta diamantada durante a confecção dos sul- preparada, para orientar-se quanto à quantidade e
cos de orientação; sendo área de muito esforço me- inclinação do desgaste;

FIG. 11.8 FIG. 11.9


Preparo para coroa total metalocerâmica durante o 3o passo Preparo para coroa total metalocerâmica anterior durante
- desgaste incisal após confecção de 3 sulcos de orientação, o 4o passo - confecção de sulcos de orientação na metade
notar ponta diamantada obliquamente aos sulcos. mesial.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 251

- posicionamento da ponta diamantada quanto à in- 5º Passo – União dos sulcos de orientação e
clinação: na face vestibular com inclinação de apro- preparo da face mesial
ximadamente 2 a 6o para a incisal, na altura do terço
médio-cervical – área de retenção friccional ou 1a Objetivo
inclinação do preparo – e de aproximadamente 5 a - unir os sulcos de orientação preparando a porção
10o para a incisal, na altura do terço médio-incisal mesial do dente, inclusive a face mesial;
ou 2a inclinação do preparo; no terço cervical da
face lingual - com inclinação de aproximadamente Método
2 a 6o para a incisal. O terço médio e incisal dos - ponta diamantada recomendada: mesma do pas-
dentes anteriores possuem a concavidade palatina e so anterior, em alta rotação e com bastante irri-
não serão preparados neste momento. O desgaste gação;
deve seguir, sempre que possível a inclinação anatômi- - posicionamento da ponta diamantada: obliqua-
ca do dente mantendo seus planos, porém prioriza-se mente aos sulcos de orientação, desgastando-se
o respeito às inclinações descritas – principalmente apenas o remanescente íntegro (Figura 11.10). As-
para as áreas de retenção friccional de preparos que sim evita-se aumentar a quantidade de desgaste
receberão próteses fixadas com cimento de Zinco, cada vez que a ponta voltar ao sulco, o que ocorre
não contando com a adesividade do material fixador; se a tentativa de união for feita com a ponta dia-
- quantidade de desgaste: sendo áreas de pouco esforço mantada posicionada paralelamente aos mesmos.
mecânico durante a mastigação, desgastar-se-á ape- É importante respeitar as inclinações obtidas com
nas o necessário para prover rigidez e estética ao(s) os sulcos de orientação;
material(is) restaurador(es), ou seja: aproximadamen- - preparo da face mesial: a finalidade do primeiro
te 0,5 mm para metal e 1,5 mm para porcelanas, passo - eliminar uma fatia das faces proximais, foi a
cerômeros, metalocerâmicas e metaloplásticas. de possibilitar a passagem da ponta diamantada ago-
Como dificilmente alguém irá optar por uma coroa ra em uso, assim neste momento define-se o prepa-
metálica na região anterior, praticamente se conven- ro desta face (Figura 11.11). Para isto, quando da
ciona 1,5 mm de desgaste para os sulcos vestibulares. opção por um término cervical subgengival, a papi-
Já para o terço cervical da face lingual, será de apro- la interdental, deverá ser contornada de maneira a
ximadamente 0,5 mm para metalocerâmicas e meta- possibilitar em um passo seguinte, uma extensão
loplásticas e 1,5 mm para porcelanas e cerômeros; subgengival uniforme;
- análise do desgaste: também nesta fase o conheci- - Profundidade do desgaste mesial: compatível com
mento do diâmetro da ponta diamantada utilizada, as necessidades de estética ou rigidez do material
favorece a medição do desgaste efetuado. restaurador selecionado;

FIG. 11.10 FIG. 11.11


Preparo para coroa total metalocerâmica anterior durante Preparo para coroa total metalocerâmica anterior durante
o 5o passo - união dos sulcos de orientação da metade o 5o passo - união dos sulcos de orientação da metade
mesial, notar ponta diamantada obliquamente aos sulcos. mesial, notar preparo da face mesial.
252 PRÓTESE

6º Passo – Desgaste da metade distal Método


- ponta diamantada recomendada: diamantada em
- repete-se a seqüência citada para a porção mesial. forma de chama nº 3168;
Sulcos de orientação – 4opasso e união dos mesmos - posicionamento da ponta diamantada: seguindo a
–5opasso. inclinação e a forma da concavidade, até unir as
perfurações feitas com a ponta diamantada no 1014,
7º Passo – Preparo sub-gengival – se necessário no 2o passo;
- quantidade de desgaste: quanto à profundidade de
Objetivo desgaste axial, seguir a orientação feita pelas perfu-
- estender o preparo até o limite de 0,5 mm subgengi- rações (Figura 11.12) conforme explicado, mantendo
val – para preparos com término cervical subgen- a quantidade sugerida pelas mesmas. Deve-se lem-
gival; brar que porcelanas, cerômeros, metalocerâmicas e
metaloplásticas, bem como áreas sujeitas ao esforço
Método mastigatório, necessitam desgaste de aproximada-
- ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex- mente 1,5 mm, enquanto para áreas não sujeitas ao
tremidade arredondada no2143 para coroas clínicas esforço mastigatório e em metal o desgaste deve ser
curtas ou no3145 para coroas clínicas longas – ambas de aproximadamente 0,5 mm;
com diâmetro de 1,2 mm. Em baixa rotação, ou alta
rotação em baixa velocidade com bastante irrigação.
Cilíndrica com extremidade plana no3097– para de-
finição externa do limite cervical de términos em
ombro com ângulo áxio-gengival arredondado ou
cilíndrica com extremidade cônica no3122 – para
definição da forma e limite externo de términos em
chanfrado;
- posicionamento da ponta diamantada: seguindo a
inclinação das paredes do preparo, estendendo o
desgaste até aproximadamente 0,5mm subgengival;
- seqüência de ponta diamantadas em função do
término selecionado: Ombro reto com ângulo
áxio-gengival arredondado – no2143 ou 3145 até
0,5 mm e posteriormente com a no 3097. Chan-
frado - no 2143 ou 3145 até aproximadamente 0,3 mm
FIG. 11.12
e posteriormente a 3122 até 0,5 mm, definindo o
chanfrado; Preparo para coroa total metalocerâmica anterior durante
- característica do término cervical. O material res- o 8o passo - união das perfurações realizadas no 2o passo,
para preparo da face lingual.
taurador selecionado, terá uma influência muito
grande neste momento, preparos para porcelanas e
cerômeros exigem um término em ombro reto com
ângulo áxio-gengival arredondado – já estabelecido 9o Passo – Acabamento
pelas extremidade arredondadas das pontas no 2143
ou 3145. Preparos para próteses metalocerâmicas e Objetivo
metaloplasticas têm preferencialmente término em - arredondar as arestas áxiais e axio-incisais e definir a
chanfrado, que facilita o escoamento do cimento forma e o limite do término cervical, obtendo uma
durante a fixação, nestes casos a ponta diamantada linha contínua, definida e nítida;
cilíndrica com extremidade cônica no3122 definirá a
forma do término, após o uso das com extremidade Método
arredondada; - ponta diamantada recomendada: forma de chama
no3168F para a concavidade palatina e forma cilín-
8o Passo – Desgaste da concavidade lingual drica para as outras faces, sendo a 3097F – extremi-
dade plana, para términos em ombro reto com ân-
Objetivo gulo áxio-gengival arredondado e a no3122F – extre-
- desgastar a concavidade lingual acompanhando a midade cônica, para términos em chanfrado. As
anatomia do dente e respeitando a quantidade míni- pontas aqui utilizadas deverão ser utilizadas em bai-
ma de desgaste, recomendada para manter a rigidez xa rotação ou alta rotação em baixa velocidade, com
ou estética para o material selecionado; bastante irrigação;
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 253

- acabamento propriamente dito: este passo deve ser - D – Ângulos axiais e áxio-incisais arredondados;
utilizado para arredondar ângulos vivos e definir a - E – Separação do dente contíguo na área cervical
inclinação das paredes, de aproximadamente 2 a 6o de pelo menos 1,0 mm;
para a incisal – 1a inclinação e 5 a 10o para a segun- - F – Forma do término cervical, bem como a quanti-
da, bem como definir a concavidade palatina, além dade de desgaste, compatível com o material restau-
do objetivo maior que é a definição da forma e limi- rador selecionado;
te externo do término cervical. Área mais importan- - G – Linha de término cervical contínua, definida e
te deste passo, tal linha deve ser contínua, definida e nítida.
nítida (Figura 11.13);
Técnica de preparo para coroas totais
Características finais do preparo
posteriores – dentes bem posicionados no
- A – Mantém a silhueta da coroa clínica existente
previamente ao preparo; arco (técnica da silhueta – modificada)
- B – faces axiais, vestibular e proximais com inclina-
ção de aproximadamente 2 a 5o para a incisal – pri- O 1º Passo – Desgastes proximais (Figura 11.14)- bem
meira inclinação, e de 5 a 10o para a segunda; como o 2º Passo – Sulco marginal cervical (Figura 11.15)–
- C – terço médio cervical da face lingual, com incli- faces vestibular e lingual, têm os mesmos objetivos e devem
nação de aproximadamente 2 a 5o para a incisal ser feitos com os mesmos métodos sugeridos para os prepa-
compatível com a convergência vestibular e defini- ros totais para dentes anteriores, obviamente sem as perfu-
ção da concavidade lingual nos outros dois terços; rações feitas na face lingual.

FIG. 11.13
Preparo para coroa total metalocerâmica anterior concluído.

FIG. 11.14
Preparo para coroa total metalocerâmica posterior, após
conclusão do 1o passo - desgaste proximal.

FIG. 11.15
Posicionamento da ponta diamantada esférica, para exe-
cução do 2o passo - sulco de orientação cervical de um
preparo para coroa total metalocerâmica posterior.
254 PRÓTESE

3o Passo – Desgaste da face oclusal - quantidade de desgaste: aprofundar todo o diâmetro


da ponta diamantada durante a confecção dos sul-
Objetivo cos de orientação. Sendo área de muito esforço me-
- diminuir a altura da coroa clínica, favorecendo o cânico durante a mastigação, desgastar-se-á inde-
preparo dos terços médio e cervical das demais fa- pendente do material restaurador de 1,5 a 2,0 mm,
ces, eliminando quantidade suficiente de estrutura dependendo do comprimento da coroa clínica, da
dentária da face oclusal para prover ao material restau- existência ou não de tratamento endodôntico e da
rador que a recobrirá, rigidez durante a mastigação; necessidade estética – metais requerem uma menor
quantidade de desgaste que materiais estéticos;
Método - análise da quantidade de desgaste: também nesta
- ponta diamantada recomendada: a presente técnica fase o conhecimento do diâmetro da ponta diamanta-
tem por finalidade agilizar a etapa clínica, assim da utilizada favorece a medição do desgaste efetuado.
uma análise do comprimento da coroa clínica do
dente a ser preparado, indicará o uso da ponta cilín- 4º Passo – sulcos de orientação – faces vestibular
drica com extremidade arredondada no2143 – coroas e lingual
clínicas curtas ou a no 3145 – coroas clínicas longas,
ambas com 1,2 mm de diâmetro, em alta rotação e Objetivo
com bastante irrigação. O comprimento da ponta - confeccionar sulcos para a orientação da inclinação
ativa não tem relação com este passo, mas a escolha e profundidade de desgaste nas faces vestibular e
certa implica em não trocar pontas para realização lingual;
de passos futuros, conforme será visto;
- posicionamento da ponta diamantada: inicialmente Método
de maneira a fazer dois ou três sulcos de orientação - ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex-
no sentido vestíbulo-lingual seguindo a inclinação tremidade arredondada no2143 para coroas clínicas
das cúspides, para em seguida uni-los, com a mes- curtas ou no3145 para coroas clínicas longas – ambas
ma ponta posicionada obliquamente aos mesmos e com diâmetro de 1,2 mm, em alta rotação e com
de maneira a seguir a inclinação natural das cúspi- bastante irrigação. Neste momento a seleção da
des (Figura 11.16); ponta já terá sido feita;
- posicionamento da ponta diamantada quanto à dis-
posição dos sulcos nas faces: sugere-se fazer um
sulco no centro das faces dividindo-as em mesial e
distal, em seguida, um outro sulco na porção me-
sial orientará o desgaste desta primeira metade – a
mesial. Desta forma durante o preparo o operador
tem a referência da porção distal, não preparada,
para orientar-se quanto à quantidade e inclinação
do desgaste;
- posicionamento da ponta diamantada quanto à
inclinação: de aproximadamente 2 a 6o para a
oclusal, na altura do terço médio-cervical – área
de retenção friccional ou 1a inclinação do preparo
– e de aproximadamente 5 a 10o para a oclusal, na
altura do terço médio-oclusal ou 2a inclinação do
preparo. O desgaste deve seguir, sempre que pos-
sível a inclinação anatômica do dente mantendo
seus planos, porém prioriza-se o respeito às incli-
FIG. 11.16 nações descritas – principalmente para as áreas
Preparo para coroa total metalocerâmica posterior, duran- de retenção friccional de preparos que receberão
te o 3o passo - desgaste oclusal, após confecção de 3 sulcos próteses fixadas com cimento de zinco, não con-
de orientação, notar ponta diamantada obliquamente aos tando com a adesividade do material fixador. Tais
sulcos. inclinações são mais evidentes nas faces com cús-
pides funcionais: vestibular inferior e palatina su-
perior;
- quantidade de desgaste: sendo áreas de pouco esfor-
ço mecânico durante a mastigação, desgastar-se-á
apenas o necessário para prover rigidez e estética
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 255

ao(s) material(is) restaurador(es), ou seja: aproxima- ser contornada de maneira a possibilitar em um passo
damente 0,5 mm para metal e 1,5 mm para porcela- seguinte, uma extensão sub-gengival uniforme;
nas, cerômeros, metalocerâmicas e metaloplásticas; - Profundidade do desgaste mesial: compatível com
- análise do desgaste: também nesta fase o conheci- as necessidades de estética ou rigidez do material
mento do diâmetro da ponta diamantada utilizada, restaurador selecionado;
favorece a medição do desgaste efetuado.
6º Passo – Desgaste da metade distal
5º Passo – União dos sulcos de orientação e
preparo da face mesial - repete-se a seqüência citada para a metade mesial.
Sulcos de orientação – 4opasso e união dos mesmos
Objetivo – 5opasso. A Figura 11.18 mostra a conclusão desta
- unir os sulcos de orientação preparando a porção etapa.
mesial do dente, inclusive a face mesial;
7º Passo – Preparo subgengival – se necessário
Método
- ponta diamantada recomendada: mesma do passo Objetivo
anterior, em alta rotação e com bastante irrigação; - estender o preparo até aproximadamente 0,5 mm sub-
- posicionamento da ponta diamantada quanto à dis- gengival – para preparos com término cervical subgen-
posição: obliquamente aos sulcos de orientação, gival;
desgastando-se apenas o remanescente íntegro (Fi-
gura 11.17). Assim evita-se aumentar a quantidade Método
de desgaste cada vez que a ponta voltar ao sulco, o - pontas diamantadas recomendadas: cilíndrica com
que ocorre se a tentativa de união for feita com a extremidade arredondada no2143 para coroas clínicas
ponta diamantada posicionada paralelamente aos curtas ou no3145 para coroas clínicas longas – ambas
mesmos. É importante respeitar as inclinações obti- com diâmetro de 1,2 mm. Em baixa rotação, ou alta
das com os sulcos de orientação; rotação em baixa velocidade com bastante irrigação.
- inclinação e quantidade de desgaste: estas considera- Cilíndrica com extremidade plana no3097– para de-
ções são as mesmas do passo anterior – os sulcos como finição externa do limite cervical de términos em
o próprio nome diz, orientarão o desgaste neste passo; ombro com ângulo áxio-gengival arredondado ou
- preparo da face mesial: a finalidade do primeiro pas- cilíndrica com extremidade cônica no3122 – para
so - eliminar uma fatia das faces proximais, foi a de definição da forma e limite externo de términos em
possibilitar a passagem da ponta diamantada agora chanfrado;
em uso, assim neste momento define-se o preparo - posicionamento da ponta diamantada: seguindo a
desta face. Para isto, quando da opção por um térmi- inclinação das paredes do preparo, estendendo o
no cervical subgengival, a papila interdental, deverá desgaste até aproximadamente 0,5mm subgengival;

FIG. 11.17 FIG. 11.18


Preparo para coroa total metalocerâmica posterior durante Preparo para coroa total metalocerâmica posterior concluí-
o 5o passo, preparo da metade mesial - notar que o posicio- do – notar espaço obtido.
namento oblíquo da ponta impede o desgaste excessivo.
256 PRÓTESE

- seqüência de pontas diamantadas em função do chanfrado. As pontas aqui utilizadas deverão ser uti-
término selecionado: Ombro reto com ângulo áxio- lizadas em baixa rotação ou alta rotação em baixa
gengival arredondado – no2143 ou 3145 até 0,5 mm velocidade, com bastante irrigação;
e posteriormente com a no 3097. Chanfrado - no 2143 - acabamento propriamente dito: este passo é realiza-
ou 3145 até aproximadamente 0,3 mm e posterior- do para arredondar ângulos vivos e definir a 1ª e 2ª
mente a 3122 até 0,5 mm, definindo o chanfra- inclinação das paredes (Figura 11.19), além do obje-
do; tivo maior que é a definição da forma e limite exter-
- característica do término cervical. O material res- no do término cervical. Tal linha deve ser contínua,
taurador selecionado, terá uma influência muito definida e nítida, sendo uma área de grande impor-
grande neste momento, preparos para porcelanas e tância no preparo;
cerômeros exigem um término em ombro reto com
ângulo áxio-gengival arredondado – já estabelecido Características finais do preparo
pela extremidade arredondada das pontas no 2143 ou - A – Mantém a silhueta da coroa clínica existente
3145. Preparos para próteses metalocerâmicas e me- previamente ao preparo;
taloplásticas têm preferencialmente término em - B – faces axiais: vestibular, lingual e proximais com
chanfrado, que facilita o escoamento do cimento inclinação de aproximadamente 2 a 5o para a oclu-
durante a fixação. Nestes casos a ponta diamantada sal – primeira inclinação e de 5 a 10o para a Segun-
cilíndrica com extremidade cônica no3122 definirá a da. Com convergências compatíveis;
forma do término, após o uso das com extremidade - C – Ângulos axiais e áxio-oclusais arredondados
arredondada; - D – Separação do dente contíguo na área cervical
de pelo menos 1,0 mm;
8o Passo – Acabamento - E– Forma do término cervical, bem como a quanti-
dade de desgaste, compatível com o material restau-
Objetivo rador selecionado;
- arredondar as arestas axiais e áxio-oclusais e definir - F – Linha de término cervical contínua, definida e
a forma e o limite do término cervical, obtendo nítida.
uma linha contínua, definida e nítida;
OBS.: dentes com pouco ou nenhum remanescente de
Método coroa clínica necessitam ser reconstituídos com nú-
- ponta diamantada recomendada: cilíndrica, sendo a cleos intra-radiculares, cuja porção coronária terá a
3097F – extremidade plana, para términos em om- mesma característica mostrada para os preparos to-
bro reto com ângulo áxio-gengival arredondado e a tais de dentes anteriores ou posteriores, como mos-
no3122F – extremidade cônica, para términos em trado nas Figuras. 11.20, 11.21 e 11.22.

FIG. 11.19 FIG. 11.20


Preparo para coroa total metalocerâmica posterior concluído. Característica de preparo para coroa total metalocerâmica
- vista frontal - realizado em núcleo metálico fundido.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 257

FIG. 11.21 FIG. 11.22


Característica de preparo para coroa total metalocerâmica- Coroa metalocerâmica do dente 21 concluída.
vista incisal do modelo obtido após moldagem.

Preparo para coroas totais anteriores - D – Ângulos axiais e áxio-incisais ou áxio-oclusais


ou posteriores – dentes mal posicionados arredondados;
- E – Separação do dente contíguo na área cervical
no arco – considerações gerais
de pelo menos 1,0 mm;
- F – Forma do término cervical, bem como a quanti-
- Dentes girovertidos e/ou inclinados, ao serem prepa-
dade de desgaste, compatível com o material restau-
rados exigem mais atenção e alguns cuidados espe-
rador selecionado;
ciais. As características esperadas no final do preparo
- G – Linha de término cervical contínua, definida e
devem ser analisadas antes do início e reavaliadas
nítida.
durante todo o desgaste, evitando-se assim, desgastes
acentuados, desnecessários ou insuficientes. O pa-
ciente deve ser alertado que em função do mal posi-
Técnica de preparo para coroas totais
cionamento da coroa dentária, o desgaste atípico posteriores – dentes mal posicionados
pode, independente da vontade do cirurgião-dentista, no arco
provocar pulpite, seguida ou não de necrose pulpar,
dado à proximidade do desgaste com a polpa dental. 1º Passo – Desgastes proximais e adequação da
O profissional e/ou membros de sua equipe devem forma
estar igualmente preparados para um possível trata-
mento endodôntico de urgência. As características Objetivo
finais do preparo são elucidadas abaixo e uma suges- - Eliminar a convexidade da área proximal e adequar
tão técnica feita em seguida. a forma alterada – girovertida e/ou inclinada, para
uma morfologia semelhante à que teria o dente, se
Características finais do preparo estivesse bem posicionado no arco e em harmonia
- A – Restabelecer a silhueta da coroa clínica que se com os demais dentes;
deseja confeccionar; Método
- B – Para dentes anteriores - Inclinação das paredes - pontas diamantadas recomendadas: cônica longa nº
axiais vestibular e proximais de aproximadamente 2 3203, para as paredes axiais dos anteriores e poste-
a 5o para a incisal, na área de retenção friccional – riores e forma de chama nº 3168, para a concavidade
primeira inclinação e de 5 a 10o para a segunda; lingual dos anteriores. Ambas em alta rotação e
- C – Para dentes anteriores - Inclinação do terço com bastante irrigação;
cervical da face lingual de aproximadamente 2 a 5o - posicionamento das pontas diamantadas: a forma cô-
para a incisal, na área de retenção friccional e defi- nica da ponta nº 3203, quando posicionada paralela à
nição da concavidade nos outros dois terços; direção de inserção pretendida, promove um corte
- D – Para dentes posteriores - Inclinação das paredes com inclinação de 3o – convergente para a oclusal ou
axiais de aproximadamente 2 a 5o para a oclusal, na incisal. Em casos múltiplos o paralelismo entre os
área de retenção friccional – primeira inclinação e preparos deve ser iniciado já neste passo. A ponta
de 5 a 10o para a segunda; diamantada no 3168, quando requisitada, deverá cum-
258 PRÓTESE

prir o papel de adequar a forma da superfície lingual, entre indicar/contra-indicar uma extensa restauração direta
desgastando a parte girada, “em excesso”; em resina ou uma pequena restauração indireta fixada com
- proteção dos dentes vizinhos: recomenda-se a prote- materiais adesivos, havendo em algumas situações críticas,
ção dos dentes contíguos com porta matriz e matriz divergências entre profissionais às vezes com a mesma for-
de aço para amálgama; mação. O motivo é o grande número de fatores de risco
- separação entre os dentes: deve ser nítida e de apro- envolvidos no sucesso ou no insucesso destes trabalhos
ximadamente 1,0 mm na cervical. Sendo possível (Figura 11.23) – diretos ou indiretos, tais como: presença
ver, entre os dentes, uma faixa de tecido gengival de de hábitos parafuncionais, padrão muscular, esquema de
aproximadamente 1,0 mm; desoclusão, localização da área destruída, quantidade e
- análise do desgaste: uma observação por vestibular e qualidade das estruturas remanescentes, suscetibilidade à
por oclusal, permite verificar o desgaste feito, o mes- cárie, dificuldade técnica do preparo e/ou da fixação. As
mo estará completo quando houver o alinhamento experiências de cada profissional, levam à uma maior con-
entre as faces vestibular e lingual do dente desgasta- fiança em uma ou outra técnica, deve-se porém, diferen-
do e as mesmas faces dos dentes contíguos. ciar aquilo que acreditamos, daquilo que está cientifica-
mente comprovado.
Passos seguintes – adequada a forma, os demais passos Talvez no futuro através de acompanhamentos longi-
do preparo são os mesmos descritos anteriormente para tudinais poder-se-á definir entre uma ou outra, no mo-
dentes bem posicinados, ou seja do 2º ao 8º para posteriores mento entretanto dado ao custo de ambas o paciente deve
e do 2º ao 9º para anteriores. participar desta eleição e o papel social das restaurações
diretas não pode evidentemente ser desconsiderado. En-
PREPARO PARA COROAS PARCIAIS tretanto, optando-se por restaurações indiretas, teorica-
mente de maior longevidade para situações de extensa
destruição, abre-se nova discussão: a forma e a extensão
Preparo para coroas parciais do preparo. Restaurações parciais fixadas apenas por re-
posteriores (considerações gerais) tenção friccional, devem envolver toda a superfície oclu-
sal e ainda o terço oclusal da face vestibular ou palatina
Quanto à restauração de coroas clínicas parcialmente das cúspides funcionais, independentemente da área des-
destruídas, o aprimoramento dos materiais restauradores e truída. Desrespeitar este preceito pode implicar em fratu-
sistemas adesivos, bem como das propriedades mecânicas ra da área não preparada em função do efeito de cunha
dos compósitos, faz com que as resinas sejam a melhor gerado pela carga mastigatória, não justificando o risco.
opção para as restaurações inlays com envolvimento estéti- Restaurações parciais fixadas com materiais adesivos, nor-
co, sendo razoável então considerar desnecessário discutir malmente cerâmicas ou cerômeros, têm uma diferença
restaurações indiretas inlays dada à praticidade clínica no significativa, a união promovida pelo adesivo tende a
uso de materiais restauradores diretos. Resta entretanto dis- aproximar as partes, minimizando ou talvez eliminando o
cutir o preparo para restaurações indiretas daqueles dentes efeito de cunha, com tendência à formação de um corpo
com destruição parcial extensa, para os quais estarão con- único, permitindo assim o preparo de apenas parte da
tra-indicados os diretos. É fato que não há um limite exato estrutura dentária (Figuras 11.24 a 11.26).

FIG. 11.23 FIG. 11.24


Fratura da cúspide distolingual do dente 46, então restau- Preparo para restauração em porcelana com proteção ape-
rado com restauração direta. nas da cúspide vestíbulo-distal - extensamente destruída.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 259

Embora isto represente conservação da estrutura dentária, Técnica de preparo para coroa parcial
o preparo torna-se complexo do ponto de vista técnico. Quan- mod (silhueta modificada)
do confiar em uma parede de dentina e esmalte?, qual a espes-
sura mínima para a mesma? e até onde estender o preparo para 1º Passo – Desgastes proximais
obter retenção e estabilidade?, são perguntas difíceis de respon-
der com precisão e uma opção errada pode significar o fracasso Objetivo
da restauração. Por hora é recomendado inicialmente a remo- - eliminar a convexidade da área proximal – corte em
ção de todo o tecido cariado ou regularização de toda a parte fatia, promovendo a separação com o(s) dente(s)
fraturada, em seguida uma reparação com adesivo e resina contíguos;
reforçam o remanescente sadio e favorece o preparo, os chama-
dos núcleos de preenchimento são particularmente interessan- Método
tes para dentes tratados endodonticamente. Assim restabelece- - Ponta diamantada recomendada: cônica longa n.º 3203.
se a forma previamente ao preparo do remanescente, obviamen- Em alta rotação e com bastante irrigação;
te todo o término cervical será em tecido dentário. As cúspides - posicionamento da ponta diamantada: paralela à di-
afetadas, receberão preparo onlay, com término em ombro reção de inserção pretendida. A forma cônica da
com o ângulo áxio-gengival arredondado, uma caixa oclusal é ponta utilizada, promove um corte com inclinação
então confeccionada com profundidade de aproximadamente de 3o – convergente para a oclusal;
1,5 mm e largura vestíbulo-lingual de 2,0 mm (aproximadamen- - recomenda-se a proteção do dente contíguo com
te 1/3 da distância V-L), com paredes expulsivas – divergendes porta matriz e matriz de aço para amálgama;
para a oclusal – inclinação não maior que 10o. A técnica sugerida - separação entre os dentes: deve ser nítida e de
a seguir, para coroas parciais MOD seria a complexidade máxi- aproximadamente 1,0 mm na cervical. Sendo
ma deste tipo de preparo, devendo para as restaurações estéticas possível ver entre os dentes uma faixa de tecido
ser diminuído nas áreas que apresentem espessura mínima de 1,5 gengival de aproximadamente 1,0 mm (Figura
mm de paredes com esmalte e dentina – nestas apenas a caixa 11.27);
oclusal será feita, como se fosse uma parede expulsiva de uma - durante o corte deve-se preservar por razões estéti-
restauração inlay (Figura 11.24 a 11.26). cas, o máximo da face vestibular.

FIG. 11.26
Vista oclusal após fixação de restauração em porcelana
com materiais adesivos.

FIG. 11.25
Restauração em porcelana com proteção apenas da cúspi-
de vestíbulo-distal - extensamente destruída.
260 PRÓTESE

FIG. 11.27
Preparo para coroa parcial MOD em porcelana pura, após
conclusão do 1o passo - separação cervical.

2o Passo – Desgaste da face oclusal e terço médio muito esforço mecânico durante a mastigação, des-
oclusal das paredes axiais das cúspides funcio- gastar-se-á independente do material restaurador de
nais e lingual inferior 1,5 a 2,0 mm, dependendo do comprimento da co-
roa clínica e da existência ou não de tratamento
Objetivos endodôntico. Para o terço oclusal da face lingual de
- 1 - confeccionar sulcos para orientação da profundi- dentes inferiores: 1,0 a 1,5 mm quando o preparo é
dade de desgaste na face oclusal, terço oclusal das para restaurações em porcelana ou cerômeros e 0,7 mm
cúspides funcionais, para dentes superiores e infe- quando o preparo é para restaurações metálicas.
riores e ainda o terço oclusal da face lingual dos - Aumento da área de retenção friccional: próteses
dentes inferiores; fixadas com cimento de Zinco, em dentes inferio-
- 2 - unir os sulcos de orientação, eliminando quantida- res, além da cúspide funcional deve-se fazer sulcos
de suficiente de estrutura dentária da face oclusal, no terço médio oclusal da face lingual, aumentando
provendo ao material restaurador que a recobrirá rigi- a resistência e a retenção da restauração. Para o arco
dez, durante a mastigação e estética se necessário. superior devido ao risco de comprometimento esté-
tico, evita-se o desgaste da cúspide não funcional -
Método vestibular, mesmo para restaurações em porcelana;
- Ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex-
tremidade arredondada n.º 2143 de 1,2 mm de diâ- 3º Passo – abertura das caixas – oclusal e
metro. Em alta rotação e com bastante irrigação; proximais
- posicionamento da ponta diamantada - a: na super-
fície oclusal o desgaste será feito acompanhando os Objetivo
planos inclinados das cúspides. No terço oclusal das - abrir caixa oclusal e caixas proximais – mesial e dis-
paredes axiais, o limite do desgaste deve ser o tres- tal, cujas paredes axiais auxiliem na retenção e
passe vertical da cúspide do dente antagonista, defi- estabilização das coroas parciais durante a mastiga-
nindo-se uma inclinação de paredes de 2 a 6o para ção, impedindo seu deslocamento. A caixa oclusal
trabalhos que dependem da retenção friccional e permite aumentar a espessura da restauração em
aceitando-se um máximo de 10o para as fixadas com área de grande esforço mastigatório;
material adesivo;
- posicionamento da ponta diamantada - b: inicial- Método
mente de maneira a fazer dois ou três sulcos de - pontas diamantadas recomendadas: tronco cônica
orientação no sentido vestíbulo-lingual seguindo as no 2131, para pré-molares e no 3131, para molares;
inclinações sugeridas, para em seguida uni-los, com - posicionamento da ponta diamantada para a caixa
a mesma ponta posicionada obliquamente aos mes- oclusal: paralela à direção de inserção pretendida, de
mos e de maneira a seguir a inclinação e a profundi- modo a permitir a abertura de caixa oclusal no sulco
dade dos sulcos (Figura 11.28); principal – mésio-distal, seguindo o contorno das cús-
- quantidade de desgaste: para a face oclusal e terço pides (Figura 11.29). O desgaste assemelha-se em pro-
médio oclusal das cúspides funcionais, aprofundar fundidade à uma classe I para amálgama (1,0 mm),
todo o diâmetro da ponta diamantada durante a porém, ao contrário daquela, suas paredes axiais
confecção dos sulcos de orientação; sendo área de deverão apresentar-se expulsivas para a oclusal; a
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 261

inclinação destas paredes é de 2 a 5o, para preparos - paredes vestibular e lingual divergentes no sentido
que dependem da retenção friccional para manter cérvico-oclusal;
a prótese e de aproximadamente 10o para aqueles - parede pulpar plana;
que receberão próteses fixadas por materiais ade- - profundidade de aproximadamente 1 mm e istmo de
sivos. aproximadamente 1/3 da distância V-L do dente
- posicionamento da ponta diamantada para as caixas - característica das caixas proximais após o desgaste :
proximais: paralela à direção de inserção pretendi- - paredes vestibular e lingual divergentes no sentido cérvi-
da, de modo a permitir a abertura de caixas proxi- co-oclusal e expulsivas em direção ao dente contíguo.
mais com istmo semelhante ao da caixa oclusal - - paredes axiais (mesial e distal) convergentes no sen-
largura de aproximadamente 1/3 da distância V-L tido cérvico-oclusal.
(Figura 11.30). - paredes gengivais planas, paralelas à pulpar e de 0,5
- característica da caixa oclusal após o desgaste: a 1,0 mm aquém da margem gengival.

FIG. 11.28
Preparo para coroa parcial MOD em porcelana pura, du-
rante o desgaste da face oclusal - 2o passo - notar ponta
diamantada obliquamente aos sulcos de orientação.

FIG. 11.29
Preparo para coroa parcial MOD em porcelana pura, du-
rante a confecção da caixa oclusal em molar - largura de
aproximadamente 1/3 da distância vestíbulo-lingual.

FIG. 11.30
Vista lingual de preparo para coroa parcial MOD em porce-
lana pura, durante confecção de caixa proximal.
262 PRÓTESE

4º Passo – União das faces preparadas 5º Passo – Acabamento

Objetivo Objetivo
- unir os preparos das faces proximais, oclusal e terço
oclusal das cúspides funcionais e lingual inferior de- - definir a forma e o limite do término cervical, obtendo
limitando uma linha de término cervical tortuosa, uma linha tortuosa, porém contínua, definida e nítida,
porém contínua, definida e nítida; além de arredondar todos os ângulos diedros e triedros
entre as faces, planificar as paredes pulpar e gengival e
Método assegurar a correta inclinação das paredes preparadas;
- pontas diamantadas recomendadas: cilíndricas
com extremidade arredondada no 2143 - para a Método
união propriamente dita e as seguintes pontas dia- - pontas diamantadas recomendadas: cilíndrica com
mantadas para a definição da forma do término extremidade cônica no3122F, para obtenção de tér-
cervical: no 3097 - cilíndrica de extremidade pla- minos em chanfrado e ponta diamantada cilíndrica
na, para términos cervicais tipo ombro reto com com extremidade plana no 3097F, para términos em
ângulo áxio-gengival arredondado e no 3122 - cilín- ombro com ângulo áxio-gengival arredondado; am-
drica de extremidade cônica, para términos cervi- bas em baixa rotação ou alta rotação em baixa velo-
cais em chanfrado. A ponta no 3131 pode ser bas- cidade, com bastante irrigação;
tante útil para preparos mais acentuados - porce- - posicionamento das pontas diamantadas: o acaba-
lana e cerômero enquanto a 2214, de apenas 1,0 mm mento é efetuado em todas as arestas superficiais do
de diâmetro e com extremidade ogival pode ser término cervical nas faces vestibular, lingual e proxi-
útil para preparos para coroas parciais metálicas mal;
na definição do término externamente às caixas - acabamento propriamente dito: neste passo deve-se
proximais; reafirmar a inclinação das paredes, principalmente as
- posicionamento das pontas diamantadas nas proxi- da caixa oclusal e o terço médio oclusal das cúspides
mais: paralela à direção de inserção pretendida, ape- funcionais e lingual inferior, assim como as das cai-
nas definindo o término; xas proximais. Tal procedimento é particularmente
- posicionamento das pontas diamantadas nas áreas importante para preparos de próteses cuja retenção e
de proteção de cúspide – terço oclusal das cúspi- estabilidade são dependentes da área de retenção
des funcionais e lingual inferior: deve-se promo- friccional. Nestes casos sugere-se uma inclinação de
ver a união desta área anteriormente desgastada aproximadamente 2 a 6o. Restaurações fixadas com
com o desgaste da face proximal, contornando o materiais adesivos, são menos sensíveis a estas conver-
terço oclusal da cúspide no sentido vestíbulo-pro- gências, por segurança entretanto, suas paredes não
ximal, com convergência equivalente à direção devem apresentar inclinação maior 10o;
de inserção requerida, não permitindo o apareci- - término cervical: também devem ser reafirmados e
mento de áreas retentivas. Para os casos superio- definidos a forma e o limite do término cervical,
res, quando o terço oclusal das cúspides não fun- obtendo-se uma linha externa tortuosa, porém con-
cionais – vestibulares, não foram preparados, tínua, definida e nítida (Figura 11.31).
deve-se apenas arredondar o ângulo agudo na
junção das faces;
- característica do término cervical: para preparos de
restaurações em porcelana ou cerômero, recomen-
da-se um término em ombro com ângulo áxio-gen-
gival arredondado. Para preparos de restaurações
parciais metálicas, recomenda-se um término cervi-
cal em chanfrado. É importante enfatizar que para
as restaurações em porcelana ou cerômero a própria
caixa define o término, restando apenas unir as fa-
ces no terço oclusal, enquanto nas metálicas o tér-
mino cervical em chanfrado estende-se externamen-
te à caixa proximal;
- extensão cervical do término na proximal: ideal-
mente supra-gengival, caso a cárie ou a fratura este-
ja subgengival o preparo poderá estender-se até 0,5 mm, FIG. 11.31
profundidade maior implica em necessidade de Vista oclusal de preparo para coroa parcial MOD em porcelana
cirurgia periodontal; pura concluído.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 263

ombro com ângulo áxio-gengival arredondado para


Característica do preparo da coroa cerômeros ou porcelana.
parcial mésio-ocluso-distal (overlay)
Preparo para coroas parciais
a - ângulos diedros e triedros arredondados; anteriores (considerações gerais)
b - arestas áxio-pulpares mesial e distal arredondadas;
c - paredes pulpar e gengivais, planas e perpendicula- As facetas de porcelana ou cerômero estão indicadas
res à direção de inserção pretendida; de maneira genérica para dentes que apresentam altera-
d - paredes axiais das caixas proximais - mesial e distal, ção de cor, forma ou posição, e que podem ser restaura-
convergentes para oclusal no sentido cérvico-oclusal; dos tendo apenas as faces vestibular ou palatina envolvi-
e - paredes vestibular e lingual das caixas proximais das (Figuras 11.32, 11.33 e 11.34). Não há dados científicos
expulsivas no sentido cérvico-oclusal e também no disponíveis para defender um determinado tipo de pre-
sentido do dente contíguo; paro: Alguns clínicos são de escolas que defendem pou-
f - paredes vestibular e lingual da caixa oclusal expul- ca ou nenhuma redução dentária, ao passo que outros
sivas no sentido cérvico-oclusal; indicam um preparo em chanfrado profundo na face ves-
g - término cervical tortuoso, contínuo e nítido, com tibular.
forma de chanfrado ou chanferete para metal e em

FIG. 11.32
Vista frontal de incisivos centrais - queixa principal estética.

FIG. 11.33
Vista frontal de preparos para facetas em porcelana.

FIG. 11.34
Vista frontal após conclusão do caso - facetas em porcela-
na para os dentes 11 e 21.
264 PRÓTESE

Cada caso específico requer um tipo de preparo e isto 2. Extensão Interproximal: Dois princípios básicos de-
deve ser decidido individualmente. A decisão de reduzir ou vem ser observados no preparo destas superfícies:
não o esmalte dentário depende de fatores biológicos e técni- preservar as áreas de contato ou colocar as margens
cos: estética; relativa posição dentária; cor do dente; idade; além das áreas visíveis. O preparo ou não da área de
fator psicológico; susceptibilidade à doença periodontal. contato depende apenas de fatores clínicos e não
Generalizando, em relação ao desgaste, a quantidade neces- laboratoriais. É preferível preservar a área de conta-
sária de redução do esmalte, baseado nas necessidades técni- to, se as circunstâncias clínicas permitirem.
cas, é entre 0,3 a 0,6 mm ou cerca da metade da espessura Entretanto, como previamente notado, certas circuns-
de esmalte disponível. O preparo dentário para facetas de tâncias ocorrem onde a área de contato proximal tem
porcelana pode ser classificado em função da profundidade e de ser preparada, como pequenas lesões de cárie proxi-
da extensão. Quanto à profundidade do preparo: sem desgas- mal, restaurações velhas de compósitos e ângulos fra-
te dental, desgaste em esmalte e desgaste em esmalte/denti- turados. Nestes casos é imperativo ir além da área visí-
na; quanto à extensão da faceta: total – quando recobre toda vel, que deve ser determinada tanto por uma vista
a face vestibular e total com recobrimento incisal – quando frontal como lateral – regra especialmente importante
restaura toda a face vestibular incluindo redução do bordo quando a cor do dente difere bastante da faceta a ser
incisal e terço incisal da face palatina; confeccionada. Em geral não é necessário destruir a
A profundidade do preparo é determinada pela altera- área de contato, apenas separar o dente com tiras de
ção de cor, extensão de restaurações antigas de resina com- lixa para facilitar o ato da moldagem. Outras circuns-
posta e posição do dente no arco dental. A faceta de porcela- tâncias clínicas, tais como diastemas ou alterações da
na pode ser confeccionada sobre um dente sem necessidade forma ou da posição de um grupo de dentes, podem
de desgaste quando este não apresentar alteração de cor e exigir preparos específicos para a área de contato com
estiver posicionado para lingual; desgaste em esmalte, quan- a margem colocada em uma direção lingual.
do houver discreta alteração de cor e com desgaste em es- 3. Extensão cervical: É altamente desaconselhável po-
malte/dentina quando houver severa alteração de cor ou esti- sicionar as margens profundamente no sulco gengi-
ver vestibularizado. Quanto ao envolvimento da face vestibu- val, as facetas geralmente permitem margens supra-
lar – extensão da faceta, preparo total, permite minimizar o gengivais invisíveis (devido a suas propriedades ópti-
desgaste de tecido dental hígido, preservar a função incisal e cas) e mantêm um bom perfil de emergência. Esta
palatina, o que é interessante nos dentes ântero-superiores, margem será justa-gengival ou levemente subgengi-
pois protege as facetas de carga oclusal significativa, além de val. Qualquer alteração exacerbada na cor do dente,
apresentar boa resistência à fratura. O preparo total com reco- implica em localização da margem cervical em
brimento do bordo incisal estará indicado naquelas situações uma posição levemente subgengival. A margem não
em que um defeito na região incisal está presente comprome- deve ser situada mais do que 0,5 mm subgengival, já
tendo mecanicamente ou esteticamente essa área, quando que além desta profundidade a adesão torna-se ex-
houver necessidade de realizar alongamento dental ou quan- tremamente desafiadora, senão impossível.
do for necessário obter uma transparência mais natural na 4. Modificação incisal. Em razão da maior incidência
borda incisal. Durante o preparo a redução do esmalte deve de fraturas quando a margem fica localizada na cris-
ser considerada em relação a cinco aspectos distintos descritos ta incisal, a cobertura completa desta é o procedi-
a seguir: mento de escolha para quase todos os casos, embora
haja relato de maior resistência quando a porcelana
1. Redução vestibular: O preparo vestibular deve não atingia a borda incisal. Este procedimento ofe-
abranger a quantidade de redução necessária para rece várias vantagens: restringe fraturas de ângulos;
facilitar a colocação de uma restauração estética. melhora as propriedades estéticas das facetas; ofere-
Deve estar em esmalte sempre que possível e mais ce espaço para alterar a forma e posição dental; pos-
especificamente em todas as áreas marginais para sibilita ajustar a oclusão e posicionar a margem fora
assegurar um adequado selamento, pequenas áreas da área de impacto oclusal. A redução incisal deve
de dentina podem ser expostas e isto não é crítico se prover uma camada de cerâmica de pelo menos
as margens permanecerem em esmalte. O preparo 1 mm de espessura. Uma camada mais espessa do
uniforme do esmalte deve resultar em uma redução que 1,5 a 2,0 mm deve ser usada para caninos e
tecidual média de 0,5 mm. Não se recomenda des- incisivos inferiores.
gaste menor que 0,3 mm – dado à dificuldade técni- 5. Superfícies linguais. Em dentes com a borda incisal
ca laboratorial. Pode-se, em casos mais extremos de comprometida por resinas antigas, fraturas ou cárie,
descoloração, aumentar a redução para 0,7 a 0,8 mm, indica-se uma variação do preparo. Na face lingual
para reduzir o efeito de escurecimento apresentado é executado um degrau (ombro) em toda a extensão
– alteração na cor do dente causada por ingestão de da face. A extensão do preparo lingual depende da
antibióticos ou por doenças tais como a fluorose ou situação clínica em particular. A margem lingual
dentinogênese imperfeita. deve estar localizada longe da área de impacto.
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 265

Considerações sobre facetas laminadas bas com diâmetro de 1,2 mm. Em alta rotação e
linguais com bastante irrigação;
- posicionamento da ponta diamantada: ligeiramente
A adição lingual de “esmalte artificial” por meio de aquém da área de contato proximal;
facetas metálicas ou estéticas, embora menos comum, pode - inclinação da ponta diamantada: com convergência
ser utilizada. Estas adições podem ser configuradas de vá- para a incisal, tanto no sentido vestíbulo-lingual
rias formas, dependendo de seus propósitos. Nos caninos, como mesiodistal, mas paralela à direção de inser-
por exemplo, parece particularmente adequado para resta- ção pretendida;
belecer uma desoclusão canina. Neste caso, o preparo pode - extensão do desgaste: O ponto de contato interproxi-
ser uma simples redução superficial. Acompanhando este mal com o dente vizinho deve preferencialmente
mesmo raciocínio, facetas de porcelana também podem ser ser mantido, com exceção daqueles dentes que
indicadas para a restauração e restabelecimento de guia apresentam acentuada alteração de cor. Neste caso
anterior. Também são utilizadas em casos de perda de es- é importante realizar um desgaste em direção à face
trutura, por bruxismo, perimólise ou cáries. Nesta situação, palatina na área de contato interproximal (Figura
o preparo consiste apenas em regularizar os ângulos margi- 11.35). Após o desgaste sugerido, o contato proximal
nais. Normalmente não há necessidade de desgaste dental deverá ser rompido com tiras de lixa para amálga-
para criar espaço ao material restaurador. ma, possibilitando a moldagem e otimizando o tra-
balho técnico. Com estes cuidados consegue-se “es-
Técnicas de preparo para coroas parciais conder” a interface de transição entre a faceta e o
anteriores (silhueta modificada) dente quando esse for observado por um ângulo la-
teral. Freqüentemente, o profissional se concentra
Inicialmente determina-se a profundidade (sem prepa- apenas na visualização da restauração em um único
ro, preparo em esmalte ou em esmalte/dentina) e a exten- ângulo de observação – geralmente frontal, compro-
são da face a ser preparada (total ou total com recobrimen- metendo a aparência estética final, pois poderá per-
to do bordo incisal). Obviamente a técnica sugerida a se- mitir a visualização do contraste de cor existente
guir pode ser adequada frente a uma situação clínica espe- entre um dente escurecido e o material restaurador,
cífica, conforme informações anteriores. principalmente a partir de uma visualização lateral.
- Profundidade axial do desgaste: metade da ponta
1O Passo – Sulco de orientação cervical diamantada se o contato proximal for mantido em
esmalte – aproximadamente 0,7 mm e toda sua pro-
Objetivo fundidade se a opção for invadir a área de contato –
- confeccionar o sulco de orientação cervical na face aproximadamente 1,2 mm. Neste último caso, prote-
que receberá a faceta; ger o dente vizinho com o porta-matriz e matriz
para amálgama. Apesar da profundidade do desgas-
Método te, normalmente ele ocorre apenas em esmalte;
- ponta diamantada recomendada: esférica no 1014.
Em alta rotação e com bastante irrigação;
- posicionamento da ponta diamantada: inclinada
em aproximadamente 45 graus para vestibular.
Confecciona-se uma canaleta cervical, de mesial
para distal, próximo à margem gengival, com pro-
fundidade de 0,3 mm a 0,7 mm, dependendo do
planejamento;

2O Passo – Definição das margens proximais

Objetivo
- demarcar o contorno proximal da restauração de acor-
do com os requisitos estéticos e funcionais da mesma,
podendo preferencialmente ser mantido o ponto de
contato em esmalte, mas não necessariamente;

Método FIG. 11.35


- ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex- Preparo para faceta laminada em porcelana - vista frontal
tremidade arredondada no 2143 para coroas clínicas durante o 2o passo, definição das margens proximais. Notar
curtas ou no 3145 para coroas clínicas longas – am- sulco cervical concluído.
266 PRÓTESE

3O Passo – Redução vestibular - posicionamento da ponta diamantada frente à incli-


nação: aproximadamente 2 a 6o para a incisal no
Objetivo terço médio e cervical, área de 1a inclinação e de
- confeccionar sulcos para a orientação da inclinação aproximadamente 5 a 10o no terço médio e incisal
e profundidade de desgaste na face vestibular e exe- ou 2a inclinação da face; sempre que possível a in-
cutar o desgaste então sugerido; clinação anatômica do dente deve ser seguida, man-
tendo seus planos, porém deve-se priorizar o respei-
Método to às inclinações descritas;
- ponta diamantada recomendada: cilíndrica com ex- - profundidade axial do desgaste: como já mencio-
tremidade arredondada no 2143 para coroas clínicas nado dependerá do planejamento feito variando
curtas ou no 3145 para coroas clínicas longas – am- de 0,3 a 0,7 mm, quando sem envolvimento seve-
bas com diâmetro de 1,2 mm. Em alta rotação e ro de cor e de 0,7 a 1,0 quando com envolvimento
com bastante irrigação; acentuado de cor, ou para os casos de adequação
- disposição dos sulcos de orientação na face: sugere- da forma da face, a quantidade necessária para
se fazer um sulco no centro das face dividindo-a em isto;
porção mesial e distal, em seguida, outros dois sul- - durante a união dos sulcos de orientação a ponta
cos, um na metade mesial e outro na distal devem deve estar posicionada obliquamente aos mesmos,
ser confeccionados (Figura 11.36), facilitando então facilitando o procedimento sem aumentar a quanti-
o desgaste da face, feito em seguida (Figura 11.37); dade de desgaste.

FIG. 11.36 FIG. 11.37


Vista incisal durante preparo para faceta laminada em Preparo para faceta laminada em porcelana durante a
porcelana - notar sulcos de orientação confeccionados na união dos sulcos de orientação vestibulares - notar posicio-
face vestibular, 3o passo. namento oblíquo da ponta diamantada.

4O Passo – Preparo da face incisal – se necessário a fazer dois ou três sulcos de orientação, no sentido
- preparos totais com recobrimento incisal vestíbulo-lingual, para em seguida uni-los, com a
mesma ponta posicionada obliquamente aos mes-
Objetivo mos – inclinação para palatino em dentes superio-
- diminuir a altura da coroa clínica, eliminando quan- res e para vestibular em dentes inferiores;
tidade suficiente de estrutura dentária da face incisal, - quantidade de desgaste: 1,5 mm – obtido inicial-
provendo ao material restaurador que a recobrirá, es- mente com os sulcos de orientação e posteriormen-
tética e rigidez durante a incisão ou mastigação dos te com a união dos mesmos;
alimentos, respectivamente guias anterior e canina;
5O Passo – Preparo do terço incisal da face
Método lingual
- ponta diamantada recomendada: a mesma utilizada
no passo anterior. Em alta rotação e com bastante Objetivo
irrigação; - preparar parte da superfície lingual, próximo à inci-
- posicionamento da ponta diamantada: seguindo a sal, possibilitando o recobrimento desta área com o
inclinação natural da face. Inicialmente de maneira material restaurador;
PREPAROS PARA ELEMENTOS UNITÁRIOS 267

Método mum às facetas que se estendem na face proximal,


- Pontas diamantadas recomendadas: esférica dia- deve contribuir para o sucesso destas restaurações,
mantada no 1014, delimitando a extensão lingual porém acompanhamentos longitudinais deverão
desejada. Cilíndrica com extremidade arredondada confirmar cientificamente esta colocação;
no 2143, completando o desgaste; - término cervical: ainda com a ponta diamantada no
- posicionamento das pontas diamantadas: quanto a 3122F define-se a localização do término cervical
esférica no 1014 é de 45o em relação ao longo eixo do em forma de chanfrado. Este deve ficar situado, de
dente, lembrando que a área de impacto oclusal preferência supragengival, para favorecer a etapa de
deverá estar distante da junção esmalte/restauração; acabamento/polimento da restauração e higieniza-
e da cilíndrica com extremidade arredondada no ção pelo paciente. Entretanto, dependendo da exi-
2143, paralela à direção de inserção regularizando o gência estética e da linha do sorriso e principalmen-
desgaste e envolvendo os terços mesial e distal da te em dentes com acentuada alteração de cor, o
face incisal (Figura 11.38 e 11.39); limite cervical deve ser posicionado de 0,2 a 0,5mm
subgengival; sempre obtendo uma linha tortuosa, po-
6O Passo – Acabamento rém contínua, definida e nítida (Figuras 11.39 e 11.40);

Objetivo Características do Preparo


- arredondar as arestas axiais e axio-incisais e definir a - desgaste vestibular respeitando a anatomia da face, a
forma e o limite do término cervical, obtendo uma não ser que o dente esteja em posição desfavorável,
linha de término tortuosa, porém contínua, definida necessitando maior ou menor desgaste;
e nítida; - término cervical em forma de chanfrado, com pro-
fundidade axial aproximada de 0,7mm;
Método - término cervical de preferência supragengival ou
- ponta diamantada recomendada: cilíndrica com 0,2 mm a 0,5 mm subgengival nos casos de dentes
ponta cônica no 3122F, em baixa rotação ou em alta escurecidos;
rotação com baixa velocidade e bastante irrigação; - áreas de contato preferencialmente preservadas,
- acabamento propriamente dito: neste passo deve-se mas não necessariamente;
arredondar os ângulos áxio-incisais e reafirmar a in- - término cervical em forma de chanfrado, obtendo-
clinação das paredes confirmando a direção de in- se uma linha de término tortuosa, porém contínua,
serção da faceta. Alguma retenção friccional, co- definida e nítida;

FIG. 11.38 FIG. 11.39


Preparo para faceta laminada em porcelana, vista lingual Vista lingual de preparo para faceta laminada em porcela-
durante o preparo do terço incisal da face lingual. na, após conclusão.
268 PRÓTESE

FIG. 11.40
Vista frontal de preparo para faceta laminada em porcela-
na, após conclusão.

Agradecimentos
Dada a complexidade dos trabalhos realizados cabe ressaltar a participação de alguns colegas que merecem agradecimentos
especiais: Prof. Dr. Célio Jesus do Prado, Profª. Dra. Marlete Ribeiro da Silva, Profª. Cristina Guimarães Siqueira, Prof. Dr. Carlos José
Soares, CD Gustavo Mendonça (mestrando), CD Reuter Ferreira da Silva (mestrando) CD Paulo Cézar Simamoto Júnior (Aluno do
curso de Especialização em Prótese Fixa) e laboratório Odontofix (Ribeirão Preto, SP).

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