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Sacramentos da Igreja Católica

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que os sacramentos são um encontro


pessoal com Cristo, este encontro é, no fundo, o sacramento original, eles são sinais sensíveis
e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é
concedida a vida divina. São sete os sacramentos: batismo, confirmação – crisma, Eucaristia,
penitência – confissão, unção dos enfermos, ordem e matrimônio, todos eles estão ordenados
para a Eucaristia, como para o seu fim, segundo santo Tomás de Aquino.
A partir do CIC os sacramentos são categorizados em três formas. 1) Sacramentos da
iniciação cristã (batismo, confirmação – crisma e Eucaristia); 2) Sacramentos de cura
(penitência – confissão, unção dos enfermos); 3) Sacramentos a serviço da comunhão e da
missão (ordem e matrimônio).
Muitos pensam que os sacramentos em geral são obras eclesiásticas, ou seja, os
sacramentos são "invenções" da Igreja. Isso não é verdade, os sacramentos são sem sombra
de dúvidas criadas por Jesus Cristo, o próprio Deus Encarnado.

Batismo
Os sacramentos de iniciação cristã lançam os alicerces da vida cristã: os fiéis,
renascidos pelo batismo, são fortalecidos pela confirmação e alimentados pela Eucaristia. O
primeiro dos sacramentos de iniciação cristã é o batismo, ele é o caminho do reino da morte
para a vida, a porta da Igreja e o começo de uma comunhão duradoura com Deus. Nesse
sacramento o homem une-se a Cristo, pois ele é uma aliança com Deus, e a condição prévia
para receber os outros.
No Antigo Testamento encontram-se várias prefigurações do batismo: a água, fonte de
vida e de morte; a arca de Noé, que salva por meio da água; a passagem do Mar Vermelho,
que liberta Israel da escravidão do Egito; a travessia do Jordão, que introduz Israel na Terra
Prometida, imagem da vida eterna. O próprio Jesus Cristo se fez batizar por João Batista, no
Jordão: na cruz, do seu lado trespassado, derramou Sangue e Água, sinais do batismo e da
Eucaristia, e depois da Ressurreição confia aos apóstolos esta missão: «Ide e ensinai todos os
povos, batizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19-20). A Igreja,
desde do o dia de Pentecostes, administra o batismo a quem crê em Jesus Cristo.
Batizar significa imergir na água.  O batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge
com Ele como nova criatura (II Cor 5,17). Por isso este [batismo] também é chamado banho da
regeneração e da renovação no Espírito Santo (cf. Tt 3,5) e iluminação, porque o batizado se
torna filho da luz (cf. Ef 5, 8). Porque tendo nascido com o pecado original, ele tem
necessidade de ser libertado do poder do maligno e de ser transferido para o reino da liberdade
dos filhos de Deus.
Entre os efeitos do batismo se destacam o perdão do pecado original e de todos os
pecados pessoais e as penas devidas ao pecado, fazendo o homem participar na vida divina
trinitária mediante a graça santificante, confere as virtudes teologais – fé, esperança, caridade
e os dons do Espírito Santo. Por fim, o batizado pertence para sempre a Cristo. É um dom que
nos torna filhos amados, e não apenas simples criaturas. Nos torna capazes de receber os
outros Sacramentos.
O Batismo é o sacramento da comunhão de todos no Cristo. É isso que nos diz São
Paulo: "Pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo. Não há mais
diferenças entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos
vocês são um só em Jesus Cristo" (Gl 3, 27-28)
Jesus instituiu o Batismo logo no início da sua pregação, quando entrou no rio Jordão
para ser batizado por São João Batista. O Batismo de João não era um Sacramento. Só
quando Jesus santifica as águas do Jordão com sua presença e que a voz do Pai se faz ouvir:
"Este é meu Filho bem amado, em quem pus minhas complacências", e que o Espírito Santo
aparece sob a forma de uma pomba (foi então uma visão da Santíssima Trindade), é que fica
instituído o Batismo.
Essa instituição será confirmada por Jesus quando Ele diz a seus Apóstolos: "Ide e
ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28,
19) Leia na Bíblia, no Evangelho de São Mateus, o Capítulo 3, Versículo 13.
Atos 2, 38-39: "Disse-lhes Pedro: 'Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo. A
promessa diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos que estão longe - a tantos quantos
Deus nosso Senhor chamar'." E também outras passagens. (ver Atos 16, 15; Atos 16, 33; Atos
18, 8; 1Coríntios 1, 16)
O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em
derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, sendo capaz de receber o batismo toda pessoa ainda não batizada. Do
batizando é exigida a profissão de fé, expressa pessoalmente no caso do adulto, ou então por
parte dos pais e da Igreja no caso da criança.  Também o padrinho ou madrinha e toda a
comunidade eclesial têm uma parte de responsabilidade nisso. Sendo ele necessário para a
salvação daqueles a quem foi anunciado o Evangelho e que têm a possibilidade de pedir este
sacramento.
O batismo é ordinariamente válido quando o ministro (bispo, presbítero, diácono) - ou,
em caso de necessidade qualquer pessoa (batizada) - derrama água sobre batizando,
enquanto diz: "N..., eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Isso supõe a
fé em Jesus Cristo, pois sem a fé o batismo não passa de uma encenação.
Mas não só o batismo na Igreja Católica é válido. O batismo de crianças ou de adultos
realizados em algumas outras também o é. Batizam validamente: as Igrejas Orientais; a Igreja
Vetero-Católica; a Igreja Episcopal (Anglicana) do Brasil; a Igreja Evangélica Luterana do Brasil
(IELB); a Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB); e a Igreja Metodista.
O batismo em outras Igrejas é válido se realizado com águas e na mesma fé, utilizando
a fórmula trinitária. Por razões teológicas, ou pelo sentido que dão ao sacramento, a Igreja
Católica tem reservas quanto à validade do batismo realizado em algumas Igrejas e considera
inválido o batismo de certas expressões religiosas (Mórmons, Testemunhas de Jeová, Igreja
Pentecostal Unida do Brasil).
Aqueles que morrerem sem o batismo, o Catecismo da Igreja Católica ensina que,
porque Cristo morreu para a salvação de todos, podem ser salvos, mesmo sem o batismo,
(1Tim 2, 4) aqueles que morreram por causa da fé (batismo de sangue), aqueles que estavam
sendo preparados para receber tal sacramento – catecúmenos e todos os que, sob o impulso
da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por
cumprir a Sua vontade (batismo de desejo). Quanto às crianças, mortas sem batismo, a Igreja
na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus.
Portanto, dentre os sacramentos de iniciação cristã, destaca-se o batismo como o
primeiro, a porta da Igreja e o começo de uma comunhão duradoura com Deus, lançando o
alicerce da vida cristã, configurando o cristão a Cristo, sendo assim, no batismo, o homem para
sempre pertence a Cristo.

Confirmação
O Catecismo da Igreja Católica ensina que a Confirmação – Crisma pertence,
juntamente com o Batismo e a Eucaristia, aos três sacramentos da iniciação cristã da Igreja
Católica. Nesse sacramento, tal como ocorreu no Pentecostes, o Paráclito desceu sobre a
comunidade dos discípulos, então reunida (At 2, 1-4). Também nele o Espírito Santo desce em
cada batizado que pede à Igreja o dom d'Ele [Espírito Santo], dessa forma o sacramento
encoraja o fiel e o fortalece para uma vida de testemunho de amor a Cristo (At 2,14-41).
Nascidos para a vida da graça pelo Batismo, é pelo Sacramento da Crisma que recebemos a
maturidade da vida espiritual.
A Confirmação é o sacramento que completa o Batismo e pelo qual recebemos o dom do
Espírito Santo. Quem se decide livremente por uma vida como filho de Deus e pede o Espírito
de Deus, sob o sinal da imposição das mãos e da unção do óleo do Crisma, obtém a força para
testemunhar o amor e o poder de Deus com palavras e atos. Essa pessoa agora é membro
legítimo e responsável da Igreja Católica.
Chama-se Crisma (nas Igrejas Orientais: Crismação com o Santo Myron) por causa do rito
essencial que é a unção. Chama-se Confirmação, porque confirma e reforça a graça batismal.
O óleo do Crisma é composto de óleo de oliveira (azeite) perfumado com resina balsâmica.
Na manhã da Quinta-feira Santa, o bispo consagra-o para ser utilizado no Batismo, na
Confirmação, na Ordenação dos sacerdotes e dos bispos e na consagração dos altares e dos
sinos. O óleo representa a alegria, a força e a saúde. Quem é ungido com o Crisma deve
difundir o bom perfume de Cristo (cf. II Cor 2,15).
O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes.
Tal efusão imprime na alma um caráter indelével e traz consigo um crescimento da graça
batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina; une mais firmemente a Cristo e à sua
Igreja; revigora na alma os dons do Espírito Santo; dá uma força especial para testemunhar a
fé cristã.
Pode e deve receber este sacramento qualquer cristão católico que tenha recebido o
sacramento do Batismo e esteja em estado de graça, isto é, não ter cometido nenhum pecado
mortal (pecado grave). Mediante um pecado grave separamos de Deus e só podemos nos
reconciliar com Ele por meio do sacramento da Penitência – Confissão.
O sacramento da Confirmação normalmente é presidido pelo Bispo, por razões pastorais, ele
[bispo] pode incumbir determinado sacerdote de celebrá-lo. No rito litúrgico da Santa Missa do
Crisma o Bispo dá ao crismando um suave sopro para que se lembre de que está se tornando
um soldado de Cristo, a fim de perseverar com bravura na fidelidade ao Senhor.
Como sabemos que Jesus Cristo instituiu este Sacramento, se não aparece este fato
no Evangelho? 
Sabemos que verdadeiramente Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Crisma porque os
Apóstolos administraram este Sacramento, como aparece nos Atos dos Apóstolos (Atos, 8, 14-
17) e porque a Igreja sempre ensinou esta verdade.  
Como no caso do Batismo, é bom termos pais espirituais que nos apresentem à Igreja
nesta ocasião tão importante, nos aconselhem nas lutas da vida, e rezem por nós. Por isso os
padrinhos da Crisma devem ser bons católicos, terem sido crismados, tendo já idade suficiente
para aconselhar seus afilhados. 
Portanto, este belíssimo sacramento Confirmação completa o Batismo,por ele o fiel recebe o
dom do Espírito Santo, faz um acordo com Deus, e assim, cheio dos dons do Espírito que são
temor de Deus, piedade, fortaleza, conselho, ciência, inteligência e sabedoria, é chamado a
testemunhar o amor ao Senhor, se preciso for, a dar a vida uma vez que recebeu uma força
especial para seguir Cristo até o fim de sua vida.

Eucaristia
Ensinados pelo Catecismo da Igreja Católica, chegamos à Sagrada Eucaristia, esta que,
juntamente com o Batismo e a Confirmação, faz parte do sacramento de iniciação cristã. Ela
que é o misterioso centro de todos estes sacramentos. Portanto, ela é a fonte e o centro de
toda a vida cristã.
Esse sacramento é conhecido por diversos nomes, como: Eucaristia, Santa Missa, Ceia
do Senhor, Fração do pão, Celebração Eucarística, Memorial da Paixão, da Morte e da
Ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo
Sacramento do altar, Santa Comunhão.
Originalmente a Sagrada Eucaristia era a oração de ação de graças da Igreja
primitiva, precedia a consagração do pão e do vinho, posteriormente a palavra foi conferida a
toda a celebração da Santa Missa. A Sagrada Eucaristia é o sacramento em que Jesus entrega
o Seu Corpo e o Seu Sangue – Ele próprio, por nós, para que também nos entreguemos a Ele
em amor e nos unamos a Ele na Sagrada Comunhão. É o próprio sacrifício do Corpo e do
Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos
séculos até o Seu regresso, confiando assim à Sua Igreja o memorial da Sua Morte e
Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se
recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.
Sendo, portanto, a Eucaristia um memorial no sentido que torna presente e atual o
sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O
caráter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição dela: “Isto é o
meu corpo, que vai ser entregue por vós” e “este cálice é a nova aliança no meu sangue, que
vai ser derramado por vós” (Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são
um único sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de
oferecer-se: cruento na cruz, incruento na Eucaristia.
A Igreja participa do Sacrifício Eucarístico de forma direta, pois, na Eucaristia, o
sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do Seu Corpo. A vida dos fiéis, o
seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto
sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos em reparação
dos pecados de todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais. A
Igreja do céu está unida também à oferta de Cristo.
Jesus Cristo está presente na Eucaristia de um modo único e incomparável. De fato,
está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o Seu Corpo e o Seu Sangue, com a
Sua Alma e a Sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as
Espécies Eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem.
O cristão é chamado, desta forma, a adorar a Eucaristia, por isso a Igreja conserva com
a maior diligência as Hóstias Consagradas, leva-as aos enfermos e às pessoas
impossibilitadas de participar da Santa Missa, apresenta-as à solene adoração dos fiéis, leva-
as em procissão e convida à visita frequente e à adoração do Santíssimo Sacramento
conservado no tabernáculo. A Igreja obriga os fiéis a participar da Santa Missa aos domingos e
nas festas de preceito, e recomenda a participação dela também nos outros dias. Da mesma
forma, a Igreja recomenda aos fiéis que participam da Santa Missa que também recebam, com
as devidas disposições, a Sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de recebê-la ao
menos na Páscoa.
Porém, para receber a Sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à
Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem
consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes
da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância
do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito
para com Cristo.
Os frutos da sagrada Comunhão são diversos;  ela aumenta a nossa união com Cristo
e com a Sua Igreja, conserva e renova a vida da graça recebida no batismo e no crisma, e faz-
nos crescer no amor para com o próximo. Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados
veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no futuro. 
Por fim, a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do céu, fortalece-nos para a
peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde já a Cristo, sentado à
direita do Pai, à Igreja do Céu, a Santíssima Virgem e a todos os santos. A Sagrada Eucaristia
é de tal forma a vida dos cristãos que Santo Tomás de Aquino afirmou que ela possui, no
fundo, o efeito da transformação do ser humano em Deus, e Santo Inácio de Antioquia ensinou
que, nela [Eucaristia], partimos o mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para
não morrermos e, dessa forma, vivermos eternamente em Jesus Cristo. Portanto, o sacrifício
de Jesus na cruz torna-se presente durante a consagração do pão e do vinho, ou seja, na
Eucaristia, desta forma, os mistérios da Eucaristia são os mistérios do próprio Cristo. Este é um
grande dom da nossa fé: crer que, na Eucaristia, Jesus se faz presente em Corpo, Sangue,
Alma e Divindade.

Reconciliação
No sacramento da Penitência celebramos a coragem de pegar de novo na mão de Deus
e voltar a andar no caminho dele, que é o caminho da irmandade. Entenda um pouco mais
sobre o sacramento da reconciliação.
1. O QUE É A CONFISSÃO?
Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para
que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados e receberem a graça santificante.
Também é chamado de sacramento da Reconciliação.
 
2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA?
O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos
ensina o Evangelho de São João: "Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-
lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão
perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23;).
 
 
3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS DO
SACRAMENTO DA PENITÊNCIA?
Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Em
verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que
desligardes sobre a terra será também desligado no céu" (Mt 18,18; At 19, 18). 
 
4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A
MIM?  
Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas
como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o
ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são
instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos; e como o médico é um instrumento
para restituir a saúde física, etc. (Tg 5, 16; Lc 18, 14)
 
5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?  
Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, todos os Padres, Bispos e
mesmo o Papa se confessam com frequência, conforme o mandamento: "Confessai os vossos
pecados uns aos outros" (Tg 5,16 ).
  
6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO?
Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições:
a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus;
b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo;
c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter;
d) confissão objetiva e clara a um sacerdote;
e) cumprir a penitência que o padre nos indicar.
 
7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO?
Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse (diga) seus pecados com
clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o
necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém, se
participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado
e devemos confessá-lo (por exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um
aborto, somos tão culpados como quem cometeu o aborto). 
 
8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM
PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA, SÓ PARA "DESCARREGAR" UM POUCO OS
PECADOS?
Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave ofensa à Misericórdia
Divina. Quem a pratica comete um pecado grave de sacrilégio.
 
9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR?
Somos obrigados a confessar todos os pecados graves (mortais). Mas é aconselhável
também confessar os pecados leves (veniais) para exercitar a virtude da humildade.
  
10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQUÊNCIAS?
São ofensas graves a Deus ou ao próximo. Eles apagam a caridade no coração do
homem e o desviam de Deus. Quem morre em pecado grave (mortal) sem arrependimento,
merece a morte eterna, conforme diz a Escritura: "Há pecado que leva à morte" (1Jo 5,16b).
 
11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)?
São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a Deus, não destroem a
amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não merece a morte eterna. "Toda
iniquidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte" (1Jo 5, 17).
 
12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES?
São pecados graves, por exemplo: O assassinato, o aborto provocado, assistir ou ler
material pornográfico, destruir de forma grave e injusta a reputação do próximo, oprimir o
pobre, o órfão ou a viúva, fazer mal uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre
outros.
  
13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL ESTÁ
CONDENADO?
Merece a condenação eterna. Porém, somente Deus, que é justo e misericordioso e que
conhece o coração de cada pessoa, pode julgar.
 
14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO?
Para que haja pecado grave (mortal) é necessário:
a) conhecimento, ou seja, a pessoa deve saber, estar informada que o ato a ser
praticado é pecado;
b) consentimento, ou seja, a pessoa tem tempo para refletir, e escolhe (consente)
cometer o pecado;
c) liberdade, isto é, significa que somente comete pecado quem é livre para fazê-lo;
d) matéria, ou seja, significa que o ato a ser praticado é uma ofensa grave aos
Mandamentos de Deus e da Igreja.
Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves, com a diferença que neste
caso a matéria é uma ofensa leve contra os Mandamentos de Deus.
15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?
Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso acusá-lo ao sacerdote
em uma próxima confissão.
 
16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO?
Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que não tenhamos pecado. Se
nós cometemos livremente uma falta contra um Mandamento de Deus, de forma deliberada,
nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode ser um sinal de um coração duro, ou de
uma consciência pouco educada para as coisas espirituais (por exemplo, um assassino pode
não ter remorso por ter feito um crime, mas seu pecado é muito grave).
  
17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA?
O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos a fim de se
preparar para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado
mortal. (Prov. 38, 13; 1 Jo 1, 8).
 
18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE?
Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo aqueles que
tenhamos esquecido. E nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa
santa. Tranquilidade de consciência, consolo espiritual. Aumenta nossos méritos diante do
Criador. Diminui a influência do demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto.
Exercita-nos na humildade e nos faz crescer em todas as virtudes.
 
 
19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO PECADO?
Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso fazer a confissão com
outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo caso, antes de se confessar converse
com o sacerdote sobre a sua dificuldade. Ele usará de caridade para que a sua confissão seja
válida sem lhe causar constrangimentos. Lembre-se: ele está no lugar de Jesus Cristo!
 
20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO?
A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão
de alegria pelo perdão celebrado.

Unção dos Enfermos


No ritual da unção dos enfermos encontra-se a seguinte petição a Deus: “Por esta
santa unção e pela Sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça
do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na Sua
misericórdia, alivie os teus sofrimentos”. Esta oração contém o objeto central desse
sacramento, ou seja, confere a ele uma graça especial que une mais intimamente o doente a
Cristo. A Unção dos Enfermos é a cura.
Jesus veio para revelar o amor de Deus. Frequentemente faz  isso nas áreas e
situações em que nos sentimos especialmente ameaçados em função da fragilidade de nossa
vida, devido às doenças, morte, etc.. E a raiz de toda doença é o pecado. Deus Pai quer que
nos tornemos saudáveis no corpo e na alma e reconheçamos nisso a instauração do Reino
d'Ele. Por vezes, só com a experiência da enfermidade percebemos que precisamos do Senhor
mais do que tudo. Não temos vida, a não ser em Cristo. Por isso os doentes e os pecadores
têm um especial instinto para perceber o que é essencial.
No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites e, ao mesmo
tempo, percebe que a doença está ligada misteriosamente ao pecado. Os profetas intuíram
que a enfermidade poderia ter também um valor redentor em relação aos próprios pecados e
aos dos outros. Assim, a doença era vivida diante de Deus, do qual o homem implorava a cura.
No Novo Testamento eram os enfermos que procuravam a proximidade de Jesus, procurando
“tocá-Lo, pois d'Ele saía uma força que a todos curava” (Lc 6,19). A compaixão de Jesus
Cristo pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que, com Ele,
chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a  Paixão e
Morte o Senhor dá um novo sentido ao sofrimento, o qual se for unido ao d'Ele, pode ser meio
de purificação e de salvação para nós e para os outros.
A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pôr
isso em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de
intercessão. Ela possui, sobretudo, um sacramento específico em favor dos enfermos,
instituído pelo próprio Cristo e atestado por São Tiago: «Quem está doente, chame a si os
presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de tê-lo ungido com óleo no nome do Senhor»
(Tg 5,14-15).
Desta forma, o sacramento da unção dos enfermos pode ser recebido pelo fiel que
começa a se sentir em perigo de morte por doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-lo
também outras vezes se a doença se agravar ou então no caso doutra enfermidade grave. A
celebração desse sacramento, se possível, deve ser precedida pela confissão individual do
doente. A celebração deste sacramento consiste essencialmente na unção com óleo benzido,
se possível, pelo bispo, na fronte e nas mãos do enfermo (no rito romano, ou também noutras
partes do corpo segundo outros ritos), acompanhada da oração do sacerdote, que implora a
graça especial desse sacramento. Ele só pode ser administrado pelos sacerdotes (bispos ou
presbíteros).
Este sacramento confere uma graça especial que une mais intimamente o doente à
Paixão de Cristo, para o seu bem e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e
também o perdão dos pecados, se ele não puder se confessar. E consente, por vezes, se for a
vontade de Deus, também a recuperação da saúde física do fiel. Em todo o caso, essa unção
prepara o enfermo para a passagem à Casa do Pai. Por isso, concede-lhe consolação,
paz, força e une profundamente a Cristo o doente que se encontra em situação precária e em
sofrimento. Tendo em vista que Senhor passou pelas nossas angústias e tomou sobre Si as
nossas dores.
Muitos doentes têm medo desse sacramento, e adiam-no para o fim, porque pensam se
tratar de uma espécie de “sentença de morte”. No entanto, é o contrário disso: a unção dos
enfermos é uma espécie de “seguro de vida”. Inúmeros são aqueles que já receberam o
Sacramento da Unção dos Enfermos mais de duas vezes e estão vivos até hoje.  Quem, como
cristão, acompanha um enfermo deve libertá-lo desse falso temor. Um importante requisito
para a realização do Sacramento é a vontade do doente querer recebê-lo, ou seja, não adianta
a família querer impor algo que o próprio doente não deseja. A maior parte das pessoas que
está em risco de vida tem a intuição de que nada mais é importante nesse momento do que a
confiança imediata e incondicional Àquele que superou a morte e é a própria Vida: Nosso
Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador. (cf. Mc 6, 12s; Mc 16, 18).

Ordem
Continuando nossa série a respeito dos sacramentos, apresentamos hoje o sacramento
da Ordem. Juntamente com o Matrimônio são chamados de sacramento de serviço. Assim,
quem é batizado e confirmado (crismado) pode também assumir um serviço especial, pondo-se
a serviço de Deus. Isso acontece mediante os sacramentos da Ordem e do Matrimônio, por
isso os mesmos são chamados sacramentos a serviço da comunhão e da missão, eles
conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do
povo de Deus, contribuindo em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos
outros.
A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Seus
apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até o fim dos tempos. Nela quem é ordenado
recebe o dom do Espírito Santo, concedido por Cristo pelo bispo e que lhe dá autoridade
sagrada.  Nele o sacerdote continua sobre a terra a obra redentora de Cristo, afirma São João
Maria Vianney.
Todo dia precisamos de ajuda de outras pessoas para viver com a gente, orientar,
mostrar o caminho. Essas pessoas nos ajudam a alimentar a fé, acreditar na esperança,
esperar na fraternidade, que consagram a vida para mostrar aos irmãos esse grande amor de
Deus É o sacramento da dedicação. ). A missão do sacerdote é ser uma "seta sinalizadora", ou
seja, o sacerdote deve indicar ao povo o caminho à Cristo.
Chama-se Ordem este sacramento, pois indica um corpo eclesial, do qual se passa a
fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), que, por um particular dom do
Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para
o serviço do povo de Deus. Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura
orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconato.
Os sacerdotes na Antiga Aliança encararam a sua missão como uma mediação entre o
celeste e o terreno, entre Deus e o Seu povo. Sendo Cristo, o único mediador entre Deus e a
humanidade (cf. I Tm 2,5), Ele aperfeiçoou e concluiu este sacerdócio. Depois de Cristo, o
sacerdócio só pode existir em Cristo, na imolação de Cristo na cruz e pelo chamamento e 
envio apostólico de Cristo.
O efeito da ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do
bispo o legítimo sucessor dos apóstolos, confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar.
O ministério do bispo é, no fundo, o ministério pastoral da Igreja, porque remonta às
testemunhas de Jesus.
Ao presbítero a ordenação assinala nele, pela unção do Espírito, um caráter espiritual
indelével, configura-o a Cristo Sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo Cabeça.
Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para
celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu ministério recebe a força, e para
ser o pastor dos fiéis.
Na ordenação diaconal o diácono, configurado a Cristo servo de todos, é ordenado
para o serviço da Igreja sob a autoridade do bispo, em relação ao ministério da Palavra, do
culto divino, da condução pastoral e da caridade.
Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido pela imposição das
mãos sobre a cabeça do ordinando por parte do bispo, que pronuncia a solene oração
consecratória. Com ela, o bispo invoca de Deus, para o ordinando, a especial efusão do
Espírito Santo e dos Seus dons, em ordem ao ministério.
Somente o batizado de sexo masculino pode receber esse sacramento. A Igreja
reconhece-se vinculada a esta escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém pode exigir a
recepção do sacramento da Ordem, antes deve ser considerado apto para o ministério pela
autoridade da Igreja. Esse sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que
configura o ordenado a Cristo na Sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os
respectivos graus do sacramento. A ordenação confere um caráter espiritual indelével: por isso
não pode ser repetida nem conferida por um tempo limitado.
Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por
autoridade própria, nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de
Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto, o sacerdócio ministerial difere essencialmente,
e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço no qual Cristo o instituiu.
Portanto, os sacramentos da Igreja ora são presididos, ora são assistidos (matrimônio)
pelos ministros ordenados, desta forma, para a vida da Igreja e dos fiéis é indispensável que
haja homens dispostos a se doar inteiramente ao Evangelho. Por isso é importante que toda a
Igreja reze suplicando ao Senhor que suscite no coração dos batizados sinceras e santas
vocações ao sacramento da Ordem. (Mt 9, 37s).

Matrimônio
O sacramento do Matrimônio e o da Ordem são chamados sacramentos a serviço da
comunhão e da missão, por conferirem uma graça especial para a missão particular na Igreja
com relação à edificação do povo de Deus, contribuindo em especial para a comunhão eclesial
e para a salvação dos outros. O homem e a mulher foram criados por Deus com uma igual
dignidade como pessoas humanas e, ao mesmo tempo, numa complementaridade recíproca
como masculino e feminino. Deus quis que fossem um para o outro, para uma comunhão de
pessoas. Juntos são também chamados a transmitir a vida humana, formando no matrimônio
uma só carne (cf. Gn 2, 24).
O Matrimônio participa desta dinâmica de serviço para a santificação. O Senhor, que
é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Ao criar o homem e a mulher, chamou-
os, no Matrimônio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si, de modo que já não são
dois, mas uma só carne (cf. Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes que fossem fecundos e
se multiplicassem (cf. Gn 1,28).
Esse sacramento se realiza diante de uma promessa entre um homem e uma mulher,
prestada diante de Deus e da Igreja, aceita e selada pelo Senhor e concluída pela união
corporal do casal. Porque é o próprio Altíssimo quem dá o laço do Matrimônio sacramental e o
mantém unido até a morte de um dos consortes. São necessários três elementos para a
realização do Matrimônio: o consentimento, a concordância com uma união por toda a vida e
apenas com o consorte, e por fim, a abertura aos filhos. Sendo a mais profunda a consciência
do casal de que são uma imagem viva do amor entre Cristo e a Igreja.
O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo.
O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Primeiro, porque corresponde à essência
do amor se entregar mutuamente sem reservas. Depois, porque ele é imagem da incondicional
fidelidade de Deus à Sua criação. Finalmente, porque ele representa a entrega de Cristo à sua
Igreja até à morte de cruz.
Portanto, o Matrimônio concluído e consumado entre batizados não pode ser dissolvido.
Esse sacramento confere também aos esposos a graça necessária para alcançar a santidade
na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a sua educação. A união
matrimonial é, muitas vezes, ameaçada pela discórdia e pela infidelidade por causa do   pecado
original, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da mulher, dada pelo
Criador. Todavia Deus, na Sua infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a Sua graça para
que possam realizar a união das suas vidas segundo o desígnio originário d'Ele.
O adultério e a poligamia são pecados gravemente contrários ao sacramento do
Matrimônio porque estão em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com
a unicidade e exclusividade do amor conjugal; assim como a rejeição à fecundidade, que priva
a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade. A fidelidade
absoluta no Matrimônio, mais do que ser um testemunho do esforço humano, remete à
fidelidade a Deus, que está presente, mesmo quando nós, na questão da fidelidade, O traímos
e nos esquecemos d'Ele. A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por
motivos graves, a sua coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje a
reconciliação deles. Mas eles, enquanto o cônjuge viver, não estarão livres para contrair uma
nova união, a menos que o Matrimônio seja nulo e como tal seja declarado pela autoridade
eclesiástica.
Muitas são as causas que podem tornar nulo o matrimônio sacramental. É preciso deixar
claro que a Igreja não anula uniões sacramentais validamente contraídas e consumadas; mas
pode, após processo do Tribunal Eclesiástico, reconhecer que nunca houve casamento,
mesmo nos casos em que todos o tinham como válido.
Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, como também dá a
graça ao casal de viver o Matrimônio na nova dignidade de sacramento, que é o sinal do Seu
amor esponsal pela Igreja: "Vós maridos amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja"
(Ef 5,25). O Matrimônio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e
mulheres a seguir o Senhor Jesus mantendo-se virgens ou sendo celibatários pelo Reino dos
céus, renunciando ao grande bem do Matrimônio para se preocuparem unicamente com as
coisas do Senhor e para procurarem agradar-Lhe, tornando-se assim sinal do absoluto primado
do amor de Cristo e da ardente esperança da Sua vinda gloriosa.
Tão grande é o valor desse sacramento que a família cristã é chamada de "Igreja
doméstica" por manifestar e realizar a natureza de comunhão e família da Igreja como família
de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio batismal, contribuindo para fazer da
família uma comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do
primeiro anúncio da fé aos filhos.
Portanto, de acordo com a ordem de São Paulo os “Maridos, devem amar as mulheres,
como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela” (Efésios 5, 25). Nesse lindo sacramento do
Matrimônio o casal possui a oportunidade de se doar inteiramente um ao outro, entregando sua
vida por amor, à semelhança do próprio Senhor. O beato João Paulo II definiu sabiamente o
amor do casal celebrado nesse sacramento, para ele este dom é, acima de tudo, um assumir
para si o futuro do outro como seu; esta é a via de santidade por meio do Matrimônio. Desta
forma, casar-se significa confiar mais na ajuda de Deus que nas próprias reservas do amor, e
certamente na fidelidade ao Senhor pelo sacramento o casal obtém a santificação um do outro
pelo amor.

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