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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUARIAS E


CONTABILIDADE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

LUCAS OLIVEIRA COSTA

EMPREENDEDORISMO SOCIAL EM INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS:


O CASO DE UMA ASSOCIAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA/ CE

FORTALEZA
2013
LUCAS OLIVEIRA COSTA

EMPREENDEDORISMO SOCIAL EM INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS:


O CASO DE UMA ASSOCIAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA/ CE

Monografia apresentada à coordenação do Curso


de Administração de Empresas da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Ms. Sérgio Chaves Arruda.

FORTALEZA
2013
LUCAS OLIVEIRA COSTA

EMPREENDEDORISMO SOCIAL EM INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS:


O CASO DE UMA ASSOCIAÇÃO NA CIDADE DE FORTALEZA/ CE

Monografia apresentada ao Curso de Administração de Empresas do


Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como parte
dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ___/___/______.

____________________________________________
Prof. Ms. Sérgio Chaves Arruda (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________
Prof. Ms. Carlos Manta P. Araújo
Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Murakami
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AGRADECIMENTOS

A Deus, por seu infinito Amor.


À minha mãe, mulher de fibra que com sua dedicação, atenção e amor
durante toda a minha vida, me ensinou a enfrentar os desafios da vida e a ser
uma pessoa melhor. Ao meu pai (in memorian) por ter me trazido ao mundo e
pela constante intercessão que realiza. Aos meus irmãos, Larisse e Leonel, por
toda a ajuda, empenho e amizade com relação a esse trabalho, mas,
principalmente, com relação a tudo que envolve a minha vida. Ao meu padrasto
Bernardo e a todos os meus familiares. À minha namorada Lorena e a todos os
meus amigos.
Aos membros da Associação Lumen, comunidade querida e amada, que
contribuíram para a realização deste trabalho direta ou indiretamente.
Ao meu orientador, Prof. Ms. Sérgio Chaves Arruda, que participou
ativamente da construção deste trabalho com muito empenho, afinco e sabedoria.
As palavras de apoio, as correções fraternas e todas as intervenções foram de
grande valia para que se construísse algo positivo e proveitoso. Sou realmente
muito grato ao senhor por ter tornado algo tão distante e abstrato em algo tão
palpável e concreto.
Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Murakami e ao Prof. Ms. Carlos Manta P. Araújo
por terem aceitado participar da banca examinadora desta monografia,
contribuindo de maneira valiosa para o aprimoramento desse estudo.
RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar de que forma o


empreendedorismo social é percebido pelos membros de uma associação e
específicos levantar os fatores que caracterizam o empreendedorismo social em
uma associação e coletar as percepções dos membros de uma associação na
cidade de Fortaleza/CE acerca das características do empreendedor social. A
relevância dessa temática se deve ao fato de ser abordado o empreendedorismo
social, onde as boas ideias dos empreendedores geram benefícios não somente a
eles, principalmente à sociedade. Outro fator de relevância é a abordagem ao
Terceiro Setor, que vem crescendo de forma impressionante nos últimos anos. O
Referido estudo partiu dos pressupostos de que o empreendedorismo social se
aplica a associações e que os membros de associações se percebem como
empreendedores sociais. Utilizou-se como base para o referencial teórico, autores
como Dornelas e Tenório e instituições como a Ashoka. A metodologia de
pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, a tipologia da pesquisa quanto aos
fins foi exploratória e descritiva, já quanto aos meios de investigação da pesquisa,
ela é considerada documental, bibliográfica e um estudo de caso único. Os
resultados obtidos apontam que os objetivos gerais e específicos da pesquisa
foram cumpridos, confirmando totalmente os pressupostos estabelecidos. Em
futuras pesquisas, indica-se a necessidade de aplicar o questionário em mais de
uma instituição, haja vista que cada uma tem suas particularidades e os
resultados obtidos podem ser aperfeiçoados a partir do confrontamento dos
dados.

Palavras-chave: Empreendedorismo Social. Terceiro Setor. Instituições sem fins


Lucrativos. Associações.
ABSTRACT

This research has as main objective to analyze how social entrepreneurship is


perceived by members of an association and raise the specific factors that
characterize social entrepreneurship in a pool and collect the perceptions of
members of an association in fortaleza/CE city of about characteristics of the
social entrepreneur. The relevance of this issue is due to be addressed social
entrepreneurship, where good ideas of entrepreneurs generate benefits not only to
them, especially to society. Another relevant factor is the approach to the Third
Sector, which has grown dramatically in recent years. The study started from the
assumption that social entrepreneurship applies to associations and members of
associations see themselves as social entrepreneurs. Was used as the basis for
the theoretical framework as Dornelas authors and Tenorio and institutions such
as Ashoka. The research methodology used a qualitative approach, the type of
research as the purpose was exploratory and descriptive, since research on the
means of the study, it is considered documentary , bibliographic , and a single
case study . The results indicate that the general and specific objectives of the
research were completed , fully confirming the established assumptions . In future
research, we may indicate the need to administer the questionnaire in more than
one institution, given that each has its peculiarities and the results can be
improved from the confrontation of the data .

Keywords: Social Entrepreneurship. Third Sector. Nonprofit Institutions.


Associations.
vi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Definições de Empreendedorismo e Empreendedor ........................ 19


Quadro 2 – Conceitos sobre empreendedorismo social (Visão Internacional) .... 20
Quadro 3 – Conceitos sobre empreendedorismo social (Visão Nacional) .......... 22
Quadro 4 – Perfil do Empreendedor Social ......................................................... 24
Quadro 5 – Evolução do Terceiro Setor .............................................................. 27
Quadro 6 – Características dos Setores Sociais ................................................. 29
Quadro 7 – Tipos de organização que se enquadram nos conceitos de Terceiro
Setor .................................................................................................................... 30
Quadro 8 – Funções Gerenciais .......................................................................... 35
Quadro 9 – Projetos Ação Social Lumen ............................................................ 45
Quadro 10 – Características sociodemográficas dos respondentes ................... 54
Quadro 11 – Resumo das respostas do questionário ......................................... 55
vii

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Você se considera inovador? ............................................................ 57


Gráfico 2 – Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem
frutos a você? ...................................................................................................... 57
Gráfico 3 – Você procura ter visão do todo, a longo prazo? ............................... 58
Gráfico 4 – Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de vida? . 59
Gráfico 5 – Você ajuda em projetos sociais? ...................................................... 60
Gráfico 6 – Você se considera apaixonado pelas causas que atua? .................. 60
Gráfico 7 – Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade como um
todo melhore? ..................................................................................................... 61
Gráfico 8 – Há em você um profundo comprometimento com os projetos em que
está envolvido? ................................................................................................... 62
Gráfico 9 – Você se considera seguro em suas decisões? ................................. 63
Gráfico 10 – Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa? ........... 63
Gráfico 11 – Você se considera dinâmico? ......................................................... 64
Gráfico 12 – Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo
concreto? ............................................................................................................. 65
Gráfico 13 – Você se preocupa com sua sucessão? .......................................... 65
Gráfico 14 – Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que você
luta? .................................................................................................................... 66
Gráfico 15 – Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo? .. 67
Gráfico 16 – Você adere às normas das instituições nas quais participa? .......... 67
Gráfico 17 – Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada? .... 68
Gráfico 18 – As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos
sociais, são executadas conforme planejadas? .................................................. 69
Gráfico 19 – Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais, para
verificar se estão sendo executadas conforme planejada? ................................. 70
Gráfico 20 – Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para
os projetos sociais não saíram conforme planejadas? ........................................ 70
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Organograma da Associação Lumen ................................................. 38


Figura 2 – Organograma Setor de Ação Social ................................................... 40
SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS ....................................................................................... vi


LISTA DE GRÁFICOS ...................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... viii

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
Precedentes e delimitação temática ............................................................... 12
Problema de pesquisa .................................................................................... 12
Objetivos ......................................................................................................... 12
Objetivo geral ............................................................................................ 13
Objetivos específicos ................................................................................ 13
Pressupostos .................................................................................................. 13
Justificativa ...................................................................................................... 13
Metodologia ..................................................................................................... 14
Estrutura do trabalho ....................................................................................... 15

1 EMPREENDEDORISMO SOCIAL ................................................................... 16


1.1Origem ....................................................................................................... 16
1.2 Definição ................................................................................................... 18
1.3 Características .......................................................................................... 22

2 ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR ..................................................... 26


2.1 Origem ...................................................................................................... 26
2.2 Definição ................................................................................................... 28
2.3 Características e tipologias ....................................................................... 29
2.4 As organizações não governamental versus as funções gerenciais ......... 33
2.5 A Associação Lumen ................................................................................ 35
2.5.1 Origem ............................................................................................. 35
2.5.2 Valores ............................................................................................. 37
2.5.3 Organograma ................................................................................... 37
2.5.4 Projetos Sociais ............................................................................... 41
2.5.5 Empreendedorismo Social na Associação Lumen ........................... 46
10

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 48


3.1 Tipologia da Pesquisa ............................................................................... 49
3.2 Universo de estudo e Amostra .................................................................. 52
3.3 Coleta dos dados ...................................................................................... 52
3.3.1 Questionário de Pesquisa ................................................................ 53
3.3.2 Análise e tratamento dos dados ...................................................... 53

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ......................................................... 54


4.1 Características sociodemográficas dos respondentes .............................. 54
4.2 Percepção dos membros da associação acerca do empreendedorismo
social na instituição? ....................................................................................... 55
4.3 Você se considera inovador, ou seja, gosta de fazer as coisas que as
pessoas ainda não tenham feito? ................................................................... 56
4.4 Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem
frutos a você? ................................................................................................. 57
4.5 Você procura ter visão do todo, em longo prazo? ..................................... 58
4.6 Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de vida? ......... 58
4.7 Você ajuda em projetos sociais? ............................................................... 59
4.8 Você se considera apaixonado pelas causas que atua? .......................... 60
4.9 Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade como um todo
melhore? ......................................................................................................... 61
4.10 Há em você um profundo comprometimento com os projetos em que está
envolvido? ....................................................................................................... 61
4.11 Você se considera seguro em suas decisões? ....................................... 62
4.12 Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa? .................... 63
4.13 Você se considera dinâmico? ................................................................. 64
4.14 Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo concreto?
......................................................................................................................... 64
4.15 Você se preocupa com sua sucessão? ................................................... 65
4.16 Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que você luta? 66
4.17 Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo? .......... 66
4.18 Você adere às normas das instituições nas quais participa? .................. 67
4.19 Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada? ............. 68
11

4.20 As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos sociais,


são, executadas conforme planejadas? .......................................................... 68
4.21 Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais, para
verificar se estão sendo executadas conforme planejada? ............................. 69
4.22 Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para os
projetos sociais não saíram conforme planejadas? ........................................ 70
4.23 Considerações gerais sobre os dados ..................................................... 71

CONCLUSÃO ..................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 75

APÊNDICES ....................................................................................................... 78
Apêndice 1 – Questionário de Pesquisa (impresso) ....................................... 79
Apêndice 2 – Questionário de Pesquisa (on line) ........................................... 81
Apêndice 3 – Comunicado de sensibilização .................................................. 85
INTRODUÇÃO

Precedentes e delimitação temática

Nos últimos anos, vem-se discutindo de maneira reiterada o impacto social


que a globalização tem causado na sociedade. Suas análises demonstram que a
nova forma econômica mundial está produzindo inúmeras consequências
negativas, como a elevação da desigualdade social, ascensão da pobreza,
marginalização das classes menos favorecidas e etc.
Dentro desse contexto, surgem as organizações sem fins lucrativos, que
vêm para tentar transformar os indivíduos, de maneira particular, e a sociedade,
de maneira geral. Essas organizações estão situadas no Terceiro Setor da
Economia, pois não são nem Estado, Setor público (Primeiro Setor), nem
Mercado (Segundo Setor) e tem grande relevância na sociedade atual.
Com relação ao referencial teórico do presente trabalho, foram utilizados
livros, teses, dissertações, monografias, periódicos, revistas, jornais, sites
especializados nos assuntos. Autores como Dornelas, Oliveira e Drayton,
fundador da ASHOKA, foram citados diversas vezes durante esse trabalho
monográfico.

Problema de pesquisa

Este estudo visa responder o seguinte questionamento: De aue forma o


empreendedorismo social é percebido pelos membros de uma associação?

Objetivos

A seguir, observam-se os objetivos gerais e específicos para o estudo em


questão:
13

Objetivo geral

Analisar o empreendedorismo social em uma associação na cidade de


Fortaleza/CE.

Objetivos específicos

De forma específica, procurar-se-á:


1) Levantar os fatores que caracterizam o empreendedorismo social em
uma associaçãona cidade de Fortaleza/CE e;
2) Coletar as percepções dos membros de uma associação na cidade de
Fortaleza/CE acerca das características do empreendedor social.

Pressupostos

a) O empreendedorismo social se aplica a associações.


b) Os membros de associações se percebem como empreendedores
sociais.

Justificativa

Quando se fala em empreendedorismo, possivelmente boa parte dos


ouvintes deve pensar em boas ideias que fazem pessoas ganhar dinheiro e obter
lucros. Esse trabalho monográfico, porém, mostra outra abordagem do
empreendedorismo, o Empreendedorismo Social. Nesse caso, as boas ideias
trazem benefícios não somente aos indivíduos, mas também à sociedade. O
benefício gerado muda a realidade daqueles que estão envolvidos no projeto de
maneira efetiva e concreta. É de suma importância adentrar nesses aspectos e
olhar com mais profundidade para esse ramo do empreendedorismo, pois ainda
há poucos estudos nessa área.
O Terceiro Setor vem crescendo de forma impressionante nos últimos
anos. Só nos Estados Unidos, segundo um estudo feito por Salamon, as ONGs
movimentam cerca de US$ 1,9 trilhão por ano. De acordo com pesquisa realizada
pelo IBGE em 2008, há mais de 400 mil ONGs no Brasil. Esses fatos citados, já
14

recomenda o Terceiro Setor como um bom assunto para aprofundarmos nossos


estudos. Há também outro aspecto relevante com esse tema, que é o fato do
objeto de pesquisa estudado ser as instituições sem fins lucrativos, pois essas
organizações ainda são pouco exploradas no campo de vista acadêmico e
mercadológico.
Por fim, é importante salientar a importância da instituição que será
utilizada para a coleta de dados do presente trabalho, haja vista que há mais de
13 anos trabalha com projetos sociais e nos últimos anos tem se expandido para
outros estados. Outro fator de relevância é a variedade de públicos trabalhados
pela Ação Social Lumen, haja vista que seus projetos englobam os enfermos, os
mendigos, as comunidades carentes, os surdos, os idosos, dentre outros
indivíduos.

Metodologia

A metodologia de pesquisa adotada tem abordagem qualitativa. Com


relação à tipologia da pesquisa, o trabalho é classificado quanto aos fins como
exploratório e descritivo. Já com relação aos meios de investigação da pesquisa,
ele é classificado como documental, bibliográfico e apresenta ainda um estudo de
caso único.
O universo de estudo de estudo é o Terceiro Setor, a população são as
instituições sem fins lucrativos com viés religioso e a amostra da pesquisa foi a
Ação Social Lumen. Os dados coletados nessa organização se deram através de
pesquisa bibliográfica, documental, entrevista e um questionário estruturado
fechado, com escala de 1 a 4, aprovado por um grupo focal.
A Instituição investigada trata-se da Ação Social Lumen instituição fundada
em 1989, que começou a trabalhar com projetos sociais de maneira mais efetiva a
partir do ano 2000. Hoje ela atua em mais de 10 comunidades carentes, possui
mais de 20 projetos sociais, trabalhando com crianças e jovens marginalizados,
enfermos, idosos, mendigos, surdos e etc. A maioria de suas atividades ocorrem
na cidade de Fortaleza-CE, porém já há uma expansão para diversas outras
cidades do Ceará e inclusive chegando a outros estados, como Minas Gerais,
15

Pernambuco, João Pessoa, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do


Norte.

Estrutura do trabalho

Este trabalho está organizado em 8 sessões, tendo início com esta


Introdução, na qual contém breve relato do trabalho realizado.
O capítulo 1, sobre Empreendedorismo Social, aborda as origens e
conceitos do assunto, as principais características do assunto estudado. O
capítulo 2, sobre Organizações do Terceiro Setor, remete às origens e conceitos
do assunto, às principais características do assunto estudado, inclusive citando o
exemplo da Associação Lumen, que será utilizada como estudo de caso único do
referente trabalho. Já o capítulo 3, sobre Procedimentos Metodológicos,
compreende os passos da metodologia que foi seguida para realização do estudo.
O capítulo 4 Resultados e Discussões, traz os resultados do estudo de caso único
e as discussões acerca dos dados coletados. O trabalho segue com a Conclusão,
na qual exprime as reflexões e as ponderações realizadas a respeito deste
estudo; e as Referências e os Apêndices, que exibem, respectivamente, as obras
pesquisadas e o material adicional utilizado neste estudo.
1 EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Este capítulo visa aprofundar os estudos acerca do empreendedorismo


social, ramo do empreendedorismo que visa melhorar a sociedade como um todo,
não olhando apenas para os lucros e benefícios individuais a serem gerados. Tal
capítulo está subdividido em: Origem, no qual mostra a evolução do
empreendedorismo social no mundo; Definição, em que apresenta os principais
conceitos do tema no âmbito global e nacional, assim como os principais
pensadores acerca do assunto; e Características, no qual desenvolve os
principais aspectos do tema, suas peculiaridades, suas classificações e o perfil do
empreendedor social na visão de alguns pensadores e instituições com grande
relevância na área.

1.1 Origem

Antes de falar do contexto histórico do empreendedorismo social, deve-se


atentar para a evolução do empreendedorismo como um todo. Segundo Dutra e
Previdelli (2003) apesar desse termo ser relativamente novo, suas características
e manifestações são bem remotas, vindas, inclusive, da Antiguidade, pois
representavam o desenvolvimento econômico dos povos civilizados.
No entendimento de Dornelas (2008) o termo empreendedor começou a
ser utilizado na Idade Média, quando foi empregado para descrever tanto um
participante quanto um administrador que gerenciava os projetos de produção.
Filion (2000) remete aos anos 1920 o empreendedorismo às pequenas
empresas e por volta da década de 1970 deste mesmo século, os pequenos
negócios tornou-se a principal maneira de empreender. Mas somente na década
de 1990, segundo Dornelas (2008), o movimento empreendedor começou a tomar
forma no Brasil, principalmente com a criação de entidades como o Sebrae
(Serviço Brasileiro de apoio às micros e pequenas empresas) e a Softex
(Sociedade brasileira para exportação de software).
Trazendo agora a ótica do empreendedorismo social, Dees (2009) disserta
que ele o empreendedorismo só realmente começou a tomar a sua forma
17

contemporânea no início de 1980, quando as suas duas principais escolas de


ensino - a escola de inovação social e a escola de empresa social - foram
inicialmente estabelecidas.
Segundo Parente (2011) a escola de inovação social desenvolveu a sua
identidade própria por meio do trabalho de Bill Drayton, fundador da Ashoka, em
1980. A Ashoka começou apoiando "inovadores para o público" ou
"empreendedores do público" que trabalhavam internacionalmente.
Para Drayton, os empreendedores sociais são aqueles que reformam ou
revolucionam o modelo de produzir valor social nas áreas da educação, da saúde,
do ambiente e do acesso ao crédito, encontrando novas e melhores formas de
fazer as coisas. Somente no início dos anos 1990, é que empreendedor social se
tornou o conceito para descrever os inovadores que agem da mesma forma no
cenário do sector social, que os empreendedores de negócio agem no ambiente
de negócio ou económico, transformando os modelos de produção. Muitos líderes
do atual movimento de empreendedorismo social vêm os empreendedores sociais
primeiramente como inovadores
Chaves (2011) afirma que paralelamente, no mesmo ano em que a Ashoka
foi fundada, a escola de empresa social começou quando Ed SKloot (agora
presidente da Fundação Surdna) criou a empresa de consultoria “New Ventures”.
Inicialmente, SKloot estava preocupado em ajudar as organizações sem fins-
lucrativos a encontrarem novas fontes de receitas para torná-las mais viáveis
financeiramente. À medida que o trabalho foi evoluindo, dirigiu a sua ajuda às
organizações sem fins-lucrativos através do uso generalizado de ferramentas e
ideias de negócio. Desta forma, ao demonstrar que é possível esbater as
fronteiras do sector, contribuiu para o debate da questão do que pode e deve ser
feito pelas organizações não lucrativas e qual o papel que as organizações
lucrativas ou estruturas híbridas podem ter em alcançar impacto social
sustentável.
Segundo Parente (2011) o empreendedorismo social é hoje um campo de
análise e intervenção emergente em termos políticos e científicos, estando o
fenómeno a expandir-se rapidamente e a atrair atenção crescente dos vários
sectores da sociedade.
18

Com relação aos principais autores do empreendedorismo social, podemos


destacar alguns, tais como: Francisco Paulo de Melo Neto, César Froes, José
Carlos Dornelas, Edson Marques Oliveira, Monica de Rouere, Suzana Machado
Pádua, Emanuel Leite, dentre outros. Bill Drayton, fundador da ASHOKA, é um
dos grandes pensadores a nível mundial e uma das principais referências desse
trabalho.

1.2 Definição

Antes de adentrar no conceito de empreendedorismo social, precisa-se


entender bem o que é empreendedorismo e quem é o empreendedor. Filion
(2000) nos fala que empreender é muito mais do que desenvolver um produto,
prestar um serviço ou criar uma empresa. Um empreendedor é um criador de
caminhos. Estejamos atentos a essas palavras, pois voltaremos a elas mais à
frente quando falarmos dos projetos sociais.
Já para Drucker (1987) os empreendedores sempre inovam. A inovação é
o instrumento especifico do espírito empreendedor. É o ato que contempla os
recursos com a nova capacidade de criar riqueza.
Outro conceito que é bastante valioso é o de Dornelas (2008), no qual
afirma que o empreendedorismo envolve pessoas e processos que, em conjunto,
levam à transformação de ideias em oportunidades.
Boava e Macedo (2006) citam Adam Smith definindo o empreendedor
como sendo um proprietário capitalista, um fornecedor de capital e um
administrador, estando entre o trabalhador e o consumidor.
A partir dessa ultima citação, podemos fazer um contraponto conceituando
o empreendedorismo social. Segundo Oliveira (2004), é uma ação inovadora
voltada para o campo social, cujo processo se inicia com a observação de uma
determinada solução problema local, para a qual se procura, em seguida, elaborar
uma alternativa de enfrentamento.
No entendimento de Dees (1998, apud Boava e Macedo) o conceito de
empreendedorismo pode ser aplicado tanto na área comercial como na área
social. Ele ainda fala que os empreendedores sociais conhecem as necessidades
e os valores do seu público-alvo, compreendem as expectativas das pessoas que
19

ajudam e que investem algum tipo de recurso como tempo, dinheiro ou


conhecimento. Exploram todos os tipos de recursos desde a filantropia aos
métodos comerciais da economia.
Segundo Ashoka (2001) a definição de empreendedor social é alguém que
tem ideias novas, pensa e age criativamente, tem personalidade empreendedora
e coloca em tudo que pensa e faz o ideal de produzir impacto social benéfico.
Na visão de Baquit (2008) as definições de empreendedorismo e
empreendedor vem evoluindo de diferentes formas, ao longo do tempo.
Possivelmente não existe uma definição que possa ser aceita por todos, e na
ausência de um consenso, podemos compilar algumas das mais conhecidas,
como segue no Quadro 1, a seguir:

Quadro 01 - Definições de empreendedorismo e empreendedor.


Empreendedores como auto empregados que se ajustam ao
Cantillon (1755)
risco, quando o retorno é incerto.

Say (1821) Indivíduo que combina recursos diversos.

Knight (1921) Indivíduo que toma decisões em condições de incertezas.

Cantillon (1931) Especulador.

Schumpeter (1934) Indivíduo que inova, motor da economia capitalista

Schumpeter (1949) Inclui o Estado no hall dos agentes de inovação.

Drucker (1969) Alguém que procura maximizar as oportunidades.

Captador e utilizador de informações, que lhe permite encontrar


Hayeck (1974)
oportunidades. Chave para o desenvolvimento.
Nem toda pessoa que cria uma empresa é empreendedora. O
Liles (1974) empreendedor inova, identifica e cria oportunidades e combina
recursos para extrair máximo benefício das inovações.
Kirzner (1982) Faz arbitragem de informação imperfeita

Barreto (1989) Coordena, arbitra, inova e suporta a incerteza


O empreendedor é alguém especializado em assumir
Herbert e Link
responsabilidades e tomar decisões que afetem o lugar, a forma
(1989)
e o uso de bens, recursos ou instituições.
Baseado em perspectivas antropológicas, econômicas e
Stewwart (1991) estratégicas, o empreendedorismo pode ser definido como o
processo de criação de rendas, através da inovação.
20

Bygrave e Hofer Um empreendedor é alguém que se apercebe de uma


(1991) oportunidade e cria uma organização para persegui-la.
Empreendedor é a pessoa que imagina, desenvolve e realiza
Filion (1999)
visões.
O empreendedor tem como foco a percepção de novas
Wennekers e Thurik
oportunidades econômicas e a subseqüente introdução de
(1999)
novas idéias no mercado.
Dornelas (2002) O empreendedor é um ser social, produto do meio em que vive.

Empreendedorismo é descobrir e desenvolver oportunidades de


Henderson (2002)
criar valor através da Inovação.
Empreendedor é uma pessoa que transforma sua
Boava e Macedo potencialidade em realidade, caracterizando-se por ser temporal
(2006) e impermanente, abarcando as mais variadas esferas da vida
social.
Fonte: Gaspar, 2003 apud Baquit (2008).

No entendimento de Dornelas (2002) o empreendedor é um ser social,


produto do meio em que vive. Com isso, pode-se ligá-lo a definição de
empreendedorismo e empreendedor social.
O termo Empreendedor Social foi cunhado por Bill Drayton – Fundador e
Presidente da Ashoka – ao perceber a existência de indivíduos que combinam
pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realizar
profundas transformações sociais. O Empreendedor Social aponta tendências e
traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, seja por enxergar
um problema que ainda não é reconhecido pela sociedade e/ou por vê-lo por meio
de uma perspectiva diferenciada. (ASHOKA, 2013)
Segundo Santos (2012), o Empreendedorismo Social é o processo de
procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas
importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social
sempre que se criam respostas mais efetivas (relativamente às alternativas em
vigor) para o problema em questão. Para melhor compreensão, segue o Quadro 2
com o resumo de definições:

Quadro 02 - Conceitos sobre empreendedorismo social (Visão


Internacional).

ORGANIZAÇÃO ENTENDIMENTO

School Social "É alguém que trabalha de uma maneira empresarial, mas
Entrepreneurship - SSE, para um público ou um benefício social, em lugar de
21

Uk-ReinoUnido ganhar dinheiro. Empreendedores sociais podem trabalhar


em negócios éticos, órgãos governamentais, públicos,
voluntários e comunitários [...] Empreendedores sociais
nunca dizem 'não pode ser feito'."
"Um empreendedor social vem de qualquer setor, com as
Canadian Center Social característicasde empresários tradicionais de visão,
Entrepreneurship - CCSE, criatividade e determinação, eempregam e focalizam na
Canadá inovação social [...] Indivíduos que [...]combinam seu
pragmatismo com habilidades profissionais, perspicácias."
"São agentes de intercambiação da sociedade por meio
de: proposta de criação de idéias úteis para resolver
problemas sociais, combinando prática se conhecimentos
de inovação, criando assim novos procedimentos e
serviços; criação de parcerias e formas/meios de auto-
sustentabilidade dos projetos; transformação das
comunidades graças às associações estratégicas;
utilização de enfoques baseados no mercado para
resolver osproblemas sociais; identificação de novos
Foud Schwab, Suíça
mercados e oportunidades para financiar uma missão
social. [...] características comuns aos empreendedores
sociais: apontam idéias inovadoras e vêem oportunidades
onde outros não vêem nada; combinam risco e valor com
critério e sabedoria; estão acostumados a resolver
problemas concretos, são visionários com sentido prático,
cuja motivação é a melhoria de vida das pessoas, e
trabalham 24horas do dia para conseguir seu objetivo
social."
"Empreendedores sociais são executivos do setor sem
fins lucrativos que prestam maior atenção às forças do
mercado sem perder de vista sua missão (social) e são
The Institute Social orientados por um duplo propósito: empreender
Entrepreneurs - ISE, EUA programas que funcionem e estejam disponíveis às
pessoas (o empreendedorismo social é base nas
competências de uma organização),tornando-as menos
dependentes do governo e da caridade."
"Os empreendedores sociais são indivíduos visionários
que possuem capacidade empreendedora e criatividade
Ashoka, Estados Unidos para promover mudanças sociais de longo alcance em
seus campos de atividade. São inovadores sociais que
deixarão sua marca na história."
"Empreendimentos sem fins lucrativos são o
Erwing Marion, Kauffman reconhecimento de oportunidade de cumprimento de uma
Foundation missão para criar e sustentar um valor social, sem se ater
exclusivamente aos recursos."
Fonte: Oliveira (2004).

Há ainda um comparativo dos conceitos nacionais, citados por autores


brasileiros com relação ao tema abordado, conforme o Quadro 3, a seguir:
22

Quadro 03 - Conceitos sobre empreendedorismo social (Visão Nacional).

AUTOR CONCEITO
“O empreendedor social é uma das espécies do gênero dos
Leite (2002) empreendedores. [...] São empreendedores com uma
missão social, que é sempre central e explícita.”
“Quando falamos de empreendedorismo social, estamos
buscando um novo paradigma. O objetivo não é mais o
Melo Neto e Froes negócio do negócio [...] trata-se, sim, do negócio do social,
(2001) que tem na sociedade civil o seu principal foco de atuação e
na parceria envolvendo comunidade, governo e setor
privado, a sua estratégia.”
“Empreendedores sociais, indivíduos que desejam colocar
Rao (2002) suas experiências organizacionais e empresariais mais para
ajudar os outros do que para ganhar dinheiro.”
“Constituem a contribuição efetiva de empreendedores
sociais inovadores cujo protagonismo na área social produz
Rouere e Pádua
desenvolvimento sustentável, qualidade de vida e mudança
(2001)
de paradigma de atuação em
benefício de comunidades menos privilegiadas.”
Fonte: Oliveira (2004).

No entendimento de Baquit (2008) os empreendedores sociais trazem aos


problemas sociais a mesma imaginação que os empreendedores do mundo dos
negócios trazem à criação de riqueza. A solução ou ideia desenvolvida deve ser
inovadora, realizável, autossustentável, envolver pessoas dentro da comunidade
atendida e provocar impacto social.
O empreendedor social, por meio de suas atitudes, acelera o processo de
mudanças e inspira outras pessoas a se engajarem em torno de uma causa
comum. Ou seja, o empreendedor social traz mais gente para realizar o trabalho
junto com ele. (ASHOKA, 2013).

1.3 Características

Dornelas (2008) define algumas características que o empreendedor deve


ter, além dos atributos do administrador. De uma ideia, surge uma inovação e
posteriormente uma empresa. Segue abaixo algumas desses atributos:
1. Visão de negócio: Os empreendedores precisam ser visionários, ter
uma visão de como será o futuro para o seu negócio e para a sua vida,
além de terem a habilidade de implementar o seu sonho.
23

2. Tomadas de decisões assertivas: O empreendedor não pode se sentir


inseguro, devem saber tomar as decisões corretas nas horas certas,
principalmente nos momentos de adversidade. Além das decisões
tomadas, conseguem implementar as suas ações rapidamente.
3. Fazem a diferença: Transformam algo de difícil definição, uma ideia
abstrata em algo concreto, que funciona, transformando o que é
possível em realidade.
4. Determinação e Dinamicidade: Implementam suas ações com um
grande comprometimento, ultrapassando as dificuldades e obstáculos.
Procuram não apegarem-se as rotinas, mantendo-se sempre dinâmicos.

Trazendo para a questão das características do empreendedor social,


podemos usar como fonte o jornal Folha de São Paulo, que anualmente elege os
melhores empreendedores sociais por meio do Prêmio Folha Empreendedor
Social. No ano de 2013, um dos requisitos avaliados foi exatamente o perfil do
empreendedor social. Segue as características analisadas:
1. Profundo comprometimento com seu projeto;
2. Paixão pela causa em que atua;
3. Domínio do contexto socioambiental atual e visão de futuro;
4. Aderência à organização;
5. Capacidade de tensionar, mediar e empoderar;
6. Habilidade em negociar parcerias, inclusive com outros
empreendedores socioambientais;
7. Comprometimento com sua sucessão;
8. Busca por aprimoramento pessoal e profissional continuado.

A ASHOKA, organização mundial criada por Bill Drayton em 1980, nos


mostra em seu site algumas características típicas do empreendedor social. São
elas:
1. Ser uma pessoa visionária, criativa, prática e pragmática;
2. Ultrapassar obstáculos;
3. Criar mudanças sociais significativas e sistêmicas;
4. Possuir uma proposta realmente inovadora;
5. Criar impactos sociais positivos;
24

6. Demonstrar estratégias concretas para disseminar a ideia


nacionalmente e/ ou internacionalmente.

Comparando o perfil trazido por Dornelas sobre o perfil do empreendedor e


as características analisadas pela folha de São Paulo e pela ASHOKA do
empreendedor social, notamos muitas semelhanças. O empreendedor social leva
uma visão mais humanística ao empreendedor comum, que realmente está ligado
a empresas, a lucros e a custos. Segue no Quadro 4, o resumo das principais
características citadas:

Quadro 4 - Perfil do Empreendedor Social.


- Visionários, criativos, práticos, pragmáticos;
ASHOKA - Criam mudanças significativas e sistêmicas;
- Possuem estratégias concretas para disseminar a ideia.
- Visionários;
- Assertivos na tomada de decisão;
Dornelas
- Fazem a diferença;
- Determinados, dinâmicos e concretos;
- Comprometidos com sua sucessão;
Folha de São Paulo - Apaixonados pela causa;
(Fundação Schwab) - Comprometidos com o projeto;
- Aderência à organização;
Fonte: Elaborado pelo autor, (2013).

É importante salientar que o quadro 04 será usado como base nas análises
que serão feitas após a aplicação do questionário, no estudo de caso único do
presente trabalho.
Trazendo exemplos concretos sobre o empreendedorismo social, podem
ser citados diversos tipos de cases de sucesso no Mundo, no Brasil e no Ceará.
No âmbito global, há exemplos como a Grameen Bank (GB), banco que fornece
crédito para a população mais pobre da área rural de Bangladesh sem
comprovação de renda; a Skoll Foudation, organização especializada em
investimento em empreendedores sociais e o Restaurante Fifteen que além de
produzir pratos de alto padrão, emprega, inspira e treina jovens sem perspectivas.
No Brasil, exemplos como a Terra Nova que se compromete com a
regularização de terrenos ocupados ilegalmente nos centros urbanos; a ONG Ipê,
que promove a conservação e desenvolvimento sustentável dos recursos naturais
25

brasileiros e o Gastromotiva, que é um programa desenvolvido para gerar mais


oportunidades para jovens pobres por meio de cursos de culinária.
Olhando para a realidade cearense, pode-se citar o Banco Palmas como
um grande case de empreendedorismo social, que é um Banco Comunitário de
desenvolvimento (foi o primeiro do Brasil) que visa manter o dinheiro gerado pela
comunidade na própria região, fazendo com que a economia local cresça.
Também no âmbito local, será citada a Obra Lumen de Evangelização,
comunidade católica criada em Fortaleza e que através de seus diversos projetos
sociais é também um grande case de Empreendedorismo Social da cidade. Ela
será o objeto de estudo do presente trabalho.
2 AS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR

Este capítulo visa aprofundar os estudos acerca das Organizações do


Terceiro Setor que atuam no espaço público (primeiro setor), mas não são
considerados uma propriedade privada comum, pois visam o benefício da
sociedade. Tal capítulo está subdividido em: Origem, no qual mostra a evolução
dessas organizações no mundo, assim como sua situação na atualidade;
Definição, em que apresenta os principais conceitos do tema, assim como os
principais pensadores acerca do assunto; Características e Tipologias, no qual
desenvolve os principais aspectos do tema, suas peculiaridades, suas
classificações e tipologias; As organizações não governamentais versus as
funções gerenciais que mostra como os instrumentos de gestão, em especial o
planejamento, a organização, a direção, e o controle, podem ajudar no
desenvolvimento dessas instituições; E, por fim, a Associação Lumen, instituição
religiosa com um grande teor social e que será utilizada como estudo de caso
único do presente trabalho.

2.1Origem

De acordo com Levitt (1973, apud Alves Junior, 2007) as organizações do


terceiro setor surgiram na Inglaterra em 1961, através da Rainha Elizabeth I. No
caso, ela criou uma legislação para disciplinar o combate à pobreza, de onde os
recursos eram provenientes dos impostos pagos pelos estados.
Segundo Silva (2010), nos alicerces do terceiro setor brasileiro estão os
princípios da filantropia e da caridade religiosa. As primeiras organizações da
sociedade civil nacional foram as Santas Casas de Misericórdia, que remontam
aos meados do século XVI e se encontram atuantes até hoje.
No entendimento de Silva (2010) as mudanças mais significativas na forma
de atuação das organizações viriam a acontecer somente no início do século XX,
principalmente pela intensificação da atuação Estatal nas questões sociais. Em
1916, através do Código Civil (Lei nº 3.071/1916), as organizações passaram a ter
garantida a sua existência jurídica como associações, fundações e sociedades
27

civis sem fins econômicos (Brasil, 1916). Como descrito no Código, em seu artigo
16, nessa última forma jurídica estavam contidas as sociedades civis religiosas,
pias, morais, científicas ou literárias.
Na visão de Carrio (2000) a década de 70 marca uma nova fase do terceiro
setor no Brasil. As instituições de caráter filantrópico e assistencial unem-se aos
chamados movimentos sociais e, com o apoio da igreja, tornam-se porta-vozes de
problemas locais, assim como passam a denunciar as situações de repressão,
desigualdade e injustiça social. É nesse período que surgem as ONGs. Com
significativa participação na vida política nacional, em particular no processo de
democratização política, elas contaram com significativo apoio de organismos
internacionais. Ainda assim, muitas delas vieram a desaparecer em consequência
de sua resistência à institucionalização, então percebida como perda de
autonomia e submissão ao estado.
Por fim, Carrio (2000) remeteà promulgação da constituição de 1988, que
define o conceito de cidadania e define o arcabouço filosófico para a elaboração
de políticas sociais. Em 1990, é promulgado o estato da criança e do adolescente;
em 1991, a lei de incentivo à cultura; em 1993 a lei orgânica da assistência social;
em 1998, a lei que dispõe sobre o trabalho voluntário; e em março de (1999), a lei
9.790/99, que estabelece os termos para a qualificação das Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público, as OSCs.
No entanto, Albuquerque (2006) traz uma complementação com relação à
evolução do Terceiro Setor no Brasil. Para um melhor entendimento, segue o
Quadro 5, com uma perspectiva cronológica sobre o assunto:

Quadro 5: Evolução do Terceiro Setor

Intervenção do Estado na gestão administrativa e no


financiamento das organizações assistenciais e filantrópicas,
A partir de 1910 passando a exigir prestações de contas das organizações,
submetendo-as a um controle mais rígido sobre a
administração

Princípio da fase de industrialização e da crescente


urbanização, alterando o panorama brasileiro, ampliando,
Entre 1920 e 1930
assim, a massa dos operários gerados pelo crescimento das
cidades e dos problemas sociais.
28

Surgimento dos sindicatos e associações profissionais, que


vinculavam o setor privado às práticas de assistência e auxílio
Entre 1930 e 1970
mútuo para imigrantes, operários, empregados do comércio,
de serviços e funcionários públicos.

Fundação de inúmeras organizações de defesa dos direitos


políticos, civis e humanos.
Década de 1970
Surgimento do termo ONG, que configuraram um novo modelo
de organização e de gerenciamento de recursos.

Abertura política e econômica de países do leste europeu e


crises sociais no continente africano, levando as fundações
internacionais e órgãos de cooperação a redirecionar parte de
Década de 1980
seus recursos para financiar programas de desenvolvimento
naquelas regiões. Conseqüentemente, os recursos
governamentais tornaram-se mais escassos
Consolidação do Terceiro Setor no Brasil, constituindo-se
como um segmento com características e lógica diferentes,
Década de 1990 marcando os rumos das organizações sem fins lucrativos no
país. Também nessa década, destaca-se o crescente
engajamento do setor privado nas questões sociais.
Fonte: Adaptado de Albuquerque (2006).

Somente nos Estados Unidos, segundo Drucker (1994), 80 milhões de


pessoas dedicam parte regular de seu tempo, todas as semanas, para trabalhar
em alguma instituição do terceiro setor.
Na visão de Heckert e Silva (2006) o crescimento do terceiro setor tem
despertado diversos pesquisadores. Se até recentemente aquelas organizações
eram estudadas, principalmente, nas Ciências Sociais e Políticas, nos últimos
anos, pesquisadores de Administração, Economia e Engenharia de Produção
passaram a se aproximar desse universo.

2.2 Definição

O Terceiro Setor, segundo Correia (2005), representa uma instância de


mediação entre o Poder Público (Primeiro Setor) e o Mercado (Segundo Setor).
Logo, seus agentes são privados, porém, com finalidade pública, estes buscam o
atendimento de direitos sociais básicos e o combate à exclusão social.
29

Na visão de Teodósio (2001, p. 2) o Terceiro Setor é conceituado da seguinte


forma:
[...] assemelha-se ao Estado (Primeiro Setor) na medida em que tem como
objetivo e alvo de atuação o espaço público, mas diferencia-se do
Governo por ser uma iniciativa da própria sociedade. Por outro lado,
Terceiro Setor não equivale à iniciativa privada, pois apesar de não ser
governamental, tem como objetivo não o benefício de algumas pessoas ou
grupos muito reduzidos, mas o beneficio de toda a sociedade.

Para Tenório (2000), as organizações do terceiro setor não fazem parte do


Estado, mas se revestem de caráter público na medida em que se dedicam a
causas e problemas sociais. E que, apesar de não serem sociedades civis
privadas, não tem como objetivo o lucro, e sim o atendimento das necessidades
da população.
Como pensadores que mais se destacam ao abordar esse assunto,
podemos citar o norte-americano Lester Salamon, Helmut Anheier, Andrés Pablo
Falconer, Rosa Maria Fischer, Fernando Tenório, Wolfgang Seibel, dentre outros.

2.3 Características e tipologias

Fernandes (1994) coloca de maneira bem simples as demarcações dos 3


setores sociais, de maneira concisa e direta. O Quadro 6 a seguir, ilustra essa
questão:

Quadro 6 - Características dos Setores Sociais.


Agentes Fins Setor
Públicos Públicos Estado
Privado Privados Mercado
Privado Públicos Terceiro Setor
Fonte: Fernandes (1994, p. 25).

Conforme Quadro 6, pode-se concluir que o terceiro setor está ligado aos
agentes privados, mas tem fins públicos, pois geram uma melhoria na sociedade
como um todo e não apenas para um grupo especifico de pessoas.
Segundo Ferreira (2005), estabeleceram-se cinco critérios para o
enquadramento de uma organização como pertencente ao terceiro setor:
30

1. Formalização - a entidade deve estar estruturada, com reuniões


regulares, representantes reconhecidos e trabalhos consolidados
como regulares. Estão, assim, excluídas as uniões temporárias de
pessoas. Incluem-se as organizações que, embora não estejam
inscritas nos órgãos públicos de registro de pessoas jurídicas,
possuam um grau significativo de estrutura interna e permanência
temporal.
2. Natureza privada - somente são aceitas instituições separadas do
Estado. Não há restrições ao recebimento de verbas públicas nem à
participação de representantes do governo nos conselhos de
gestão, desde que não constituam a maioria dos membros dos
colegiados.
3. Não distribuição de lucros - os excedentes financeiros que venham a
ser gerados pela instituição precisam ser integralmente aplicados
nas suas atividades-fim, não podendo ser repassados a sócios ou
membros.
4. Autogestão - as organizações precisam ter estruturas de
governança própria, controlando de forma autônoma a gestão de
suas atividades.
5. Participação voluntária - esse requisito desdobra-se, na realidade,
em duas diferentes exigências: deve haver um corpo de voluntários
envolvidos nas atividades institucionais e a afiliação à organização
deve ser facultativa e não compulsória. Tais requisitos norteiam os
nossos estudos dentro do campo do terceiro setor.

Após esta evolução histórica, as definições, algumas características e


critérios para o Terceiro Setor, buscar-se-á agora entender melhor quais são os
tipos de organização que se enquadram dentro dessa perspectiva. O Quadro 7 a
seguir traz um grande resumo das possibilidades:

Quadro 07 - Tipos de organização que se enquadram nos conceitos de


Terceiro Setor.
31

Organização voltada para os interesses dos próprios


participantes, reunidos em torno de um mesmo ideal e movidos
por um mesmo objetivo, compreendendo uma grande variedade
Associação
de objetivos e atividades recreativas, esportivas, culturais,
artísticas, comunitárias e profissionais; mas jamais com intuito
lucrativo.

Organização voltada para a filantropia (assistencialismo a pobres,


Organização desvalidos, desfavorecidos, miseráveis, excluídos e enfermos).
filantrópica, Sua estrutura pode compreender abrigo, orfanato, centro para
beneficente ou de indigentes, entidade voltada para a distribuição de alimentos e
caridade vestuário, hospital, creche, serviço social, colégio religioso ou
universidade.
Difere da organização filantrópica por não exercer nenhum tipo
de caridade, chegando até a se posicionar contra essa atitude.
Luta pelos direitos e pela igualdade de todos. Geralmente,
Organização Não- origina-se de iniciativa de pessoas ou grupos que desejam
Governamental colaborar na solução de problemas da comunidade, como
(ONG) mobilizações, educação, conscientização e organização de
serviços ou programas para atendimento de necessidades sociais
básicas, daí ser diferente da associação, por estar voltada para
“terceiros”, não buscando seus objetivos comuns.
Entidade sem fins lucrativos, que se forma pela constituição de
um patrimônio com o objetivo de servir a fins públicos. A
fundação se constitui quando tal patrimônio (geralmente doado)
adquire personalidade
Fundação privada jurídica, passando a ser utilizado para a consecução de seus
objetivos. A finalidade de uma fundação não pode ser genérica,
mas sim a mais específica possível. Pode atuar com um fim
específico ou com os mais variados fins, como educação, saúde
e qualidade de vida.

Conceitualmente, trata-se de uma associação de caráter


profissional, que congrega empregados ou empregadores,
Sindicato trabalhadores autônomos e profissionais liberais, que exercem
uma mesma atividade ou outra similar, com o intuito de defender,
estudar e coordenar seus interesses individuais e profissionais.

Procura satisfazer não somente a necessidade de consumo de


um bem ou serviço, mas também a necessidade social e
educativa. Pode ser criada por um pequeno grupo de pessoas,
Cooperativa
que formarão, com recursos individuais, um capital coletivo que
deve garantir suas atividades. Os associados são os seus
proprietários.

Tem a missão de passar para toda a sociedade valores como


solidariedade, amor ao próximo, ética e responsabilidade social.
É, enfim, um canal de
Igreja
comunicação entre Deus e os indivíduos, um meio de revelar o
Seu amor, dar conforto a todas as pessoas e ajudar os setores
menos favorecidos da população.
Fonte: Alves Junior (2008).
32

Ferreira (2005) coloca que no próprio universo das ONGs podem ser
propostas categorias diferenciadoras das entidades que o compõem. Segundo
Onorati (1992) há alguns tipos específicos de ONGs, com características
diferenciadas, a saber:
1. ONGs institucionais ou "quase ONGs" (Quangos) - foram criadas por
grandes instituições, tais como as igrejas, os partidos políticos e as
centrais sindicais. Têm como objetivo primordial criar consenso em
torno das estratégias gerais das instituições que as criaram, defender
essas estratégias e financiar suas ligações com o sul do planeta.
Também estão incluídas nessa categoria algumas agências
especializadas nas ajudas emergenciais que atuam em uma relação
muito íntima com os governos.
2. Grandes ONGs (Bingos) - são aquelas que podem dispor sozinhas de
orçamentos de centenas de milhões de dólares e estão em ligação
direta e permanente com grupos industriais, bancos, governos e a mídia
de massa. Essas organizações possuem, em geral, uma visão
assistencialista, buscando consertar parte dos estragos provocados
pelo atual modelo de desenvolvimento econômico.
3. ONGs formadas por profissionais que atuam essencialmente em
condições de mercado - Caracterizam-se pelo conteúdo quase que
exclusivamente técnico de suas intervenções, apresentando-se, muitas
vezes, como empresas de prestação de serviços disfarçadas de ONGs.
Visam, com isso, usufruir benefícios fiscais, de imagem ou repasses de
recursos da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (AOD).
4. ONGs de desenvolvimento - surgiram a partir da crise de credibilidade e
departicipação dos partidos europeus tradicionais. Oferecem aos
cidadãos uma opção de representação formal, delegação da cidadania,
de "protagonismo" para os que desejam interferir nas escolhas que
regem a vida da sociedade como um todo e reivindicam o direito de
traçar estratégias alternativas às propostas pelo poder, dando forma a
uma prática de "microcidadania". Representam, assim, uma maneira
alternativa de fazer política por parte dos cidadãos. Os membros dessas
33

organizações pretendem ser protagonistas das escolhas de seus países


na área de política internacional.

É possível concluir que o nosso objeto de estudo, a Obra Lumen, não se


encaixa perfeitamente em nenhum dos conceitos propostos por Onorati.
Confirmando essa conclusão, Ferreira (2005) nos afirma que essas categorias
especiais não representam a maioria dos casos no Brasil, pois há uma grande
variedade de propósitos que motivam a criação dessas entidades em nosso país.
Irá se entender melhor o que é a Obra Lumen no Capítulo desse trabalho
dedicado a ela, que se dará inicio logo mais.

2.4 As organizações não governamentais versus as funções gerenciais

Segundo Tenório (2005, p. 08) “as organizações não governamentais no


Brasil guardam singularidades entre si”, por isso é necessário adaptar alguns
instrumentos relativos às funções gerenciais, tais como planejamento,
organização, direção e controle, lembrando, é claro, da importância deles para o
bom andamento da instituição.
De acordo com Voltolini (2009), as instituições sociais filantrópicas devem
adotar os mecanismos de gestão das empresas privadas para que consigam
sobreviver.
Na visão de Tenório (2005) gerenciar é estabelecer objetivos e alocar
recursos para atingir finalidades determinadas. Suas funções essenciais são o
planejamento, relacionado à previsão das atividades a serem desenvolvidas, a
organização, bastante ligada à divisão do trabalho a ser feito, a execução, como o
as atividades ocorrem na prática e, por fim, o controle, que está mais voltado ao
acompanhamento das ações.
Será abordado cada um dos pontos citados por Tenório (2005) como
tópicos importantes para a gestão nas organizações do terceiro setor:

Planejamento
34

É a função que orienta todas as ações no dia-a-dia das instituições. O


tempo gasto nessa função vai permitir que a organização avalie os riscos,
aproveite as oportunidades e não desperdice seus recursos.
É nessa etapa que serão discutidos e decididos os objetivos, a finalidade
da instituição. É de suma importância, ter uma visão macro nessa fase de
planejamento, pois a instituição está inserida na sociedade, num ambiente
constituído pela sociedade, pelo Estado e por instituições que influenciam suas
decisões.

Organização

Segundo Maximiano (1997) nessa etapa do ciclo estão inseridas as


decisões sobre a divisão da autoridade, tarefas e responsabilidades entre os
membros. A divisão de recursos também acerca dos recursos utilizados para a
execução das tarefas também é decidida nessa fase.
Na etapa da organização também é definida a forma de como a instituição
trabalhará. Como o seu próprio nome já sugere, é realmente uma etapa de
organização.

Direção

Essa fase está intimamente ligada à tomada de decisões. De acordo com


Maximiano (1997) o gestor deve ativar o comportamento das pessoas através de
ordens. É importante salientar que esses direcionamentos devem sempre facilitar
a tomada de decisão do membro por conta própria.
O gestor deve ainda estimular de maneira positiva os membros para que o
trabalho seja feito da maneira mais eficiente e eficaz.

Controle

É a etapa final do ciclo, sempre relacionada ao acompanhamento das


atividades. É nela que os gestores devem perceber se os objetivos traçados
inicialmente foram colocados em prática e estão sendo alcançados.Nela o gestor
pode e deve fazer ações corretivas para que os membros se desenvolvam e não
voltem a cometer os mesmos erros.
35

Foi elaborado Quadro 8 em forma de resumo para facilitar o entendimento


dos tópicos relatados acima:

Quadro 8 - Funções Gerenciais.


- Prepara a organização para o futuro;
Planejamento - Traça os objetivos;
- Define recursos que serão utilizados;

- Estabelecimento de atribuições e responsabilidades;


Organização - Distribuição dos recursos;
- Definição das formas de trabalhos;

- Relacionada à tomada de decisões;


Direção - Orientações e estímulos para que o trabalho seja feito da
melhor maneira possível;

- Acompanhamento das atividades;


Controle - Verificar se os objetivos estão sendo alcançados;
- Tomar medidas corretivas.

Fonte: Elaborado pelo autor (2013).

2.5 Associação Lumen

Esta parte do trabalho visa aprofundar os estudos acerca da Associação


Lumen, instituição escolhida para o estudo de casa único. Tal seção está
subdividida em: Origem, no qual mostra o começo da instituição, suas primeiras
atividades sociais e diversos aspectos da associação hoje, tais como o ramo de
atuação no qual atua, seu porte, quantidade de membros e etc; Valores, em que
apresenta de maneira sucinta a base moral da organização, seus princípios e etc;
Organograma, que traz a tona a estrutura da Associação Lumen e da Ação Social
Lumen, que é a parte que cuida dos projetos sociais; Projetos Sociais, que vai
discriminar cada um dos projetos, área de atuação, público alvo e etc; e, por fim,
Empreendedorismo Social na Associação Lumen, no qual faz a ligação sobre
essa parte da administração com a instituição analisada no estudo de caso único.
Os dados apresentados têm como sua principal fonte a própria experiência
do autor na instituição, assim como conversas e encontros com as demais
lideranças da associação.
36

2.5.1 Origem

Em uma de suas páginas nas redes sociais, a Associação Lumen fala um


pouco da sua história e de sua identidade corporativa: “Desde 1989 a Obra
Lumen de Evangelização tem realizado trabalhos de evangelização com jovens,
crianças e adultos. Esse serviço dedicado à Igreja tem dedicado muitos frutos de
amor, paz e conversão a muitas famílias. Através da evangelização por meio de
grupos, eventos e retiros, a Obra Lumen atua com diversos projetos de ação
social: Visitas aos hospitais e comunidades carentes; trabalho com crianças e
jovens de áreas de risco social; com irmãos que moram nas ruas, idosos e todos
que precisam de um abraço amigo”.
Apesar do seu começo em 1989, foi apenas no ano 2000 que começou
efetivamente a Ação Social Lumen, partindo da iniciativa de 3 jovens de 17 anos,
que passaram a sentir um profundo desejo de cuidar daqueles que mais sofrem.
Como todo início, no começo eram ações pontuais, sem uma constância efetiva,
mas com o tempo a Ação Social Lumen foi se expandindo e hoje trabalha em
mais de 10 comunidades carentes, com mais de 20 projetos em Fortaleza e em
outras cidades.
A Associação Lumen é uma instituição do ramo de Serviços, pois é através
do serviço que ela presta para a sociedade que seus ideais se realizam
concretamente.
É difícil mensurar exatamente o porte da instituição, porém podemos
considerá-la de médio porte, pois ela nem é de grande porte, como algumas
outras comunidades católicas e instituições que tem alcance mundial, sede em
diversos países e projetos espalhados pelo mundo, mas não podemos considerá-
la também de pequeno porte, haja vista que há um grande crescimento nos
últimos anos, expansão para outras cidades e estados, assim como o aumento de
projetos e de membros ativos.
A Obra Lumen hoje conta com cerca de 700 membros ativos, porém há
muito mais colaboradores e voluntários que esse número inicial. Ao longo desses
24 anos de existências, dezenas de milhares de pessoas passaram por essa
instituição e uma boa parte dessas ainda ajudam de alguma maneira a
organização.
37

Centenas desses membros são voluntários nos Projetos da Ação Social


Lumen e buscam sem nenhuma ajuda financeira mudar um pouco a realidade do
mundo em que vivemos.

2.5.2 Valores

Não há uma identidade corporativa 100% definida pela instituição com


relação a Missão, Visão e Valores. Não há exatamente aonde ela quer chegar
daqui a 5, 10 anos, mas em seus documentos internos, podemos perceber alguns
aspectos administrativos que podem, de certa forma, definir sua identidade
corporativa. Segue abaixo um trecho do seu estatuto interno, quando se fala do
objetivo geral da instituição:
“Evangelizar segundo o nosso carisma e em comunhão com a Igreja, a
partir de uma formação humano-espiritual que nos impulsione a ser discípulos
autênticos e missionários inovadores, a fim de que promovamos uma revolução
para o amor, especialmente entre os jovens e os mais pobres, sendo, desde o
cotidiano da vida, sinais claros da presença de Jesus no mundo em que
vivemos.”Não é objetivamente a Missão ou a Visão da organização, porém nos
norteia de certa forma com relação a sua identidade corporativa.
Não há também nitidamente esclarecidos os princípios e os valores da
instituição. Por se tratar, porém, de uma instituição com o caráter religioso, cabe
afirmar que os princípios e valores da Igreja católica são também os da
associação. Pode-se citar alguns deles baseados em seus documentos. Em seu
portfolio, por exemplo, há a seguinte frase “Lutamos pela dignidade de todos os
filhos de Deus, pois fazendo o outro feliz, seremos cada vez mais felizes”. Com
isso, podemos concluir que a dignidade e a felicidade são 2 valores estimados
pela organização.
Em seus documentos internos, também é bastante falado sobre a unidade,
a fraternidade, o equilíbrio, a justiça, a solidariedade, dentre outros. Podemos,
então, elencá-los como princípios e valores da Associação Lumen e da Ação
Social Lumen.

2.5.3 Organograma
38

A Obra Lumen de Evangelização se organiza da seguinte maneira: é


dividida em Setores para uma melhor organização das suas atividades, acima dos
setores, há ainda o Conselho Geral, autoridade máxima da Instituição. A Figura 1
ilustra o Organograma da Organização:
Figura 1 - Organograma da Associação Lumen.

Fonte: Elaborado pelo autor (2013).

O Conselho Geral, conforme visualizado no organograma, é a entidade


máxima da organização. Dele provém todos os direcionamentos gerais da
comunidade. O quadro de lideranças e seus novos membros devem todos ter o
aval deste Conselho. É também o responsável pelo contato direto com os Bispos
das dioceses em que a instituição está inserida, assim como os Párocos das
paróquias, nas quais a Obra Lumen realiza seus trabalhos.
O Setor de Pastoreio é o responsável pelos grupos da comunidade. Mais
de 95% dos membros ativos da instituição estão inseridos em um desses grupos
ou já participaram desses. Os grupos de fortaleza são dividos por sedes, de
acordo com a sua localização física: A Sede Mater Dei, engloba os grupos
39

realizados na principal casa do Lumen, situada na Rua Coronel Jucá, Nº 2040.


Esses grupos estão vinculados à paróquia de São Vicente; A Sede Filius Dei se
localiza na região da aldeota/centro da cidade. Nela estão inseridos grupos de
duas paróquias, Cristo Rei e Paróquia da Paz; Há ainda a sede Sagrada Família,
no qual estão inseridos os grupos dos bairros Montesee João XXIII. Estão
também ligados a duas paróquias, sendo eles a Paróquia Imaculada Conceição e
a Paróquia Nossa Senhora de Nazaré; Por fim, há a sede Sagrado Coração,
situada no bairro parquelândia, que comporta os grupos do Lumen inseridos na
Paróquia Nossa Senhora de Salete.
O Setor Administrativo é subdividido em outros 3 micro setores, são eles:
Musica e arte, Financeiro e Evangelização. O Setor de Musica e Artes lida
diretamente com a parte artística da comunidade. É nesse setor que estão
inseridos os ministros de musica, as bandas, os espetáculos, as peças, as
apresentações e etc; Já o financeiro, é o responsável pela administração da sede,
as finanças do Lumen, os registros oficiais, as atas, o balanço financeiro e fiscal e
etc; Por fim, o setor de evangelização é o responsável pelo tripé: Eventos,
Retiros e Comunicação. Nos eventos estão inseridos os shows, as palestras, as
atividades esportivas, encontros e etc; com relação aos retiros, são encontros que
acontecem durante o ano para toda a comunidade, nos quais os membros
passam de 2 a 3 dias reunidos, normalmente fora de sua cidade; e, por fim, a
comunicação. Nela está inserido o site da instituição, seus perfis em redes
sociais, tais como facebook, twitter e instagram, os informativos mensais que são
enviados aos benfeitores e colaboradores da comunidade, assim como os
registros fotográficos e de vídeosproduzidos externos e internamente.
O Setor de formação está intimamente ligado à parte Espiritual da
comunidade. Dele provém a formação de palestrantes, o calendário de temas
abordados nos grupos, os ministérios de intercessão e liturgia, o contato com
Padres, Diáconos e Ministros de Eucaristia, a formação de acólitos, dentre outras
atribuições.
O Setor de comunidade é aquele que lida diretamente com a Vocação
Lumen. É como se fosse a Missão dada a essa instituição que traz um novo à
Igreja e à humanidade. Nesse setor estão os últimos graus dos vocacionados da
comunidade, aqueles que se preparam para uma consagração ou para um
40

compromisso maior com a organização. É subdivido em 3 realidades: O Tempo


Vocare, período de maior auto-conhecimento, de firmar os valores e metas da
organização; o Tempo Discipulado Vocacional, último estágio antes da
consagração, no qual os membros se preparam de maneira intensiva para um
passo de maior comprometimento com a instituição; e por fim, os Consagrados da
comunidade, aqueles que assumiram um compromisso público com a Obra
Lumen e com a Igreja de se dedicarem um pouco mais a elas.
O Setor de Ação Social é o responsável por todos os projetos sociais que
envolvem a Obra Lumen. É um dos maiores setores da comunidade que por sua
complexidade e sua importância há também uma subdivisão, na qual ilustrar-se-á
melhor a seguir na Figura 2, para um melhor entendimento desse setor da
instituição.

Figura 02 - Organograma Setor de Ação Social.

Fonte: Elaborado pelo autor (2013).

Como pode-se ver pela Figura 2, o Setor de Ação Social está subdividido
em outros 5 setores, onde cada um tem sua função e suas atribuições:
1. Setor São Pio: É o responsável pelos trabalhos fixos que a Obra Lumen
oferece nas comunidades carentes. Projetos já citados anteriormente,
41

como São Bento, Santo Antonio, Trinitas, Santa Luzia, Madre Tereza,
Mangabeira VIII e Joao Paulo II estão inseridos nesse setor.
2. Setor São José: É mais voltado para a profissionalização dos projetos e
dos beneficiados pelos projetos. Os profissionais que vão ministrar
cursos, dar aulas, fazer atendimentos, prestar consultorias e etc estão
sob a gestão desse setor, assim como os custos e investimentos para
com a capacitação dos beneficiados pelos projetos.
3. Setor São Francisco: Contempla os projetos ligados a dar assistência a
públicos em situações específicas, tais como os moradores de rua,
através do Jesus nas ruas; os enfermos e idosos, por meio do projeto
Alegrai-vos, assistência aos Surdos, através do curso de LIBRAS e de
visitas ao InstitutoFelippoSmaldonne; dentre outros.
4. Setor São Pedro: Responsável pela parte mais organizacional e
burocrática do setor. Os arquivos, estatuto, relatórios estão sob a
supervisão desse setor. Também é o responsável pela obtenção de
recursos financeiros, assim como o intermédio desses assuntos com o
setor Administrativo da Obra Lumen.
5. Setor Santa Clara: Está ligado à formação e a espiritualidade dos
projetos, assim como de seus líderes. A formação de novas lideranças,
formações gerais sobre diversos temas, reciclagem para os atuais
líderes, acompanhamento espiritual da coordenação, dentre outras
coisas, são de responsabilidade desse setor.

Ao término deste tópico, podemos observar que há certa complexidade


com relação às atividades e atribuições da instituição, assim como de seu
organograma.

2.5.4 Projetos Sociais

A Obra Lumen de evangelização, como já foi colocado em tópicos


anteriores, tem diversos grupos e projetos de evangelização e social, nos
deteremos em aprofundar os nossos estudos nos projetos sociais da Ação Social
Lumen, que ilustra melhor a nossa pesquisa de uma maneira geral. Segue abaixo
42

a lista dos projetos sociais realizados pela associação, com as definições de suas
atividades e outras informações adicionais:

Projeto São Bento

Semanalmente, aos Sábados pela manhã e à tarde, acontecem atividades


do Projeto São Bento,na Comunidade 31 de Março, em Fortaleza-CE. Uma
Equipe de voluntários da Ação Social Lumen organizam diversas atividades de
formação e capacitação para aproximadamente 200 crianças e adolescentes de
03 a 17 anos. Através de palestras e capacitações, diversos temas são abordados
com o intuito de auxiliar na formação do caráter e personalidade dessas crianças
e adolescentes, semeando princípios humanos e cristãos, contribuindo assim
para formarmos bons cidadãos.
Além disso; atividades culturais, esportivas, educativas são desenvolvidas
periodicamente na Comunidade 31 de Março, através de um Equipe de
voluntários da Ação Social Lumen, com o intuito de ocupar e envolver essas
crianças e adolescentes em atividade saudáveis e educativas; contribuindo
também, para o seu desenvolvimento e formação.

Projeto Santo Antonio

Semanalmente, aos Sábados pela manhã, acontecem atividades do


Projeto São Antônio,na Comunidade do Campo do América, em Fortaleza-CE.
Uma Equipe de voluntários da Ação Social Lumen organizam diversas atividades
de formação e capacitação para aprox. 100 crianças e adolescentes de 03 a 17
anos. Através de palestras e capacitações, diversos temas são abordados com o
intuito de auxiliar na formação do caráter e personalidade dessas crianças e
adolescentes, semeando princípios humanos e cristãos, contribuindo assim para
formarmos bons cidadãos.
Além disso; atividades culturais, esportivas, educativas são desenvolvidas
periodicamente na Comunidade do Campo do América, através de uma equipe de
voluntários da Ação Social Lumen, com o intuito de ocupar e envolver essas
crianças e adolescentes em atividade saudáveis e educativas; contribuindo
também, para o seu desenvolvimento e formação.
43

Projeto Trinitas

Semanalmente, aos Sábados e aos Domingos pela manhã, acontecem


atividades do Projeto São Trinitas,nas Comunidade Santa Teresinha , Matadouro
e Brasília, em Fortaleza-CE. Uma Equipe de voluntários da Ação Social Lumen
organizam diversas atividades de formação e capacitação para aprox. 200
crianças e adolescentes de 03 a 17 anos. Através de palestras e capacitações,
diversos temas são abordados com o intuito de auxiliar na formação do caráter e
personalidade dessas crianças e adolescentes, semeando princípios humanos e
cristãos, contribuindo assim para formarmos bons cidadãos.

Projeto João Paulo II

Mensalmente, aos Sábados pela manhã, acontecem atividades do Projeto


João Paulo II, na Comunidade Luxou, em Fortaleza-CE. Uma Equipe de
voluntários da Ação Social Lumen organizam diversas atividades de formação e
capacitação para aprox. 50 crianças e adolescentes de 03 a 17 anos. Através de
palestras e capacitações, diversos temas são abordados com o intuito de auxiliar
na formação do caráter e personalidade dessas crianças e adolescentes,
semeando princípios humanos e cristãos, contribuindo assim para formarmos
bons cidadãos.

Projeto Santa Luzia

Quinzenalmente, aos Sábados pela manhã, acontecem atividades do


Projeto Santa Luzia, na Comunidade do Jangurussu, em Fortaleza-CE. Uma
Equipe de voluntários da Ação Social Lumen organizam diversas atividades de
formação e capacitação para aprox. 80 crianças e adolescentes de 03 a 17 anos.
Através de palestras e capacitações, diversos temas são abordados com o intuito
de auxiliar na formação do caráter e personalidade dessas crianças e
adolescentes, semeando princípios humanos e cristãos, contribuindo assim para
formarmos bons cidadãos.
Além disso; atividades culturais, esportivas, educativas são desenvolvidas
periodicamente na Comunidade do Jangurussu (através de um Equipe de
44

voluntários da Ação Social Lumen), com o intuito de ocupar e envolver essas


crianças e adolescentes em atividade saudáveis e educativas; contribuindo
também, para o seu desenvolvimento e formação.

Projeto Madre Terezá de Calcutá

Semanalmente, aos Sábados à tarde, acontecem atividades do Projeto


Madre Teresa de Calcutá, na Comunidade do Oitão Preto, em Fortaleza-CE. Uma
Equipe de voluntários da Ação Social Lumen organizam diversas atividades de
formação e capacitação para aprox. 20 crianças e adolescentes de 03 a 17 anos.
Através de palestras e capacitações, diversos temas são abordados com o intuito
de auxiliar na formação do caráter e personalidade dessas crianças e
adolescentes, semeando princípios humanos e cristãos, contribuindo assim para
formarmos bons cidadãos.

Projeto Jesus nas Ruas e Mão Amiga

Mensalmente, no 4º Domingo do mês, acontecem atividades do projeto


Jesus nas Ruas na Praça dos Leões / Igreja do Rosário em Fortaleza-Ce. Através
de uma Equipe de voluntários da Ação Social Lumen, foram distribuídas
refeições, material de higiene e roupas; contribuindo assim com necessidades
básicas da nossa população de rua. Além disso, desenvolvemos um
acompanhamento e apoio espiritual, voltado para princípios cristãos e humanos,
buscando resgatar valores e incentivar a auto estima dos mesmos.
Além disso, através do Projeto Mão Amiga, conseguimos desenvolver
meios alternativos de trabalho e sustento para alguns moradores de rua. Através
da revenda de material, alguns deles saíram da situação de rua e tiveram a sua
dignidade de volta, reconstruindo as suas vidas. Somente no ano de 2013, o
projeto Mão Amiga pôde beneficiar cerca de 20 pessoas.

Projeto Alegrai-vos

Mensalmente, acontecam atividades, aos Sábados, do Projeto Alegrai-vos.


Através de uma Equipe de Voluntários da Ação Social Lumen, são realizadas
visitas a hospitais públicos e asilos de Fortaleza-Ce. Nessas visitas são
45

distribuídas doações e bastante alegria. São realizados também diversos Cursos


de engajamento e capacitação para novos Clowns, através de diversos métodos e
técnicas para um melhor desenvolvimento e êxito nos trabalhos realizados.
É importante salientar que o Projeto Alegrai-vos acontece também na
cidade de Brasília-DF. Foi o primeiro projeto da Ação Social Lumen que saiu de
fortaleza e chegou a um outro estado e que acontece de maneira periódica.

Projeto Santo Afonso

Diariamente, de 2ª a 6ª, organizamos um Curso preparatório para o Enem,


para cerca de 70 jovens carentes do Dendê. O curso é oferecido gratuitamente,
assim como todo o material, apostilas, etc. Além das aulas diárias é realizado um
acompanhamento humano e espiritual, motivando e trabalhando a autoestima
desses jovens.

Projeto em Mangabeira VIII

Mensalmente, aos Sábados pela manhã, aconteceram atividades na


Comunidade Mangabeira VIII, em João Pessoa-PB. Uma Equipe de voluntários
da Ação Social Lumen organizam diversas atividades de formação e capacitação
para aprox. 50 crianças e adolescentes de 03 a 17 anos. Através de palestras e
capacitações, diversos temas são abordados com o intuito de auxiliar na
formação do caráter e personalidade dessas crianças e adolescentes, semeando
princípios humanos e cristãos, contribuindo assim para formarmos bons cidadãos.

LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais)

Organizamos um Curso de Libras, formando assim alguns voluntários que


iniciaram um trabalho quizenal no FilippoSmaldone, auxiliando nas atividades com
crianças e jovens surdos carentes.
Vale ressaltar que todas as informações acima citadas, foram tiradas do
relatório de atividades anual desenvolvidos pela Ação Social Lumen no ano de
2013. O Quadro 9 a seguir ilustra de maneira mais resumida os projetos sociais
da instituição, a saber:
46

Quadro 9 - Projetos Ação Social Lumen.


Bairro/
Projeto Periodicidade Cidade Publico-Alvo
Comunidade
São Bento Semanal 31 de Março Fortaleza Todos
Santo Crianças e
Semanal Campo do América Fortaleza
Antonio Adolescentes
Crianças e
Trinitas Semanal Montese Fortaleza
Adolescentes
Joao Crianças e
Mensal Luxou Fortaleza
Paulo II Adolescentes
Santa Crianças e
Quinzenal Jangurussu Fortaleza
Luzia Adolescentes
Madre Crianças e
Semanal Jacarecanga Fortaleza
Tereza Adolescentes
Jesus nas
Mensal Centro Fortaleza Todos
ruas
Alegrai- Fortaleza/
Mensal Variável Enfermos e Idosos
vos Brasília
Santo
Diário Dendê Fortaleza Jovens
Afonso
Mangabeir João Crianças e
Mensal Mangabeira VIII
a VIII Pessoa Adolescentes
LIBRAS Semanal Dionisio Torres Fortaleza Jovens
Fonte: Elaborado pelo autor (2013).

2.5.5 Empreendedorismo Social na Associação Lumen

O assunto a ser investigado na instituição é a questão dos projetos sociais


da Ação Social Lumen como uma forma de empreendedorismo social. O quanto
esses projetos mexem com a vida das pessoas, o quanto eles conseguem
movimentar as comunidades em que eles estão inseridos, se há melhorias nas
regiões de atuação da organização, de quais maneiras a instituição ainda pode
trabalhar nessas comunidades e como ela pode expandir ainda mais, chegar a
outros lugares e etc.
Cada um dos projetos que a associação Lumen realiza tem sua história e
suas particularidades, inclusive no momento de sua concepção. Os projetos mais
antigos, como o Projeto São Bento, o Jesus nas ruas e o Santo Antônio, por
exemplo, começaram porque alguns membros da instituição sentiram o desejo de
ajudar as crianças, jovens e adultos da região onde o projeto atua.
Os projetos mais recentes, porém, normalmente começam a partir do
convite de um pároco ou de alguma outra instituição que solicita ajuda para
47

determinada realidade. O Projeto Santa Luzia, o Curso de


Libras/FelippoSmaldone e o Madre Tereza de Calcutá, por exemplo, foram
trabalhos que começaram após essas solicitações e que os membros da
instituição resolveram desenvolvê-los.
Normalmente os projetos da Ação Social Lumen começam com uma
periodicidade menor, mensal ou quinzenal, para um período de organização,
planejamento e adaptação, e com o passar do tempo vai se tornando mais
frequente.
Ainda sobre esse aspecto, vale ressaltar que a Associação Lumen
inaugurou recentemente uma nova sede, situada no centro da cidade, na qual
trabalha diariamente com jovens das comunidades carentes que participam dos
projetos ministrando cursos profissionalizantes. Com os moradores de rua da
região central da cidade, o trabalho ainda é semanal, porém a ideia é que em
breve passe a ser também diário.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia da pesquisa é a lógica dos procedimentos científicos em seu


desenvolvimento e na sua gênese. Ela procura ajudar a explicar não somente os
produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois
suas exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes
da fecundidade na produção dos resultados (Bruyne, 1991).
Nesse entendimento, Minayo (1993), afirma que a pesquisa é:

“uma atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta


da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante
busca que define um processo intrinsecamente inacabado e
permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da
realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação
particular entre teoria e dados”.

De acordo com Adleret al.(1989), a escolha de uma metodologia impacta


sobre o que é estudado, bem como nos resultados e nas possíveisconclusões. No
âmbito de nossa pesquisa, nossa abordagem é qualitativa.
Na literatura podemos encontrar diversas definições ou conceitos sobre os
“métodos qualitativos” ou “dados qualitativos”. Para Evrard et al. (2003), a
compreensão dos dados qualitativos correspondem às variaveis medidas em
escalas nominais e ordinais (não-métrico). Segundo Yin (2003), os dados não-
numéricosfornecem evidênciasde natureza qualitativa.
Por tal razão, para realização deste estudo, foi utilizada a abordagem
quantitativa de pesquisa de natureza explicativa, por se considerar ser a mais
adequada para realização deste estudo.
Na lição de Richardson (2008, p. 70),

[...] o método quantitativo, como o próprio nome indica,


caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas
modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento
delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples
como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como
coeficiente de correlação, análise de regressão etc.

Silva e Menezes (2000) nos fala que


a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode
49

ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e


atribuição de significados são básicos no processo qualitativo. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente
natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos
principais de abordagem.

Para Marshall e Rossman (1989), a abordagem qualitativa fornece uma


melhor garantiada validadeinterna dos resultados. A abordagem
qualitativamelhora a capacidadedo pesquisadorpara descreverum sistema
socialcomplexo emais possibilidades de avaliaçãodo fenômeno estudade.
Muito por conta da complexidade do sistema social a ser abordado e por
todos os outros motivos já explanados acima, o objeto de estudo do presente
trabalho terá uma abordagem qualitativa.

3.1 Tipologia da pesquisa

O método de pesquisa pode ser considerado um conjunto de técnicas e de


procedimentos a serem utilizados para coletar e analisar os dados. Este método
fornece os meios para se alcançar o objetivo proposto, ou seja, as “ferramentas”
das quais fazemos uso na pesquisa, a fim de responder a questão da pesquisa
(STRAUSS; CORBIN, 1998).
De acordo com Vergara (1998), a pesquisa tem dois critérios bases: quanto
aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins uma pesquisa pode ser:
exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada e intervencionista.
Quanto aos meios de investigação, ela pode ser uma: pesquisa de campo,
pesquisa de laboratório, telematizada, documental, bibliográfica, experimental,
pesquisa-ação, estudo de caso.
Segundo Vergara (1998), a investigação exploratória é realizada em área
na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de
sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao
final da pesquisa.
Já a pesquisa descritiva expõe características de determinadas população
ou de determinado fenômeno. Embora não tenha o compromisso de explicar o
que descreve, levanta informações sobre situações específicas e relacionadas de
50

forma a proporcionar a visualização de uma totalidade (GIL, 1991). Segundo Silva


e Menezes (2000), a pesquisa descritiva busca descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Normalmente, ela envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, o formato de
levantamento. Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe as
características de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações
entre variáveis e define sua natureza. A autora coloca também que a pesquisa
não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de
base para tal explicação.
Segundo Doxsey e De Riz (2003), o objetivo geral da pesquisa esclarece o
que se pretende alcançar com a investigação. Explicita, também, o caráter da
pesquisa: se ela é exploratória, descritiva ou explicativa.
No caso do trabalho em questão, podemos concluir que o tipo de pesquisa
utilizada com relação aos fins, é um tipo de pesquisa exploratória, haja vista que é
um campo relativamente novo e que ainda requer muitos estudos na área, e
descritiva, pois visa descrever as características de uma determinada população,
envolvendo o uso de técnicas padronizadas como questionário e observação
sistemática.
Com base no nosso estudo, com relação aos meios de investigação da
pesquisa, utilizaremos os meios de uma investigação documental, uma pesquisa
bibliográfica e um estudo de caso único.
De acordo com Vergara (1998),

“a investigação documental é a realizada em documentos


conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer
natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos,
circulares, ofícios, memorandos, balancetes, filmes, fotografias.”

Para complementar esta definição, Fonseca (2002) diz que a pesquisa


documental traz as fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento
analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, cartas,
vídeos, e etc.
A pesquisa documental, de acordo com Godoy (1995), procura analisar as
materias de natureza diferentes, mas que não receberam um tratamento analítico
51

ou que poderão ser reexaminados através de interpretações complementares.


Esse tipo de pesquisa é importante para o levantamento de definições, conceitos,
dados que irão fornecer um embasamento da parte teórica.
Para Vergara (1998), a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes
eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral. O material publicado
pode ser fonte primária ou secundária”.
Segundo Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios
escritos e eletrônicos, com livros, artigos científicos. Qualquer trabalho científico
começa com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o
que já se estudou sobre o referido assunto.
No entendimento de Yin (2003), o estudo de caso é a estratégia escolhida
ao se analisarem acontecimentos contemporâneos, mas quando não se pode
manipular comportamentos relevantes. O estudo de caso conta com duas fontes
principais de evidências: a observação direta e as séries sistemáticas de
entrevistas. Ainda para o autor, estudo de caso é uma investigação empírica, um
método que abrange tudo, tais como: planejamento, técnicas de coleta de dados
e análise dos mesmos.
Para Godoy (1995), o estudo de caso é um tipo de pesquisa cujo objeto é
uma unidade de análise profunda. De acordo com Vergara (1998), o estudo de
caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma
pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão publico, uma
comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento,
podendo ou não ser realizado no campo.
De acordo com Fonseca (2002), um estudo de caso pode ser considerado
como um estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma
instituição, uma pessoa ou uma unidade social. O pesquisador não pretende
intervir sobre o objeto a ser estudado, mais revelá-lo tal como ele o percebe. Para
o autor (2002),

O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva


interpretativa, que procura compreender como é o mundo do ponto
de vista dos participantes, ou uma perspectiva pragmática, que
visa simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto
52

quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do


ponto de vista do investigador”.

3.2 Universo de estudo e Amostra

O Universo de estudo do presente trabalho trata-se das organizações do


terceiro setor.
A população desse universo em que trabalharemos de maneira mais
específica são as associações que tem um viés religioso e que trabalham com
isso nos seus empreendimentos sociais.
Por fim, com relação à amostra da pesquisa, utilizaremos a Associação
Lumen, que através da Ação Social Lumen e seus projetos, realiza
empreendimentos sociais em diversos locais, no qual 73 membros ativos dos
projetos da Ação Social Lumen responderam o questionário de pesquisa.

3.3 Coleta dos dados

A coleta de dados constituiu-se uma etapa importante do estudo, pois


contribuiu para a definição do estudo da pesquisa. Toda análise realizada
posteriormente foi fundamentada nos dados coletados. A coleta de dados do
estudo foi realizada por meio de revisão bibliográfica, documental, entrevistas e
questionário. A revisão bibliográfica envolveu livros, teses, dissertações,
periódicos, revistas e jornais, teve como objetivo levantar dados para embasar
tópicos referentes ao problema e aos objetivos a serem estudados.
Os dados da pesquisa têm como base uma pesquisa documental e um
estudo de caso na Instituição Obra Lumen de Evangelização.
Os dados coletados na pesquisa documental serviram para montar a
estrutura do guia de entrevista semiestruturado em tópicos, que seguiram a
ordem da estrutura teórica desse trabalho.
Foi elaborado um questionário estruturado com questões de múltipla-
escolha, em uma escala que varia de 4 (sempre), 3 (frequentemente), 2
(raramente), 1 (nunca). Tal instrumento foi necessário para captar-se a percepção
com relação ao tema Empreendedorismo Social em instituições sem fins
lucrativos.
53

3.3.1 O questionário de pesquisa

Para a elaboração desse questionário, utilizou-se o referencial teórico do


trabalho, assim como a pesquisa documental feito dentro da instituição,
entrevistas realizadas com algumas lideranças da organização e, por fim, o
validamos após a sua aplicação num grupo focal de 8 pessoas, todos líderes da
Ação Social Lumen e todos intimamente ligados aos projetos sociais realizados
pela instituição.
Vale destacar a importância do grupo focal nesse processo. Segundo
Oliveira e Freitas (1998) ele possui um grande destaque na pesquisa qualitativa
porque propicia riqueza e certa flexibilidade na coleta dos dados. Após a
validação com o grupo focal, foram feitos pequenos ajustes semânticos e, então,
partiu-se para a coleta dos dados.

3.3.2 Análise e tratamento dos dados

Para a análise e tratamento dos dados, foi utilizada a estatística descritiva


(média e moda), onde os dados serão estratificados de acordo com os resultados
obtidos. Para auxiliar na análise e tratamento dos dados será utilizado escala
gradativa de opiniões com quatro possibilidades de respostas.
Em seguida os resultados foram tabulados em tabelas e gráficos, que e
foram agrupados em categorias, a fim de verificar os objetivos almejados nesse
estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este capítulo versará acerca dos resultados e das discussões acerca dos
dados coletados através dos instrumentos de pesquisa. Cada um dos seus
tópicos será relacionado a uma indagação do questionário aplicado.
Primeiramente, relacionada às características sociodemográficas dos
respondentes; Posteriormente, cada uma das 20 perguntas do questionário será
apresentada e analisada; Por fim, considerações acerca das análises e sobre os
dados ocupacionais dos respondentes serão abordados.

4.1 Características sociodemográficas dos respondentes

No Quadro 10, observam-se as características sociodemográficas dos


respondentes, a saber:

Quadro 10 – Características sociodemográficas dos respondentes.


Frequência
Característica Proporção (%)
absoluta
Masculino 39 53%
Sexo
Feminino 34 47%
Até 18 anos 32 44%
19 – 24 anos 33 45%
Idade
25 a 30 anos 8 11%
A partir de 31 anos 0 0%
Ensino Médio Incompleto 12 16%
Ensino Médio Completo 20 27%
Escolaridade Ensino Superior Incompleto 31 42%
Ensino Superior Completo 7 10%
Pós Graduação 3 4%
Fonte: Pesquisa direta, 2013.

A partir do quadro 10, observa-se que a maioria dos respondentes é do


sexo masculino (53%), têm idade entre 19 e 24 anos (45%) e estão cursando o
ensino superior (42%).
55

Baseado nessas características, o colaborador-padrão dos projetos


sociais da Associação Lumen é jovem, entre 19 e 24 anos e está cursando o
ensino superior em alguma instituição de educação.

4.2 Percepção dos membros da associação acerca do empreendedorismo


social na instituição

Para uma melhor visualização com relação aos dados coletados, foi
desenvolvido o Quadro 11, quadro resumo com todas as respostas dos membros,
percentuais e médias.

Quadro 11 – Resumo das respostas do questionário.


RESPOSTA (%)
PERGUNTA
4 3 2 1
1. Você se considera inovador, ou seja, gosta de fazer coisas 19 57 23 0
que as pessoas ainda não tenham feito?
2. Você procura colocar suas ideias em prática para que elas 19 57 22 1
gerem frutos a você?
3. Você procura ter visão do todo, a longo prazo? 32 54 14 0

4. Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar


4 50 38 8
de vida?

5. Você ajuda em projetos sociais? 49 45 5 1

6. Você se considera apaixonado pelas causas que atua? 68 28 3 1

7. Você trabalharia sem receber dinheiro para que a 51 34 15 0


sociedade como um todo melhore?
8. Há em você um profundo comprometimento com os 55 42 3 0
projetos em que está envolvido?
9. Você se considera seguro em suas decisões? 8 64 27 1

10. Você costuma perceber quando uma oportunidade é


18 67 15 0
boa?

11. Você se considera dinâmico? 21 59 19 1

12. Quando você se depara com algo abstrato, consegue


4 62 33 1
torná-lo concreto?
13. Você se preocupa com sua sucessão? (para caso você
precise se ausentar, alguém dar continuidade ao seu 36 32 22 10
trabalho com maestria).
14. Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas
29 53 18 0
que você luta?
15. Você se considera como alguém que faz a diferença no
26 60 14 0
mundo?
56

RESPOSTA (%)
PERGUNTA
4 3 2 1
16. Você adere às normas das instituições nas quais
58 38 4 0
participa?
17. Você procura elaborar os projetos sociais de forma
30 52 18 0
planejada?
18. As ações previstas por você, no desenvolvimento dos
3 78 19 0
projetos sociais, são executadas conforme planejadas?
19. Você acompanha as ações implementadas nos projetos
sociais, para verificar se estão sendo executadas conforme 15 55 29 1
planejada?
20. Você realiza ações corretivas, casos as que foram
planejadas para os projetos sociais não saíram conforme 28 47 21 4
planejadas?
MEDIA GERAL 28,65 51,80 18,1 1,45

Legenda: Sempre (4); Frequentemente (3); Raramente (2); Nunca (1).

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se a partir do Quadro 11, que a maior média geral, ocorreu com a
resposta de escala 3, Frequentemente, tendo 51,80% do total. E que a segunda
maior média geral se deu na escala 4, Sempre, com 28,65% do valor integral.
Com isso, pode-se considerar que os índices positivos, 3 e 4, foram os mais
utilizados pelos respondentes, o que mostra um dado relevante para a pesquisa
em questão.
É importante salientar ainda, a baixa porcentagem da escala 1, Nunca, com
apenas 1,45% das respostas dos membros. Isso sugere um alto nível de
empreendedorismo social na associação analisada.
A seguir verificam-se os resultados da pesquisa em cada uma das
perguntas.

4.3 Você se considera inovador, ou seja, gosta de fazer as coisas que as


pessoas ainda não tenham feito?

A pergunta inicial do questionário é relacionada à inovação, se o


respondente se considera inovador. Essa indagação surgiu a partir do perfil do
empreendedor social sugerido pela Ashoka, que diz que eles precisam ser
criativos. O Gráfico 1 mostra o resultado dessa primeira pergunta:
57

Gráfico 1 – Você se considera inovador?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo Gráfico 01 as resposta da pergunta “Você se considera


inovador?”: 57% assinalaram Frequentemente, 24% Raramente, 19% Sempre e
0% Nunca. Ou seja, analisando o quesito inovação, percebe-se que os
respondentes atingem esse perfil proposto pela Ashoka.

4.4 Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem frutos
a você?

A Pergunta seguinte faz menção a colocar as ideias pessoais em prática.


Ela se refere ao perfil do empreendedor traçado por Donelas. O Gráfico 2
apresenta os resultados da segunda indagação:

Gráfico 2 – Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem
frutos a você?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


58

Observam-se pelo gráfico 02 as resposta da pergunta “Você procura


colocar suas ideias em prática para que elas gerem frutos a você?”: 57%
assinalaram Frequentemente, 22% Raramente, 19% Sempre e 2% Nunca. Ou
seja, analisando , percebemos que os respondentes atingem esse perfil proposto
por Dornelas.

4.5 Você procura ter visão do todo, a longo prazo?

A indagação seguinte aborda a percepção a longo prazo do respondente, a


visão macro do negócio. Ela se refere ao perfil do empreendedor traçado tanto
por Donelas como pela Ashoka. O Gráfico 3 apresenta os resultados da terceira
pergunta:

Gráfico 3 – Você procura ter visão do todo, a longo prazo?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo gráfico 3 as resposta da pergunta “Você procura ter a visão


do todo, a longo prazo?”: 54% assinalaram Frequentemente, 32% Sempre, 14%
Raramente e 0% Nunca. Ou seja, analisando o Gráfico 03, percebe-se que os
respondentes atingem esse perfil proposto por Dornelas e pela Ashoka.

4.6 Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de vida

A pergunta 04 do questionário é “Você já teve alguma ideia que ajudou


alguém a melhorar de vida?”. Essa indagação surgiu a partir do perfil do
59

empreendedor social sugerido pela Ashoka, que fala sobre realizar mudanças
significativas na sociedade. O Gráfico 4 mostra o resultado dessa indagação:

Gráfico 4 – Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de


vida?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo gráfico 04 as resposta da pergunta já mencionada: 50%


assinalaram Frequentemente, 38% Raramente, 8% Sempre e 4% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 04, percebe-se que os respondentes atingem, mesmo que
de forma sutil, esse perfil proposto pela Ashoka.

4.7 Você ajuda em projetos sociais?

A pergunta 05 do questionário aborda a participação em projetos sociais.


Essa indagação surgiu a partir do forte teor social da instituição analisada, a
Associação Lumen. O Gráfico 5 mostra o resultado desse questionamento:
60

Gráfico 5 – Você ajuda em projetos sociais?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo gráfico 5 as resposta da pergunta já mencionada: 49%


assinalaram Sempre, 45% Frequentemente, 5% Raramente e 1% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 5, percebe-se que os membros realmente aderem o viés
social da instituição analisada.

4.8 Você se considera apaixonado pelas causas que atua?

A pergunta 6 do questionário aborda a questão do gosto pelas causas que


o membro atua. Essa indagação surgiu a partir do perfil do empreendedor social
destacado pelo jornal Folha de São Paulo. O Gráfico 6 mostra o resultado desse
questionamento:

Gráfico 6 – Você se considera apaixonado pelas causas que atua?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


61

Nota-se pelo gráfico 6 as resposta da pergunta já mencionada: 68%


assinalaram Sempre, 28% Frequentemente, 3% Raramente e 1% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 6 , percebe-se que os membros claramente são
apaixonados pelas causas que atuam.

4.9 Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade como um
todo melhore?

A pergunta 7 do questionário aborda a questão do voluntariado. Essa


indagação surgiu a partir da intensa participação que esse aspecto tem na
instituição analisada, a Associação Lumen. O Gráfico 7 mostra o resultado desse
questionamento:

Gráfico 7 – Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade


como um todo melhore?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


Nota-se pelo gráfico 7 as resposta da pergunta já mencionada: 51%
assinalaram Sempre, 34% Frequentemente, 15% Raramente e 0% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 7 , percebe-se que os membros podem trabalhar de
maneira voluntária.

4.10 Há em você um profundo comprometimento com os projetos em que


está envolvido?

A pergunta 8 do questionário aborda a questão do comprometimento pelas


causas que o membro atua. Essa indagação surgiu a partir do perfil do
62

empreendedor social destacado pelo jornal Folha de São Paulo. O Gráfico 8


mostra o resultado desse questionamento:

Gráfico 8 – Há em você um profundo comprometimento com os projetos em


que está envolvido?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo Gráfico 8 as resposta da pergunta já mencionada: 55%


assinalaram Sempre, 42% Frequentemente, 3% Raramente e 0% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 8, percebe-se que os membros literalmente comprometidos
com as causas que atuam.

4.11 Você se considera seguro em suas decisões?

A pergunta 9 do questionário aborda a indecisão, a firmeza ao tomar


decisões. Essa indagação surgiu a partir do perfil do empreendedor sugerido por
Dornelas, que nos fala que o empreendedor não pode ser inseguro, para que
toma as decisões certas na hora certa. O Gráfico 9 mostra o resultado desse
questionamento:
63

Gráfico 9 – Você se considera seguro em suas decisões?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo gráfico 9 as resposta da pergunta já mencionada: 64%


assinalaram Frequentemente, 27% Raramente, 8% Sempre e 1% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 9 , pode-se considerar, de maneira geral, que os membros
são seguros em suas decisões.

4.12 Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa?

A pergunta 10 do questionário aborda a percepção de oportunidades. Essa


indagação surgiu porque Baquit (2008) cita Bygrave e Hofer (1991) que falam que
o empreendedor é aquele que se apercebe de uma oportunidade e cria algo para
persegui-la. O Gráfico 10 mostra o resultado desse questionamento:

Gráfico 10 – Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


Nota-se pelo Gráfico 10 as resposta da pergunta já mencionada: 67%
assinalaram Frequentemente, 18% Sempre, 15% Raramente e 1% Nunca. Ou
64

seja, analisando o Gráfico 10 , pode-se considerar, de maneira geral, que os


membros percebem quando uma oportunidade é boa.

4.13 Você se considera dinâmico?

A pergunta 11 do questionário aborda a questão da dinamicidade. Tal


indagação surgiu a partir do perfil do empreendedor proposto por Dornelas, que
fala que eles devem ser dinâmicos, não caindo em rotinas. O Gráfico 11 mostra o
resultado desse questionamento:

Gráfico 11 – Você se considera dinâmico?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo gráfico 11 as resposta da pergunta já mencionada: 59%


assinalaram Frequentemente, 21% Sempre, 19% Raramente e 1% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 11, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros são dinâmicos.

4.14 Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo


concreto?

A indagação 12 do questionário aborda a questão: “Quando você se


depara com algo abstrato, consegue torná-lo concreto?”. Tal pergunta surgiu a
partir do perfil do empreendedor proposto por Dornelas, quando fala que os
empreendedores fazem a diferença, pois transformam uma ideia abstrata em algo
concreto. O Gráfico 12 mostra o resultado desse questionamento:
65

Gráfico 12 – Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo


concreto?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo Gráfico 12 as resposta da pergunta já mencionada: 62%


assinalaram Frequentemente, 33% Raramente, 4% Sempre e 1% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 12, pode-se considerar, de maneira geral, que os membros
conseguem tornar concreto algo abstrato.

4.15 Você se preocupa com sua sucessão?

A indagação 13 do questionário aborda a questão: “Você se preocupa com


sua sucessão? (para caso você precise se ausentar, alguém dar continuidade ao
seu trabalho com maestria)”. Tal pergunta surgiu a partir do perfil do
empreendedor social destacado pelo jornal Folha de São Paulo. O Gráfico 13
mostra o resultado desse questionamento:

Gráfico 13 – Você se preocupa com sua sucessão?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


66

Observa-se pelo Gráfico 13 as resposta da pergunta já mencionada: 36%


assinalaram Sempre, 32% Frequentemente, 22% Raramente, 10% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 13, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros se preocupam com sua sucessão.

4.16 Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que você luta?

A pergunta 14 do questionário aborda a questão: “Você inspira outras


pessoas a se engajarem em causas que você luta?”. Tal indagação surgiu a partir
do perfil do empreendedor social sugerido pela Ashoka. O Gráfico 14 mostra o
resultado desse questionamento:

Gráfico 14 – Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que


você luta?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo Gráfico 14 as resposta da pergunta já mencionada: 53%


assinalaram Frequentemente, 29% Sempre, 18% Raramente e 0% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 14, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros inspiram outras pessoas a se engajaram nas causas em que atuam.

4.17 Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo?

A pergunta 15 do questionário aborda a questão: “Você se considera como


alguém que faz a diferença no mundo?”. Tal indagação surgiu a partir do perfil do
empreendedor social sugerido pela Ashoka, pois trazem mudanças significativas
67

e também de Dornelas, já que fazem a diferença. O Gráfico 15 mostra o resultado


desse questionamento:

Gráfico 15 – Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo Gráfico 15 as resposta da pergunta já mencionada: 60%


assinalaram Frequentemente, 26% Sempre, 14% Raramente e 0% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 15, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros fazem a diferença.

4.18 Você adere às normas das instituições nas quais participa?

A pergunta 16 do questionário aborda a questão: “Você adere às normas


das instituições nas quais participa?”. Tal indagação surgiu a partir do perfil do
empreendedor social destacado pelo jornal Folha de São Paulo. O Gráfico 16
mostra o resultado desse questionamento:

Gráfico 16 – Você adere às normas das instituições nas quais participa?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


68

Nota-se pelo gráfico 16 as resposta da pergunta já mencionada: 58%


assinalaram Sempre, 38% Frequentemente, 4% Raramente e 0% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 16, pode-se considerar, de maneira geral, aderem às
normas da instituição que participa.

4.19 Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada?

A pergunta 17 do questionário aborda a questão do planejamento através


da indagação: “Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada?”.
Tal questionamento surgiu a partir das considerações de Tenório (2005) com
relação aos instrumentos de gestão. O Gráfico 17 mostra o resultado desse
questionamento:

Gráfico 17 – Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo Gráfico 17 as resposta da pergunta já mencionada: 52%


assinalaram Frequentemente, 30% Sempre, 18% Raramente e 0% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 17, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros se planejam ao elaborar os projetos sociais.

4.20 As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos sociais,


são executadas conforme planejadas?

A pergunta 18 do questionário indaga com relação à execução: “As ações


previstas por você, no desenvolvimento dos projetos sociais, são executadas
conforme planejadas?”. Tal questionamento surgiu a partir das considerações de
69

Tenório (2005) com relação aos instrumentos de gestão. O Gráfico 18 mostra o


resultado desse questionamento:

Gráfico 18 – As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos


sociais, são executadas conforme planejadas?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Observa-se pelo gráfico 18 as resposta da pergunta já mencionada: 78%


assinalaram Frequentemente, 19% Raramente, 3% Sempre e 0% Nunca. Ou seja,
analisando o Gráfico 18, pode-se considerar, de maneira geral, que os membros
executam suas tarefas conforme o planejado.

4.21 Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais, para


verificar se estão sendo executadas conforme planejada?

A pergunta 19 do questionário indaga com relação ao acompanhamento


das atividades: “Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais,
para verificar se estão sendo executadas conforme planejada?”. Tal
questionamento surgiu a partir das considerações de Tenório (2005) com relação
aos instrumentos de gestão. O Gráfico 19 mostra o resultado desse
questionamento:
70

Gráfico 19 – Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais,


para verificar se estão sendo executadas conforme planejada?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.

Nota-se pelo gráfico 19 as resposta da pergunta já mencionada: 55%


assinalaram Frequentemente, 29% Raramente, 15% Sempre e 1% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 19, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros acompanham as ações que estão sendo executadas.

4.22 Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para os
projetos sociais não saíram conforme planejadas?

A pergunta 20 do questionário indaga com relação à correção das


atividades: “Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para os
projetos sociais não saíram conforme planejadas?”. Tal questionamento surgiu a
partir das considerações de Tenório (2005) com relação aos instrumentos de
gestão. O Gráfico 20 mostra o resultado desse questionamento:

Gráfico 20 – Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas


para os projetos sociais não saíram conforme planejadas?

Fonte: Pesquisa direta, 2013.


71

Observa-se pelo Gráfico 20 as resposta da pergunta já mencionada: 47%


assinalaram Frequentemente, 28% Sempre, 21% Raramente, e 4% Nunca. Ou
seja, analisando o Gráfico 20, pode-se considerar, de maneira geral, que os
membros realizam ações corretivas, caso seja necessário.

4.23 Considerações gerais sobre os dados

Após analisar cada um dos dados coletados na pesquisa, observar cada


um dos gráficos produzidos, assim como as tabelas, pode-se classificar como
bastante satisfatório os resultados encontrados. O índice de respostas mais baixo
foi o índice (1) Nunca e o índice com o maior percentual foi o índice (3)
Frequentemente.
Pode-se constatar que as perguntas com maiores níveis de respostas
positivas, índices 4 e 3, foram as perguntas 8 - Há em você um profundo
comprometimento com os projetos em que está envolvido? com 97%, somando-
se os dois índices; 6 - Você se considera apaixonado pelas causas que atua? e
16 - Você adere às normas das instituições nas quais participa? ambas com 96%,
somando-se os índices 3 e 4. Logo, segundo essa pesquisa, o comprometimento
e a paixão para com as causas em que atuam e o respeito às normas da
instituição são os pontos que mais caracterizam o empreendedorismo social na
associação.
Ja com relação aos itens com os menores percentuais, considerando-se a
soma dos índices 4 e 3, temos a pergunta 12 - Quando você se depara com algo
abstrato, consegue torná-lo concreto? com o menor percentual, 66%; seguida
pela indagação 13 - Você se preocupa com sua sucessão? (para caso você
precise se ausentar, alguém dar continuidade ao seu trabalho com maestria). com
68%; e, por fim, o questionamento 19 - Você acompanha as ações
implementadas nos projetos sociais, para verificar se estão sendo executadas
conforme planejada? com 70% no somatório dos desses dois índices. Sendo
assim, pode-se afirmar, segundo essa pesquisa, que a concretude, a sucessão e
o acompanhamento são as características dos empreendedores sociais que mais
precisam ser desenvolvidas na associação.
72

Com relação aos dados ocupacionais coletados, notamos uma imensa


variedade com relação a todos os aspectos perguntados. Sobre o tempo que os
respondentes participam dos projetos, esses variam desde poucos meses até
muitos anos. Já relacionado à função, também ouve muitas respostas diferentes,
tais como: monitor, catequista, membro, coordenador, ajudante, supervisor,
auxiliar de coordenação e etc. Por fim, destacamos que todos os projetos
organizados pela Ação Social Lumen foram representados nessa pesquisa e
citados pelos respondentes de acordo com o projeto que participam.
CONCLUSÃO

O avanço das instituições do Terceiro Setor é bastante evidente nas


últimas décadas. Cada vez mais elas têm participado de maneira ativa na
construção da sociedade. É importante que as instituições acadêmicas voltem
cada vez mais o seu olhar para as organizações que compõe esse setor.
Tomando como base esses aspectos, esse trabalho monográfico foi construído
para aprofundarmos nossos estudos em alguns pontos.
O trabalho teve como tema empreendedorismo social em instituições sem
fins lucrativos, como o caso de uma associação na cidade de Fortaleza/CE. Nele
foram envolvidos três aspectos principais: um ramo do empreendedorismo, o
empreendedorismo social, as instituições sem fins lucrativos e uma associação
sediada em fortaleza, o Lumen.
O objetivo geral do presente trabalho era analisar de que forma o
empreendedorismo social é percebido pelos membros de uma associação. Tal
objetivo mescla algo altamente administrativo, no caso, um ramo do
empreendedorismo, com algo altamente prático e social, no caso, uma
associação. O confrontamento dessas duas percepções ocorreram de maneira
peculiar e interessante.
O perfil dos respondentes do questionário foi retratado a partir do Quadro
10, notamos que em sua maioria, os membros que responderam a pesquisa são
do sexo masculino, tem entre 19 e 24 e cursando o ensino superior.
O primeiro objetivo específico proposto por esse trabalho era Levantar os
fatores que caracterizam o empreendedorismo social em uma associação. Após a
pesquisa bibliográfica e documental, levantamos os perfis de instituições e
autores que trabalham com empreendedorismo social. A partir da análise dos
dados coletados na Associação Lumen, pode-se considerar válido o primeiro
pressuposto deste trabalho, o empreendedorismo social se aplica a associações,
pois o resultado foi completamente positivo, visto que em todas as perguntas do
questionário as respostas dos membros tinham mais de 50% dos índices 4 e 3,
Sempre e Frequentemente, respectivamente, e os índices 2 e 1, Raramente e
74

Nunca, sempre tinham menos de 50% das respostas. Ou seja, segundo esse
estudo de caso, o empreendedorismo social se aplica a associações.
Este trabalho teve como segundo objetivo específico Coletar as
percepções dos membros de uma associação na cidade de fortaleza/CE acerca
das características do empreendedor social. Após a análise dos dados coletados,
notamos que o segundo pressuposto, Os membros de associações se percebem
como empreendedores sociais, também é considerado válido, pois os membros
da associação realmente se percebem empreendedores sociais, haja vista que
eles se enquadram de maneira bastante satisfatória nos perfis de
empreendedores sociais utilizados no levantamento bibliográfico deste trabalho.
É valido ressaltar que embora muitos membros da Associação Lumen não
tenham conhecimento da teoria sobre empreendedorismo social ou sobre outros
aspectos da administração, como os recursos e ferramentas de gestão, por
exemplo, eles na prática se encaixam nos perfis propostos por autores como
Dornelas e Tenório e por instituições como Ashoka e Folha de São Paulo.
Cabe ainda salientar que seria importante numa pesquisa futura, aplicar a
pesquisa em mais instituições com características semelhantes, haja vista que
cada uma tem suas particularidades e peculiaridades. Assim, haverá também o
confrontamento dos dados obtidos em cada uma das organizações, fazendo com
que os resultados possam se aperfeiçoar ainda mais.
Portanto, os conceitos expendidos neste Projeto Interdisciplinar e que
conduziram à obtenção desses resultados não pretendem esgotar o assunto, mas
dar uma contribuição para exploração do tema, em outros contextos.
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SANTOS, Filipe. O que é empreendedorismo social? INSEAD 2012, Journal of


Business Ethics. 2012.

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brasileiro: uma perspectiva histórica. Rev. Adm. Pública vol.44 no.6 Rio de Janeiro
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dissertação. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção,
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Janeiro. Editora FGV, 2005.

TEODÓSIO, A. S. S. O Terceiro Setor de Múltiplos Atores e de Múltiplos Interesses:


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Thousand Oaks (CA), 2ª edição.
APÊNDICES
79

Apêndice 1 – Questionário de Pesquisa (impresso).

EMPREENDEDORISMO SOCIAL EM INSTITUIÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS


(QUESTIONÁRIO DE PESQUISA)

Caro Membro,

Esta pesquisa tem como objetivo analisar de que forma os projetos sociais são desenvolvidos
em uma organização do terceiro setor. No caso a instituição escolhida para o estudo, foi o Lumen, por
ser uma Instituição Sem Fins Lucrativos, com forte engajamento social.

Por tal razão, pedimos a sua contribuição no sentido de marcar com um “X” o valor que
melhor representa a sua percepção acerca da relação de empreendedorismo social, a partir dos
projetos sociais desenvolvidos no Lumen.

Legenda:

4 – Sempre
3 – Frequentemente
2 – Raramente
1 – Nunca
Muito obrigado!

RESPOSTA
PERGUNTA
4 3 2 1
1. Você se considera inovador, ou seja, gosta de fazer coisas que as
pessoas ainda não tenham feito?
2. Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem frutos a
você?
3. Você procura ter visão do todo, a longo prazo?

4. Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de vida?

5. Você ajuda em projetos sociais?

6. Você se considera apaixonado pelas causas que atua?

7. Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade como um


todo melhore?
8. Há em você um profundo comprometimento com os projetos em que está
envolvido?
9. Você se considera seguro em suas decisões?

10. Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa?

11. Você se considera dinâmico?

12. Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo concreto?
80

RESPOSTA
PERGUNTA
4 3 2 1
13. Você se preocupa com sua sucessão? (para caso você precise se
ausentar, alguém dar continuidade ao seu trabalho com maestria).

14. Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que você luta?

15. Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo?

16. Você adere às normas das instituições nas quais participa?

17. Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada?

18. As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos sociais,


são executadas conforme planejadas?
19. Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais, para
verificar se estão sendo executadas conforme planejada?
20. Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para os
projetos sociais não saíram conforme planejadas?

PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO

Idade: ________________ Sexo: Masculino  Feminino

Escolaridade:
 Nível Médio  Nível Técnico  Graduação  Pós Graduação

DADOS OCUPACIONAIS

Projeto: _____________________________________________
Função: _____________________________________________
Tempo no projeto: ________________
81

Apêndice 2 – Questionário de Pesquisa (on line)

Página 1 de 3

Título do Formulário

1. Você se considera inovador, ou seja, gosta de fazer coisas que as pessoas ainda não
tenham feito? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
2. Você procura colocar suas ideias em prática para que elas gerem frutos a você? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
3. Você procura ter visão do todo, a longo prazo? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
4. Você já teve alguma ideia que ajudou alguém a melhorar de vida? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
5. Você ajuda em projetos sociais? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
6. Você se considera apaixonado pelas causas que atua? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
82

7. Você trabalharia sem receber dinheiro para que a sociedade como um todo melhore? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
8. Há em você um profundo comprometimento com os projetos em que está envolvido? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
9. Você se considera seguro em suas decisões? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
10. Você costuma perceber quando uma oportunidade é boa? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
11. Você se considera dinâmico? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
12. Quando você se depara com algo abstrato, consegue torná-lo concreto? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
13. Você se preocupa com sua sucessão? (para caso você precise se ausentar, alguém dar
continuidade ao seu trabalho com maestria). *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
14. Você inspira outras pessoas a se engajarem em causas que você luta? *

 Sempre
83

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
15. Você se considera como alguém que faz a diferença no mundo? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
16. Você adere às normas das instituições nas quais participa? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
17. Você procura elaborar os projetos sociais de forma planejada? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
18. As ações previstas por você, no desenvolvimento dos projetos sociais, são executadas
conforme planejadas? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
19. Você acompanha as ações implementadas nos projetos sociais, para verificar se estão
sendo executadas conforme planejada? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
20. Você realiza ações corretivas, casos as que foram planejadas para os projetos sociais não
saíram conforme planejadas? *

 Sempre

 Frequentemente

 Raramente

 Nunca
84

PERFIL SOCIO-DEMOGRAFICO DO RESPONDENTE


Sexo

 Masculino

 Feminino
Idade

 Até 18 anos

 Entre 19 a 24 anos

 Entre 25 a 30 anos

 A partir de 31 anos
Escolaridade

 Ensino Médio Incompleto

 Ensino Médio Completo

 Ensino Superior Incompleto

 Ensino Superior Completo

 Pós Graduação

Página 3 de 3

DADOS OCUPACIONAIS
Projeto:

Tempo no projeto:

Função:
85

Apêndice 3 – Comunicado de sensibilização

Bom Dia,

Sei que muitos daqui não me conhecem, mas me chamo Lucas Oliveira, faço
parte do Lumen há 9 anos e sou Consagrado da comunidade.
Estou escrevendo minha monografia sobre empreendedorismo social e
escolhi os projetos sociais do Lumen para usar como estudo de caso.
Queria pedir a ajuda de vocês pra entender melhor a percepção dos
participantes sobre alguns pontos, para que possa auxiliar esse meu estudo.
Peço que respondam esse formulário do link abaixo e me ajudem.

Conto com vocês!!!

"O Amor é nossa Meta!


Cristo é nossa Luz!"

https://docs.google.com/forms/d/13d9gEK0fOsi-BnjRrflwhYn8KAwK7s8-
bHGRCJHPvI8/viewform

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