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Anatomia Humana

Material Teórico
Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me Danilo Cândido

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

• Introdução;
• Sistema Nervoso Autônomo (SNA);
• Sistema Nervoso Central (SNC);
• Sistema Nervoso Periférico (SNP);
• Sistema Endócrino.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Aprender como funcionam o Sistema Nervoso e o Sistema Endócrino, bem como
suas funções;
• Compreender a relevância desses dois Sistemas para o organismo;
• Perceber a relação entre o Sistema Nervoso e os órgãos dos sentidos;
• Descrever e proporcionar o conhecimento da organização do Sistema Nervoso e também
o conhecimento da organização do sistema endócrino.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
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horário fixo aprendizagem.
para estudar.

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as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

Introdução
O Sistema Nervoso (SN), juntamente com o Sistema Endócrino, estimula o or-
ganismo a perceber as variações do meio interno e externo, a difundir as alterações
que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja
mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase).

Homeostasia: é a tendência existente em alguns organismos para o equilíbrio e a con-


Explor

servação de elementos fisiológicos e do metabolismo por meio de alguns mecanismos de


regulação. É considerado que um organismo está em homeostasia quando substâncias quí-
micas estão em concentrações adequadas, a temperatura é estável e a pressão é apropriada.

O Sistema Nervoso é subdividido em duas partes: o Sistema Nervoso Cen-


tral (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O SNC é formado pelo encéfalo, localizado internamente na caixa craniana, e
pela medula espinhal, localizada internamente na coluna vertebral.
O encéfalo é composto pelo cérebro, subdividido em telencéfalo e diencéfalo,
pelo cerebelo e pelo tronco cerebral, subdividido em bulbo, ponte e mesencéfalo.
O SNP é formado pelos nervos cranianos, nervos medulares, gânglios nervosos
e estruturas sensoriais. Os nervos são estruturas formadas por prolongamentos
dos neurônios revestidos de tecido conjuntivo. Dependendo da função exercida no
Sistema Nervoso, podemos classificá-los em nervos sensoriais, motores e mistos
ou, no tocante à origem da medula espinhal (nervos medulares ou espinais) ou do
encéfalo (nervos cranianos) (CONZATTI et al., 2015).

Assista ao vídeo disponível no link a seguir para compreender alguns aspectos importantes
Explor

sobre o Sistema Nervoso: http://bit.ly/30rlY3N

Sistema Nervoso
SNC SNP

Encéfalo Medula Terminações


nervosas
Glânglios
Cerebelo Cérebro
Tronco Diencéfalo
encefálico Nervos
Telencéfalo

Bulbo Ponte Mesencéfalo Cranianos Espinhais

Figura 1 – Estrutura básica que envolve o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso periférico

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A unidade funcional básica do Sistema Nervoso humano é o neurônio. Nele,
encontramos a região do corpo celular na qual se encontra o núcleo celular, o
axônio (prolongamento que transmite o impulso nervoso vindo do corpo celular),
os dendritos (prolongamentos numerosos e curtos do corpo celular, receptores de
mensagens) e os dendritos do terminal axônico.

A comunicação entre os neurônios, denominada sinapse, é realizada por meio


de um espaço denominado de fenda sináptica e por uma variedade de substâncias
químicas denominadas neurotransmissores.

O impulso nervoso pode ser classificado como uma reação físico-química que
ocorre nas superfícies dos neurônios, os sinais elétricos são transportados através
das membranas até os ramos extensos chamados dendritos, passam pelo corpo ce-
lular que recebem essas ondas de corrente elétrica (excitatória ou inibitória), que são
direcionadas pelo axônio até o terminal axônico, onde se encontra a fenda sináptica
e os dendritos de outro neurônio.

Além dos neurônios, encontramos outro tipo de células no tecido nervoso, as cé-
lulas da glia, que constituem a neuroglia. No grupo das neuroglias, ou meramente
glias, incluem-se diversos tipos de células encontradas no SN ao lado dos neurônios.
Essas células apresentam funções de sustentação, nutrição outros aspectos basais
para a vida dos neurônios, e dividem-se nos seguintes tipos: Oligodendrócitos e
Células de Schwann.

Ambas as células possuem a função de produzir mielina que, por meio da bainha
que forma ao redor dos prolongamentos protoplasmáticos dos neurônios, possibi-
lita uma condução saltatória de informações, que é mais acelerada que a contínua,
além de conferir proteção celular.

É importante salientar que fibras revestidas com mielina geralmente transportam


informações importantes e vitais, tais como movimentos e localização dos mem-
bros. Fibras sem mielinização transportam informações como a dor que, embora
seja importante, não tem uma urgência de ser processada. Os oligodendrócitos,
contudo, produzem mielina somente no SNC.

Núcleo
Célula de Nódulo
Schwann de Ranvier
Soma

Bainha Dentritos
de Mielina

Arborização terminal
Figura 2 – Estrutura básica do neurônio
Fonte: Adaptado de Getty Images

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Quanto à sua função, os neurônios podem ser classificados em: aferente ou


sensitivo, eferente ou motor e interneurônio ou neurônio de associação.

Os neurônios aferentes transmitem as informações dos órgãos sensoriais ao Sis-


tema Nervoso Central.

Os neurônios eferentes transmitem os comandos motores para os músculos,


vísceras, glândulas e órgãos.

Os neurônios denominados interneurônios, localizados no interior do Sistema


Nervoso Central, estabelecem os contatos entre os aferentes e os eferentes, e cons-
tituem mais de 90 % da população neuronal.

Podemos classificar o Sistema Nervoso considerando sua fisiologia, bases em-


briológicas e ou evolutivas ou, simplesmente, sua anatomia e morfologia.

Sistema Nervoso Autônomo (SNA)


O SNA se ramifica em duas partes, a simpática e a parassimpática e é consti-
tuído por um conjunto de neurônios e gânglios periféricos que modulam funções
independentemente da vontade humana como a respiração, circulação do sangue,
controle de temperatura, digestão, coordenação da atividade da musculatura lisa,
da musculatura cardíaca e de inúmeras glândulas exócrinas.

A atividade simpática, geralmente, está relacionada ao corpo em alerta, por


exemplo, dilatação da pupila, boca seca, aceleração dos batimentos cardíacos e
promover a ejaculação.

A atividade parassimpática faz o contraponto, reduz os batimentos cardíacos,


o indivíduo saliva mais e a pupila se contrai, entre outras.

Nesse momento, cabe um esclarecimento. Além da classificação estritamente


anatômica, podemos classificar o Sistema Nervoso sob o ponto de vista funcional
em Sistema Nervoso Somático (SNS) e Sistema Nervoso Autônomo (SNA).

O SNA é responsável pela modulação e pelo controle das funções vegetativas do


corpo, ou seja, funções inconscientes e involuntárias, como a frequência cardiorres-
piratória, a pressão arterial e a sudorese, entre outras.

Podemos adotar o critério de secreção dos neurotransmissores para classificar o


SNA em simpático e parassimpático. Embora haja algumas exceções, os neurônios
do Sistema Nervoso Simpático secretam o neurotransmissor denominado nora-
drenalina, que determina respostas fisiológicas que, geralmente, aumentam a taxa
metabólica dos organismos (sistema adrenérgico).

O Sistema Nervoso Parassimpático possui gânglios nervosos próximos aos ór-


gãos efetuadores e distantes da medula, por isso pode ser considerado mais com-
plexo que o sistema simpático. Seus neurônios secretam a acetilcolina como neu-
rotransmissor (sistema colinérgico).

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Os dois sistemas atuam de forma antagônica, ou seja, se o ramo simpático es-
timula ou contrai um determinado órgão, o ramo parassimpático inibe ou relaxa
esse mesmo órgão.
Explor

Sistema Nervoso Autônomo: representação Parassimpático e Simpático: http://bit.ly/3a66OoZ

Sistema Nervoso Central (SNC)


Formado pelo encéfalo, protegido pela caixa craniana, e pela medula espinal,
protegida pela coluna vertebral, possui como função geral o processamento e a
integração de informações, é responsável pela percepção dos estímulos recebidos,
pela elaboração da resposta adequada a eles, pelo raciocínio e pelas emoções.

A medula espinal estabelece a conexão entre o Sistema Nervoso Periférico


(nervos medulares) e o encéfalo.

Em um corte transversal do encéfalo ou da medula espinal, algumas regiões pa-


recem brancas e brilhantes. Essas regiões são conhecidas como substância branca
e correspondem a agregações de axônios, enquanto outras parecem cinza, são
conhecidas como substância cinzenta, nas quais encontramos os corpos celula-
res dos neurônios.
Explor

Corte no encéfalo humano. Substância cinzenta e substância branca: http://bit.ly/2Rjv1zt

A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios, e a branca, por


seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta
ocorre mais externamente e a substância branca ocorre mais internamente.

Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa crania-


na, protegendo o encéfalo, e coluna vertebral, protegendo a medula – também
denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a
proteção esquelética.

O encéfalo e a medula espinal são envolvidos e protegidos por lâminas (membra-


nas) de tecido conjuntivo, chamadas de meninges, sendo elas:

Tabela 1
· Dura-máter: mais espessa;

· Aracnoide: está entre a dura-máter e a pia-máter. Possui projeções ou fibras que vão até a pia-máter, constituindo uma
rede semelhante a uma teia de aranha. É separada da dura-máter por um espaço capilar denominado espaços ubdural,
separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnoide, onde circula o líquor.
· Pia-máter: mais fina, está intimamente ligada ao encéfalo e à medula espinhal
Fonte: Elaborado pelo autor

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UNIDADE Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

Pele Aponeurose
Periósteo
Osso
Meninges
Dura-máter
Aracnoide
Pia-máter

Figura 3 – Representação das meninges


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Explor

Vamos aprender um pouco mais sobre as meninges? Acesse: https://youtu.be/PxcPwAB2ca8

Encéfalo
Anatomicamente, o cérebro é a maior parte do encéfalo e pode pesar em tor-
no de 1.200 a 1.400g. O encéfalo humano possui mais de 80 bilhões neurônios.
Quando estão em plena atividade, gastam cerca de 20% do oxigênio do nosso
corpo e liberam energia (tanto quanto uma pequena lâmpada) (CORRÊA, 2019).

O encéfalo compreende três regiões: o cérebro; o cerebelo e o tronco encefálico.



 
 


 
 



 

      

Figura 4 – Conhecendo o encéfalo


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

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Você Sabia? Importante!

Encéfalo é o órgão que processa informação? O encéfalo humano pode pesar até 1,4kg
e é um dos maiores órgãos do corpo. Assim como a medula espinhal o encéfalo é cons-
tituído, principalmente, por massa cinzenta, e massa branca, dispostas em camadas
distintas. O Cérebro é a maior e mais importante parte do encéfalo humano, seu peso
corresponde a cerca de 85% do total do encéfalo.

A região mais externa do cérebro é denominada córtex cerebral e, em seres


humanos, é muito mais desenvolvida que em qualquer outro animal; possui áreas
especializados em movimento (córtex motor), percepção (córtex sensorial), audi-
ção (córtex auditivo) e funções cognitivas. O cérebro não é uma estrutura maciça,
possui cavidades denominadas ventrículos.

O cérebro é dividido por um grande sulco longitudinal que o separa em hemisfé-


rio cerebral direito e hemisfério cerebral esquerdo, o aspecto glomerular é dado
pela presença dos giros e fissuras.

Figura 5 – Hemisférios Direito e Esquerdo


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Explor

Neuroanatomia: Divisões do cérebro. Acesse: https://youtu.be/OY7Zd4QwF2w

Você Sabia? Importante!

Um fato curioso a respeito dos hemisférios cerebrais é o conceito da contralateralidade:


o hemisfério esquerdo do cérebro controla o lado direito do corpo e o hemisfério direito
do cérebro controla o lado esquerdo do corpo.

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UNIDADE Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

Já o diencéfalo é formado pelo tálamo e pelo hipotálamo. O tálamo é a re-


gião responsável por receber e processar a maior parte das informações sensoriais
do corpo. A única percepção sensorial que não passa pelo tálamo é a do olfato.

O hipotálamo é uma região de grande complexidade funcional, localizada


a seguir do tálamo, no interior central dos dois hemisférios cerebrais. Pode ser
considerada uma das mais importantes estruturas do Sistema Nervoso Central,
sede do controle e da modulação de grande parte dos comportamentos como
fome e sede, modula o Sistema Nervoso autônomo dos seres humanos, atua no
controle da temperatura do corpo, no controle das emoções e comportamentos,
no processo de contração muscular (cardíaco e liso), na regulação de secreção
de diversas glândulas que produzem hormônios, na modulação de vários hor-
mônios secretados pela hipófise, nos processos relacionados ao desejo sexual,
além de regular os estados de consciência e ritmos circadianos (horários de
vigília e sono).

Tronco Cefálico Formado pelo Conjunto Mesencéfalo, Ponte e Bulbo


No SNC, o mesencéfalo é responsável por algumas funções como a visão, a
audição, o movimento dos olhos e o movimento do corpo.

A ponte coparticipa de algumas atividades do bulbo e ainda é via de passagem


de fibras nervosas que ligam o cérebro à medula.

O bulbo recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando funções


autônomas batimentos cardíacos, respiração, pressão do sangue, reflexos de saliva-
ção, tosse, espirro e o ato de engolir.

Dos 12 pares de nervos cranianos (que fazem parte do Sistema Nervoso Periféri-
co), 10 fazem conexão, recebem ou imitam fibras nervosas com o tronco encefálico
no Sistema Nervoso Central.

O cerebelo está localizado na região occiptal (nuca), está conectado a regiões


do córtex relacionadas à movimentação do corpo e equilíbrio, integra os impulsos
nervosos que determinam os movimentos voluntários (observe na Figura 6).

Medula Espinhal
A medula espinhal consiste em uma massa cilíndrica de tecido nervoso, envol-
vida pela coluna vertebral, que é constituída por trinta e três peças esqueléticas
sobrepostas, denominadas vértebras.

A medula espinhal contém os tratos longos que ligam o cérebro ao Sistema


Nervoso Periférico.

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Cervical

Torácico

Lombar

Sacrococcígeo

Figura 6 – A coluna vertebral


Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Sistema Nervoso Periférico (SNP)


É constituído por 31 pares de nervos espinhais ou medulares, os nervos deno-
minados eferentes, que partem da medula, ou seja, levam ao corpo os impulsos
elétricos responsáveis pelas ações de resposta e movimento, e os nervos denomi-
nados aferentes, que recebem as informações do meio ambiente e conduzem essas
mesmas informações para o Sistema Nervoso Central.

Também fazem parte do SNP os 12 pares de nervos cranianos que partem di-
retamente do encéfalo.

Nervos Medulares ou Espinhais


Dorsalmente, a medula recebe nervos sensoriais e, ventralmente, partem nervos
motores. Os nervos espinhais são formados por uma raiz dorsal (sensitiva) e uma
ventral (motora), que se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral
anterior da medula por meio de filamentos radiculares.

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Os 31 pares de nervos se ramificam a partir das quatro regiões da medula espi-


nhal, dividindo-se e se subdividindo para formar uma rede que conecta a medula
espinhal a todas as partes do corpo:
• Região cervical: oito pares de nervos cervicais, enervam o tórax, a cabeça, o
pescoço, os ombros, os braços e as mãos;
• Região torácica: doze pares de nervos torácicos, conectam-se aos músculos
abdominais das costas e intercostais;
• Região lombar: cinco pares de nervos lombares, formam uma rede para servir
o abdome inferior, as coxas e as pernas;
• Região sacral: seis pares de nervos sacrais conectam-se às pernas, aos pés e
às áreas anal e genital.

Nervos Cranianos
Os nervos cranianos, em número de doze pares, são habitualmente numerados
por meio de algarismos romanos.

O tronco encefálico faz conexão com a maior parte deles (dez dos seus doze
pares), a saber:

Tabela 2
III – Nervo oculomotor; VIII – Nervo acústico;
IV – Nervo troclear; IX – Nervo glossofaríngeo;
V – Nervo trigêmeo; X – Nervo vago;
VI – Nervo abducente; XI – Nervo espinhal acessório; e
VII – Nervo facial; XII – Nervo hipoglosso.
Fonte: Elaborado pelo autor

Sistema Endócrino
O sistema endócrino representa o conjunto de órgãos que apresentam como
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são
disseminados na corrente sanguínea a fim de atuar em outra parte do organismo
(órgãos-alvo), controlando ou auxiliando o controle de sua função.

O Sistema Endócrino, juntamente com o Sistema Nervoso, é responsável pela


regulação das funções metabólicas do organismo como um todo, visando ao seu
equilíbrio fisiológico também chamado homeostasia.

A regulação realizada pelo Sistema Endócrino se dá pela ação dos hormônios,


substâncias químicas produzidas pelas células glandulares endócrinas e que exerce-
rão as suas funções após atingirem a circulação sanguínea, sendo, então, transpor-
tadas até o seu local de atuação.

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Glândula pineal
Glândula pituitária

Glândula tireoide

Timo

Glândula adrenal

Pâncreas

Testículo Ovário

Figura 7 – Representação esquemática e localização das


principais glândulas endócrinas do organismo humano
Fonte: Adaptado de Getty Images

Embora os hormônios sejam liberados no sangue entrando em contato com mui-


tos órgãos e células do organismo, somente as células do órgão-alvo vão possuir os
receptores específicos para aquele determinado hormônio ou substância.

Os receptores possuem natureza proteica, estão localizados na membrana plas-


mática das células-alvo e possuem reação específica.

Vamos destacar algumas das principais funções do Sistema Endócrino:


• Regula o equilíbrio do sódio e da água, além de controle do volume sanguíneo
e da pressão arterial;
• Regula o equilíbrio do cálcio e do fosfato para preservar as concentrações no
líquido extracelular necessárias à integridade da membrana celular e à sinaliza-
ção intracelular;
• Regula o equilíbrio energético e faz o controle da mobilização, da utilização
e do armazenamento da energia para assegurar o suprimento das demandas
metabólicas celulares;
• Coordenação das respostas contrarreguladoras hemodinâmicas e metabólicas
do hospedeiro ao estresse;
• Regulação da reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo
de envelhecimento.

O Sistema Endócrino é um importante sistema do corpo humano, sendo cons-


tituído por glândulas e tecidos orgânicos responsáveis pela secreção de substân-
cias químicas, denominadas de hormônios, que controlam funções biológicas
(VERONEZ; VIEIRA, 2012).

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O Sistema Endócrino é definido como uma rede integrada de múltiplos órgãos,


de diferentes origens embrionárias, que liberam hormônios, incluindo desde peque-
nos peptídeos a glicoproteínas, que exercem seus efeitos em células-alvo próximas
ou distantes, essa rede endócrina de órgãos e mediadores não atua de maneira
isolada e está estreitamente integrada aos Sistemas Nervosos Central e Periféri-
co, além do sistema imune, o que viabiliza o uso dos termos neuroendócrino ou
neuroendócrino-imune com para se referir a estas interações.

Você Sabia? Importante!

A regulação hormonal por Feedback traduzida como retroalimentação é usada para indi-
car a regulação de uma glândula pelo seu próprio produto final. O feedback é conhecido
como negativo quando o aumento do produto final inibe a atividade da glândula.

Conceitos importantes:

Tabela 3
· Glândula: célula, tecido ou órgão cuja função é de elaborar substâncias que são secretadas e utilizadas em outra parte
do organismo.
· Glândula exócrina: secretam produtos em dutos que se abrem e cavidades corporais, luz de um órgão ou na superfície
externa do corpo. Exemplo: glândula sudorípara, pâncreas exócrino.
· Glândula endócrina: secretam substâncias (hormônios) no sangue, de modo a se difundir por todo o corpo. Exemplo:
pâncreas, endócrino, tireoide.
Fonte: Elaborado pelo autor

A seguir, podemos conhecer um pouco mais sobre algumas glândulas do


sistema endócrino:
• Hipófise: conhecida, também, como glândula pituitária, a hipófise está loca-
lizada na base do encéfalo e é considerada a glândula mestra do corpo, em
razão dos importantes hormônios que regulam o funcionamento de diversas
glândulas endócrinas.

Figura 8 – Localização da Hipófise


Fonte: Getty Images

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A hipófise é dividida em adenohipófise e neurohipófise.
» A adenohipófise produz e libera hormônios denominados hormônios tró-
ficos, ou seja, hormônios que controlam outras glândulas endócrinas. Os
principais hormônios produzidos pela adenohipófise são o hormônio tireo-
trófico (TSH), que regula as atividades da glândula tireoide, o hormônio adre-
nocorticotrófico (ACTH), que regula o córtex das suprarrenais, o hormônio
folículo estimulante (FSH), que atua no crescimento dos folículos nos ovários
e espermatozoides nos testículos, e o hormônio luteinizante (LH), que pro-
voca a ovulação e a formação do corpo lúteo nos ovários e a produção de
testosterona nos testículos.

Além dos hormônios citados anteriormente, a adenohipófise secreta outros


hormônios. São eles: a prolactina, que estimula a produção de leite durante
a gravidez e no período de amamentação, e o hormônio do crescimento,
também chamado de somatrotofina ou GH;
» A neurohipófise pode ser definida como uma expansão do hipotálamo e
armazena e secreta dois hormônios, a oxitocina e o hormônio antidiurético
(também conhecido como vasopressina);

Você Sabia? Importante!

A hipófise possui aproximadamente 1cm de diâmetro, o tamanho de uma ervilha, e pesa


entre 0,5 a 1,0g?

• Já a glândula tireoide está localizada na região do pescoço, na parte inicial


da traqueia.

Os hormônios produzidos por essa glândula auxiliam na manutenção dos pa-


drões normais da pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, o tônus muscular e as
funções sexuais.

Algumas alterações na tireoide podem provocar o hipertireoidismo (a glândula


produz hormônio em excesso) ou o hipotireoidismo (a produção de hormônios
é deficiente).

A calcitonina também é um hormônio produzido em pequenas quantidades


pela tireoide. O hipotireoidismo ocorre quando a glândula tiroide não produz
hormônios da tiroide suficiente para atender as necessidades do corpo.

Hormônio da tiroide insuficiente pode causar a diminuição ou o encerramento


de muitas das funções do corpo;
• Paratireoides: são localizadas atrás da tireoide. Sintetizam o paratormônio,
que atua no controle da taxa de cálcio no sangue;
• Pâncreas: é uma glândula com funções endócrina e exócrina, o pâncreas é
formado por células chamadas de ilhotas de Langherans, nas quais podemos

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UNIDADE Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

encontrar dois tipos de células: as células betas, que produzem o hormônio


insulina, e as células alfa, que produzem o hormônio glucagon;
• Suprarrenais: localizada sobre os rins, são divididas em duas partes: o córtex
e a medula. No córtex, são sintetizados os corticosteroides (mineralocorticoi-
des e glicocorticoides) a partir do colesterol. O principal mineralocorticoide é
a aldosterona, enquanto o principal glicocorticoide é o cortisol. Na medula das
suprarrenais, são produzidos os hormônios adrenalina e noradrenalina;
• Gônadas: são os testículos, no sexo masculino, e os ovários, no sexo femini-
no. São as responsáveis pela produção de gametas, mas também sintetizam
hormônios que podem influenciar no crescimento e no desenvolvimento do
corpo humano. Chamados de hormônios sexuais, os hormônios produzidos
pelas gônadas controlam o ciclo reprodutivo e o comportamento sexual, sendo
que os testículos produzem a testosterona, enquanto os ovários produzem o
estrógeno e a progesterona.

Vamos reforçar o que aprendemos sobre sistema endócrino?


Explor

Acesse: http://bit.ly/36Yw5j1 e http://bit.ly/2QSW7i1

Chegamos ao fim dessa unidade. Não deixe de olhar as dicas disponíveis durante
a leitura, bem como os vídeos disponíveis no nosso Material Complementar.

Bom estudo!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
O corpo humano: Sistema Nervoso parte 1
https://youtu.be/dLue_MxrRH8
O corpo humano: Sistema Nervoso parte 2
https://youtu.be/3JhEHvDfBCE

Leitura
Guia de Anatomia Asclépio
http://bit.ly/2QWd4Z5

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UNIDADE Sistema Nervoso e Sistema Endócrino

Referências
CONZATTI, S. et al., Avaliação dos hábitos alimentares de praticantes de exercício
físico em uma academia de um centro universitário. Revista Brasileira de Nutri-
ção Esportiva, v. 9, n. 54, p. 534-543, 2015.

CORRÊA, P. V. Do Cérebro à Funcionalidade em Situações de Aprendizagem:


Contribuições Ao Discurso Psicopedagógico. Revista Saúde e Desenvolvimento,
v. 13, n. 14, p. 112-133, 2019.

CUNHA, C. Introdução à Neurociência. Campinas: Átomo, 2011.

GUIA de Anatomia Asclépio. Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Dispo-


nível em: <http://guiadeanatomia.com>. Acesso em: 7/10/19.

MOLINA, P. E. Fisiologia Endócrina-4. AMGH Editora, 2014.

VERONEZ, D. A. L.; VIEIRA, M. P. M. M. Abordagem morfofuncional do siste-


ma endócrino. Universidade Federal de Uberlândia (UFU), 2012. Disponível em:
<http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/?s=Abordagem+morfofuncional+do+sistema+endo
crino.pdf&search_404=1>. Acesso em: 19/11/2019.

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