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CADEIA DE
SUPRIMENTOS NA
ÁREA DA SAÚDE
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Coordenador de Conteúdo
Silvio César de Castro
Design Educacional
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Marcus Vinicius Almeida da Silva Machado
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Iconografia
Distância; NIEDDERMEYER, Henrique Lacerda. Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Gestão da cadeia de suprimentos na área da saúde.
Henrique Lacerda Nieddermeyer. Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpressão em 2020. José Jhonny Coelho
200 p.
“Graduação - EaD”. Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
1. Gestão da cadeia. 2. Suprimentos . 3. Saúde 4. EaD. I. Título.
Editoração
ISBN 978-85-459-0418-2 Robson Yuiti Saito
CDD - 22 ed. 362 Revisão Textual
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Kaio Vinicius Cardoso Gomes
Danielle Loddi
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a), como professor de logística há cerca de dez anos pude, ao longo
da elaboração deste livro, compreender as peculiaridades da cadeia de suprimentos da
área da saúde. Na unidade I compreenderemos a importância da cadeia de suprimentos
nessa área e identificaremos as principais operações logísticas, os problemas do trans-
porte e seus impactos na gestão logística da saúde. Perceberemos que os desafios para
o gestor hospitalar são inúmeros e variados. No processo de previsão de demanda en-
tenderemos que o erro está implícito, fazendo parte dessa importante atividade, por
isso, na unidade II abordaremos as complexidades do processo de gestão da demanda
de uma unidade hospitalar, identificando seus principais conceitos, técnicas e modelos
de previsão.
Na unidade III poderemos compreender a importância do processo de planejamento
de estoques em uma unidade hospitalar. O grande diferencial de um hospital para ou-
tro no tipo de organização está no consumidor final. Erros podem gerar consequên-
cias gravíssimas, inclusive com a perda do paciente. Em decorrência disso, a gestão de
estoques ganha importância, estabelecendo critérios para a classificação dos materiais
armazenados nas unidades de saúde, entre os quais destacam-se a classificação ABC e
a XYZ. Na unidade IV conheceremos os principais conceitos relacionados à armazena-
gem e distribuição dos materiais ao longo da cadeia de suprimentos. Identificaremos
também as técnicas empregadas, os custos de armazenagem e distribuição, bem como
as tecnologias utilizadas para seu maior controle, permitindo ao gestor uma tomada de
decisão mais rápida e assertiva. Para encerrar, na unidade V, compreenderemos os fun-
damentos da terceirização de serviços na área da saúde e as principais razões que levam
uma unidade de saúde a terceirizar seus serviços. Abordaremos também nesta unidade
a importância da logística reversa na área da saúde com foco na destinação correta de
seus resíduos sólidos produzidos.
Prezado(a) aluno(a), esperamos que você possa tirar o máximo proveito do conteúdo
deste livro tanto para sua vida profissional quanto a pessoal. Ótimos estudos!
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
14 Introdução
22 A Logística Integrada
28 A Gestão de Transporte
42 Considerações Finais
47 Referêcias
49 Gabarito
UNIDADE II
52 Introdução
59 Conceito de Demanda
79 Considerações finais
83 Referêcias
85 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
88 Introdução
89 Conceituação de Estoques
124 Referêcias
125 Gabarito
UNIDADE IV
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
130 Introdução
164 Referêcias
165 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
170 Introdução
197 Referêcias
198 Gabarito
200 Conclusão
Professor Esp. Henrique Lacerda Nieddermeyer
A LOGÍSTICA NA ÁREA DA
I
UNIDADE
SAÚDE
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender a importância da cadeia de suprimentos logística na
área da saúde.
■ Identificar as operações logísticas e a interligação de suas diversas
áreas.
■ Identificar os principais problemas do transporte e seus impactos na
gestão da saúde.
■ Entender a importância do nível de serviço logístico para os clientes
da área da saúde.
■ Compreender as limitações orçamentárias para o custeio das
organizações hospitalares.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A Cadeia de Suprimentos Logística
■ A Logística Integrada
■ A Gestão de Transporte
■ O Nível de serviço logístico na área da saúde
■ As limitações da logística hospitalar
14
INTRODUÇÃO
Introdução
15 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que é utilizado dentro dos hospitais, auxiliando na diminuição de desperdícios,
perdas e na redução de erros na administração de medicamentos em um hospital.
Mas afinal, o que é um hospital? Neste sentido, Almeida (1987, p. 205), pre-
cursor nos estudos da administração hospitalar no Brasil, nos apresenta uma
definição bastante ampla de hospital:
Uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de doen-
tes internos e externos; planejada e construída ou modernizada com
orientação técnica; bem organizada e convenientemente administrada
consoante padrões e normas estabelecidas, oficial ou particular, com
finalidades diversas; grande ou pequena; custosa ou modesta para aten-
der os ricos, os menos afortunados, os indigentes e necessitados, rece-
bendo doentes gratuitos ou contribuintes; servindo ao mesmo tempo
para prevenir contra a doença e promover a saúde, a prática, a pesquisa
e o ensino da medicina e da cirurgia, da enfermagem e da dietética, e
das demais especialidades afins (ALMEIDA 1987, p. 205).
pital é totalmente diferente. Essa questão requer uma atenção especial do gestor
em oferecer, além de ótimas instalações, um atendimento diferenciado, o cha-
mado “encantamento”, na logística conhecido como nível de serviço. A questão
principal do encantamento são os recursos humanos de alto nível, da equipe de
limpeza à equipe médica, utilização de tecnologia avançada, no sentido de dar
algo mais ao seu cliente, utilizando-se dos conceitos de cadeia de valor. O con-
ceito de valor surge da relação entre a satisfação das necessidades e os recursos
necessários para satisfazê-las. Mas afinal, o que vem a ser uma cadeia de valores?
Em um contexto estratégico, Porter (1990, p. 31) destaca a importância da
cadeia de valores para se buscar o diferencial competitivo de uma organização:
A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de re-
levância estratégica para que se possa compreender o comportamento
dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma em-
presa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades estra-
tegicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor do que
a concorrência. (PORTER, 1990, p. 31).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
hospitalares propiciam expressivas oportunidades de aperfeiçoamento dos pro-
cessos e de melhor utilização dos recursos para a prestação dos serviços de saúde.
É pré-requisito para o entendimento do conceito de Cadeia de Suprimentos
Logística, também conhecida com Supply Chain Management (SCM), que com-
preendamos a definição de logística. A logística não é uma novidade, ela existe
desde o início da civilização. O desafio para os gestores refere-se à implementa-
ção das melhores práticas logísticas nas organizações públicas e privadas.
A logística trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem,
que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima
até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam
os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço
adequados aos clientes a um custo razoável (BALLOU, 1997).
De acordo com Bowersox e Closs (2004, p. 20), “a logística envolve a integra-
ção de informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de materiais e
embalagem”. No entanto, dentro de um contexto mais amplo, a logística, segundo
Netto (2010 apud Caxito 2011, p. 3) pode ser conceituada de várias maneiras.
Entre elas, há o conceito de que:
Foi desenvolvida nas forças armadas, e vem do francês Logistique e
há outro que diz que a logística é a parte da arte da guerra que trata
A literatura atual, os sites de busca, nos oferecem uma enorme variedade de con-
ceitos e definições, havendo inclusive discordâncias e complementações entre
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Trata-se de uma excelente definição, conforme sugere Ballou (2006, p. 27) “uma
vez que abrange a noção de que o fluxo das mercadorias deve ser acompanhado
desde o ponto em que existem como matérias-primas até aquele em que são
descartadas”. A logística trata também, além dos bens materiais, com o fluxo de
serviços, uma área com crescentes oportunidades de aperfeiçoamento.
Essa definição do CLM sugere que a logística é um processo, uma cadeia,
o que significa incluir todas as atividades importantes para a disponibilização
de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem adquiri-los.
Para o estudo da cadeia logística, as atividades são separadas em principais (pri-
márias) e secundárias (de apoio ou suporte).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Seleção do modal e serviço de transporte.
• Consolidação de fretes.
• Determinação de roteiros.
• Programação de veículos.
• Seleção do equipamento.
• Processamento das reclamações.
• Auditoria de frete.
b) Gerência de Estoques:
• Políticas de estocagem de matérias-primas e produtos acabados.
• Previsão de vendas a curto prazo.
• Variedade de produtos nos pontos de estocagem.
• Número, tamanho e localização dos pontos de estocagem.
c) Fluxos de informações e processamento de pedidos:
• Procedimento de interface entre pedidos de compra e estoques.
• Métodos de transmissão de informações entre pedidos.
• Regras sobre pedidos.
Fonte: Adaptado de Ballou (2007, p. 25).
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Transportes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A LOGÍSTICA INTEGRADA
A Logística Integrada
23 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A cadeira de suprimentos Fluxos da
O ambiente global cadeia de
Coordenação intercorporações suprimentos
(intercâmbio funcional, fornecedores terceirizados, gestão
de relacionamentos, estruturas de cadeia de suprimentos.)
Produtos
Marketing Satisfação
Coordenação Vendas Serviços do cliente/
interfuncional Pesquisa e desenvolvimento valor/
(confiança, Previsão Informação lucratividade/
compromisso, Produção vantagem
risco, depen- Compras Recursos competitiva
dência, com- Logística financeiros
portamentos .)
Sistemas de informação
Finanças Demanda
Serviços ao cliente
Previsões
Fornecedor do fornecedor Fornecedor Firma local
Cliente do cliente Cliente
Previsão de Demanda
Compras
Planejamento das Necessidades Compras/
Planejamento da Produção Gereciamento
Estoque de Fabricação de Materiais
Armazenagem
Logística
Manuseio de Materiais
Embalagem Gerenciamento
Estoque de Produtos Acabados da cadeia de
Distribuição Suprimentos
Planejamento da Distribuição
Física
Processamento de Pedidos
Transportes
Serviços ao Consumidor
Planejamento Estratégico
Serviços de Informação
Marketing e Vendas
Financeiro
Fonte: Ballou (2006, p. 30).
A Logística Integrada
25 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tante de redução de custos para a prática de um preço justo, atrativo e competitivo.
Ao abordarmos a redução de custos, nos referimos à redução em toda a cadeia
de suprimentos hospitalar, ou seja, com mão de obra, redução de estoques, asser-
tividade em compras, pesquisa de fornecedores, racionalização e padronização
de processos, combate ao desperdício, às perdas, extravios, retrabalho, enfim,
uma análise minuciosa de todos os geradores de custos.
O gerenciamento da cadeia de suprimentos surge como uma resposta à
obtenção da vantagem competitiva, permitindo que a unidade hospitalar, por
meio de uma gestão sustentável, aumente sua lucratividade, sem aumentar os
preços, mas diminuindo seus custos. Neste sentido, Porter (1985, p. 62) concei-
tua vantagem competitiva:
Vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seus
clientes em oposição ao custo que tem para criá-la, portanto a formula-
ção de uma estratégia competitiva é essencial para a empresa, pois esta
dificilmente poderá criar condições ao mesmo tempo, para responder
a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendidos,
proporcionando à empresa, desta forma, criar uma posição única e va-
liosa (PORTER, 1985, p. 62).
Hospital
Fornecedores de Paciente
(prestador de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fornecedores de
serviços técnicos
Sistema público
Fornecedores de
materiais de
consumo
Constituição, Ministério da Saúde, Secretarias da Saúde
A Logística Integrada
27 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
desta cadeia compartilhem ao máximo as informações, de modo que as empre-
sas possam planejar, em conjunto, os melhores meios e maneiras de satisfazer às
necessidades, fazendo o que é certo de maneira mais rápida e eficiente.
De acordo com Bowersox e Closs (2004, p. 43) “a logística integrada é vista como a
competência que vincula a empresa a seus clientes e fornecedores, na qual as informa-
ções fluem pela empresa na forma de atividades de vendas, previsões e pedidos”. Neste
processo, as informações são filtradas em planos específicos de compras e de produção.
No momento do suprimento de produtos e materiais, é iniciado um fluxo
de bens de valor agregado que resulta, por fim, na transferência de propriedade
de produtos acabados aos clientes. O conceito de logística integrada é ilustrado
na área sombreada da figura 5:
Figura 5 – A Integração Logística
Fluxo de Materiais
Distribuilção Apoio à
Clientes Suprimentos Fornecedores
fisica manufatura
Fluxo de Informações
A GESTÃO DE TRANSPORTE
A Gestão de Transporte
29 UNIDADE I
funções logísticas deixam de ser vistas de forma isolada e passam a ser percebi-
das como um componente operacional da estratégia de marketing.
Com isso, o transporte passa a ter papel fundamental em várias estratégias na
rede logística, tornando necessária a geração de soluções que possibilitem flexibi-
lidade e velocidade na resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim
maior competitividade para a empresa (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2000).
O usuário de transportes tem uma ampla gama de serviços à disposição,
girando em torno de cinco modais básicos: aquaviário, ferroviário, rodoviário,
aeroviário e dutoviário. Um serviço de transporte é um elenco de características
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de desempenho comprado a um determinado preço. A variedade dos serviços
de transporte é quase ilimitada, face às combinações possíveis.
Dadas as exigências dos mercados, os cinco modais citados podem ser usados
em combinação (exemplo: movimentação em carretas ou contêineres); agências
de transporte, associações de transportadores e corretores são igualmente úteis
para facilitar esses serviços, além da prática da multimodalidade e intermodali-
dade. Um terminal intermodal, por exemplo, recebe cargas do modal rodoviário
e as expede no modal ferroviário. A partir dessas opções dos serviços, o usuário
seleciona um serviço ou combinação de serviços que lhe proporcione a melhor
combinação de qualidade e custos. A tarefa da seleção dos serviços não é tão
assustadora quanto parece à primeira vista, pois as circunstâncias que caracte-
rizam uma determinada situação de embarque, muitas vezes, acabam limitando
essa opção a um punhado de possibilidades razoáveis.
A fim de ajudar a resolver o problema da escolha do serviço de transporte,
este deve ser visto em termos de características básicas a todos os serviços: preço,
tempo médio de viagem, variabilidade do tempo de trânsito e perdas e danos
(BALLOU, 2012).
Presume-se que o serviço esteja disponível e possa ser fornecido com uma
frequência capaz de torná-lo atraente como uma opção de transporte. A impor-
tância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo sistema,
pelo volume de tráfego. O processo decisório na escolha do modal ideal para o
transporte de cargas deve levar em consideração:
A Gestão de Transporte
31 UNIDADE I
– Carga Perigosa: aquela que, por causa de sua natureza, pode provocar aci-
dentes, danificar outras cargas ou os meios de transporte, ou ainda gerar
riscos para as pessoas. É dividida, pela Organização Marítima Consultiva
Internacional (IMCO), segundo as seguintes classes:
· Explosivos.
· Gases.
· Líquidos inflamáveis.
· Sólidos inflamáveis.
· Substâncias oxidantes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
· Substâncias infecciosas.
· Substâncias radioativas.
· Corrosivos.
· Variedades de substâncias perigosas.
– Neogranel: carregamento formado por aglomerados homogêneos de mer-
cadorias, de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo volume
ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque.
Por exemplo: veículos (CAXITO, 2011).
custos para cada modal. Neste sentido, Figueiredo; Fleury e Wanke (2000, p.
129) apontam:
Modal Ferroviário:
– Altos custos fixos em equipamentos, terminais, vias férreas etc.
– Custo variável baixo.
Modal Rodoviário:
– Custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e construídas com fundos
públicos).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Modal Aquavíário:
– Custo fixo médio (navios e equipamentos).
– Custo variável baixo (capacidade para transportar grande quantidade de
tonelagem).
Modal Dutoviário:
– Custo fixo mais elevado: (direitos de acesso, construção, requisitos para
controles das estações e capacidade de bombeamento).
– Custo variável mais baixo: (pelo fato de não ter nenhum custo com mão de
obra de grande importância, ou seja, apenas operadores em cada ponta).
Modal Aeroviário:
– Custo fixo alto (aeronaves, manuseio e sistemas de carga).
– Alto custo variável (combustível, mão de obra, manutenção etc.).
A Gestão de Transporte
33 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6. Use um único software de gestão para a cadeia de suprimentos.
7. Monitore o desempeno dos seus fornecedores.
Fonte: Cadeia... (2015, on-line)1.
NÍVEL DE SERVIÇO
Elementos transacionais
– Tempo de ciclo do pedido: qual o tempo decorrido desde o pedido até
a entrega?
– Disponibilidade de estoque.
– Taxa de cumprimento de pedidos.
Elementos pós-transacionais
– Disponibilidade de peças sobressalentes.
– Tempo de chamada: quanto tempo leva para que o engenheiro chegue e
qual a taxa de correção na primeira chamada?
– Rastreamento/garantia de produto.
– Reclamações de clientes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O serviço ao cliente pode ter um significado para as pessoas e outro diferente para
as empresas. Na verdade, as diferentes expectativas quanto ao serviço ao cliente
resultam em conflitos e podem afetar o relacionamento. Então, qual é uma defi-
nição adequada de serviço ao cliente, especialmente no quesito logística? “É o
nível da qualidade percebida pelo cliente além do produto ou serviço adquirido”.
Para facilitar o entendimento, utilizaremos um exemplo do nível de serviço
em uma unidade de saúde. Vamos nos ater aos elementos pré-transacionais, da
figura 6, mais especificamente no quesito estrutura organizacional. Imagine um
cliente com um poder aquisitivo elevado disposto a fazer uma cirurgia “caríssima”.
Após um longo período de análise, escolhe então a unidade de saúde Hospital
“X” e vai até ela para obter informações mais detalhadas (as gerais já havia con-
sultado no site da unidade de saúde Hospital “X”). Chegando lá, é mal atendido,
observa manchas de sangue nas paredes do hospital, gritos incessantes de dor
pelos corredores, infiltrações nas paredes e no banheiro (WC) da recepção exa-
lando um forte mau cheiro. A não ser por um “milagre”, este hospital perdeu um
futuro paciente e uma receita financeira considerável, devido a um baixo nível
de serviço oferecido, no tocante às instalações.
Uma definição de nível de serviço empregada, sob o ponto de vista do pro-
cesso, é dada por Grant (2013, p. 21):
[...] um processo que ocorre entre o comprador, vendedor e um terceiro.
O processo resulta em um valor agregado ao produto ou serviço nessa
troca. Esse valor agregado no processo de troca pode ser de curto prazo,
por exemplo, em uma única transação, ou de prazo mais longo, como
em um relacionamento contratual. O valor agregado é também compar-
Caro(a) aluno(a), as organizações de maneira geral têm sido afetadas por mudan-
ças dramáticas, as quais modificam o modo de se fazer negócios na cadeia global.
As grandes forças de mercado, como a “globalização”, a criação de “blocos eco-
nômicos” e a “comoditização” de produtos e serviços e ainda a consequente
diminuição das margens de lucro têm desafiado as empresas quanto à retenção
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De acordo com Ballou (2007, p. 76), “pouco se sabe dos efeitos que tem o nível
de serviço para estimular as vendas. Só recentemente alguns pesquisadores se
interessaram ativamente por esta questão”.
A partir de resultados de pesquisas e teorias disponíveis, é possível construir
um esboço do relacionamento vendas-serviço logístico, pelo menos de forma
geral. O relacionamento está mostrado na figura 7 e indica como as vendas devem
aumentar se o serviço for melhorado além daquele já oferecido por fornecedores
concorrentes. Note que a curva tem três estágios distintos: (1) limiar, (2) retor-
nos decrescentes e (3) declínio. Cada estágio mostra que melhorias no nível de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
serviço não trazem os mesmos ganhos (BALLOU, 2007):
Figura 7 – Relação geral entre nível de serviço da distribuição física e vendas
Transitório Transitório
V
E
N
D
A
S
A
U
M Limiar Retornos Declínio
E
N Decrescentes
T
A
M
0
0
Nível de Serviço da distribuição física aumenta
(Relativo ao melhor nível de serviço da competição)
Fonte: Ballou (2007, p. 77).
Quando não existe nível de serviço entre comprador e fornecedor ou este é muito
ruim, pouca ou nenhuma venda é gerada. Evidentemente, se nenhum serviço
de distribuição física é fornecido pelo vendedor e o comprador não trata disso,
não há maneira de superar as barreiras de tempo e espaço entre eles. Nenhuma
troca e, portanto, venda por acontecer. Ballou (2007, p. 78) destaca:
À medida que o nível de serviço vai aumentando e aproximando-se do
oferecido pela concorrência, as vendas mostram pequeno crescimento.
Assumindo mesmo preço e qualidade, a empresa não está, com efeito,
dentro do negócio até que seu nível de serviço se aproxime do da
competição. Este ponto é o limiar do nível de serviço (BALLOU, 2007,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p. 78).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para algumas pessoas, um hospital é uma estrutura física preparada
para atender pessoas doentes ou necessitando de cuidados de saúde,
com médicos, enfermeiros e outros profissionais. Para outras, é uma
organização de prestação de serviços em saúde, formada por profissio-
nais do ramo, utilizando-se de uma estrutura física própria e de equipa-
mentos e materiais médico-hospitalares. Estarão os hospitais adequa-
damente organizados? Suas estruturas acompanharam as mudanças
evolutivas das últimas décadas? (CHING, 2010, p. 171).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de equipamentos e materiais, medicamentos, até a sua saída do hospital. Neste
sentido, a logística hospitalar volta-se para a eficiência da atividade médica, da
qual depende a vida do cliente/paciente. Portanto, é fundamental que as unida-
des hospitalares reconheçam a logística como parte do processo estratégico da
organização, como por exemplo: a troca eletrônica de dados, uniformidade de
banco de dados, ressuprimento automático de medicamentos.
Administrar uma unidade hospitalar, pelo que estudamos até aqui, é uma
atividade tão complexa quanto a sua logística, repleta de limitações de todos os
níveis, entre as quais podemos identificar: criticidade dos materiais e medica-
mentos; critérios de armazenamento e distribuição dos materiais, equipamentos
e medicamentos; qualidade elevada de seus recursos humanos; necessidade de
equipamentos de alta tecnologia; condições ambientais das instalações e a sua
gestão de custos proporcional ao nível de serviço ofertado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
43
Logística Empresarial
AUTOR: Ronald Ballou
EDITORA: Atlas
SINOPSE: Este é um livro sobre a administração do fluxo de bens e serviços em
organizações orientadas ou não para o lucro. O assunto é vital e absorve parte
substancial do orçamento operacional de uma organização, incluindo atividades de
transporte, gestão de estoques, processamento de pedidos, compras, armazenagem,
manuseio de materiais, embalagem e programação da produção. A ênfase situa-se nos
princípios e conceitos que servem como guias para a tomada de decisões. O assunto
é levado ao leitor de modo gradual. Cada seção oferece perspectivas, discernimento,
compreensão e desenvolvimento de habilidades, enfocando Distribuição Física,
Administração de Materiais, Nível de Serviço, Administração de Tráfego, Manuseio e
Acondicionamento do Produto e Controles de Estoques entre outros temas.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências on-line:
1
Em: <https://endeavor.org.br/cadeia-de-suprimentos/>. Acesso em: 20 Fev. 2016.
2
Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/nivel-de-servico-lo-
gistico-um-diferencial-competitivo/12472/>. Acesso em: 19 jul. 2016.
GABARITO
GABARITO
1. E.
2. Resposta: Sim, é correto! Se considerarmos que o poder aquisitivo das empresas
e dos indivíduos diminuiu consideravelmente nos últimos anos, deduzimos que
uma organização que pratica preços elevados perderá boa parte dos seus clien-
tes. Em um hospital não é diferente, há a necessidade constante de redução de
custos para a prática de um preço justo, atrativo e competitivo. Ao abordarmos
a redução de custos, nos referimos à redução em toda a cadeia de suprimentos
hospitalar, ou seja, com mão de obra, redução de estoques, assertividade em
compras, pesquisa de fornecedores, racionalização e padronização de proces-
sos, combate ao desperdício, às perdas, extravios, retrabalho, enfim, uma aná-
lise minuciosa de todos os geradores de custos. O gerenciamento da cadeia de
suprimentos surge como uma resposta à obtenção da vantagem competitiva,
permitindo que a unidade hospitalar, por meio de uma gestão sustentável, au-
mente sua lucratividade, sem aumentar os preços, mas diminuindo seus custos.
3. E.
4. E.
5. Resposta: o gerenciamento da cadeia de suprimentos permite que a unidade
hospitalar, por meio de uma gestão sustentável, aumente sua lucratividade, sem
aumentar os preços, mas diminuindo seus custos (com mão de obra, redução de
estoques, assertividade em compras, pesquisa de fornecedores, racionalização e
padronização de processos, combate ao desperdício, às perdas, extravios, retra-
balho, enfim, uma análise minuciosa de todos os geradores de custos.
Professor Esp. Henrique Lacerda Nieddermeyer
II
PREVISÃO DAS
UNIDADE
NECESSIDADES DE UMA
UNIDADE HOSPITALAR
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender as complexidades do processo de gestão da demanda
de uma unidade hospitalar.
■ Compreender as razões para a previsão das necessidades de uma
unidade hospitalar.
■ Entender os principais conceitos de demanda.
■ Compreender as técnicas de previsão de demanda.
■ Compreender os modelos de previsão de demanda.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ A administração da demanda de uma unidade hospitalar
■ Razões para a previsão das necessidades
■ Conceito de demanda
■ Técnicas de previsão de demanda
■ Modelos de previsão de demanda
52
INTRODUÇÃO
Introdução
53 UNIDADE II
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tem papel essencial para se atingir os objetivos organizacionais.
Aluno(a), note que citamos serviços hoteleiros. Trata-se de uma tendência das
unidades hospitalares no sentido da inovação, da construção de espaços hospita-
lares com alta qualidade dos serviços prestados que incluem a hotelaria e conforto
igual ou muito próximo aos padrões internacionais de luxo e de atenção humani-
zada. A reestruturação conceitual de muitos hospitais está mostrando uma nova
realidade que chega a resultados que oferecem aos usuários, tanto pacientes como
acompanhantes, maior conforto e satisfação.
O planejamento e o controle da logística exigem a melhor estimativa possível das
quantidades de SKU (Stock Keeping Unit - em português Unidade de Manutenção de
Estoque) demandadas por local. Pelo fato da tarefa de prever não ser totalmente uma
ciência exata, uma quantidade crescente de empresas está adotando processos integrados
de previsão, que incluem a coleta de dados de múltiplas fontes, técnicas matemáticas e
estatísticas sofisticadas e pessoal treinado e motivado (BOWERSOX; CLOSS, 2004).
A qualidade nos serviços da unidade hospitalar envolve uma correta adequa-
ção de todos os serviços prestados às necessidades que o cliente/paciente apresenta,
superando as suas expectativas. Envolve basicamente a satisfação das necessida-
des do cliente/paciente, sendo algo intangível de difícil percepção por outrem.
Neste contexto, a previsão de demanda é uma atividade pela qual se busca antever
o que acontecerá no futuro para que as providências necessárias para o atendimento
dos objetivos da administração de materiais sejam antecipadas. As previsões orien-
tam o planejamento e a coordenação de sistemas de informação logística. De acordo
com Bowersox e Closs (2004, p. 207) “previsões são projeções de valores ou quanti-
dades que provavelmente serão produzidas, vendidas e expedidas”.
©shutterstock
Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo: imagine agora que você
receberá seus familiares para uma festa de casamento. Quais seriam as preocu-
pações iniciais? Primeiramente devemos saber a quantidade de visitantes para
então prevermos as demandas: instalações físicas para acomodá-los, previsão
para alimentá-los e transportá-los. Como preparar um cardápio que agrade a
todos? Qual a previsão de alimentação para que não falte e não sobre nada?
Haverá roupa de cama para todos? E a limpeza das instalações no período que
antecede ao casamento? A entrega dos alimentos por parte dos fornecedores
ocorrerá a tempo? Enfim, prever a demanda não é nada fácil, concorda? Agora
transfira esse exemplo para a realidade de uma unidade hospitalar. Há que se
ter um bom planejamento.
O planejamento e o controle das atividades da cadeia de suprimentos logística
dependem de estimativas acuradas dos volumes de produtos e serviços a serem
processados pela cadeia de suprimentos. Tais estimativas ocorrem na forma de
planejamentos e previsões. Porém, não é responsabilidade exclusiva do profis-
sional de logística elaborar a previsão geral da empresa.
Uma previsão tipicamente da área logística é, por exemplo, a previsão de
entregas semanais ou mensais de um produto, a partir de determinado centro
de distribuição. As projeções de vários períodos podem ser consolidadas para
fins de análise e de relatórios (BOWERSOX; CLOSS, 2004).
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demandas setoriais (farmácias, clínicas, enfermagem etc.) (SILVA et al. 2009).
Outra demanda importante nessas organizações é a compra de equipamentos
para exames, centros cirúrgicos e produção de serviços internos de emergência,
sem nos esquecermos das demandas dos serviços relacionados a transplantes
de órgãos.
Neste contexto, Bowersox e Closs (2004, p. 208) destacam o processo inte-
grado de previsão da demanda:
Para desenvolver um processo integrado de previsão, os executivos de
logística devem considerar todas as possíveis fontes de informações e
as características dos possíveis usuários. Antes de terminar o proces-
so de previsão mais adequado, é importante entender a natureza da
demanda e os principais componentes de previsão (BOWERSOX e
CLOSS, 2004, p. 208).
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das demandas por recursos e minimizam onerosos picos, tanto de capacidade
quanto de estoque. Uma previsão adequada para a aquisição de itens hospitala-
res é sempre a média de determinado período de tempo.
As previsões dependem do que deve ser feito. Devem ser feitas para o plano
estratégico de negócios, para o plano de produção e para o planejamento mestre
de produção. Os propósitos, os horizontes de planejamento, os níveis de deta-
lhamento variam em cada caso.
O planejamento estratégico de negócios está relacionado com mercados gerais
e com a orientação da economia em um período que abrange os próximos dois a
dez anos, ou mais. Neste sentido, Arnold (2006, p. 231) descreve as característi-
cas do planejamento estratégico:
Seu propósito é prover um tempo de planejamento para mudanças
lentas. Para a produção, o plano estratégico de negócios deve prover
tempo suficiente para o planejamento de recursos: expansão da em-
presa, compra de equipamentos importantes, e qualquer elemento cuja
compra exija um lead time longo. O nível de detalhamento não é alto
e geralmente as previsões se fazem em unidades de vendas, em valores
monetários ou em capacidade. As previsões e o planejamento geral-
mente são revistos trimestral ou anualmente (ARNOLD, 2006, p. 231).
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CONCEITO DE DEMANDA
Conceito de Demanda
61 UNIDADE II
5
Tendências
3
DEMANDA
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Demanda
1 sazonal
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
TRIMESTRES
Fonte: Arnold (2006, p. 232).
1 2 3
Neste sentido, Arnold (2006, p. 232) aborda os principais conceitos expos-
ANOS
tos no gráficos da figura 2:
Tendência: a figura 2 mostra que a demanda está aumentando em um
padrão contínuo ano a ano;
dinâmica. Note que a demanda média é a mesma, tanto para o padrão dinâmico
quanto para o estável. Geralmente é a demanda média que é prevista:
Figura 3 – Demanda estável e dinâmica
Dinâmica
Estável
Demanda
média
Natureza da demanda
Conceito de Demanda
63 UNIDADE II
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Kit de
Pernas Cantos Lados Tampo Demanda dependente
armação
(4) (2) (2) (1) (calculada)
(1)
PRINCÍPIOS DE PREVISÃO
Os princípios de previsão são simples e, até certo ponto, de senso-comum:
1) As previsões geralmente estão erradas. Tentam olhar o futuro desconhe-
cido e, a não ser por pura sorte, erram em alguma medida.
2) Cada previsão deve incluir uma estimativa de erro. Como já se espera que
as previsões deem errado, a verdadeira pergunta é, “em quanto?” Cada pre-
visão deve incluir uma estimativa de erro, frequentemente expressa em uma
porcentagem (para mais ou para menos) da previsão ou como uma média
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entre os valores máximo e mínimo.
3) As previsões são mais precisas para famílias ou grupos. O comportamento
de itens individuais em um grupo é aleatório mesmo quando o grupo tem
características muito estáveis.
4) As previsões são mais precisas para períodos de tempos mais próximos. O
futuro próximo impõe menos incertezas que o futuro distante.
Fonte: Arnold (2006, p. 234).
TÉCNICAS DE PREVISÃO
Hipóteses sobre
Informações
o futuro
Método de previsão
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Previsão
Interpretação Uso
Avaliação
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 85).
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o que aconteceu no passado acontecerá no futuro. Como exemplo na utilização
dos dados históricos temos como calcular: a demanda média, as médias móveis,
a suavização exponencial e a sazonalidade (ARNOLD, 2006).
Veja que o método ou a técnica de previsão a ser escolhido deve ser com-
patível com a hipótese utilizada e o tipo de informação disponível. Além da
adequação entre hipótese e tipo de informação, deve-se observar o horizonte de
previsão e o usuário da previsão. Barbieri e Machline (2009) ilustram no quadro
1 alguns métodos usuais de previsão:
Quadro 1 – Métodos usuais de previsão
MÉTODO DESCRIÇÃO
Ingênuo Previsão baseada na última demanda observada.
Método qualitativo baseado na experiência dos gestores, me-
Júri de Opinião diante um processo grupal, com votações quando as opiniões
divergem.
Método baseado em opiniões de especialista mantidos em
anonimato entre si, com o objetivo de obter um consenso
Delphi a respeito de algum assunto complexo. Os resultados das
opiniões são consolidados e devolvidos aos especialistas que
poderão revisar suas opiniões ou confirmá-las.
Previsão com base em comparação com itens similares ou
que guardam algum aspecto comum. Por exemplo, prever o
Analogia
comportamento da demanda de um novo produto com base
no comportamento de um produto similar.
Calcula a taxa (aritmética ou geométrica) que represente o
Taxas de Crescimento
crescimento ou declínio de uma dada série temporal.
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com o que se pretende prever. Esse método permite considerar rumores, sensa-
ções, expectativas, percepções difusas e outras informações de caráter subjetivo.
Métodos baseados em séries temporais: uma série temporal histórica ou
cronológica da demanda é um conjunto que combina dados da demanda asso-
ciados a períodos de tempo uniformes, por exemplo, demanda diária, semanal,
mensal, trimestral e anual.
Métodos baseados na decomposição da série temporal: rigorosamente
falando, qualquer método de previsão que se resume unicamente no uso de
médias pode ser considerado um pequeno avanço em relação aos métodos
ingênuos, pois faz a projeção de uma série temporal sem levar em conta os seus
componentes. O mesmo pode-se dizer da regressão linear, embora ela permita
identificar a tendência, que é um desses componentes. Os métodos baseados na
decomposição da série temporal identificam os componentes da série, e cada
um deles é considerado para efeito de previsão de demandas futuras. Assim, a
previsão futura é uma função dos componentes da série temporal projetados
nos períodos futuros.
De acordo com Barbieri e Machline (2009, p. 103) “os componentes de uma
série temporal são os seguintes: tendência, sazonalidade, variação cíclica e varia-
ção aleatória”.
ta tb
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 106).
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em que : Dt = demanda média suavizada calculada no período t;
FSt = projeção da sazonalidade calculado no período t;
L = amplitude sazonal, que é o número de períodos com vaiações
sazonais específicas;
Tt = estimativa da temdência do período t calculada em t - 1;
T t+1 = estimativa da tendência do período t + 1 calculada em t;
P t+m = projeção da demanda do período t + m;
m = número de períodos futuros;
α = constante de suavização dos dados da demanda (0 < α < 1);
β = constante de suavização de tendência (0 < β < 1)
γ = constante de suavização da variação sazonal (0 < γ < 1)
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 110).
A tendência de janeiro de 2005 pela equação 4.13.3 é dada por Tjan/2005 = 0,3(98,3
- 90) + 0,7(12) = 10,9. A previsão para fevereiro calculada em janeiro é dada por
Pfev/2005 = (98,3 + 10,9)1,1 = 120,1. A escolha dos coeficientes de suavização segue a
orientação anterior, devendo o gestor do processo de previsão ajustá-los para melhor
acompanhar as variações dos componentes da demanda (BARBIERI; MACHLINE,
2009).
Outros componentes da série temporal: tendências e sazonalidade são os
componentes mais importantes para efeito de previsão de demanda de curto prazo.
Variações cíclicas são as oscilações regulares, ou não, que refletem situações eco-
nômicas (crescimento, recessão etc.), mudanças no ciclo de vida do produto ou
mudanças na gestão. São correções e ajustamentos na tendência de curto prazo
no médio e longo prazo. Considerando prazos de 6 a 12 meses, que são suficien-
tes para previsão de materiais de consumo da maioria das organizações, dentre
Demanda A B
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Tempo
C
Ano
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um método baseado em opinião ou julgamento. Nesse caso, esses itens apresen-
tarão dois resultados, necessitando de uma regra de conciliação, que pode ser,
por exemplo, a média aritmética dos resultados obtidos pelos métodos adota-
dos (BARBIERI e MACHLINE, 2009).
Na figura 9 os mesmos autores exemplificam os Métodos de previsão combinados:
Figura 9 – Métodos de previsão combinados
Regra de Conciliação
Por exemplo: média
Previsão Previsão
aritmética
ou ponderada
Previsão final
Pi = previsão do período i.
Figura 10 – Efeito dos erros de previsão
A B C
Demanda Previsão
MÉTODOS DE PREVISÃO
MÉTODOS QUANTITATIVOS
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b) MÉDIA MÓVEL: a melhor estimativa do futuro é dada pela média dos
últimos n (1, 2, 3, 4... etc.) períodos. Neste caso, temos:
■ Método da média móvel: no método da média móvel, ou média arit-
mética como é conhecida, a previsão de demanda é obtida pelo cálculo
da média aritmética do consumo dos períodos anteriores.
FÓRMULA:
NA QUAL:
Ppp (MMA) Previsão do Próximo Período – Método da Média Móvel.
C1, C2, C3, Cn Consumo nos períodos anteriores.
N Número de períodos.
Por exemplo, um hospital que comercializa planos de saúde teve nos últimos 3
meses (n=3) os seguintes consumos:
Janeiro (C1) = 50 adesões.
Fevereiro (C2) = 40 adesões.
Março (C3) = 57 adesões.
Logo, a previsão de vendas (adesões) para o próximo período (Abril) será:
Por exemplo, o mesmo hospital que vende planos de saúde teve no último mês a
previsão de consumo de 49 adesões ao plano, entretanto, o consumo real foi de
45 adesões. Vamos utilizar neste exemplo a suavização de 0,25 (@). Neste caso:
Consumo Real de Abril (Ra) = 45 adesões.
Previsão de Abril (Pa) = 49 adesões.
Logo, a previsão para próximo período (Maio) será:
[(45 (Ra) x 0,25 (@)) + 49 (Pa) x (1 - 0,25 (@)) = Previsão de 48 adesões.
Observação: Faça a comparação dos números do exemplo acima exposto
com a fórmula da Suavização Exponencial para melhor compreensão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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considerado certo ou errado.
No entanto, as previsões são informações importantes para o planejamento
das necessidades de insumos e recursos. As previsões fazem parte do processo
de gestão e devem estar sempre se relacionando a ele. É fundamental que, para
o funcionamento das previsões, estas sejam calculadas com base nos níveis de
serviço planejados, armazenar os parâmetros utilizados na previsão, bem como
as opiniões emitidas.
Com já estudamos, a previsão da demanda permite uma gestão de custos,
possibilitando a obtenção de uma vantagem competitiva por parte da unidade hos-
pitalar e sua permanência no mercado. Quanto menor a margem de erro de uma
previsão, maiores serão os benefícios para a empresa e para seus colaboradores.
A tecnologia da informação e os vários sistemas de gestão disponíveis no
mercado possibilitam um controle bem mais efetivo dos estoques de uma orga-
nização hospitalar, além de viabilizar uma previsão de demanda com o mínimo
de erro possível. Além disso, é importante considerarmos o elemento humano
da organização, pois nesse campo a experiência conta muito. O tão esperado
diferencial competitivo, a obtenção da vantagem competitiva e uma maior mar-
gem de lucro podem também ser decorrentes de uma boa previsão, gerando um
estoque reduzido.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referência online:
1
Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-escolha-de-uma-
-previsao-de-demanda/63040/>. Acesso em: 29 maio 2016.
GABARITO
III
UNIDADE
GESTÃO DOS ESTOQUES
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender os conceitos de estoques.
■ Compreender o processo de planejamento dos estoques em uma
unidade hospitalar.
■ Entender os critérios para classificação dos estoques.
■ Entender os tipos de classificação dos materiais.
■ Conhecer as classificações ABC e XYZ de estoques.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conceituação de estoques
■ Planejamento e controle dos estoques
■ Classificação dos estoques
■ A classificação ABC de estoques
■ A classificação XYZ dos estoques
88
INTRODUÇÃO
é imensurável.
Por esta razão o gestor de uma unidade de saúde deve primar pela qualifica-
ção do profissional que gerenciará os estoques. São várias as condicionantes de
um estoque. Não pode faltar! Não pode sobrar! Não deve haver perdas, desperdí-
cios, perecimento, enfim, requer atenção constante! Nesta unidade abordaremos
a importância do planejamento e controle de estoques e a sua classificação, afi-
nal, os problemas relacionados com gerenciamento de estoques estão ligados à
ação e não a chegarmos em uma resposta pronta. Todo o sistema desde a com-
pra do item de estoque deve ser muito bem coordenado, de forma a permitir a
racionalização e sua manipulação, bem como o funcionamento harmônico de
seu ciclo, ou seja, da compra do item até a sua utilização pelo paciente.
Os principais custos de manutenção de estoques são usualmente relaciona-
dos ao capital de giro, enquanto os principais custos de pedidos são usualmente
associados às transações necessárias para gerar informação para colocação do
pedido. O estoque é habitualmente gerenciado por sistemas de informações
computadorizados sofisticados, que têm algumas funções, como atualização
dos registros de estoque, geração de pedidos, geração de relatórios de status de
estoque, previsão de demanda, relatórios comparativos como a curva ABC e a
classificação XYZ.
Esperamos que você tire um bom proveito desta unidade. Bons estudos!
Introdução
89 UNIDADE III
CONCEITUAÇÃO DE ESTOQUES
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contrário. Os estoques, na contabilidade, integram o ativo circulante, ou seja, é
possível “fazer dinheiro” com ele no curto prazo.
Dentro de uma empresa, quando o nível de estoque está alto, é sinal de
dinheiro parado, e quando está baixo nos indica um possível problema na pro-
dução. Podemos presumir, então, que estoques são todos os bens materiais
mantidos por uma organização para suprir demanda futura.
Como já vimos na unidade anterior, quando realizamos uma previsão de demanda
sempre incorremos em erros, por menor que sejam. O estoque seria, então, uma forma
da organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos internos e externos dos
quais depende. Afinal, não podemos admitir que um paciente dê entrada no hospital e
este não tenha os materiais e medicamentos em estoque para tratá-lo. Nesse contexto,
Arnold (2006, p. 265) destaca o papel da administração de estoques:
A administração de estoques é responsável pelo planejamento e contro-
le do estoque, desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado
entregue aos clientes. Como o estoque resulta da produção ou a apóia,
os dois não podem ser administrados separadamente e, portanto, de-
vem ser coordenados (ARNOLD, 2006, p. 265).
Conceituação de Estoques
91 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
[...] são constituídos por todos os itens de materiais destinados à venda, ao
processamento interno e ao consumo concernentes às atividades fins da orga-
nização. Esses materiais fazem parte do Ativo Circulante e passam a integrar o
custo do serviço quanto consumido para a realização das atividades fins da orga-
nização (BARBIERI; MACHLINE, 2009, p. 35).
Esses mesmos autores apresentam no quadro 1 as estruturas simplificadas
do Balanço Patrimonial e da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício:
Quadro 1 – Balanço Patrimonial e DRE
DEMONSTRAÇÃO DO
BALANÇO PATRIMONIAL
RESULTADO
ATIVO PASSIVO Receita da venda de serviços.
Ativo Circulante Passivo Circulante. - Custo do Serviço.
• Disponível (Caixa, Bancos). • Contas a Pagar. = Lucro Bruto.
• Outras contas de curto
• Duplicatas a receber. = Despesas.
prazo.
= Lucro ou Prejuízo Opera-
• Estoques. Exigível em longo prazo.
cional.
Ativo Permanente. Patrimônio Líquido. + Receita não operacional.
• Investimentos. • Capital Social. - Despesas Operacionais.
• Imobilizado. • Reservas de Capital. = Resultado antes do IR.
• Diferido. • Reservas de Lucro. - Imposto de Renda.
Total do Ativo. Total do Passivo. = Lucro ou Prejuízo Líquido.
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 36).
Conceituação de Estoques
93 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2. Objetivos de nível de serviço: às vezes, a dificuldade em estimar os
custos de faltas leva ao estabelecimento de um objetivo ligeiramente
diferente para o controle de estoque. Ao fixar a disponibilidade con-
forme a política de que, por exemplo, “98% dos pedidos de um item
qualquer devem ser atendidos em 48 horas”, devem ajustar-se os custos
de manter e de pedir de modo que sua soma seja minimizada. Deve-
-se ter grande cautela para fixar o nível de serviço de estoque desta
forma. Deve-se obter o maior equilíbrio possível entre a produção e
o custo total de estoque, de um lado, e o nível de serviço prestado aos
clientes , de outro lado.
C. Previsão das incertezas: contratar o nível de estoque tem seus riscos
associados. Dificilmente teremos a certeza da quantidade a ser solicitada
pelos clientes e da quantidade a ser enviada para armazenagem. Um fato
complicador é não ser possível prever com exatidão quando chegarão
os suprimentos para iniciar a produção ou prestar os serviços e abaste-
cer os estoques.
Desta forma, é essencial para o gestor encontrar a melhor solução entre esses
dois aspectos da questão, pois o custo das informações necessárias para gerir os
estoques não pode consumir as economias produzidas pelo seu correto dimen-
sionamento. A figura 1 ilustra essa questão:
Figura 1 – Custo X Valor das informações
Valor e Custo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Informação Valor
Custo
Previsão da Informação
Bowersox e Closs (2004, p. 235) ilustram este cálculo por meio de um exemplo:
digamos que a demanda seja de 10 unidades por dia e o ciclo de atividades seja
de 20 dias. Neste caso, PR= D x T = 10 unidades/dia x 20 dias = 200 unidades.
Esta fórmula do ponto de ressuprimento pressupõe que a chegada do ressupri-
mento acontecerá quando a última unidade de estoque for expedida a um cliente.
Quando há incertezas, quer quanto à demanda, quer quanto à duração do
ciclo de atividades, faz-se necessária a formação de estoque regulador usualmente
chamado de estoque de segurança. Este estoque atende à demanda de clientes
durante ciclos de atividades mais longos ou quando a demanda média diária é
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste caso, para auferir vantagem de compras mais econômicas, os pedidos
devem ser feitos para 300 unidades, e não para 100, 200 ou 600. Seriam colo-
cados ao longo do ano oito pedidos e o estoque médio seria de 150 unidades.
A fórmula do LEC apura a quantidade ótima de ressuprimento, mas consi-
dera algumas hipóteses que restringem sua aplicação. Bowersox e Closs (2004,
p. 237) identificam essas hipóteses:
Essas hipóteses restritivas são: (1) atendimento de toda a demanda; (2) taxa
de demanda conhecida; (3) períodos de ciclo de atividades e de ressuprimento
conhecidos e constantes; (4) preço constante do produto, independentemente da
época e da quantidade do pedido (ou seja, não são levados em conta descontos
relativos à quantidade de compra e transporte); (5) horizontes de planejamento
infinito; (6) ausência de interação como outros itens de estoque; (7) inexistência
de estoque em trânsito; e (8) disponibilidade ilimitada de capital (BOWERSOX;
CLOSS, 2004, p. 237).
Apesar de as considerações básicas sobre estoques serem facilitadas, quando
tratadas sob condições de certeza, a formulação de políticas de estoque deve
ser realista, levando em conta as incertezas. Como vimos, a fórmula do Lote
Econômico de Compras é aplicável sob condições ideais, típicas da economia
de países desenvolvidos. No Brasil, devido à extensão territorial, das condições
políticas e econômicas, ainda vivemos em um ambiente repleto de incertezas,
principalmente no que se refere à demanda futura.
100
90
80
70 Nível de
60 Ressupri-
50
40 mento
30
20
10
0 Dias
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: INEP/SINAES/ENADE (2009).
120
110
Níveis de Estoque
100
90
80
70 Nível de
60 Ressupri-
50
40 mento
30
20
10
0 Dias
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
em que:
EM = Estoque Médio.
Q = Quantidade adquirida ou fabricada para reposição de estoque.
Eseg = Estoque de Segurança.
No nosso exemplo do gráfico 1, temos, referente ao primeiro pedido:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Desta forma, a prática demonstra que os estoques não podem ser muito
grandes, pois implicam desperdício e capital empatado desnecessariamente,
nem podem ser pequenos, pois envolvem risco da falta de materiais para aten-
der à demanda de seus pacientes.
Para conhecer e controlar os estoques existem algumas ferramentas admi-
nistrativas, entre elas destacam-se o inventário (contagem física dos estoques),
o fichário de estoques e a classificação ABC.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES
Materiais de estoque
São materiais que devem existir em estoque e para os quais são determinados
critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base na demanda pre-
vista e na importância para a empresa. Os critérios de ressuprimento fixados
para esses materiais possibilitam a renovação do estoque sem a participação do
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Quanto à importância operacional: a maioria dos órgãos de gestão baseia
suas análises de ressuprimento e define as quantidades de reposição por
meio dos resultados referentes aos consumos históricos e tempos neces-
sários para recompor os níveis de estoque. Esse tratamento matemático
não diferencia os diversos materiais de estoque e não considera sua indi-
vidualidade, com exceção das matérias-primas, por terem suas demandas
suportadas por programas de produção e vendas. Adota-se a classificação
da importância operacional, visando identificar materiais imprescindí-
veis ao funcionamento da empresa.
c1) Materiais X: materiais de aplicação não importante, com possibili-
dade de uso de similar existente na empresa.
c2) Materiais Y: materiais de importância média, com ou sem similar
na empresa.
c3) materiais Z: materiais de importância vital sem similar na empresa,
cuja falta acarreta a paralisação de uma ou mais fases operativas.
São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâme-
tros para o ressuprimento automático. A inexistência de regularidade de consumo
faz com que a aquisição desses materiais somente seja efetuada por solicitação
direta do usuário, na oportunidade em que se constate a necessidade dele.
Material importado
Existência de único fornecedor
Por problemas de
Escassez no mercado
obtenção
Material estratégico
De difícil fabricação ou obtenção
Material de elevado valor
Por razões econômi-
Material com elevado custo de armazenagem
cas
Material com elevado custo de transporte
Material perecível
Por problemas de Material de alta periculosidade
armazenagem e
transporte Material de elevado peso
Material de grandes dimensões
Por problemas de
Material com utilização de difícil previsão
previsão
Por razões de segu- Material de reposição de alto custo
rança Material para equipamento vital da produção
Fonte: Viana (2000, p. 56).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vapor de água e podem ser retirados da atmosfera. Exemplos: sal mari-
nho, cal virgem etc.
b) Pela limitação do tempo: materiais com prazo de validade claramente
definido. Exemplos: remédios, alimentos etc.
c) Instáveis: produtos químicos que se decompõem ou se polimerizam espon-
taneamente ou têm outro tipo de reação na presença de algum material
catalítico ou puro. Exemplos: peróxidos de éter, óxido de etileno etc.
d) Voláteis: produtos que se reduzem a gás ou vapor, evaporando natural-
mente e perdendo-se na atmosfera. Exemplo: amoníaco.
e) Por contaminação pela água: materiais que se degradam pela adição direta
de água. Exemplo: óleo para transformadores.
f) Por contaminação por partículas sólidas: materiais que, em contato com
partículas sólidas, como areia e poeira, poderão perder parte de suas
características físicas e químicas. Exemplo: graxa.
g) Pela ação da gravidade: materiais que, estocados de forma incorreta, podem
sofrer deformações. Exemplo: eixos de grande comprimento.
h) Por queda, colisão ou vibração: engloba os materiais de grande fragilidade
ou sensibilidade. Exemplos: cristais, vidros instrumentos de medição etc.
i) Pela mudança de temperatura: materiais que perdem suas características
para aplicação, se mantidos em temperatura diferente da requerida. Exem-
plos: selantes para vedação, anéis de vedação em borracha etc.
j) Pela ação da luz: materiais que se degradam por incidência direta da luz.
Exemplo: filmes fotográficos.
k) Por ação de atmosfera agressiva: materiais que sofrem corrosão quando
em contato com atmosfera com grande concentração de gases ou vapo-
res. A corrosão atmosférica pode ocorrer principalmente por vapores
de água e ácidos, como sulfúrico, fosfórico, nítrico, sais, cloro, flúor etc.
l) Pela ação de animais: materiais sujeitos ao ataque de insetos e outros ani-
mais, durante a estocagem. Exemplos: grãos, madeira, peles de animais etc.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Esta classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondi-
cionados, fabricados internamente ou comprados. O material é considerado
recondicionável quando, após sua utilização, pode ser beneficiado e novamente
utilizado sem diminuição de suas qualidades. Deve-se entender que a recupe-
ração de um material deve ter custo inferior ao da compra de um novo item.
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falta de poder de decisão do órgão de compras, os quais refletem problemas
internos da organização da empresa.
Principal área de
Critério de Classificação Objetivos
interesse
Valor de utilização (classi- Atribuir instrumentos de gestão
Gestão de estoques.
ficação ABC). diferenciados por classe de valor.
Atribuir níveis de serviço (aten-
Criticalidade dimento, rapidez e pontualidade
das entregas etc.) diferenciados Gestão de estoques.
(classificação XYZ). em função do grau de criticalidade
para as atividades.
Identificar os itens que serão man-
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tidos em estoque e os que serão
Forma de disponibilização Gestão de Estoques
disponibilizados de outros modos,
dos materiais. Compras.
por exemplo, só após configurar
sua necessidade.
Identificar os itens pelo grau de di-
ficuldade em termos de aquisição, Seleção de materiais
Dificuldade para aquisi-
por exemplo. fornecedor único, Gestão de estoques
ção.
produto importado, prazos longos Compras.
ou irregulares de entrega e outros.
Orientar os processos de manu- Seleção de materiais
Periculosidade, toxidade e
seio, transporte, armazenagem,
perecibilidade. Armazenagem.
distribuição e uso.
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 62).
ESTRUTURA EXEMPLO
X XX XXX XX 03 10 630 15
X
Grupo Materias fotográfico
Subgrupo Filme
Item Raio X, 240 x 300 mm
Dígito verificador Dígito verificador
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: Hospital de Clínicas de São Paulo (2002 apud Barbieri e Machline 2009, p. 65).
Dias (2010) aponta que, após os itens terem sido ordenados pela importân-
cia relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:
Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com
uma atenção bem especial pela administração.
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Classe C: Grupo de itens importantes que justificam pouca atenção por parte
da administração.
Os diferentes esquemas utilizados nas construções das curvas ABC podem ser
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Dias (2010, p. 71) alerta que “deverão ser dedicados cuidados especiais aos
problemas surgidos na fase de verificação e levantamento dos dados a serem uti-
lizados na confecção da curva ABC”. Desse modo, deverão ser providenciados:
1. Pessoal treinado e preparado para fazer levantamentos.
2. Formulário para a coleta de dados.
3. Normas e rotinas para o levantamento.
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res de pequenas e médias empresas não conhecem, ou conhecem muito pouco,
sobre a curva ABC. Na prática, a classificação ABC tem sido realizada com uma
simples planilha de “excel” e apresentado bons resultados.
Barbieri e Machline (2009) afirmam que a classificação ABC estabelece uma
relação entre a percentagem acumulada do valor de utilização dos itens e a per-
centagem acumulada do número de itens existentes. A rigor, as classes devem
ser obtidas conforme a sequência de etapas descritas abaixo e exemplificadas
nos quadros 8 e 9, a saber:
a) Calcular o valor de utilização (VU) de cada item (ver quadro 8).
b) Reordenar os itens segundo o VU em ordem descrescente (ver quadro 9).
c) Calcular o valor de utilização acumulado item a item (quadro 9).
d) Calcular para cada item, a percentagem do número de itens acumulados
em relação ao número total de itens (quadro 9).
e) Calcular a percentagem do valor de utilização acumulado de cada item
em relação ao valor total dos itens (quadro 9).
f) Proceder a divisão em classes (quadro 9).
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igual a todos os itens indistintamente, ela estará, na verdade, dedicando mais
tempo a recursos administrativos que aos itens de pouco valor, pois eles são os
mais numerosos (BARBIERI; MACHLINE, 2009).
Quadro 9 – Classificação ABC (exemplo)
VUA
Item de estoque VU (R$) Nº. itens % Itens % VUA Classe
(Acumulado)
Cataflan 355,00 355,00 1 4.0 22,2 A
Voltaren 240,10 595,10 2 8.0 37,2 A
Aspirina infantil 171,60 766,70 3 12.0 47,9 A
Novalgina 123,00 889,70 4 16.0 55,6 A
Lasix 93,00 982,70 5 20.0 61,4 A
Bactrim 81,60 1.064,30 6 24.0 66,5 B
Vick Vaporub 62,40 1.126,70 7 28.0 70,4 B
Plasil 56,40 1.183,10 8 32.0 73,9 B
Hipoglos 54,60 1.237,70 9 36.0 77,3 B
Cebion 49,50 1.287,20 10 40.0 80,4 B
Calciferol B12 45,60 1.332,80 11 44.0 83,3 B
Parenzyme 40,50 1.373,30 12 48.0 85,8 B
Kalyamon B12 36,00 1.409,30 13 52.0 88,1 B
Klaricid 36,00 1.455,30 14 56.0 90,3 C
Binotal 500 mg 28,20 1.473,50 15 60.0 92,1 C
Quemicetina 19,00 1.492,50 16 64.0 93,3 C
% VUA
100 %
C
88,1%
B
61,4%
A
0 20 52 100 % Itens
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 69).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um grau de criticalidade médio, pois, embora sejam vitais para as atividades da
empresa, podem ser substituídos por equivalentes com relativa facilidade. Os
itens X podem faltar sem acarretar prejuízos ao funcionamento da empresa, nem
tanto pelo fato de não serem críticos para as atividades, mas principalmente pela
possibilidade de serem substituídos com bastante facilidade. Peças de reposição
de equipamentos críticos, combustíveis para caldeira e oxigênio são exemplos
de itens Z de um hospital. Gêneros alimentícios, material de limpeza e de escri-
tório geralmente pertencem à classe X (BARBIERI; MACHLINE, 2009).
Quadro 10 – Classificação XYZ
Classe Características
• Baixa criticalidade.
• Faltas não acarretam paralisações; nem riscos à segurança pessoal,
X ambiental e patrimonial.
• Elevada possibilidade de usar materiais equivalentes.
• Grande facilidade de obtenção.
• Criticalidade média.
• Faltas podem provocar paradas e colocar em risco as pessoas e o
Y
patrimônio da organização.
• Podem ser substituídas por outras com relativa facilidade.
• Máxima criticalidade; imprescindíveis.
• Faltas podem provocar paradas e colocar em risco as pessoas e o
Z patrimônio da organização.
• Não podem ser substituídas por outras equivalentes ou seus equi-
valentes são difíceis de obter.
Fonte: Barbieri e Machline (2009, p. 74).
Caro(a) aluno(a), é melhor perder vários clientes que não dão retorno algum
ou apenas um cliente que aplica grande volume de dinheiro no banco? A
resposta é óbvia! Um exemplo dessa classificação ABC de clientes são os ad-
jetivos dados a eles pelas instituições bancárias: “select”; “personalité”; “ouro”;
“azul”; “Van Gogh”; “prime” entre outros. Trata-se de uma resposta dos ban-
cos, dando maior atenção aos clientes que dão maior retorno financeiro aos
bancos, os clientes “A”!
Fonte: o autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
neira a qualidade da prestação de serviços da organização.
Os desafios no que tange à gestão de estoques em um hospital são constantes.
Como estudamos nesta unidade, administrar estoques não é tarefa fácil, princi-
palmente quanto ao abastecimento e distribuição de medicamentos. É necessário
ter em estoque todos os medicamentos prescritos para o bom andamento da
instituição de saúde. Os estoques da farmácia hospitalar são caracterizados por
ciclos de demandas e de ressuprimentos, com flutuações significativas e altos
graus de incerteza, fatores críticos diante da necessidade de manter medicamen-
tos em disponibilidade na mesma proporção de sua utilização. Acompanhamos
algumas técnicas para facilitar a atividade do gestor de estoque, como os indi-
cadores de estoques (estoque máximo, estoque médio, estoque mínimo e de
segurança, pontos de ressuprimento entre outros), além dos critérios para clas-
sificar os estoques como a curva ABC e a classificação XYZ.
Você percebeu nesta unidade que o suprimento dos estoques requer desem-
bolso financeiro. Portanto, o gestor hospitalar deve analisar cuidadosamente os
aspectos financeiros para poder tomar as decisões empresariais adequadas para
o mantimento dos estoques em altos ou baixos níveis, como reposição periódica,
ou continua, entre outros aspectos, pois sempre estarão consumindo recursos
que são importantes para todos os setores empresariais e para o negócio como
um todo.
Caro(a) aluno(a), esperamos que você possa tirar bom proveito do conte-
údo abordado.
A maioria das empresas têm clientes com perfis diferentes e muitas delas não lidam
corretamente com essa diferença. Definem suas estratégias e operações de forma geral,
tratando todos os clientes da mesma forma. Só que clientes são diferentes. Alguns que-
rem muita atenção, mas compram pouco; outros compram muito, mas querem descon-
to; outros ainda compram de forma esporádica e sem planejamento. Para piorar, existe
uma pressão cada vez maior pela otimização do uso do tempo em vendas. Isto deixa
qualquer vendedor maluco (ou estressado).
A solução? Segmentar a base de clientes. Além de melhorar o atendimento, uma boa
segmentação permite que um profissional de vendas canalize melhor seus esforços, di-
minuindo inclusive custos (deslocamento, tempo de espera, adequação da proposta,
customização de produtos e serviços, etc.). A segmentação de clientes nada mais é do
que juntar os clientes “parecidos” em diferentes grupos e, a partir daí, tratar cada gru-
po de forma mais personalizada. Esse processo pode ser feito de diversas formas: por
faturamento, por comportamento, por características sociodemográficas (idade, sexo,
renda), por região geográfica etc. Mas uma das formas mais usadas por profissionais de
venda excelentes é a Curva ABC, e é sobre ela que vamos falar hoje.
Segmentando com a Curva ABC
A Curva ABC é, na verdade, uma consequência lógica do princípio de Pareto (aquele que
diz que, em média, aproximadamente 80% do seu faturamento vem de aproximada-
mente 20% da sua base de clientes). A maneira mais fácil de explicar uma Curva ABC é
mostrando como funciona na prática. Imagine que você tem 10 clientes e que você vai
criar um ranking de acordo com seu faturamento médio mensal.
Cliente 1 compra: R$ 10.000/mês.
Cliente 2 compra: R$ 9.500/mês.
Cliente 3 compra: R$ 9.380/mês.
Cliente 4 compra: R$ 7.500/mês.
Cliente 5 compra: R$ 7.240/mês.
Cliente 6 compra: R$ 6.300/mês.
Cliente 7 compra: R$ 4.120/mês.
Cliente 8 compra: R$ 3.880/mês.
Cliente 9 compra: R$ 2.900/mês.
Cliente 10 compra: R$ 1.050/mês.
122
Se você colocar isto numa planilha do Excel e traçar um gráfico, verá que existem duas
“quebras”, onde a linha abruptamente faz uma curva para baixo. Neste caso, teríamos
que os clientes 1, 2 e 3 seriam considerados “A”; os clientes 4, 5 e 6 seriam “B” e o resto
seria “C”. Algumas empresas criariam a categoria “D” para o cliente 10 e muitas vezes
até mesmo uma E, para clientes inativos, que não apareceriam no gráfico porque seu
faturamento é zero.
Uma vez divididos desta forma, o próximo passo seria analisar as características comuns,
necessidades e demandas específicas de cada um destes segmentos. Como, quando,
por que, onde e o que compram os clientes do grupo A, B e C?
O terceiro passo é criar um sistema de atendimento diferenciado, que possa ao mesmo
tempo atender à demanda dos clientes e otimizar o tempo e investimentos da empresa.
Por exemplo:
a) Clientes A: Visita pessoal toda semana.
b) Clientes B: Visita pessoal na primeira e terceira semana do mês, telefone na segunda
e na quarta semana do mês.
c) Clientes C: E-mail marketing na primeira semana, visita na segunda semana, telefone
na terceira e quarta semana do mês.
Isto é só um exemplo extremamente simplificado, lógico, mas já começa a ficar clara a
diferença prática da segmentação. A ideia toda é dar mais atenção aos melhores clien-
tes, sem prejudicar o atendimento aos demais. Este tipo de segmentação permite que
o vendedor canalize melhor suas energias e possa preparar-se de forma mais adequada
para visitas ou telefonemas. Como já dito, você pode segmentar seus clientes de di-
versas outras formas (por frequência de compra, por lucratividade, por porcentagem
acumulada de vendas ou por qualquer outra característica que desejar), mas a lógica
fundamental por trás da Curva ABC de clientes é esta: segmentar os clientes de alguma
forma (geralmente por faturamento).
E, uma vez segmentados, criar maneiras diferenciadas e personalizadas de atendê-los,
para que você inteligentemente administre recursos – tempo e dinheiro –, potencialize
seus ganhos e melhore a satisfação/lealdade dos seus clientes que certamente ficarão
contentes em ser atendidos de acordo com suas necessidades.
Fonte: Candeloro (2006, on-line)1.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Referência on-line
1
Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-curva-abc-de-
-clientes/964/>. Acesso em: 03 fev. 2016.
GABARITO
Questão 1:
1. De acordo com Francischini e Gurgel (2002, p. 81) define-se estoque como
“quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma impro-
dutiva, por algum intervalo de tempo”. Esses mesmos autores apontam que os
estoques podem ser basicamente de quatro tipos:
• Estoques de matérias-primas: materiais e componentes comprados de
fornecedores, armazenados na empresa compradora e que não sofreram
nenhum tipo de processamento;
• Estoques de materiais em processo: materiais e componentes que sofre-
ram pelo menos um processamento no processo produtivo da empresa
compradora e aguardam utilização posterior;
• Estoque de produtos auxiliares: peças de reposição, materiais de limpe-
za, materiais de escritório;
• Estoque de produtos acabados: produtos prontos para comercialização.
Questão 2:
Sim. É possível identificar os indicadores utilizados na gestão de estoques:
- Estoque mínimo; estoque máximo; estoque médio; ponto de ressuprimento;
tempo de reposição de estoque; ponto de pedido.
Questão 3:
De acordo com Viana (2000, p. 51) os principais atributos para a classificação dos
materiais dentro de uma organização são:
• Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir
apenas materiais para serem classificados;
• Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classifica-
ção, de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento de estoques;
• Praticidade: a classificação deve ser direta e simples (VIANA, 2000, p. 51).
126
GABARITO
Questão 4:
É fundamental para o sucesso do gerenciamento de estoques que se separe o
essencial do acessório, voltando nossas atenções para o que realmente é impor-
tante quanto a valor de consumo. Para tanto, conta-se com a ferramenta Cur-
va ABC ou Curva de Pareto, método do qual se determina a importância dos
materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado
período;
– Materiais A: materiais de grande valor de consumo.
– Materiais B: materiais de médio valor de consumo.
– Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.
Questão 5:
Classe Características
• Baixa criticalidade.
• Faltas não acarretam paralisações; nem riscos à segurança
X pessoal, ambiental e patrimonial.
• Elevada possibilidade de usar materiais equivalentes.
• Grande facilidade de obtenção.
• Criticalidade média.
• Faltas podem provocar paradas e colocar em risco as pessoas
Y
e o patrimônio da organização.
• Podem ser substituídas por outras com relativa facilidade.
• Máxima criticalidade; imprescindíveis.
• Faltas podem provocar paradas e colocar em risco as pessoas
Z e o patrimônio da organização.
• Não podem ser substituídas por outras equivalentes ou seus
equivalentes são difíceis de obter.
Professor Esp. Henrique Lacerda Nieddermeyer
ARMAZENAGEM E
IV
UNIDADE
DISTRIBUIÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer os principais conceitos de armazenagem e distribuição na
área da saúde.
■ Identificar os principais custos de armazenagem de materiais na área
da saúde.
■ Conhecer as técnicas de armazenagem específicas para ambientes
hospitalares.
■ Conhecer as principais tecnologias aplicadas no controle de
estoques, armazenagem e distribuição.
■ Identificar os principais sistemas integrados de gestão utilizados na
área da saúde.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conceitos de armazenagem e distribuição
■ Custos de armazenagem e distribuição
■ A armazenagem específica para ambientes hospitalares
■ Tecnologias aplicadas à logística da área da saúde
■ Os sistemas integrados de gestão (ERP/SIG)
130
INTRODUÇÃO
tribuição são fundamentais, cada qual com o seu respectivo custo, vantagens e
desvantagens, que devem ser considerados no processo de tomada de decisão
do gestor hospitalar, quanto ao nível de serviço a ser ofertado.
Veremos também que o controle efetivo de todas as etapas do processo logís-
tico é fundamental e que algumas tecnologias importantes são utilizadas para
auxiliar o gestor no controle de todas as atividades logísticas, entre elas desta-
cam-se o código de barras e a tecnologia RFID.
Abordaremos que a distribuição física das mercadorias realizada pelas empre-
sas apresenta inúmeras falhas nas operações de distribuição devido à falta de
sincronização e coordenação, entre a criação da demanda e o fornecimento
físico, sendo pois uma questão que deve ser enfrentada com planejamento. A
adoção de sistemas integrados de gestão possibilita às empresas um acompa-
nhamento constante do fluxo de materiais tanto interna quanto externamente
(fornecedores), possibilitando o trabalho com estoques cada vez mais reduzi-
dos e capacidade de resposta cada vez mais rápida.
No atual cenário de competitividade, não há mais espaço para gestores hos-
pitalares amadores. A situação requer controle, planejamento e ações eficazes.
Nesse sentido, o emprego de tecnologias que maximizem o resultado operacio-
nal é sempre bem vindo.
Aluno(a), aproveite bem o seu tempo, tire todas as suas dúvidas e tenha um
ótimo estudo!
Introdução
131 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Essa é a função responsável pela disponibilização dos itens de material
necessários às operações de uma organização. Ela está presente em todos
os níveis de uma cadeia de suprimentos, assim como outra função logís-
tica, certamente a mais onerosa: o transporte (SILVA et al., 2009, p. 132).
Logística inbound
Logística reversa
A
Farmácia Uso pela equipe médica
Bem-estar do paciente
R
Fornecedores
Compras
Uso no ambiente
Almoxarifado
hospitalar
D
Novo pedido
Logística outbound
Fonte: o autor.
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
132
NÍVEL ESTRATÉGICO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vos definidos no nível estratégico devem:
■ Ajustar as ações a serem executadas pelo sistema de suprimento (SS) às
diretrizes estratégicas da instituição;
■ Definir as diretrizes estratégicas para o suprimento de materiais, incluin-
do-se aí o relacionamento com clientes e parceiros internos e com o
mercado fornecedor, para avaliação do SS;
■ Determinar os objetivos, metas e políticas operacionais para o processo
de suprimento;
■ Estabelecer as normas e procedimentos básicos para realização das ativi-
dades em todas as funções do SS;
■ Estabelecer as bases para organização funcional do SS, considerando as
disponibilidades e necessidades de recursos humanos e materiais, a for-
malização do processo logístico, a flexibilidade operacional, os controles
funcionais suficientes e necessários, e o desempenho operacional reque-
rido (SILVA et al., 2009, p. 34).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
134
NÍVEL OPERACIONAL
Este é o nível responsável pela execução das tarefas determinadas pelo nível
estrutural, a partir das políticas e diretrizes superiores. Nesse sentido, SILVA et
al. (2009) destacam:
Trata da aplicação de procedimentos, protocolos e outras medidas que
transformem em resultados as operações logísticas da organização. Por
exemplo, a dispensação de medicamentos e seu respectivo controle de-
vem observar em toda a organização hospitalar um protocolo rígido,
de modo que se possam medir resultados (SILVA et al., 2009, p. 36-37).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O planejamento geral dos transplantes de órgãos considera, no míni-
mo, os seguintes integrantes da cadeia logística: doador, receptor, equi-
pe médica e hospital do possível doador, CNCDO, OPO e equipe de
transplante. Pesquisa realizada por Ratz (2006) indica que a taxa de
insucesso na realização de transplantes é da ordem de 30% em função
da recusa de autorização da família do doador. Os 70% restantes se
devem a problemas de natureza logística. [...] o referido autor conclui
que, realizar transplantes com sucesso é coordenar atividades de pesso-
as, equipamentos, materiais, serviços de transporte, comunicação, bem
como outros recursos, de modo que as ações aconteçam no tempo e
nos locais programados (SILVA et al., 2009, p. 39).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
136
DISTRIBUIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mudanças importantes, aceleradas e contínuas. A estabilidade da economia (1994),
embora vacilante, contribuiu para dar novos contornos ao ambiente competi-
tivo, acirrando mais a disputa pelo mercado.
De acordo com Russo (2009, p. 166) as principais atribuições da gestão da
distribuição física são “selecionar rotas e meios de transportes; negociar fretes e
administrar os relacionamentos com fornecedores e consumidores imediatos”.
O modelo de distribuição
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
138
Canais de distribuição
Os canais de distribuição são os meios utilizados para que o produto chegue até
o consumidor final. De maneira geral, os canais de distribuição constituem-se de:
■ Centros de Distribuição (CD).
■ Distribuidores.
■ Atacadistas.
■ Varejistas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Representantes.
■ Mala direta.
■ Telefone.
■ Internet (e-commerce) (RUSSO, 2009, p. 16).
ARMAZENAGEM
Por mais estranho que pareça, o melhor armazenamento é “não ter armazena-
mento”. Entretanto, na grande maioria dos casos, não somos capazes de eliminar as
necessidades de estocagem. Consideramos, então, que o melhor é estocar menos.
Estocar com menor frequência, em menores volumes, mais objetivamente
e de forma menos centralizada reduz custos e aumenta a eficiência do processo.
Nesse sentido, Russo (2009) aponta os objetivos da armazenagem:
■ Controlar a quantidade estocada;
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■ Conservar a qualidade dos materiais, mantendo inalteradas as suas
características;
■ Permitir e manter clara a identificação dos materiais;
■ Incrementar a racionalização dos materiais, identificando aqueles sem
movimentação, os iguais, porém estocados com nomes diferentes, mate-
riais inúteis e materiais com estoques excessivos;
■ Reduzir custos relativos à armazenagem dos itens;
■ Sistematizar informações sobre os materiais estocados de forma rápida
e eficaz;
■ Reduzir progressivamente a área de armazenagem (RUSSO, 2009, p. 19).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
140
CUSTOS DE ARMAZENAGEM
aos custos:
■ de capital, correspondente aos juros e à depreciação;
■ de edificações, correspondente ao aluguel, aos impostos e às utilidades;
■ de pessoal, correspondente aos salários e aos encargos;
■ de manutenção, correspondente ao equipamento, à deterioração e à
obsolescência;
■ dos materiais, correspondente à matéria-prima, ao material auxiliar, ao
produto acabado (RUSSO, 2009, p. 146).
Quanto maior a quantidade de produtos estocados e maior o tempo que perma-
necem em estoque, maior será o custo de armazenagem. Isso equivale a dizer
que o custo de armazenagem é diretamente proporcional ao volume estocado e
ao tempo de estocagem. O custo de armazenagem é calculado a partir de valo-
res médios dos estoques de matéria-prima, dos produtos acabados e dos valores
mensais de outros componentes. Geralmente ele é calculado para o estoque todo
e somente em casos particulares calcula-se o custo de armazenagem para um
item específico.
Prezado(a) aluno(a), vamos a um exemplo. Imagine que você errou em sua
previsão de compras e uma infinidade de produtos hospitalares foi entregue em
seu hospital e você não tem espaço para armazená-los. A medida mais óbvia é
alugar um espaço de terceiros (armazém). Quando falamos em custos de arma-
zenagem destacamos que, além do valor do aluguel desse armazém, teremos:
transporte, manuseio do material (implica em esforços de colaboradores), segu-
rança desse armazém, limpeza, deterioração de produtos, avarias, obsoletismo etc.
CUSTOS DE DISTRIBUIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e de proteção para o transporte. O grande desafio das empresas é se aproximar
cada vez mais de seus consumidores finais e, para isso, recorrem a Centros de
Distribuição regionais.
A distribuição física está diretamente relacionada ao transporte. De acordo
com Russo (2009, p. 178), “os custos de transporte representam 37% dos custos
logísticos nas organizações”. Isso ajuda a explicar porque, na maioria das empre-
sas, o transporte é considerado como atividade mais importante dentro de um
sistema de distribuição.
Craco et al. (2014) destacam os principais itens de custos de distribuição,
que podem ser elencados da seguinte forma:
a) Custos de transporte: envolvem todos os custos com combustível, manu-
tenção, frete, seguros;
b) Custos de armazenagem e movimentação: são relacionados à estrutura
para guardar os produtos e movimentá-los;
c) Custos com lotes de operação: são relacionados com suprimentos ou
compras, produção ou fabricação, transferência, movimentação, distri-
buição e transportes;
d) Custos com TI: relacionados à tecnologia para integrar fornecedores,
clientes e empresa;
e) Tributos/impostos: são os relacionados com impostos e taxas na opera-
ção e vendas;
f) Custos com embalagem: são associados ao acondicionamento do pro-
duto para sua distribuição, considerando-se a embalagem do produto e
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
142
Caro(a) aluno(a), mais uma vez nos deparamos com um tema polêmico, a arma-
zenagem. Quando falamos em armazenagem nos referimos à guarda de materiais
a curto, médio e longo prazo. Essa atividade adiciona custos ao processo logís-
tico, mas não agrega valor e, portanto, deve ser reduzida ou até mesmo eliminada.
No entanto, é muito desejável termos materiais em estoques para suprirmos
uma demanda na hora certa. Só que a existência de estoques implica em pos-
síveis perdas decorrentes de prazo de validade vencido, avariais decorrentes de
manuseio indevido. Estoque baixo significa possível falta de material e estoque
alto implica em custos de manutenção, mão de obra para seguros entre outros.
De acordo com Silva et al. (2009, p. 122), “do ponto de vista operacional, a
área destinada à estocagem deve situar-se geograficamente de forma a favore-
cer os processos inbound (entrada) e outbound (saída)”.
A área de armazenagem ideal deve ser um ambiente saudável, limpo, arejado
e bem iluminado, com piso adequado e instalações fisicamente bem dimensio-
nadas, layout funcional e aceso somente para pessoal devidamente autorizado.
Especialmente no setor de saúde, muitos insumos, como matérias-primas,
princípios ativos, excipientes etc., são vulneráveis a condições severas de arma-
zenagem, motivo pelo qual os cuidados aqui descritos são importantes para se
evitar a perecibilidade de insumos. Os fármacos, por exemplo, exigem trata-
mento especial quanto à armazenagem (SILVA et al., 2009).
ARMAZENAGEM DE FÁRMACOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
se abastece a cadeia de distribuição (SILVA et al., 2009).
Nos hospitais, a área de armazenagem da maioria dos insumos utilizados
é denominada farmácia hospitalar, que cumpre duas funções fundamentais. A
primeira acumula as responsabilidades de recebimento com a preparação de medi-
camentos para a distribuição aos pacientes em doses individuais devidamente
programadas. A segunda função vital consiste na preparação de medicamentos
e materiais de consumo para posterior utilização. Os materiais de consumo são
aqueles destinados à higiene e limpeza, servindo para a manutenção das tarefas
de hospedagem hospitalar.
Silva et al. (2009) destacam que uma farmácia hospitalar costuma armaze-
nar três tipos de mercadorias:
■ Medicamentos de “prateleira”, em geral, artigos descartáveis, incluindo
agulhas, seringas, equipos e demais artigos tipicamente farmacêuticos;
■ Medicamentos passíveis de controles específicos, como psicotrópicos
e várias famílias de fármacos causadores de dependência química, que
podem requerer a prestação de informações quantitativas às autoridades
da área da saúde – por exemplo, fluxo de consumo e estoques remanes-
centes, ao longo do tempo;
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
144
os quais são supridos pela farmácia hospitalar. Nas unidades de pronto atendi-
mento ou pronto-socorro, desvinculadas de estruturas hospitalares, os estoques
de insumos farmacêuticos são dimensionados para garantir a autossuficiência,
prevendo-se períodos de ressuprimento.
Nos hospitais de grande porte, as farmácias costumam ter estruturas consi-
deráveis, envolvendo atividades de manipulação e até preparação em escala quase
industrial, tanto em medicamentos como em produtos químicos diversos, além
de artigos correlatos. Isso ocorre por três principais motivos. O primeiro deles é
de natureza econômica, ou seja, a produção própria é mais econômica do que a
comercial, pois não envolve custos com embalagens, nem aspectos mercadoló-
gicos e promocionais, sem contar o lucro da indústria de fármacos. O segundo
diz respeito à possibilidade de grande customização, ou seja, a preparação de
medicamentos para atender a necessidades específicas de alguns pacientes, evi-
tando ou reduzindo substancialmente os efeitos colaterais. O terceiro e último
motivo relaciona-se à existência, geralmente nos grandes hospitais, de labora-
tórios farmacêuticos devidamente capacitados a realizarem boa parte ou até a
totalidade das tarefas técnicas importantes no processo de produção de medi-
camentos (SILVA et al., 2009).
Desta forma, parte da estrutura técnica costuma já estar disponível, favo-
recendo a atividade. Produtos nutricionais e dietéticos devem merecer igual
atenção e cuidados de armazenamento.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
De acordo com Barbieri e Machline (2009), a farmácia faz parte da presta-
ção de serviço de apoio técnico e deve realizar as seguintes atividades:
■ Receber e inspecionar produtos farmacêuticos;
■ Armazenar e controlar produtos farmacêuticos;
■ Distribuir produtos farmacêuticos;
■ Dispensar medicamentos;
■ Manipular, fracionar e reconstituir medicamentos;
■ Preparar e conservar misturas endovenosas;
■ Preparar nutrições parenterais (ministração por via não digestiva);
■ Diluir quimioterápicos;
■ Diluir germicidas;
■ Realizar controle de qualidade;
■ Prestar informações sobre produtos farmacêuticos (BARBIERI;
MACHLINE, 2009, p. 277).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
146
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O almoxarifado da lavanderia denomina-se rouparia. Nela devem ser
acondicionadas as peças prontas para utilização. Quatro tipos de roupas são
frequentemente encontrados nas rouparias hospitalares: peças de tecidos a serem
convertidos em outras peças, sempre que houver atividades de corte e costura
em determinado hospital; peças novas; peças usadas, porém limpas (esteriliza-
das ou não, conforme o caso); e peças retornando de reparo ou conserto, prontas
para utilização.
Neste aspecto, Silva et al. (2009) apontam as referências quantitativas sobre
o dimensionamento na atividade de lavanderia hospitalar:
■ Consumo de roupa na lavanderia – de 4 a 5 Kg por paciente/dia;
■ Roupa em andamento ou no fluxo, isto é, em uso, sendo processada na
lavanderia, sendo recolhida e sendo transportada para o usuário – de qua-
tro a cinco vezes o consumo diário, ou seja, de 16 a 25 Kg por paciente/dia;
■ Gasto anual de roupa – de 4 a 5 Kg por paciente/ano (SILVA et al., 2009,
p. 129).
A lavanderia é uma área que envolve muitos riscos para os colaboradores, tor-
nando necessária a elaboração de um Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO, conforme estabelece a Norma Regulamentadora - NR
nº 7, bem como um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA,
segundo a Norma Regulamentadora – NR nº 9, ambas aprovadas pela Portaria
nº. 3.214 de 08/01/1978 do Ministério do Trabalho.
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
148
Silva et al. (2009) destacam que, devido aos requisitos específicos das ativi-
dades de manutenção, os hospitais devem prover estrutura eficaz como forma
de garantir que equipamentos e instalações permaneçam inoperantes durante o
menor período de tempo possível.
Para a continuidade dos serviços hospitalares é importante que a equipe de
manutenção tenha acesso aos itens necessários no almoxarifado com a menor
burocracia possível. A fim de diminuir o tempo gasto para a retirada de itens
essenciais à manutenção, é comum a equipe dispor de um subalmoxarifado com
itens essenciais.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
internos a se programarem de maneira adequada para um atendimento
efetivo;
■ Atendimento em regime de emergência, por meio de plantão ou acesso
à pessoa devidamente credenciada, fora dos horários convencionados
para atendimento;
■ Identificação do endereçamento no local de armazenagem para todos os
insumos previstos, a fim de facilitar a identificação das mercadorias no
menor tempo possível;
■ Arranjo físico na área de estocagem possibilitando a reunião de artigos
por famílias ou grupo de produtos;
■ Disposição racional das mercadorias, facilitando o acesso aos itens com
maior giro (SILVA et al., 2009, p. 131).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
150
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mais avançada, e as organizações que desejam permanecer no mercado devem
acompanhar essa evolução. Controlar todo o processo logístico no antigo “cader-
ninho de anotações” não é mais admissível atualmente.
O desenvolvimento tecnológico influi diariamente no cotidiano de todas as ati-
vidades humanas e a distribuição e o transporte não ficaram à parte dessa inovação.
Os modernos recursos de informática permitem a gestão de operações complexas,
facilitando a administração JIT (Just in Time) e aumentando a tendência a manter
estoques cada vez menores, assim como a distribuição crossdocking. É fundamen-
tal a integração desses elementos por meio dos sistemas de informação, de forma
a gerir a cadeia de suprimentos de maneira eficaz e econômica (RUSSO, 2009).
O apoio da informática ao sistema logístico permite, por exemplo, identifi-
car simultaneamente a localização de uma carga em trânsito e agilizar as decisões
sobre o acompanhamento e eventuais redirecionamentos. O relacionamento entre
operadores e clientes, decorrentes do avanço da informática, permite receber e
confirmar os requisitos de transporte e notificar o estado atual da entrega, além
de atualizar em tempo real os níveis de estoque e sua disponibilidade.
Nesse sentido, Russo (2009, p. 196) destaca que o “rastreamento por saté-
lite, a comunicação via satélite, o intercâmbio eletrônico de dados e a internet
possibilitam a integração da cadeia de suprimentos da unidade produtiva até o
ponto de venda”. Cada vez mais a utilização desses recursos tecnológicos se faz
presente no cotidiano das organizações, com a colocação de pedidos via com-
putador e adoção de sistemas automatizados de reabastecimento, tudo com
informações em tempo real, melhorando a eficiência e a rentabilidade ao longo
da cadeia de abastecimento.
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
152
O CÓDIGO DE BARRAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fonte: adaptado de ean13 (on-line)1.
De acordo com a tabela de países, o prefixo para o Brasil sempre deve começar
com a sequência “789”. Essa é a regra básica para todos os produtos identifica-
dos no Brasil. Os números internacionais de identificação são compostos por
13 dígitos. Isso permite fazer um conjunto de combinações, suficientemente
variadas, com o intuito de criar uma identificação exclusiva para cada produto.
Outro código EAN empregado em gestão logística é o EAN-DUN 14, que
serve para identificar materiais unitizados, como caixas, fardos, contêineres e
semelhantes. Como a denominação indica, tem 14 dígitos e é formado a partir do
EAN-13. O usuário deve apenas adicionar um dígito (de zero a nove), chamado
variante logística (VL). Esse dígito é colocado antes do prefixo do país (no caso do
Brasil, antes do 789) e serve para indicar características específicas de interesse do
usuário. A figura 6 ilustra os componentes do EAN – DUN 14, onde o primeiro
dígito (1) que precede o código do Brasil (789) indica que o produto é unitizado:
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
154
CÓDIGO BIDIMENSIONAL
Trata-se de um modelo de código mais recente, criado nos anos 1990, cuja
principal característica é a capacidade de acumular uma grande quantidade de
informações, podendo-se considerá-lo um banco de dados. É muito útil para
agilizar a entrada de dados complexos, como notas fiscais de fornecedores.
Com a popularização do EDI, tecnologia usada para transmitir dados de
notas fiscais e/ou listagem de remessas, e com a introdução das etiquetas inte-
ligentes, o uso do código de barras bidimensional tende a diminuir. Um dos
principais motivos para isso, além da maior rapidez das novas tecnologias, é que
sua leitura exige um equipamento especial, mais sofisticado do que os emprega-
dos para ler códigos unidimensionais. Mesmo assim, para muitas aplicações, o
código de barras bidimensional ainda é recurso menos dispendioso do que os
chips (SILVA et al., 2009).
Na figura 7, é apresentado o formato do código de barras bidimensional:
Figura 7 – Código de barras bidimensional
Bem mais sofisticados do que o código de barras, esses recursos são conheci-
dos pelas siglas RFI (radio frequency identification) ou EPC (eletronic product
code). O sistema RFID constitui-se de um microchip com uma antena e um lei-
tor, também provido de antena. Seu tamanho é tão reduzido que ele pode ser
adicionado a cartões, etiquetas, rótulos ou outros meios que possibilitem a lei-
tura eletrônica e, portanto, a localização e o rastreamento.
Essa tecnologia serve igualmente para identificar, localizar e rastrear pes-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
soas, animais ou qualquer outro elemento móvel (SILVA et al., 2009).
Silva et al. (2009) consideram que os chips são como minúsculos computa-
dores alimentados de forma indutiva pela energia produzida pelos equipamentos
de leitura. No entanto, a capacidade de processamento de dados e de armaze-
namento é reduzida, algo como 1 kB (kilobyte). Com os constantes avanços da
nanotecnologia, é de se esperar que tal capacidade aumente consideravelmente.
A figura 8 apresenta uma das formas de aplicação da tecnologia RFID:
Controle de pacientes por meio de pulseira com o chip RFID.
No ambiente logístico, embora o custo ainda seja elevado, a tendência é que
a utilização do RFID cresça consideravelmente devido à sua contribuição para
redução dos custos relacionados aos estoques e movimentação de produtos. No
setor bancário essa tecnologia já é bastante utilizada em cartões de crédito e débito,
objetivando tornar mais seguro o seu uso pelos clien-
tes. O principal entrave quanto à maior utilização
da tecnologia RFID é o seu custo, cerca de US$
1,00 por etiqueta. Nesse sentido, Silva et
al. (2009) apontam um exemplo de
uso por uma grande rede mundial:
©shutterstock
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
156
As vantagens obtidas pela rede Wal-Mart foram muitas, entre as quais podemos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
em tempo real para o seu gerenciamento. A adoção dessa tecnologia terá como
contrapartida um ganho substancial em rapidez e redução de custos.
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
158
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
TOTVS 40%
Outras 20%
Fonte: Caiçara Júnior (2008, p. 96).
Fornecedor Produtos
SAP R/3 Alemanha
My SAP ERP
Business One
Oracle Oracle E-Business Suite USA
Microsoft Dynamics NAV USA
Microsiga (Totvs) Protheus 9 Brasil
Datasul (Totvs) Datasul EMS Brasil
RM Sistemas (Totvs) Carpore RM Brasil
Sênior Sapiens Brasil
ACOM Sistemas Everest Brasil
Fonte: Caiçara Júnior (2008, p. 196).
ARMAZENAGEM E DISTRIBUIÇÃO
160
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
161
Caro(a) aluno(a), leia o texto extraído do site da Santa Casa de Diamantina e correlacione
com o texto desta unidade. Boa leitura!
Farmácia e Almoxarifado
A Farmácia Hospitalar e o Almoxarifado da SCCD fornecem a todos os setores materiais e
medicamentos essenciais ao tratamento dos pacientes assistidos pela instituição, priman-
do pelo fornecimento de itens de qualidade, adequados e em tempo hábil.
Atualmente a Farmácia e o Almoxarifado da SCCD contam com treze colaboradores sen-
do, um farmacêutico, um supervisor de farmácia, sete técnicos em farmácia, um super-
visor do almoxarifado e três almoxarifes e localiza-se no andar térreo do prédio principal
com acesso externo para recebimento de mercadorias. A entrega de materiais médicos,
a reposição dos carrinhos de emergência e postos de medicamentos é realizada pelo al-
moxarifado durante o dia e a entrega de medicamentos é realizada pela farmácia 24 ho-
ras por dia, sendo que este serviço está em processo de modificação com a implantação
da rastreabilidade dos materiais e medicamentos por meio de sistema informatizado.
O serviço de Almoxarifado realiza a compra, o armazenamento e o fornecimento de
materiais médico hospitalares, medicamentos, materiais de escritório, impressos padro-
nizados, produtos de limpeza e saneantes a todas às clínicas e setores da SCCD. Neste
setor estão centralizadas as atividades de controle de estoques, pedidos e o abasteci-
mento dos postos de medicamentos distribuídos entre as clínicas, sendo um importante
setor de apoio às atividades assistenciais e administrativas.
A farmácia realiza o pedido, o armazenamento, o fornecimento, e dispensação dos
medicamentos aos pacientes, mediante as prescrições médicas. Este é um setor estra-
tégico na gestão hospitalar e que passa por um processo de profunda reestruturação
para atender ainda melhor as demandas de um serviço que tem como missão buscar
tornar-se um serviço de referência e alta qualidade na gestão eficiente de estoques, dis-
pensação de medicamentos e correlatos e, como próximo passo, o acompanhamento
farmacoterapêutico dos pacientes.
Futuramente, com a ampliação prevista para a Santa Casa, propõe-se a criação de um
serviço de Farmácia Clínica, uma prática com o fortalecimento das ações em Farmacovi-
gilância e Tecnovigilância, que tornará o atendimento mais seguro para o paciente, além
da reestruturação física e descentralização em farmácias satélites.
Fonte: Farmácia... (2011, on-line)2.
MATERIAL COMPLEMENTAR
BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. 2 ed. ver. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2009.
CAIÇARA JUNIOR, C. Sistemas Integrados de Gestão – ERP: uma abordagem ge-
rencial. 3 ed. rev. e atual. Curitiba: Ibpex, 2008.
CRACO, T.; BIEGELMEYER, U. H.; GANZER, P. P.; CAMARGO, M. E.; OLEA, P. M.; DORION,
E. C. Gestão dos custos de distribuição física: Modelo conceitual de análise e aplica-
ção em duas empresas industriais. Revista Espacios. V. 35, nº 7. p. 12. 2014.
RAZZOLINI FILHO, E. Logística empresarial no Brasil: tópicos especiais. Curitiba:
Intersaberes, 2012.
RUSSO, C. P. Armazenagem, controle e distribuição. Curitiba: Ibpex, 2009.
SILVA, R. B. Logística em organizações de saúde. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.
TURBAN, E.; MCLEAN, E.;WETHERBE, J. Tecnologia da informação para a gestão. 3
ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
Referência on-line
1
Em: <http://www.santacasadediamantina.com.br/index.php/home/quem-somos/
setores/103-farmacia-e-almoxarifado.html>.Acesso em: 1 Maio 2016.
GABARITO
QUESTÃO 1:
Armazenagem: significa a guarda dos produtos para consumo futuro. Essa ati-
vidade requer cuidados especiais com esses produtos e por isso, implica em cus-
tos, que merecem atenção especial por parte do gestor.
Objetivos da armazenagem:
• Controlar a quantidade estocada.
• Conservar a qualidade dos materiais, mantendo inalteradas as suas caracte-
rísticas.
• Permitir e manter clara a identificação dos materiais.
• Incrementar a racionalização dos materiais, identificando aqueles sem movi-
mentação, os iguais, porém estocados com nomes diferentes, materiais inú-
teis e materiais com estoques excessivos.
• Reduzir custos relativos à armazenagem dos itens.
• Sistematizar informações sobre os materiais estocados de forma rápida e efi-
caz.
• Reduzir progressivamente a área de armazenagem.
QUESTÃO 2:
Custos de armazenagem:
• De capital, correspondente aos juros e à depreciação.
• De edificações, correspondente ao aluguel, aos impostos e às utilidades.
• De pessoal, correspondente aos salários e aos encargos.
• De manutenção, correspondente ao equipamento, à deterioração e à obso-
lescência.
• Dos materiais, correspondente à matéria-prima, ao material auxiliar, ao pro-
duto acabado.
Custos de distribuição:
a) Custos de transporte: envolveM todos os custos com combustível, manuten-
ção, frete, seguros.
b) Custos de armazenagem e movimentação: são relacionados à estrutura para
guardar os produtos e movimentá-los.
c) Custos com lotes de operação: são relacionados com suprimentos ou com-
pras, produção ou fabricação, transferência, movimentação, distribuição e
transportes.
166
GABARITO
QUESTÃO 4:
A concepção de um almoxarifado deve privilegiar os seguintes principais requisitos:
• Segregação de área física, impedindo o acesso de pessoas estranhas.
• Controle eficaz da entrada e saída de mercadorias, primando pela acurácia e
acuidade dos estoques; todo atendimento deve ser feito criteriosa e necessa-
riamente mediante documentação formal de entrada e saída de mercadorias.
• Horários de atendimento previamente estipulados, induzindo os clientes in-
ternos a se programarem de maneira adequada para um atendimento efetivo.
• Atendimento em regime de emergência, por meio de plantão ou acesso à
pessoa devidamente credenciada, fora dos horários convencionados para
atendimento.
• Identificação do endereçamento no local de armazenagem para todos os in-
sumos previstos, a fim de facilitar a identificação das mercadorias no menor
tempo possível.
• Arranjo físico na área de estocagem possibilitando a reunião de artigos por
famílias ou grupo de produtos.
• Disposição racional das mercadorias, facilitando o acesso aos itens com maior
giro.
QUESTÃO 5:
Os sistemas integrados de gestão são sistemas que conseguem agrupar todos os
processos da empresa em uma única arquitetura de software. Mais conhecido como
ERP (Enterprise Resourse Planning) quando adquirido sob a forma de pacote co-
mercial, os sistemas integrados objetivam integrar todos os departamentos e fun-
ções da empresa. Os principais fornecedores de ERP no Brasil são:
Fornecedor Produtos
SAP R/3 Alemanha
My SAP ERP
Business One
Oracle Oracle E-Business Suite USA
Microsoft Dynamics NAV USA
Microsiga (Totvs) Protheus 9 Brasil
Datasul (Totvs) Datasul EMS Brasil
RM Sistemas (Totvs) Carpore RM Brasil
Sênior Sapiens Brasil
ACOM Sistemas Everest Brasil
Professor Esp. Henrique Lacerda Nieddermeyer
TERCEIRIZAÇÃO APLICADA
V
UNIDADE
NA ÁREA DA SAÚDE
Objetivos de Aprendizagem
■ Compreender os fundamentos da terceirização de serviços na área da
saúde.
■ Identificar as mudanças requeridas pelo processo de terceirização.
■ Identificar as razões para a terceirização.
■ Compreender a importância da logística reversa na área da saúde.
■ Compreender a cadeia de suprimentos logística hospitalar.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Fundamentos da terceirização de serviços na área da saúde
■ As mudanças requeridas pelo processo de terceirização
■ Vantagens e desvantagens do processo de terceirização
■ A logística reversa da área da saúde
■ Caracterização da cadeia de suprimentos logística hospitalar
170
INTRODUÇÃO
Introdução
171 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
empresas, ou seja, a situação de “empresa-mãe” e de “empresa terceira” é determi-
nada por uma relação específica entre elas. Por esse motivo, uma “empresa-mãe”,
em um processo de terceirização, pode ser “empresa terceira” em outro processo
e vice-versa.
A terceirização se realiza de duas formas não excludentes. Na primeira, a
empresa deixa de produzir bens ou serviços utilizados em sua produção e passa a
comprá-los de outra - ou outras empresas - o que provoca a desativação – parcial
ou total – de setores que anteriormente funcionavam no interior da empresa. A
outra forma é a contratação de uma ou mais empresas para executar, dentro da
“empresa-mãe”, tarefas anteriormente realizadas por trabalhadores contratados
diretamente. Essa segunda forma de terceirização pode referir-se tanto a ativi-
dades-fim como a atividades-meio. Entre as últimas podem estar, por exemplo,
limpeza, vigilância, alimentação (DIEESE, 2003).
No contexto da área da saúde, a limitação orçamentária e a burocracia na
liberação de recursos, tanto para investimento quanto para custeio das organi-
zações, tem grande impacto na produtividade em decorrência da precariedade
do sistema de saúde pública, afetando sobremaneira a qualidade da assistência
prestada pelos profissionais de saúde e na qualidade dos materiais supridos pelos
fornecedores. Esse quadro contribui favoravelmente para a privatização dos ser-
viços de saúde. Ocorre ainda a ampliação do processo de terceirização gerando
a denominada “quarteirização”.
O termo quarteirização é definido por Mello (1995) como processo gerencial
no qual a gestão da contratação é delegada pela empresa-mãe à outra empresa,
que passa a exercer a função de gerenciamento dos serviços terceirizados que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
delegando a terceiros as ditas atividades complementares, ou seja, as
atividades não essenciais (SILVA et al. 2009, p. 155).
As atividades mais indicadas para a terceirização são aquelas que não fazem parte
do chamado core business (atividade-fim da empresa). De acordo com Silva et
al. (2009), o Enunciado 331 do TST, tais atividades seriam:
■ Trabalho temporário.
■ Atividade de vigilância.
■ Atividades de conservação e limpeza.
■ Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador (SILVA et
al., 2009, p. 156).
Os mesmos autores destacam que, dessa última definição, pode-se elencar três
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
aspectos indispensáveis para viabilizar as terceirizações:
Processo de gestão: diante da implementação é necessário visualizar a
organização como um todo, considerando os ambientes interno e ex-
terno, e a partir daí, reconhecer a aplicabilidade no ambiente empre-
sarial. É uma forma de conduzir todas as etapas que irão sensibilizar a
organização para a introdução da terceirização;
De acordo com Silva et al. (2009), o terceiro e último aspecto inclui quatro fato-
res, vitais para o sucesso do processo de terceirização:
■ Qualidade: melhores padrões advindos de especialização;
■ Preço: resultado da especialização, da competitividade e da busca de
produtividade;
■ Prazo: aliados precisam cumprir prazos para não comprometer o negócio;
■ Inovações: decorrentes de foco mais específico e da especialização espe-
rada do terceiro (SILVA et al., 2009, p. 161).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
também os problemas inerentes ao processo, afinal, toda relação envolve os ônus
e os bônus. Sobre as justificativas para a terceirização, a empresa deve determi-
nar o que irá assumir e o que irá contratar, e com base em uma avaliação prévia
de suas capacitações, define aquelas atividades para as quais está mais preparada
para exercer e terceirizar. A lógica indica que a empresa contratante irá focar
em suas atividades essenciais e centrar os esforços na busca de especialistas do
mercado que agreguem mais valor ao seu negócio principal. O movimento da
terceirização conduz a organização a estabelecer limites para aumentar o grau
de concentração de atividades nas suas competências centrais, as quais criam
mais valor à organização.
Entre os serviços atualmente em discussão, no que se refere à terceirização,
a saúde está no centro dos debates, dos quais o principal é o que pode e o que
não pode ser terceirizado e de que maneira isso pode ser feito. O artigo 196 da
Constituição Federal afirma que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”,
ou seja, precisa ser garantida de maneira gratuita a todos os cidadãos. Só a gra-
tuidade é um forte impeditivo para que as ações e os serviços de saúde pública
sejam transferidos sob forma de concessão ou permissão, uma vez que, se é
gratuita, não pode ser remunerada pelo usuário do serviço, mas somente pelo
poder público.
Na CF, o artigo 199, § 1º, dispõe que “as instituições privadas poderão par-
ticipar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as enti-
dades filantrópicas e as sem fins lucrativos”. No que diz respeito aos contratos de
direito público, a jurisprudência entende que, uma vez afastada a possibilidade de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tes mercados;
■ Tem caráter estratégico: cabe à organização perceber exatamente como
colocar a terceirização a serviço do seu negócio, do ambiente organiza-
cional (SILVA et al., 2009, p. 159).
De acordo com o DIEESE (2003), a terceirização tem como uma das característi-
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VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PROCESSO DE
TERCEIRIZAÇÃO
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devem, também, incorporar uma visão mais proativa com a adoção da avaliação
ambiental estratégica e o desenvolvimento de novos indicadores ambientais que
permitam monitorar a evolução da ecoeficiência da sociedade.
É importante, ainda, identificar ferramentas ou tecnologias de base socio-
ambiental relacionadas ao desenvolvimento sustentável e responsabilidade total,
bem como às tendências de códigos voluntários setoriais e políticas públicas
emergentes nos países desenvolvidos, relacionados à visão sistêmica de produ-
ção e gestão integrada de resíduos sólidos.
Com relação aos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), é importante salientar
que, das 149.000 toneladas de resíduos residenciais e comerciais gerados diaria-
mente, apenas uma fração inferior a 2% é composta por RSS e, destes, apenas 10
a 25% necessitam de cuidados especiais. Portanto, a implantação de processos
de segregação dos diferentes tipos de resíduos em sua fonte e no momento de
sua geração, conduz certamente à minimização de resíduos, em especial àqueles
que requerem um tratamento prévio à disposição final. Nos resíduos nos quais
predominam os riscos biológicos, deve-se considerar o conceito de cadeia de
transmissibilidade de doenças, que envolve características do agente agressor,
tais como capacidade de sobrevivência, virulência, concentração e resistên-
cia, da porta de entrada do agente às condições de defesas naturais do receptor.
Considerando esses conceitos, foram publicadas as Resoluções RDC ANVISA
no 306/04 e CONAMA no 358/05 que dispõem, respectivamente, sobre o geren-
ciamento interno e externo dos RSS (ANVISA, 2006).
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embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as
de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro
de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importa-
dores, distribuidores produtores de materiais e controles para diagnóstico in
vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, servi-
ços de tatuagem dentre outros similares. A classificação dos RSS vem sofrendo
um processo de evolução contínuo, na medida em que são introduzidos novos
tipos de resíduos nas unidades de saúde e como resultado do conhecimento do
comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde, como forma de esta-
belecer uma gestão segura com base nos princípios da avaliação e gerenciamento
dos riscos envolvidos na sua manipulação. Os resíduos de serviços de saúde são
parte importante do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente
pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco
que representam à saúde e ao meio ambiente. Os RSS são classificados em fun-
ção de suas características e consequentes riscos que podem acarretar ao meio
ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA n. 306/04 e Resolução CONAMA n. 358/05,
os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E:
■ Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concen-
tração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas
de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas
transfusionais contendo sangue, dentre outras.
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substância infectante, com rótulos de fundo branco, dese-
nho e contornos pretos.
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■ O unidades móveis de atendimento à saúde;
■ O serviços de acupuntura;
■ O serviços de tatuagem, dentre outros similares (ANVISA, 2006, p. 37-38).
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da administração hospitalar, principalmente quando se avalia o tamanho da sua
importância em atender às necessidades do hospital, seja no serviço de apoio,
higienização, lavanderia, manutenção, bem como os auxiliares de diagnósticos,
hemodiálise, centro cirúrgico, banco de sangue, especialidades médicas e trans-
plante de órgãos, objeto principal deste estudo.
Na figura 2, Barbieri e Machline (2009) ilustram os fluxos da Cadeia de
Suprimentos Hospitalares:
Figura 2 – Cadeia de Suprimentos de um Hospital
Laboratórios
farmacêuticos Hospital
hospitalares Recebimento
Armazenagem
Fabricantes de outros
materiais de consumo Distribuição
Etc
Distribuidores
Representantes
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
193
O B2B e-commerce faz com que a técnica just in time funcione mais próxima do ideal de
eficiência no gerenciamento da cadeia de suprimentos, porque as trocas de informações
são instantâneas, permanentes e constantemente atualizadas com o uso da tecnologia
de informação (TI), garantindo fluxo e frequência no uso e na reposição do necessário
para o serviço de saúde, pois todos sabem o que precisam e o que está disponível para
aquisição a qualquer hora do dia.
Esses exemplos evidenciam que os sistemas necessários para sustentar novos processos
que conduzem para economias substanciais na cadeia de suprimentos de saúde de-
pendem da implementação bem sucedida de tecnologia de informação, não havendo
necessidade de terceirização.
Fonte: adaptado de Ching (2010, p. 219).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
REFERÊNCIAS
BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática 2. ed. ver. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ministério da Saúde, Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília : Ministério da Saúde, 2006.
CHING, H. Y. Manual de Custos de Instituições de Saúde: Sistemas tradicionais de
custos e sistema de custeio baseado em atividades (ABC). 2 ed. São Paulo: Atlas,
2010.
DIEESE. Sistema de Acompanhamento de Contratações Coletivas – SACC. Relatório
técnico: o processo de terceirização e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil.
Convênio SE/MTE nº 04/2003, Processo nº 46010.001819/2003-27. Disponível
em: <http://ftp.medicina.ufmg.br/osat/arquivos/6-07082015.pdf>.Acesso em: 3
maio 2016.
INFANTE, M.; SAN TOS, M. A. B. A organização do abastecimento do hospi-
tal público a partir da cadeia produtiva: uma abordagem logística para a
área de saúde. Ciênc. saúde coletiva. 2007, vol.12, n.4, pp. 945-954. ISSN 1413-
8123. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-81232007000400016&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.
org/10.1590/S1413-81232007000400016>. Acesso em: 03 Maio 2016.
MELLO, C. G. de. Quarteirização: um Novo Modismo Gerencial. RAE-Revista de Ad-
ministração de Empresas, v. 35, n. 1, jan-fev, 1995. Disponível em: <http://rae.fgv.
br/rae/vol35-num1-1995/quarteirizacao-novo-modismo-gerencial>. Acesso em 03
Maio 2016.
SILVA, R. B. Logística em organizações de saúde. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2009.
VECINA NETO, G.; REINHARDT FILHO,Wilson. Gestão de recursos materiais e de
medicamentos. Série Saúde e Cidadania, vol. 12. São Paulo: Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo; 2002.Disponível em: <http://dspace.fsp.usp.
br/xmlui/bitstream/handle/bdfsp/662/net001.pdf?sequence=1>. Acesso em: 03
Maio 2016.
198
GABARITO
QUESTÃO 1.
A terceirização é o processo pelo qual uma empresa deixa de executar uma ou
mais atividades realizadas por trabalhadores diretamente contratados e as trans-
fere para outra empresa.
As atividades mais indicadas para a terceirização são aquelas que não fazem par-
te do chamado core business (atividade-fim da empresa). De acordo com o Silva
et al. (2009), o Enunciado 331 do TST, tais atividades seriam:
• Trabalho temporário;
• Atividade de vigilância;
• Atividades de conservação e limpeza
• Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador.
QUESTÃO 2.
Silva et al. (2009) destacam que, dessa última definição, pode-se destacar três
aspectos indispensáveis para viabilizar as terceirizações:
• Processo de gestão: diante da implementação, é necessário visualizar a or-
ganização como um todo, considerando os ambientes interno e externo, e a
partir daí, reconhecer a aplicabilidade no ambiente empresarial. É uma forma
de conduzir todas as etapas que irão sensibilizar a organização para a intro-
dução da terceirização.
• Aliança estratégica ou parceria: a terceirização só se completa quando conta
com um parceiro ideal na consolidação do produto ou serviço. Esse parceiro
pode ser encontrado no mercado ou “desenvolvido” internamente, conforme
as conveniências específicas de cada situação.
• Negócio: palavra que está inserida na atividade principal da empresa. É im-
portante analisar como a empresa atuou nos últimos anos, até que ponto ela
se dedicou efetivamente ao seu negócio principal. Todo o vigor e energia de
uma organização devem concentrar-se na atividade principal, para poder al-
cançar resultados com rapidez.
QUESTÃO 3.
De acordo com Silva et al. (2009), o terceiro e último aspecto inclui quatro fato-
res, todos vitais para o sucesso do processo de terceirização:
• Qualidade: melhores padrões advindos de especialização.
• Preço: resultado da especialização, da competitividade e da busca de produ-
tividade.
• Prazo: aliados precisam cumprir prazos para não comprometerem o negócio.
GABARITO
Prezado(a) aluno(a), ao longo das unidade deste livro abordamos temas impor-
tantes como a cadeia de suprimentos logística das unidades da área da saúde, sua
gestão, os conceitos de logística, o nível de serviço oferecido aos clientes para a
obtenção de vantagem competitiva, a qual somente é atingida com a uma eficaz
gestão de custos em diversas áreas. Seguindo o fluxo da cadeia de suprimentos,
a primeira área a ser considerada é a previsão de demanda, na qual são utilizadas
diversas técnicas e modelos visando a diminuição da margem de erro quando se
compra materiais para a organização, constituindo-se o estoque.
Vimos que o planejamento da gestão de estoque é outra área não menos impor-
tante da gestão hospitalar, pois o número de itens que o constituem é elevado, exi-
gindo um controle efetivo de tudo que entra e sai dos almoxarifados e farmácias
hospitalares, pois estoque representa um ativo circulante e o seu manuseio incor-
reto pode gerar prejuízos. Embora haja divergências quanto a se manter estoques
nas empresas, vimos que no caso dos hospitais o estoque é essencial, pois sua falta
pode gerar consequências desastrosas.
Identificamos também a importância da armazenagem e da distribuição dos mate-
riais em unidades da área da saúde, seus principais conceitos e técnicas. Observa-
mos que na constante busca pela redução dos seus custos as unidades hospitalares
se utilizam da prática da terceirização, delegando suas funções não essenciais a ter-
ceiros e observamos as vantagens e desvantagens desse processo. Devido à grande
quantidade de resíduos produzidos por uma unidade hospitalar, abordamos outro
tema polêmico que foi a logística reversa dos resíduos sólidos da saúde, sua legisla-
ção pertinente, bem como sua correta destinação e tratamento.
Prezado(a) aluno(a), esperamos que você possa fazer bom proveito do conteúdo
destas unidades, colhendo subsídios para aplicação e prática em sua vida profissio-
nal. Bom proveito e sucesso!