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Curso Completo de Discursivas para PRF – sem correção Prof.

Sérgio Varella

Curso Completo de Discursivas


para PRF

Aspectos Macroestruturais e Estratégias

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Sumário
SUMÁRIO 2

MEMÓRIA AUXILIAR 4

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS 6

APRESENTAÇÃO 7
Legibilidade 7
Obediência às margens e indicação de parágrafos 8
ESTRUTURA TEXTUAL - ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS EM UM TEXTO ESTRUTURADO 9
Dissertativo-argumentativo 9
E como eu devo estruturar os meus parágrafos? 18

QUE ESTRATÉGIA UTILIZAR NA PROVA DISCURSIVA 22

QUANTO TEMPO DEVO GASTAR NA PROVA DISCURSIVA? 22


RASCUNHO 24
USAR LETRA CURSIVA OU DE FORMA? 29
SEPARAÇÃO DE SÍLABAS 30
DEVO COLOCAR UM TÍTULO? 31
COMO ADQUIRIR O CONHECIMENTO PARA RESPONDER À QUESTÃO? 32

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Memória Auxiliar

Todo começo de aula trarei um resumo dos principais pontos apresentados, para que vocês incorporem esse
conhecimento de tanto ler e reler.

Dica

Facilite a vida do avaliador.

Dica

Sempre leia o edital e saiba as regras do jogo de “cor e salteado”.

Dica

Não brigue com a Banca. Aprenda a jogar o jogo e se aproveite das regras.

Dica

Coloque a mão na massa! Pratique em casa até a exaustão.

Dica

Divida o texto em partes menores.

Dica

Em concurso público, busque sempre o simples.

Dica

Coloque-se no lugar do outro. Pense como o elaborador da questão.

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Dica

Escreva frases curtas e na ordem direta.

Qualquer dúvida é só me procurar.

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ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quem viu a nossa aula introdutória já está bem familiarizado com o tema. Vou apenas fazer um breve resumo
de como é dada a nota do aluno.

A banca divide a nota em dois grandes grupos (macroestruturais e microestruturais). Todos são importantes,
mas a parte mais pesada da pontuação é relativa aos aspectos macroestruturais, pois é nela que se avalia o
conteúdo propriamente dito. Ela é composta pela Apresentação, Estrutura textual e Desenvolvimento do tema.
Abaixo, mais um padrão de resposta da Banca para que você possa se acostumar com a sua aparência.

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Veja que apesar de ter tido dois erros de português, foram descontados apenas 0,14 pontos, o que demonstra
a teoria de que o peso maior e mais importante vem da parte macroestrutural.

Inicialmente vamos falar da “Apresentação” e da “Estrutura textual” que no exemplo valem um ponto.
Normalmente essa parte varia entre 0,50 e 3,00 pontos, sempre representando um percentual pequeno. Apesar
de pequeno, com a técnica correta será fácil garantir esses pontos.
A apresentação está muito relacionada com a forma e aborda: legibilidade, à obediência às margens e
indicação de parágrafos. Já a Estrutura textual aborda: organização das ideias em um texto estruturado.

Apresentação

Legibilidade

Já abordei esse assunto no início da aula ao falar da letra cursiva ou de forma. Se você já leu aquele trecho
não precisa perder tempo novamente. Pule para o próximo item, “Obediência às margens e indicação de
parágrafos”.

A escolha do tipo de escrita que você usará será importante para deixar o seu texto mais legível e claro para
o avaliador. Abordamos esse assunto ao falar da letra cursiva ou de forma.

O texto desse aluno que mostrarei a seguir teve apenas um pequeno erro na linha 4, que ele passou o traço
corretamente (se ainda tiver dúvidas volte no tópico sobre letra cursiva e de forma). O texto do candidato tinha 35
linhas e ele só corrigiu em um único momento. Como eu disse, depende da facilidade de cada candidato. Eu, por
exemplo, sempre corrijo um número bem maior de palavras em minhas provas.

Não existe um número máximo de rasuras, se errar corrija. Agora, o seu texto não pode virar um jogo da
velha de tantos riscos, então tente errar o mínimo possível e corrija quando necessário.
Cuidado para não riscar a palavra e escrever em cima dela imprensada, colocando uma palavra sobre a outra.
Normalmente os avaliadores não penalizam esse erro, mas já fiz provas em que fui penalizado por esse tipo de
correção, sendo assim sugiro que não façam a mesma coisa para não ficar contando com o bom senso do corretor.

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Dessa forma, realizando os treinos e tendo cuidado na hora de escrever o texto, teremos atendido um
quesito (legibilidade) muito importante para atendermos a regra básica da Dica 1 – Facilite a vida do avaliador.

Obediência às margens e indicação de parágrafos

Com relação à paragrafação, deve-se observar os dois itens seguintes (obediência às margens e indicação de
parágrafos), pontos que acredito serem os mais fáceis de se conseguir. A indicação de parágrafos requer um
pequeno espaço antes de cada início de parágrafo. O espaço de 1 ou 2 dedos já é o bastante, não podemos perder
muito espaço, nem tampouco dificultar a correção do avaliador.

A obediência às margens é fonte de muito erro por parte dos alunos. Normalmente a margem esquerda é
respeitada, enquanto a margem direita termina sendo menosprezada e seu texto vira um zigue-zague. A banca
Cespe, inclusive deixa claro que pontua esse quesito. A FCC, por exemplo, não entra no detalhe se isso será
observado. Todavia, todo aluno deve ter esse cuidado, pois com certeza poderá ser apenado se não observar a
regra.
Veja um exemplo de um texto com desrespeito às margens da direita, ou seja, você NÃO deve fazer isso.

Forma desaconselhada:

Com exceção do início do parágrafo, o texto deve começar colado na margem da esquerda. Já na margem
direita, você deve escrever até bem próximo da linha lateral, sem ficar muito distante e sem ultrapassar o limite
da folha.

Olha que fácil, fez o recuo dos parágrafos e obedeceu às margens já garante os pontos desses quesitos.

Cá entre nós, quer pontos mais fáceis do que esses? Difícil é ler toda a Constituição Federal para saber o
conteúdo a ser abordado, agora aspectos meramente estéticos não podemos nos dar o luxo de perder.

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Estrutura textual - organização das ideias em um texto estruturado

Antes de abordar a Estrutura propriamente dita, vou abordar um pouco o gênero textual. Para tanto vou
focar no estilo dissertativo, que é o mais cobrado em provas, principalmente quando falamos de redações.

Dissertativo-argumentativo

Não vamos perder tempo discorrendo sobre as outras modalidades existentes e iremos direto ao ponto,
apresentando os principais tópicos que você deve observar ao elaborar um texto dissertativo-argumentativo.
Basicamente as bancas cobram a estrutura de uma dissertação como veremos ao longo do curso.

Sei que boa parte dos cursinhos apresentam, inclusive o estilo narrativo. Com isso ganham/gastam páginas
e mais páginas falando sobre essa temática. Caro aluno, nunca vi esse estilo cair em prova discursiva.

O bom concurseiro estuda o que cai para acertar a questão. Nada de firulas.

Depois de aprovado, se quiser virar um especialista em determinado assunto, você entra numa nova
graduação, compra livros e mais livros e faz esse aprofundamento. Agora nosso objetivo é atingir a nota máxima
e somente isso.
Serei bastante sucinto apresentando as informações que nos interessam.

A dissertação se caracteriza como um texto no qual temos a apresentação de fatos ou a emissão de uma
opinião, baseada em argumentos válidos e convincentes acerca de um determinado assunto de forma
objetiva, coerente e concisa.

Nesse tipo de texto, não existe uma progressão temporal entre os fatos apresentados. Existe uma
progressão temática e lógica entre a tese e os argumentos apresentados. Os seus parágrafos vão detalhar e
defender a ideia apresentada na sua introdução. No próximo tópico veremos um pouco mais sobre a progressão
textual.

Tome muito cuidado, pois apesar de se pedir que o aluno defenda com argumentos de determinada posição,
não se deseja posições pessoais exageradas. Deve-se organizar e relacionar fatos, informações e conceitos,
construindo argumentos consistentes em defesa de um ponto de vista definido sobre o assunto abordado.

O texto é impessoal, a não ser que a banca peça o contrário o que é muito raro de acontecer. Assim, a sua
dissertação deve ser impessoal, utilizando verbos e pronomes na terceira pessoa. Normalmente composta de
introdução, desenvolvimento e conclusão.

Por que ele se chama um texto dissertativo-argumentativo? O que seria isso?


É um texto argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de
explicações para justificá-la.

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Assim, para obter nota máxima nesse item, você precisa apresentar o seu texto dentro da estrutura sugerida,
apresentando informações e conceitos, construindo argumentos consistentes em defesa de um ponto de vista
definido sobre o assunto abordado e sempre de forma impessoal.

Ahh, antes que me esqueça. Não adianta dá uma de espertinho e ficar copiando o texto apresentado na
pergunta apenas para ganhar espaço. Tome muito cuidado para não ficar preso exclusivamente às ideias
desenvolvidas nos textos motivadores, pois elas foram apresentadas apenas para despertar uma reflexão sobre o
tema. Dessa forma, não gaste linhas de seu texto copiando o texto motivador. O avaliador espera que você traga
elementos novos relacionados ao tema.
Uma boa forma de familiarizar com o estilo e ler algumas redações que receberam nota máxima em
concursos. Vou trazer abaixo dois exemplos do Enem de 2018, cujo tema era: “Manipulação do comportamento
do usuário pelo controle de dados na internet”.

Observem ao ler o texto que o aluno aplica as técnicas apresentadas ao longo de nosso curso.

No livro 1984 de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um Estado totalitário controla e manipula toda forma
de registro histórico e contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa
foca na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias
e conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população através de tal ótica.

Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI:
gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações disponíveis e
para a influência comportamental do público, preso em uma grande bolha sociocultural.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, internautas são cada vez mais expostos à
uma gama limitada de dados e conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de
informações a partir do uso diário individual.

De acordo com o filósofo Zygmund Bauman, vive-se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo globalizado
não só possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação e alienação
semelhantes vistas em “1984”. Assim, os usuários são inconscientemente analisados pelos sistemas e lhes é apresentado
apenas o mais atrativo para o consumo pessoal.

Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no comportamento da coletividade cibernética:
ao observar somente o que lhe interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas
coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis.

Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para relacionamentos com base
em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha.
Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir
do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização da população
brasileira a respeito do problema, urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas
governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas
ferramentas e advirtam os internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações
de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido.

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Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha
que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos
cidadãos do século XXI.

Fonte: https://blogdoenem.com.br/redacao_enem_nota_1000/

Nesse nosso segundo exemplo, irei colocando de vermelho comentários sobre a aplicação das técnicas.

É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais variadas esferas, a exemplo (argumento de autoridade
com exemplos) da saúde, dos transportes e das relações sociais (frase curta). No que concerne ao uso da internet, a rede
potencializou o fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da construção de um banco de dados,
oferecer produtos de acordo com os interesses dos usuários (explica a o argumento que a internet potencializou o fenômeno
da massificação do consumo).

Tal personalização (coesão retomando expressão anterior) se observa, também, na divulgação de informações que, dessa
forma, se tornam, muitas vezes, tendenciosas. Nesse sentido (continuidade do raciocínio), é necessário analisar tal quadro,
intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos.

É importante ressaltar, em primeiro plano (enumerando), de que forma o controle de dados na internet permite a manipulação
do comportamento dos usuários. Isso ocorre, em grande parte, devido ao baixo senso crítico da população, fruto de uma
educação tecnicista, na qual não há estímulo ao questionamento (relação de causa e efeito).

Sob esse (retomando o assunto abordado) âmbito, a internet usufrui dessa vulnerabilidade e, por intermédio de uma análise
dos sites mais visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e propor notícias ligadas aos seus
interesses, limitando, assim, o modo de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação libertadora
proposta por Paulo Freire (argumento de autoridade) mostra-se possível, uma vez que o pedagogo defendia um ensino capaz
de estimular a reflexão e, dessa forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado – neste caso, a
manipulação.

Cabe mencionar, em segundo plano (continua a enumeração), quais os interesses atendidos por tal controle de dados. Essa
questão ocorre devido ao capitalismo, modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual estimula o
consumo em massa (dado histórico). Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos interesses do capital, também propõe aos
usuários da rede produtos que eles acreditam ser personalizados.

Partindo desse pressuposto (retoma o pressuposto apresentado anteriormente), esse cenário corrobora o termo “ilusão da
contemporaneidade” defendido pelo filósofo Sartre (olha outro Autor sendo citado), já que os cidadãos acreditam estar
escolhendo uma mercadoria diferenciada, mas, na verdade, trata-se de uma manipulação que visa ampliar o consumo.

Infere-se, portanto (apresentar uma conclusão), que o controle do comportamento dos usuários possui íntima relação com
aspectos educacionais e econômicos.

Desse modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de debates e seminários nas escolas, orientar os
alunos a buscarem informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por intermédio da checagem de dados, com
o fito de estimular o senso crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados. (apresenta uma proposta de
intervenção)

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Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua
inclusão na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na construção da consciência coletiva. Assim,
observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida. (outra proposta de intervenção)

Fonte: https://blogdoenem.com.br/redacao_enem_nota_1000/

Resumão – Características do texto dissertativo-argumentativo

➢ Apresentação de fatos ou a emissão de uma opinião;

➢ Baseada em argumentos válidos e convincentes acerca de um determinado assunto de forma


objetiva, coerente e concisa;

➢ Não existe progressão temporal;

➢ Progressão temática e lógica entre a tese e os argumentos apresentados;

➢ Impessoal;

➢ É um texto argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações
para justificá-la.

Vamos aprofundar um pouco mais sobre a famosa tríade: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Muitos vão lembrar da famosa estrutura apresentada pelos nossos professores de nível médio. Para
elaborar um texto, faça a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Sugiro que essa estrutura seja seguida, mas devemos ficar atentos para tirar o melhor proveito da
estrutura. O texto não deve ter esse formato apenas por um simples capricho. Ele deve trazer conteúdo relevante.

A grande questão é que muitas vezes o espaço é pequeno para colocar tudo aquilo que você sabe sobre o
assunto, ainda mais quando se pede um tema aberto, como para falar sobre a corrupção, por exemplo. Nesse caso,
vale a pena fazer introdução e conclusão? Ou ainda quando numa questão se pede para falar sobre os princípios
da lei de licitações e você tem apenas 20 linhas? Para quem vai fazer o Estudo de Caso, a orientação é outra, seu
texto não terá introdução, desenvolvimento e conclusão. Detalharei mais ao falar do Estudo de Caso.
Veja o exemplo abaixo, sobre uma redação para falar sobre corrupção:

Forma desaconselhada:

A corrupção, no Brasil e no mundo, é algo prejudicial a qualquer país, pois usará recursos que poderiam ser aplicados para
melhoria da vida daqueles que precisam, piorando a qualidade de vida de um país.

Forma sugerida:

No Brasil, a corrupção está presente desde a chegada da coroa portuguesa. Nos últimos anos tem ganhado destaque,
sobretudo com operações realizadas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, como a Operação Lava Jato.

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No primeiro exemplo desaconselhado não foi apresentada qualquer informação útil, apenas repetiu-se o
óbvio. Já na segunda, foram apresentados termos chaves que têm grandes chances de estar num espelho padrão
e agregam valor ao texto: a origem da corrupção no Brasil (desde a chegada da coroa portuguesa), órgãos que
atuam no combate (Ministério Público e Polícia Federal) e exemplos de operações (Operação Lava Jato).
Faça introdução e conclusão, mas aproveite essas linhas para trazer informações novas e úteis que tenham
maiores chances de aparecer no espelho da banca.

Uma introdução que não diz muita coisa será útil para pontuar ou apenas gastará linhas e arriscará perder
pontos de português?
Se não for para somar não queremos nada que possa diminuir a sua nota. Você, normalmente, não será
penalizado pela ausência da introdução e da conclusão se o seu texto trouxer as informações solicitadas pela banca
de forma fluida e estruturada. Mas como sugestão siga o formato que é o mais comum e mais fácil para o avaliador.

Assim, como modelo, para um texto de 30 linhas, sugere-se que se tenha o primeiro parágrafo como
introdução (cerca de 6 linhas), apresentando a sua tese e trazendo já informações importantes para o conteúdo
solicitado. Em seguida viriam 3 a 4 parágrafos (cerca 5 a 6 linhas cada) nos quais seriam abordados os pontos
centrais de seu texto, o conteúdo propriamente dito. Por fim, a conclusão (3 a 5 linhas) arrematando as ideias
apresentadas e deixando claro a ideia central do texto.

Resumo

Introdução – apresente a tese de seu texto, ou seja, o ponto de vista que você irá defender ao longo de texto.

Desenvolvimento – apresente em cada parágrafo argumentos que fortaleçam a tese defendida. Apresente exemplos, fatos
históricos, dados de pesquisas, autores famosos.

Conclusão – Retome a tese e argumentos apresentados. Se possível apresente uma solução para a tese defendida.

Não basta ter uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Precisamos garantir que exista uma
ligação entre o texto. Essa “liga” se chama coesão.

De forma bem simplificada, podemos dizer que um texto coeso é aquele em que existe “liga” entre as frases
e parágrafos, ou seja, existem termos que unem os pedaços do texto, dando uma ideia de unidade.

Como já expliquei não vamos nos aprofundar no conteúdo de português nessas aulas. Para se tornar um
especialista na nomenclatura e nos seus usos, leiam com atenção a aula do curso de português sobre esse assunto.
Aqui iremos nos preocupar com a prática necessária para a prova discursiva.

Você deve utilizar termos que articulem/liguem/retomem as informações apresentadas mostrando ao


examinador que seu texto está coeso e unificado. E para isso, devem utilizar expressões, como:

✓ Assim, dessa forma, desse modo, da mesma forma, dessa maneira, em função disso, devido a etc
✓ Já, no tocante a, quanto a, ademais, também, além disso, bem como, ou seja, melhor dizendo etc
✓ Por outro lado, mas, todavia, aliás, pelo contrário, porém, no entanto, entretanto, contudo etc

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✓ Portanto, pelo exposto, por fim, por isso etc


✓ Inicialmente, a princípio, dando continuidade, para concluir, em primeiro lugar, em segundo lugar,
em terceiro lugar etc
✓ Já que, porque, pois, uma vez que, na medida em que, visto que etc.

Para facilitar a aplicação dos conectivos, o quadro abaixo os agrupa de acordo com sua função.

Conectivos de apresentação inicial das Inicialmente, a princípio, dando


ideias de desenvolvimento continuidade, para concluir, em primeiro
lugar, em segundo lugar, em terceiro lugar
etc;

Conectivos de retomada de ideias Já, no tocante a, quanto a, ademais,


também, além disso, bem como, ou seja,
melhor dizendo etc;

Conectivos de oposição Por outro lado, mas, todavia, aliás, pelo


contrário, porém, no entanto, entretanto,
contudo etc.;

Conectivos de causa e efeito Assim, dessa forma, desse modo, da mesma


forma, dessa maneira, em função disso,
devido a etc.;

Conectivos de Conclusão Portanto, pelo exposto, por fim, por isso etc;

Observe que o leque de opções é bastante amplo. Todavia, temos que ter cuidado para não utilizar o mesmo
termo ao longo de todo o texto. Você vai perceber que existem termos que você estará mais acostumado e a
tendência será sempre utilizá-los. Tome cuidado para não repetir muitas vezes.

Usou esses termos de forma correta e estará atendendo ao emprego de articuladores/conjunções, tornando
seu texto coeso.

O famoso pronome será muito útil na elaboração do seu texto. Ele será muito utilizado para retomar algo já
citado no texto (esse, este, aquele, nisso, isso...). Só tomem cuidado para fazer o emprego correto de cada um
deles. Volte na aula de português e preste bastante atenção nessa parte da aula. Você não precisa saber se o
pronome é possessivo ou demonstrativo, mas precisa saber quando ele é utilizado para retomar algo já falado
(emprego de anafóricos e da retomada pronominal) ou quando se refere a algo ainda não apresentado no texto
(catafóricos).

Veja o exemplo a seguir.

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Há que diga quem a reforma gerencial nunca foi implantada no Brasil. A sua implementação carece de um ambiente propício
que foque nos resultados e não nos processos. (O pronome sua substitui reforma gerencial. O pronome que substitui o termo
ambiente propício)

Novamente, não importa, para nossa disciplina, a classificação de “sua” e “que”. O importante é seu uso para
retomar os termos, tornando seu texto mais coeso.

A seguir um breve resumo sobre pronomes.

✓ Esse, essa, isso – utilizado para retomar o que já foi expresso.

✓ Este, esta, isto - utilizado para apresentar o que ainda será expresso.

✓ Este, esta, isto - em referência a um termo imediatamente anterior.

✓ Este, esta e isto, em relação ao que foi mencionado por último, e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi
nomeado em primeiro lugar, diferenciando os elementos anteriormente citados na superfície textual.

✓ Os pronomes oblíquos o, a, os, as equivalerão a aquele(s), aquela(s), aquilo quando estiverem apostos ao pronome
relativo que e/ou à preposição de.

✓ Os pronomes oblíquos o, a, os, as também podem aparecer sozinhos. Neste caso, equivalerão a isto, isso e aquilo.

✓ QUE - para substituir um substantivo (pessoa ou coisa), evitando sua repetição na frase.

✓ QUAL - refere-se a coisas ou pessoas, sendo sempre antecedido de artigo, que concorda em gênero e número com o
elemento antecedente.

✓ QUEM - refere-se a pessoas (ou coisas personificadas) e geralmente aparece precedido de preposição.

✓ ONDE - este pronome tem o mesmo valor de em que ou no qual (e flexões). Deve ser limitado aos casos em que há
indicação de lugar físico, espacial.

✓ CUJO - refere-se a um antecedente, mas concorda (em gênero e número) com o consequente. Esse pronome indica
valor de posse (algo de alguém) e não aceita artigo anteposto ou posposto.

Tenham cuidado com elipses. Imagina um texto de 30 linhas. O aluno na linha 5 apresenta um sujeito e lá
pela linha 20 ele apresenta um verbo concordando com esse sujeito. Lembre-se da dica – facilite a vida do
avaliador. Muito provavelmente ele não voltará linhas e mais linhas procurando o danado do sujeito. Vai diminuir
a sua nota. Evite esse risco. Utilize o sujeito explícito e facilite a vida do avaliador. Para quem quiser saber o
conceito, segue uma breve definição. Lembrando, novamente, que para nossa matéria o conceito não importa.

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Elipse é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um ou mais termos de uma oração, sendo que podem ser
facilmente identificados a partir do contexto do texto. O termo omitido na sentença está subentendido, sendo identificável
unicamente por causa do contexto do texto.

O emprego de processos lexicais (sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia) ajuda a tornar o seu
texto menos repetitivo e cansativo. Assim, por meio da substituição lexical teremos a substituição de uma unidade
lexical por outras que com ela mantêm relações de sentido, ou seja, uma palavra irá substituir a outra.
Todos esses processos evitam que a mesma palavra ou expressão seja repetida diversas vezes, o que tornaria
o seu texto cansativo de ler.

Sinonímia - as palavras são sinônimas quando apresentam significados semelhantes em determinado contexto.

A Constituição Federal de 1988 é classificada como promulgada, formal, analítica, dogmática, rígida e escrita.... A Carta
Magna é tida como formal, pois ....

Veja que para evitar repetir a palavra Constituição Federal, apresento um sinônimo (Carta Magna), tornando
o texto mais interessante.

Antonímia - relação de sentido que opõe dois termos (prefixos, palavras, locuções, frases) contrários.

A Constituição Federal de 1988 é classificada como escrita... Já a Constituição inglesa é consuetudinária.

Veja que eu poderia repetir o termo “não escrita”, mas o texto fica mais coeso e elegante ao trazer um termo
oposto.

Hiperonímia - relação estabelecida entre um vocábulo de sentido mais genérico e outro de sentido mais específico.

Hiponímia - relação existente entre uma palavra de sentido mais específico e outra de sentido mais genérico, que tem com a
primeira traços semânticos comuns.

No Brasil existem três leis orçamentarias (genérico) principais. O Plano Plurianual (específico)....

Eiiiiiii!!! Para a nossa matéria não precisa decorar esses conceitos. Apenas fazer uso das técnicas. Não gaste tempo decorando.
Usou um termo para retomar algo já abordado (ponto), usou sinônimo (ponto), articulou frase (ponto). Isso que importa!!

E o emprego de tempos e modos verbais?

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Mantenha o uso do tempo verbal e da pessoa uniformes ao longo do seu texto. É comum começar o texto
escrevendo na terceira pessoa e no meio do texto alterar para primeira pessoa do plural. Ou ainda, começar o texto
no presente e no final passar a usar o futuro.

Por exemplo:

Destaca-se que o Plano Diretor de Reforma ao Aparelho do Estado inovou na gestão pública...

Nesse sentido, temos a terceirização dos serviços...

Veja que mudei a pessoa (destaca-se – 3ª pessoa - para temos – 1ª pessoa), o que pode gerar uma penalização
a depender do avaliador.

O Plano Diretor de Reforma ao Aparelho do Estado dispõe que...

Nesse sentido, o modelo gerencial buscará aproximar a gestão pública...

Veja que o tempo verbal foi alterado. O correto é manter a mesma estrutura ao longo de seu texto. Portanto,
sugere-se “o modelo gerencial busca aproximar a gestão pública...”

Vamos analisar o texto abaixo extraído do site da Uol.

O Brasil abriu 129.601 vagas de emprego com carteira assinada em abril, alta em relação ao mesmo período do ano passado.
É o melhor resultado para o mês desde 2013 (+196.913 vagas). Esse resultado é o saldo, ou seja, a diferença entre contratações
e demissões. No mês passado, foram 1.374.628 contratações e 1.245.027 desligamentos. No acumulado de janeiro a abril, o
país registrou a criação de 313.835 vagas com carteira. (https://economia.uol.com.br/empregos-e-
carreiras/noticias/redacao/2019/05/24/caged-brasil-emprego-vagas-formais-carteira-assinada.htm?cmpid=copiaecola)

Consegue ver que elementos foram utilizados para trabalhar a coesão? A seguir vou grifar e colocar entre
parênteses os termos a que eles se referem. Veja como o texto ficaria cansativo e estranho se fossemos repetir os
dados que foram substituídos.

O Brasil abriu 129.601 vagas de emprego com carteira assinada em abril, alta em relação ao mesmo período do ano passado
(abril). É o melhor resultado para o mês desde 2013 (+196.913 vagas). Esse resultado (+196.913 vagas) é o saldo, ou seja, a
diferença entre contratações e demissões. No mês passado, foram 1.374.628 contratações e 1.245.027 desligamentos. No
acumulado de janeiro a abril, o país (Brasil) registrou a criação de 313.835 vagas com carteira.

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E como eu devo estruturar os meus parágrafos?

O nosso objetivo será sempre tentar resumir o máximo o conhecimento necessário para uma boa
discursiva.

A seguir trarei esses pontos e analisarei com base no trecho a seguir:

Assim, um bom parágrafo deve obedecer aos seguintes passos, em regra:

✓ Cada parágrafo deve ser um “pedaço único” com determinado assunto, ou seja, começamos a
resposta pelo tópico solicitado na questão, desenvolvemos a resposta e concluímos a ideia,
fechando a resposta para aquele tópico.

Vejam que, no exemplo acima, abordou-se exclusivamente o tema do planejamento para a eficiência da
gestão pública no primeiro parágrafo (linhas 1-6).

✓ Se possível feche a ideia desenvolvida citando um exemplo relacionado ao assunto.

Nas linhas 3-5 foram apresentados exemplos: Plano Plurianual e demais leis orçamentarias e Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF). Olha o argumento de autoridade!

✓ Inicie com o tópico frasal da questão que irá abordar no parágrafo.

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Observe que no primeiro parágrafo o aluno já começa o texto com “aumento da eficiência na gestão pública”.
Da mesma forma, no segundo parágrafo o texto começa com exatamente as mesmas palavras do tópico pedido
na questão: “promover o aumento do desempenho da administração pública”.

Veja as perguntas:

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do aumento da
eficiência na gestão pública. Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

< aumento do desempenho da gestão pública; [valor: 13,00 pontos]

< controle no bom uso dos recursos públicos; [valor: 13,00 pontos]

< motivação dos servidores para o alcance dos objetivos definidos. [valor: 12,00 pontos]

Lembrem da nossa dica 1 – facilite a vida do avaliador. Imagina a cena. Você num domingo à noite em casa,
cansado após corrigir centenas de provas, doido para dormir e você se depara com a prova de um aluno que não
deixa claro qual tópico ele está abordando. Com certeza você não irá corrigir essa prova muito animado.
Veja a diferença das duas abordagens a seguir, nas quais solicitou-se ao candidato que ele abordasse o
controle no bom uso dos recursos públicos.

Abordagem 1 - Desejada
Já com relação ao controle no bom uso dos recursos públicos, no Brasil, existem mecanismos como a LRF e a Lei de Acesso a
Informação, que criam regras para o comportamento dos gestores públicos.

Abordagem 2 – Deve ser evitada


No Brasil, existem mecanismos como a LRF e a Lei de Acesso a Informação, que criam regras para o comportamento dos
gestores públicos. São, portanto, formas de controlar o bom uso dos recursos públicos.

Observem que no segundo exemplo a nossa dica mais importante, foi desrespeitada. Você apenas no final
do texto fala a qual tópico ele está relacionado, obrigando o avaliador e reler o texto e ver se tem relação com o
seu padrão de respostas daquele item.

✓ Não junte a resposta de dois tópicos no mesmo parágrafo.

Veja que no primeiro parágrafo abordou-se a questão do planejamento para eficiência da gestão. No
segundo, medidas para promover o aumento do desempenho da administração pública. As ideias são
complementares, mas são abordadas em separado facilitando a correção do avaliador.

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✓ Tamanho ideal seria entre 4 e 10 linhas no máximo para cada parágrafo. Uma redação de 30 linhas
poderia ter (introdução (5 linhas), 4 parágrafos de desenvolvimento (20 linhas) e conclusão (5
linhas).

Veja que não necessariamente o número de linhas de cada parágrafo tem que ficar igual entre eles. Seria o
ideal, mas ao fazer seu texto muitas vezes não vai conseguir. Busque o equilíbrio, mas não se desespere caso não
consiga. Todavia, respeite o limite máximo de 10 linhas, parágrafos maiores que isso ficam muito extensos.

Tente ler um texto que possui parágrafos extensos demais. Você muitas vezes se perde no meio dele,
precisando voltar ao início. O texto não fica claro e objetivo.

✓ Frases curtas, não mais que 3 linhas. Isso evita o uso excessivo de vírgula que pode trazer erros
para sua prova se não for bem empregado.

Vejam que os períodos foram todos bem curtos, com orações diretas, evitando possíveis erros por parte do
candidato. Isso também permite uma leitura mais fluida. Fica tudo mais claro para o avaliador.

Dica

Escreva frases curtas e na ordem direta.

✓ Se houver pedido para enumeração de itens. Enumere-os primeiramente e explique-os


posteriormente.

Imagine uma questão com o seguinte comando. Discorra sobre as principais peças orçamentárias existentes
no Brasil.

Como resposta o aluno poderia já de cara responder apontando as três peças e em seguida falar sobre cada
uma delas em detalhe. Se espaço for pequeno já pode na mesma linha iniciar a discorrer sobre a primeira.

São três peças complementares que integram o orçamento público: o PPA (Plano Plurianual), a LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) e a LOA (Lei Orçamentária Anual). Com relação ao PPA...

✓ Use o argumento de autoridade. Fundamente suas respostas, recorrendo a leis, a doutrina, autores
etc.

Observe que nos dois primeiros parágrafos já trago dois argumentos fortes: “plano plurianual e demais leis
orçamentarias... Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)” e “Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado”.

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Em resumo, seja o mais direto e objetivo possível. Não use termos complicados e técnicos demais. Se existir
uma palavra mais simples que substitua um termo mais difícil e específico, escolho a primeira opção. Seja mais
simples.

Só para gravar a técnica. Novamente vamos analisar o texto a seguir.

Não há uma descoberta científica que não seja importante. Alguns diriam que uma descoberta científica importante deve ser
algo que possa ser aplicado; outros, que precisa trazer algum benefício para a humanidade. Mas não podemos nos esquecer
das pesquisas conduzidas pela curiosidade dos pesquisadores. Elas são fundamentais para aumentar nosso conhecimento
sobre como o universo ao nosso redor funciona.

(Adaptado de: SKIPPER, Magdalena. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br)

Veja como deveria iniciar os seus parágrafos. Se coloque no lugar do avaliador. Veja como fica fácil para ele
identificar sobre qual ponto você está falando.

Toda descoberta científica é importante, pois...

Nesse sentido, descoberta científica importante deve ser algo que possa ser aplicado...

Em relação às pesquisas conduzidas pela curiosidade dos pesquisadores ...

Se observarem as técnicas acima conseguirão a pontuação para esse tópico apresentação e estrutura textual.
Normalmente eles valem poucos pontos, mas qualquer décima fará a diferença. Com a prática, vocês verão que
esses são os pontos mais fáceis de se ganhar em uma prova subjetiva da CESPE.

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Que estratégia utilizar na prova discursiva


Quanto tempo devo gastar na prova discursiva?

Como já falamos na primeira aula, nesse tipo de concurso, em algumas provas, a subjetiva ocorre no mesmo
horário da objetiva enquanto em outras elas acontecem em horários distintos. Independentemente do formato da
sua prova, você terá que controlar bem o seu tempo para não ser surpreendido ao final da prova com o fiscal
avisando que o tempo acabou.
Com a publicação do edital vamos detalhar melhor a estratégia sugerida para seu concurso. Se a prova
discursiva for no mesmo horário, além de responder a prova subjetiva, você terá que responder a objetiva e passar
as respostas para o gabarito, o que também demanda um tempo considerável.

O ideal para responder uma questão discursiva de 30 linhas seria algo em torno de 60 minutos, ou seja, 1
hora. Muitas vezes a prova tem questões com tamanhos diferentes. No concurso para o TCU em 2015, você tinha
duas questões com até vinte linhas em um dia, e uma questão e uma peça técnica com vinte e cinquenta linhas
respectivamente, em outro dia. Já no concurso do TCDF, você tinha duas questões com até 20 linhas cada e uma
peça técnica com até 60 linhas. Já no último concurso para PC-DF o candidato tinha 4h e 30 minutos para responder
as provas objetiva e discursiva. Nesse caso, a discursiva tinha exatamente 30 linhas.

No último concurso de AFT, por sua vez, as provas discursivas foram realizadas em dias separados das
objetivas. A prova P3 foi aplicada pela manhã (com duração de 3 horas) e a prova P4 foi aplicada à tarde (com
duração de 4 horas). Pela manhã você tinha 90 linhas para escrever e a tarde 120 linhas.
Minha sugestão é que você treine até saber em média quanto tempo você gasta por linha existente em sua
discursiva. Fiquem tranquilos. Isso é possível e você chegará lá.

Professor, como eu saberei quantos minutos já se passaram na hora da prova? Eu não vou ter relógio.
Você deve ficar atento ao papel com a duração que normalmente os fiscais colam no quadro da sala de prova.
As bancas variam, algumas delas marcam a cada 30 minutos, outras a cada 1 hora. E normalmente, no final, eles
marcam o tempo com um espaçamento menor, por exemplo, a cada 15 minutos. Uma mesma banca pode variar
o padrão de controle de um concurso para outro. Isso não importa.
O que você precisa estar atento é o seu ritmo de questões objetivas respondidas para que você termine
dentro do tempo planejado. Assim, sugiro que a cada 10/20 questões você observe se o fiscal já mudou a hora.

Em cada concurso que você for fazer é importante, antes da


prova, você definir o seu ritmo de questões, ou seja, quantas
questões em média você deve responder por hora. Pessoal da
corrida adora o termo “pace”. Você tem que saber o seu “pace” na
realização da prova objetiva e o seu “pace” da prova subjetiva.

Sugiro que em casa, ao imprimir provas para seu treino, você


marque esses tempos num cronômetro para ter uma ideia melhor de
como realizar o seu controle. Cada questão você deve gastar cerca de “X” minutos.

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Voltando à nossa discursiva, eu quero que você cronometre o seu tempo ao fazer as redações de treino. Não
esqueça de fazer isso.

É importante que imprima a folha de


respostas presente na nossa aula e responda
sua questão como se na prova estivesse.
Coloque no celular um cronômetro regressivo
com 15 minutos e vá renovando até atingir os
45 minutos máximos.

Professor, 45 minutos?? Você deve estar


enganado, acabou de falar em 60 minutos.

A vida não é fácil. Treine em situações mais difíceis que a vida real e na hora da prova você estará
supertranquilo e confiante.

Curiosidade: Ayrton Senna tinha muita dificuldade em correr em pistas molhadas no início de sua carreira. Sabem como ele
melhorou e se tornou um dos melhores, quem sabe o melhor, corredores de Fórmula 1 em pistas com chuva? Ele decidiu
treinar exaustivamente em pistas molhadas. Se estivesse chovendo ele corria para uma pista para treinar.

Com o passar dos dias, vá modificando o controle do cronômetro para tempos maiores, até ter apenas uma
marcação regressiva de 45 minutos. Ahh... não fique olhando para o celular. Vire-o de costas, você apenas escutará
o toque do alarme. Na hora da prova você somente terá informações a cada 30/60 minutos e não terá nem o alarme
para te avisar.

Sabe o que eu fazia para melhorar a concentração? Muitas vezes tentava ler um trecho de alguma matéria
no meio de uma roda de conversa com os familiares ou ainda com a televisão ligada. O objetivo era tentar abstrair
toda a zoada e evitar desviar o foco para a atividade mais prazerosa. Com isso, numa prova, o aluno vizinho podia
abrir 100 pacotes de salgadinho, fazer o maior barulho ao mastigar ou ainda ter uma banda tocando no prédio
vizinho e isso não me atrapalhava em nada.
Fica o desafio, tentem em alguns momentos aprimorar a sua concentração e estudem com televisão ou som
ligado. Quem sabe no meio de um almoço com amigos?

Olha você após o treinamento.

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Quantas discursivas devo responder? O máximo possível. Como a discursiva tem um grande peso em sua
prova. Quero que você faça no mínimo 1 por semana até a publicação do edital. Após a publicação incremente o
ritmo. Quero pelo menos 3 por semana.

Rascunho

O famoso rascunho. Pessoal, o tempo é muito curto e muitas vezes escrever todo um texto para depois
passar a limpo é um luxo que não podemos ter. Se você é um aluno que escreve rápido e com letra legível, pode
ser que consiga. Infelizmente são poucos que têm esse “dom”.

Com o treino sugerido, você terá noção do tempo necessário e poderá definir se fará um rascunho completo
para depois passar a limpo ou se usará uma outra técnica, como a que iremos propor nesse curso. Defina o seu
“pace”.

Essas decisões não podem ser tomadas na hora da prova. Treine e tenha os tempos todos em mente antes de ir fazer a
sua prova.

De toda sorte, eu sugiro que elabore a estrutura do seu texto em tópicos. Assim, pelo menos, você terá os
temas que irá abordar em sua questão e a ordem que irá trazê-los em seu texto.
Vejamos o seguinte exemplo.

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Digamos que o tema da dissertação do seu concurso seja: “A influência da política na economia brasileira”.

Você rapidamente (5 a 10 minutos) deve pensar sobre o tópico e escrever o seu rascunho (estrutura).

✓ Separação dos poderes;


✓ Impeachment;
✓ Brigas entres os poderes;
✓ Judiciário concretista;
✓ Renovação na política brasileira;
✓ Desburocratizar;
✓ Incentivos para setor produtivo;
✓ Educação;
✓ Reforma da previdência e tributária;
✓ Meritocracia no setor público;

Lógico que ao fazer seu brainstorming pensando no assunto, muitas vezes a ordem que você escreveu não é
a que você levará ao texto. Portanto, sugiro que escreva um número ao lado direito de cada uma delas, indicando
a ordem. Ao escrevê-lo em seu texto definitivo, risque o tópico para não o abordar novamente por engano.

Ao realizar a ordenação, comece a trazer os argumentos que usará para cada ideia. São assuntos que você
sabe sobre cada item e que irá usar na construção de sua argumentação. Pode ser que ao fazer esse detalhamento,
você perceba que é muita informação para o espaço de linhas existentes. Então, é hora de cortar algum, definir de
fato aqueles que entrarão em seu texto.
Um tópico pode virar subtópico de outro. No exemplo abaixo, “judiciário concretista” passou a ser um item
dentro de briga entre poderes. Não tem problema. Agora é o momento de você melhorar a estrutura de seu texto.
Uma ordem possível, para o exemplo acima, seria a seguinte. Você poderia escolher uma outra ordem, o
importante é que seu texto faça sentido e atenda aos quesitos que banca irá pontuar.
✓ Separação dos poderes; 1
o No Brasil: Citar a constituição Federal;
o Origem: Montesquieu;
✓ Impeachment; 4
o Collor e recentemente Dilma;
✓ Brigas entres os poderes; 2
o Judiciário concretista; 3
o Freios e contrapesos;
✓ Renovação na política brasileira; 5
o Movimento Renovabr;
o Últimas eleições com grande índice de renovação;
o Políticos tradicionais perderam;
✓ Desburocratizar; 6
o Não precisar apresentar dados que o órgão já possui;
o Sistemas on-line/digitalização dos serviços;

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✓ Incentivos para setor produtivo; 8


o Programas de subvenção;
o Sistema S;
✓ Educação; 9
o Novo currículo escolar;
o Aumentar investimentos na área;
▪ Recentemente tiveram cortes;
✓ Reforma da previdência e tributária; 10
o Grande discussão;
o Necessária para diminuir os gastos públicos;
✓ Meritocracia no setor público; 7
o Aproximação de técnicas do setor privado;
o Remuneração variável;
o Menores salários iniciais;

Vamos resumir as informações acima para que você não esqueça.

✓ Tempo de resolução da discursiva para uma questão


de 30 linhas.
o No treino até 45 minutos.
o Na prova até 60 minutos.
✓ Na hora da prova, acompanhe o tempo com as
marcações no quadro.
✓ Elabore de 1 a 3 discursivas por semana.
✓ Rascunho
o Estruture em tópicos.
o 5 a 10 minutos.
o Numere a ordem.
o Risque ao escrever no texto definitivo.
Professor, e se minha prova for um estudo de caso ou uma peça técnica?
O Estudo de Caso, diferentemente da redação, você precisa ser bem mais específico e direto. Os tópicos de
sua resposta já são dados pelas perguntas feitas pelo examinador. Ele contará uma história e com base nela irá
fazer algumas perguntas para você responder à luz do caso concreto.

Vejamos o Estudo de Caso a seguir.

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Como você pode ver o examinador já te mostrou o caminho das pedras. Ele quer que você responda sobre
os cinco itens relacionados ao caso apresentado.
Como o espaço para resposta é muito pequeno, você deve ser bem objetivo e direto. Observe que são em
média seis linhas para cada item solicitado (nessa prova o aluno tinha trinta linhas para responder). Nessa situação,
o rascunho é bem mais simplificado do que numa redação de tema aberto e com muitas linhas para discorrer sobre
o mesmo tema.

Aqui o difícil é você buscar na memória a informação teórica acerca da pergunta realizada. É uma resposta
técnica, normalmente com base em legislação e jurisprudência.

Você rapidamente (1 a 3 minutos) deve pensar sobre o tópico e escrever o seu rascunho (estrutura). Gaste no
máximo 10 minutos para estruturar o rascunho para todos itens.

✓ Avalie a legalidade da decisão do juiz diante da concessão de indulto.


o Legal;
o Atinge apenas efeitos primários.

✓ Diferencie suspensão dos direitos políticos de inelegibilidade, indicando qual dessas hipóteses se aplica ao
caso de Pedro.

o suspensão dos direitos políticos;


▪ impedimento temporário;
▪ direito de voto e ser votado.
o inelegibilidade;

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▪ apenas direito de ser votado.


Para evitar que esqueça algum ponto que você escreveu no rascunho, risque os itens ao escrevê-los em seu
texto. Parece besteira, mas é muito comum que na correria e com o nervosismo da prova, esqueçamos de algo que
sabíamos e pior que estava em nosso rascunho.

Você fará essa estrutura para cada subtópico pedido na questão. Em seguida em cada parágrafo responderá
uma delas. Veja que a necessidade de um rascunho mais estruturado é bem menor no Estudo de Caso, sobretudo,
quando o espaço para resposta é bem pequeno com poucas linhas.

✓ Tempo de resolução da discursiva com 30 linhas.


o No treino até 45 minutos.
o Na prova até 60 minutos.
✓ Na hora da prova, acompanhe o tempo com as
marcações no quadro.
✓ Elabore de 1 a 3 discursivas por semana.
✓ Rascunho
o Estruture em tópicos.
o 1 a 3 minutos para cada tópico.
o Máximo 10 minutos para todos itens.
o Risque ao escrever no texto definitivo.

Percebeu que a estratégia é muito parecida. Da mesma forma, você irá se comportar numa peça técnica. A
grande diferença dela para um estudo de caso é que ela tem sempre um tamanho maior, mais linhas para escrever.
Além disso, normalmente a peça requer um formato específico, de acordo com o manual de redação ou auditoria
do órgão.

Professor, e se minha questão tiver menos linhas, por exemplo, 10 linhas, quanto tempo devo gastar?
Quando temos questões com poucas linhas, normalmente a banca coloca um número maior de questões.
Nesse caso, sugiro reservar um tempo um pouco maior por linha, já que terá que fazer, por exemplo, 3 rascunhos
(se forem 3 questões na prova) e não um que seria o necessário numa questão com mais linhas. Numa questão
pequena, com poucas linhas, a abordagem será semelhante ao estudo de caso. Não gaste linhas com introdução
e conclusão, vá direto às respostas para as perguntas feitas pela banca, elaborando antes um rascunho conforme
explicamos.

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✓ Tempo de resolução da discursiva com 10 linhas.


o No treino até 20 minutos.
o Na prova até 25 minutos.
✓ Na hora da prova, acompanhe o tempo com as
marcações no quadro.
✓ Elabore de 1 a 3 discursivas por semana.
✓ Rascunho
o Estruture em tópicos.
o Até 5 minutos por questão.
o Risque ao escrever no texto definitivo.

Usar letra cursiva ou de forma?

Já falei que minha sugestão é que você use a letra que deixa o seu texto mais legível para o avaliador. Se você
tem letra cursiva linda, parecendo aquelas de caderno de caligrafia, ótimo. Ou ainda, se a letra não for tão perfeita,
mas a leitura fica de fácil entendimento, a letra cursiva pode ser utilizada sem medo.

Agora se você tem letra feia, tipo aqueles hieróglifos antigos, sugiro muito que use a letra de forma. E
lembre-se de fazer uma diferenciação entre a letra maiúscula e minúscula.
Ahhh...então é fácil até para quem tem letra feia? Fácil não é. Como eu disse, tem que treinar muito a
elaboração da prova discursiva. Com treino sua letra vai ficar um pouco melhor, sua musculatura da mão (ela
existe) mais adaptada, você escreverá mais rápido e com confiança.
Um cuidado extra que devemos ter é com as rasuras. É muito difícil escrevemos um texto sem que erremos
uma palavra e queiramos corrigi-la. Errou a palavra você passa um traço sobre ela e continua escrevendo na frente.
É apenas um traço, sem parênteses, sem nada!

Não existe um número máximo de rasuras, se errar corrija. Agora, o seu texto não pode virar um jogo da
velha de tantos riscos, então tente errar o mínimo possível e corrija quando necessário.

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Cuidado para não riscar a palavra e escrever sobre ela imprensada, colocando uma palavra sobre a outra.
Normalmente os avaliadores não penalizam esse erro, mas já fiz provas em que fui penalizado por esse tipo de
correção. Dessa forma, sugiro que não o façam para não ficar contando com o bom senso do corretor.

Forma desaconselhada:

Assim, realizando os treinos e tendo cuidado na hora de escrever o texto, teremos atendido um quesito
(legibilidade) muito importante para atendermos a regra básica da Dica 1 – Facilite a vida do avaliador.

Separação de sílabas

Ahh, e como eu separo a palavra no final da linha? Muitos alunos têm o costume de colocar o hífen abaixo da
última sílaba. Todavia, o jeito correto e colocar o hífen na mesma linha ao lado da última sílaba e continuar a
palavra na linha seguinte.

Forma correta de separar as sílabas:

Forma desaconselhada:

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Lembra que falei que minha letra era péssima. Uma dica que uma professora de cursinho me deu e que
mudou a qualidade do meu texto foi utilizar canetas de ponta fina. Passei a comprar as Bics de ponta fina e
realmente meu resultado melhorou muito. O texto fica menos borrado e com maior qualidade. Lógico que podem
comprar caneta de qualquer marca. Testem antes e vejam qual se adequam mais. Abaixo a foto das canetas.
Lembrem sempre de ler o edital e ver qual a cor do seu concurso. Normalmente, ela deve ser preta ou azul.
Sei que quem possui letra feia ou horrorosa (é o meu caso) tem muito medo de perder ponto por causa
disso. O lado bom é que se eu sobrevivi e tirei notas boas, com treino e dedicação todo mundo pode chegar lá.

Tome muito cuidado. Novamente o melhor remédio é treino e mais treino. Somente assim você conseguirá
um texto perfeito.

Ia me esquecendo. Essa caneta é transparente? Ora, se você consegue ver o conteúdo dela me parece claro
que ela é transparente. Muitos alunos têm essa dúvida pelo fato de a carga da caneta ser laranja. O importante é
que a parte de fora dela é sim transparente e atende aos requisitos que a banca exige. Lembre-se que para prova
é caneta azul ou preta, normalmente. Para evitar qualquer surpresa, compre e leve com você logo cinco de cada
cor. Adoro esse ditado: O seguro morreu de velho.

Devo colocar um título?

Exceto se a Banca for explícita, você não deve colocar um título. Na maioria dos casos não vai ser necessário.
Em algumas provas, que caem peças técnicas, você terá que seguir o modelo da peça, mas não necessariamente
colocar um título.

No caso de uma redação ou um estudo de caso, não precisa de título. Vou perder ponto se colocar?
Provavelmente não, mas perderá uma linha que poderia ser utilizada para abordar assuntos que aumentem a sua
pontuação.

Na peça técnica você coloca a estrutura dela, o que não é bem um título. Veja o exemplo a seguir, de como
deveria ser um parecer elaborado por auditor de controle externo no TCDF. Novamente ressalto que na maioria
dos TCs não existe esse rigor de formato.

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Como adquirir o conhecimento para responder à questão?

Essa é uma pergunta que sempre recebo dos meus alunos. Primeiramente vamos dividir em dois grandes
grupos: 1) redações de temas genéricos; 2) questões técnicas.

Vou começar pelas redações de tema genérico/atualidade. Muitos professores falam para o aluno reservar
alguns minutos de seu ciclo e assistir jornais de alcance nacional (Jornal Nacional, Jornal da Band, Record News,
Globo News etc) ou ler jornais de grande circulação (O Globo, Folha de São Paulo, Correio Braziliense etc). Todavia,
você tem que lembrar que, no estudo para concurso, normalmente você tem muita matéria e pouco tempo para
se aprofundar nelas, ou seja, é inviável que um aluno gaste uma hora por dia assistindo ou lendo jornal.

E agora? Como vou saber de tudo que acontece no mundo?


Fique tranquilo. Essa missão é impossível. Ninguém vai saber de tudo. E não vale a pena tirar o seu foco das
matérias que cairão na prova ou deixar de praticar a escrita para ficar vendo televisão.

Minha sugestão é muito simples. Em seus horários de descanso (café, almoço, jantar, tomando banho,
fazendo xixi ...) aproveite para ver um jornal na televisão, ler um jornal impresso ou na internet. Essa última opção,
internet, é a que menos gosto. O ser humano é uma figura muito fácil de se distrair. Começa lendo notícias sobre

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a previdência social e acaba se tornando um especialista sobre a novela da Globo ou sobre o resultado do jogo de
futebol do seu time predileto.

O aluno sempre se preocupa em aprofundar sobre os temas. Professor, como vou saber com profundidade
sobre o desmatamento da Amazônia? Novamente, não vai e não precisa. Veja a lista de temas que compilei abaixo,
todas retiradas de questões recentes de concursos. Sobre todas elas você sabe e tem com certeza diversos
argumentos interessantes para abordar e construir sua dissertação. Em muitas situações a banca, inclusive, traz
um texto que serve de base e te ajuda a definir o caminho a seguir.

✓ Descoberta científica.
✓ Empreendedorismo e autorrealização.
✓ O papel da memória na compreensão de uma sociedade.
✓ Progressos materiais e desigualdade.
✓ O avanço da depressão no mundo contemporâneo.
✓ A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro” é entendida, por uns, como uma
necessária restrição, e, por outros, como uma necessária garantia.
✓ A privacidade como mercadoria.
✓ A informação em face do descrédito institucional.
✓ A comunicação e os conflitos que surgem com a diversidade.

O problema não é a falta de fundamentos para sua argumentação, mas sim a falta de prática em escrever,
em colocar no papel aquilo que você conhece. Aqui, sim, vale a pena investir o seu tempo. Praticar e praticar,
escrever e escrever. Somente assim você conseguirá elaborar redações nota 10.

Curiosidade

Uma história verdadeira de uma aluna que eu acompanhava no trabalho de Coaching. Eu sempre solicito que meus alunos
marquem o tempo num aplicativo para que eu possa identificar se eles estão cumprindo o combinado e para que eles também
possam se conhecer melhor.

Ao checar o cronograma de uma aluna, observei uma marcação que sequer eu tinha colocado em seu ciclo. Ela tinha marcado
algumas horas de estudo de atualidades, que quando fui ver era assistindo jornal.

Nada contra, desde que seja no horário de descanso. Todavia, inverter a importância das matérias e ficar vendo TV é enganar
a si próprio.

Cuidado com você mesmo!!!

Já com relação às questões técnicas (aqui podem ser questões, estudos de caso e peças técnicas) o
conhecimento deve ser obtido no estudo de cada matéria específica de sua prova. Somente assistindo muita aula
e lendo muitos pdfs é que você conseguirá as informações necessárias para responder às perguntas da banca.

Uma vez que você possui as informações, você precisará trazê-las para o papel e aí surge um novo problema.
Para resolvê-lo, somente praticando bastante. O ideal é simular a situação de prova, usar a mesma caneta que

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usará no seu concurso, mesma folha de resposta da banca, com tempo limitado etc. Não adianta apresentar um
texto ótimo, mas levar 30 dias para fazê-lo. Na prova você terá 30 minutos, um pouco mais talvez. Simule em
condição mais próxima o possível da que encontrará na prova.

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