A LÍNGUA PORTUGUESA E A VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Há numa língua um movimento natural, a partir da manifestação verbal dos falantes,

que a faz variar, principalmente, por fatores históricos, geográficos e socioculturais.
Essas variações resultam e são a própria evolução da língua: ela se adapta, se
desenvolve através das mudanças sociais, do tempo.

Sendo a comunicação a principal função de uma língua, de acordo com a necessidade de

interagir, os falantes a arranjam e rearranjam. Cada situação vai exigir um modo de uso
dessa língua pra que resulte numa boa transmissão de uma ideia.

Se o objetivo é transmitir bem um pensamento, uma ideia, não podemos categorizar

como mais ou menos corretas essas variações. Fazer isso é cometer preconceito
linguístico.

Segundo o professor Evanildo Bechara errar só deve constranger os que acham saber
muito, aqueles que utilizam a língua para humilhar, pois o preconceito linguístico pode
ser decisivo no processo de exclusão social.

Na imagem abaixo, como exemplo, fica claro que a diferença de domínio da norma
culta, afasta a possibilidade dos personagens da tirinha se relacionarem amorosamente.

Chegamos à “era da internet” em meados dos anos 90, que se prolonga até hoje, com
uma verdadeira revolução linguística, dizer que há apenas uma variação com a chegada
dessa ferramenta tecnológica é pouco, a internet proporcionou a criação de um
verdadeiro dialeto com características singulares.  

A comunicação é rápida e dinânica, esse dialeto é o Internetês. Abreviações; uso de

caracteres especiais que demonstram sentimentos e expressões faciais como “;)” para
indicar uma piscada de olho demonstrando simpatia ou até mesmo como um sinal de
paquera ou “=(“ para indicar que se está triste; palavras onomatopaicas como “kkkkkk”
que significa que se está rindo, são algumas características desse modo de comunicar-se.

Junto a tantas outras formas de comunicar-se que coexistem não chega a ser prejudicial
ao uso da língua formal desde que estejamos atentos principalmente à ortografia e a
memória visual.