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O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ.

Um dos mais antigos símbolos da Maçonaria é o Painel da Loja ou Quadro.


Como relatam vários Trabalhos, a explicação da existência do Painel em Loja remonta aos
primórdios da Maçonaria pois,  com objetivo de representar os mais importantes Símbolos da
Ordem  o painel era desenhado a giz e carvão no assoalho dos locais onde se realizavam as
sessões. O inconveniente de ter que apagar e refazê-los levou algumas Lojas a desenhá-los sobre
um tapete ou um pano, expostos aos presentes.
Na Europa, havia na época, uma  variedade enorme de Painéis. Em 1808, o Irmão Willian Dight,
bom desenhista, pintou três Painéis com intuito de uniformizar os desenhos e criar um padrão
para cada Grau. Alguns anos mais tarde foi iniciado na Maçonaria Inglesa um artista que deixaria
seu nome gravado na História, John Harris, que pintou os Painéis dos três Graus, inicialmente para
a Loja "Unanimidade e Sinceridade no. 261".
Por  Painel do Grau entendemos o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura dos
trabalhos, existindo um para cada grau da denominada Maçonaria Azul: o da Loja de Aprendiz, o
da Loja de Companheiro e o da Loja Mestre. A sua colocação na Loja indica que continua viva toda
a simbologia que orienta os trabalhos dos maçons. No Painel do Grau de Aprendiz, objeto desta
peça, estão desenhados os símbolos maçónicos abaixo que serão  enumerados mas não
detalhados, visto ser um trabalho rico, minucioso e extenso, sendo indicada  uma arquitetura em
separado para o estudo de cada um destes símbolos.
Todo o templo, incluindo o assoalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel, sendo
composto por:
O templo propriamente dito: na Maçonaria a Loja surge no Templo. O vocábulo sugere um local
onde os operários da construção descansavam e debatiam seus problemas sociais e espirituais.
Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o Templo que cada um de nós tem dentro de
si, a Bíblia fornece aos maçons o Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico. Ele nos
recorda a grandeza e a responsabilidade que aceitamos ao ingressar na ordem macônica pois o
local onde nos reunimos representa o universo
 A Porta do Templo, Sua situação é no Ocidente, o lugar onde chega a luz em sucessivos estados
de manifestação procedentes do Oriente.  Representa proteção de uma eventual ação externa e
também protege contra possíveis perdas de energia recebidas no interior do Templo. A ntecedida
por uma escada com três degraus simboliza o Iniciado com corpo, alma e espírito. Os três degraus
do Templo Maçônico mostram os esforços que os aprendizes devem fazer para seu crescimento
moral. Podemos ver ainda as indicações Norte e Sul, Oriente e Ocidente.
Em cima do desenho que representa a Porta do Templo, existe um triângulo representando o
Delta Luminoso. Ele está no Oriente  e simboliza no Plano Físico: o Sol, de onde emana a vida e a
luz. No plano astral: o Verbo, o Princípio Criador.  No plano espiritual: o Grande  Arquiteto do
Universo. Indica a presença permanente de Deus,  a eterna e divina vigilância que observa e
registra todos os nossos atos.
As colunas - De cada lado da entrada do Templo aparece uma coluna suportando três romãs
maduras e entreabertas. Nas romãs, suas sementes internamente unidas demonstram
fraternidade e união entre os homens. No centro da coluna da esquerda  está gravada a letra "B' e
no da direita a letra "J". Na tradução latina dos nomes,  Booz significa "nele está a força" e Jachim
"Ele firmará" e, ou seja "nele está a força que firmará", significando  conjuntamente que  Nele, em
Deus, está a força necessária à estabilidade, ao sucesso. 
As três janelas,  representam as 3 posições do Sol: o Oriente, o Meio-dia e o Ocidente. Nenhuma
janela se abre para o norte e as 3 são cobertas por uma rede de arame, simbolizando que a luz
ilumina o templo, mas o que está fora, fora permanece e o que está dentro, lá fica. Ou seja, as
sessões não devem ser perturbadas por eventos externos e o que dentro se realiza não deve ser
divulgado no mundo profano.
A orla dentada simboliza a união dos Maçons. Os dentes triangulares representam os planetas
que giram no Cosmos. O Triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que, partindo da
individualidade, se unem de forma indissolúvel, em torno de um ideal. E’ erroneamente
confundida com a Corda de 81 Nós e com a Cadeia de União. A Corda de 81 Nós simboliza os 81
laços do amor fraterno existente entre todos os membros da Loja. A Cadeia de União expressa o
Cerimonial que reúne todos elesO Piso Mosaico é formado por lajes quadradas que se alternam
nas cores branco e preto, formando um tabuleiro de xadrez . Significa a união íntima que deve
existir entre os Irmãos Maçons, ligados pela verdade. A alternância do branco com o preto, por
sua vez, demonstra a existência do contraste, representando o dualismo, uma vez que, sem o
contraste tudo seria uniforme e perfeito, confundindo-se com o nada. Se assim fosse, nada
diferenciaria o Maçon do profano e, portanto, não haveria nenhuma verdade a ser revelada ao
Aprendiz.
A Prancha de traçar  corresponde ao papel onde o Mestre estabelece seus planos e significa que o
Maçon deve traçar seus planos, estabelecer seus objetivos e empenhar-se em conquistá-los com
habilidade e preparo.
O Sol e a Lua   O Sol é o vitalizador essencial, possuidor de uma generosa fecundidade. Sem ele
não existiríamos. É o princípio ativo representado pelo Círculo com um ponto central.  A Lua é o
reflexo do Sol, representa, tanto quanto o Sol, a saúde, pois recebe e reflete os seus raios. É o
princípio passivo. No Templo, o Sol e a Lua indicam a simbologia de que os trabalhos no grau de
Aprendiz são abertos ao meio-dia e fechados à meia-noite.
 As Estrelas: simbolizam o infinito e o universo que está representado no templo. Em toda
doutrina mística o conhecimento das estrelas é fundamento essencial, não sendo diferente na
Maçonaria.  Vale ressaltar que são 27 as estrelas dispostas no painel e, pela numerologia,  é o
equivalente ao número 9, ou seja, o sagrado no. da tripla trindade que carrega consigo a
representação divina dos 3 planos existenciais: o mundo da alma, do espírito e da matéria.
Cadeia de União: é o símbolo da união indissolúvel entre os irmãos. Os nós   entrelaçados são 7 e
representam os  81 nós da cadeia de união. A Cadeia envolve aspectos emocionais, filosóficos,
esotéricos e espirituais. Segundo a numerologia o no. 7 é o símbolo da sensatez, do estudo, da
filosofia. É’ na Cadeia de União que se transmite a Palavra Semestral ou se invoca sobre algum
Irmão necessitado, forças vitais para afastar a enfermidade ou  sua aflição
A  Pedra Bruta simboliza a personalidade rude do Aprendiz, as  imperfeições do espírito e do
coração que o Maçom deve se esforçar para corrigir. No momento da sua iniciação, o Aprendiz
encontra-se com o seu estado bruto na Natureza e, com os instrumentos que lhe são dados, ele
próprio desbastará a sua Pedra Bruta, tornando-a o mais perfeita possível, imprimindo-lhe uma
personalidade sua e única.  Representa o Aprendiz e é colocada na Coluna do Norte.
Pedra Cúbica: é a obra prima do aprendiz e representa o resultado de seus esforços após um
trabalho bem feito na pedra bruta, o homem instruído que domina as próprias paixões, libertou-
se de seus preconceitos, visto que conseguiu polir sua personalidade. Representa o Companheiro
e está colocada na Coluna do Sul.
O Malho é um instrumento de trabalho braçal e pesado, em que se emprega a força, utilizado na
Sessão de Iniciação. Já o seu diminutivo, o Malhete, é utilizado em todas as Sessões pelas 3 Luzes:
Venerável Mestre,  1º e 2º Vigilantes. Significam a vontade na aplicação.

O Cinzel é o símbolo do trabalho inteligente. É’ um instrumento   que apresenta numa das suas
extremidades a forma pontiaguda, arredondada, ou achatada ; na outra situa-se a cabeça que
sofrerá os golpes do Malho (desbaste da Pedra Bruta) ou os retoques do Malhete
(aperfeiçoamento). Representa o Discernimento na investigação.
O Prumo, utilizado pelos pedreiros para conseguir o alinhamento vertical, representa a
profundeza na observação,  o acerto, a justiça e a moral que cada Maçon deve desenvolver em si.
É a Jóia do 2º Vig:.
O Nível,  significa o emprego correto dos conhecimentos. Utilizado pelos pedreiros na busca da
horizontalidade, simboliza, na Maçonaria, a igualdade, pois coloca todos ao mesmo nível. É a Jóia
do 1º Vig:.
O Esquadro simboliza a retidão na ação limitada por duas linhas: uma horizontal que representa a
trajetória que temos que percorrer na Terra,  no mundo físico; a outra, vertical, o caminho para
cima, que por ser sem fim, nos leva ao Cosmos, ao Infinito e a Deus. É a Jóia do Venerável
Mestre.O Compasso significa a Medida na pesquisa . Simboliza o equilíbrio, a vida correta e a
justiça. Ensina onde começam e terminam os direitos de cada um de nós.
Assim, através do Painel do Grau o irmão explora o espaço do templo para encontrar ali grandes
verdades as quais deve por em prática na sua vida na terra. Nele, o maçom estuda os símbolos da
loja e, ao reconhecer o significado de cada um, está apto a receber maior luminosidade e assim
ascender a novos níveis evolutivos na Maçonaria.
Bibliografia:  Revista Trolha nr 179, página 32/33  
António Montovani Filho - Primeiras Instruções - Jan. / 2000 - Editora A Trolha
Internet: www.guiadomacom.com.br  - www.cinzeleditora.com.br
Peça de Arquitetura de Luiz Cláudio Ribeiro de Souza, A:. M:. Agosto de 2011.
ARLS Cedros do Líbano n° 1688 – Oriente de Miguel Pereira/R

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