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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANDRÉ LUIS MADEIRA NEVES BARRETO


IVAN JOSÉ FERREIRA

UPS: SISTEMAS ININTERRUPTO DE ENERGIA (NOBREAK)


APLICAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO

Palhoça
2018
ANDRÉ LUIS MADEIRA NEVES BARRETO
IVAN JOSÉ FERREIRA

UPS: SISTEMAS ININTERRUPTO DE ENERGIA (NOBREAK)


APLICAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Elétrica da
Universidade do Sul de Santa Catarina como
requisito parcial à obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Sheila Travessa.

Palhoça
2018
RESUMO

Com a necessidade cada vez maior de uma fonte de energia livre de faltas e outros
distúrbios nas mais variadas áreas, o uso dos nobreaks vem ganhando espaço. Este
trabalho foi elaborado com o objetivo de ser um tutorial para utilização em fontes de
energia ininterrupta, visando melhorar a eficiência e confiabilidade do sistema. Foi
realizado um estudo demonstrando: as aplicações de nobreaks em diversas áreas, os
principais fatores que determinam a qualidade do equipamento, uma sequência de
instruções quanto a ensaios realizados em fábricas, de acordo com a norma IEC
6240-3 (1999), e instruções para o correto dimensionamento do Nobreak e do banco
de baterias, além de uma coletânea de informações sobre como melhorar a vida útil
das baterias com ênfase nas baterias de chumbo-ácido. A metodologia utilizada foi
uma sequência de estudos e pesquisas relativos em: áreas de atuação, buscando
conhecimentos de como e onde fontes de energia ininterrupta são utilizadas e seu
objetivo. Quais as instruções das normas para ensaios e dimensionamento de UPS e
quais os procedimentos para melhorar a vida útil das baterias, entre outros. Como
resultado da nossa pesquisa, concluímos que as características mais relevantes para
a melhor eficiência e confiabilidade de uma UPS são obtidas por ensaios nas duas
partes que compõem o sistema: o nobreak e o banco de baterias. Cada ensaio é
demonstrado no capítulo de especificação, junto de uma breve explicação de porque
essas características são relevantes. Como instrução tutorial, também foi
demonstrado como são feitos os dimensionamentos do Nobreak e do banco de
baterias nos capítulos 4 e 5, reforçando os aspectos de eficiência e confiabilidade por
uso correto dos equipamentos envolvidos.

Palavras-chave: Nobreak. UPS. Distúrbios. Aplicação de Nobreak. Dimensionamento de


Nobreak. Dimensionamento de banco de baterias.
ABSTRACT

With the ever-increasing need for a power supply free of faults and other disturbances
in the most varied areas, the use of nobreaks has been gaining ground. this work was
done with the objective of becoming a tutorial of the use of uninterrupted power
sources aiming at improving the efficiency and reliability of the system. a study was
carried out showing: the applications of nobreaks in several areas, the main factors
determining the quality of the equipment, a sequence of instructions for the tests
carried out in factories according to IEC 62040-3 (1999) and instructions for the
correct dimensioning of the Nobreak and battery bank, plus a collection of
information on how to improve battery life with an emphasis on lead-acid batteries.
The methodology used was a sequence of studies and research related to: areas of
action seeking knowledge, how and where uninterruptible power supplies are used
and for which purpose, what are the instructions of the standards for testing and
designing UPS, what procedures to improve the life of the batteries, among others.
As a result of our research we conclude that the most relevant characteristics for the
best efficiency and reliability of a UPS are obtained by tests in the two parts that
compose the system, the nobreak and the bank of batteries, each test is demonstrated
in the specification chapter together with a brief explanation as to why these
characteristics are relevant. As a tutorial instruction, it was also demonstrated how
the Nobreak and battery bank dimensions are made in Chapters 4 and 5, reinforcing
the aspects of efficiency and reliability for the correct use of the equipment involved.

Keywords: Nobreak. UPS. Disorders. Application of Nobreak. Sizing of Nobreak.


Sizing of battery bank.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diagrama de Funcionamento de Nobreak do tipo Offline ...................................... 22


Figura 2 – Diagrama de Nobreak do tipo Linha Interativa de Simples Conversão .................. 24
Figura 3 – Diagrama de Nobreak do tipo Linha Interativa Convencional .............................. 25
Figura 4 – Diagrama de Nobreak do tipo Ferro Ressonante ................................................... 26
Figura 5 – Diagrama de Nobreak do tipo Online Dupla Conversão ....................................... 27
Figura 6 - Nobreaks em Paralelismo Passivo.............................................................................33
Figura 7 - Nobreaks em paralelismo redundante ativo...............................................................30
Figura 8 – Exemplo de UPS modular.........................................................................................33
Figura 9 - Forma de onda da corrente na entrada de lâmpada incandescente..............................35
Figura 10 - Forma de onda da corrente na entrada de um computador........................................35
Figura 11 - Bateria de chumbo-ácido ventilada..........................................................................37
Figura 12 – Bateria de Chumbo-ácido selada.............................................................................38
Figura 13 – Diagrama geral do sistema de monitoramento de baterias.......................................44
Figura 14 – Ensaio de rendimento..............................................................................................49
Figura 15- Ensaio de distorção harmônica................................................................................50
Figura 16- Ensaio de regulação estática....................................................................................54
Figura 17 – Ensaio de regulação dinâmica.................................................................................55
Figura 18 – ensaios de desequilíbrio de carga............................................................................57
Figura 19 -Ensaio de curto circuito na saída...............................................................................59
Figura 20 – Ensaio de ruído acústico..........................................................................................62
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CA/CC-Conversão corrente alternada para corrente contínua

CC/CA-Conversão corrente contínua para corrente alternada

CC/CC-Conversão corrente contínua para corrente contínua

FP-Fator de Potência (Power Factor)

UPS-Sistema Ininterrupto de Energia (Uninterruptible Power System) ou NOBREAK

TI-Tecnologia da Informação

PB-Componente chumbo

H-Componente hidrogênio

S-Componente enxofre

O-Componente oxigênio

%-Por cento

Kt-Fator K

e- -Elétron

m-Mili 10-3

L-Litros

FC-Fator de crista

I-Corrente elétrica

W-watts

g-Gramas

s-Segundos

V-Volts

A-Ampères

K-Quilo-103

P-Potência
η-Rendimento

THD-Distorção harmônica

THDI-Distorção harmônica total da corrente

THDV-Distorção harmônica total na tensão

rms-Root mean square

CA-Corrente alternada

CC-Corrente contínua

MTBF-mean time between failures(tempo médio entre falhas)

VRLA-valve-regulated lead-acid battery(bateria de chumbo-ácido regulada por válvula)

AGM Absorbed Glass Mat(gel de vidro absorvente)

PFC-Power factor correction (correção de fator de potência)


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos problemas na qualidade de energia mais comuns a serem


solucionados por Nobreak.........................................................................................................18
Tabela 2 - exemplos de valores de descarga estabelecidos por umfabricante..........................41
Tabela 3 - Tabela de características da UPS 120 kVA.............................................................47
Tabela 4 - Tabela para anotação das medições do ensaio de curva de descarga do banco de
baterias......................................................................................................................................60
Tabela 5 - Dados de dimensionamento da bateria....................................................................75
LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1 - Ciclos de carga e descarga em função da profundidade de descarga.....................42


Gráfico 2 - Valores de K para bateria tipo TM75 a 25 graus e densidade 1,21........................69
Gráfico 3 - Valores de K para bateria- Hypothetical composite rating curve for XYZ cell
manufactured by ABC company................................................................................................71
Gráfico 4 - Gráfico de interações..............................................................................................73
Gráfico 5 -Exemplo gráfico de interações................................................................................75
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 14
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 14
1.4 DELIMITAÇÕES ............................................................................................................ 15
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 15
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 17
2.1 DISTÚRBIOS NA REDE ELÉTRICA ........................................................................... 17
2.1.1 Interrupção (Falta de Rede CA) ................................................................................ 18
2.1.2 Afundamento Instantâneo da Tensão (SAG) ............................................................ 18
2.1.3 Elevação Instantânea de Tensão (Surge)................................................................... 19
2.1.4 Afundamento Momentâneo de Tensão (Brownouts) ................................................ 19
2.1.5 Elevação Momentânea de Tensão - Sobretensão (Swell) ......................................... 19
2.1.6 Transitório Impulsivo (Spikes) ................................................................................... 19
2.1.7 Variação na Frequência .............................................................................................. 20
2.1.8 Ruídos ........................................................................................................................... 20
2.1.9 Distorção Harmônica .................................................................................................. 20
2.2 TOPOLOGIAS DE NOBREAKS.................................................................................... 21
2.2.1 Nobreak Stand-by (Off-Line) ...................................................................................... 21
2.2.2 Nobreak linha interativa (Line Interactive)............................................................... 22
2.2.2.1 Nobreak linha interativa de simples conversão .......................................................... 23
2.2.2.2 Nobreak linha interativa convencional ....................................................................... 24
2.2.3 Nobreak Stand-by Ferro Ressonante ......................................................................... 25
2.2.4 Nobreak Online Dupla Conversão ............................................................................. 26
2.3 ÁREAS DE APLICAÇÃO DE NOBREAK.................................................................... 27
2.3.1 Aplicação de Nobreak na área de Centro Urbano ................................................... 28
2.3.2 Aplicação de nobreak na área de Telecomunicações ............................................... 28
2.3.3 Aplicação de nobreak na área Médica ...................................................................... 29
2.3.5 Aplicação de Nobreak na área industrial .................................................................. 29
2.4 APLICAÇÃO DE NOBREAK EM PARALELO ........................................................... 30
2.5 APLICAÇÃO DE NOBREAK MODULAR ................................................................... 32
2.6 APLICAÇÃO DE NOBREAK COM TRANSFORMADOR ISOLADOR NA
ENTRADA ............................................................................................................................... 33
2.7 CARGAS NÃO-LINEARES ........................................................................................... 33
2.7.1 Fator de Crista ............................................................................................................. 34
2.8 BATERIAS ...................................................................................................................... 35
2.8.1 Baterias de Chumbo-Ácido ........................................................................................ 36
2.8.1.1 Baterias de chumbo-ácido estacionárias ..................................................................... 38
2.8.1.2 Baterias de chumbo-ácidos Tracionárias .................................................................... 39
2.8.1.3 Baterias de chumbo-ácidos de Partida ........................................................................ 39
2.8.2 Vida útil média ............................................................................................................ 39
2.8.2.1 Temperatura de Operação........................................................................................... 40
2.8.2.2 Regime de carga ......................................................................................................... 40
2.8.2.3 Profundidade de descarga ........................................................................................... 41
2.8.2.4 Número de ciclo de carga e descarga ......................................................................... 41
2.8.3 Vantagens e desvantagens das baterias de chumbo-ácido....................................... 42
2.8.4 Monitoramento ............................................................................................................ 43
2.8.5 Descarte ........................................................................................................................ 44
2.8.5.1 Reciclagem ................................................................................................................. 44
3 ESPECIFICAÇÃO DO NOBREAK ............................................................................... 46
3.1 RENDIMENTO ............................................................................................................... 48
3.2 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................. 49
3.3 DISTORÇÃO HARMONICA ......................................................................................... 50
3.4 RIPPLE ............................................................................................................................ 51
3.4.1 Ripple na tensão de bateria ......................................................................................... 51
3.4.2 Ripple na corrente de bateria ..................................................................................... 52
3.5 REGULAÇÃO DE TENSÃO .......................................................................................... 52
3.5.1 Regulação estática ....................................................................................................... 53
3.5.2 Regulação dinâmica .................................................................................................... 54
3.6 DESEQUILIBRIO DE CARGA ...................................................................................... 56
3.7 TEMPO DE TRANSFERÊNCIA DA CHAVE ESTÁTICA .......................................... 57
3.8 TESTE DE CURTO CURCUITO NÃO PERMANENTE .............................................. 58
3.9 TESTE DE CURTO CIRCUITO PERMANENTE ......................................................... 59
3.10 ENSAIO DE CURVA DE DESCARGA DO BANCO DE BATERIAS ........................ 60
3.11 RUÍDO ACÚSTICO ........................................................................................................ 61
4 DIMENSIONAMENTO NOBREAK.............................................................................. 63
4.1 MEDIÇÃO DAS POTÊNCIAS ATIVAS E REATIVAS ............................................... 63
4.2 FATOR DE CRISTA DA CARGA ................................................................................. 63
4.3 DINÂMICA DA CARGA ............................................................................................... 64
4.4 REGULAÇÃO ESTÁTICA............................................................................................. 64
4.5 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................. 64
4.6 RUÍDO ACÚSTICO ........................................................................................................ 64
4.7 DISTORÇÃO HARMÔNICA MÁXIMA ....................................................................... 65
5 DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE BATERIA................................................... 66
5.1 NÚMERO DE ELEMENTOS ......................................................................................... 66
5.1.1 Fatores limitantes ........................................................................................................ 67
5.2 CAPACIDADE DA BATERIA ....................................................................................... 68
5.2.1 Fator de capacidade (Fator Kt).................................................................................. 68
5.3 CLASSIFICAÇÃO DE CARGAS PARA DIMENSIONAMENTO .............................. 69
5.4 DIMENSIONAMENTO PARA CARGA CONTÍNUA ................................................. 70
5.4.1 Cálculo da corrente ..................................................................................................... 70
5.4.2 Dimensionamento de bateria com uma corrente de descarga contínua ................. 71
5.5 CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE CARGAS ALEATÓRIAS ...................... 72
5.6 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS ................................................................................ 80
5.6.1 Correção da capacidade em função da temperatura ............................................... 80
5.6.2 Fator de envelhecimento ............................................................................................. 81
5.6.3 Fator de segurança ...................................................................................................... 81
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 82
6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 83
12

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho foi realizado um estudo de aplicação, especificação e


dimensionamento de fonte ininterruptas de energia (Nobreak, Uninterruptable Power Supply -
UPS).
Estes aparelhos se mostram de extrema utilidade e importância em diversas áreas,
sendo capazes de manter equipamentos dependentes de energia elétrica em funcionamento por
um certo período, durante uma falta ou queda de energia, além de poder isolar equipamentos
da rede proporcionando uma tensão estável e limpa, poupando-os de perturbações da rede na
carga, segundo Revista Controle & Automação (2011).
Sistemas ininterruptos de energia tem sua aplicação em diversas áreas, como por
exemplos: data centers, nas indústrias, transportes, companhias de energia, companhias de
petróleo e gás, mineração, metalúrgica, hospitalar, residencial, comercial, onde houver
necessidade de um fornecimento de energia contínuo. O equipamento é usado em aplicações
onde o sistema não pode sofrer interrupções de energia devido aos prejuízos financeiros, perdas
de informações valiosas, perda de equipamentos, perdas de produtos sendo produzidos e até
mesmo vidas dependentes de equipamentos hospitalares, de acordo com o site upsbr
(http://upsbr.com.br/#segmentos – UPSBR - 2018).
De maneira resumida, a maioria dos UPS consistem de um retificador, que
transforma a energia da rede de CA para CC, de forma a alimentar um banco de baterias que
fornecerá energia quando a rede apresentar falhas passando em sequência por um inversor que
transformará a onda de saída do nobreak de volta para CA. Também podem possuir uma chave
estática que serve para selecionar o modo de operação do Nobreak, estes possuem três modos
de operação: o modo Bypass, o modo normal e o modo bateria. No modo Bypass, os
equipamentos de carga estão alimentados com energia diretamente da rede e o nobreak não
estaria agindo nesse modo. O modo normal, a rede está alimentando o nobreak e o mesmo está
alimentando a carga, enquanto simultaneamente o nobreak está carregando as baterias. O modo
de baterias é acionado quando há uma queda de energia na rede e as cargas começam a ser
alimentadas pelas baterias até um determinado nível de tensão, segundo o Manual: WEG
Critical Power – 0502051.
De acordo com o site creativecopias (2017), o nobreak pode ser classificado quanto
a três características principais que são: o modo de funcionamento, o tipo de onda da saída e a
inteligência. Quanto ao modo de funcionamento existem três classificações: os Off-line
(chamados de Short Breaks, pois não fornecem energia ininterrupta; existe um leve “delay” de
13

tempo até que as baterias comecem a alimentar as cargas, não garantindo assim a confiabilidade
para todos os tipos de equipamento na carga), os Interativos com linha (onde a energia
provem tanto da linha como da rede, diminuindo assim o “delay” de tempo) e os On-line (que
são considerados os Nobreak verdadeiros, onde a energia é proveniente totalmente do banco de
baterias). Existem também os nobreaks inteligentes que são de muita utilidade na informática,
capazes de enviar mensagens para computadores avisando de quedas de energia e permitindo
assim o usuário (ou um algoritmo na programação) salvar os trabalhos antes que as baterias
cheguem a atingir energia insuficiente e tudo em que se estava trabalhando seja perdido.
De maneira complementar, uma definição idealizada é proposta por Bekiarov e
Emadi (2002):
um nobreak ideal deveria ter as seguintes características: tensão de saída senoidal
regulada com reduzida Taxa de Distorção Harmônica (THD) independente de
mudanças na tensão de entrada ou na carga, operação on-line que Implique em tempo
de transição "zero" entre os modos rede e bateria e vice-versa, reduzido THD da
corrente senoidal na entrada e Fator de Potência (FP) unitário, elevada confiabilidade,
elevada eficiência, reduzida Interferência Eletromagnética (EMI) e isolação acústica,
isolação elétrica, baixa manutenção, e baixo custo, volume e tamanho.

Verificar a especificação do equipamento e o dimensionamento é de grande


importância na compra do Nobreak e o banco de baterias, sendo coerente com a carga a ser
alimentada.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

De acordo com a IEC 62040 (1999), as fontes ininterruptas de energia podem


apresentar problemas durante sua utilização devido à aplicação errada ou ao mau
dimensionamento ou até mesmo devidos a falhas no seu próprio sistema interno ou externo,
que são as baterias. Outro problema a ser considerado é a qualidade que o equipamento deve
apresentar, uma UPS pode inserir distorções harmônicas na rede em que está conectada,
gerando mau funcionamento em outros equipamentos ou fazendo com que as proteções atuem
de forma indevida. Além disso, o fator de potência pode ser baixo, gerando potência reativa
para a rede.
Segundo a IEC 62040 (1999), algumas UPS possuem rendimento baixo, para
equipamentos de grande porte, podendo com isso gerar um grande desperdício de energia,
aumentando o valor da fatura de energia.
14

Conforme o site Nobreak do Brasil (https://nobreakdobrasil.com.br/blog/a-


importancia-das-baterias-em-ups/ - Nobreak do Brasil - 2017), as baterias estão entre os
elementos mais importante do sistema, pois na falta da energia da rede, é ela que vai fornecer
energia para a carga. O mau dimensionamento e carregamento inadequado das baterias podem
reduzir a autonomia e até mesmo a redução de sua vida útil.

1.2 JUSTIFICATIVA

Cada vez existe mais a necessidade de garantir a confiabilidade do fornecimento de


energia ao sistema conectado à rede, por isso criou-se os sistemas ininterruptos de energia com
a função de alimentar cargas elétricas críticas perante anomalias na rede elétrica. Uma falha na
rede elétrica é extremamente prejudicial em diversas áreas, como: na informática, onde muitas
informações ou acessos podem ser perdidos; em hospitais, durante cirurgias e pessoas
sobrevivendo por aparelhos dependentes de energia elétrica, onde colocaria vidas em risco; na
telecomunicação, cortando transmissões; e na indústria, onde a falha de energia gera um enorme
prejuízo, perdendo produtos na linha produção. Por estes e outros motivos existem a
necessidade de um sistema robusto e de qualidade que garanta sempre o fornecimento de
energia para essas cargas críticas em casos de anomalia ou falta da rede, segundo Gabitti (1991).

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho consiste na realização de um estudo sobre fontes de


energia ininterrupta, verificando quais aspectos que poderiam gerar uma melhoria na eficiência
e confiabilidade do sistema.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Indicar em quais aplicações se faz necessário a utilização de fontes ininterruptas


de energia.
• Determinar a qualidade do equipamento e como dimensionar o Nobreak com
determinadas cargas.
• Fazer o dimensionamento do banco de baterias.
15

• Levantar os aspectos relevantes para manter a vida útil das baterias, visando sua
autonomia máxima.

1.4 DELIMITAÇÕES

Este se trata de um tutorial sobre a utilização de Nobreaks que se limita a um estudo


de aplicações, características e dimensionamento de fontes ininterruptas de energia. Através
deste trabalho o leitor conhecerá sobre as áreas de aplicação, técnicas e ensaios utilizados para
certificar as características do equipamento em fábrica e fazer o dimensionamento do
equipamento e do banco de baterias, conforme as propriedades da carga.
Neste trabalho não será projetado um equipamento, somente foram feitos estudos
bibliográficos através de normas, catálogos de fabricantes entre outras fontes. O Nobreak da
categoria on-line de médio e grande porte será tomado como referência para os testes e ensaios
dos capítulos 3 e 4, pois equipamentos de médio e grande porte possui um custo de aquisição
alto, é propício realizar ensaios para certificar sua qualidade.

1.5 METODOLOGIA

Neste trabalho foi feita uma análise sobre as áreas de aplicação de Nobreaks
demonstrando sua necessidade e utilidade nas áreas: hospitalares, industriais, sistemas de
comunicação e informática. Na sequência foi feito um estudo de especificação demonstrando
ensaios realizados em fábricas para obter características do equipamento, o funcionamento do
UPS nas suas variedades de ensaios e de dimensionamento para demonstrar o uso adequado do
mesmo.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho foi desenvolvido focando em seis capítulos principais. No primeiro


são apresentadas a introdução, justificativa, objetivos do trabalho, delimitações e metodologia.
O segundo capítulo aborda a revisão bibliográfica, onde serão apresentados os
principais tipos de distúrbio na rede elétrica, as principais topologias de nobreaks
comercializadas, as áreas de aplicação dos nobreaks, conceito de cargas não-lineares, fator de
crista e estudos sobre baterias de chumbo-ácido.
16

No terceiro capítulo, é referente as especificações de UPS, onde serão apresentados


alguns procedimentos de ensaios para verificação das características da UPS.
No quarto capítulo será feito um levantamento de algumas características da
instalação a ser considerada para fazer um correto dimensionamento da UPS, demonstrando
uma aplicação dos itens vistos no terceiro capítulo.
No quinto capítulo, são apresentados métodos de dimensionamento de bancos de
baterias, onde será utilizado a norma NBR 15254 (2005) como referência.
Por fim o sexto capítulo, onde são apresentadas as conclusões obtidas com esse
trabalho.
17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo foi elaborado, uma sequência de informações relacionadas aos


principais distúrbios na qualidade de energia elétrica, uma classificação das topologias de UPS,
a demonstração da necessidade nas maiores áreas de aplicação, uma explanação sobre o
conceito de carga não-linear e fundamentos sobre a parte mais essencial de um nobreak, a
bateria.

2.1 DISTÚRBIOS NA REDE ELÉTRICA

Segundo Apolinário (2017), a melhor referência para a qualidade da rede elétrica é


a forma de onda da tensão, sendo de natureza senoidal e com amplitude e frequência definida.
A capacidade de um nobreak de corrigir distúrbios na rede depende de sua categoria e de qual
tipo de distúrbio se trata.
A tabela 1 apresenta os tipos de distúrbio que a rede elétrica pode apresentar.
18

Tabela 1 - Classificação dos problemas na qualidade de energia mais comuns a serem


solucionados por Nobreak.

Fonte: Apolinário (2017).

2.1.1 Interrupção (Falta de Rede CA)

Caso em que a rede elétrica é interrompida totalmente devido a interferências


ocasionando desligamento total da carga. As interrupções do fornecimento de energia podem
ser classificadas quanto a sua causa, podendo ser preventivas ou acidentais. No caso das
acidentais a origem das interrupções pode ser devido às falhas no sistema de geração,
transmissão, distribuição ou mesmo nas instalações do cliente, conforme o site eem.pp(
https://www.eem.pt/pt/conteudo/clientes/interrup%C3%A7%C3%B5es-do-fornecimento-de-
energia/o-que-provoca-as-interrup%C3%A7%C3%B5es-de-energia/ - EEM - 2017)

2.1.2 Afundamento Instantâneo da Tensão (SAG)

Conforme Capelli (s.d.), o Afundamento Instantâneo é um tipo de distúrbio que se


caracteriza por uma redução momentânea de tensão, com uma duração aproximada de 3 a 4
ciclos senoidais (aproximadamente, 48 a 64 ms). As causas do SAG, na maioria dos casos, são
determinadas por condições de falta, energização de grandes cargas, as quais requerem altas
19

correntes de partida, curto-circuito ou por intermitentes falhas nas conexões dos cabos do
sistema, segundo Ferreira (2010).

2.1.3 Elevação Instantânea de Tensão (Surge)

De acordo com Arruda (2003), uma elevação instantânea de tensão é determinada


como um crescimento na tensão com duração de meio ciclo por minuto. Geralmente são
associadas a curto-circuito fase-terra, onde as fases não defeituosas sofrem uma elevação de
tensão. São também associados a grandes blocos de carga e grandes bancos de capacitores.

2.1.4 Afundamento Momentâneo de Tensão (Brownouts)

Como o nome sugere, é caracterizado por uma drástica redução no valor da tensão
eficaz da rede elétrica por um intervalo relativamente longo de tempo, segundo Rocha, (2014).
As causas são relacionadas com problemas no funcionamento das concessionárias ou
sobrecargas na rede elétrica. Acabam por danificar as cargas, provocando a queima dos
equipamentos.

2.1.5 Elevação Momentânea de Tensão - Sobretensão (Swell)

Um dos tipos de distúrbios mais frequentes caracterizado pelo aumento da tensão


eficaz, geralmente causado por uma grande variação na demanda de um sistema elétrico. Pode
causar a redução na performance, desligamento, mau funcionamento e queima de
equipamentos, conforme Rocha (2014).

2.1.6 Transitório Impulsivo (Spikes)

Os transitórios impulsivos são causados por descargas atmosféricas e, geralmente,


são caracterizados pelo tempo de subida e descida do impulso. Sua definição pode ser dada por
uma alteração repentina nas condições de regime permanente da tensão, corrente ou ambas,
caracterizando-se por apresentar impulsos unidirecionais em polaridade (positivo ou negativo)
e frequência bastante diferente daquela da rede elétrica, em conformidade com Arruda (2003).
20

2.1.7 Variação na Frequência

Conforme Arruda (2003), estes distúrbios são definidos como variações do valor
fundamental da frequência (50 ou 60 Hz). Como o valor da frequência está diretamente
relacionado com a velocidade de rotação do gerador, que não funciona de forma idealizada,
devido a variações abruptas de cargas do sistema ou causado por faltas nos sistemas de
transmissão, como desligamento de um bairro, cidade ou saída de geradores de grande porte do
sistema elétrico. Valores que ultrapassam o limite de 0,5 Hz são considerados distúrbios.
Segundo o site SMS (http://www.sms.com.br/respostas-sms/sobre-
energia/disturbios-energia/variacoes-frequencia/variacoes-frequencia.asp - s.d.), esses
distúrbios são mais facilmente encontrados em sistemas que utilizam grupos geradores que
assumem o fornecimento de energia, na falta da rede da concessionaria. A resposta inadequada
do controle desses geradores a variações abruptas de carga pode gerar desvios sensíveis na
frequência de saída, segundo as normas IEC 61000-2-2, são aceitáveis variações de até +⁄−
1Hz.
As fontes chaveadas são menos sensíveis a grandes variações de frequência da rede,
o que não ocorre com fontes lineares, pois o transformador pode sofrer um sobreaquecimento
e até mesmo queimar, em concordância o SMS (s.d.).

2.1.8 Ruídos

São sinais elétricos com frequência inferior a 200 kHz, que se somam ao sinal de
potência principal, podendo afetar tanto a tensão quanto a corrente ocasionando problemas na
rede. Esse distúrbio é provocado de várias formas, podendo ser de natureza interna, quando o
ruído já vem agrupado ao sinal de origem, ou por influencias externas, onde é causado por
diversos componentes com características eletromagnéticas ao longo do sistema. As áreas mais
afetadas por esse tipo de ruído são as que trabalham com valores de tensão muito baixos e se o
sinal sofrer um ruído pode ocorrer um erro na leitura confundindo o sistema, em conformidade
com Pimentel (2016).

2.1.9 Distorção Harmônica

Equipamentos eletrônicos modernos com cargas não lineares são responsáveis pela
inserção de correntes ou tensões com diferentes níveis, frequências e até outras formas de onda
21

na rede elétrica. Tal onda acaba tendo sua forma alterada pelo somatório com as formas de
ondas geradas pelos equipamentos, prejudicando assim a qualidade no sistema supridor além
de causar mau funcionamento em sistemas com fontes lineares e motores e diminuindo a vida
útil de transformadores, conforme Arruda (2003).

2.2 TOPOLOGIAS DE NOBREAKS

Em função da disposição dos circuitos que compõem o nobreak, são geradas


diferentes topologias com características bem distintas. De acordo com a NBR 15014 (2003) e
a IEC 62040-3 (1999), os nobreaks são classificados em três classes distintas: Standby,
Interativo e On-line.

2.2.1 Nobreak Stand-by (Off-Line)

Chamados de também de Short Breaks, pois não fornecem energia ininterrupta;


existe um leve “delay” de tempo até que as baterias comecem a alimentar as cargas, não
garantindo assim a confiabilidade para todos os tipos de equipamento conectados, segundo
Ferreira (2013). Essa topologia de nobreak possui dois modos de operação que são selecionados
por uma chave de transferência, onde essa chave é programada para alimentar a carga com a
rede ou com o inversor. Quando a rede está presente com os parâmetros preestabelecido a chave
é selecionada para alimentar a carga com a rede da concessionária, porem quando a rede
apresentar alguma característica que exceda os parâmetros estabelecidos pela chave, essa é
aberta e é dado partida no inversor. Sendo assim, a chave seleciona o inversor para alimentar a
carga, iniciando a descarga da bateria, (conjunto bateria/inversor). Retornando a rede aos
parâmetros normais, a chave transfere a carga para rede novamente. Entretanto, por não possuir
a capacidade de estabilização, gera frequentes processos de descarga e carga das baterias,
reduzindo drasticamente a vida útil das mesmas. Durante a transferência da carga, rede/inversor
ou vice-versa, existe uma interrupção na tensão de saída de, aproximadamente, 5 a 10 ms
conforme Barbian (2013).
Segundo Barbian (2013), esse tipo de topologia apresenta proteção só para três tipos
de distúrbio, deixando a carga exposta a um risco muito elevado a demais perturbações,
conforme tabela 1. São mais comuns em computadores pessoais e o mais vendido, devido ao
seu baixo custo em relação a outras topologias. São os equipamentos que possuem forma de
22

onda quadrada na saída do inversor e com elevado conteúdo harmônico, por apresentar uma
tensão de saída de baixa qualidade e tempo de interrupções longo nas transferências entre rede
para inversor ou vice-versa. Não são recomendados para alimentar cargas sensíveis a esse
tempo de interrupção de tensão, levando o equipamento ao desligamento.
Essa topologia apresenta um inversor dimensionado para operações eventuais,
apenas por alguns minutos e o carregador de baterias possui pequena capacidade de recarga das
baterias. Não recomendado em aplicações com longo tempo de autonomia. Conforme
fabricante de nobreak PHD online(http://www.phdonline.com.br/home/diferentes-topologias-
de-no-breaks-qual-escolher/ - S.D.).
A figura 1 é o diagrama unifilar do funcionamento deste modelo, onde a linha
contínua representa a alimentação primária, e a linha tracejada o sistema carregador de bateria
e inversor, utilizado para alimentação do sistema durante a falta de energia.

Figura 1- Diagrama de funcionamento de nobreak do tipo Offline

Fonte: BARBIAN, (2013)

2.2.2 Nobreak linha interativa (Line Interactive)

Essa topologia possui uma estrutura interna muito semelhante à do standby, tendo
como a rede da concessionária como preferencial, pois a carga está sempre conectada à rede
enquanto a mesma estiver com os parâmetros preestabelecido normais. Essa estrutura oferece
23

proteção contra falta de rede e variações da amplitude da rede, tendo proteção nos três tipos de
distúrbios apresentados na tabela 1, de acordo com o site DMESG
(https://www.dmesg.com.br/tipos-de-nobreak-formas-de-onda-e-suas-aplicacoes/ - 2011).
Os modelos de linha interativa são utilizados na maioria das vezes em pequenas e
médias empresas e são classificados em três tipos de estruturas: interativo de simples conversão,
interativo convencional e interativo ferro-ressonante, segundo o site dmesg
(https://www.dmesg.com.br/tipos-de-nobreak-formas-de-onda-e-suas-aplicacoes/ - 2011).

2.2.2.1 Nobreak linha interativa de simples conversão

A estrutura, representada pela figura 2, apresenta um inversor bidirecional em


paralelo e adjunto a carga e banco de baterias. O inversor desempenha duas funções, carregando
as baterias quando a rede está presente, sem a necessidade de um carregador como nas outras
duas estruturas, e alimenta a carga quando a rede não está presente, entrando em modo de
descarga da bateria.
Inicialmente a carga é alimentada pela rede, e o inversor também, com o inversor
comportando-se como um conversor CA/CC, carregando as baterias. Quando houver uma falha
na rede, a chave de transferência é aberta e o inversor é ativado de forma inversa, transformando
a energia proveniente da bateria novamente em CA para a carga.
Segundo Barbian (2013), normalmente nestes equipamentos possuem um
transformador com variação de tap, fazendo a regulação da tensão de entrada, acrescentando
uma segurança sobre a variação da mesma na entrada, mesmo com o nível de tensão mais baixo,
a carga continua sendo alimentada pela rede, sendo assim o nobreak só entra em modo de
descarga de baterias quando houver uma necessidade extrema, de conforme com Apolinario
(2017).
Dentre os benefícios, os mais significativos são os altos níveis de eficiência,
tamanho reduzido, baixo custo e principalmente a alta confiabilidade, unido com a capacidade
de corrigir defeitos provenientes da rede elétrica, de acordo com Barbian (2013).
Na figura 2 tem-se uma representação em diagrama unifilar do funcionamento desse
modelo, onde a linha contínua representa a alimentação primária, e a linha tracejada o sistema
carregador de bateria e inversor, utilizado para alimentação do sistema durante a falta de
energia.
24

Figura 2 - Diagrama de Nobreak de Linha Interativa de simples conversão

Fonte: BARBIAN, (2013)

2.2.2.2 Nobreak linha interativa convencional

Essa topologia é idêntica ao do standby tendo como acréscimo um estabilizador na


entrada da rede, para corrigir a variação de tensão da rede, fazendo com que o nobreak não entre
em modo de bateria com qualquer oscilação na rede, conforme o site dmesg
(https://www.dmesg.com.br/tipos-de-nobreak-formas-de-onda-e-suas-aplicacoes/ - 2011).
Na figura 3 tem-se uma representação em diagrama unifilar do funcionamento deste
modelo, onde a linha contínua representa a alimentação primária, e a linha tracejada o sistema
funcionando em modo bateria, utilizado para alimentação do sistema durante a falta de energia.
25

Figura 3 - Diagrama de Nobreak de Linha Interativa convencional

Fonte: NBR 15014 (2003)

2.2.3 Nobreak Stand-by Ferro Ressonante

Na estrutura de circuito, mostrada na figura 4, a rede é conectada da entrada até a


saída através de uma chave de transferência e de um transformador especial de saturação que
possui três bobinas. O inversor encontra-se em standby, só entra em funcionamento somente na
ocasião de falha da rede. Quando acontece uma falha na rede elétrica da concessionária, a chave
abre e o inversor entra em funcionamento alimentando a saída do nobreak. A capacidade
especial do transformador de ferro-ressonância fornece regulação de tensão suficiente e
correção da onda de saída.
As vantagens desse tipo de transformador é o isolamento dos transitórios da
alimentação da rede fornecido por ele. Tem a eficiência tão boa ou melhor que qualquer filtro
disponível, conforme o site dmesg (https://www.dmesg.com.br/tipos-de-nobreak-formas-de-
onda-e-suas-aplicacoes/ - 2011). A desvantagem dessa estrutura é que o transformador produz
severas distorções harmônicas, o que pode ser pior que problemas na rede elétrica, sendo
necessário o uso de filtros para harmônicos de terceira e quinta ordem em paralelo com o
transformador, possuem uma regulação estática ruim, grande quantidade de calor gerado,
elevado ruído acústico, fortes odores de verniz e o tamanho do modelo que pode ser grande e
pesado em relação aos modelos normais devido a esse transformador, de acordo com Barbian
(2013).
26

Figura 4 - Diagrama de Nobreak Ferro Ressonante

Fonte: BARBIAN, (2013)

2.2.4 Nobreak Online Dupla Conversão

Esta topologia, figura 5, utiliza duas conversões de energia de CA/CC e CC/CA,


onde o primeiro estágio é a retificação operando como conversor de tensão alternada para
contínua, e o segundo estágio é o inversor que converte de tensão contínua para alternada na
saída do nobreak, onde a tensão possui amplitude, frequência e forma de onda independente da
entrada da rede, de acordo com Apolinário (2017).
Neste sistema, o fluxo de potência passa pelo retificador gerando o link CC
carregando as baterias e passando pelo inversor alimentando a carga. A saída tem como
preferencial a tensão do inversor, tendo a rede como reserva, quando à interrupção da rede
elétrica não provoca a ativação da chave de transferência, isso porque a carga já está alimentada
pelo inversor que é mantida através do banco de baterias que está conectado diretamente no
link CC entre o retificador e o inversor não necessitando de um carregador de bateria dedicado,
visto que o inversor está sempre alimentando a carga, conforme Barbian (2013). A chave de
transferência ou chave estática só será acionada quando houver alguma anormalidade no
27

inversor, sobrecarga ou curto-circuito na saída do nobreak. É o mais comum dos Nobreaks,


utilizados para faixas superiores a 10 kVA.
O grande problema deste sistema é que o carregador de bateria e o inversor
convertem todo o fluxo de energia da carga, resultando em uma baixa eficiência energética e
maior produção de calor, aumentando o desgaste dos componentes diminuindo sua vida útil,
essa é a única topologia de nobreak que protege a carga contra todos os tipos de distúrbios
apresentado na tabela 1, existentes na rede da concessionária, além de apresentar uma senoide
perfeita, e oferecer a carga uma energia de qualidade com baixa distorção harmônica, tensão e
frequência rigorosamente controlada e independentes da rede. Nobreak ideal para alimentação
de cargas críticas, segundo Barbian (2013).

Figura 5 -Diagrama de Nobreak Online Dupla Conversão

Fonte: BARBIAN, (2013)

2.3 ÁREAS DE APLICAÇÃO DE NOBREAK

A queda de energia programada ou repentina pode ser uma das grandes


responsáveis por transtornos tanto em residências quanto nos centros urbanos e industriais.
28

2.3.1 Aplicação de Nobreak na área de Centro Urbano

Nobreaks são cada vez mais utilizados nos centros urbanos para garantir o
funcionamento do monitoramento através de câmeras de segurança sendo cada vez mais
eficazes, não permitindo a perda do monitoramento durante uma falta de energia. Com isso
promovendo maior segurança no intuito de comprovação da veracidade ou não de um fato
ocorrido nos centros urbanos, em Semáforos instalados em cruzamos críticos, garantindo
funcionamento normal dos mesmos durante uma falta de energia, em alarmes, conforme o site
Nobreak do Brasil (https://nobreakdobrasil.com.br/aplicacoes/ - 2017).
Os nobreaks não servem apenas para proteger os computadores, uma residência
possui vários equipamentos sensíveis a perturbações da rede elétrica, pois equipamentos
eletrônicos são muito suscetíveis a tais perturbações, como as TVs, vídeo games, home teathers
ou modens de internet. A utilização dos mesmos pode ir bem mais além do que preservar
equipamentos eletrônicos, de acordo com o site do fabricante NHS (https://nhs.com.br/conheca-
5-servicos-que-voce-nem-imaginava-que-precisa-de-um-nobreak/ - s.d.).
De acordo com o site Nobreak do Brasil
(https://nobreakdobrasil.com.br/aplicacoes/ - 2017), este modelo também possui aplicação na
segurança da residência, sendo utilizado nas câmeras de vigilância, alarmes, em portões
eletrônicos, onde o indivíduo não precisará descer do veículo para abrir o portão promovendo
uma segurança.

2.3.2 Aplicação de nobreak na área de Telecomunicações

De acordo com o site Engetron (https://www.engetron.com.br/site/sala-de-


imprensa/equipamentos-tem-aplicacao-e-modelos-variados - s.d.), os nobreaks são muito
utilizados na área de telecomunicações nos data centers: servidores, redes e toda parte de
Telecomunicações, onde o tráfego de informações é essencial. O armazenamento e segurança
dos dados são vitais para o funcionamento de todo o sistema, pois cada vez mais somos
dependentes dos meios de telecomunicações para as tarefas diárias.
29

2.3.3 Aplicação de nobreak na área Médica

As aplicações de nobreaks na área médica garantem o bom funcionamento de vários


equipamentos sensíveis a perturbações, como exames de Raio-X e ecografia, para que os
mesmos não sofram deformações ou ruído nas imagens devido às oscilações de energia, além
do funcionamento dos equipamentos em casos de quedas de energia. Alguns Nobreak’s são
desenvolvidos com recursos específicos para as demandas na área médica, tais como
laboratórios, UTI, centros cirúrgicos, Home CARE, hospitais e clínicas, segundo o site
Engetron (https://www.engetron.com.br/site/sala-de-imprensa/equipamentos-tem-aplicacao-e-
modelos-variados - S.D.).
Outro conceito importante são as interfaces de automação e comunicação com
diversos sistemas de controle, cada vez mais presentes em hospitais e clínicas, visando reduzir
riscos e executar operações de manutenção preditivas e preventivas, de forma contínua e rápida,
sem paralização de atividades, que na maioria das vezes, são ininterruptas, de acordo com
Nobreak do Brasil (https://nobreakdobrasil.com.br/aplicacoes/ - 2017).
Na maioria dos processos de pesquisa e análise laboratorial qualquer interrupção
pode comprometer os resultados, tornando-os inconsistentes. Desta forma os sistemas
ininterruptos são fundamentais para garantir a qualidade e continuidade deste processo, de
acordo com Nobreak do Brasil (https://nobreakdobrasil.com.br/aplicacoes/ - 2017).
.

2.3.5 Aplicação de Nobreak na área industrial

Na indústria, além do uso na parte de segurança, como câmeras, alarmes, controle


de acesso de pessoas e na área de TI, também são utilizados na parte de produção, onde
processos não podem ser interrompidos, ou para equipamentos sensíveis a perturbações na rede,
podendo ocasionar diversos tipos de prejuízos, como a perda de matéria prima, dano no
equipamento, produção interrompida, entre outros, em conformidade com os sites Nobreak do
Brasil (https://nobreakdobrasil.com.br/aplicacoes/ - 2017) e dmesg
(https://www.dmesg.com.br/tipos-de-nobreak-formas-de-onda-e-suas-aplicacoes/ -2011).
30

2.4 APLICAÇÃO DE NOBREAK EM PARALELO

Os nobreaks podem ser utilizados em paralelo quando a carga do nobreak existente


na instalação aumenta. Acrescenta-se um nobreak em paralelo com o antigo para suprir a nova
demanda da carga, normalmente o novo nobreak é de mesma potência e de mesmo fabricante.
Outra função para utilizar nobreaks em paralelo é para tornar o sistema redundante,
onde dois ou mais nobreaks tem uma carga na saída compatível, na falha de um equipamento,
o outro supre a carga, sendo assim o sistema torna-se mais seguro, conforme site RTA.
Para Alexandre Saccol Martins e Gerson Gabiatti s.d.
Esta configuração possui a maior confiabilidade entre todas as configurações
dotadas de chave estática. Seu uso visa aumentar a confiabilidade do sistema
através do aumento de atributos da rede alternativa do primeiro equipamento,
trocando a rede elétrica, seu baixo MTBF e sua baixa qualidade, por um
segundo Nobreak e sua maior confiabilidade e qualidade.
No caso de manutenção, proteções ou falha do primeiro equipamento, a carga
é transferida integralmente ao segundo equipamento. Somente no caso de
sobrecarga, curto-circuito ou a falha dos dois equipamentos simultaneamente,
a carga será alimentada pela rede, ficando sujeita às suas perturbações.

Os nobreaks em paralelo têm duas configurações: paralelismo redundante passivo


e ativo.
O paralelismo redundante passivo é quando a saída do primeiro é ligada na entrada
do by-pass do segundo, conforme figura 6:

Figura 6 - Nobreaks em Paralelismo Passivo

Fonte: Alexandre Saccol Martins e Gerson Gabiatti s.d.


31

Quando um equipamento apresentar defeito a carga sempre vai estar alimentada por
um deles, mantendo o sistema seguro.
A descrição do funcionamento do sistema da figura 6 é descrito abaixo:

• O nobreak 1 e o nobreak 2 tem a entrada principal alimentada pela rede da


concessionária, o nobreak 2 tem sua alimentação reserva da chave estática
alimentada pela rede da concessionária também, a saída do nobreak 2 alimenta
a entrada reserva da chave estática do nobreak 1;
• Quando o nobreak 1 apresentar defeito, a mesma transfere para sua alimentação
reserva que é alimentada pelo nobreak 2, tendo assim a carga protegida pelo
segundo nobreak;
• Quando a nobreak 2 apresentar defeito, transfere a sua saída para alimentação
reserva, tendo assim a reserva do nobreak 1 desprotegida, mas a carga fica
protegida pelo nobreak 1 que está em modo inversor. Fonte Alexandre Saccol
Martins e Gerson Gabiatti s.d.

O Paralelismo redundante ativo é quando todas as UPS são ligadas em paralelo,


conforme figura 7:

Figura 7 - Nobreaks em paralelismo redundante ativo

Fonte: Alexandre Saccol Martins e Gerson Gabiatti s.d.

Conforme Alexandre Saccol Martins e Gerson Gabiatti s.d.

O uso de um ou mais Nobreaks em paralelo promove um aumento de confiabilidade


do sistema, pois diminui as probabilidades de falha de energia elétrica na carga, além
de permitir expansões futuras. A premissa básica deste aumento de confiabilidade é
que pelo menos um equipamento (o reserva) possa ser desconectado do barramento e
o(s) restante(s) possa(m) seguir alimentando a carga. Atendida esta premissa, se terá
32

gerado uma situação de sempre permitir a manutenção ou falha de equipamento sem


prejuízo à carga.

As UPS estão com a alimentação principal e reserva ligados em paralelo e todas a


saída ligadas em paralelo entre si. Todos os nobreaks são de mesma potência e a carga fica
dividida igualmente entre os nobreaks. A redundância é dada pela falha de um, e os outros
continuam alimentando a carga sem atingir sobrecarga, sair do modo inversor, conforme
Alexandre Saccol Martins e Gerson Gabiatti s.d.

2.5 APLICAÇÃO DE NOBREAK MODULAR

Um Nobreak modular, ilustrado na finura 8, são vários módulos de baixa potência,


onde se adquire um rack com gerenciador e chave estática com uma determinada potência que
pode ser configurado com uma determinada quantidade de módulos, conforme site WEG (s.d.).
Compra-se uma quantidade de módulos para suprir a carga inicial, podendo
futuramente houver necessidade de ampliar a carga basta acrescentar novos módulos até que
alcance a potência máxima do rack. Também possui a função redundante, onde se acrescenta
um ou mais módulos redundantes para quando algum modulo apresentar defeito não transferir
para alimentação reserva por sobrecarga, conforme site engetron
(https://www.engetron.com.br/site/sala-de-imprensa/equipamentos-tem-aplicacao-e-modelos-
variados - s.d.).
Os gabinetes modulares oferecem diversas montagens e possibilidades de
crescimento, permitindo aos clientes que o crescimento do sistema acompanhe a evolução das
cargas, bem como torna rápida e confiável o processo de manutenção, com troca de módulos e
baterias hot swapp, (trocar os módulos e baterias sem desligar o equipamento), conforme site
RTA (https://www.rta.com.br/produtos/nobreak-ups-modular/ - s.d.).
33

Figura 8 – Exemplo de UPS modular

Fonte: jsnardy.com.br

2.6 APLICAÇÃO DE NOBREAK COM TRANSFORMADOR ISOLADOR NA


ENTRADA

Segundo a norma NBR 15014 (2003), em algumas aplicações é utilizado


transformador isolador na entrada do nobreak, além de oferecer proteção por surtos na rede,
como descargas atmosféricas, também criam proteção contra a ausência ou defeito de condução
no cabo de neutro. Os transformadores utilizados nas UPS têm a configuração delta/estrela com
derivação do neutro, garantindo sempre o neutro na alimentação da UPS.
Neste caso é possível utilizar um transformador isolador para gerar um neutro
aterrado, assim obtêm-se as 3 fases, o neutro e o aterramento. Além disso, o transformador
isolador tem maior eficiência na proteção da carga contra descargas atmosféricas e, por isso, é
indicado para cargas críticas, como por exemplo, os equipamentos hospitalares, conforme site
PHD online (http://www.phdonline.com.br/informacoes-importantes/diferencas-entre-
nobreaks-com-transformador-isolador-e-com-autotransformador/ - s.d.).

2.7 CARGAS NÃO-LINEARES

Segundo MIRUS INTERNATIONAL INC. (2003), quando a impedância da carga


muda com a tensão aplicada esta é considerada não-linear. Mudança de impedância significa
que a corrente consumida pela carga não-linear não será sinusoidal mesmo quando estiver
conectada a uma tensão sinusoidal. Estas correntes não-sinusoidais contêm harmônicas que
34

interagem com a impedância do sistema de distribuição de energia para criar distorção de tensão
que pode afetar o equipamento do sistema de distribuição e as cargas conectadas a ele.
No passado, as cargas não lineares eram encontradas principalmente em aplicaçoes
industriais, tais como fornos, inversores de frequencia (VFD), retificadores de grande porte para
eletrônicos, etc. Os harnomicos que neles eram gerados eram tipicamente localizados e tratados
por especialistas experientes.
Problemas com harmônicos são agora comuns em aplicações não só industriais, e
em edifícios comerciais. Isso se deve principalmente à novas tecnologias de conversão de
energia, como a fonte de alimentação comutada, que pode ser encontrada em praticamente todos
os dispositivos eletrônicos (computadores, servidores, monitores, impressoras, fotocopiadoras,
sistemas de telecomunicações, equipamentos de transmissão, máquinas bancárias, etc).

2.7.1 Fator de Crista

O fator de crista é a relação entre a corrente de pico e a corrente eficaz, calculado


pela equação 1.
𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜
𝐹𝐶 = (1).
𝐼𝑟𝑚𝑠

Nas cargas lineares em 60 Hz a relação do fator de crista é “√2” é igual à 1,414,


que vem da formula 𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝐼𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 × √2 , o mesmo não acontece nas cargas não lineares,
tendo um aumento no fator de crista ultrapasando a este valor , podendo chegar a 3 vezes o
valor da corrrente eficaz, em conformidade com PROCOBRE,2001.

Na figura 9 está ilustrado a forma de onda fundamental da corrente em uma carga


linear, onde o fator de crista é √2, na finura 10 é demonstrado a forma de ondo de uma carga
não linear com a influencia do fator de crista.
35

Figura 9 - Forma de onda da corrente na entrada de lâmpada incandescente

Fonte: Revista Controle & Automação/Vol.21 no.4/Julho e Agosto 2010.

Figura 10 - Forma de onda da corrente na entrada de um computador, caracterizando uma


carga não linear, tendo sua forma de onda deformada, gerando um fator de crista maior do que
em uma carga linear.

Fonte: Revista Controle & Automação/Vol.21 no.4/Julho e Agosto 2010.

2.8 BATERIAS

As baterias são consideradas a parte mais fundamental de uma fonte ininterrupta de


energia. Também são chamados de acumuladores de energia e possuem as mais variadas
36

estruturas. Conforme Timóteo (2011), bateria é um dispositivo que transforma energia química
em energia elétrica, possuindo três partes: os eletrodos, os eletrólitos e o recipiente.
• Eléctrodos: condutores de corrente;
• Eletrólitos: solução que age sobre os eléctrodos;
• Recipiente: guarda o eléctrodo e suporta o eletrólito;

Nesse estudo trabalharemos somente com as de chumbo-ácido, pois são as mais


comercializadas devido ao seu valor econômico e a mais utilizada para UPS.

2.8.1 Baterias de Chumbo-Ácido

As baterias de chumbo-ácido são as mais utilizadas devido ao seu menor custo em


relação com outras tecnologias de baterias, como as de níquel-cádmio seladas, as baterias de
lítio e as de polímeros.
Segundo o site UNIVERSECHEMISTRY
(http://universechemistry.blogspot.com/2012/08/conhecendo-bateria-de-um-automovel.html -
s.d. ), as baterias de chumbo-ácido são formadas de dois eletrodos: um de chumbo esponjoso e
o outro de dióxido de chumbo em pó, ambos mergulhados em uma solução de ácido
sulfúrico com densidade aproximada de 1,28g/mL dentro de uma malha de liga chumbo-
antimônio. A bateria entra em funcionamento quando ocorre a reação de oxidação no chumbo
e a de redução no dióxido de chumbo, conforme o balanceamento químico apontado em
sequência.

Reação na placa negativa


Pb + HSO−4→ PbSO4 + H+ + 2e−

Reação na placa positiva


PbO2 + HSO−4 + 3H+ + 2e− → PbSO4 +2H2O

Reação total
Pb + PbO2 + 2H2SO4 → 2PbSO4 + 2H2O
37

De acordo com o site ENGINEERS EDGE, a soma das massas moleculares dos
reagentes é de 642,6 g/mol, portanto teoricamente uma célula pode produzir dois dias de carga
(192.971 coulombs) a partir de 642,6 g de reagentes, ou 83,4 amperes-hora por quilograma (ou
13,9 amperes por quilograma para uma bateria de 12 volts). Para uma célula de 2 volts, isso
chega a 167 watts-hora por quilo de reagentes, mas uma célula de chumbo-ácido na prática dá
apenas 30-40 watts-hora por quilo de bateria, devido à massa da água e outras partes
constituintes.
Na visão de SOUZA (1999), existem dois grupos principais de acumuladores de
chumbo-ácidos:
• Acumuladores de chumbo-ácido ventilados, cujos materias ativos são o chumbo
e seus compostos e o eletrodo é uma solução aquosa livre de acido sulfurico,
segundo o site rta;
• Acumuladores de chumbo-ácido regulados por válvulas (seladas). São baterias
fechadas que apresentam eletrolidos imibilizados e dispõe de válvulas
reguladoras para escape de gases, quando a pressão interna do acumulador
exceder a um valor pre determinado, conforme o site rta .

As figuras 11 e 12 ilustram as baterias de chumbo-ácido ventiladas e seladas.

Figura 11 - Bateria de chumbo-ácido ventilada

Fonte: mexcom.com.br
38

Figura 12 – Bateria de Chumbo-ácido selada

Fonte: cablematic.pt

2.8.1.1 Baterias de chumbo-ácido estacionárias

São baterias que operam em locais fixos, podendo ser diferenciadas de acordo com
sua aplicação, como para telecomunicações, sistemas fotovoltaicos e sistemas de corrente
alternada ininterrupta.
Como afirma SOUZA (1999), para cada tipo aplicação, as baterias apresentam
caracteristicas construtivas diferentes, tendo diferentes espessura de placas, volume e densidade
do eletrólito. Na aplicação em sistema interruptos, as baterias são projetadas para sustentar o
consumidor apenas durante uma falha do fornecimento de energia da concessionária em um
determinado tempo, entre 15 à 60 minutos até a falha estar resolvida, ou até que entre o grupo
gerador ou tempo para desligar os equipamento para que não danifique o mesmo ou a perda no
processo produtivo.
Silva (2000), aborda que as baterias para aplicação em sistemas ininterruptos de
energia apresentam placas com espessuras reduzidas apropriadas para suportar grandes picos
de correntes e a densidade do eletrólito é de 1210 g/dm³ quando está totalmente carregada.
Essas baterias normalmente estão em tensão de flutuação, só entram em modo de tensão carga
quando à uma descarga da bateria, e só é descarregada quando à falta da energia da rede CA.
39

2.8.1.2 Baterias de chumbo-ácidos Tracionárias

São modelos de baterias utilizadas normalmente em máquinas de tração, como em


empilhadeira, carros de golfe, locomotivas de minas, entre outras aplicações. Essas baterias
possuem placas grossas a densidade do eletrólito varia entre 1210 a 1270 g/dm³ quando
carregadas, permitindo uma autonomia entre 5 a 8 horas, trabalhando em regime de carga e
descarga frequentes, conforme Souza (1999).

2.8.1.3 Baterias de chumbo-ácidos de Partida

São baterias que possuem placas extremamente fina entre 1 e 2,5mm, contruídas
para correntes muito elevadas entre 300 a 3000 amperes, por um cuto tempo entre 1 a 10
segundos. Com carga plena apresenta densidade do eletrólito entre 1210 a 1250 g/dm³, segundo
Silva (2000).

2.8.2 Vida útil média

Como as UPS estão essencialmente relacionados com as baterias, a vida útil das
baterias é diretamente ligada com o bom funcionamento de uma UPS, de modo que esta tenha
um bom controle no carregamento.
Segundo o site DATALINK (http://datalink.srv.br/artigos-tecnicos/porque-usar-
baterias-vrla-em-no-break/ - s.d.), os principais fatores que influenciam na vida útil das
baterias são:
• Temperatura de operação, Temperatura ambiente diferente de 25°C ou fora do
especificado pelo fabricante;
• Regime de carga;
• Profundidade de descarga: descarga além da tensão de corte recomendada para
o regime de descarga;
• Número ciclos de carga/descarga.
• Tensão de flutuação inadequada para a temperatura ambiente, gerando
sobrecarga ou sulfatarão;
• Tensão de carga, quando a tensão de carga excede o tempo e o nível, pode
ocorrer sobreaquecimento da bateria;
40

• Corrente de carga, quando excede os níveis máximos de corrente de carga


sobreaquece a bateria;
• Ripple de tensão: valor de ripple maior que 5% da tensão de flutuação;
• Ripple de corrente;
• Armazenar em estoque além do tempo especificado para a temperatura
ambiente.

Os fatores de maior relevância são explanados nos subcapítulos seguintes.

2.8.2.1 Temperatura de Operação

As baterias são sensíveis a temperatura. O funcionamento das baterias é


normalmente em 25°C, com o aumento da temperatura, haverá um aumento na velocidade nas
reações químicas. A cada 10 °C aumentados a bateria terá o dobro de reações químicas, assim,
perdendo boa parte de sua vida util.
Segundo Menezes (2013) os principais danos que a temperatura pode ocasionar em
uma bateria, são:

• Aumento na corrente corrosão, podendo danificar as grades;


• Aumento da decomposição da água diminuindo o nível de eletrólito;
• Redução do material ativo na grade devido ao desprendimento;

2.8.2.2 Regime de carga

As baterias que são carregadas com uma tensão de flutuação (tensão aplicada à
bateria que evita sua auto descarga) acima das especificadas pelo fabricante tendem a sofrer
sobre temperatura e, consequentemente, danos nas placas e no eletrólito, e quando são
alimentadas com tensão de flutuação abaixo pode ocorrer a sulfatação da mesma, com isso
reduzindo sua vida útil, segundo Menezes (2013).
Conforme Libert (s.d), baterias que estão armazenadas correm um grande risco,
podendo sofrer um processo irreversível de sulfatação das placas, isso se chama de auto
descarga formando pequenos grãos de sulfato, que com o tempo vão se acumulando, criando
barreiras isolantes e diminuindo ou interrompendo o fluxo de corrente entre os polos, sendo de
41

extrema necessidade fazer ciclo de carga das baterias a cada 3 meses para não ocorrer a
sulfatação.

2.8.2.3 Profundidade de descarga

Segundo Libert (s.d.), o tempo de vida da bateria também varia de acordo com o
quanto ela é descarregada à cada ciclo. Descargas profundas são prejudiciais para baterias de
Chumbo Ácido.
Como afirma Menezes (2013), quando as baterias fazem ciclos de descargas e
permanecem após a tensão da bateria estar abaixo do valor final de descarga, estabelecido pelo
fabricante, podem ocorrer redução de sua vida útil ou até mesmo à danos irreversíveis a baterias.
Descargas regulares ultrapassando à 80% de sua capacidade sem recargas de equalização
também podem resultar em danos nas células. A tensão de corte de uma bateria de chumbo
ácido típica é de 1,75 volts por elemento, não fazendo descarga com tensão abaixo desta, as
baterias não terão sua vida útil comprometida e nem a perda de sua garantia.
A tabela 2 relaciona a tensão de corte na descarga da bateria, com o tempo de
autonomia com a corrente de descarga. Exemplo: para uma tensão de corte de 10,5 volts
indicado na primeira coluna, e uma autonomia de 5 minutos teremos uma corrente de descarga
de 18,01 amperes conforme indicado na segunda coluna.

Tabela 2 - exemplos de valores de descarga estabelecidos por um fabricante.

Fonte: datasheet bateria xb12al, Intelbras (s.d.).

2.8.2.4 Número de ciclo de carga e descarga

Segundo a NBR 15254, 2005, a duração da bateria, ou vida útil, ou tempo de vida
é o tempo de vida em que a capacidade efetiva da bateria atinge 80% de sua capacidade nominal
e que é influenciada de diferentes formas dependendo das condições em que são tratadas e em
42

uma série de fatores de design, como por exemplo, o estresse da bateria, a seleção dos materiais
e os processos de fabricação. Geralmente, a duração da bateria é estabelecida pelo número de
ciclos que é esperado para executar, conforme Luna Filho (2017).
As baterias VRLA-AGM (selada) possuem um número limitado de ciclos de carga
que dependem da profundidade da descarga (depth of discharge, DOD), conforme apresentado
no gráfico 1. Quanto mais profunda for a descarga, menor o número de ciclos possíveis, devido
a características construtivas das placas.

Gráfico 1 - Ciclos de carga e descarga em função da profundidade de descarga.

Fonte: Menezes (2013)

2.8.3 Vantagens e desvantagens das baterias de chumbo-ácido

Como cita o site sta-eletronica (http://www.sta-eletronica.com.br/artigos/baterias-


recarregaveis/baterias-de-chumbo/vantagens-e-limitacoes-das-baterias-seladas-de-chumbo-
acido - s.d.), as principais vantagens das baterias de chumbo-ácido são:

• Possuem um baixo custo na aquisição e simples de se produzir;


43

• Tecnologia confiável e bem compreendida;


• Auto descarga baixa;
• Pouco índice de manutenção;
• Capaz de taxas elevadas de descarga.

Segundo o site sta-eletronica, as principais desvantagens das baterias de chumbo-


ácido são:

• Não pode ser armazenada em uma condição descarregada. A tensão da célula


não deve cair abaixo de 2,1 Volts;
• Densidade baixa da energia;
• Permite somente um número limitado de ciclos de descarga. Bem adequada para
aplicações de espera que requerem somente descargas profundas ocasionais;
• Podem causar danos ambientais;
• Limitações do transporte. Existem interesses ambientais a respeito do
derramamento no caso de um acidente;
• Fuga térmica pode ocorrer com carregamento impróprio.

2.8.4 Monitoramento

Os bancos de baterias são os elementos mais importante do sistema ininterrupto de


energia, tendo a necessidade de supervisão periódica para manter a integridade do sistema,
tendo um elemento com defeito podendo afetar todos os outros elementos ocorrendo um efeito
cascata.
Como demonstra o site SE, existem vários equipamentos gerenciadores e
analisadores de banco de baterias, estes fazem o monitoramento das baterias individualmente,
apresentando as medidas, monitorando carga e descargas, agendando teste de descarga para
verificação dos elementos individualmente e da autonomia do banco, ilustrado pela figura 13.
Existem alguns modelos que realizam medições de tensão, temperatura e
impedância de cada elemento, com a função de equalização automática, medição do nível do
eletrólito, limitações de corrente de carga, realizando atualização de status instantâneo das
medições sobre cada bateria, mantendo a vida útil das baterias. No gerenciamento de banco de
baterias existem diversas vantagens, como o monitoramento a distância, identificação do
elemento defeituoso e trocá-lo antes que afete os demais, fornece relatórios customizáveis e
44

online das baterias, programação de limites e aviso de alarmes, tendo assim uma supervisão
detalhada do comportamento do banco.

Figura 13 – Diagrama geral do sistema de monitoramento de baterias.

Fonte:researchgate.net

2.8.5 Descarte

O descarte inapropriado das baterias de chumbo-ácido é extremamente prejudicial


ao meio ambiente e a saúde humana devido a toxidade, representando uma das maiores
preocupações ambientais. Segundo o site STA-ELETRONICA (http://www.sta-
eletronica.com.br/artigos/baterias-em-geral/meio-ambiente/como-descartar-baterias-de-
chumbo - s.d.), a metodologia de reciclagem é simples e 70% do material da bateria de chumbo-
ácido é reutilizável. Mais de 50% da oferta de chumbo vem de baterias recicladas. Em um
descarte adequado, primeiramente não se deve misturar baterias junto com outros resíduos
como vidro, metais, plásticos, papéis e lixo orgânico, reservando para as baterias um recipiente
de descarte próprio, para que se possa dar sequência aos processos de reciclagem.

2.8.5.1 Reciclagem

O processo de reciclagem é simples e rentável, o chumbo é fácil de extrair e pode


ser reutilizado várias vezes. Locais de vendas de baterias de chumbo-ácido são obrigados a
receberem essas baterias velhas ou com defeito, tomando prevenção quanto ao seu manejo
como no seu transporte para as empresas responsáveis pela sua reciclagem. (PRAC, 2011)
Para Battery Council International (2009), o procedimento de reciclagem dessas
baterias na indústria se dá da seguinte forma:
45

• A solução presente na bateria (ácido sulfúrico + chumbo) vai para o


tratamento;
• Após a neutralização do ácido e as devidas análises, é descartado ou
transformado em sulfato de sódio, podendo ser utilizado na produção de vidro,
sabão em pó e na indústria têxtil;
• As baterias são trituradas em moinhos martelos e esse material é lavado a um
tanque, onde ocorre a separação entre o chumbo e o polímero;
• O polímero é fundido e transformado em bastonetes, após a sua passagem por
uma extrusora, e são transformados em novas carcaças de bateria.;
• O chumbo é fundido juntamente com carvão vegetal e pedaços de ferro, que
atuam na retirada das impurezas presente no chumbo, e posteriormente esse
chumbo é transformado em novas grades;
• O sobrenadante é fundido novamente e utilizado na produção de novas grades
de chumbo e outras peças.
46

3 ESPECIFICAÇÃO DO NOBREAK

Neste capítulo são apresentados e explicados os ensaios realizados para determinar


as características de uma fonte ininterrupta de energia com uma breve explicação de como essas
características implicam no funcionamento de uma UPS, conforme a norma IEC 62040-3
(1999), incluindo os ensaios de rendimento, fator de potência, distorção harmônicas, tensão de
ripple, corrente de ripple, regulação estática e dinâmica, carga não linear, tempo de
transferência da chave estática, teste de curto-circuito não permanente e incluindo ensaio de
bancos de baterias e ruído acústico. É de suma importância que todos os ensaios sejam feitos
com cargas lineares e repetidos utilizando cargas não lineares, em conformidade com a norma
IEC 62040-3.
Como afirmado no subcapítulo de delimitação, será usado como referência o
Nobreak de topologia online de médio e grande porte como demonstração dos ensaios e testes
deste capítulo.
Na tabela 3 é apresentada a especificação do Nobreak trifásico entrada e saída,
micro processado, com tecnologia de dupla conversão, estabilizada e saída senoidal, preparado
para operar em paralelo ativo:
47

Tabela 3 – Tabela de características da UPS 120 KVA

Fonte: PREGÃO SESC/AN N.º 14/0039 – PG


48

3.1 RENDIMENTO

Segundo Mattede (s.d.), o rendimento é a relação entre energia liberada e a energia


introduzida, expresso pela equação 2:

𝑷𝒔𝒂𝒊𝒅𝒂
𝜼=𝑷 (2).
𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂

Conforme o site o setor elétrico (https://www.osetoreletrico.com.br/ups-qualidade-


de-energia/), o rendimento de uma fonte ininterrupta é definido pela classe de equipamento
escolhido, pela configuração de instalação e pela sua potência. O offline e o interactive-line,
ambos de pequeno porte, têm em média, um nível de rendimento menor do que os demais. O
rendimento do UPS aumenta nos casos dos modelos de médio e grande porte, como o
interactive-line de maior potência e o de dupla conversão (online). Esses grandes nobreaks
podem chegar a uma eficiência de mais de 90%, variando de acordo com o produto e a
instalação.
O desenvolvimento do rendimento pode disponibilizar melhor confiabilidade no
sistema, mas nunca deixando de ter um mínimo de perda. Especialmente, se em grandes
aplicações forem instalados UPS em redundância. Segundo o site o setor elétrico
(https://www.osetoreletrico.com.br/ups-qualidade-de-energia/), nesse caso, coloca-se os
nobreaks e elementos complementares sempre em dois para cada ponto: duas fontes para um
computador, dois circuitos, dois UPS, dois ramais e dois geradores. Esta ação é muito comum
em aplicações críticas para que não existir um ponto de falha e ameaça de paralisar ou suspender
o trabalho.
Conforme a norma IEC 62040-3 (1999), a forma correta de se obter o rendimento
do nobreak segue na sequencia abaixo:
• Inicialmente ligando o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC e
tensão de saída no nível correto e em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias, em seguida é colocado carga nominal na saída do
nobreak;
• Após de ter adicionado carga, desliga-se o banco de bateria e é feita a medição
da potência de entrada e da potência de saída com instrumento adequado e com
certificado de calibração em dia.
49

Figura 14 – Ensaio de rendimento

Fonte: Dos autores (2018).

3.2 FATOR DE POTÊNCIA

O fator de potência é a razão entre a potência ativa e a aparente. Ele indica a


eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência alta, um fator de
potência baixo indica baixa eficiência energética, conforme o site engelétrica
(http://www.engeletrica.com.br/novo-site/fatordepotencia-manual-fatordepotencia.html - s.d.).
Por exemplo: Um Nobreak que indique sua potência em 3.000VA, com fator de potência de
0,7 terá a capacidade de fornecer 2.100Watts de potência real para a carga final.
Para uma carga sendo alimentada por uma UPS conectada na rede é considerado,
em questões de fator de potência, que a rede está alimentando somente a UPS, ou seja, a energia
reativa que a carga final está consumindo não é vista pela rede.
O principal elemento que indica o fator de potência na entrada é o retificador da
UPS, dependendo do modelo do retificador o fator de potência pode variar. Existem
retificadores chamados PFC, onde o controle de corrente é feito de maneira que a corrente de
entrada fique em fase com a tensão da rede, tendo assim um fator de potência próximo do
unitário.
Para se obter o fator de potência, de acordo com a norma IEC 62040-3 (1999), na
entrada do nobreak é necessário seguir a sequência de teste a seguir:
50

• Inicialmente ligando o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC e


tensão de saída no nível correto e em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias, e em seguida é colocado carga nominal na saída do
nobreak;
• Após ter adicionado carga, desliga-se o banco de bateria e é feita a medição do
fator de potência na entrada, conforme figura 15. Fazer as medições com
instrumento adequado e com certificação de calibração em dia.

Figura 15- Ensaio de distorção harmônica

Fonte: Dos autores (2018).

3.3 DISTORÇÃO HARMONICA

Como demonstrado nos capítulos anteriores a distorção harmônica é formada por


cargas não lineares e podem ser extremamente prejudicais para a rede. No entanto o próprio
Nobreak pode contribuir para geração de harmônicas, pois na sua topologia estão envolvidos
circuitos chaveados responsáveis por inserção de harmônicas. Por este motivo é realizado o
ensaio a seguir, visando verificar o nível de THD da própria UPS, em conformidade com a
norma IEC – 62040-3 (1999).
• Inicialmente ligando o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC e
tensão de saída no nível correto e em modo inversor;
51

• Liga-se o banco de bateria se em seguida é colocado carga nominal na saída do


nobreak;
• Após ter adicionado carga, desliga-se o banco de bateria e é feita a medição da
distorção harmônica total (THDi) de corrente na entrada, para verificar o nível
de distorção que o equipamento gera para a rede, e a distorção harmônica total
(THDv) da tensão de saída do nobreak, para verificar o nível de distorção da
tensão para a carga com instrumento adequado e com certificado de calibração.

Nesse ensaio também pode sem feito a medição das distorções harmônicas
individuais impares, para melhor conhecimento do equipamento.

3.4 RIPPLE

Ripple é o componente de corrente alternada que se sobrepõe ao valor médio da


tensão de uma fonte de corrente contínua. A origem da ondulação normalmente está associada
à utilização retificadores que apresentam uma leve variação na saída. Por exemplo, em uma
tensão de 12 Volts de corrente contínua, o sinal elétrico pode variar entre 11,99 e 12,01 Volts,
uma variação minúscula, mas que pode provocar danos no sistema elétrico.
No caso de fontes ininterruptas de energia, a tensão de ripple pode ser medida pós
o estágio de retificação, junto aos bancos de baterias, conforme as topologias de Nobreak
demonstradas nos capítulos anteriores, onde os valores de ripple para tensão e para corrente
devem estar em conformidade com as especificações do fabricante e pode ser verificada através
dos ensaios a seguir, em conformidade com a norma IEC-62040-3 (1999).

3.4.1 Ripple na tensão de bateria

Para se obter o ripple da tensão de bateria do nobreak é necessário seguir a


sequência de teste abaixo:

• Após ligado o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC e tensão de


saída no nível correto e em modo inversor, liga-se o banco de baterias e em
seguida é colocado carga nominal na saída do nobreak;
52

• Após ter adicionado a carga, desliga-se o banco de bateria e é feita a medição da


tensão de ripple da bateria com o osciloscópio, medindo de pico a pico. Esse
valor é expresso em rms, utilizando o osciloscópio com certificação de
calibração em dia.

Os valores determinados pela norma IEC 62040-3 (1999) é que a tensão de ripple
não pode ultrapassar à 1% da tensão total da tensão de bateria (tensão de link).

3.4.2 Ripple na corrente de bateria

Para se obter o ripple da corrente de bateria do nobreak é necessário seguir a


sequência de teste:
• Após ligado o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC e tensão de
saída no nível correto e em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias e em seguida é colocado carga nominal na saída do
nobreak
• É feita a medição da corrente de ripple da bateria com o osciloscópio, medindo
de pico a pico, esse valor é expresso em rms, utilizando o osciloscópio com
certificação de calibração em dia.

Os valores determinados pela norma IEC 62040-3 (1999) é que a corrente de ripple
não pode ultrapassar à 1% da corrente de carga da tensão de bateria.

3.5 REGULAÇÃO DE TENSÃO

Segundo o site o setor elétrico (https://www.osetoreletrico.com.br/regulacao-de-


tensao/), a regulação de tensão tem como objetivo a verificação da variação da tensão,
comparando o comportamento da tensão em regime de carga e em vazio, em relação a uma
referência (normalmente a tensão em carga).
A IEEE 1100 (2005), trata a regulação de tensão como “o grau de controle ou
estabilidade da tensão eficaz em situação de carga” (normalmente especificado a outros
53

parâmetros, como variações de tensão na entrada, variações de carga.). A IEC 61000-3 (2014)
recomenda a definição da tensão de referência como a tensão nominal do sistema.

3.5.1 Regulação estática

Para uma fonte ininterrupta a regulação estática ajuda a determinar como uma
variação na rede pode afetar a tensão na carga. Neste ensaio é feita uma variação de +/- 10% da
tensão de entrada do retificador, medindo a tensão de saída, não podendo variar +/- 1% em
relação a tensão nominal, conforme a IEC 62040-3 (1999), o valor da regulação em
porcentagem se dá pela seguinte equação:

𝑽𝒓𝒆𝒈.−𝑽𝒏𝒐𝒎
𝑹% = 𝟏𝟎𝟎% (3).
𝑽𝒏𝒐𝒎

• R% é percentual da variação da tensão de saída durante o ensaio;


• Vreg. é o valor da leitura durante o teste de regulação da tensão de saída fase-
neutro;
• Vnom é o valor da tensão de saída fase-neutro nominal do equipamento.

Para se obter a regulação estática na saída do nobreak é necessário seguir a


sequência de teste.
• Após ligado o nobreak, já estando com tensão de link CC, tensão de saída no
nível correto e em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias;
• Em seguida é colocado carga nominal na saída do nobreak;
• Após ter adicionado carga, desliga-se o banco de bateria;
• Utilizando um multímetro conectado na saída, ajustado na escala de tensão
correta, é feito a variação de tensão na entrada do nobreak. A variação é feita +/-
10% da tensão de entrada nominal, verificando-se a tensão de saída, a tensão de
saída do equipamento não podendo variar +/- 1%, conforme a IEC 62040-3
(1999), utilizando instrumentos com certificação de calibração.
54

Figura 16 - Ensaio de regulação estática

Fonte: Dos autores (2018).

3.5.2 Regulação dinâmica

Nas UPS´s, o conceito de regulação dinâmica é útil, pois traduz o comportamento


da tensão de saída dos equipamentos quando se aplica um degrau de carga conhecido e
controlado informada a regulação dinâmica. As normas específicas consideram, neste caso, a
necessidade de retorno da tensão em, pelo menos, 90% da tensão nominal em alguns ciclos,
entre outras exigências, conforme o site O Setor Elétrico
(https://www.osetoreletrico.com.br/regulacao-de-tensao/ - s.d. ).
Para se obter a regulação dinâmica na saída do nobreak é necessário seguir a
sequência de teste.
• Após ligado o nobreak, já estando com tensão de link CC, tensão de saída no
nível nominal e o nobreak em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias;
• Em seguida é colocado uma carga nominal na saída do nobreak com dois níveis
de carga, 50% e 100% de potência nominal;
• Após ter adicionado a carga, desliga-se o banco de baterias, utilizando um
osciloscópio conectado na saída, ajustado na escala de tensão correta e com
trigger configurado;
55

• É feito a variação de carga na saída, de 100% para 50%, o trigger é ajustado


para capturar a elevação de tensão quando acontece o momento degrau de carga;
• O mesmo se repete com a variação de carga de 50% para 100%, o trigger tem
que estar ajustado para capturar a queda de tensão no momento do degrau de
carga;
• Essas variações na saída, calculadas pela equação 4, não podem ultrapassar +/-
10% da tensão nominal, conforme a IEC 62040-3 (1999), utilizando
instrumentos com certificação de calibração;

𝑽𝒅𝒊𝒏.−𝑽𝒏𝒐𝒎
𝑹% = 𝟏𝟎𝟎% (4).
𝑽𝒏𝒐𝒎

• R% é percentual da variação da tensão de saída durante o ensaio;


• Vdin. é o valor da leitura durante o ensaio de regulação dinâmica de saída (fase-
neutro);
• Vnom é o valor da tensão de saída (fase-neutro) nominal do equipamento.

Figura 17 – Ensaio de regulação dinâmica

Fonte: Dos autores (2018)


56

3.6 DESEQUILIBRIO DE CARGA

Este teste é realizado para verificar a capacidade de uma UPS trifásica para manter
a tensão na carga caso haja o desligamento da carga em uma ou duas fases. Durante o teste é
desligado uma das fases, verificando a variação de tensão das três fases, repetido o teste para
todas as fases.
Para realizar esse ensaio é necessário seguir a sequência de teste:

• Inicialmente ligando o nobreak, o mesmo já estando com tensão de link CC,


tensão de saída no nível correto e nobreak em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias;
• Em seguida é colocado carga nominal na saída utilizando disjuntor monopolar
em cada fase, para poder desligar cada fase de forma independente, conforme
ilustrado na figura 18;
• Após ter adicionado carga, desliga-se a carga de uma das fases. É feita a
medição da tensão de saída com um multímetro ajustado na escala correta de
tensão, fazendo o teste desligando uma das fases, e verificando a tensão das três
fases, essa tensão não pode ultrapassar a uma variação de +/- 10% do valor
nominal da tensão, conforme a IEC 62040-3, instrumento com certificado de
calibração.
57

Figura 18 – ensaios de desequilíbrio de carga.

Fonte: Dos autores (2018).

3.7 TEMPO DE TRANSFERÊNCIA DA CHAVE ESTÁTICA

Segundo o site sunpower-uk, o tempo de transferência é a quantidade de tempo que


um UPS leva para mudar do modo inversor, derivado da bateria, para a alimentação reserva, da
rede, ou vice-versa. (https://www.sunpower-uk.com, s.d.)
O teste de transferência é realizado para verificar o tempo de transferência do modo
inversor para a chave estática. O tempo não pode ser maior que 4 milissegundos, podendo variar
para mais ou para menos, dependendo do modelo de nobreak utilizado.
Para se obter se obter o tempo de transferência da chave estática na saída do nobreak
é necessário seguir a sequência de teste abaixo:
• Após ligado o nobreak, já estando com tensão de link CC, tensão de saída no
nível nominal e o nobreak em modo inversor;
• Liga-se o banco de baterias;
• Em seguida é colocado carga nominal na saída;
• Utilizando um osciloscópio conectado na saída ajustado na escala de tensão
correta e com trigger ajustado;
• É feito a transferência do modo inversor para chave estática, o trigger é ajustado
para capturar o momento que acontece a transferência para verificar o tempo em
58

que a carga ficou sem tensão, em milissegundos, conforme a IEC 62040-3


(1999), utilizando instrumentos com certificação de calibração.

3.8 TESTE DE CURTO CURCUITO NÃO PERMANENTE

O teste de fechamento de curto-circuito é realizado com o objetivo de testar a


robustez do equipamento. O mesmo não deverá apresentar avalia após um curto-circuito.
O curto-circuito é feito na saída do nobreak com um disjuntor que deverá abrir após
curto, o equipamento deverá iniciar sem avalia no inversor, durante o curto o inversor bloqueia
transferindo a carga para a chave estática. No máximo que pode acontecer é queimar os fusíveis
da chave estática, após a troca dos fusíveis equipamento deverá funcionar normalmente sem
alarmes.
Para verificar a proteção do nobreak em um curto-circuito não permanente é
necessário seguir a sequência de teste abaixo, conforme a IEC 62040-3 (1999).

• Com o nobreak em condições normais de funcionamento, com baterias ligadas


e com carga nominal;
• É colocado um disjuntor entre a saída e a carga do nobreak, como demonstrado
na figura 19, dimensionado para desarmar durante a aplicação do curto-circuito;
• Após a aplicação do curto-circuito na carga e o disjuntor atuado, o nobreak
deverá voltar a funcionar normalmente sem danos ao inversor.
59

Figura 19 -Ensaio de curto-circuito na saída

Fonte: Dos autores (2018)

3.9 TESTE DE CURTO CIRCUITO PERMANENTE

O teste de curto-circuito permanente é realizado da mesma forma que o não


permanente, descrito no item 3.8, mas com a condição que o disjuntor que aplica o curto-
circuito não abrirá, sendo assim o inversor deverá bloquear e transferir a carga para chave
estática. Neste ensaio o equipamento não deverá ser danificado, somente a queima dos fusíveis
da chave estática, sendo trocados os fusíveis o equipamento deverá voltar a funcionar
normalmente sem avalias.
Para verificar a proteção do nobreak em um curto-circuito permanente é necessário
seguir a sequência de teste abaixo, conforme a IEC 62040-3 (1999):
• Ligar o nobreak em condições normais de funcionamento, com baterias ligadas
e com carga nominal;
• Aplicar o curto circuito na carga, com disjuntor de curto circuito ligado na saída,
o nobreak, deverá bloquear sua saída e transferir para a chave estática que
queimara seus fusíveis. O inversor deverá fazer três tentativas a voltar a
funcionar, como está em curto a saída, após a terceira tentativa ele bloqueia;
• Desliga-se o equipamento, troca-se os fusíveis da chave estática e retira o curto
da saída. Após isso o equipamento deverá funcionar normalmente, sem danos ao
inversor.
60

3.10 ENSAIO DE CURVA DE DESCARGA DO BANCO DE BATERIAS

O ensaio de curva de descarga do banco de baterias tem o objetivo de verificar se


as baterias estão retendo carga conforme especificado pelo fornecedor. Caso não apresentado a
mínima autonomia a bateria é diagnosticada com defeito e substituída.
É interessante verificar se as tensões dos elementos de descarga são iguais, pois
assim terá um banco de baterias homogêneo, garantindo que as baterias tenham melhor
funcionamento e vida útil.
O ensaio de descarga do baterias será realizado conforme as normas NBR 14205
(2018) e 14199 (2018), seguir o procedimento a seguir.
• O primeiro passo é carregar o banco de baterias conforme especificado pelo
fabricante, é necessário que a bateria esteja em estado de plena carga, o qual é
atingido mantendo-a nas condições de flutuação e tempo determinadas pelo
fabricante;
• Segundo passo é deixar a bateria descansar no mínimo durante 1 horas, para que
suas reações químicas se estabilizam;
• Terceiro passo é preparar a carga para realizar a descarga, para isso deve-se
escolher a tensão final e o tempo de descarga, obtendo assim a corrente de
descarga, conforme manual do fabricante, um exemplo é a tabela-2.
• Quarto passo é antes de iniciar a descarga, fazer a medição da tensão de todos
os elementos do banco com o circuito aberto, se for bateria ventiladas é
necessário medir a densidade e a temperatura da solução ácida, e anotar na
planilha. Exemplo de planilha na tabela 4.

Tabela 4 – Tabela para anotação das medições do ensaio de curva de descarga do banco de
baterias.
N° de série Tempo de ensaio Medição Tempo de ensaio Medição Tempo de ensaio Medição
da bateria Circuito aberto 15 minutos 1 hora
V elem. Densid. Temp. V elem. Densid. Temp. V elem. Densid. Temp.
(volts) (°C) (volts) (°C) (volts) (°C)

Fonte: Dos autores (2018)


61

• Quinto passo é iniciar o ensaio, ligando a carga e conectar em série com a bateria
um medidor de corrente (shunt); fazendo a primeira medição 15 minutos depois
do início do ensaio;
• Sexto passo é fazer a medições dos elementos a cada uma hora de ensaio;
• Sétimo passo, o ensaio deve ser encerrado quando qualquer elemento atingir a
tensão final de descarga especificada, ou no termino da última hora de ensaio,
realizar a última medição, e fazer as verificações, quais baterias não atingiram a
autonomia, verificando se a tensão de descarga não abaixou do valor, conforme
manual do fabricante, verificar a densidade e a temperatura da solução ácida se
não teve variações entre eles quando for ventilada. Diferenças de temperatura
maior do que 3 °C e tensão maior do que 0,03 V em baterias de um mesmo banco
isso é sinal que tem alguns elementos com problemas, que não podem chegar a
sua vida útil estimada;
• Oitavo passo é recarregar o banco de baterias com o nobreak, as baterias devem
atingir carga plena conforme especificado pelo fabricante, depois desligar, após
1 horas refazer as medições, tensão de todos elementos verificar se estão
equalizados, quando for ventilada verificar se a densidade da solução atingiu o
valor especificado pelo fabricante.

Observações a serem realizadas: o ensaio deve ser realizado com temperatura


ambiente de 25°C, se houver variação da temperatura ambiente, fazer o fator de correção, a
corrente de descarga deve ser mantida constante durante o ensaio.

3.11 RUÍDO ACÚSTICO

O nível acústico é uma característica do equipamento importante a ser verificada,


dependendo do local aonde o equipamento for ser instalado, pode gerar um desconforto para as
pessoas que estão próximas, reduzindo até mesmo o rendimento das mesmas.
Para se obter o nível de ruído acústico do nobreak é necessário seguir a sequência
de teste abaixo:
• Com o nobreak em condições normais de funcionamento;
• Com baterias ligadas e com carga nominal;
• com um decibelímetro faz as medidas a um metro de distância do
equipamento nos pontos indicados na figura 20.
62

• Após realizadas as medidas é calculada uma média de todos os pontos


medidos;
• Para determinar o nível de ruído acústico gerado pelo equipamento,
expresso em dB. O valor determinado pela norma IEC 62040-3 é que o nível
de ruído não deve passar de 51 a 55 dB(A) a 1 metro de distância da
superfície do operador, conforme figura 20.

Figura 20 – Ensaio de ruído acústico

Fonte: Dos autores (2018)


63

4 DIMENSIONAMENTO NOBREAK

Neste capítulo são apresentados os pontos relevantes para fazer o dimensionamento


correto do nobreak através dos estudos relacionados aos capítulos anteriores. Não são feitos
exemplo de cálculos, somente foram instruídos como proceder para adquirir informação das
características relevantes do sistema que será alimentado pela UPS.
Para fazer o dimensionamento de uma UPS é necessário saber as características das
cargas que serão alimentadas, a seguir será feito algumas observações para fazer o correto
dimensionamento de uma UPS.
Os conhecimentos apresentados neste capítulo foram, em parte, adquiridos por
experiência profissional dos autores.
Os procedimentos são:
• Medição das potências ativas e reativas;
• Fator de crista da carga;
• Regulação estática;
• Fator de potência;
• Ruído acústico;
• Distorção harmônica máxima;

4.1 MEDIÇÃO DAS POTÊNCIAS ATIVAS E REATIVAS

O primeiro passo a ser feito é fazer a medição das potências ativas e reativas das
cargas e seu fator de potência, pois os nobreaks possuem uma limitação quanto essas potências,
normalmente o fator de potência dos nobreaks de médio e grande porte é de 0.8.

4.2 FATOR DE CRISTA DA CARGA

É relevante verificar o fator de crista da carga com um analisador de energia, pois


as cargas não lineares apresentam um fator de crista com valores acima da fundamental, isso
pode influenciar no desempenho da UPS.
As consequências do fator de crista acima da fundamental podem causar
sobreaquecimento no equipamento, fazendo com que a carga seja transferida para a alimentação
reserva.
64

4.3 DINÂMICA DA CARGA

Na análise de dinâmica da carga é verificado a variação na saída em percentual,


pois os nobreaks possuem uma dinâmica que suporta um valor determinado de degrau de carga,
normalmente de 50% para 100% de carga e de 100% para 50%, conforme a IEC 62040-3 (1999)
se o degrau de carga for diferente, como de 20% para 70% por exemplo, é necessário verificar
com o fornecedor da UPS se o equipamento pode suportar o degrau de carga.

4.4 REGULAÇÃO ESTÁTICA

Outro ponto a ser analisado é a regulação estática que a carga precisa para o seu
perfeito funcionamento, quando for preciso uma regulação menor que 1%, é necessário verificar
se a UPS é capacitada para essa regulação com o fabricante.

4.5 FATOR DE POTÊNCIA

É recomendado saber o tempo de trabalho que a UPS é submetida, em algumas


aplicações a UPS não fica em tempo integral com carga, e sim somente no horário comercial.
Quando for trabalhar em horário comercial é necessário verificar com o fabricante se a UPS
gera energia reativa para a rede quando estiver a vazio durante o carregamento das baterias
(experiência do autor).
Quando a UPS alimenta carga abaixo de 50%, se faz necessário verificar o
rendimento e o fator de potência, se necessário fazer o teste com níveis de carga de 15%, 25%,
50%, 75% e 100% para verificar as características de rendimento e fator de potência.

4.6 RUÍDO ACÚSTICO

O local onde vai ser instalado a UPS é um fator importante, pois dependendo do
ruído acústico produzido pelo equipamento pode gerar um desconforto na área de trabalho.
Os nobreaks de médio e grande porte geram ruídos devido a ventilação interna,
com isso se faz necessário verificar o local de instalação e o nível de ruído acústico que a UPS
pode gerar.
65

4.7 DISTORÇÃO HARMÔNICA MÁXIMA

Algumas instalações exigem que a distorção harmônica máxima tenha um valor


especifico na entrada do Nobreak, que é o THDi, pois podem ser prejudiciais para outros
equipamentos da instalação, então a UPS tem de ser especificada para aquela aplicação.
Outro fator é a distorção harmônica na saída da UPS pois possuem cargas que
necessitam de uma forma de onda com baixo nível de distorção na forma de onde da tensão,
que é o THDv.
66

5 DIMENSIONAMENTO DO BANCO DE BATERIA

Para iniciar o dimensionamento do banco de baterias é necessário primeiramente


ter feito o levantamento das cargas e dimensionado a potência do nobreak e ter escolhido o
modelo a ser usado, para ter a especificação dos parâmetros de tensão de flutuação, tensão de
carga e a corrente de carga.
Os principais fatores que influenciam no dimensionamento do banco de baterias
são o número de elementos, a capacidade, as tensões máximas e mínimas do sistema, o perfil
de descarga e os fatores de correção.
Para fazer o dimensionamento do banco de baterias será utilizada as diretrizes da
norma NBR 15254 (2005).

5.1 NÚMERO DE ELEMENTOS

Normalmente os fabricantes já especificam a quantidade de baterias a ser usada no


equipamento, quando elas são baterias de chumbo-ácido de 12 volts seladas e quando são de 2
volts, que é o caso das baterias ventiladas, basta multiplicar por 6 a quantidade de baterias em
relação a selada, pois a selada possui 6 elementos de 2 volts.
As baterias de chumbo ácido têm valores típicos de tensão de flutuação e carga de
13,6 a 13,8V (conforme exemplo da bateria XB 12AL, Intelbras), sendo assim podendo ser
calculada conforme a Equação 5 e 6:

𝑉𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑁= (5).
𝑉𝐹𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎çã𝑜

Onde:
• N é o número de baterias.
• V Nominal é a tensão de flutuação do nobreak.
• V Flutuação é a tensão de flutuação da bateria.

Ou:
67

𝑉𝑒𝑞𝑢𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜
𝑁= (6).
𝑉𝑒𝑏

Onde:
• N é o número de baterias.
• Vequalização é a tensão de carga do nobreak.
• Veb tensão de equalização da bateria, (tensão de carga da bateria).

Outro fator importante é determinar a tensão de corte, calculada pela equação 7, o


nível mínimo que a bateria pode chegar, para que a mesma não sofra danos e a tensão de saída
do nobreak não fique distorcida, quando chegar nesse nível o nobreak gera alarme fim de
descarga e em seguida desliga a saída.

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑛𝑜𝑏𝑟𝑒𝑎𝑘 = 𝑉𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 ∗ 𝑁 (7).

5.1.1 Fatores limitantes

O número de elementos, calculado pela equação 8, deve ser limitado pela tensão
necessária para efetuar uma carga eficiente, não podendo exceder a tensão máxima do sistema.

𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚𝑎𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎


𝑁1𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = (8).
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Mas simultaneamente para uma bateria com tensão mínima de descarga


determinada pela mínima tensão de sistema, o número de elemento deve ser adequado à tensão
final de descarga da bateria, como segue na equação 9:

𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎


𝑁2𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 = (9).
𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Contudo deve ser dimensionado um número de elementos (N) dentre as duas


limitações:
𝑁1 ≤ 𝑁 ≤ 𝑁2 (10).
68

5.2 CAPACIDADE DA BATERIA

A capacidade de uma bateria define seu potencial energético, é expressa em


ampere-hora. Se uma bateria debita um ampere (1 A) de corrente (fluxo) por uma hora, tem
uma capacidade de 1 Ah. Se puder fornecer 1 A por 10 horas, sua capacidade é 10 Ah.
A capacidade da bateria em amperes-hora é igual a capacidade de um único
elemento, desde que todos os elementos estejam em série. Podem-se utilizar baterias de igual
capacidade conectadas em paralelo, para se obter a capacidade desejada, sendo que essa pratica
deve seguir a recomendação da ABNT NBR 14204 (2014).

5.2.1 Fator de capacidade (Fator Kt)

O fator de capacidade, calculado pela equação 11, é um coeficiente obtido da


divisão entre a capacidade nominal em amperes horas de um elemento (Cn) e a corrente por ele
fornecida durante um período t(It), até atingir uma dada tensão final de descarga, definida pelo
projeto.

𝐶𝑛
𝐾𝑡 = (11).
𝐼𝑡

Kt assume valores característicos de acordo com o tempo de condução e a tensão


de corte conforme as curvas do ábaco K específico do modelo da bateria e a temperatura em
graus. O cálculo da capacidade necessária para atender determinado através do ábaco K que
determina a capacidade (C) necessária para esse consumo, conforme gráfico - 2.
69

Gráfico 2 – Valores de K para bateria tipo TM75 a 25 graus e densidade 1,21

Fonte: Teleco.com.br

5.3 CLASSIFICAÇÃO DE CARGAS PARA DIMENSIONAMENTO

As cargas na saída do nobreak podem apresentar diversos comportamentos


diferentes durante a descarga das baterias dependendo da aplicação. A seguir foram
apresentadas as possíveis classificações das cargas segundo a norma ABNT NBR 15254 (2005).

• Cargas contínuas (permanentes): São aquelas que apresentam o mesmo valor de


consumo durante todo o perfil de descarga das baterias, como iluminação,
motores CC, inversores, sistemas de telecomunicação, etc;
70

• Cargas não contínuas (intermitentes): São aquelas que podem ocorrer a qualquer
tempo durante o perfil de descarga das baterias, podendo, ou não,
permanecerem ligadas até o final do perfil. São, tipicamente, as cargas com
tempo de operação maior que 1 minuto;

• Cargas momentâneas (eventuais): São aquelas que podem ocorrer uma ou mais
vezes durante o perfil de descarga das baterias, não excedendo em qualquer das
ocorrências o tempo de duração de 1 minuto;

• Cargas aleatórias: São cargas cuja operação pode se dar a qualquer instante;

5.4 DIMENSIONAMENTO PARA CARGA CONTÍNUA

5.4.1 Cálculo da corrente

Quando a descarga for com potência constante é usual a conversão de potência em


corrente e para fins de dimensionamento. Para essa conversão, devem-se utilizar as equações
12 e 13:
Bateria utilizadas para alta intensidade de descarga (UPS).

𝑃
𝐼𝑚á𝑥 = 𝑉 𝑖𝑛𝑣 (12).
𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒

Onde:

• 𝑰𝒎á𝒙 é a corrente máxima de descarga atingida no final do perfil de descarga;

• 𝑷𝒊𝒏𝒗 é a potência nominal solicitada pelo inversor, em watts, para dimensionar


a potência de saída no inversor é necessário fazer o levantamento de cargas (em
watts) e dividir pelo rendimento do inversor, conforme a equação a seguir;
∑ 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑃𝑖𝑛𝑣 = 𝜂 (Equação 13).
𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟

• 𝑽𝒎𝒊𝒏𝒊𝒎𝒂 𝒅𝒆𝒇𝒊𝒏𝒊𝒕𝒊𝒗𝒂 = 𝑉Mínima baterias − 𝑄𝑇𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 .


71

• Onde 𝑉Mínima baterias é a mínima tensão de descarga especificada para a


bateria;
• 𝑄𝑇𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 é a Queda de tensão entre bateria e inversor, que pode se dar por
perdas no cabeamento entre o banco de baterias e o inversor (é recomendável
colocar sempre o banco de bateria o mais próximo possível do Nobreak para o
melhor rendimento do sistema).

5.4.2 Dimensionamento de bateria com uma corrente de descarga contínua

Considerando a seguintes características:


• Corrente de descarga da carga (𝐼𝑚á𝑥 );
• Tempo de descarga (t);
• Tensão mínima de descarga por elemento, (Vcorte);

Para encontrar o valor de Kt utilizasse gráfico 3 para o modelo especifico da bateria


a ser utilizado nas condições de temperatura e densidade.

Gráfico 3 – Valores de K para bateria- Hypothetical composite rating curve for XYZ cell
manufactured by ABC company

Fonte: Teleco.com.br
72

Calcula-se a capacidade nominal da bateria desejada com a equação 14:

𝐶𝑛 = 𝐼𝑚𝑎𝑥 ∗ 𝐾𝑡 (14).

Assim, encontrado um valor para Cn, na sequência procura-se em catálogos


comerciais a capacidade da bateria sucessivamente acima do resultado.
Observação: considerar os ajustes de projeto a ser comentados no item 5.6 para que
o dimensionamento tenha melhor eficiência e durabilidade.

5.5 CÁLCULO DE DIMENSIONAMENTO DE CARGAS ALEATÓRIAS

Para determinar a capacidade do elemento, é necessário calcular, a partir da análise


de cada seção do perfil de descarga (gráfico 4), a capacidade máxima requerida pelas descargas
combinadas (corrente versus tempo) das várias seções.
Verifica-se no gráfico 4, que a primeira seção analisada deve corresponder ao
primeiro período do ciclo de descarga. Utilizando-se o fator Kt, para determinado elemento
selecionado, calcula-se a capacidade do elemento que deve fornecer a corrente (A1) requerida
durante este período pela equação 15:

C1=A1 x K1 (15).

Para a segunda seção, a capacidade é calculada, pela equação 16, assumindo-se que
a corrente requerida no primeiro período (A1), continua ao longo do segundo período. Esta
capacidade é então ajustada para a variação da corrente (A2-A1) durante o segundo período.
Novamente é utilizado o fator Kt para determinar a capacidade do elemento que deve fornecer
a corrente necessária.

C2=(A2-A1) x K2 (16).

Desta maneira, calcula-se a capacidade subsequentes de cada seção. Cada


capacidade final deve ser o valor máximo as somatórias das capacidades obtidas em cada
período.
73

No caso das cargas aleatórias, calcula-se a capacidade do elemento para a seção


mais crítica do ciclo de descarga e adiciona-se a esse valor a capacidade do elemento
correspondente às descargas aleatórias.
No dimensionamento correto da capacidade de um elemento, um fator K adequado
para essa capacidade deve ser usado. Como esse valor base é desconhecido, uma primeira
aproximação é necessária para determinar a capacidade estimada do elemento. Um fator K
arbitrado é usado para determinar uma capacidade, conforme a equação 17, que serve como
base para selecionar o fator K apropriado. Pode ser que várias interações sejam necessárias até
que o valor correto do fator K seja atingido, pois o gráfico de fator K inicialmente utilizado não
possui a corrente da bateria calculada, com isso se utiliza um gráfico, como o gráfico 4 por
exemplo, que possua a corrente de bateria calculada, conforme ABNT NBR 15254 (2005).

𝐶𝑑 = 𝑚𝑎𝑥 ∑𝑝=𝑛
𝑝=1 (𝐴𝑃 − 𝐴𝑃−1 )𝑥𝐾𝑡 (17).

Gráfico 4 – Gráfico de interações

Fonte: ABNT NBR 15254 (2005).

Nota 1- O maior somatório determina a capacidade do elemento.

• Cd é a capacidade dimensionada;
• S é a seção do ciclo do perfil de descarga em analise;
• P é período em análise;
74

• N é o número de interações;
• 𝐴𝑃 é a corrente requerida (em amperes) para o período P;
• 𝑡 é o tempo de início do período P até o final da seção S;
• 𝐾𝑡 é o fator de capacidade.

Se a corrente para o período P+1 for maior que a corrente para o período P, então a
seção S=P+1 deve requerer um elemento maior do que a seção S=P. Consequentemente, os
cálculos para a seção S=P podem ser omitidos.
Primeiramente devemos fazer o levantamento das cargas e seus respectivos tempos
que estão ligadas, e depois calcular a corrente Imax para descarga, pelas equações 18 e 19.
Para fazer o cálculo da corrente de descarga é necessário saber a tensão de corte da
bateria e o rendimento do nobreak.
Neste exemplo de cálculo vamos adotar Vcorte na descarga de 357 Vcc e um
rendimento do inversor de 92%.

∑ 𝑃𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑃𝑖𝑛𝑣 = (18).
𝜂𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟

𝑃
𝐼𝑚á𝑥 = 𝑉 𝑖𝑛𝑣 (19).
𝑐𝑜𝑟𝑡𝑒

Tomando como exemplo o gráfico 5 e usando-se os valores da tabela 5 e a equação


20, se a corrente para o período P+1 for maior que a corrente para o período P, então a seção
S=P+1 deve requerer um elemento maior do que a seção S=P. Consequentemente, os cálculos
para a seção S=P podem ser omitidos.
O maior somatório determina a capacidade do elemento.
75

Gráfico 5 –Exemplo gráfico de interações

Fonte: ABNT NBR 15254

Tabela 5 - dados de dimensionamento da bateria.


Período Cargas simultâneas Potência da Corrente (A) Tempo (min)
no período carga(KW)
1 L1+L2 105,10 320 1
2 L1+L3 32,84 100 29
3 L1+L3+L4+L5 91,96 280 30
4 L1+L3+L4 65,69 200 60
5 L1 13,14 40 59
6 L1+L6 39,41 120 1
A L7 32,84 100 1
Fonte: Dos autores 2018.

𝐶𝑑 = 𝑚𝑎𝑥 ∑𝑝=𝑛
𝑝=1 (𝐴𝑃 − 𝐴𝑃−1 )𝑥𝐾𝑡 (20).
76

• Cd é a capacidade dimensionada;
• S é a seção do ciclo do perfil de descarga em analise;
• P é período em análise;
• N é o número de interações;
• 𝐴𝑃 é a corrente requerida (em amperes) para o período P;
• 𝑡 é o tempo de início do período P até o final da seção S;
• 𝐾𝑡 é o fator de capacidade.

A Primeira seção

A1=320 A, logo A1-A0= 320 A


O tempo t= 1minuto
Para esse valor considerou-se o fator K de 0,77, conforme gráfico 3.
A capacidade para essa seção é:
C = 320 X 0,77 = 246,4 Ah

Segunda seção

De acordo a tabela 5 e com o descrito na nota 1, o valor da terceira seção (280A) é


maior que o da segunda sessão (100A) e, sendo assim, a capacidade da segunda seção pode ser
desprezada.

Terceira seção

A1 = 320 A, logo: A1-A0 = 320 A


O tempo t é o somatório dos diversos períodos, conforme indicado na tabela 5.
T= 1 + 29 + 30 = 60 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C1= 320 x 2 = 640 Ah
Continuando:
A2 = 100 A, logo: A2 - A1 = -220 A
77

O tempo t é o somatório dos diversos períodos, conforme indicado na tabela 5.


t = 29 + 30 = 59 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C2 = -220 X 2 = -440 Ah
Continuando:
A3 = 280 A, logo: A3 - A2 = 180 A
O tempo t é o somatório dos diversos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=30 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 1,44, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C3 = 180 x 1,44 = 259,2 Ah
Logo, o total da sessão 3 deve ser:
C = C1 + C2 + C3 = 459,2 Ah

Quarta seção

A1 = 320 A, LOGO: A1 - A0 = 320 A


O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t = 1 + 29 + 30 + 60 = 120 minutos

Para esse valor, considerou-se o fator K de 2,91, conforme gráfico 3.


A capacidade é:
C1 = 320 X 2,91 = 931,2 Ah
Continuando:
A2 = 100 A, logo: A2 - A1 = -220 A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t = 29 + 30 + 60 = 119 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2,91, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C2 = -220 X 2,91= -640,2 Ah
Continuando:
A3 = 280A, logo: A3 - A2 = 180 A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
78

t = 30 + 60 = 90 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2,46, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C3 = 180 x 2,46= 442,8 Ah
Continuando:
A4=200 A, logo: A4 - A3 = -80 A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t = 60 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C4 = -80 x 2= -160 Ah
Logo, o total da sessão 4 deve ser:
C = C1 + C2 + C3 + C4 = 573,8 Ah

Quinta seção

De acordo com a tabela 5 e com o descrito na nota 1, o valor da seção (120A) é


maior que a da quinta sessão (40A) e, sendo assim, a capacidade da quinta seção pode ser
desprezada.

Sexta seção

A1 = 320 A, logo :A1 - A0 = 320A


O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t= 1 + 29 + 30 + 60 + 60 = 180 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 3,72, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C1=320 x 3,72=1190,4 Ah
Continuando:
A2=100 A, logo: A2-A1=-220A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=29+30+60+60=179 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 3,72, conforme gráfico 3.
79

A capacidade é:
C2=-220 x 3,72=-818,4 Ah
Continuando:
A3=280A, logo: A3-A2=180A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=30+60+60=150 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 3,33, conforme gráfico 3.
Capacidade é;
C3=180 x 3,33=599,4 Ah.
Continuando:
A4=200 A, logo:A4-A3=-80A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=60+60=120 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2,91, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C4=-80 x 2,91=-232,8 Ah.
Continuando:
A5=40 A, logo:A5-A4=-160A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=60 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 2, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C5=-160 x 2=-320 Ah.
Continuando:
A6=120 A, logo:A6-A5=80A
O tempo t é o somatório dos períodos, conforme indicado na tabela 5.
t=1 minutos
Para esse valor, considerou-se o fator K de 0,77, conforme gráfico 3.
A capacidade é:
C5=80 x 0,77=61,6 Ah.
Logo o total da sessão 6 deve ser:
C=C1+C2+C3+C4+C5+C6=480,2 Ah
80

Dos valores acima acumulados, verifica-se que a maior exigência quanto à


capacidade ocorre durante a quarta seção(Cd=C4) e, dessa forma, é ao final desta que deve ser
colocada a carga aleatória, sendo assim:
R=100 A
Tempo t é correspondente ao indicado na tabela 5.
T=1 minuto
Para esse valor, considerou-se o fator K de 0,77, conforme gráfico 3.
A capacidade para o período aleatório deve ser:
Cr=100 x 0,77=77 Ah
A capacidade calculada é:
C=C4+Cr= 573,8+77=650,8 Ah
Sobre a capacidade calculada devem ser aplicados s fatores de correção definidos
em 5.6.1.
Para finalizar o dimensionamento, deve-se procurar em catálogos comerciais a
capacidade da bateria imediatamente acima desse valor calculado final.

5.6 CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS

Além do cálculo básico para determinar a capacidade da bateria, o projetista deve


considerar a necessidade de aplicar os fatores de tamanho descritos nos próximos itens.

5.6.1 Correção da capacidade em função da temperatura

A capacidade da bateria depende da temperatura de operação. A correção de


capacidade contra a temperatura deve ser realizada de acordo com a equação 21:

1
𝐹𝑡 = 1+𝜆(𝑇−25) (21).

Onde:
• Ft é o fator de correção da capacidade com a temperatura, em graus célsius;
• 𝜆 é o coeficiente que varia em função do tempo de descarga, sendo geralmente
aplicado ao valor de 0,006 para regimes de descarga superiores a 1h e 0,01 para
regimes iguais ou menores a 1 h ou outros valores informados pelos fabricantes;
• 𝑇 é a temperatura de operação em graus Celsius;
81

5.6.2 Fator de envelhecimento

Se for necessário que a bateria atenda totalmente ao perfil de descarga até o final
de sua vida útil, um fator de correção de envelhecimento de 25% deve ser usado.

5.6.3 Fator de segurança

Se a bateria for instalada em um local onde a energia CA não seja confiável e cause
descargas freqüentes, um fator de segurança de 15% será alcançado.
82

6 CONCLUSÃO

Concluímos que das topologias que existem a que possui uma maior confiabilidade
e robustez é a topologia online, protegendo o sistema contra vários distúrbios da rede da
concessionária.
Durante o desenvolvimento do trabalho percebemos que cada vez mais as UPS´s
são utilizadas para várias áreas de aplicação, devida a necessidade de ter o meio a informação
ou trabalho contínuo sem interrupção. As áreas residenciais têm a utilização de fontes
ininterruptas com objetivo de proteger computadores e outros equipamento eletrônicos
sensíveis a distúrbios. Nas áreas dos centros urbanos, os Nobreaks têm como principal objetivo
reforçar a garantia de equipamentos de segurança fazendo que continuem funcionando mesmo
durante faltas da rede. Nas telecomunicações, os UPS garantem a possibilidade de nos
comunicarmos a distância mesmo durante a falta de energia. Na área médica os Nobreaks são
essenciais porque equipamentos médicos devem manter o funcionamento durante distúrbios da
rede salvando vidas em risco. A aplicação industrial do UPS tem objetivo de não deixar que a
empresa sofra prejuízos financeiros com a perda do produto durante defeitos na rede elétrica.
Os principais fatores que determinam a qualidade de um nobreak são;
• O rendimento, pois cada fez buscamos equipamentos com eficiência
energética melhor devido a questões financeiras e ambientais.
• O fator de potência e a taxa de distorção harmônica, devido a qualidade de
energia absorvida da rede, gerando o mínimo possível de energias reativas
e poluições na rede da concessionária;
• O ripple na corrente e na tensão das baterias, são fatores importantes para
vida útil da bateria;
• A regulação estática e a regulação dinâmica são características das cargas
que o nobreak tem que suprir, pois cada carga possuiu características
diferentes.
• É fundamental saber a tensão em um desequilíbrio de carga, pois em
algumas aplicações os nobreaks trifásicos alimentam cargas monofásicas,
na redução da carga em uma fase pode ocasionar a elevação de tensão nas
demais;
• O tempo de transferência da chave estática é necessário saber, pois possui
cargas sensíveis a certo tempo de interrupção de energia;
83

• A atuação quanto a curtos-circuitos é importante saber a robustez dos


equipamentos a curto circuito, pois equipamentos de grande porte
normalmente não possui em estoque;
• O nível de ruído acústico emitido pelo equipamento é uma característica
do equipamento importante que pode influenciar no ambiente de trabalho,
gerando desconforto aos funcionários.
Todas estas características são obtidas através dos ensaios foram descrevidos como
realizar no capítulo 3, conforme a IEC 62040-3 (1999), para adquirir um equipamento com a
qualidade mínima para que o sistema opere com confiabilidade e durabilidade.
Outros aspectos estudados foram os cuidados relacionados ao uso das baterias de
chumbo ácidos devido as suas características, garantindo uma vida útil mais longa desde a
estocagem, o uso, descarte e reciclagem. Chegamos à conclusão que os principais aspectos que
influenciam na vida útil de uma bateria são: a temperatura de operação, o regime de carga, a
profundidade de descarga e o número de ciclos de carga descarga. Podendo causar o aumento
da corrente de corrosão danificando as grades, aumento da decomposição da água, redução do
material ativo na grade e sulfatação das placas entre outras consequências conforme descrito no
capítulo 2.8.
O dimensionamento do banco de baterias é feito utilizando as diretrizes da norma
NBR 15254 (2005), primeiramente calculando o número de elementos, levando em
consideração os fatores limitantes, na sequência é calculado a capacidade da bateria, as cargas
terão de ser classificadas dentre as contínuas, não contínuas, momentâneas e aleatórias. É feito
o cálculo da corrente conforme o tipo de carga.
Concluímos que os principais aspectos que contribuem para uma melhora na
eficiência de uma fonte de energia ininterrupta são obtidos através de ensaios realizados em
fabricas de nobreak e bancos de bateria
Como forma de melhorar a confiabilidade de um UPS recomendasse formar
sistemas redundantes, como por exemplo a utilização de sistema de nobreak em paralelo, com
o correto dimensionamento do Nobreak e do banco de baterias.

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como neste trabalho não foi utilizado um estudo de caso, sugere-se realizar um
estudo de caso, utilizando os estudos realizados neste trabalho, fazendo um dimensionamento
completo de um sistema ininterrupto de energia.
84

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