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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, IP

DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO


CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE SINTRA

UFCD 6223
Direito aplicado as empresas – Algumas especificidades

1 - No contexto da actual Gestão das Organizações, qual a importância da


correta aplicação da legislação de proteção à propriedade industrial?
A importância da sua correta aplicação desempenha um papel determinante,
assegurando a proteção dos investimentos realizados pelas empresas em
investigação e desenvolvimento, criando as condições necessárias para o
desenvolvimento tecnológico, para a competitividade das economias e para a
promoção da inovação.

Tendo por objeto a proteção dos resultados da atividade inventiva em todos os


domínios tecnológicos (através de patentes e modelos de utilidade), da
configuração estética resultante da atividade criativa das empresas e dos designers
(através do Design) e dos sinais usados para distinguir produtos e empresas no
mercado (através de marcas e logotipos).

A proteção por cada um destes Direitos de Propriedade Industrial, tem de obedecer


a determinados requisitos legais (limitações ao objeto de proteção, requisitos de
concessão, requisitos formais dos requerimentos e dos documentos de instrução
dos pedidos de concessão de direitos de propriedade industrial) e tem um caráter
temporário.

2 - Justifique porque motivo é crucial a existencia e proteção da


propriedade industrial?
Podemos dizer que a Propriedade Industrial abrange o conjunto de direitos
intelectuais, isto é, direitos derivados da nossa atividade intelectual que se aplicam,
em particular, às invenções, ao design, aos sinais distintivos e às indicações de
origem geográfica. Em Portugal, este tipo de direitos, apesar de protegerem objetos
ou bens criados pelo intelecto humano, são designados direitos de propriedade
industrial, como consequência da sua comum associação a bens produzidos nos
setores industriais mais tradicionais.

Em complemento ao ponto anterior, a Propriedade Intelectual abrange o conjunto


de direitos intelectuais, conhecidos normalmente como direitos de autor e direitos
conexos, particularmente relacionados com a criação de obras intelectuais, sejam
elas de carater científico-literário, musical, artístico, etc...

A Propriedade Industrial compreende a proteção de: invenções, desenhos


industriais, marcas de fábrica (produtos) e de serviços, bem como logótipos das
empresas.

A Propriedade Intelectual concerne as criações artísticas e literárias, de entre as


quais se devem referir: obras científicas, musicais, audiovisuais e plásticas,
alocuções, conferências, projetos, desenhos, , programas de computador, bases de
dados, pantomimas, fotografias, etc...
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Tanto a propriedade industrial como intelectual servem para proteger o património


intelectual das empresas: os seus ativos intangíveis, sejam eles derivados do
próprio nome comercial com que estas se identificam no mercado, do valor e
reconhecimento das suas marcas, dos próprios desenhos dos produtos, da invenção
de novos produtos ou melhoria dos existentes, do avanço tecnológico para a
prestação de serviços, dos novos e diferentes softwares e programas de
computador criados, da produção artística e literária, da investigação científica, da
produção musical e cinematográfica, etc...

3 - De que forma a legislação existente de propriedade industrial é uma


garantia de boa concorrência?
Permite impedir que alguém utilize, sem consentimento, uma marca, uma patente
ou um desenho ou modelo (ou outras modalidades), habilitando o titular a acionar
todos os mecanismos legais para fazer cessar ou punir qualquer conduta
usurpadora.

Por outro lado, atribui um direito de propriedade. Este direito de propriedade obtido
através da proteção ou do registo é livremente disponível, podendo o titular
transmitir ou conceder licenças de exploração das suas marcas, patentes ou
desenhos ou modelos, rentabilizando dessa forma os investimentos realizados.

As vantagens da proteção incluem a possibilidade de impedir que terceiros:

Protejam o mesmo produto ou processo (patente)

Registem um sinal idêntico ou semelhante para produtos ou serviços idênticos ou


afins (marca)

Registem o mesmo design ou design idêntico para outro produto (desenho ou


modelo)

A propriedade industrial transmite ainda ao cliente do titular, segurança,


credibilidade e esforço contínuo em inovação, sendo também fundamental para a
internacionalização do negócio.

Confirmar que não há nenhuma patente, já registada, que limite o desenvolvimento


de negócio resultante da ideia.

Artigo 311.º

Concorrência desleal

1 — Constitui concorrência desleal todo o ato de concorrência contrário às normas e


usos honestos de qualquer ramo de atividade económica, nomeadamente:

a) Os atos suscetíveis de criar confusão com a empresa, o estabelecimento, os


produtos ou os serviços dos concorrentes, qualquer que seja o meio empregue;

b) As falsas afirmações feitas no exercício de uma atividade económica, com o fim


de desacreditar os concorrentes;

c) As invocações ou referências não autorizadas feitas com o fim de beneficiar do


crédito ou da reputação de um nome, estabelecimento ou marca alheios;
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d) As falsas indicações de crédito ou reputação próprios, respeitantes ao capital ou


situação financeira da empresa ou estabelecimento, à natureza ou âmbito das suas
atividades e negócios e à qualidade ou quantidade da clientela;

e) As falsas descrições ou indicações sobre a natureza, qualidade ou utilidade dos


produtos ou serviços, bem como as falsas indicações de proveniência, de localidade,
região ou território, de fábrica, oficina, propriedade ou estabelecimento, seja qual
for o modo adotado;

f) A supressão, ocultação ou alteração, por parte do vendedor ou de qualquer


intermediário, da denominação de origem ou indicação geográfica dos produtos ou
da marca registada do produtor ou fabricante em produtos destinados à venda e
que não tenham sofrido modificação no seu acondicionamento.

2 — São aplicáveis, com as necessárias adaptações, as medidas previstas no artigo


345.º

Artigo 345.º

Providências cautelares

1 — Sempre que haja violação ou fundado receio de que outrem cause lesão grave
e dificilmente reparável do direito de propriedade industrial ou de segredo
comercial, pode o tribunal, a pedido do interessado, decretar as providências
adequadas a:

a) Inibir qualquer violação iminente; ou

b) Proibir a continuação da violação.

2 — O tribunal exige que o requerente forneça os elementos de prova para


demonstrar que é titular do direito de propriedade industrial ou do segredo
comercial, ou que está autorizado a utilizá-lo, e que se verifica ou está iminente
uma violação.

3 — As providências previstas no n.º 1 podem também ser decretadas contra


qualquer intermediário cujos serviços estejam a ser utilizados por terceiros para
violar direitos de propriedade industrial ou segredos comerciais.

4 — Pode o tribunal, oficiosamente ou a pedido do requerente, decretar uma


sanção pecuniária compulsória com vista a assegurar a execução das providências
previstas no n.º 1.

5 — Ao presente artigo é aplicável o disposto nos artigos 341.º a 343.º

6 — A pedido da parte requerida, as providências decretadas a que se refere o n.º


1 podem ser substituídas por caução, sempre que esta, ouvido o requerente, se
mostre adequada a assegurar a indemnização do titular.

7 — Na determinação das providências previstas no presente artigo, deve o tribunal


atender à natureza dos direitos de propriedade industrial ou do segredo comercial,
salvaguardando, nomeadamente, a possibilidade de o titular continuar a explorar,
sem qualquer restrição, os seus direitos.

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