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Manual do Formando
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1
Índice
Objetivos ..................................................................................................................... 3
Definição de Disgrafia e Disortografia ..................................................................... 4
Disgrafia – Definição e características disgráficas ............................................... 4
Disortografia – Definição e características disortográficas ................................ 6
Etiologia – origem da Disgrafia e Disortografia ....................................................... 8
Requisitos para a correta aprendizagem da escrita, ortografia e caligrafia .......... 11
Perfil neuropsicológico da criança disgráfica ......................................................... 16
Classificação da disgrafia ......................................................................................... 17
Classificação da disortografia .................................................................................. 18
Links para aprofundar conhecimentos.................................................................... 19
Referências bibliográficas .......................................................................................20
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Objetivos
3
Definição de Disgrafia e Disortografia
À entrada para o 1º Ciclo, a criança, à partida, domina o sistema linguístico na sua
modalidade oral e, por isso, está apta para iniciar o processo de aprendizagem de leitura
e escrita. Contudo, ainda não sabe quais os aspetos fonológicos da oralidade são
necessários para ler e escrever e enfrenta agora o desafio de os tornar percetíveis,
compreendendo que frases são constituídas por palavras, sílabas e sons, e que estes são
representados por letras. Aprende novas regras e um novo sistema (Fernández, Mérida,
Cunha, Batista, & Capellini, 2010; Coimbra, 2013).
O processo de escrita engloba, de forma global, três processos complementares,
que dizem respeito 1) à utilização dos sons (fonemas) como símbolos auditivos, 2) à
utilização de sinais gráficos (letras ou grafemas) correspondentes aos fonemas, ou seja,
com respeito pela conversão fonema-grafema, e 3) à execução do traçado dos sinais
gráficos.
A disgrafia diz respeito a alterações no terceiro processo descrito, relacionando-
se com a componente práxica da escrita, enquanto a disortografia se relaciona com
alterações ou dificuldades nos processos 1) e 2), sem considerar a forma da escrita
(Torres & Fernández, 2001).
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Assim, a disgrafia é uma perturbação funcional que se relaciona com o ato motor
da escrita, verificando-se alteração da grafia no que diz respeito ao traçado e disposição
espacial dos sinais gráficos, presente em crianças com capacidade intelectual nos limites
normais ou acima da média, sem lesões sensoriais graves ou perturbações neurológicas,
que apresentem adequada estimulação cultural e pedagógica (Torres & Fernández,
2001; Cinel, 2003, citado por Franceschini, Aniceto, Oliveira, & Orlando, 2015; Souza,
2015; Peces, 2016).
É importante ter em conta a idade da criança, pois não deve ser considerada
disgrafia em períodos que antecedem a aprendizagem formal da escrita, isto é, antes dos
6 anos (Torres & Fernández, 2001; Peces, 2016)
De acordo com os autores consultados, as características disgráficas dizem
respeito a alterações na execução gráfica das letras, e podem corresponder a (Torres
& Fernández, 2001; Coelho, 2012, citado por Franceschini, Aniceto, Oliveira, &
Orlando, 2015):
Alteração da forma das letras
o No que diz respeito ao controlo do movimento gráfico, em
tamanho, inclinação e espaçamento.
Alteração do tamanho das letras
o Macrografia (letras excessivamente grandes), por movimentos
anómalos do braço e/ou por dificuldades de preensão do lápis
(segura o lápis muito em cima);
o Micrografia (letras excessivamente pequenas), por movimentos
exclusivos dos dedos e/ou por dificuldades de preensão do lápis
(segura o lápis muito em baixo);
Alteração da inclinação
o Pode ocorrer tanto a nível da linha (afastamento) como a nível da
letra. Pode verificar-se alteração da inclinação do papel.
Alteração do espaçamento das letras
o Observando-se letras isoladas ou sobrepostas.
Alteração das ligações entre as letras
o Podem ocorrer por desconhecimento dos grafemas ou por
dificuldade nos movimentos necessário para a sua execução,
particularmente em termos de rotações do pulso
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Alteração do traçado
o Relacionados com o grau de pressão exercida sobre o lápis e o seu
bico, podendo ilustrar traços exagerados, rígidos e grossos
(pressão intensa) ou demasiado suaves e quase impercetíveis
(pressão insuficiente);
o Grafismo trémulo ou irregular.
Por vezes, uma criança com disgrafia apresenta também uma disortografia, e a
caligrafia serve para camuflar os erros ortográficas (Souza, 2015).
palavra mas não o seu traçado ou grafia”, e corresponde a um padrão de escrita que não
cumpre as regras ortográficas convencionais que regem determinada língua (Vidal, 1989,
citado por Torres & Fernández, 2001; Fernández, Mérida, Cunha, Batista, & Capellini,
2010).
Deixa-se por isso de lado a problemática grafomotora, no que diz respeito ao
traçado, forma e direccionalidade das letras, colocando-se a ênfase na aptidão para
transmitir o código linguístico falado ou escrito por meio dos grafemas ou letras,
respeitando a correta conversão fonema-grafema, as peculiaridades ortográficas de
algumas palavras em que essa correspondência não é tão clara (palavras com “b” ou “v”,
sem “h”) e as regras de ortografia (Torres & Fernández, 2001; Coimbra, 2013).
Assim, escrever inclui competências como:
Capacidade de análise do estímulo sonoro;
Capacidade para evocar uma forma gráfica ausente, realizando conversão
fonema-grafema;
Capacidade para sequenciar e ordenar corretamente os elementos
sonoros e gráficos;
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Capacidade para atribuir um significado à síntese grafofonémica
realizada, com estruturação semântica e gramatical e respeito pelas
regras ortográficas.
Compreende-se, pois, que o processo ortográfico admite duas vertentes:
Uma vertente linguística-percetiva, que permite realizar a análise
fonémica e a estruturação temporal da cadeia de fala;
Uma vertente visuoespacial, que permite a atividade de reter, interpretar
e sequenciar os signos gráficos em duas dimensões.
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exemplo, erros de pontuação e/ou de utilização de
maiúsculas/minúsculas.
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Perturbações do esquema corporal
Postura corporal inadequada, dificuldade na
preensão do lápis, grafismo lento e cansativo.
Causas caracteriais
o Relacionadas com fatores de personalidade e/ou psicoafetivos,
que podem determinar o grafismo (estável/instável, lento/rápido,
insuficiente/intensa pressão, por exemplo).
Causas pedagógicas
o Tais como orientação inadequada do processo de aquisição de
destrezas motoras ou da transição da letra de imprensa para a
manuscrita1, instruções ou métodos de ensino rígidos e inflexíveis,
excessivamente centrados na qualidade ou rapidez de escrita, e
que recorrem à prática de escrita como atividade isolada,
destituída de significado para a criança.
Autores defendem também dificuldades de memória visual implicadas na
disgrafia, referindo que se deve a uma dificuldade em recordar a grafia da letra, e que a
tentativa de a evocar traduz uma produção mais lentificada, o que interfere no seu
grafismo, tornando a letra pouco ou nada legível (Souza, 2015).
As causas fundamentais da disortografia implicam dificuldades em algum ponto
do processo ortográfico, desde a perceção visual e/ou auditiva à memorização e
evocação de regras ortográficas (Torres & Fernández, 2001).
Assim, admitem-se:
Causas de tipo percetivo
o Dificuldades na perceção e/ou memória visual e auditiva;
o Dificuldades na discriminação dos sons (discriminação
auditiva), na retenção do estímulo sonoro para posterior
transcrição (memória auditiva), ou dificuldade de evocação de
regras particulares da ortografia;
o Dificuldades espácio-temporais, que se relacionam com a
correta orientação das letras, para discriminação de grafemas
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Em termos de grafismo, as letras manuscritas mais difíceis de aprender são que contêm
elementos circulares fechados (d, b, p, g, e, o) e aquelas em que é preciso mudar a direção do
movimento da mão (h, t, j) (Torres & Fernández, 2001).
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semelhantes, como b/d, p/q, por exemplo, e com a sequência
da cadeia falada;
Causas de tipo linguístico
o Problemas de fala e/ou linguagem. Uma criança que articula
incorretamente determinado som, ou o substitui por outro (por
exemplo /s/ em vez de /z/), terá dificuldades na transcrição
deste som, pois a repetição que realiza internamente será
incorreta. Por outro lado, um vocabulário pobre e reduzido
limita o conhecimento ortográfico das palavras, logo uma maior
probabilidade de realizar erros de transcrição, pois as palavras
pouco familiares atuarão como pseudopalavras para a criança
com dificuldades de linguagem.
Causas de tipo afetivo-emocional
o Um baixo nível de motivação pode justificar um baixo grau de
atenção e interesse face às tarefas de escrita, aumentando a
probabilidade de erro, mesmo quando conhece a ortografia das
palavras.
Causas de tipo pedagógico
o O método de ensino pode ser pouco ajustado por utilizar
técnicas pouco recomendadas, como o ditado, ou por não se
ajustar às necessidades diferenciais e individuais dos alunos,
sem respeito pelo ritmo de aprendizagem de cada um.
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Requisitos para a correta aprendizagem da
escrita, ortografia e caligrafia
A aprendizagem da escrita está dependente de diversos fatores e, por isso, é
influenciada pelos mesmos. Para a aquisição da escrita, há influências de diversos
fatores, nomeadamente a motricidade fina, a capacidade de atenção e de
discriminação visual e auditiva, e a compreensão da relação entre grafismo e
linguagem (Oliveira, 2013).
A importância do desenvolvimento cerebral nestes processos é de salientar.
As áreas cerebrais envolvidas são as regiões occipital e parietal, que são responsáveis
pelo processamento de símbolos gráficos e organização visuoespacial da grafia,
respetivamente. Posteriormente, estas informações são reconhecidas e
decodificadas na área de Wernicke, onde se dá a compreensão da linguagem e
ativação do córtex motor primário e da área de Broca (Salgado,2010).
Para Pereira e Rocha (2013, citados por Tabaquim, Vilela & Benati, 2016), as
pré-competências para aquisição da escrita estão relacionadas à perceção, ao
esquema corporal/orientação espaciotemporal, ao desenvolvimento motor e à
linguagem. Também o desenvolvimento de funções cognitivas como a atenção, a
linguagem e a motricidade são essenciais ao desenvolvimento da leitura e da escrita
(Rebelo, 1993).
No que respeita a linguagem, é fundamental a compreensão e expressão
(posse e uso) de vocabulário, bem como a compreensão e comunicação de
informação (Rebelo, 1993).
A atenção e concentração relacionam-se com a receção de estímulos,
memorização e execução de tarefas (Rebelo, 1993), estando também implicada na
aprendizagem da escrita.
Quanto à perceção está envolvida na distinção de estímulos visuais e auditivos
que auxiliam na execução de grafismos e, posteriormente, na escrita de palavras
(Rebelo, 1993). É através da perceção que captamos de palavras escritas numa
sequência de letras (grafemas) que se repetem com frequência e são representadas
pelos sons da fala (fonemas) (Salgado, 2010). Também a sequencialidade da ordem
esquerda-direita é particularmente importante na nossa escrita e, por isso, esta
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noção tem de estar presente para que haja uma correta aquisição da leitura e da
escrita. Se não o fizer, verá como semelhantes imagens em espelho ou fará inversões
sem se dar conta que o faz (Oliveira, 2013).
A memória é também fundamental na medida em que se esta função não
estiver intacta provoca dificuldades no registo, evocação e reprodução de material
(Rebelo, 1993).
Também a motricidade, principalmente a motricidade fina, está envolvida na
aprendizagem, nomeadamente da escrita, já que é necessária à cópia e execução dos
grafismos e composição manuscrita de textos (Rebelo, 1993). A motricidade fina tem
um papel essencial na aprendizagem das letras e palavras como formas gráficas. As
crianças que entram para a escola e não tiveram estimulação suficiente no
manuseamento de lápis, poderão ter uma coordenação visuo-motora
subdesenvolvida, o que poderá conduzir a dificuldades na execução correta do
desenho das letras e uma caligrafia pouco legível. Tratam-se de movimentos novos
para a criança, mas que lhe são exigidos no período escolar (Oliveira, 2013). Os pré-
requisitos para um bom grafismo relacionam-se, pois, com a integridade dos
recetores sensoriais, nomeadamente olhos e ouvidos, boa psicomotricidade, bom
esquema corporal e espacial, bem como boa lateralidade. Ou seja, para a execução
caligráfica a criança, quando começa a escrever, deve ser capaz de encontrar o seu
próprio equilíbrio postural e a forma menos tensa e cansativa de preensão do lápis,
orientar o espaço sobre o qual vai escrever, em termos de folha e/ou linha e de
direção esquerda-direita, e de associar a imagem da letra aos gestos rítmicos que lhe
correspondem (Torres & Fernández, 2001).
Para tal, em termos de competências motoras, a criança deve apresentar 1)
capacidades psicomotoras gerais, tais como a inibição e controlo neuromuscular,
independência dos segmentos corporais, coordenação óculo manual e organização
espácio-temporal; 2) coordenação funcional da mão, no que diz respeito à
independência braço-mão-dedos, coordenação de preensão (pega do lápis, por
exemplo) e da pressão realizada; 3) hábitos neuromotores corretos e bem
estabelecidos, como a visão e conhecimento do sentido direcional da escrita
(esquerda para a direita) e posicionamento correto do lápis, por exemplo (Torres &
Fernández, 2001).
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Consequente da descoberta de que existe escrita, inicia-se o processo de
aprendizagem, mesmo sem que a criança perceba qual a mensagem que está
associada (Cunha, 2011; Oliveira, 2013). Por volta dos 3 aos de idade, a criança começa
a perceber que existem vários tipos de grafismos, como por exemplo o desenho e a
escrita e começa a querer imitar a escrita.
Gradualmente, desenvolve-se a perceção de que o conteúdo oral pode passar
a escrito ou vice-versa. Isto é, o que se diz pode também escrever-se e a escrita tem
regras e características próprias, como por exemplo o tipo de caracteres utilizados (o
reconhecimento gradual das letras e do seu respetivo nome), a forma como estes
caracteres se organizam no espaço, bem como o que representam. O conhecimento
do nome das letras pode, em muitos casos, apoiar e facilitar nas primeiras tentativas
de estabelecer correspondências corretas entre o som isolado e a letra a utilizar na
escrita (por exemplo, o c de “cão” ou o d para “dedo”). A criança compreende
também que a escrita tem características e convenções próprias e que são diferentes
de outros códigos (icónico ou numérico) (Cunha, 2011).
Percebem também que os suportes de escrita (cartas, histórias, rótulos de
embalagens, notícias de um jornal, lista de compras,…) e respetivo conteúdo variam
consoante a função que servem (Cunha, 2011).
É necessário a criança identificar características do código escrito,
diferenciando-o de outros códigos, nomeadamente o icónico, numérico, etc., para,
posteriormente, o adequar o código a cada situação (Mata, 2008). Por exemplo,
associar letras ao nome e números à data.
Podemos, então, definir a 4 fases no desenvolvimento da escrita (Guaresi,
2009; Ferreiro & Teberosky, 1986):
• Pré-silábica - Criança faz a distinção entre escrever e desenhar e começa a
fazer grafismos que se parecem a letras; Começa a perceber que palavras
diferentes têm símbolos diferentes e começa a haver a relação som-
elemento gráfico.
• Silábica - As palavras são decompostas em sílabas que definem a
quantidade de letras a serem usadas.
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• Por exemplo: OOEA para Borboleta; AAO para Pássaro; AO para
Gato. As letras A e O são usadas para representar sílabas que
contêm os sons /a/ e /o/.
• Silábico-Alfabética - A criança começa a perceber que a sílaba pode ser
dividida em elementos menores.
• Alfabética - Surge a correspondência precisa entre letras e sons; A criança
percebe que o mesmo som pode ser escrito por letras diferentes e que
uma letra pode representar mais do um som. A criança é capaz de soletrar.
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para a escrita de palavras não familiares através da invenção (criação de
uma ortografia plausível estendendo a pronunciação e segmentando-a em
unidades) e através da analogia (acesso a uma palavra familiar por
referência a um padrão de pronunciação análogo em memória lexical,
recuperação das letras corretas e invenção das letras que faltam).
Discriminação figura-fundo
-perceção visual
Constância da forma
Memória visual
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Estruturação temporal e rítmica
Área do pensamento lógico Operações lógico-concretas e de
seriação
Área linguística Morfossintaxe (estrutura sintática
correta)
Semântica (associação significante-
significado; vocabulário)
Fonologia (Consciência Fonológica)
Área afetivo-emocional Adaptação escolar
Controlo emocional
Desejo de aprender
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Dificuldades na coordenação visomotora, associada à dificuldade no
acompanhamento (visual) do movimento dos membros superiores e/ou
inferiores;
Dificuldades na organização espaciotemporal (direita/esquerda,
frente/atrás/lado e antes/depois);
Classificação da disgrafia
Existem várias classificações ou subtipos de disgrafia, diferentes consoante os
autores que a apresentam. Contudo, todos convergem para duas tipologias
principais: a disgrafia que provoca erros de conteúdo ou a disgrafia que apresenta
apenas dificuldades motoras.
Fernández (1978, citado por Torres & Fernández, 2001) aponta a disgrafia
como projeção da dislexia na escrita - onde se verifica um fenómeno semelhante ao
da dislexia, havendo dificuldade na perceção das formas e da colocação das mesmas
nas palavras – e a disgrafia motora – onde existem alterações na psicomotricidade
que impedem a correta execução dos grafismos.
Corte (1980, citado por Torres & Fernández, 2001) apresenta a disgrafia
propriamente dita onde a criança não associa o símbolo gráfio ao som, e, à
semelhança do autor anterior, a disgrafia motora, havendo alterações na motricidade
que resultam nas dificuldades gráficas.
Portellano Pérez (1985, citado por Torres & Fernández, 2001) fala em disgrafia
disléxica, cujos erros na escrita são semelhantes aos da leitura (omissão de letras ou
sílabas, confusão de sons semelhantes, inversão das sílabas na palavras e uniões ou
separações de sílabas indevidamente). Contudo, este subtipo iria colidir com os
critérios da disortografia. O autor aponta também a disgrafia motora ou caligráfica,
que provoca alterações na forma e tamanho das letras, espaçamento deficiente entre
letras e linhas, inclinações acentuadas e ligações entre letras desadequadas.
Este último autor associa também diferentes tipos de etiologias que vão para
além da sintomatologia apresentada: Disgrafia de desenvolvimento ou primária – a
perturbação mais grave é ao nível da letra – e a disgrafia sintomática ou secundária –
onde existe perturbação de natureza neurológica.
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Classificação da disortografia
Tal como a disgrafia, existem vários subtipos de disortografia (Tsvetkova,
1977; Luria, 1980, citados por Torres & Fernández, 2001).
Destacamos, todavia, os seguintes:
Disortografia visuoespacial – Consiste numa alteração percetiva da
imagem dos grafemas, podendo haver rotações ou inversões (p/b/d/q),
substituição de grafemas com formas semelhantes (m/n, v/u, i/l) e
confusão de sons de grafia dupla (ch/x, s/z);
Disortografia semântica - dificuldade no estabelecimento dos limites das
palavras;
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Links para aprofundar conhecimentos
Utilize os links abaixo para aprofundar conhecimentos relativos ao tema
abordados no módulo. As notícias e vídeos disponibilizados, complementam de uma
forma prática os tópicos trabalhados neste manual.
Sites a visitar
https://www.e-konomista.pt/artigo/disortografia/
https://dislexia.pt/comorbilidades/disortografia-disgrafia/
https://lifestyle.sapo.pt/familia/crianca/artigos/dislexia-disortografia-e-
discalculia
Sugestões de vídeos
https://www.tsf.pt/programa/tsf-pais-e-filhos/emissao/dislexia-
disortografia-disgrafia-discalculia-e-outras-historias-5482343.html
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Referências bibliográficas
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Estatístico de Transtornos Mentais. (5ª Edição). São Paulo. Brasil. Artmed
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Ferreiro, E. & Teberosky, A. (1986). Psicogenese da língua escrita. Porto Alegre:
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Franceschini, B. T., Aniceto, G., Oliveira, S. D., & Orlando, R. M. (2015).
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Mata, L. (2008). A Descoberta da Escrita. Lisboa: Ministério da Educação.
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neuropsicológica y psicolingüística. Pensamiento Psicológico, 15 (1), 73-86.
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