Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
O marketing interno (endomarketing) deve preceder o marketing externo. Não faz o menor sentido
prometer um excelente serviço antes que o quadro da empresa esteja preparado para fornecê-lo.
Equipes altamente envolvidas com a empresa podem produzir resultados além das expectativas
a empresa acredita que o maior comprometimento com os objetivos estratégicos está diretamente
relacionado às ações de sensibilização que vêm sendo desenvolvidas.
A comunicação institucional é uma arma poderosa para que a empresa fale, leia e atinja seus
públicos, fortalecendo a imagem da corporação e ainda participando pró-ativamente na formação
da opinião pública. A empresa é um organismo vivo, dinâmico e mutável que necessita interagir, se
integrar e se comunicar para alcançar o tripé da excelência composto por qualidade,
competitividade e lucro.
OS FUNDAMENTOS DO ENDOMARKETING®
Todas as organizações, por questões estratégicas, necessitam privilegiar na mesma proporção seu
público externo e interno.
Os fundamentos do Endomarketing® criados por Saul Faingaus Bekin em 1990, formam a base
para facilitar a compreensão, e principalmente, a adoção do instrumental do Endomarketing®. A
prática exige principalmente atuação integrada, sinérgica, entre Marketing, Operações, e
obrigatoriamente Recursos Humanos
Tão ou mais importante que a comunicação dentro de uma mesma área entre o superior e seus
subordinados diretos é a comunicação entre pares - isto é, entre os diretores, os gerentes entre si,
os supervisores entre si, que possam assim, otimizar informações e resultados. Isso assegura que
a empresa fale sempre um mesmo idioma. Não é demais ressaltar que comunicação e informação
são elementos fundamentais nesse processo, já que favorecem a formação de imagem no
ambiente interno como um todo.
A expansão externa de uma organização só ocorre se houver uma abertura interna das mentes. O
relacionamento produtivo entre a empresa e sua comunidade é que determina a ampliação de suas
fronteiras externas. Um decorre do outro. Fica claro que a empresa precisa conhecer muito bem
seu público interno para adequadamente comunicá-lo de seus objetivos.
Pode-se então evoluir para identificar empresas conscientes para o efeito holístico do
Endomarketing®.
Textos
Por que você afirma com tanta convicção que marketing não sobrevive sem endomarketing?
Porque não acredito em nenhuma estratégia de marketing que possa dar um resultado satisfatório,
se você não preparar as pessoas da sua empresa, ou seja, não criar o comprometimento entre
elas para poder satisfazer as reais necessidades do cliente. Porém, para você poder ter uma
estratégia eficiente de endomarketing, primeiro precisa mostrar aos seus funcionários quem são os
clientes, de que forma eles gostariam de ser atendidos, como eles se comportam. Deve orientá-los
quanto ao tipo de esclarecimento que deve ser passado ao cliente, seja em relação ao serviço que
você está prestando ou ao produto que está vendendo. Você deve capacitar as pessoas
individualmente e em grupo, para que possa então ter uma política interna e consolidada de
endomarketing. Dessa forma, você poderá dar prosseguimento às estratégias de marketing
duradouras. Por isso, para que as ações de marketing sobrevivam, é fundamental elaborar uma
estratégia de endomarketing.
Quando os empregados sentem-se parceiros dos negócios, os resultados são sempre favorecidos.
Quem recebe e atende os clientes (pessoalmente ou por telefone) são os empregados e a partir
deste primeiro contato pode-se estabelecer uma relação de confiança e satisfação que conquista a
fidelidade dos mesmos. Ou seja, quando o cliente é bem atendido, quando suas queixas são
ouvidas por um empregado educado e prestativo, quando seus problemas são resolvidos em
pouco tempo costumamos dizer que "ganhamos o cliente", ou melhor ainda, ganhamos a sua
confiança para futuras relações de negócios.
As estatísticas têm mostrado que cada cliente conquistado é multiplicado por oito na simples
propaganda "boca a boca" que se estabelece depois de um bom atendimento. E mais do que isso,
estabelece-se uma ligação direta entre cliente, produto e marca conquistando a tão desejada
fidelidade que assegura a sobrevivência e a lucratividade das empresas.
Desta forma é fácil entender porque as empresas que praticam o endomarketing se preocupam em
oferecer uma remuneração justa, criando benefícios e oportunidades de crescimento profissional
para seus empregados, proporcionando treinamentos diversos, programas de saúde e lazer, ou
ainda, desenvolvendo campanhas de incentivo onde são estabelecidas metas a serem atingidas
sendo os vencedores premiados pela alta direção.
A exemplo do que estamos falando, a Revista Exame _ Ed. 749 (www.exame.com.br) publicou
uma matéria sobre "As 100 melhores empresas para você trabalhar" , onde as empresas foram
avaliadas pelos empregados revelando dados que não são facilmente mensuráveis, como
satisfação, orgulho e envolvimento, sobre os seguintes quesitos:
• remuneração;
• benefícios;
• oportunidades de carreira e treinamento;
• segurança e confiança na gestão;
• orgulho do trabalho e da empresa;
• clareza e abertura na comunicação interna;
• camaradagem no ambiente de trabalho e
• responsabilidade social
Para reter seus profissionais e colaboradores talentosos, cada organização deve avaliar a melhor
maneira de superar as expectativas de seu público interno e, a partir da implementação de
programas de incentivo ou mesmo da mudança de pequenas atitudes, como fazer elogios, dar
novas tarefas, uma promoção, uma pequena premiação ( distribuição de cestas básicas, material
escolar, pequenas viagens de final de semana, etc), encontrar a forma ideal de retribuir os esforços
dedicados pelos empregados para com os resultados da empresa.
Atualmente, as empresas estão sendo avaliadas mais pelas suas atitudes em relação ao meio
ambiente e pela sua responsabilidade social do que pela qualidade de seus produtos.
Como vemos, a importância do endomarketing cresce a cada dia fazendo com que as empresas
revejam seus conceitos, pois a sua imagem está sendo avaliada permanentemente pelo mercado
e, mais do que tudo, elas ganham dos clientes a admiração e, dos concorrentes, o respeito.
MARKETING
Endomarketing
Empresas criam canais de comunicação com os funcionários para aumentar a produtividade. O
que antes era realizado apenas pelos departamentos internos de Recursos Humanos, Marketing
ou Relações Públicas, a comunicação com funcionários das empresas vem sendo, cada vez mais,
administrada por empresas terceirizadas.
Especializadas na técnica chamada de endomarketing, essas empresas tratam o diálogo com o
público interno como uma ação de marketing cujo alvo são os funcionários, não os clientes. Mais
do que manter os profissionais a par do que acontece dentro da empresa, o objetivo é fazer com
que a comunicação interna gere redução do turn-over (rotatividade de funcionários), aumento da
produtividade e maior índice de satisfação e fidelização do consumidor final.
Rapidamente, empresas que desenvolveram canais internos de comunicação reconhecem, por
meio de pesquisas de clima organizacional, que o funcionário fica mais orgulhoso de trabalhar na
empresa. Sente-se valorizado por perceber que seu empregador lhe informa as estratégias da
organização e lhe adianta informações institucionais. É neste ponto da relação entre empresa e
funcionário que a comunicação interna rende frutos econômicos para o empregador. Reconhecer a
importância do funcionário faz com que este colaborador trabalhe melhor, renda mais e até
permaneça por mais anos na mesma empresa.
Empresas abrem espaço para falar das metas do grupo no mercado e da missão de cada
funcionário por meio dos canais de comunicação (Internet, banners, jornal mural, newsletters
eletrônicas, etc). Normalmente, trata-se de apelo emocional à superação. E, invariavelmente, os
funcionários aceitam como desafio. A carga emotiva embutida nas mensagens é a provável
causadora da transformação do comprometimento dos profissionais. Nesse sentido, oferecer
reconhecimento e status é mais eficiente do que prêmios remunerados. Considera-se que se não
envolver o emocional, o funcionário não vai além.
Se o público interno sentir que a empresa conta com ele, vai trabalhar produtivamente e alcançar
seus objetivos. Especialistas em endomarketing afirmam que a tendência é que as empresas
percebam que o ‘branding interno’ (divulgação da marca internamente) é uma ótima ferramenta
para fazer dos funcionários multiplicadores da boa imagem institucional e do faturamento das
empresas.
O que é endomarketing?
Washington Sorio
Endomarketing é uma das mais novas áreas da administração e busca adaptar estratégias e
elementos do marketing tradicional - normalmente utilizado no meio externo às empresas - para o
uso no ambiente interno das corporações. É uma área diretamente ligada à de comunicação
interna, que alia técnicas de marketing a conceitos de Recursos Humanos.
Quem nunca ouviu falar que antes de vender um produto para seus clientes, as empresas
precisam convencer seus funcionários a comprá-lo? O endomarketing surge como elemento de
ligação entre o cliente, o produto e o empregado.
E "vender" o produto para o funcionário passa a ser tão importante quanto para o cliente. Significa
torná-lo aliado ao negócio, responsável pelo sucesso da corporação e igualmente preocupado com
o seu desempenho. Saul Bekin cunhou o termo "Endomarketing" em 1995 e em seu livro
"Conversando sobre endomarketing" discorre, de maneira leve e didática, sobre quase todos os
elementos do que Philip Kotler em "Administração de marketing" chamou de marketing interno das
organizações.
A comunicação empresarial assume, cada vez mais, uma intensidade global, nos compelindo a
gerar e repassar informações de nível corporativo para os diversos públicos com que a empresa
relaciona-se, a começar pela imprensa, passando pela comunidade, clientes, demais parceiros da
cadeia produtiva e da própria organização empresarial, principalmente os funcionários.
Ao nos lançarmos em busca de referenciais globais de qualidade - como certificação ISO 9000, por
exemplo - nos damos conta da importância do envolvimento dos funcionários nesses processos. E
aí, a comunicação interna é convidada a desenvolver mecanismos que agilizem e tornem possível
essa integração dos funcionários com as mudanças que estão acontecendo dentro das empresas.
Tudo isso nos faz repensar a atividade de comunicação empresarial mais especificamente aquela
voltada para o público interno, com uma pergunta bastante simples, cuja resposta pode não ser tão
fácil de obter: nossos funcionários estão felizes? Altruísmos à parte, isto acaba refletindo-se no
clima organizacional e na qualidade dos produtos e serviços da empresa.
Em vez de meras ferramentas para as empresas atingirem seus objetivos, a comunicação interna
também pode e deve se propor a ajudar as pessoas a se sentirem mais felizes em seu ambiente
de trabalho onde, em tese, passam pelo menos um terço de suas vidas.
As pessoas, nas organizações, possuem necessidades muito específicas e são atingidas pela
comunicação de maneira direcionada, mais explícita do que normalmente acontece com o
consumidor comum.
A opinião do público interno tem grande influência nas opiniões e perspectivas do público externo,
do consumidor em geral. Partindo desse princípio, as empresas, cada vez mais, têm investido no
endomarketing como uma estratégia de Recursos Humanos.
O endomarketing existe para atrair e reter seu primeiro cliente: o cliente interno, obtendo
significativos resultados para as empresas e, também, atraindo e retendo os clientes externos.
Afinal, funcionários insatisfeitos com as condições de trabalho e com os próprios produtos
lançados, irão fazer uma contra-propaganda cada vez que multiplicam fora da empresa a sensação
de descontentamento que os dominam. E, caso estejam satisfeitos com a empresa, poderão
"vendê-la" para o cliente externo.
Essa atitude estratégica visa dar aos funcionários uma noção da importância de um serviço
orientado para atender aos clientes, fazendo-os ter a capacidade de responder qualquer dúvida
que surja dentro da companhia, e isso inclui envolvimento, comprometimento, valorização e,
principalmente, qualificação do funcionário, visando assumir responsabilidades e iniciativas,
conhecendo todas as rotinas de serviço da empresa onde atuam. Afinal, uma informação errada
dada ao cliente externo ou uma imagem negativa pode comprometer todo o desenvolvimento de
um projeto.
O funcionário deve saber a importância do lugar onde trabalha e da sua própria importância, pois
só assim ele poderá ter um bom ambiente de trabalho e de equipe. O endomarketing é um
elemento indispensável para o sucesso de qualquer empresa. A confiança do público, tanto o
interno como o externo, é uma conseqüência do endomarketing.
Pode-se imaginar o quanto o endomarketing é importante para o crescimento dos negócios nesse
cenário. E o quanto representará para as empresas que souberem estruturar seus planos de
abordagem aos empregados, visando a máxima qualidade do produto-atendimento oferecido aos
seus mercados.
Não basta ter uma equipe de grandes talentos altamente motivados. Se ela não estiver bem
informada, se seus integrantes não se comunicarem bem, não será possível potencializar a força
humana da empresa. A comunicação interna, é algo prioritário que deve merecer, principalmente
por parte da cúpula da empresa, grande atenção.
A força humana da empresa só será otimizada por meio de contribuições /participação de todos se
esses estiverem bem, sem barreira quanto a sigilos, etc. Nesse sentido, a abertura da cúpula é
algo básico/fundamental. (RUGGIERO, 2003). A comunicação como elemento que contribui para a
potencialização da força humana é fundamentalmente um processo interpessoal/humano. A
tecnologia pode ajudar, contanto que ela potencialize o processo de interação, não o afastamento
entre as pessoas. Alguns pontos importantes a serem salientados são:
a) Prioridade à comunicação: qualidade e timing da comunicação assegurando sintonia da energia
e recursos de todos com os objetivos maiores da empresa;
b) abertura da alta direção: disposição da cúpula de abrir informações essenciais garantindo
insumos básicos a todos;
c) processo de busca: proatividade de cada colaborador em buscar as informações de que precisa
para seu trabalho;
d) autenticidade: verdade acima de tudo, ausência de "jogos de faz de conta" e autenticidade no
relacionamento entre os colaboradores para eficácia da comunicação e workteams;
e) foco em aprendizagem: garantia de efetiva aprendizagem do que é comunicado, otimizando o
processo de comunicação;
f) individualização: consideração às diferenças individuais assegurando melhor sintonia e qualidade
de relacionamento na empresa;
g) competências de base: desenvolvimento de competências básicas em comunicação (ouvir,
expressão oral e escrita, habilidades interpessoais) assegurando qualidade das relações internas;
h) velocidade: rapidez na comunicação interna para sua qualidade e nível de contribuição aos
objetivos maiores;
i) adequação tecnológica: equilíbrio entre tecnologia e alto contato humano assegurando evolução
da qualidade da comunicação e potencializando a força do grupo.
Kassoy (2003) descreve diferentes perfis psicológicos de audiência que devem ser identificados
pelo comunicador, sem limitar-se à profissão, ao cargo e ao nível de escolaridade, e que por suas
características, necessitam de uma abordagem específica, para maior eficácia na comunicação
(vide quadro 1).
REALISTA - Esse público não vai se deixar levar pelo seu humor ou simpatia. Dê exemplos
concretos sobre o resultados obtidos com o conteúdo que você está trazendo. Faça-o perceber
rapidamente quais são os ganhos de estar lá. Capriche nas informações, nas estatísticas e nos
casos.
ESTRUTURAL - Precisa, Ao se apresentar, dedique um bom tempo ao seu currículo. Como o
estrutural gosta de ordem e seqüência, uma explanação sobre os objetivos e etapas da palestra ou
do seminário será bem-vinda. Procure colocar seu conteúdo em etapas também, abuse do passo-
a-passo.
AFETIVO - Seja simpático e interativo. Conte piadas, proponha jogos, discussões em pequenos
grupos e dinâmicas. Use pouca exposição oral.
VISIONÁRIO - Faça perguntas intrigantes. Abuse de imagens - tanto desenhos como metáforas,
lendas e parábolas. Provoque o raciocínio e a fantasia. Não seja dogmático e nem conclusivo.
O Que É Endomarketing?
“Endo” provém do grego e quer dizer “ação interior ou movimento para dentro”. Endomarketing é,
portanto, marketing para dentro.
É a utilização de modernas ferramentas de marketing, porém, dirigidas ao público interno das
organizações. São ações estruturais que visam a ação para o mercado.
Também Saul Faingaus Bekin, Consultor empresarial, autor do termo "Endomarketing" registrado
no INPI, desde 1995, autor de “Conversando sobre Endomarketing” em 1995 e de “Endomarketing,
como praticá-lo com sucesso” em 2004, define Endomarketing da seguinte maneira: “ações
gerenciadas de marketing eticamente dirigidas ao público interno (funcionários) das organizações e
empresas focadas no lucro, das organizações não-lucrativas e governamentais e das do terceiro
setor, observando condutas de responsabilidade comunitária e ambiental”
Já Analisa de Medeiros Brum, autora do livro “Um olhar sobre o marketing interno” (2000), passeia
pelos conceitos que formam o Marketing interno, e o define: “é dar ao funcionário educação,
carinho e atenção, tornando-o bem preparado e bem informado para que possa tornar-se também
uma pessoa criativa e feliz, capaz de surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”. Acrescenta,
ainda, que “é um esforço feito por uma empresa para melhorar o nível de informação e, com isso,
estabelecer uma maior aproximação com o seu funcionário”. Segundo a autora, o marketing interno
está mais voltado para um processo de comunicação interna.
Com base nesses conceitos, constata-se que o conceito de marketing interno ou endomarketing
envolve temas como: motivação dos funcionários, comunicação, comprometimento, valores,
instrumentos de marketing e satisfação do consumidor.
O endomarketing tem como principal objetivo fortalecer as relações internas da empresa com a
função de integrar a noção de cliente e fornecedor interno, fazer com que todos os funcionários
tenham uma visão compartilhada sobre o negócio da empresa, incluindo itens como gestão, metas,
resultados, produtos, serviços e mercados nos quais atua. O que propicia melhorias tanto na
qualidade dos produtos como na produtividade pessoal e na qualidade de vida no trabalho
O endomarketing é, portanto, uma decorrência da necessidade de se motivar pessoas para os
programas de mudança implantados, desde a década de 50, no mundo inteiro. Daí até o momento
atual, as empresas tiveram tempo para encontrar as mais diversas maneiras de se comunicar com
o público interno, dando origem às técnicas hoje utilizadas.
Quando os conceitos da qualidade passaram a ser trabalhados, houve uma dificuldade muito
grande das organizações em perceber que todo e qualquer processo educativo e de mudança
exige um processo acelerado de comunicação.
O que aconteceu, na maior parte das empresas, foi um desabamento na pirâmide organizacional
em relação ao grau de comprometimento das pessoas com os programas. Sabe-se que ainda hoje
o envolvimento maior se dá na parte de cima da pirâmide (alta direção e gerências). A base da
pirâmide (supervisores e funcionários comuns) continua tendo um envolvimento menor, a não ser
que a empresa coloque a sua disposição informações de que necessita para o engajamento total.
As reações constatadas na base da pirâmide são, muitas vezes, resultado da inexistência de um
processo de comunicação interna adequado, que utiliza-se instrumentos sistêmicos e integrados,
de forma a tornar as pessoas motivadas a trabalharem pelo mesmo fim.
A Importância do Endomarketing
Trata-se de uma necessidade imediata das empresas que desejam crescer, conquistar mercados,
manter os índices que já possuem ou, simplesmente, garantir a sua sobrevivência nos próximos
cinco anos.
Vivemos um momento no qual o “homem” deve ser visto como elemento principal de todo e
qualquer processo de mudança e de modernização empresarial, pois as mudanças, quando
implementadas, esbarram em formas de trabalho tradicionais e conservadoras, capazes de
desencadear um estresse organizacional que dificulta e impede o desenvolvimento pleno de
qualquer atividade.
O endomarketing é um processo que visa adequar a empresa ao atendimento do mercado,
tornando-a mais competitiva a partir da integração de seus funcionários à estrutura organizacional.
Como sua característica preponderante está o objetivo de estabelecer, conforme Bekin (2004), um
processo permanente de motivação do funcionário conferindo-lhe dignidade, responsabilidade e
liberdade de iniciativa. Este processo motivacional deve ser algo integrado ao cotidiano da
empresa. Como instrumentos do processo de motivação o autor enumera:
1. chamamento a parcerias, à cooperação e à lealdade;
2. valorização do indivíduo dentre de seu grupo;
3. integração baseada nos valores e objetivos da empresa;
4. reforço contínuo de uma atitude baseada em valores compartilhados;
5. recompensas e prêmios dirigidos ao grupo para que todos se beneficiem dos resultados
positivos;
6. criação de um ambiente de interação dentro da empresa
7. envolvimento dos funcionários no planejamento e na tomada de decisões;
8. estímulo à iniciativa e à atitude criativa;
9. delegação de poderes de acordo com a natureza da função exercida;
10. remuneração adequada.
Conforme destacado, vários são os instrumentos que podem ser utilizados. Eles apresentam uma
variação em relação ao custo (implantação e manutenção), nível de envolvimento da coordenação
(tempo dedicado para o desenvolvimento e manutenção do instrumento), abrangência (número de
funcionários envolvidos) e durabilidade (necessidade de atualização).
Assim, uma empresa que possui pouca disponibilidade de tempo para a coordenação do processo
de marketing interno deve evitar a escolha de instrumentos que exijam alto grau de envolvimento
da coordenação. Caso contrário, corre o risco de ter problemas no desenvolvimento do seu plano.
O Endomarketing: a solução?
Bibliografia consultada
BEKIN, Saul F. Endomarketing: Como praticá-lo com sucesso. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
BRUM, Analisa de Medeiros. Endomarketing como Estratégia de Gestão. Porto Alegre: L&PM,
1998.
BRUM, Analisa M. Um olhar sobre marketing interno. Porto Alegre: L&PM, 2000.
CARAVANTES, Geraldo Ronchetti. O Ser Total. Porto Alegre: AGE, 2002.
GESTÃO de Amanhã: O Guia da Empresa Competitiva. Porto Alegre: Plural, 2004.
GUIA de Boa Cidadania Corporativa. Edição Especial de EXAME. São Paulo: Abril, 2002.
JENSEN, David. Comunicação Eficaz por E-mail. Disponível em:
http://www.universiabrasil.net/nextwave/ver_materia.jsp?materia=61 Traduzido por Karen
Shishiptorova Acessado em 5 set. 2003.
KASSOY, Gisela. Adaptando-se ao seu público. www.rh.com.br. Acessado em 4 set. 2003.
KRIGSNER, Miguel. A cidadania empresarial. Gazeta Mercantil. 20 jun. 2003. Edit. Opinião.
MATOS, Francisco Gomes de. Empresa Feliz. São Paulo : Makron Books, 1996.
MEIRA, Paulo Ricardo. OLIVEIRA, Renato. Comportamento do Cliente. Pelotas, EDUCAT, 2004.
452p.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FRÓES, César. Responsabilidade Social e cidadania
empresarial: a administração do terceiro setor. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
NASH, Laura L. Ética nas Empresas : Boas intenções a parte. São Paulo : Makron Books, 1993.
OLIVEIRA, Renato Luiz Tavares de. Responsabilidade social & cidadania empresarial. Diário
Popular. Pelotas, 27 nov. 2000. Edit. Opinião.
RUGGIERO, Alberto. Qualidade da Comunicação Interna. www.rh.com.br Acessado em 4 set.
2003.
SILVA, Ruy Martins Altenfelder. Comunicação é Essência da Qualidade. Artigo utilizado no curso
de Comunicação Social da PUCRS, pelo Prof. Antônio Piccoli, em 2000/1. s.d., s.n.
SIQUEIRA, Wagner. Ética, cidadania e responsabilidade social. Anais do 1ª Congresso Mundial de
Administração. Gramado-RS, 2004.
--------------------------------------------------------------------------------
* Cristina Balerini
“As empresas buscam constantemente a diferenciação de suas marcas e produtos com o objetivo
de tornarem-se cada vez mais competitivas. Da mesma forma, concentram esforços em valorizar
as pessoas que nela trabalham e com isso obter satisfação de seus colaboradores, por acreditar
que os recursos humanos representam um de seus principais diferenciais. Dentre as formas de
promover a motivação das pessoas, a prática de marketing interno, ou endomarketing, é,
provavelmente, a mais conhecida e, por outro lado, a mais controversa”, analisa o consultor Daniel
Costa, especialista em marketing interno.
Isso significa que muitas empresas não utilizam o endomarketing de forma correta. Para Costa,
essas empresas apenas praticam uma comunicação interna que se restringe a um belo discurso,
mas que não tem sustentação prática em atitudes da empresa, logo, perde credibilidade e não
atinge seu propósito. Mas como fazer, então? “O primeiro passo é o diagnóstico, que pode ser feito
com uma pesquisa de clima com metodologia estatística multivariada combinada com métodos
qualitativos. O segundo passo é planejar criteriosamente as ações de endomarketing, de maneira
integrada, tendo o cuidado para alinhar este plano ao planejamento estratégico da organização.
Em seguida, deve ser desenvolvida uma estratégia de comunicação interna adequada ao perfil do
público interno, para ser implementada junto como as demais ações do plano. Endomarketing, em
resumo, significa vender a organização aos próprios colaboradores, não apenas a instituição em si,
mas também tudo aquilo que ela entrega às pessoas em troca de seu trabalho, ou seja, seu fluxo
de benefício, que é muito mais que a remuneração, passando pelas oportunidades de crescimento,
política de T&D, responsabilidade social...”
Para o também consultor Fábio Violin, o primeiro passo é descobrir qual a situação real da
empresa e de seu relacionamento tanto com o cliente interno (colaboradores) quanto externo
(clientes reais e potenciais). “Devem ser levantados problemas, gargalos, pontos de ineficiência,
pontos de eficiência, divergências entre grupos ou processos e assim por diante”. Ao tentar
implantar um programa de endomarketing, os maiores erros cometidos pelas empresas é o
desconhecimento de como fazer, a ausência de continuidade de ações ou ações isoladas, e não
considerar a realidade da empresa e suas peculiaridades.
Exemplo
O colaborador, ao sentir-se valorizado, torna-se uma pessoa mais satisfeita, portanto, a empresa
cumpre o papel de zelar pela realização profissional das pessoas, o que tem reflexo na sociedade
como um todo. É com esse propósito que a Ouro Fino, fabricante de produtos para saúde animal,
localizada no interior de São Paulo, desenvolveu um programa diferente para melhorar a
comunicação entre as diversas áreas da empresa: o PIAT – Programa Interno de Aprimoramento
Técnico.
“O PIAT é um programa criado pela Ouro Fino dentro da política de endomarketing que já
desenvolvemos há cerca de três anos. O programa tem como objetivo a qualificação dos
colaboradores pelos próprios colaboradores, ou seja, aqueles que possuem maior conhecimento
transferem seus conhecimentos a um grupo de pessoas dentro da empresa por meio de palestras,
cursos e seminários. O PIAT surgiu da necessidade de maior integração entre os setores, que em
razão do crescimento acelerado da empresa, precisavam divulgar melhor o que cada um faz,
produtos e serviços que desenvolvem, daí surgiu a idéia de levar o PIAT a todos os
colaboradores”, explica Ruben Guimarães, gerente de Recursos Humanos.
A idéia é que cada departamento faça uma apresentação para mostrar como é o seu trabalho para
os outros funcionários da empresa. A apresentação é criada por todos os integrantes do
departamento e, nesse momento, não existe hierarquia. “O grupo de endomarketing criou apenas
uma espécie de ‘roteiro’ a ser seguido nas apresentações, ou seja, os itens que o departamento
tem que mostrar, como: procedimentos de trabalho, produtos desenvolvidos, objetivos do setor etc.
A partir daí a equipe tem que se organizar para fazer a apresentação da forma que achar mais
conveniente. O primeiro grupo se apresentou em agosto e até agora duas equipes já mostraram o
seu trabalho. O encontro acontece na segunda sexta-feira de cada mês, às 7h, durante o horário
de trabalho”, conta Guimarães.
RESULTADOS
Bom para a empresa, bom para os colaboradores. É assim que o PIAT é visto. “A motivação dos
funcionários aumentou muito. E o relacionamento entre os departamentos também está
melhorando, pois os colaboradores já sabem onde encontram determinadas informações de forma
mais rápida e fácil. Quando o programa chegar ao final, isso com certeza será ainda melhor. E, é
claro, isso tudo se reverte em maior produtividade”, acredita Guimarães.
Luiz Roberto, auxiliar de acabamento – “Não é fácil conhecer todos os processos da empresa,
todos os departamentos, já que a Ouro Fino vem crescendo muito. Assim, esse programa é muito
importante para nos deixar em sintonia com todo trabalho desenvolvido aqui. A apresentação do
departamento de antiparasitários foi divertida, ao mesmo tempo em que nos mostrou os princípios
do que temos que entender. Agora, quero ver o que como a próxima equipe vai se sair”.
--------------------------------------------------------------------------------
* Daniel Costa
Para configurar soluções estratégicas em marketing interno é preciso compreender que há
algumas premissas fundamentais, não estanques, que devem ser consideradas na estrutura de
projetos com esta finalidade. Estas orientações, a priori, parecem básicas, contudo, em uma visão
tradicional sobre o tema, muitas vezes, não são atendidas por não encontrar espaço dado sua
complexidade.
Neste artigo propomos uma reflexão a respeito, que tem por objetivo apoiar o desenvolvimento e
implementação de projetos de endomarketing estruturados em sólidas bases conceituais, ao levar
em consideração as premissas abaixo descritas.
Resultados com finalidade: A motivação não é o objetivo principal do endomarketing, e sim um dos
meios pelos quais se atingem resultados. Além disso, é preciso reconhecer que a motivação não
pode ser espontaneamente gerada, mas sim promovida pelo estímulo a diferentes fatores, nas
doses certas a cada pessoa, como forma de comprometê-la com os resultados. As empresas
existem para produzir resultados, sejam estes econômicos, sociais e até mesmo políticos. Dessa
forma, é preciso compreender que não se faz endomarketing para que as pessoas sejam mais
felizes, mas sim, primeiramente, para que elas produzam melhor, logo, se realizem
profissionalmente para que possam ser felizes em casa, com suas famílias. Felicidade no trabalho,
quando obtida, é um bônus.
Informação como insumo: O principal objeto de trabalho do endomarketing não são informações,
tampouco estas são determinantes ao sucesso da empresa. Contudo, a Comunicação Interna deve
garantir a distribuição das informações e estabelecer a correlação entre elas com o objetivo de
gerar conhecimento, tendo em vista que este é o subsídio principal para o processo de tomada de
decisão, e que as pessoas são contratadas para tomarem decisões que gerem resultados. É neste
ponto, nas decisões ponderadas e alinhadas à orientação estratégica da empresa, que reside o
sucesso.
Dando continuidade ao texto anterior, vamos abordar com um pouco mais de detalhes quais são as
práticas sugeridas para reforçar os valores da organização e qual é o real papel dos líderes neste
processo.
Conquanto os valores sejam o ingrediente crucial para o sucesso das empresas citadas no livro
(Talentos Ocultos – de Charles O’Reilly e Jeffrey Pfeffe), eles por si só não bastam. Antes de mais
nada, a liderança tem de acreditar neles e agir com coerência. Além disso, tem de haver uma
absoluta consonância entre os valores organizacionais e as práticas, ou ferramentas, que os
expressam.
Por mais diferentes que sejam as empresas citadas no livro, todas se valem das mesmas seis
práticas gerenciais para reforçar esses valores. É importante ressaltar que quando alinhadas, cada
uma dessas ferramentas comunica a importância dos valores e é consistente com as demais.
Cultura Forte
Um valor que sirva de base para um conjunto de normas ou expectativas que expressem as
atitudes e os comportamentos apropriados, pode funcionar como um poderoso sistema de controle
social. É nisso que consiste de fato a cultura organizacional: um sistema de controle social em que
as expectativas compartilhadas orientam o comportamento das pessoas. Todas as empresas
citadas no livro possuem uma cultura forte, que proporciona regras explícitas e ajuda as pessoas a
compreenderem exatamente quais são as atitudes e comportamentos esperados.
Uma vez estabelecidos os valores e a cultura, essas empresas elaboram, em seguida, processos
de seleção que as ajudam a identificar as pessoas que vão se enquadrar e rejeitar quem não
compartilhar esses valores. O foco dos processos de contratação na maioria das empresas é nas
competências necessárias para um determinado trabalho.
Na maioria das organizações, as dados operacionais e financeiros não são compartilhados com os
funcionários. Tal divulgação é considerada de certo modo perigosa para a segurança da empresa
ou comprometedora quanto a informações importantes.
Nas empresas centradas nas pessoas, o que vale é o contrário. Parte-se do princípio de que, se é
preciso utilizar o capital intelectual dos funcionários, estes têm de compreender em detalhes os
resultados apresentados pela empresa e o que ela está tentando fazer. Por este motivo há um
grande compartilhamento de informações em toda organização.
Intencionalmente ou não, a maior parte das empresas com políticas de informação do tipo para-
que-você-quer-saber-disso comunicam o oposto: ou os funcionários não são inteligentes o
bastante para precisarem das informações (Falta-lhes competência) ou não são confiáveis o
suficiente para que elas lhes sejam fornecidas.
Não é por acaso que mesmo funcionários excelentes, por vezes, não consigam contribuir na plena
medida de suas capacidades, ao passo que os funcionários das empresas centradas nas pessoas
fazem uma contribuição real.
As empresas centradas nas pessoas têm por fundamento primordial os sistemas baseados em
equipes. Mesmo nas organizações em que o trabalho possa prestar-se a um significativo grau de
especialização, salienta-se a responsabilidade coletiva.
Essa ênfase nas equipes como principio organizador decorre não de alguma moda gerencial,
porém, de uma crença na importância básica das equipes como meio de executar o trabalho e
promover a autonomia e responsabilidade – canalizando as idéias e a energia de todos. As
equipes, a despeito de suas dificuldades, podem promover um senso de finalidade e pertencimento
às pessoas.
Recompensas e Reconhecimento
A última ferramenta utilizada por essas empresas para expressar seus valores é o cuidadoso
alinhamento dos sistemas de recompensa. Essas empresas centradas nas pessoas não destacam
o dinheiro como fator primário de motivação. Elas preferem salientar as recompensas intrínsecas
do prazer, do crescimento, do trabalho em equipe, do desafio e da realização. Para tanto,
proporcionam aos funcionários oportunidades constantes de se sentirem bem com relação às suas
conquistas e de contarem com o reconhecimento de pessoas com quem se importam – como seus
colegas e chefes.
Os líderes dessas organizações entendem que seu papel não é gerenciar os negócios do dia-a-dia
nem tomar decisões com relação a estratégias grandiosas, mas definir e reforçar a visão, os
valores e a cultura da organização. Dedicam-se cuidadosamente a fazer com que haja alinhamento
entre valores, estratégia, sistemas, cultura e recursos essenciais da empresa. Para tanto é
necessário abrir mão do poder, e não acumulá-lo.
É uma abordagem muito diferente da qual estamos acostumados a ver. Não há frotas de aviões e
motoristas particulares, refeitórios privados, etc. Muito pelo contrário, o que se vê é o oposto:
Presidentes com salários relativamente baixos, escritórios modestos e um empenho incansável por
viver os valores da empresa.
São essas medidas, aliadas ao reforço consistente proporcionado pelos atos dos demais líderes da
empresa, que, mais que quaisquer palavras ou documentos internos, constituem a fundação de
suas culturas organizacionais.
Em decorrência de sua ênfase nos valores e na cultura, cada uma dessas empresas desenvolveu
uma confiança mútua entre gerência e funcionários. Estes acreditam que a empresa visa a levar
em consideração seus interesses tanto quanto os dos acionistas.
As etapas do processo de gestão de endomarketing
Daniel Costa
Ainda, ao profissional de Recursos Humanos cabe a sensibilização dos líderes da empresa, sejam
diretores, gerentes ou chefias, para que empreendam o processo de mudança, sendo co-
responsáveis e estejam autenticamente envolvidos pelas demandas identificadas no planejamento
das ações de marketing interno. Não havendo a identificação dos líderes com as pretensões da
empresa, em relação ao seu público interno, toda construção posterior estará prejudicada, sob
pena de não atingir os resultados esperados e desperdiçar os esforços empregados até então.
Concluída a fase em que tiramos as pessoas de sua situação de conforto, chega o momento de
integrá-las ao processo, obtendo acordo sobre sua co-responsabilidade quanto às mudanças, para
então comprometê-las através da adesão voluntária ao projeto. Sendo assim, o objetivo de
"Envolver", terceira etapa, é integrar efetivamente os colaboradores com o projeto de renovação ao
envolvê-los no processo de mudança, compartilhando assim a responsabilidade pelas melhorias
necessárias e os capacitando a gerarem um ambiente de trabalho agradável, altamente desafiador
e orientado para atingir resultados.
Chegamos então ao "Superar", fase na qual a empresa percebe novos horizontes até então
inatingíveis. As conquistas acumuladas nesse ponto deverão ser fortalecidas, para que seja
possível transcender os limites e os paradigmas que antes impediam a evolução da cultura
organizacional e agora são apenas novos objetivos atingir. O posicionamento interno precisa ser
consolidado para então refletir na relação da empresa com seu mercado, gerando benefícios
perceptíveis a seus clientes externos e internos, e, dessa forma, melhores resultados e maior
lucratividade.
Cabe salientar que o período de cada etapa é determinado pela complexidade da situação inicial,
pelos atributos da situação futura que a empresa deseja consolidar e mesmo pelas particularidades
específicas dessa empresa como, por exemplo, sua capilaridade, seu porte e processo produtivo.
Sendo assim, um projeto de soluções estratégicas em marketing interno pode levar de poucos
meses até mesmo alguns anos de trabalho, até cumprir todas as etapas, portanto requer
planejamento estratégico constante.
Atualmente torna-se cada vez mais necessário à área de RH mensurar suas ações
através de procedimentos técnicos que possam respaldar ao máximo sua atuação nas
organizações. O lema aqui é transformar a área em um centro de lucro tendo uma
participação ativa e eficiente. Mas, em se tratando, de motivação, como medi-la?
Como mensurar algo que nos parece tão abstrato e de âmbito essencialmente
pessoal?
Bem, parece que quantificar a "motivação em si" é uma tarefa realmente complicada.
Entretanto, hoje já contamos com alguns instrumentos que podem nos ajudar a nos
aproximar um pouco mais deste conceito, através da sua operacionalização em outros
mais tangíveis (avaliando o nível de satisfação do colaborador com a empresa, com as
lideranças, com o ambiente de trabalho, etc.). Um destes instrumentos é a Pesquisa
de Clima Organizacional e é sobre ela que vamos nos deter um pouco neste capítulo.
Procurarei aqui expor o seu uso como uma importante ferramenta motivacional e
algumas observações nossas, fruto de alguns anos de trabalho na Área de Pesquisa
do Instituto MVC.
Sim, precisam e precisam muito. Hoje, neste mundo tão cheio de transformações, em
meio à globalização, onde a competição dentro dos setores se tornou marca registrada
deste momento, as empresas devem, cada vez mais, melhorar seus índices de
competitividade e para isso ela depende quase que única e exclusivamente de seus
Seres Humanos - motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a
organização. Caso contrário, aquilo que poderia ser feito em apenas 1 hora com alto
grau de qualidade, chega a demorar até 2 dias para ser concluído.
Já definimos a pesquisa, explicamos seus objetivos. Mas, com seus resultados nas
mãos podemos muitas vezes simplesmente não saber o que fazer com eles. É
importante dizer que a pesquisa de clima - quando bem feita - deve sempre estar
coerente com o planejamento estratégico da organização pesquisada, propondo
sempre, em seu fechamento, um Plano de Ação, que traçará as principais diretrizes de
ação frente aos dados obtidos. Este será, portanto, específico, uma vez que todas as
variáveis já estarão claramente definidas pelo levantamento realizado.
Assim, podemos dizer que este "diagnóstico" realizado pela pesquisa de clima
organizacional pode auxiliar a organização a efetuar diferentes ações, como:
Está é uma pergunta que geralmente nossos clientes nos fazem. Consideram, muitas
vezes, que exista uma fórmula mágica que traga com eficiência este resultado.
Entretanto, nossas experiências de pesquisa mostram que esta fórmula não existe. É
uma pena...
O primeiro erro que boa parte das empresas comete é pensar que a única coisa que
motiva os colaboradores é dinheiro. Ledo engano. Salário, quando muito baixo, age
como agente desmotivador mas o oposto não leva a melhores resultados. Se fosse,
seria extremamente fácil. Em nossas pesquisas observamos que o fator melhoria
salarial está em oitavo lugar para a maioria das pessoas.
É muito fácil você comprovar isso. Imagine se hoje você duplicasse o salário de cada
um de seus colaboradores. Na hora seria a maior alegria, certo? E daqui a dois
meses? Como será?
Muitos líderes chegam a dizer, "o problema aqui é salário. Se a empresa der aumento
salarial, todos ficarão felizes" e com essa atitude se eximem do problema maior. Como
se a responsabilidade fosse somente da empresa e não mais de cada um de seus
componentes.
Uma premissa básica deve ser sempre considerada: Ninguém motiva ninguém.
Cada ser humano se motiva por razões diferentes. O que é muito importante para
organizações é que estas razões devem ser coerentes com sua cultura interna e
atitude perante os funcionários, que vai desde a contratação, passando pela
manutenção do colaborador na empresa e no seu desligamento.
Como resultado geral de todo nosso banco de dados (o que deve contar hoje (2002)
com aproximadamente 60.000 pessoas (incluindo lideranças), onde pelo menos cerca
de 10% foi entrevistado pessoalmente), podemos dizer que se apresentam da
seguinte forma:
O que desmotiva os
O que motiva os Colaboradores
Colaboradores
1. Desafios
2. Realização / Satisfação
3. Valorização / Reconhecimento
4. Crescimento Profissional
5. Participação / Utilidade
6. Liderança
7. Integração
8. Reconhecimento Financeiro
As Dimensões-chave pesquisadas:
Desafio
Na maioria de nossas pesquisas esse fator é o que está sempre em primeiro lugar
quando perguntamos o que os motiva.
Quanto maior o nível hierárquico de uma empresa, maior iremos encontrá-lo como
mola propulsora dessas pessoas.
Todos precisam sentir que suas funções ainda contenham desafios a serem vencidos
para que ainda possam ter motivação para executá-las.
Quando sentem que já não há mais desafios nas atividades que executam, ou na
empresa que trabalham, se não há uma mudança passam a perder o pique e a
vontade de fazê-lo bem feito.
Realização / Satisfação
Ninguém quer trabalhar o mês inteiro apenas para ganhar dinheiro. É preciso gostar
do que faz. É preciso uma boa dose de realização pessoal naquilo que está fazendo.
81% do universo pesquisado considera que para fazer bem feito é preciso gostar do
que está fazendo. Quando encontramos pessoas que não vêem sentido no que fazem,
não gostam elas apenas entregam à tarefa aproximadamente 10% de sua capacidade
de produção, mesmo que estejam com todos os focos de motivação sanados.
Valorização / Reconhecimento
Sentir que é reconhecido pelo que faz está intimamente ligado ao sentimento de
realização. 72% respondem enfaticamente que gostariam de ser valorizados pelo
trabalho que executam. E ser valorizado significa: receber maiores desafios, receber
feedback, ser ouvido, ser tratado com igualdade, crescer profissionalmente e etc.
não reconheço
Pela ilustração acima, quanto menor o grau na cadeia hierárquica da empresa, menor
será o sentimento de reconhecimento. Isto se agrava bastante no momento em que
por vícios culturais leva a falta de reconhecimento até mesmo de seus pares.
Participação
A própria pesquisa já age como um fator motivador nesta área. Sentem que há
seriedade da empresa na forma com que são ouvidos
Liderança
Em nossa experiência vimos que por diversas vezes existe uma certa fuga desta
responsabilidade. Colocam-na diretamente na empresa.
Integração
Reconhecimento Financeiro
Volto a afirmar que esses resultados são médias de empresas nas quais já
trabalhamos. E é importante ressaltar que estamos utilizando-os em termos genéricos,
somente para termos uma idéia de como anda o nível motivacional nas empresas
brasileiras. Entretanto, o resultado de cada empresa é fruto de um conjunto de
variáveis bastante específico e pontual (correspondente a um dado momento),
intimamente ligado à história e a cultura da organização.
Quais os fatores mais importantes atualmente os mais importantes para manter seu
nível de motivação em patamares elevados?
Que nota (entre 0 e dez) de motivação eu daria para meu nível de motivação no
desempenho das funções que executo?
Que atitudes pessoais venho tendo em função de melhorar a minha satisfação com o
trabalho que executo?
Momento da empresa
Por se tratar de uma pesquisa cujas análises retratam a situação atual, não podendo
serem estendidas ao passado ou futuro, é importante que a empresa contratante tenha
consciência de que momentos atípicos – positivos ou negativos -, poderão condicionar
os resultados.
Especificidade
Tecnologia da pesquisa
Para o sucesso do trabalho serão utilizados sistemas e métodos de pesquisa com nível
de proficiência adequados, cujos processos específicos serão mencionados,
posteriormente, na descrição das metodologias sugeridas.
Experiência dos participantes
A coordenação das tarefas internas deve ser realizada por uma equipe mista integrada
por profissionais da contratante e da consultoria contratada.
Participação / Comunicação
Sigilo
Equipe de pesquisa
Quando a empresa opta por realizar internamente a própria pesquisa dever ser tomado
alguns cuidados:
Questionários:
Entrevistas:
1 - Cargo
1- [ ] Encarregado
2- [ ] Técnico
3- [ ] Operacional
2 - Unidade
1- [ ] Unidade 1
2- [ ] Unidade 2
3- [ ] Unidade 3
4- [ ]Unidade 4
3 - Tempo de Serviço
1- [ ]Menos de 5 anos que trabalha na Empresa
2- [ ]de 6 à 10 anos que trabalha na Empresa
3- [ ]de 11 à 15 anos que trabalha na Empresa
4- [ ]Mais de 16 anos que trabalha na Empresa
4 - Sexo
1- [ ] Feminino
2- [ ]Masculino
Esse tipo de pergunta serve para substituir as perguntas abertas, mas para tanto
a escolha de opções possíveis deve ser tratada com bastante critério. Devem ser
feitas o entrevistas prévias para coletar o maior número de respostas
possíveis que pertençam ao universo da organização pesquisada.
18 - O que você considera, hoje, como os principais vantagens competitivas de sua empresa frente ao
mercado: (Cite até três vantagens)
19 - O que você considera, hoje, como os principais Fatores de Motivação para os funcionários da sua
empresa: (Cite até 4 fatores)
Observações Importantes:
1 - Cargo
Freqüência
Não respondeu 3%
1- Encarregado 15%
2-Técnico 25%
3- Operacional 57%
Total 100%
2 - Unidade
Freqüência
Não respondeu 3%
1- Unidade 1 15%
2- Unidade 2 25%
3- Unidade 3 57%
Total 100%
3 - Tempo de Serviço
Freqüência
Não respondeu 3%
Menos de 5 anos que trabalha na
1- 10%
Empresa
de 6 à 10 anos que trabalha na
2- 20%
Empresa
de 11 à 15 anos que trabalha na
3- 47%
Empresa
Mais de 16 anos que trabalha na
4- 20%
Empresa
Total 100%
4 - Sexo
Voltar Imprimir Fale com o Instituto MVC
O que é uma pesquisa de Clima? Por que hoje é tão importante acompanhar o
clima de uma organização?
Ricardo Luz
"Visa conciliar as aspirações dos empregados com as
aspirações do empregador"
Monteiro Lopes
Sentir que está sendo ouvido pela organização representa hoje o principal fator de motivação
citado pelos funcionários 62% Pesquisas realizadas pelo MVC
• Retenção de talentos
• Diminuição do índice de doenças psicossomáticas
• Treinamentos sintonizados com os objetivos da empresa, gerando resultado
• Alta produtividade
• Melhoria na Comunicação Interna da Empresa
• Aumento no comprometimento dos funcionários com a empresa (sentem-se
responsáveis por ela) (co-autores)
• Credibilidade
• Integração - União
• Adequação do processo de seleção / premiação
• ...
Todas as verdades de uma organização são sabidas por todos que dentro dela vivem
Enquanto acreditarmos que só o salário (R$) é o grande causador dos problemas, não faremos
nada e nada será mudado
• Desafio
• Perspectiva de Desenvolvimento
• Treinamento
• Reconhecimento.
• Integração
• Sentido de Utilidade
• Liderança
• Remuneração Justa
• Segurança
• Autonomia
• Diminui os "achismos"
• Evidencia aspectos da "área cega" das percepções organizacionais
• Aumenta o grau de comprometimento das pessoas
• Aumenta o sentimento de valorização profissional (eu sou útil para a
organização)
• Aumenta o foco nas competências críticas
WARREN BENNIS
Atributos:
• Liderança
• Relacionamento Interpessoal
• Comunicação
• Motivação e reconhecimento
• Autodesenvolvimento
• Criatividade
• Estratégia Organizacional
• Conhecimento Organizacional