FARMACOLOGIA
AULA 3
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CONVERSA INICIAL
farmacológicos existentes para o tratamento. Já é bastante elucidado que a diabetes pode ser
desenvolvida por aspectos genéticos, assim como fatores externos como estilo de vida e hábitos
alimentares. No entanto, outros fatores influenciam diretamente no desenvolvimento da doença,
como o uso de alguns medicamentos utilizados para o tratamento de diversas doenças, assunto esse
TEMA 1 – DIABETES
Diabetes mellitus é uma condição crônica comum e sua prevalência está aumentando
dramaticamente em todo o mundo. A diabetes pode ser dividida amplamente em diabetes tipo 1 e
diabetes tipo 2. A diabetes do tipo 1, também conhecido como diabetes mellitus insulinodependente –
DMID – ou diabetes de início juvenil, é causada pela incapacidade do pâncreas em produzir insulina
(hormônio capaz de controlar os níveis de glicose no sangue) ou pelo organismo não ser capaz de
usar a insulina com eficiência, ou ambos. A diabetes do tipo 2, conhecida como diabetes mellitus não
secreção de insulina. Em ambos os casos, a diabetes pode resultar em uma série de complicações à
Caso: senhor J. M., 65 anos, compareceu à emergência do hospital da cidade onde mora se
queixando de dor abdominal seguido de episódios de vômito, falta de ar e que aumentou o volume
de urina durante o dia. Ao ser questionado sobre seu estado de saúde, senhor J. M. informou que é
hipertenso e diabético há muitos anos e que faz uso de alguns medicamentos, e que nos últimos dias
tem tido dificuldade de manter sob controle seus níveis de glicemia pois apenas a metformina 850
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mg/dia não estava sendo suficiente, então, o médico acrescentou glicazida 30mg/dia. Informou
Além da diabetes claramente citada, o que mais pode estar acontecendo com o senhor J. M. que
organismo. A diabetes tipo 1 é caracterizada por uma total falta de insulina. A diabetes tipo 2 envolve
resistência dos tecidos periféricos do corpo aos efeitos da insulina. Ambas as formas não têm o efeito
de sinalização da insulina quando o glucagon e outros sinais metabólicos estão presentes em níveis
normais ou altos. Um desequilíbrio no metabolismo dos carboidratos e seus efeitos em outras vias
TIPO 1 TIPO 2
Etiologia Destruição autoimune das células β do pâncreas Resistência à insulina, com função inadequada das
células β para compensação
Idade de início Tipicamente <30 anos de idade Tipicamente >40 anos de idade
Organização Mundial da Saúde (OMS) adotam critérios para o diagnóstico da diabetes que incluem o
nível de glicose no plasma, tanto no valor da glicemia de jejum quanto no valor do teste de tolerância
· Glicemia plasmática de duas horas ≥11,1 mM (200mg/dl) durante um teste oral de tolerância à glicosec ou
· HbA1c ≥6,5%
aO termo aleatório é definido como sem levar em consideração o tempo desde a última refeição.
cO teste deve ser realizado usando uma carga de glicose contendo o equivalente a 75 g de
glicose anidra dissolvida em água; este teste não é recomendado para uso clínico de rotina.
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glicogênio e triglicerídeos na forma de tecido adiposo. A insulina tem como alvo principal o fígado,
tecido adiposo e músculos estriados. A síntese e liberação de insulina são estimuladas pela glicose,
ácidos graxos, a glicólise e a via da pentose fosfato. No tecido adiposo, a insulina estimula a captação
de glicose e ácidos graxos, bem como a síntese de triglicerídeos, também conhecida como
As células beta pancreáticas liberam insulina devido ao aumento das concentrações de glicose
no sangue. A glicose entra nessas células via GLUT2 por meio do transporte passivo. Esse
transportador de glicose possui glicose de afinidade fraca. Favorece apenas a glicose após a refeição,
quando os níveis de glicose no sangue estão altos e não em jejum. A insulina afeta o metabolismo
das células com receptores de insulina. Eles incluem os hepatócitos, adipócitos e células musculares.
A diabetes tipo 1 (DM1) é uma doença crônica caracterizada pela incapacidade do organismo de
produzir insulina devido à destruição autoimune das células beta no pâncreas. Embora o início ocorra
Histórico familiar.
Fatores genéticos: a presença de certos genes indica um risco aumentado de desenvolver DM1.
Idade: embora o DM1 possa desenvolver em qualquer idade, geralmente atinge crianças com
No DM1, o fígado é capaz de fabricar glicose, mas há apenas um estoque limitado de glicogênio.
Quando a insulina está ausente, a gliconeogênese não é controlada e os níveis de glicose no sangue
aumentam. Ao mesmo tempo, as células adiposas e musculares não conseguem absorver a glicose no
sangue através do transportador de glicose 4 (GLUT4). O corpo não pode remover a glicose no
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sangue elevada. Enquanto a glicose é muito alta no sangue, os músculos periféricos e os tecidos
adiposos sofrem de glicose. A secreção de glucagon é “desacoplada” dos níveis de glicose no sangue.
aumento da lipólise causa elevação de ácidos graxos livres na corrente sanguínea. As moléculas de
ácidos graxos são parcialmente absorvidas pelo fígado e depois incorporadas às lipoproteínas. Isso
aumenta os níveis de lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) e lipoproteína de baixa
densidade (LDL), que é um fator de risco para doenças cardíacas. Os corpos cetônicos são produzidos
devido à lipólise excessiva e não podem ser inibidos sem insulina. Uma condição perigosa chamada
Na diabetes tipo 2 (DM2), a resistência à insulina faz com que o corpo reaja como se ele não
tivesse insulina, mesmo estando presente em níveis elevados. Devido ao envelhecimento e ganho de
peso, os tecidos que antes respondiam normalmente à insulina tornam-se refratários à ação do
hormônio sendo necessário o aumento dos níveis de insulina para responder de modo apropriado.
Semelhante à diabetes tipo 1, em muitos aspectos, essa forma difere porque o fígado ainda é capaz
geralmente não está relacionada ao DM2, mas pode ocorrer devido a outros estressores metabólicos
e, se ocorrer insuficiência pancreática, leva à diminuição da produção e secreção de insulina. O
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diabetes tipo 2. Ocorre quando os níveis no sangue estão muito altos e as substâncias ácidas
chamadas cetonas se acumulam em níveis perigosos no corpo. A deficiência de insulina, o aumento
de hormônios contrarreguladores de insulina, tais como o cortisol glucagon, entre outros, juntamente
com a resistência periférica à insulina levam a hiperglicemia, desidratação, cetose e desequilíbrio
Os sintomas iniciais mais comuns da CAD são o aumento da sede e da poliúria, além de mal-
estar, fraqueza generalizada e sensação de cansaço, náusea e vômito (Quadro 2). O tratamento
emergencial inclui a correção da perda de líquidos com fluidos intravenosos; correção de
hiperglicemia com insulina correção de distúrbios eletrolíticos, particularmente perda de potássio;
Reação Dor de cabeça, tontura, nervosismo, apreensão, tremor, transpiração excessiva, frio, pele húmida,
hipoglicêmica taquicardia, fala arrastada, lapsos de memória, confusão, convulsão.
Açúcar no sangue <60mg/dl.
Cetoacidose Sede extrema, poliúria, odor de hálito frutado, respiração de Kussmall (profunda, rápida, trabalhosa,
diabética angustiante, dispneia), pulso pulsante, membranas mucosas secas, mau turgor da pele.
(reação Nível de açúcar no sangue >250mg/dl.
hiperglicêmica)
Vários medicamentos têm efeitos colaterais que incluem o aumento dos níveis de glicose no
sangue. A diabetes induzida por drogas ocorre quando o uso de um medicamento específico leva ao
desenvolvimento de diabetes. Em alguns casos, o desenvolvimento de diabetes pode ser reversível se
o uso do medicamento for interrompido, mas em outros casos a diabetes induzida por
medicamentos pode ser permanente.
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A diabetes induzido por drogas é uma forma secundária de diabetes; em outras palavras,
resultante de outro problema de saúde.
TEMA 4 – HIPOGLICEMIA
A hipoglicemia é uma reação à insulina que ocorre devido ao aumento dos níveis de insulina no
soro. É mais comum em pacientes que estão recebendo insulina. Na diabetes, a hipoglicemia
Muitos medicamentos e distúrbios podem causar hipoglicemia. Na maioria das vezes, a hipoglicemia
sintomática é devida a medicamentos utilizados no tratamento da diabetes mellitus, incluindo anti-
hiperglicêmicos orais ou insulina. Quando a hipoglicemia ocorre por outros motivos, o corpo costuma
ser altamente capaz de compensar. As causas de hipoglicemia controladas pela insulina incluem
De modo geral, os fármacos disponíveis visam modificar a maior parte das etapas do processo
A seguir iremos ver as principais classes farmacológicas e em quais situações são aplicadas.
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No passado, a insulina para uso humano era obtida de fontes animais (por exemplo, vacas e
porcos). Com os avanços na tecnologia de DNA recombinante, agora é possível produzir grandes
quantidades de insulina com uma estrutura de aminoácidos idêntica à da insulina humana ou
As várias formulações de insulina diferem na rapidez de seu início de ação no tempo, desde a
injeção até o pico de ação, e na duração da ação, dependendo da natureza química da preparação
específica de insulina. Uma das dificuldades referentes ao uso da insulina consiste em evitar as
maioria das vezes por injeção subcutânea, podendo ser administrada por via intravenosa e
intramuscular em casos de emergência. O principal efeito adverso da insulina é a hipoglicemia. É
comum e, se muito grave, pode causar danos cerebrais ou morte súbita cardíaca.
As medicações costumam ser o primeiro tipo de tratamento que as pessoas com diabetes tipo 2
experimentam quando dieta e exercício sozinhos não são suficientes para manter os níveis de glicose
no sangue em uma faixa saudável. Há diversas classes que funcionam de maneiras diferentes.
classe das biguanidas e atua aumentando a sensibilidade à insulina hepática. Também aumenta a
captação de glicose nas células periféricas, reduz a produção hepática de glicose e ajuda na perda de
peso. A metformina pode induzir efeitos colaterais gastrointestinais, como inchaço abdominal,
cãibras, náuseas, vômitos e diarreia, que podem ser minimizados iniciando a metformina em doses
baixas. Recomenda-se cautela quando usado em pacientes com insuficiência renal ou outras
condições que podem aumentar o risco de acidose láctica, como insuficiência cardíaca aguda.
As sulfonilureias (por exemplo, gliclazida e glimepirida) são comumente usadas como agentes de
segunda linha em pacientes com diabetes tipo 2, mas também podem ser usadas como um
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tratamento de primeira linha alternativo, em vez de metformina, se o paciente não estiver acima do
peso ou for intolerante à metformina. As sulfonilureias também podem ser adicionadas à metformina
efeitos colaterais das sulfonilureias são ganho de peso e hipoglicemia, e o risco é aumentado em
pessoas com insuficiência renal leve a moderada e insuficiência hepática grave
terceira linha, embora tenham sido deixadas de lado devido seus efeitos adversos. As
tiazolidinedionas agem pelo receptor γ ativado por proliferador de peroxissomo (PPAR-γ), um fator
de transcrição nuclear para diminuir a resistência à insulina e demonstrou levar a uma redução
significativa da hemoglobina glicada, tanto em monoterapia quanto quando usada em combinação
com outros medicamentos orais, como metformina e/ou sulfonilureias. As tiazolidinedionas estão
associadas a um risco aumentado de fraturas e, em alguns casos, pode levar a insuficiência cardíaca.
A terapia de reposição de insulina em alguns casos torna-se necessária em pacientes com DM2.
Os fármacos orais geralmente são continuados em pacientes que estão iniciando insulina. Pacientes
com DM2 que já tomam agentes orais podem inicialmente precisar apenas de insulina basal de ação
NA PRÁTICA
Lembra-se do senhor J. M., abordado no início desta aula? Com todos esses sintomas relatados
não ficou difícil de imaginar que estava apresentando por um episódio de cetoacidose diabética.
Além da condição propria da diabetes e sua dificuldade em controlar os níveis de glicose, ele também
faz uso de diversos medicamentos que promovem a hiperglicemia, principalmente quando utilizado
cronicamente, ou seja, uso contínuo.
FINALIZANDO
também os tratamentos utilizados clinicamente para seu tratamento. Embora sejam bem
estabelecidos os principais fatores envolvidos no desenvolvimento tanto da diabetes mellitus do tipo
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1 quanto tipo 2, é importante avaliar quais condições predispõe o indivíduo a desenvolver ou não a
REFERÊNCIAS
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