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Sady Sidney Fauth Junior
Resumo: Este artigo analisa o conceito da administração privada e pública, bem como apre-
senta de forma geral um balanço sobre a corrupção no Brasil.
Introdução
A
Pública.
ntes de analisarmos a corrupção na Administração Pública devemos esclarecer o
conceito de Administração e mais especificamente o conceito de Administração
Contextualização
O nosso país já nasceu sob o império de uma conduta criminosa, pois desde o desco-
brimento a corrupção era disseminada pelos nossos colonizadores. Ainda nem existia a nação
brasileira, e já era a nossa “terra” apenas e meramente fornecedora de matéria-prima, fonte de
enriquecimento fácil para os que aqui vinham apenas com a ambição de fazer fortuna e voltar
a Europa.
No período colonial, o contrabando era levado a efeito por estrangeiros auxiliados pe-
los nativos, e a sonegação de tributos a Coroa, duas espécies de delitos facilmente praticados.
O Rei de Portugal pretendeu até utilizar os Tribunais da Inquisição, para punir os acusados de
traição a Corte, entretanto, o Santo Ofício nunca deu importância.
E no Brasil independente em sua fase imperial, a prática da corrupção não foi elimina-
da, pelo contrário, os ladrões públicos, encontraram novas formas, e já não mais faziam o con-
trabando, mas sim a corrupção refinada, praticada por nobres e ministros, que se encarrega-
vam de privilegiar parentes em negociações, lesando os cofres públicos e contribuindo para
mais rapidamente derrubar o Império.
Não constitui novidade para nenhum brasileiro o fato de que quantias absurdas de di-
nheiro público são desperdiçadas e até desviadas, diariamente, nos três níveis da Administra-
ção Pública da Federação, mediante práticas corruptas como a simulação de dados ou docu-
mentos para "legalizar" despesas não realizadas ou realizadas a menor custo, clientelismo,
relações pessoais, concussão, corrupção etc.
Todos concordam que o País vive uma crise de moralidade e que, não fosse por isso, já
estaríamos inseridos no "primeiro mundo". Infelizmente, todos os brasileiros reconhecem esse
fato, mas não se dão conta de que também contribuem, individualmente, para isso, na medida
em que o cometem pequenas ilegalidades e acham isso natural.
No Brasil, conforme as palavras de Silva (1999, p. 27), a corrupção é dramática, po-
dendo-se ilustrar essa afirmação apenas com o caso Collor e o escândalo do orçamento, para
não citar outros tantos, mais recentes. A corrupção, que já era intensa durante a Ditadura e
prosseguiu com a abertura democrática, parece que se institucionalizou no Governo Collor,
prosseguiu nas gestões de Fernando Henrique e, ao que tudo indica, continua presentemente.
Alguns anos atrás, esse estado em que se encontra o Brasil pôde ser sentido de forma
muito veemente, por toda a sociedade, quando o ex-Presidente da República, Fernando Henri-
que Cardoso, editou Medida Provisória onde, praticamente, proibia que os Membros do Mi-
nistério Público intentassem ações de improbidade administrativa. E como não bastasse, ainda
Universidade Estadual de Goiás - UnUEAD
Curso: Pós-graduação em Gestão Pública
instituía, na própria lei da ação de improbidade, uma ação que poderia ser intentada pelo ím-
probo contra o membro do Ministério Público (não contra o Estado, como orienta a Teoria da
Responsabilidade Objetiva do Estado).
A referida medida só não foi convertida em lei devido ao empenho dos próprios mem-
bros do Ministério Público, os quais, pessoalmente e através de suas associações de classe,
buscaram apoio na sociedade e em organizações externas como a Transparência Internacional.
No entanto, ainda prevalece no Brasil à apatia. É possível que a classe política e buro-
crática do Brasil, em si, bem como a própria sociedade como um todo - esta, devido à sua
conformidade com a corrupção -, estejam sofrendo de um mal que, em Sociologia, já foi di-
agnosticado como estado de anomia.
Merton (1968, p. 236 –237) afirma que a anomia, do ponto de vista sociológico, é uma rup-
tura na estrutura cultural, ocorrendo, particularmente, quando há uma disjunção aguda entre
as normas e metas culturais e as capacidades socialmente estruturadas dos membros do gru-
po de agir de acordo com as primeiras. Quando a estrutura social e cultural estão mal inte-
gradas, a primeira exigindo um comportamento que a outra dificulta, há uma tendência rumo
ao rompimento das normas ou ao seu completo desprezo.
Referências Bibliográficas
MERTON, Robert K. Sociologia: teoria e estrutura [Traduzido por Miguel Maillet]. São Pau-
lo: ed. Mestre Jou, 1968.
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro:
Forense, 2002.
SILVA, Marcos Fernandes da. The political economy of corruption in Brazil. São Pau-
lo:Revista de Administração de Empresas, v. 39, n. 3, 1999.