Você está na página 1de 52

CONSTITUIÇÃO

DO

C r u d e Oriente è Brasil

R i o DE JANEIRO
Tyfi. e Encadernação VALLELLE- Carmo, 63:
1937
CARACTER DE AUTHENTICIDADE

O exemplar desta Constituição só será considerado

authentico, quando, além do numero de ordem de expe-

dição, levar a rubrica do Grr. Secr:. Oer.-. da Ord.-.-.

Gr.'. Secr.-. Ger.'. da Ord.-.

yv.° 47S
Decreto N.° 1.095
General José Maria Moreira Guimarães, 33:., Grão
Mestre Geral da Ordem Maçónica no Brasil:
Faz saber a todos os Maçons e Officinas da Fe-
deração, para que cumpram e façam cumprir, que a
Assembléa Constituinte, depois de observadas as pref-
er ipçõ es legaes, adoptou e promulgou, em sua reunião
de 4 do corrente, a reforma d a Constituição do Grande
Oriente do Brasil, pela qual passará a reger-se a Ma-
çonaria no Brasil, e que é publicada em seguida ao
presente Decreto, ficando o Pod:. Ir:. Gr:. Secr:. Ger:.
da Ord:. encarregado da sua notificação e publicação,
como ide estylo.

Dado e traçado no Gabinete do G r ã o Mestrado


Geral da Ordem, na cidade do Rio de Janeiro, V a l d o
Lavradio, ,aos ,5 dias do 4.0 mez do anno de 5.935, V : .
L : . — 5 de Junho de 1935, E:. V:.

J. M. Moreira Guimarães, 33.-.


'Sob:. Gr.. Mestr:. Ger:. da Ord:.

Ezequiel Medeiros, 33:.


Gr:. Secr:. Ger:. da Or:..

Bolivar Medeiros, 33:


Gr:. Cbanc:.
Acto de promulgação desta
Constituição

Gmnãe Oriente do Brasil

Nós, os Representantes das OOff:., reunidos em


Assembléa Constituinte, estabelecemos, decretamos e pro-
mulgamos a seguinte Constituição, pela qual deverá
regular-se a Maçonaria no Brasil e mandamos -a to-
dos, a quem o seu conhecimento e execução perten-
cerem, que a executem, fâçam executar e observar fiel
e inteiramente, corno nella se contém.

Publique-se e cumpra-se.
Dado e traçado no Templo dos trabalhos da Assem-
bléa Constituinte, ao Or:, do Pod:. Centr:. (Rio de
Janeiro), ,aos 4 de Junho de 1935

Antenor Esposei Coutinho, 33:., Presidente


Isidro José Alonso, 3o:.
Washington cie Castro, 18:.
Albano Comes da Silva Porto, 3o:.
Raymundo R e g o Barros cie Souza, 3o:.
Alvaro Palmeira, 18:.
Eimilio Pimentel de Oliveira, 18:.
Arthur Ferreira da Costa, 7:.
Manoel Ferreira do Bomfim! e Silva, 33:.
Heitor Guimarães, .18:.
Francisco (Antonio cie Macedo, 33:.
Benjamin Faustino de Paula, 13:.
Francisco Xicolich, 3o:.
Antonio Pinto Guimarães, 12:.
Abílio d a Silva Neves, i3:.
Henrique Ferreira Lopes, 18:.
Manoel Francisco Rodrigues, 3o:.
Augusto Carlos Cardoso, 32:.
Arthur Paulino de Souza, 3o:.
Ismael Martino de Oliveira, i8:.
Miguelote Vianna, i8:.
Annibal Rodrigues, 18:.
Nicolau Matarazzo, 33:.
Annibal Rodrigues Vieira, 3i:.
A f f o n s o Pereira, 32:.
José Bastos Brasil, 3i:.
Belarmino Nunes Martins, 3o:.
Luiz Guimarães, 32:.
Sylvio de Alvim Botelho, 3o:. (com restricções)'
José Alves Ferreira Vizeu, 32:.
Arthur Cardoso Machado, 3i:.
Joaquim Rodrigues Neves, 33:.
Diego Paz Ares, 30:.
Emilio Devecchi, 18:.
Carlos Galhiano, 30
E l i a s Rotslcy, 30:.
Abilio A u g u s t o Alvares, 31:.
Manoel Joaquim Dias Lopes, 33:.
Joviano de Carvalho Reis, 30:.
A l f r e d o B e r m a n Tolipan, 31:.
Bonifacio R a m o s , 18:.
Eurico Vieira da Cunha, 18:.
Casemiro M a n o e l Gonçalves Guimarães, 33:.
José Antonio Guimarães, 33:.
Antonio Pereira de Magalhães, 30:.
Joaquim Duarte Estrella,30:.
Antonio de Sá Barbosa, 30:.
Manoel José Soares, 13:.
A r m a n d o Martins, 30:.
Doralecio Lins W a l c a c e r , 18:.
Francisco d a Costa Maia, 7:.
Arnaury P o g g i de Figueiredo, 18:.
T h e m a r A m a r a l Rossas, 18:.
CAPITULO I

Da Maçonaria e seus princípios

1 — A Maçonaria, instituição philanthropica, philo-


sophica e progressista, tem por objectivo a investigação
constante cia verdade, o culto inflexível da moral e a
pratica desinteressada da solidariedade, trabalhando pelo
melhoramento material e social e pelo aperfeiçoamento
moral e intellectual .da humanidade.

2 — A Maçonaria, cuja divisa é 1 — Liberdade, Igual-


dade e F r a t e r n i d a d e — , sustenta como seu principio car-
deal a mais completa liberdade de consciência, pela
pratica inflexível da tolerancia, que se traduz pelo res-
peito á razão e ás convicçõies individ'uaes de cada um'.

3 — E ' dever da Maçonaria estender e liberalizar


a todos os homens os laços fraternaes que ligam os
maçons em toda a superfície d'o globo, recommeridando
a propaganda pela palavra e pelo exemplo e proscreven-
do systematica e terminantemente o recurso á força
e á violência.

4 — A Maçonaria reconhece nos maçons lo di-


reito de opinar e intervir em| todas as questões relattivas
á Instituição, permittindo-lhes outrosim manifestar as
suas opiniões sobre as questões politicas, económicas,
religiosas e sociaes de ordem geral, vedadas as apre-
ciações sobre as de ordem partidaria, sectaria ou fac-
ciosa.
; I • — 8 —

,5 — A Maçonaria affirma ser o trabalho o dever


essencial ido homem e honra igualmente o trabalho ma-
nual e o intellectual.
6 — A Maçonaria considera todos os maçons iguaes
e irmãos entre sí, só havendo entre elles a diffrença
que decorre da pratica da virtude e da prestação de
serviços á Ordem, á Patria e á Humanidade.
7 — E ' dever do maçon, em1 qualquer circumstan-
cia, ajudar e proteger seu Irmão, mesmo com ris-
co da propria vid'a, e defendel-o contra a injustiça.

CAPITULO II

Dos Maçons

Art:. i.° — A admissão de qualquer profano como


maçon, bem como a regularização de maçon irregular,
só se podem fazer por forçâ de deliberação de uma
L o j a justa, perfeita e regular, mediante escrutinio se-
creto, em que tomem parte todos os presentes.
§ ] .o -— A iniciação não se pode fazer sem a
verificação prévia da concorrência na pessoa do candi-
dato dos seguintes requisitos:
a) estar civilmente emancipado;
b) — possuir instrucção que lhe permitta compre-
hender fe applicar o ideal da Instituição;
c) — não ter defeito physico ou moléstia que im-
peçam o cumprimento dos deveres maçonicos;
d) — ter bons costumes c reputação i Ilibada,
e) — exercer profissão que lhe assegure subsis-
tência honesta, de modo a poder cumprir seus cl everes
para com a O r d e m ;
f) — ter pelo menos seis mezes cie resid'encia
no Oriente da Loja, sendo brasileiro c, dois annos sendo
estrangeiro.
§ 2.° — N ã o podem ser propostos á iniciação as
— II —

praças cie pret, exceptuados os alumnos das escolas


militares cie ensino superior.
§ 30 — Os filhos de maçons e os ,'iowtons,
desde que completem 18 annos, poderão ser iniciados
havendo consentimento cios paes ou tutores, que fica-
rão responsáveis pelo cumprimento dos seus deveres
pecuniários; antes, porém, cie obterem a emancipação
civil não poderão ser elevados ao g r á u d e Mestre.
Art. 2.° — Os tres primeiros graus, em todos os
Ritos, são: Aprendiz, Companheiro e Mestre, conferindo
este ultimo a plenitude dos direitos maçonicos.
Art. ,3.0 — A Maçonaria possue signaes e emble-
mas, cuja elevada significação symbolica só pela ini-
ciação ipóde ser revelada.
§ /único — E m caso algum podem ser dispensadas
as formalidades estabelecidas nos Rituaes para a inicia-
ção ;nos cliff erentes gráus.

Art. 4.0 — São deveres do maçou:


1 — Reconhecer como Irmão todos os maçons
regulares !e prestar-lhes, bem corno ás suas viuvas e
filhos 'menores, p auxilio que puder.
2 _ Frequentar assiduamente os trabalhos das-
Officinas, acceitar e desempenhar zelosamente todos os
encargos maçonicos que lhe forem confiados.
3 _ Guardar inviolável mente os segredos da Ordem
e satisfazer com pontualidade as contribuições pecuniá-
rias, ordinarias ou extraordinarias, que regularmente
lhe forem impostas.
4 _ Manter sempre, tanto na vida maçónica c o m o
n o mundo profano, conducta digna- e honesta, prati-
cando a tolerancia e beneficericia, respeitando escrupu-
losamente os ditactames da honra e da solidariedade
humanas e subordinando-se conscientemente ás determi-
nações legaes dos poderes maçonicos constituídas.
i5 — Concorrer com' o máximo esforço para o
bem da O r d e m em geral, d a Patria e da Humanidade,
— IO —

Art. 5 ° — Todos os maçons são .eguaes perante


a L e i maçónica, que lhes assegura os seguintes direitos:
1 — A justa protecção moral e material, para
-í e para seus parentes conjunctos, definida no art.
4-° n.° i.
2 '— Propor, discutir e votar, nos termos desta
Constituição, Leis e Regulamentos da Ordem, todos os
assumptos, excepto os relativos a gráus superiores ao
que possuir e os que lhe interessarem pessoalmente.
3 — Representar e recorrer, nos termos do Regu-
lamento Geral, contra qualquer acto que lhe pareça
injusto, contrario á Constituição ou ao bem da Ordem,
ou julgue offensivo dos seus direitos.
4 — Passar de uma para outra L o j a cia Federação,
desde que se ache quite.
5 Pedir directamente augmento d e salario, até
o gráo de Mestre, respeitada o interstício, legal.
6 — Votar e ser votado para quaesquer cargos
electivos, attingida que seja a plenitude cios direitos ma-
çonicos, respeitadas as excepções legaes.
7 .— Fazer parte, no máximo, de 5 L o j a s de um
Oriente, desde que sejam de Ritos differentes, respeita-
dos os direitos já adquiridos.
§ único — Nenhum macon pôde ser membro quo-
tisante de 'mais de uma L o j a do mesmo Rito.
Art. 6.° — Os direitos maçonicos suspendemj-se
pela decretação da procedencia da accusação ou poi
acto do Soberano Grão MestreGeral da Ordem ou
do Grão Mestre Estadoal, resalvadas as excepções pre-
vistas na presente Constituição, e perdem-se pela eon-
demnação passada em julgado.
Art. 7.0 — Podem ser os maçons regulares ou
activos, inactivos e irregulares.
a) — Regulares ou activos são os que pertencem
a uma L o j a da Federação como effectives e nella exer-
— II —

cem toclos os seus direitos, ou a outras Potencias Ma-


çónicas reconhecidas pelo Grande Oriente do Brasil.
b) — Inactivos são os que deixaram d'e pertencer
a uma L o j a regular.
c) — Irregulares são os que pertencerem a qualquer
corpo maçonico não reconhecido pelo Grande Oriente
do Brasil.
Art. 8.° — A iniciação na Maçonaria só poderá
ser feita por solicitação escripta do proprio punho do
candidato, deliberação d a L o j a e em sessão 'magna es-
pecialmente convocada.
§ único — Nenhum profano poderá ser iniciado
pela autoridade de um Ir,não isolado.
Art. 9.0 — Os membros de uma Officina são
effectivos ou honorários, incluindo-se entre os primeiros,,
não só os propriamente quotisantes, corno também os
remidos, filiandos livres *e toclos ps demais membros
possuidores de títulos honoríficos, menos os honorários.
Art. 10 — A Soberania Maçónica no Brasil reside
na totalidade dos maçons activos, regidos por esta Con-
stituição, e será exercida pelo suffragio universal dire-
cto, 110 t o c a n t e á organização dos Poderes L e g i s l a t i v o s
e Executivo.
CAPITULO III

Das Officinas
Art. 11 — Os maçons aggremiam-se em corpos
(Officinas de trabalho), para o fira de praticarem os
graus que lhes competirem
1 — Denominar-se-á Symbolica ou Loja Base a
que trabalhar até ao gráu de Mestre.
2 — Terá^a organização e a denominação que lhe
der a respectiva Grande Officina Litúrgica a que func-
cionar era gráu superior ao de Mestre.
— II —

Art. 12 — 0 Grande Oriente do Brasil outorga


e assegura ás Officinas da Federação plena autonomia
no que concerne e é peculiar, á administração destas,
nos termos e de accordo com as disposições desta Con-
stituição e das leis complementares.
Art. if'3 — As Lojas serão sempre consultadas
sobre «medidas cie interesse maçonico geral, e, estando
quites com o Grande Oriente do Brasil, poderão admi-
nistrar e applicar livremente os seus bens. N o tocante ao
augmento de salario que puderem conferir aos mem-
bros de seu quadro, serão independentes e autonomas.
§ único — Como parte integrante do Grande Orien-
te do Brasil, não lhes é permit tido, sem prévia auto-
rização da Soberana Assembléa Geral, contrahir divi-
das. gravar, cie qualquer modo, ou alienar o seu pa-
trimônio.
Art. 14 — Os cargos* maçonicos são electivos,
temporários, honoríficos e obrigatorios, sendo o seu
desempenho gratuito e só podendo ser eleito para
qualquer cargo em Officina um maçon membro ieffe-
ctivo cia mesma e que estiver collado no g r á u d e Mestre.
Art. 15 — As Officinas exercem autoridade dis-
ciplinar em suas sessões sobre todoís os imaçons1 pre-
sentes, não devendo permittir debates que possam acar-
retar perturbações aos seus trabalhos.
Art. 16 — A s Officinas justas e perfeitas e regu-
lares se designam pelo titulo que escolherem, occupando
no registro o numero de ordem que lhes competir,
seja qual for o Rito ou classificação.
Art. 17 — São deveres de uma Officina cie qual-
que categoria:
a) — observar cuidadosamente tudo quanto diz
respeito ao espirito e á fôrma da Sublime Instituição,
cumprindo e fazendo cumprir esta Constituição, Leis e
decisões dos Altos .Corpos da Ordem;
b) •— trabalhar com toclo o esforço para a ins-
trucção e o aperfeiçoamento :moral dos seus Obreiros
e do povo em g e r a l ;
c) — prestar assistência material e moral aos seus
Obreiros, assim como ás suas viuvas, irmãs solteiras'
e filhos menores necessitados;
d) — a f f i x a r durante 15 dias, n a Sala dos Passos
Perdidos, cópia das propostas de iniciação 'ou de regu-
larização para conhecimento de qualquer m a ç o u regu-
lar, 'acompanhada da photographia do candidato;
e) — enviar cópia ou aviso das propostas Ide inicia-
ção ou regularização, bem como das decisões de 'rejeição
de profanos, dentro d o prazo máximo de 8 jdias contados
da sessão em que foram apresentadas ou resolvidas,
dirigindo-as á autoridade a que estiver subordinada im-
mecliatamente;
f) — não iniciar ou regularizar qualquer candidato
antes de receber permissão da autoridade competente,
e que se haverá por concedida passados 15 dias para
as L o j a s do ;Poder Central ie 60 dias p a r a as dos de-
mais Orientes, sem manifestação expressa em contrario;
g) — dar aos Obreiros do seu quadro contas da
administração, levantando balancetes 'trimestraes, e an-
nualmente um balanço geral, que com os respectivos
documentos comprobativos e livros de escripturação,
após o relatório <da commissão de finanças, serão 'fa-
cultados ao exame dos mesmos Obreiros na Secretaria
da Officina, pelo menos durante dez dias anteriores á
sessão cm que 'as ditas contas tenham de (ser julgadaís ;
h) —- enviar ao Illustre Conselho G e r a l da .Ordem
cópia do balanço annual, depois de ter sido ã p p r o v a d o ;
i) — contribuir rcom as quotas ordinarias e fextra-
ordinarias votadas pela Soberana Assembléa Geral;
j) — fornecer gratuitamente aos poderes compe-
tentes as certidões que os mesmtos reclamarem para
os fins de direito;
14

K) - fornecer aos I r m ã o s cio quadro ou ida Or-


dem, desde que seja para fins de direito ^
certidões sobre assumptos constantes do l m de acta,
ou de quaesquer outros d a O f f i c i n a , c o b r a n d o e.ta os
emolumentos fixados em tabella de seus r e g u l a m e n t o s in-
ternos e , na falta desta, p e l a tabella o f f i c i a l d o Grande

Oriente do Brasil;
1) - registrar o s seus m e m b r o s no C a d a s t r o -Ge-
ral d a O r d e m , .observadas as p r e s c r i p t s rituaes;
,m) - enviar annualmente á Grande Secretaria
Geral da O r d e m o quadro integral dos seus Obreiros
e o relatório dos seus t r a b a l h o s ;
n) __ esforçar-se pela harmonia no seio da O r d e m ,
propugnando a unidade maçónica, respeitada a auto-
nomia absoluta cie cada Rito; 1

o) — celebrar sessões economicas, magnas e de


instrucção.
Art . l8 _ São d i r e i t o s ' d e uma O f f i c i n a ide qual-
quer categoria:
a) . - organizar, modificar c interpretar o seu re-
gulamento particular, respeitadas as prescripts des-
te Constituição e leis complementares e as especiaes
do R i t o que p r a t i c a r ;
b) — a:lmittir O b r e i r o s no seu quadro, por inicia-
ção, regularização e filiação;
c) _ tomar sob sua protecção, 'pela cerimonia fla
adopção, os filhos die maçons que tenham de 7 a 17
annos, os quaes poderão ser iniciados quando completa-
rem 18 annos; ;
d) — gerir os seus fundos, de a c c o r d o c o m o dis-
posto nesta Constituição;
,e) _ mudar de Rito, mediante a acquiescencia ,|:la
Grande O f f i c i n a L i t ú r g i c a ,a que se quizer subordinar,
restituindo a de que se desligar todos os titulos por
esta expedidos;
f) — dirigir á S o b e r a n a A s s e m b l é a qualquer pro-
posta de reforma da Constituição ou Leis ordinarias Je
representar aos poderes competentes sobre medida de
interesse geral da O r d e m ;
g) — corresponder-se com as outras O f f i c i n a s re-
gulares da F e d e r a ç ã o ;
h) — recorrer, sem effeito suspensivo, para a .So-
berana Assembléa Geral, das decisões d o Illustre Con-
selho Geral da Ordem, sobre negocios ide interesse das
mesmas Officinas, sempre ,que tal recurso seja expressa-
mente admittido por Lei;
i) — fundir-se com outra ou outras de sua catego-
ria, mediante prévia autorização dos poderes compe-
tentes ; Í
j) — aggrupar-se .com outras Officinas para consti-
tuição de Grande Oriente Estadoal, satisfeitas 'as con-
dições previstas nesta ,Constituição;
k) — conferir ios graus de sua competencia, {.ven-
cidos os interstícios legae^, e propor para gráus sure-
riores os Obreiros de seu quadro que parecerem dignos
de tal recomniehdação;
1) — fixar as contribuições ordinarias de seus
Obreiros e crear outras especiaes para fins determi-
nados ;
m) — dispensar, ;no interesse da Ordem ou ! do seu
quadro, no todo íou em parte, as jóias d e admissão dos
iniciandos, filiandos ou tregularizandos e a dos gráus
que conferir;
n) — conceder distincções honorificas a qualquer
maçon regular, bem como adoptar como membros do
seu quadro, pela filiação livre, Obreiros de outras 'Offi-
cinas da Federação, de accordo com o art. 5, n.° 7 ;
o) — processar ,e julgar os membros ídoi seu
quadro;
p) — expedir placet a qualquer obreiro de seu qua-
dro, após a prova, em f o r m a regular, de que tal pbrei-
ro é pernicioso íá L o j a .
— ! 6—

Art I9 _ "As Officinas mantêm relações com


os Corpos Rituaes em materia litúrgica. Em materia
administrativa dependem directamente do Grande Orien-
te do Brasil e Grande Oriente E s t a d o a l a 'que estiverem
subordinadas.
Art. 20 — A s Officinas, sob pretexto algum, po-
derão admittir maçons irregulares ou inactivos nos seus
trabalhos.
Art. 21 — Varias Officinas da mesma ou de
differentes localidades podem congregar-se para delibe-
rar em comnium, seja em1 reuniões plenas, seja por
delegação, acerca de interesse maçonico geral, sendo
que as resoluções assim tomadas a ninguém obrigam,
sem approvação dos Corpos Superiores d'a Ordem.
Art. 22 — As Officinas subordinadas a Grandes
Orientes Estadoaes estão isujeitas ;vs prescripções dos
Regulamentos destes Corpos,, respeitadas as disposições
desta Constituição c Leis complementares.
Art. 23 — As Officinas Symbolicas adoptarão,
para os seus trabalhos, um dos Ritos reconhecidos como
regulares.
§ único —• Nenhum Rito poderá aspirar á supre-
macia sobre os outros, qualquer que seja o inúmero
de seus gráus.
Art, 24 — Os direitos das Officinas podem ser
suspensos nos mesmos casos cio art. 6.°.
§ único — São nulLos o irregulares todos e quaes-
quer actos praticados por Officinas suspensas dos seus
direitos.
Art. 25 — Cada Officina elege, na época de-
signada pelo Regulamento Geral, suas Dignidades e
Officiaes, Commissões e Representante á Soberana As-
sembléa Geral, dando immediata comniunicação cia es-
colha ao Illustre Conselho G e r a l da Ordem, para o
qual se admittirá, contra taes leleições, recurso voluntário.
CAPITULO IV

Do Grande Oriente

Art. 26 — A s L o j a s ou Officinas, regidas por esta


Constituição e pelas Leis, Regulamento Geral e regi-
mentos particulares delia derivados, f o r m a m entre sí
uma Federação sob o titulo de — G R A N D E O R I E N T E
D O B R A S I L — com sede e foro na cidade do Rio de
Janeiro, maçonicamente denominada — P O D E R C E N -
TRAL.
Art. 27 — O governo do Grande Oriente do
Brasil tem por ó r g ã o s os poderes: L E G I S L A T I V O , E X E -
CUTIVO, J U D I C I Á R I O e L I T Ú R G I C O , independen-
tes e harmonicos entre sí, tendo por base |o principio
representativo.
§ i.° — O Poder Legislativo do Grande (Oriente
cio Brasil é exercido pel^ — Soberana Assembléa .Ge-
ral.
§ 2.0 — O Poder Executivo é exercido pelo Soberano
G i ã o Mestre Geral da Ordem, auxiliado pelo Illustre
Conselho G e r a l da O r d e m e substituído e m suas f a l t a s
e impedimentos pelo Grão Mestre Geral Adjunto. N a
f a l t a ou impedimento de ambos caberá o exercício in-
terino ao membro desse Conselho, eleito por dois ter-
ços de votos dos presentes.
§ 3-°—O Poder Judiciário é exercido pelas O f f i c i n a s
por meio de jurados, pelo Supremo Tribunal de'Justiça e
pela Soberana Assembléa .Geral, esta como tribunal es-
pecial para julgamento do Grão Mestre effectivo, d o
Adjunto, de Grãos Mestres PIonorarios, dos m e m b r o s
do Illustre Conselho Geral da Ordem 1 e dos Representan-
tes á mesma Soberana Assembléa Geral, sempre com
recurso para o Supremo Tribunal.
§ 4.0 -— O Poder Litúrgico é exercido pelas Gran-
des Officinas Litúrgicas, de accordo com as Leis espe-
ciaes de cada Rito.
Art. 28 — A receita e a d e s p e s a do G r a n d e
Oriente do Brasil serão orçadas e fixadas annualmente
pela Soberana Assembléa Geral, mediante proposta do
Illustre Conselho Geral da Ordem.

CAPITULO V

Do Poder Legislativo

Art. 29 — A Soberana Assembléa Gerai, P o d e r


Legislativo do Grande Oriente do Brasil, compõe-se de
membros effcctivos e honorários, sendo que apenas os
primeiros podem votar >e ser votados, devendo ser (to-
madas as deliberações ;com a presença de 33 imembros
effectivos, |)clo menos.
§ 1.0 — membros effcctivos da Soberana 'As-
sembléa Geral:
a) — os Representantes c d a s Officinas da Federa-
ção, sendo um por O f f i c i n a ;
b) — um Representante de cada uma das Grandes
Officinas Chefes de R i t o ;
c) — o Grão Mestre Adjunto, como seu Presidente
nato, emquanto exercer o cargo.
§ 2.0 — São membros honorários, podendo apenas
discutir:
a) — os Representantes de Potencias Maçónicas
estrangeiras;
b) — as Grandes Dignidades dos Grandes Orientes
Estadoacs;
c) — os maçons que actualmente já gozam ü e s s a
prerogativa e aquelles a quem de futuro a Soberana
Assembléa Geral quizer conferi!-a, por serviços presta-
dos á Ordem;
d) — os membros effcctivos das Grandes Of fiei.
nas Chefes de Rito.
Art. 30 — O mandato de Representante 'será de
— i9 —

tres annos, renovando-se a Soberana Assembléa pelo


terço, annualmente.
§ i.° — O Representante não poderá empossar-se
ou continuar a exercer o mandato, se a {respectiva L o j a
não estiver quite.
§ 2.° — L o g o que a L o j a satisfaça suas contribui-
ções ao Grande Oriente, seu Representante immejdiata-
mente se empossará ou reassumirá o mandato.
§ 3 ° — A s eleições de Representante á 'Soberana
Assembléa Geral serão feitas nas L o j a s , no g r á u ide
Mestre.
Art. 31 — Nenhum maçon pôde representar fio
mesmo tempo mais ide uma Officio a >e se, ino caso
de eleito e reconhecido, não tomar posse no 'prazo de
30 dias, deve a respectiva Officina substituil-o imrne-
diatamente.
§ único — A eleição eleve sempre recahir em um
dos membros activos da *Officina, possuindo o ultimo
g r á u em que cila funccionar; em caso, porém, de absolu-
ta impossibilidade, poderá ,a representação recahir em
membro activo de outra.
Art. 32 — O Representante á Soberana Assembléa
Geral goza de completa e irrestricta immuniclade, só
podendo soffrer qualquer penalidade após condemnação
passada em julgado, applicada pela Soberana Assembléa.
Art. 33 — A Soberana Assembléa Geral deve
installar-se no dia 24 de Junho de cada anno e os seus
trabalhos durarão o tempo necessário á votação do .or-
çamento e outros assumptos.
§ único — Reunir-se-á ordinariamente uma vez por
semana e extraordinariamente sempre que o Sobera-
no Grão Mestre G e r a l julgar necessário convocal-a ou
quando tal convocação lhe seja solicitada pelo IlLustre
Conselho Geral da Ordem, ou, no minimo, por ,33 dos
membros effectivos da mesma Soberana Assembléa Ge-
ral.
— 20 —

Art. 34 — A Soberana Assembléa Geral, annual-


mente, na primeira sessão seguinte á sessão de installa-
ção, elegerá a sua administração, funccionarios e com-
missões, bem como a renovação do terço do Illustre
Conselho Geral da Ordem.
§ único — O Secretario da Soberana Assembléa
Geral, que estiver em exercício no encerramento dos
trabalhos, continuará no desempenho de suas funcções
até que seja eleito e empossado o seu substituto no
anno seguinte.
Art. 35 — Todos os projectos de Lei, que fo-
rem apresentados á Soberana Assembléa Geral até á
votação final do orçamento, serão decididos nesse mes-
mo anno.
Art. 36 — A Secretaria da Soberana Assembléa
Geral é independente da Grande Secretaria Geral da
Ordem, bem como o seu archivo.

Art. 37 — A Soberana Assembléa Geral <é presi-


dida pelo Grão Mestre Geral Adjunto, quando não íçs-
teja no exercício do Grão Mestrado; na falta '(ou im-
pedimento deste, caberá suceessivamente a presidenicia
ao I. 0 e 2.° Vigilantes da Assembléa e ao Representan-
te por ella escolhido na occasião.
§ único — Na falta do Grão Mestre G e r a l Adjunto
e antes que tenham sido eleitos o i.° e o 2.0 Vigilantes,
a presidencia caberá ao decano dos Representantes pre-
sentes.

Art. 38 —- A ' Soberana Assembléa Geral compete:


1) >— verificar os poderes dos seus membros,
organizar a sua Secretaria e archivo e elaborar o seu
Regimento Interno;
2) — eleger os membros do Illustre Conselho
Geral da Ordem; ;;
21 —

3) — proceder á apuração da eleição das íGrancles


Dignidades da O r d e m ie proclamar os eleitos;
4) — confeccionar e interpretar todas as ,Leis
ordinarias;
5) — orçar a R e c e i t a e f i x a r a iDespesa annuaes
do G r a n d e Oriente, tomar e j u l g a r as contas -de c a d a
exercicio financeiro e autorizar emprestimos ou quaes-
quer operações financeiras que interessem á O r d e m ou
ás O f f i c i n a s ;
6) — conceder subsidios e quaesquer 'auxílios a
Instituições Maçónicas e imiesmo as que o não ,sejam,
m a s de fins analogos aos da M a ç o n a r i a ;
7) — reduzir o u dispensar contribuições de qual-
quer natureza, pertencentes á renda do G r a n d e Oriente
do Brasil, exceptuadas as do § 3. 0 do art. 86;
8) — crear, mediante proposta do Soberano Grão
Mestre Geral, empregos e fixar os vencimentos res-
pectivos, dispensada a prc^osta do Soberano G r ã o Mes-
tre Geral quando se tratar de c a r g o s necessários sao
funccionamento de seus serviços;
9) — conceder sotícorros a maçons e ás suas
viuvas e orphãos, mediante rigorosa syndicancia e com
prévia informação fundamentada do Illustre Conselho
G e r a l da O r d e m ;
10) — conceder títulos honoríficos e insígnias de
distincção, para g a l a r d o a r serviços e virtudes, a mem-
b r o s da F e d e r a ç ã o ou a maçons sujeitos á (Potencia
M a ç ó n i c a reconhecida;
n) _ conceder amnistia a maçons e Officinas;
12) — funccionar como tribunal especial, nos ca-
sos previstos nesta Constituição;
13) _ reconhecer, consagrar e autorizar os Ritos,
que e s t e j a m em harmonia com o s princípios maçonicos;
x4) _ approval- ou rejeitar os tratados e teonvenios
que o Poder E x e c u t i v o effectual';
I5) _ considerar v a g o o l o g a r de Representante
cie qualquer Officina, uma vez que se verifique sua
ausência a mais .de tres sessões consecutivas, ou quinze
intercaladas, devendo a Officina respectiva proceder á
sua substituição, salvo motivo justificado;
16) — eleger, biennalmente, os membros do Tri-
bunal de Contas, pelo terço, e o Grande Procurador
Geral da Ordem.
§ único — N a renovação do terço do Conselho
Geral da Ordem cada Representante só poderá votar
em quatro nomes.
Art. 39 — A proposta orçamentaria será enviada pelo
Illustre Conselho Geral da Ordem á Soberana Assem-
bléa Geral até i.° de Setembro de cada anno.
§ único — N a falta dessa proposta, a Soberana
Assembléa prorogará o orçamento vigente ou requisi-
tará os elementos que entender necessários para a ela-
boração do novo orçamento.
Art. 40 — São funccionarios da Soberana Assem-
bléa Geral e por ella eleitos: o 1 i e o 2° Vigilantes,
Orador, Secretario, Orador Adjunto, Secretario Adjun-
to, Hospitaleiro e Hospitaleiro Adjunto, i.° e 2.0 E x -
pertos, i .0 e 2.0 Mestres de Cerimonias, Cobridor >e
Cobridor Adjunto; os oito primeiros eleitos por maioria
absoluta dos presentes e os restantes por simples (maioria
relativa.

CAPITULO VI

Do Poder Executivo

Art. 41 — N a pessoa do Soberano G r ã o Mestre


Geral d a Ordem, eleito pelo suffragio livre de todos
os maçons da Federação, reside a mais elevada re-
presentação da Maçonaria no Brasil.
Art. 42 — Será de cinco annos o periodo normal
de duração do [mandato do Grão Mestre Geral cia O r d e m
e do seu substituto, o Grão Mestre Geral Adjunto, ter-
minando coini a posse dos successor's e devendo fa-
zer-se nova eleição para qualquer dos cargos, sempre que
se der v a g a nos tres primeiros annos do período do
mandato.
§ i.° — A eleição das duas Grandes Dignidades da
Ordem deve realizar-se nos tres primeiros dias úteis
do 'mez de Fevereiro do ultimo anno- do ^período do
mandato, na fôrma estabelecida pelo Regulamento Ge-
ral .
§ 2.° — A s Grandes Dignidades da Ordem presta-
rão seu compromisso «em assembléa de todo o ["povo
maçonico, com a seguinte fórmula:
«— Prometto por minha honra cumprir
e fazer cumprir a Constituição e as Leis do
Grande Oriente do Brasil, promovendo, quan-
to em mim couber, o engrandecimento e a pros-
peridade da Maçonaria».
Art. 43 — A o Soberano C r ã o Mestre ,Geral da
Ordem, ou an seu substitiRo, quando em pleno exercício
desse cargo, compete:
!) — exigir dos maçons e Officinas ,o fiel cum-
primento desta Constituição, Leis e decisões dos Altos
Poderes da Ordem, bem como a observancia da li-
turgia adoptada pelas Grandes Officinas Chefes de Rito;
2) — representar o Grande Oriente do Brasil íem
juizo ou fóra dellc em suas relações com as autoridades
profanas e bem assim representai o em suas relações
com as Potencias Maçónicas estrangeiras;
3) _ convocar c presidir o Illustre Conselho Ge-
ral da O r d e m ;
4) __ presidir todas as reuniões maçónicas a ,que
comparecer, respeitadas as prescripções impostas pela
Constituição de cada Rito;
5) _ corresponder-se directamente com todas as
corporações maçónicas da Federação e assignar todos
os documentos emanados tfos Altos Poderes da O r d e m ;
6) _ nomear os Representantes do Grande Oriente
do Brasil junto ás Potencias Maçónicas estrangeiras e
propor os nomes dos Representantes destas;

7) _ administrar 'todos os negocios do Grande


Oriente do Brasil, inclusive ordenar pagamentos, depois
de devidamente processadas as contas;
8) — autorizar despesas não previstas no ^orça-
mento, até um conto de réis e mandar abrir concurren-
cia para qualquer obra ou despesa acima dessa impor-
tância.
9) — sanccionar no prazo de dez dias as resolu-
ções legislativas da Soberana Assembléa Geral, ou ve-
tal-as quando lhe parecerem contrarias á Constituição
e aos interesses geraes da Ordem, devendo neste caso
convocar logo a Assembléa, se não estiver reunida, e
dar-lhe conhecmeinto do seu acto, fundamentando-o;
10) — promulgar as resoluções da Soberana As-
sembléa Geral que houver vetado e que ella tenha)
mantido por dois terços de fotos presentes, assim co-
mo promulgar as deliberações dos Corpos Superiores
do Grande Oriente do Brasil. Se dentro cie dez dias o
Soberano Grão Mestre ^Geral não se houver manifes-
tado sobre qualquer projecto de lei, será este promulga-
do pelo Presidente da Soberana Assembléa G e r a l ;
11) — convocar a Soberana Assembléa Geral, por
intermedio de seu Presidente, quando julgar necessário,
bem como nos casos previstos nesta Constituição;
] 2) — suspender do gozo dos direitos maçonicos
qualquer Officina, sua Administração ou maçons, ex-
cepto os que façam parte d a Soberana Assembléa Geral,
que hajam transgredido as Leis da Ordem, obrigando os
effeitos desse acto até que tenham execução as provi-
dencias que deverá tomar dentro do prazo de dez dias.
Se a suspensão recahir em membro de Alto Corpo, a
este será affecto o conhecimento do caso;
13) — intervir em qualquer Officina da Federa-
ção quando julgar necessário ou lhe for requerido pela
Administração ou por um terço de seus Obreiros, para
assegurar a execução desta Constituição, das Leis com-
plementares e do regimento interno, podendo, para esse
fim, nomear delegado de sua confiança;
14) — propôr, occorrendo motivos relevantes, á
S o b e r a n a Assembléa Geral, convocada em sessão espe-
cial, a dissolução do Conselho Geral da Ordem. Conti-
nuarão, porém, e m suas funcções o Grande Secretario,
o G r a n d e Thesoureiro e o Grande Chanceller, até que
se constitua a nova administração.-
A Soberana Assembléa Geral tomará conhecimento
da proposta, approvando-a ou regeitando-a, por maioria
absoluta dos Representantes presentes.
E m caso de dissolução proceder-se-á immediatamente
á nova eleição, ,só podendo cada Representante votar
em 12 nomes. Sortear-se-ão em seguida quaes os mem-
bros do novo Conselho que exercerão o mandato por
ura, por dois e por tres a*tnos;
xc) nomear os membros do Supremo Tribunal
de Justiça, dentre os maçons propostos em lista trí-
plice por esse Alto Corpo;
_ apresentar á Soberana Assembléa Geral
relatorio annual da gestão dos negocios da Ordem, in-
dicando as providencias legislativas que lhe pareçam
convenientes;
37) — fazer inscrever as Cartas Constitutivas das
Lojas subordinadas ao Grande Oriente do Brasil;
18) — dar a palavra semestral;
19) — assignar tratados e convênios, os quaes
serão submettidos á approvação da Soberana Assem-
bléa Geral;
20) - perdoar e commutar as penas que forem
impostas a maçons e Officinas da Federação.
A r t 44 _ A fórmula da promulgação das re-
soluções ou deliberações dos Altos Corpos será a se-
guinte:
«E Soberano Grão Mestre Geral
da Ordem Maçónica no Brasil:
Faz saber a todos os maçons e Offici-
nas da Federação, para que cumpram c f a ç a m
cumprir, que adoptou a seguinte reso-
lução:»

C A P I T U L O VII

Do lllustre Conselho Geral da Ordem

Art. 45 — Além do Soberano Grão Mestre Geral


e Grão Mestre Geral Adjunto, que são membros natos do
lllustre Conselho Geral da Ordem e aos quaes cabe
a presidencia, na ordem respectiva, compõe-se este de
dezoito membros, eleitos péla Soberana Assembléa Ge-
ral, residentes no Poder Central.
§ único — Os membrost-do lllustre Conselho Ge-
ral da Ordem terão exercido por tres annos, reno-
vando-se, annualmente, pelo terço.
Art. 46 — Annualmente, procederá o lllustre Conselho
Geral da Ordem ,á eleição de sua administração, assim
constituída: 1 e '2.0 Grandes Vigilantes, Grande Orador
e seu Adjunto, Grande Secretario e seu Adjunto, Grande
Thesoureiro Geral e seu Adjunto, Grande Mes-
tre de Cerimonias, Grande Chanceller, Grande Hos-
pitaleiro, Grande Cobridor c as Commissões d e : Jus-
tiça, Finanças, Assumptos Geraes, Relações Exteriores e
Beneficencia, que serão constituídas de tres membros
cada uma.
Art. 47 — Compete ao lllustre Conselho Geral
da Ordem:
1) — formular a proposta do orçamento annual
do Grande Oriente do Brasil, de accordo com os dados
fornecidos pela Grande Thesouraria;
2) — resolver sobre a validade ou nullidade das
eleições das Officinas, quando contestadas;
— 27 —

3) — approval-, modificar ou rejeitar os regimen-


tos internos cias Officinas não sujeitas aos Grandes.
Orientes Estadoaes;
4) — promover a creação de novas Lojas e res-
taurar os trabalhos das que estiverem adormecidas;
5) — incorporar ,á Federação do Grande Oriente
do 'Brasil Lojas organizadas fora delia e que adhiram
a esta Constituição;
6) — propor ao Soberano Grão Mestre Geral a
nomeação de delegados em localidades onde não exis-
tam L o j a s ;
7) — formular e alterar o Regulamento Geral
da Ordem;
8) — acceitar a obediencia de Officinas, que se
desliguem dos respectivos Grandes Orientes Estadoaes;
9) — processar e julgar, com recurso ex-officio
£

para o Supremo Tribunal, os presidentes cie OOff:.


e também1 estas, sempre que se trate das que não es-
tejam subordinadas a. Grandes Orientes Estadoaes, assim
como c s Delegados do Grão Mestre Geral;
10) — eleger, pelo voto de dois terços de seus
membros presentes, quem ^cleve exercer interinamente o
Grão Mestrado Geral, nos casos previstos em Lei;
11) — resolver sobre as relações entre o Grande
Oriente do Brasil e as Potencias Maçónicas estrangeiras;
12) — tomar conhecimento do balancete mensal
que o Grande Thesoureiro lhe apresentar, rubricanJdo-o
e fazendo-o registrar em livro especial;
13) — funccionar como orgão consultivo do So-
berano Grão Mestre Geral da Ordem, nas questões que
por elle lhe forem affectas;
14) __ propor á Soberana Assembléa Geral me-
didas que consultem o interesse da administração e
o bem geral da Ordem 1 ;
15) - resolver sobre os casos omissos na Consti-
tuição, dando immediatamente conta dessas resoluções

á Soberana Assembléa Geral.


Art 4 8 — O IIlustre Conselho Geral da Ordem
celebrará duas sessões ordinarias em cada mez, sendo
necessaria a presença, pelo menos, de dez dos seus
membros para deliberar.
§ ! o _ Se o Conselho Geral da Ordem estiver in-
completo, porém, por vaga ou licença de qualquer de
seus membros, exigir-se-á para deliberar a presença de,
pelo menos, a metade e mais um dos membros em
exercicio.
§ 2o _ Não poderão estar licenciados, ao mesmo
tempo, mais de tres membros do Conselho.
Art. 49 — A s vagas que se derem no Conselho
Geral cia Ordem poderão ser, provisoriamente, preen-
chidas por livre nomeação do Grão Mestre Geral, no
caso de não estar a S o b e r a n i Assembléa em f u n c i o n a -
mento e até á primeira reunião delia.
§ único — Communicada a vaga, a Soberana As-
sembléa a preencherá, por eleição, immediatamente.
Art. 50 — As sessões serão publicas para os
Mestres maçons, podendo, porém, o Illustre Conselho
Geral da Ordem resolver que, em casos especiaes, se-
jam secretas.
§ unic.o — O Soberano Grão Mestre Geral pode-
rá, quando julgar conveniente, convocar o Illustre Con-
selho Geral da Ordem em sessões extraordinarias.
Art. 51 — O Illustre Conselho Geral da O r d e m
providenciará para serem recolhidos ao Archivo e á
Grande Thesouraria Geral do Grande Oriente do Bra-
sil todos os livros, documentos, valores, bens e mais
effeitos das Lojas que abaterem columnas ou se torna-
rem irregulares.
§ único — Dentro das forças do patrimonio assim
arrecadado, o Grande Oriente do Brasil procurará man-
ter as pensões regularmente concedidas pela L o j a .
C A P I T U L O VIII

Do Poder Judiciário

Art. 52 — O Poder Judiciário, em suas instancias,


constitue a Justiça Maçónica, á qual compete:
a) — conciliar os maçons, quando se desavierem
entre sí, procurando a solução amigavel das questões,
sempre que, por esse modo, não haja quebra da digni-
dade de cada ;um, ou os actos não affectem os princí-
pios que á Ordem incumbe absolutamente zelar;
b) — velar pela conservação da austeridade mo-
ral de todos os maçons, punindo os que se afastarem
cie sua rigorosa pratica;
c) — processar e julgar todos os delictos que não
f o r e m susceptíveis de se harmonizar, de modo a que
se mantenham 1 intactas a disciplina
•Ê e a observancia dos
deveres maçonicos.
§ único — Sua acção é independente e se exerce
em todos os Ritos, sendo os delitos e penas maçónicas,
assim como as regras processuaes, definidos em Lei
anterior.
Art. 53 — A primeira instancia da Justiça Maçó-
nica é exercida ;nas Officinas, constituídas em tribunaes
do Jury para o julgamento dos respectivos Obreiros,
servindo de jurados os maçons que estejam na pleni-
tude de seus direitos.
§1.0 — Em casos excepcionaes, por acto do So-
berano Grão Mestre Geral, poderá um Obreiro ser jul-
gado pelo Jury ,de outra Officina.
g 2.0 — E m primeira instancia funcciona a Sobe-
rana Assembléa Geral, como tribunal especial, para o
processo e julgamento das Grandes Dignidades da Or-
dem, Grãos Mestres Honorários, do Illustre Conselho
Geral da O r d e m e idos membros deste, e dos Repre-
sentantes á mesma Soberana Assembléa Geral.
Art. 54 — A (segunda instancia é constituída pelo
Supremo Tribunal de Justiça, que funccionará no Po-
der Central e será composto de quinze membros, no-
meados pelo Soberano Grão Mestre Geral dentre os
maçons de comprovada cultura jurídica, em lista trí-
plice organizada pelo [mesmo Tribunal e que exerce-
rão às funcções .pelo prazo de tres annos, renovantio-se
annualmente pelo terço.
§ único — Os membros do Supremo Tribunal
de Justiça serão processados e julgados por tribunal
especial, presidido pelo Soberano Grão Mestre Geral,
servindo de vogaes tres membros da Soberana Assem-
bléa Geral e tres outros do •Supremo Tribunal de Jus-
tiça.
Art. 55 — Compete ao Supremo Tribunal de
Justiça:
1) — E m instancia única — processar e julgar
os (conflictos de jurisdicção ck qualquer natureza; expul-
são ide maçons e eliminação de Officinas; funccionar
como tribunal de revista das decisões originarias da
Soberana Assembléa Geral e das Assembléas Estadoaes,
nos icasos de sua competência;
2) — Extraordinariamente — rever, em qualquer
tempo, ímediante recurso voluntário, os processos jul-
gados 'por quaesquer tribunaes e quando as decisões:
a)-—forem 'contrarias á Constituição e ás Leis;
b)—fundarem-se tem leis revogadas, derogadas ou
abrogadas;
c)—deixarem de applicar leis vigentes;
d) — Offenderem a autonomia cios Grandes Orien-
tes Estadoaes;
e) — Offenderem tratados ou convenções firmados
com Potencias Maçónicas Estrangeiras.
§ i.° — Os recursos para o Supremo Tribunal das
-decisões de inferior instancia têm sempre effeito sus-
pensivo, cabendo recurso ;ex-officio e obrigatorio sempre
que for imposta a pena de ,expulsão de maçons ou elimi-
nação de Officina.

§ 2.0 - N o caso de vicio de forma, falsa appli-


caçao ou violação da lei, pôde o Supremo Tribunal
annullar a decisão recorrida e mandar .proceder a novo
julgamento.

§ 3-° — N o caso cie ter sido a pena mal applicada


pôde o Supremo T r i b u n a l modifical-a, nunca, porém'
no sentido de ,aggravação da mesma.

Art" — ° s conflictos de jurisdiccão entre os


56

Grandes Orientes Estacloaes serão processados e julo-a-


dos pelo Supremo Tribunal de Justiça. ' °
Art. 57 — Dar-se-á habeas-corpus a qualquer ma-
çou que se achar soffrendo ou na imminencia de soffrer
coacção, em seus direitos, por parte de qualquer auto-
ridade maçónica.

§ i.° - Compete aos T^ribunaes de Tustiça estadoaes


onde houver G r a n d e Oriente, conhecer originariamente
do pedido, com recurso voluntário para o Supremo Tri-
bunal de Justiça.

§ 2.0 - Compete ao Supremo Tribunal de Justiça co-


nhecer originariamente cio pedido, em se tratando de
Orientes onde não h a j a Tribunal local ou quando o
paciente pertencer a L o j a s do P o d e r Central.
Art; 58 - A s pendências entre maçons, L o j a s e
o Grande Oriente serão derimidas por acções, cujas es-
pecies serão reguladas em Lei Processual.
A r t59 — Os codigos penal e processual, for-
mulados pelo Supremo Tribunal cie Justiça, regerão a
justiça maçónica no G r a n d e Oriente do Brasil.

Art. 60 — O Supremo T r i b u n a l de Justiça re-


gulará em seu R e g i m e n t o a eleição de sua adminis-
tração.

Art. 61 - H a v e r á no Grande Oriente um Grande


Procurador Geral da Ordem, eleito pela Soberana As-
sembléa Geral, por <um bieitnio,. dentre os maçons d<*
comprovada cultura. Ao Grande Procurador ,cabe, obri-
gatoriamente, receber todas as queixas e denunciar todas
as infracções das -leis maçónicas, que cheguem ao seu
conhecimento, podendo para isso requisitar d a s L o j a s
e quaesquer outros corpos maçonicos os documentos que
julgue necessários.

i CAPITULO IX

Da Grande Secretaria Geral da Ordem


Art. 62 — A Grande Secretaria Geral da Ordem
é dirigida pelo Grande Secretario Geral, a quem com-
pete, privativamente:
_ receber e encaminhar aos respectivos ór-
gãos toda a correspondência dirigida ao Grande Orien-
te do Brasil;
2) — manter assidua correspondência corn os cor-
pos e organizações d a obediencia e com as 'Potencias
Maçónicas estrangeiras, de accôrdo, respectivamente, com
as commissões do Illustre Conselho Geral da Ordem
encarregadas dos negocios interiores e exteriores, e em
harmonia com as indicações regulares dadas pelos Cor-
pos Superiores a que essas correspondências disserem
respeito;
3) _ dar andamento a todos os negocios de ex-
pediente ordinário, dirigindo a escripta relativa á Gran-
de Secretaria;
4) — propôr ao Soberano Grão Mestre Geral
qualquer alteração no pessoal da G r a n d e Secretaria, a
suspensão ou exoneração de qualquer empregado, d a
mesma, quando o seu serviço não convenha ao G r a n d e
Oriente do Brasil, fundamentando a proposta;
5) — apresentar ião Soberano Grão Mestre G e r a l
as propostas de nomeação dios empregados da Grande
Secretaria, acompanhando-as de informações minuciosas-
sobre os candidatos;
- 33 -

6) — superintender os serviços da policia interna


do Grande Oriente fdo Brasil, que será nomeada pelo
Soberano Grão Mestre.

§ I.® — O provimento dos cargos de funccionarios


da Grande Secretaria será feito mediante concurso entre
os -maçons activos ;da Federação, versando sobre ma-
térias constantes de regulamento especial, formulado pelo
Illustre Conselho Geral da Ordem. Exceptuam-se dessa
disposição os funccionarios nomeados em commissão
para cargos de confiança, demissiveis ad nutum.
§ 2,0 — Os funccionarios, que conquistarem por
concurso seus Jogares e bem assim os que tenham mais
de dez annos de serviço effectivo só poderão ser exo-
nerados mediante processo regular perante o Illustre
Conselho Geral da Ordem.

§ 3.0 — Só poderão exercer quaesquer cargos ou


funcções remuneradas n8 Grande Oriente do Brasil os
maçons que tenham jio minimo dois annos de iniciação.
§ 4.0 — .Ei' absolutamente vedada a admissão de
profanos era qualquer emprego ou funcção no Grande
Oriente do Brasil.
Art. 6 3 — O Grande Secretario Geral da Ordem
fará processar regularmente todas as contas a serem
pagas, submettendo-as, com a classificação da despesa,
a despacho do Soberano Grão Mestre Geral e ao re-
gistro do Tribunal de Contas.
§ único — As contas que, pela lei civil, necessitem
ser acceitas pelo Grande Oriente do Brasil, serão, de-
pois de processadas, assignadas pelo Soberano G r ã o
Mestre Geral e pelo Grande Thesoureiro.
Art. 64 — O Grande Secretario Geral da Ordem
será o redactor d o Boletim cio Grande Oriente do Bra-
sil e terá isob a sua guarda e responsabilidade todos
os
papeis, sellos, carimbos e livros dos Corpos Supe-
ri 01
•es, exeeptuando-se os da Soberana Assembléa Ge-
ral, que ficarão a cargo do respectivo Secretario era
exercicio.
§ único — O Grande Secretario será auxiliado pelo
Secretario Adjunto, que o substituirá em suas faltas e
impedimentos.
Art. 65 — O regimento interno da Grande Se-
cretaria Geral da Ordem será elaborado pelo Grande
Secretario Geral da lOrdem e approvadp pelo Conselho
G e r a l da Ordem.

CAPITULO X

Da Grande Thesouraria Geral da Ordem


Art. 66 — A Grande Thesouraria Geral da Or-
dem é confiada á guarda do Grande Thesoureiro Geral,
a quem compete:
1) — arrecadar as rendas do Grande Oriente do
Brasil e effectual" o pagamento das despesas autorizadas;
2) — apresentar, mensalmente, ao Conselho Ge-
ral da Ordem, que o mandará publicar no órgão offi-
cial, o balancete do movimento financeiro do mez an-
terior, devendo a. respectiva documentação comprobato-
ria ser examinada na Grande Thesouraria pela Commis-
são de Finanças do Conselho Geral, que lançará nos
documentos a sua rubrica;
3) — apresentar, annualmente, ao Conselho Geral
da Ordem o movimento financeiro do anno findo que,
como balanço geral, será enviado á Soberana Assembléa
Geral pelo Soberano Grão Mestre, acompanhado dos
doze balancetes parciaes; a respectiva documentação fi-
cará na Grande Thesouraria á, disposição de qualquer
maçon, pelo praso^de 15 dias, para qualquer verificação,
que jámais lhe poderá ser n e g a d a ;
4) —- fornecer ao Soberano Grão Mestre e ao
Presidente da Soberana Assembléa Geral, até 15 de
Junho de cada anno, um exemplar da relação das L o j a s
e dos Grandes Orientes Estadoaes que estiverem qui-
tes e, descriminadamente, por importâncias, os que se
encontram em atraso de suas annuidades ou quaesquer
outras contribuições;

5) — ter sob sua guarda e responsabilidade os


dinheiros e valores da Grande Hospitalaria e da Grande
Thesouraria Geral da Ordem, respondendo civil (e cri-
minalmente como fiel depositário;
6) — propor ao Soberano Grão Mestre Geral a
nomeação e demissão de seu fiel, por cujos actos ou
omissões responderá;

7) — dirigir e fiscalizar a escripta da Grande


Thesouraria, que deverá ,ser feita em partidas dobradas
pelo systema cie escripturação mercantil officializada;
8)_
— Pagar, na época legal, os impostos federaes
e municipaes a que esteja sujeito no Districto Federal
o immobiliario do Grande» Oriente do Brasil;
9) — prestar as informações que lhe forem pe-
didas pelo Soberano G r ã o Mestre Geral para seu go-
verno ou para attender ás requisições da Soberana As-
sembléa Geral ou do Illustre Conselho Geral da Ordem.
; § — ° Grande Thesoureiro Geral da Ordem
fará recolher em banco de reconhecida idoneidade os
metaes que excedam a cinco contos de réis.
§ 2.0 — Os cheques para levantamento de dinheiros
depositados em banco serão assignaclos pelo Grande
Thesoureiro e pelo Soberano Grão Mestre.

CAPITULO XI

Dos Delegados do Grão Mestrado


Art. 67 — P a r a fins determinados, e de natureza
não permanente, poderá o G r ã o Mestre nomear Dele-
g a d o s Especiaes, em qualquer Estado ou localidade, cujas
attribuições ficarão dependentes das instrucções que ex-
pedir, de accordo com os princípios desta Constituição,
devendo o nomeado possuir o ultimo gráu em que tra-
balharem as Officinas da zona da iurisdicção.
Art. 68 — Os Delegados Especiaes, além das
instrucções recebidas do .Grão Mestre, têm direito de
assistir ás sessões das Officinas de suas juridicções e
por ellas serem ouvidos em todos os negocios de ordem
geral, podendo oppôr-se a qualquer resolução offensiva
ás leis maçónicas e solicitar as certidões que julga-
rem necessarias, as quaes lhes serão fornecidas gratui-
tamente, no prazo de oito dias, para os fins de direito.
Art. 69 — Os Delegados Especiaes não têm in-
gerência na distribuição dos metaes das Officinas, nemi
na sua politica, economia e administração internas, salvo
caso de inobservância da Constituição, Regulamento Ge-
ral e leis maçónicas, contra que agirão em nome do
G r ã o Mestre.
Art. 70 — Os Delegados Especiaes, nas O f f i c i n a s
da zona de sua jurisdicção, têm assento no throno á
direita do presidente de qualquer sessão, sendo recebi-
dos com as honras respectivas, podendo acceitar o pri-
meiro malhete, que lhes deve ser offerecido.
§ único — Compete-lhes a presidencia das reuniões
do povo maçonico ,ou das Officinas da sua jurisdicção,
que tenha necessidade de convocar, para dar cumpri-
mento ás instrucções do Grão Mestre, assim como ou-
tras quaesquer de caracter collectivo.

CAPITULO XII

Do Poder Litúrgico

Art. 71 — O Poder Litúrgico, orgão mantenedor


dos differentes Ritos, é exercido na séde do G r a n d e
Oriente do Brasil pelas actuaes Grandes O f f i c i n a s Li-
túrgicas e pelas que, de futuro, vierem a ser reconhe-
cidas.
37

Art. 72 - C a d a Grande O f f i c i n a C h e f e de R i t o
e considerada, em materia litúrgica, independente e so-
berana, quanto á organização de suas Constituições, Es-
tatutos ou Regulamentos.

Art. 73 O Grande Oriente do Brasil reconhece


actualmente, os Ritos Escossez A n t i g o e Acceito, o Ado-
nhiramita, o Moderno ou Francez, o de Y o r k e o
Schroeder, respeitando integralmente ,as leis especiaes
que os regem em toda a sua amplitude. Sendo, porém
apesar da multiplicidade dos Ritos, a instituição Maço-
m c a uma e única, têm as O f f i c i n a s da obediencia o
direito de adoptar e seguir em seus trabalhos qualquer
outro R l t o , desde que este seja préviamente admitttido
pelos Poderes competentes.

CAPITULO XIII
»

Das Incompatibilidades
Art. 74 _ ,São incompatíveis:
a) - o s cargos de Soberano Grão Mestre Geral
Soberano G r ã o Mestre Adjunto, Grande Secretario Ge-
ral, Grande Thesoureiro Geral, Grande Hospitaleiro
Grande Chancellor, Grande Orador, Grande Cobridor e
membros do Tribunal de Contas e do Supremo Tri-
bunal de Justiça, com quaesquer outros de natureza le-
gislativa, administrativa ou judiciaria da Ordem, resal-
vadas as excepções desta Constituição;

b) — o cargo de Grande Procurador Geral da Or-


dem com qualquer cargo de natureza legislativa, admi-
nistrativa ou judiciaria da O r d e m ; ,»
c) — o c a r g o de Grande Orador e o de membro
de qualquer commissão permanente;
d) — os cargos de Grande Thesoureiro Geral e
Grande Hospitaleiro e o de membro da commissão de
finanças;
e) _ os de Luzes e o de qualquer outro cargo ou
commissão da Officina;
f) _ as funcções de responsável e as de encarre-
gado de tomar contas ou visal-as, ou de qualquer outro
modo conhecer da sua responsabilidade;
g) _ os cargos de Presidente ou Representante
de mais de uma Officina.
Art. 75 — Os maçons que receberem ordenados
ou gratificação em dinheiro, periodicamente, lou de uma
só vez, por qualquer titulo, do Grande Oriente do Bra-
sil, dos Grandes Orientes Estadoaes ou das Officinas,
não podem ser Representantes, Delegados, membros de
Grandes Officinas Chefes de Rito, do Illustre Conse-
lho G e r a l da Ordem, do Tribunal de Contas e Supremo
T r i b u n a l de Justiça, nem também podem ser Dignida-
des das Officinas, ficando impossibilitados de exercer
novo mandato pelo espaço de um anno.
Art. 76 — São inelegíveis:
a) — para os cargos de Soberano Grão Mestre
Geral e Soberano Grão Mestre Adjunto:
i°) — o maçon que não estiver collado, ha mais
de tres annos, no ultimo gráu de um dos Ritos a que
pertencer;
2 o ) — o maçon que não for brasileiro nato;
30) — o maçon que não residir na sede do P o d e r
Central;
40) — o maçon que for credor, empregado, receber
benefícios ou tiver contractos com o Grande Oriente
do Brasil;
50) — o maçon de idade inferior a 35 annos.
b) — para a Soberana Assembléa G e r a l :
I o ) — o maçon que não esteja collado no g r á u de
Mestre;
\

2o) — o maçon que for credor, empregado, con-


tractante ou beneficiado do Grande Oriente do B r a s i l
ou das Lojas.
39 —
d - para os cargos de Dignidades e Officiaes
de L o j a s Capitulares:
i°) — o maçon que não estiver collado no gráu
de Rosa-Cruz;

2°) — o maçon que for credor, empregado, rece-


ber benefícios ou tiver qualquer contracto com a L o j a
ou com o Grande Oriente do Brasil.
. cl ) P a r a 0 5 cargos de Dignidades e Officiaes de
L o j a s Symbolicas:
i°) - o maçon que não estiver collado no sráu
de Mestre;

„ 2 °} ~ ° m a Ç ° n que estiver nas mesmas condi-


ções do n.o 2 da alinea anterior.
§ único - O Regulamento Geral da Ordem esta^
belecera as condições de elegibilidade para os demais
cargos.

ri , A r t r . 7 7 ~ N ã o s e consideram como gratificações


ou benefícios, para o e f f . i t o de incompatibilidade e ine-
legibilidade, os auxílios que, fqrtuitamente, as Lojas, os
Grandes Orientes Estadoaes ou o Grande Oriente do
i>rasil prestem a maçons necessitados.
Art. 78 - N ã o serão considerados reeleitos os
candidatos que não alcançarem dois terços dos suffra-
g e s dos votantes.
f*"

CAPITULO XIV

Das Relações Exteriores


Art. 79 — O Grande Oriente do Brasil não
acceitará a obediencia de Lojas installadas em paizes
estrangeiros, onde exista Potencia Maçónica regular e
em relações fraternaes com elle. Da mesma sorte não
reconhecerá como regulares L o j a s constituídas no Bra-
sil e obedientes á outra autoridade que não seja a sua.
A r t . 8o — P a r a a manutenção das bôas rela-
ções que devem existir entre as Potencias Maçónicas
4o —

espalhadas por todo o Universo, o Grande Oriente do


Brasil nomeará Representantes junto a estas, reconhe-
cendo e honrando como taes os que ellas nomearem
para esse effeito. C o m esses Representantes junto ás
Potencias Maçónicas estrangeiras deverão o Soberano
G r ã o Mestre Geral e o Illustre Conselho Geral da Or-
dem, por sua commissão de Relações Exteriores, man-
ter activa correspondência ,para estreitar as relações en-
tre elles e os corpos dirigentes da Ordem no Universo.
§ único — Os nomes dos maçons que devem re-
presentar as Potencias Maçónicas estrangeiras junto ao
Grande Oriente do Brasil, serão indicados pelo Illustre
Conselho Geral da Ordem ao Soberano Grão Mestre
Geral, em lista tríplice, que este remetterá ás Poten-
cias Maçónicas interessadas, para a sua nomeação.
Art. 8i — Os Representantes das Potencias Ma-
çónicas estrangeiras junto ao Grande Oriente do Brasil
têm honras de Representante? á Soberana Assembléa
Geral, sendo recebidos em todos os corpos maçonicos
com as devidas formalidades.

CAPITULO XV

Da Contabilidade
4
Art. 82 — Todas as contas de quaesquer corpo-
rações 'maçónicas, sem excepção, serão escripturadas
com a maior clareza, em fôrma mercantil, sendo todos
os documentos de despesa visados pelos respectivos se-
cretários e firmados pelos presidentes e thesoureiros.
Art. 8 3 — E ' mantido o Tribunal de Contas, compos-
to de nove membros, para liquidar as contas da Receita
e Despesa do Grande Oriente do Brasil e verificar a
sua legalidade e applicação, antes de prestadas men-
salmente ao Illustre Conselho Gerai da Ordem, e que
f u n c c i o n a f á para esse fim em sessões ordinarias, pelo
— II —

menos, uma vez por semana. Os membros desse Tri-


bunal serão eleitos pela Soberana Assembléa Geral den-
tre os maçons activos, residentes no Poder Central e
que estejam, pelo menos, collados no g r á u de Mestr.
§ i.° O mandato dos membros do Tribunal de
Contas será de seis annos e somente poderá extinguir-
se, no seu curso, por morte, renuncia, ausência não
justificada a tres sessões consecutivas, ou decisão da
Soberana Assembléa Geral, tomada por tres quartos de
votos dos presentes, especialmente convocados por sua
deliberação com dez dias de antecedencia.

§ 2.0 — o provimento interino das vagas o c o r -


ridas no Tribunal de Contas poderá ser feito pelo So-
berano G r ã o Mestre, até á primeira reunião da Sobe-
rana Assembléa Geral.

Art. 84 — Nenhum pagamento ou fornecimento


poderá ser feito ou contracted*» pelo Grande Oriente do
a s e m P r é v i o registro do Tribunal de Contas ex-
0

ceptuados os que se referirem ás despesas urgentes de


soccorros ou defesa de Irmãos.
§ único — Servirá como official de actas do Tri-
bunal de Contas um funccionario da Grande Secretaria
Geral da Ordem, requisitado pelo respectivo Presidente.
A r t 85— A Contabilidade do Grande Oriente
f a r á obrigatoriamente o empenho das verbas a serem
utilizadas, não podendo nenhuma despesa ser autorizada
se o saldo existente das verbas não a comportar.

CAPITULO XVI

Das Recompensas Maçónicas

Art. 86 — P a r a premiar os serviços cie Officinas


e maçons haverá os títulos de — B E N E M E R I T O — e
de — GRANDE BENEMERITO que serão conce-
didos pelo Soberano Grão Mestre Geral, mediante pro-
posta do IIlustre Conselho Geral da Ordem e appro-
vação da Soberana Assembléa Geral.
§ i o — C o m o mesmo intuito, haverá os titulos
de — B E M F E I T O R A - H e de - GRANDE BEM F E I T O -
RA — concedidos pelo Soberano Grão Mestre Geral,
mediante proposta fundamentada do Illustre Conselho
Geral da O r d e m e appro vação da Soberana Assembléa
Geral, ás Officinas que bem cumprirem os seus deve-
res moraes de dedicado e x e r c i d o aos ideaes maçonicos,
nelles incluida a manutenção de escolas de ensino pu-
blico gratuito.
§ 2 . 0 — As Officinas recompensarão os seus obrei-
ros elevando-os aos gráus superiores de sua competên-
cia, propondo essa elevação aos corpos superiores, ou
pela f o r m a estabelecida em seus regulamentos internos.
§ 3.0 — E ' vedado dispensar a maçons quaesquer
taxas ou emolumentos do Grande Oriente.
<

CAPITULO XVII

Dos Grandes Orientes Estadoaes

Art. 87 — As L o j a s com séde nos E s t a d o s da


Republica dos Estados Unidos do Brasil e Territorio
do Acre poderão constituir Grandes Orientes Estadoaes,
sob os auspicios do Grande Oriente do Brasil, desde
que existam no Estado ou Territorio, pelo menos, quinze,
das quaes tres, no minimo, em um mesmo Oriente,
e seja approvada a creação por tres quartas partes das.
referidas L o j a s .
§ i.° — U m a vez constituído um. Grande Oriente
E s t a d o a l a elle ficam subordinadas todas as O f f i c i n a s
com séde no Estado ou Territorio, exceptuadas aquellas
que, mediante petição fundamentada e por deliberação
do Illustre Conselho Geral da Ordem, ficarem directa-
mente subordinadas ao Grande Oriente do Brasil.
4J

§Q 2.0 — O Regulamento Geral fixará os demais


requisitos para a installação dos Grandes Orientes E s -
tadoaes.

§ 3-° — Os Grandes Orientes Estadoaes elabora-


rão as suas Constituições e Regulamentos particulares,
observando os princípios geraes desta Constituição, só
entrando em vigor taes Constituições e Regulamentos,
depois de approvados, respectivamente, pela Soberana
a s s e m b l é a Geral e pelo Illustre Conselho Geral da
Ordem.

§ 4-° — Quando em um E s t a d o tres quartas partes


das L o j a s retirarem o seu concurso ao Grande Oriente
•kstadoal, a Soberana Assembléa Geral resolverá a res-
peito da extincção ou permanencia delle.

Art. 88 — Os Grandes Orientes Estadoaes, cor-


pos autonomos, sob os auspícios do Grande Oriente
do Brasil, têm por fim f c o n c o r r e r para o desenvolvi-
mento e progresso da Maçonaria nos Estados em que
funccionarem e prover, ás suas expensas, ás necessi-
dades moraes e materiaes das Officinas da sua jurisdicção,
sendo responsáveis para com os poderes maçonicos da
União pelo cumprimento d a Constituição e das leis e
pela observancia dos Rituaes.

Art. 89 , A s Assembléas Estadoaes dos Grandes-


Orientes Estadoaes exercerão, em relação ás L o j a s do
Estado, as atribuições dos números 3, 4 e 5 do art.
47 conferidas ao Illustre Conselho Geral, da Ordem.
§ 1.0 Das decisões das Assembléas Estadoaes,
contrarias á Constituição ou aos interesses da Ordem^
haverá recurso para a Soberana Assembléa Geral, in-
terposto pelo Grande ,Orador ou por cinco Representan-
tes á mesma Assembléa Estadoal, no prazo de trinta
dias.

§ 2.0 — Em casos graves e urgentes poderá o


G r ã o Mestre, ouvido o Illustre Conselho Geral da Or-
— II —

dem, sustar a [decisão ou resolução, convocando a So-


berana Assembléa Geral, se esta não estiver íunccio-
nando, afim de .lhe submetter o caso.

CAPITULO XVIII

Da Reforma Constitucional

Art. 90 — A presente Constituição é reforma-


vel, no todo ou em parte, por proposta do Illustre
Conselho Geral da Ordem, de tres Officinas ou de trin-
ta e tres Representantes á Soberana Assembléa Geral.
§ ! o — Recebida pelo Presidente da Assembléa,
na f ô r m a acima prescripta, qualquer proposta de reforma
da Constituição, sorteará elle tres Representantes para
darem parecer sobre ella. O parecer será submettido á
discussão em tres sessões consecutivas, especialmente con-
vocadas, com intervallo de lima semana pelo menos
e só será considerado approvado se reunir 2/3 dos vo-
tos dos presentes.
§ 2.0 —• Approvado o parecer, e se o mesmo hou-
ver sido favoravel, será a proposta enviada a todas
as corporações maçónicas subordinadas ao Grande Orien-
te do Brasil, as quaes, 110 prazo de quatro mezes,
enviarão as suggestões que tiverem a respeito.
§ 3.0 — Findo esse prazo, o Presidente da Sobe-
rana Assembléa f a r á a convocação dos seus membros
para que se reunam em Assembléa Constituinte.

CAPITULO XIX

Disposições Geraes
Art. 91 — P a r a o exercício de qualquer cargo, di-
gnidade ou cómmissão, é indispensável que o eleito ou
-nomeado se conserve em actividade.
Art. 92 •— Todos os documentos comprobatorios
~ 45

de graus ou cartas patentes de Officinas serão expedidos


com a devida autorização dos corpos competentes, pela
Grande Secretaria Geral da Ordem e sellados com a
cnancella dos mesmos corpos.

Art. 93 Os maçons em exercício de qualquer


cargo ou commissão continuarão servindo até á posse
dos seus legítimos s u c c e s s o r s , respeitadas as excepções
previstas nesta Constituição.

Art. 94 _ Pertencem ás Officinas as jóias e os


certrficados dos gráus que conferirem e dos diplomas
de Mestre, q U e só terão effeito depois de competente-
r e fà^ad0s na b r a n d e Secretaria Geral da Ordem.
A o s Grandes Orientes Estadoaes perten-
c T a s ' V T C ,C T ÍfÍCad0S de ^ ráus a f e r i d o s por Offi-
p e d L ^ ^ b ° r d Í n a / d a - - —

GraiKles °OfT ^ r - ^ 8 ™ 8 f o r e m c o ^ i d o s por


titiürão . T U t U r g Í C a S ' 6SSaS contribuições cons-
tituirão lenda do Grande Oriente do Brasil.

„ A r t ,95 ~ A ° r d e m Maçónica no Brasil reconhe-


gL^^r ° rerito ás °piniões poiiticas - ^
rp

giosas cie seus membros.

Grandf O r i e L ~ d o ° B r a T a b r O S ^ a d ' ™ Í S t r a ^ *>


i a . on O f f ' ass,m COmo os de Suas I'0-

°u 0,ff":lll;ls> «ao respondem pessoal e subsidiaria


S / t °brÍgaÇSeS » - « entidade
narrarorganizaç8es'á —
t . Art ' 97 - A legislação brasileira será obri^a-

desta Constituição e das demais leis maçónicas.


Art. 98 — São respeitadas, no que não for con-
trario a esta Constituição, as organizações dos actuaes
Grandes Orientes Estadoaes subordinados ao Grand
Oriente do Brasil. ^ranae
." V •' '1 ;

- 4 6 -

Art. 99 — Fica creado no Poder Central um


corpo maçonico, de que farão parte, nomeados pelo
S o b e r a n o G r ã o Mestre, Obreiros que possuam pelo me-
nos o g r á u d eMestre, um por Officina, destinado a
desenvolver e exercitar a acção social interna e exter-
na do Grande Oriente do Brasil.
§ único - - A regulamentação desse corpo será feita
pelo Illustre Conselho Geral da Ordem.
Art. 100 — Cada um dos A l t o s Corpos da O r d e m
organizará o seu Regimento interno.
g j.o — Dentro de 60 dias a partir da data da
promulgação desta Constituição, o Illustre Conselho Ge-
ral da Ordem elaborará o novo Regulamento G e r a l e
o Supremo Tribunal de Justiça elaborará os C o d i g o s
Penal e Processual.
§ 2 o — O Regulamento Geral e os Codigos Penal
e Processual serão discutidos e approvados pela Sobe-
rana Assembléa.
Art. 101 — N ã o é licito a maçons scindidos ou
placetados constituir nova L o j a no mesmo Oriente.
Art. 102 — Desde que existam no paiz sete L o j a s ,
pelo menos, de Rito consagrado e reconhecido, poderão
estas solicitar a creação da respectiva Grande O f f i c i n a
Litúrgica ao Illustre Conselho Geral da Ordem.
§ único — Emquanto não for crcada essa Grande-
Officina, as L o j a s do Rito estarão liturgicamente subor-
dinadas ao referido Illustre Conselho Geral da Ordem.
Art. 103 — A presente Constituição entrará em
vigor immediatamente após a sua promulgação.

CAPITULO XX

Disposições Transitórias
Art. 104 — Somente emquanto uma Grande Offi-
cina C h e f e de Rito não organizar a sua Constituição.
Estatuto ou Regulamento, reger-se-á pelas seguintes dis-
posições :
I - Cada Grande Officina compor-se-á de
membros effectivos, p o r ella eleitos dentre os maçons
que possuírem o ultimo gráu do respectivo R i t o ' re-
sidirem no Poder Central e forem membros effecti-
VOS de uma das L o j a s d e sua jurisdicção litúrgica.

. 20) S ã o membros e f f e c t i v e s das G r a n d e s Offi-


cinas C h e f e s de R i t o as G r a n d e s D i g n i d a d e s cia O r d e m
o G r a n d e Secretario Geral, o G r a n d e T h e s o u r e i r o Ge-
ral ie o G r a n d e ChanceUer do Illustre C o n s e l h o Geral
da Ordem, durante a e f f e c t i v i d a d e de seus car-os e
c o m direito de voto, se possuírem os g r á u s respectivos
respeitadas as restricções das leis especiaes do Rito
Lscossez.


S ã o m e m b r o s honorários de uma G r a n d e
Officina Chefe de Rito os m a ç o n s que, tendo
o ultimo g r a u do Rito, merecerem essa distineção, assis-
tmdo-lhes o direito d e t o n W p a r t e nas sessões, sem
todavia, poderem votar e ser votados.

A r t . 105 — P e r d e r á o l o g a r de membro e f f e c t i v o
dessas O f f i c i n a s :

^ X/ 0 qi]e fixar residencia fora dá séde do


G r a n d e Oriente do Brasil;

2°) - O que deixar de comparecer a tres sessões


consecutivas, sem motivo justificado;
3 o ) — O que, mesmo com motivo justificado, dei-
x a r de c o m p a r e c e r ás sessões durante um anno;
4 o ) — O que deixar de >ser m e m b r o effectivo de
O f f i c i n a . do R i t o ;

5 o ) — O que os mesmos Corpos resolverem, por


dois terços dos votos presentes, excluir da effectividade.
§ Único — Nos casos dos ns. r, 2, 3 e 5 con-
serva o maçon o titulo de membro honorário.

A r t . 106 ;— A s Grandes O f f i c i n a s C h e f e s de Rito,


c o m o g u a r d a s das tradições e reguladoras das f o r m u l a s
dos d i f f e r e n t e s Ritos, d a r ã o parecer sobre o s Rituaes
- 48

diversos, formularão as instrucções para os deferentes-


gráus e expedirão os diplomas de maçons e Officinas..
§ i . o , — Não poderão reunir-se sem a presença
de, pelo menos, TI membros effectivos.
§ 2.0 — N o Regulamento Geral serão fixados os
dias das sessões e os seus funccionarios e commissões.
Art. 107 — A . cada Grande Officina Chefe de Rito
compete expedir os títulos dos gráus conferidos.
Art. 108 A s disposições do § Único do art.
13.0 desta Constituição, bem corno as da letra H do
art. 17 e o disposto no art. 75 não se applicam ás L o j a s
federadas ao Grande Oriente do Brasil, que na data
da promulgação desta Constituição contarem 35 annos-
ou mais da acquisição de sua personalidade jurídica pelo
registro de seus Estatutos na Repartição competente.
Art. 109 Fica o Soberano G r ã o Mestre auto-
rizado a concluir um Tratado de alliança intima e in-
dissolúvel entre o Grande Oriente d o Brasil e a Gran-
de L o j a de Inglaterra, podendo inclusive annuir em que
esta estabeleça uma Grande L o j a Districtal para a di-
recção das Lojas de maçons britannicos do R i t o de
Y o r k no Brasil, ad referendum da Soberana Assembléa
Geral.
Art. 110 — A disposição relativa ao mandato trien-
nal dos Representantes será executada para os que forem
eleitos de 1936, inclusive, em diante.
§ i.0 — A Soberana Assembléa, em 1935, antes
de encerrar os seus trabalhos, de posse da relação com-
pleta das Lojas, sorteará, uma a uma, quaes as que
elegerão seus primeiros Representantes por um anno,
por 2 annos e por 3 annos, ficando dest'arte as L o j a s
distribuídas por 3 listas, cada uma delias renovada an-
nual e successivamente.
g 2.0 — O Regulamento Geral estabelecerá o tem-
po de duração da primeira investidura de Representante
de L o j a que se installar ou incorporar ao Grande Oriente..
Art. 111 — Não é prorogado o período triennal
— 49-

do G r ã o Mestrado actual. O G r ã o M e s t r a d o subsequente


terá a d u r a ç ã o de dois annos. Os demais terão o man-
dato pelo período quinquennal f i x a d o nesta Constitui-
ção.
Art. 1 1 2 Era caso de dissolução do Gran-
de Oriente do Brasil, por deliberação dos seus
o r g ã o s competentes, serão os seus bens, após o paga-
mento das dividas e encargos d a Instituição, entregues á
Universidade do R i o de Janeiro, sob' a condição de, sa-
tisfazendo o compromisso estabelecido no § 2.0 des-
te art., crear uma bibliotheca publica na mesma cidade.
Caso, porém, a Universidade não acceite essa incumbên-
cia, serão os referidos bens doados, sob igual condi-
ção, á Bibliotheca Nacional, para accrescer o seu pa-
trimônio.
§ i — O patrimonio das L o j a s não será attingi-
do em caso de dissolução do Grande Oriente do Brasil.
§ 2.0 >— A Instituição beneficiaria do acervo do
Grande Oriente do Brasil manterá as pensões em cujo
gozo se acharem, por occasião da transferencia dos
bens, ás pessôas que as tenham obtido por justo titulo.

Você também pode gostar