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Autora: Mariana Herrmann

Annelies Marie Frank


“Eu sei o que eu quero, eu tenho um objetivo,

uma opinião, eu tenho uma religião e tenho


amor. Deixe-me ser eu mesmo e então eu
estou satisfeito. Eu sei que eu sou uma
mulher, uma mulher com força interior e muita coragem. ”
Annelies Marie Frank, ou Anne Frank, como é popularmente conhecida, foi uma
adolescente alemã judia nascida em 1929 na Alemanha. Ao completar quatro anos de
idade, teve de partir do seu país em consequência do regime totalitário nazista que ali fora
empregado, entre os anos de 1933 e 1945. Filha de Otto Frank e Edith Frank, irmã de
Margot Frank, a menina se tornou um símbolo do sofrimento judeu na Segunda Guerra
Mundial, juntamente com sua família.
Em 1942, Anne, com já 13 anos, se mudou para um pequeno esconderijo com a
finalidade de evitar os nazistas, em Amsterdã, com seus familiares e mais quatro pessoas,
local onde permaneceu por mais dois longos anos até ser levada para o campo de
concentração Bergen-Belsen. O único meio de informação era o rádio que todos utilizavam.
Sobreviveram isolados graças a ajuda de amigos livres, como Miep Gies, Victor Kugler e
Johannes Kleiman.
A garota sempre teve evidentes características fortes e marcantes, como sua
personalidade. Sempre se afirmou muito inquieta e decidida, desde antes da adolescência.
Toda a documentação e informações conhecidas relacionadas a ela e as demais
personagens são provenientes do agora livro “O Diário de Anne Frank”, escrito por ela
mesma no período de encarceramento no Anexo Secreto. Nele, Anne descreve a
indubitável angústia do cotidiano, o medo dos aviões e sirenes, a preocupação com a
comida escassa, a restrição de não poderem emitir nenhum ruído entre certos horários e,
apesar de todos esses fatores, a dificuldade de lidar com os próprios sentimentos quando
adolescente.
Apesar de sua vida curta, esta judia nos proporcionou um dos maiores legados
históricos que é possível termos acesso hoje em dia, na palma da mão. Anne serve de
inspiração e merece reconhecimento por ter comprovado um dos mais conhecidos ditados
populares: “A esperança é a última que morre”. Dos 13 aos 15 anos ela relatou em seu
diário, a quem se referia como Kitty, todos os questionamentos e curiosidades que todos já
tivemos em algum momento da vida. É possível nos identificarmos com a menina ao longo
da leitura, e, nos tempos de hoje, até mesmo fazer uma associação com o que estamos
vivenciando na atualidade, mas evidentemente que em um grau bem menos preocupante.
O sonho da garota era se tornar jornalista ou escritora, famosa. Ela queria poder
compartilhar suas vivências e sempre acreditou em um futuro pacífico e justo para seu
povo. Fora obrigada a estudar em casa, onde leu incontáveis livros e aprendeu outros
idiomas. Estudiosa, esperançosa, alegre, teimosa, justa e curiosa são características que
descrevem bem Anne, ainda que estes sejam atributos superficiais para representar
tamanha perspicácia.
O pequeno refúgio da família Frank e dos demais foi descoberto pelos nazistas em
1944, não se sabe ao certo como. Todos os residentes foram enviados a um único campo
de concentração na Holanda: Westerbork. Lá, foram mandados a outros campos menores,
e foi onde a família se separou para sempre. A mãe de Anne morreu em janeiro de 1945, na
Polônia. Anne e Margot foram enviadas para Bergen-Belsen, onde faleceram devido a uma
doença chamada tifo. Anne tinha apenas 15 anos quando viu a luz do dia pela última vez.
Os outros que viviam no Anexo também foram mortos pelos nazistas em 1944 e 1945.
Otto Frank foi o único que permaneceu vivo, indo para um hospital onde ficou até
1945, quando o povo judeu foi libertado dos campos de tortura. Graças a ele, o diário da
adolescente foi publicado em 1947, mesmo que com algumas partes cortadas, obtendo
número recorde de vendas, traduzido em mais de 30 idiomas. Otto faleceu em 1980.
Algumas frases como “os mortos recebem mais flores que os vivos porque o
remorso é mais forte do que a ingratidão”, “eu ainda acredito na bondade humana” e “Eu
simplesmente não posso construir as minhas esperanças baseadas em confusão, miséria e
morte. Eu penso que a paz e a tranquilidade irão voltar de novo.” foram redigidas por ela no
diário. Isso nos comprova o quão valiosa essa vida foi para ser tirada dessa maneira, pois
seus relatos do pior acontecimento histórico são uma das coisas mais impressionantes que
o mundo já viu. O que nos resta é honrar a memória desta mulher extraordinária que nos
faz sentir uma empatia sem tamanho ao passar os olhos pelas páginas do Diário de Anne
Frank.

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