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Fenômenos Físicos
São aqueles que não alteram a estrutura ou a constituição da matéria. Por exemplo, se amassarmos
um papel, ele apenas mudará seu formato, no entanto, continuará sendo papel, isto é, tendo a mesma
composição química. O exemplo mais comum de fenômeno físico, é a mudança do estado físico da água,
ela pode ser gelo (sólido), rios e lagos (líquido) e pode ser vapor (gás)
Fenômeno Químico
É aquele que altera a estrutura da matéria, ou seja, sua composição. No exemplo do papel, se o
queimarmos, ele terá sua estrutura química alterada. Um dos exemplos mais comuns é a combustão do
etanol. O etanol (álcool comum) reage com o oxigênio do ar, entrando em combustão. Essa é uma reação
química, que se for completa, origina gás carbônico e vapor de água. Sua equação é dada por:
Todo fenômeno químico ocorre acompanhado de uma variação de energia, ou melhor, a transformação
na composição da matéria implica necessariamente uma liberação ou absorção de energia.
Fenômenos químicos que ocorrem com liberação de energia são denominados exotérmicos e
fenômenos químicos que ocorrem com absorção de energia são denominados endotérmicos.
Obs.: O fogo é uma emissão simultânea de calor e luz, que acompanha determinadas transformações
químicas. Quando colocamos fogo em um papel, estamos fornecendo energia térmica e
luminosa(radiante). A energia liberada na combustão é muito maior do que a energia que foi absorvida
para desencadear a queima.
No entanto, o saldo de energia para o meio ambiente depois da combustão(queima) do papel é
positivo, ou seja, a combustão do papel é uma transformação em que a energia liberada no final é maior
que a energia absorvida para desencadear o fenômeno.
Dessa forma as cinzas sólidas e a matéria gasosa liberada na combustão completa do papel são mais
estáveis que o papel em si porque foram formadas por meio de um processo químico exotérmico.
3 H2 + N2 → 2 NH3
As demais opções correspondem a transformações físicas, isto é, todos continuam sendo a mesma
substância, com a mesma composição, somente o estado de agregação de suas partículas é diferente.
Veja:
b) Obtenção de gelo a partir da água: mudança de estado físico do líquido para o sólido.
c) Obtenção do oxigênio líquido a partir do ar atmosférico: mudança de estado físico. O oxigênio estava
misturado a outros gases presentes no ar atmosférico e foi condensado, isto é, passou do estado gasoso
para o líquido.
d) Solidificação da parafina: mudança de estado físico do líquido para o sólido.
e) Sublimação da naftalina: mudança de estado físico diretamente do sólido para o gasoso.
Para desencadear um fenômeno químico endotérmico, também é necessário que haja fornecimento
externo de energia. A diferença nesse caso é que o saldo de energia para o meio ambiente é negativo,
isto é, a energia liberada no final é menor que a energia absorvida no início – a transformação da matéria
absorve energia do meio ambiente.
Como todos os fenômenos ocorrem espontaneamente em direção a um aumento de estabilidade e a
absorção de energia implica no aumento da instabilidade, os fenômenos químicos endotérmicos não são
muito comuns. Com base em todos os conceitos que vimos até o momento, podemos definir energia de
um modo mais amplo: Energia é o que faz a matéria existir, se movimentar, modificar sua fase de
agregação e transformar sua composição.
Para uma melhor comparação, veja os exemplos de fenômenos físicos e químicos alistados abaixo:
Transformações Químicas
A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da
luz também é de extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra
dos raios ultravioletas.
Questões
Gabarito
01.A / 02.C
O estudo do comportamento dos gases deve ser feito sempre a partir de suas três variáveis de estado:
pressão, temperatura e volume.
Todo gás é constituído de partículas (moléculas) que estão em contínuo movimento desordenado.
Esse movimento de um grande número de moléculas provoca colisões entre elas e, por isso, sua trajetória
não é retilínea num espaço apreciável, mas sim caminham em ziguezague. Essas colisões podem ser
consideradas perfeitamente elásticas. O estado em que se apresenta um gás, sob o ponto de vista
microscópico, é caracterizado por três variáveis: pressão, volume e temperatura. São denominadas
variáveis de estado.
I. Volume
O volume de qualquer substância é o espaço ocupado por esta substância. No caso dos gases, o
volume de uma dada amostra é igual ao volume do recipiente que a contém. As unidades usuais de
volume são: litro (L), mililitro (ml), metro cúbico (m3), decímetro cúbico (dm3) e centímetro cúbico (cm3).
T = t (°C) + 273
III. Pressão
A pressão é definida como força por unidade de área. No estado gasoso, a pressão é o resultado do
choque de suas moléculas contra as paredes do recipiente que as contém. A medida da pressão de um
gás é feita através de um aparelho chamado manômetro. O manômetro é utilizado na medida da pressão
dos gases, dentro de recipientes fechados.
Uma dada massa de gás sofre uma transformação quando ocorrem variações nas suas variáveis de
estado. Começamos o estudo modificando-se apenas duas das grandezas e a outra se mantém
constante.
Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional
à pressão exercida sobre ele”.
A lei de Boyle-Mariotte pode ser representada por um gráfico pressão-volume. Neste gráfico, as
abscissas representam a pressão de um gás, e as ordenadas, o volume ocupado.
A curva obtida é uma hipérbole, cuja equação representativa é PV = constante. Portanto, podemos
representar:
“À pressão constante, o volume ocupado por uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à
temperatura absoluta."
Graficamente, encontramos:
Lei de Charles/Gay-Lussac
“A volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa fixa de gás é diretamente
proporcional à temperatura absoluta.”
Esta transformação gasosa, onde o volume é mantido constante, é denominada de transformação
isocórica, isométrica ou isovolumétrica. As relações entre pressão e temperatura são representadas a
seguir:
Graficamente, encontramos:
Obedece rigorosamente às Leis Físicas dos Gases em quaisquer condições de temperatura e pressão.
Gás Real
Não segue o comportamento do gás ideal, principalmente em pressões muito altas e/ou em
temperaturas baixas, porque ocorre alta redução de volume e as partículas, muito próximas, passam a
interferir umas no movimento das outras. Um gás real aproxima-se do comportamento de um gás ideal à
medida que diminui a pressão e aumenta a temperatura.
São definidas como condições normais de temperatura e pressão quando o gás é submetido a uma
pressão de 1 atm e à temperatura de 0 °C. Portanto, podemos colocar:
P = 1 atm = 760 mmHg
T = 0 °C = 273 K
“Volumes iguais de gases quaisquer, à mesma temperatura e pressão, encerram o mesmo número de
moléculas”
Determinou-se experimentalmente o volume ocupado por 1 mol de qualquer gás nas CNTP e foi
encontrado o valor aproximadamente igual a 22,4 L. Portanto, podemos dizer que:
Equação de Clapeyron
As leis de Boyle e Charles/Gay-Lussac podem ser combinadas com a lei de Avogadro para relacionar
volume, pressão, temperatura e quantidade em mols de um gás. Tal relação é chamada de equação de
estado de um gás. Ela pode ser encontrada das seguintes formas:
Lei de Boyle-Mariotte
Lei de Charles/Gay-Lussac
V é proporcional a T onde P e n são constantes.
P é proporcional a T onde V e n são constantes.
Lei de Avogadro
V é proporcional a n quando T e P são constantes. Agrupando as quatro expressões encontramos:
V é proporcional a (1/P)· (T) · (n) ou V = R ·(1/P) · (T) · (n), onde R representa a constante de
proporcionalidade e é chamada de constante universal dos gases. A equação de estado pode então ser
representada por:
𝑷. 𝑽 = 𝒏. 𝑹. 𝑻
Esta equação também é denominada de equação de Clapeyron, em homenagem ao físico francês que
a determinou. A constante R pode assumir dois valores distintos, de acordo com a unidade de pressão
utilizada, dentre os quais temos:
Misturas Gasosas1
As misturas gasosas são muito comuns no cotidiano. É possível descobrir sua pressão e volume total
através das pressões e volumes parciais dos gases componentes da mistura.
1
http://www.brasilescola.com/
Essa Lei de Dalton é mostrada também pela fração em quantidade de matéria (X). Essa fração no caso
do nitrogênio é dada por 0,8 mol.
1,0 mol
PN2= p . XN2
PN2= 1,0 atm . 0,8 = 0,8 atm.
Pode-se também calcular cada pressão parcial por meio da equação de estado dos gases:
Equação de estado dos gases: PV = nRT
P. VN2= nN2 . RT
Também é possível calcular o volume parcial de cada gás componente da mistura por meio da fração
em quantidade de matéria.
São considerados primitivos os conceitos de sólido, liquido e gás. Assim, uma rocha é um solido, a
água que escorre da torneira é um liquido e o ar que respiramos é um gás.
Mas o fato dos gases apresentarem propriedades extremamente distintas dos sólidos e líquidos
chamou a atenção de inúmeros cientistas em meados do século XVIII, que passaram, então, a estudar
esse estado físico da matéria. Algumas das propriedades que esses cientistas estudaram são:
O volume de um gás corresponde ao volume do recipiente onde ele está inserido. Se colocarmos 1Kg
de ar em um recipiente de 100L, o volume será de 100L , mas se colocarmos 1Kg de ar em um volume
de 200L , o volume do gás será de 200L.
O gás assume a forma do recipiente onde está inserido. Nesse aspecto, os gases são semelhantes
aos líquidos, que também não apresentam forma própria. Entretanto, os sólidos independem da forma do
ambiente onde está inserido, isto é, os sólidos apresentam forma própria.
Para explicar essas e outras propriedades dos gases foi criado um modelo gasoso, que constitui a
chamada teoria cinética dos gases. A teoria cinética dos gases se baseia em quatro postulados:
1 – o gás é formado por moléculas que se encontram em movimento desordenado e permanente.
Cada molécula pode ter velocidade diferente das demais.
2 – cada molécula do gás interage com as outras somente por meio de colisões (forças normais de
contato). A única energia das moléculas é a energia cinética.
3 – todas as colisões entre as moléculas e as paredes do recipiente que contém o gás são
perfeitamente elásticas. A energia cinética total se conserva, mas a velocidade de cada molécula pode
mudar.
4 – as moléculas são infinitamente pequenas. A maior parte do volume ocupado por um gás é espaço
vazio.
Partindo desses postulados, Boltzmann e Maxwell mostram que a energia cinética média do total de
moléculas de um gás ideal é proporcional à temperatura conforme a expressão:
A expressão obtida mostra que a temperatura é proporcional à energia cinética média das moléculas
de um gás ideal. Assim, vemos que a temperatura é uma média do grau de agitação das moléculas de
um gás. Usando o número de mols, temos:
Questões
01. (F.M. Itajubá - MG) O comportamento de um gás real aproxima-se do de um gás ideal quando:
(A) submetido a baixas temperaturas.
(B) submetido a baixas temperaturas e baixas pressões.
(C) submetido a altas temperaturas e altas pressões.
(D) submetido a altas temperaturas e baixas pressões.
(E) submetido a baixas temperaturas e altas pressões.
10
03. Sabendo que a massa atômica do magnésio é igual a 24 u, determine a massa, em gramas, de
um átomo desse elemento. (Dado: Número de Avogadro = 6,0 . 1023).
(A) 24 g.
(B) 4,0 g.
(C) 24 . 10-23 g.
(D) 4,0 . 1023 g.
(E) 4,0 . 10-23 g.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D.
Um gás real aproxima-se do ideal quanto mais alta for sua temperatura e menor sua pressão.
02. Resposta: D.
Dados:
T1= 200 K
V2= 2 V1
P2= 2P1
𝑃1. 𝑉1 𝑉2
= 𝑃2.
𝑇1 𝑇2
𝑃1. 𝑉1 2𝑃1. 2𝑉1
=
200 𝑇2
T2= 800 K
03. Resposta: E
1 mol de átomos de Mg ↔ 24 g/mol ↔ 6,0 . 1023 átomos/mol
x = 1 átomo . 24 g/mol
6,0 . 1023 átomos/mol
x = 4,0 . 10-23 g.
CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
(Modelo Cospuscular da Matéria)
11
De acordo com esses filósofos tudo no meio em que vivemos seria formado pela combinação desses
quatro elementos em diferentes proporções. Entretanto em 400 a.C., os filósofos Leucipo e Demócrito
elaboraram uma teoria filosófica (não científica) segundo a qual toda matéria era formada devido a junção
de pequenas partículas indivisíveis denominadas átomos (que em grego significa indivisível). Para estes
filósofos, toda a natureza era formada por átomos e vácuo.
No final do século XVIII, Lavoisier e Proust realizaram experiências relacionando as massas dos
participantes das reações químicas, dando origem às Leis das combinações químicas (Leis ponderais).
O primeiro modelo atômico foi elaborado a partir do estudo das seguintes Leis Ponderais:
1. Lei de Lavoisier: A primeira delas, a Lei da Conservação de Massas, ou Lei de Lavoisier é uma lei
da química que muitos conhecem por uma célebre frase dita pelo cientista conhecido como o pai da
química moderna, Antoine Laurent de Lavoisier:
“Num sistema fechado, a massa total dos reagentes é igual à massa total dos produtos”
Então, em uma reação química não há alteração na quantidade de átomos, eles apenas se
recombinam. Logo como não existe destruição nem criação de matéria, a massa dos reagentes sempre
será igual a massa dos produtos. Ou seja:
2. Lei de Proust: O químico Joseph Louis Proust observou que em uma reação química a relação
entre as massas das substâncias participantes é sempre constante. A Lei de Proust ou a Lei das
proporções definidas diz que dois ou mais elementos ao se combinarem para formar substâncias,
conservam entre si proporções definidas.
Em resumo a lei de Proust pode ser escrita da seguinte maneira:
12
Na tabela abaixo vemos um exemplo prático de como a lei de Proust pode ser entendida:
Exemplificando: da análise do experimento II temos que se a massa de uma molécula de água é 18g,
é o resultado da soma das massas atômicas do hidrogênio e do oxigênio.
H – massa atômica = 1 → 2 x 1 = 2g (2 átomos de H)
O – massa atômica = 16 → 1 x 16 = 16g (1 átomo de O)
Então 18g de água tem sempre 16g de oxigênio e 2g de hidrogênio. A molécula água está na proporção
1:8 (para cada quantidade de H2 usa se oito vezes a quantidade de O2). Se 36g de água forem separados,
serão produzidos 4g de H2 e 32g de O2, e assim por diante.
Em 1808, John Dalton propôs uma teoria para explicar essas leis ponderais, denominada teoria
atômica, criando o primeiro modelo atômico científico, em que o átomo seria maciço e indivisível. A teoria
proposta por ele pode ser resumida da seguinte maneira:
- Tudo que existe na natureza é formado por pequenas partículas microscópicas denominadas átomos;
- Estas partículas, os átomos, são indivisíveis (não é possível seccionar um átomo) e indestrutíveis
(não se consegue destruir mecanicamente um átomo);
- É pequeno o número de tipos diferentes de átomos (respectivos a cada elemento);
- Átomos de elementos iguais sempre apresentam características iguais, bem como átomos de
elementos diferentes apresentam características diferentes. Sendo que, ao combiná-los, em proporções
definidas, compreenderemos toda a matéria existente no universo;
- Os átomos assemelham-se a esferas maciças que se dispõem através de empilhamento;
- Durante as reações químicas, os átomos permanecem inalterados. Apenas se combinam em outro
arranjo.
Ao mesmo tempo da publicação dos trabalhos de Dalton foi desenvolvido o estudo sobre a natureza
elétrica da matéria, feita no início do século XIX pelo físico italiano Volta, que criou a primeira pilha elétrica.
Isso permitiu a Humphry Davy descobrir dois novos elementos químicos: o potássio (K) e o sódio (Na). A
partir disso, os trabalhos a respeito da eletricidade foram intensificados.
Em meados de 1874, Stoney admitiu que a eletricidade estava intimamente associada aos átomos em
quantidades discretas e, em 1891, deu o nome de elétron para a unidade de carga elétrica negativa.
Descoberta do Elétron
Em meados do ano de 1854, Heinrich Geissler desenvolveu um tubo de descarga que era formado por
um vidro largo, fechado e que possuía eletrodos circulares em suas pontas. Ele notou que quando se
produzia uma descarga elétrica no interior do tubo de vidro, utilizando um gás que estivesse sob baixa
pressão, a descarga deixava de ser barulhenta, e no tubo uma cor aparecia que iria depender do gás, de
sua pressão e da voltagem a ele aplicada. Um exemplo dessa experiência são as lâmpadas de neon que
normalmente se usa em estabelecimentos como placa.
Já em 1875, William Crookes se utilizou de gases bastante rarefeitos, ou seja, que estavam em
pressões muito baixas, e os colocou em ampolas de vidro. Neles aplicou voltagens altíssimas e assim,
emissões denominadas raios catódicos surgiram. Isso porque esses raios sempre se desviam na direção
e sentido da placa positiva, quando são submetidos a um campo elétrico externo e uniforme, o que prova
que os raios catódicos são de natureza negativa.
Esse desvio ocorre sempre da mesma maneira, seja lá qual for o gás que se encontra no interior da
ampola. Isso fez os cientistas imaginarem que os raios catódicos seriam formados por minúsculas
partículas negativas, e que estas existem em toda e qualquer matéria. A tais partículas deu-se o nome de
elétrons. Assim, pela primeira vez na história, constatava-se a existência de uma partícula subatômica, o
elétron.
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No final do século XIX, Thomson, utilizando uma aparelhagem semelhante, demonstrou que esses
raios poderiam ser considerados como um feixe de partículas carregados negativamente, uma vez que
que eram atraídos pelo polo positivo de um campo elétrico externo e independiam do gás contido no tubo.
Thomson concluiu que essas partículas negativas deveriam fazer parte dos átomos componentes da
matéria, sendo denominados elétrons. Após isto, propôs um novo modelo científico para o átomo. Para
Thomson, o átomo era uma esfera maciça de carga elétrica positiva “recheada” de elétrons de carga
negativa. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de passas”. Este modelo derruba a ideia de que o
átomo é indivisível e introduz a natureza elétrica da matéria.
Descoberta do Próton
Em 1886, Goldstein, físico alemão, provocando descargas elétricas num tubo a pressão reduzida (10
mmHg) e usando um cátodo perfurado, observou a formação de um feixe luminoso (raios canais) no
sentido oposto aos raios catódicos e determinou que esses raios eram constituídos por partículas
positivas
Os raios canais variam em função do gás contido no tubo. Quando o gás era hidrogênio, obtinham-se
os raios com partículas de menor massa, as quais foram consideradas as partículas fundamentais, com
carga positiva, e denominadas próton pelo seu descobridor, Rutherford, em 1904.
Experiência de Rutherford
Wilhelm Conrad Röntgen foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, realizando
experimentos em que utilizava gases altamente rarefeitos em uma ampola de Crookes, descobriu
acidentalmente que, a partir da parte externa do tubo, eram emitidos raios que conseguiam sensibilizar
chapas fotográficas. Ele chamou esses raios de raios X.
Isso possibilitou que, em 1886, Becquerel descobrisse a radioatividade e a descoberta do primeiro
elemento capaz de emitir radiações semelhantes ao raio X: o urânio. Logo a seguir o casal Curie descobriu
dois outros elementos radioativos: o polônio e o rádio.
Com a finalidade de estudar as radiações emitidas pelos elementos radioativos, foram realizados
vários tipos de experimentos, dentre os quais o mais conhecido é o representado a seguir, em que as
radiações são submetidas a um campo eletromagnético externo.
Em meados do século de XX, dentre as inúmeras experiências realizadas por Ernest Rutherford e seus
colaboradores, uma ganhou destaque por mostrar que o modelo proposto por Thomson era incorreto.
A experiência consistiu em bombardear uma fina folha de ouro com partículas positivas e pesadas,
chamadas de α (alfa), emitidas por um elemento radioativo chamado polônio.
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Modelo de Rutherford
A experiência da “folha de ouro” realizada foi o marco decisivo para o surgimento de um novo modelo
atômico, mais satisfatório, que explicava de forma mais clara uma série de eventos observados.
O átomo deve ser constituído por duas regiões:
I - Um núcleo, pequeno, positivo e possuidor de praticamente toda a massa do átomo;
II - Uma região negativa, praticamente sem massa, que envolveria o núcleo. A essa região se deu o
nome de eletrosfera.
Para que fique mais claro, vamos agora relacionar o modelo de Rutherford com as conclusões
encontrados em sua experiência.
Observações Conclusões
Grande parte das partículas alfa Boa parte do átomo é vazio. No espaço vazio
atravessaram a lâmina sem desviar o (eletrosfera) provavelmente estão localizados os
curso. elétrons.
Poucas partículas alfa (1 em 20.000) não Deve existir no átomo uma pequena região onde está
atravessam a lâmina e voltavam. concentrada sua massa (o núcleo).
Algumas partículas alfa sofriam desvios de O núcleo do átomo deve ser positivo, o que provoca
trajetória ao atravessar a lâmina. uma repulsão nas partículas alfa (positivas).
Átomo Moderno
Quando Rutherford realizou seu experimento com um feixe de partículas alfa, e propôs um novo
modelo para o átomo, houve algumas controvérsias. Entre elas era que o átomo teria um núcleo composto
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Hoje, acreditamos que, com uma exceção, o núcleo de muitos átomos contém ambas as partículas:
prótons e nêutrons, chamados núcleons. (A exceção é o núcleo de muitos isótopos comuns de hidrogênio
que contém um próton e nenhum nêutron.) Como mencionamos, é geralmente conveniente designar
cargas e partículas em termos de carga em um elétron. De acordo com esta convenção, um próton tem
uma carga de +1, um elétron de -1, e um nêutron de 0.
Em resumo, podemos então descrever um átomo como um núcleo central, que é pequeníssimo, mas
que contém a maior parte da massa, e é circundado por uma enorme região extra nuclear contendo
elétrons (carga -). O núcleo contém prótons (carga +) e nêutrons (carga 0). O átomo como um todo não
tem carga devido ao número de prótons ser igual ao número de elétrons. A soma das massas dos elétrons
em um átomo é considerada desprezível em comparação com a massa dos prótons e nêutrons.
Modelo de Bohr
Apesar de o modelo proposto por Rutherford esclarecer muitas questões sobre a dispersão das
partículas alfa (prótons), ele tinha certas falhas na explicação de alguns outros fenômenos, como por
exemplo os espectros atômicos. Niels Bohr propôs então outro modelo mais completo, que melhor
representava e explicava o átomo e sua natureza.
Inicialmente para explicar seu modelo, Bohr agrupou uma certa quantidade de postulados e hipóteses
(afirmações aceitas como verdadeira, sem demonstrações), onde podem ser resumidas em cinco:
- Os elétrons circulam o núcleo do átomo fazendo círculos em “camadas” ou “níveis”;
- Cada nível tem um valor específico de energia;
- Um elétron não pode permanecer entre dois níveis, ou ele está em um ou em outro;
- Um elétron pode passar de um nível menos energético para um mais energético desde que absorva
energia externa;
- Quando o elétron retorna para seu nível de energia inicial ele libera a energia absorvida.
16
Um átomo individual (ou seu núcleo) é geralmente identificado especificando dois números: o número
atômico Z e o número de massa A.
O número atômico (Z) é o número de prótons no núcleo. Como um átomo é um sistema eletricamente
neutro, se conhecermos o seu número atômico, teremos então duas informações: o número de prótons e
o número de elétrons.
O número de massa (A) é o número total de núcleons (prótons mais nêutrons) no núcleo.
Indica um átomo do elemento X com o número atômico Z e número de massa A. Por exemplo:
Íons
Os átomos podem perder ou ganhar elétrons, originando novos sistemas, carregados eletricamente:
os íons.
Nos íons, o número de prótons é diferente do número de elétrons.
K (Z=19)
Número de prótons: 19 → carga = +19
Número de elétrons: 19 → carga = -19
Carga elétrica total: +19 – 19 = 0
17
S (Z=16)
Número de prótons: 16 → carga = +16
Número de elétrons: 16 → carga = -16
Carga elétrica total: +16 -16 =0
S2- (Z=16)
Número de prótons: 16 → carga = +16
Número de elétrons: 18 → carga = -18
Carga elétrica total: +16 -18 = -2
Elemento Químico
Um elemento químico é definido como sendo o conjunto formado por átomos de mesmo número
atômico (Z).
A cada elemento químico atribui-se um nome; a cada nome corresponde um símbolo e,
consequentemente, a cada símbolo corresponde um número atômico.
Relações atômicas
Isótopos
Átomos de um dado elemento podem ter diferentes números de massa e, portanto, massas diferentes
porque eles podem ter diferentes números de nêutrons em seu núcleo. Como mencionado, tais átomos
são chamados isótopos.
Exemplo: considere os três isótopos de oxigênio de ocorrência natural: 16O8, 17O8 e 18O8. Cada um
destes tem 8 prótons no seu núcleo. (Isto é o que faz com que seja um átomo de oxigênio.).
Devido aos isótopos de um elemento apresentar diferentes números de nêutrons, eles têm diferentes
massas.
18
Isótonos
São átomos de diferentes números de prótons e de massa, mas que possuem mesmo número de
nêutrons. Ou seja, também são elementos diferentes, com propriedades físicas e químicas diferentes.
Por exemplo 37Cl17 e o 40Ca20, que tem o mesmo número de nêutrons, 20.
Isoeletrônicos
São átomos e íons que possuem a mesma quantidade de elétrons. Por exemplo o átomo de neônio,
20
Ne10, e o cátion de sódio 23Na11+1. Ambos possuem 10 elétrons, logo são isoeletrônicos um do outro.
Questões
01. (UNESP/SP) Numa viagem, um carro consome 10 kg de gasolina. Na combustão completa deste
combustível, na condição de temperatura do motor, formam-se apenas compostos gasosos.
Considerando-se o total de compostos formados, pode-se afirmar que os mesmos:
(A) não têm massa.
(B) pesam exatamente 10 kg.
(C) pesam mais que 10 kg.
(D) pesam menos que 10 kg.
(E) são constituídos por massas iguais de água e gás carbônico.
REAGENTES PRODUTOS
AgNO3 NaCl AgCl NaNO3
1,699g 0,585g X 0,850g
Considere que a reação foi completa e que não há reagentes em excesso. Assim sendo, é
CORRETO afirmar que X, ou seja, a massa de cloreto de prata produzida é:
(A) 0,585 g.
(B) 1,434 g.
(C) 1,699 g.
(D) 2,284 g.
(E) 2,866 g.
03. (FUVEST/SP) Quando 96g de ozônio se transformam completamente, a massa de oxigênio comum
produzida é igual a:
(A) 32g.
(B) 48g.
(C) 64g.
(D) 80g.
(E) 96g.
04. (ETFSP) No fim do século XIX começaram a aparecer evidências de que o átomo não era a menor
partícula constituinte da matéria. Em 1897 tornou-se pública a demonstração da existência de partículas
negativas, por um inglês de nome:
(A) Dalton;
(B) Rutherford;
(C) Bohr;
19
06. (ESPM/SP) O átomo de Rutherford (1911) foi comparado ao sistema planetário (o núcleo atômico
representa o sol e a eletrosfera, os planetas): Eletrosfera é a região do átomo que:
(A) contém as partículas de carga elétrica negativa.
(B) contém as partículas de carga elétrica positiva.
(C) contém nêutrons.
(D) concentra praticamente toda a massa do átomo.
(E) contém prótons e nêutrons
08. (FUVEST/SP) O número de elétrons do cátion X2+ de um elemento X é igual ao número de elétrons
do átomo neutro de um gás nobre. Este átomo de gás nobre apresenta número atômico 10 e número de
massa 20. O número atômico do elemento X é:
(A) 8
(B) 10
(C) 12
(D) 18
(E) 20
09. (FEI/SP) Um cátion metálico trivalente tem 76 elétrons e 118 nêutrons. O átomo do elemento
químico, do qual se originou, tem número atômico e número de massa, respectivamente:
(A) 76 e 194
(B) 76 e 197
(C) 79 e 200
(D) 79 e 194
(E) 79 e 197
01. C / 02. B / 03. E / 04. D / 05. B / 06. A / 07. D / 08. C / 09. E / 10. E
Comentários
01. Resposta: C
Interpretação direta da Lei de conservação das massas de Lavoisier: Massa dos reagentes = massa
dos produtos;
20
03. Resposta: E
Interpretação direta da Lei de conservação das massas de Lavoisier: Massa dos reagentes = massa
dos produtos;
04. Resposta: D
Thomson provou experimentalmente a existência de partículas negativas no átomo.
05. Resposta: B
Thomsom propôs que o átomo era formado por uma esfera maciça de carga positiva e que junta a ela
existiam pequenas partículas de carga negativa, esse modelo ficou famoso pelo nome de “pudim de
passas”.
06. Resposta: A
Segundo Rutherford, o no átomo seu núcleo representava praticamente toda a sua massa e era
composto por partículas de cargas positivas (prótons), e ao seu redor as partículas de cargas negativas
(elétrons) ficavam circundando o núcleo em uma região denominada eletrosfera.
07. Resposta: D
Seu número atômico (11) representa seu número de prótons, seu número de elétrons seria o mesmo
se ele não tivesse carga, mas como foi estudado o íon ²³Na11+ apresenta uma carga positiva, logo
sabemos que ele “perdeu” um elétron, ou seja, possui 10. E seu número de nêutrons é a diferença da
massa atômica menos o número de prótons: 23 – 11 = 12.
08. Resposta: C
Como sabemos que é um gás nobre ele não apresenta carga, logo seu número atômico é igual ao seu
número de prótons e a seu número de elétrons, ou seja, 10. O elemento X está com carga positiva de +2
e se atualmente ele tem o mesmo número de elétrons que o gás nobre basta somarmos os 2 elétrons
faltando com os que ele possui: 10 + 2 =12.
09. Resposta: E
O número atômico é o número de prótons que o átomo possui. No estado fundamental (sem carga),
os prótons são iguais aos elétrons. Visto que é um cátion trivalente, ou seja, possui a carga +3, ele perdeu
3 elétrons, ficando com 76, o que significa que antes ele tinha 79 elétrons e número atômico também igual
a 79.
Já o número de massa é a soma dos prótons com os nêutrons: 79 + 118 = 197.
10. Resposta: E
Seu número atômico (12) representa seu número de prótons, como apresenta carga positiva, para
achar o número de basta diminuir o valor da carga do número atômico:
12 – 2 = 10
TABELA PERIÓDICA
Um dos esforços mais antigos, no sentido de se encontrar uma relação no comportamento dos
elementos com propriedades similares, foi o método de separar os elemento em grupos de três
denominados tríades. Nessas tríades, a massa atômica de um elemento era aproximadamente a média
aritmética dos pesos atômicos dos outros dois. Isto foi proposto pelo químico alemão J.W. Dobereiner,
em 1829.
No ano de 1862, Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois ordenou os valores de massas atômicas
ao longo de linhas espirais traçadas nas paredes de um cilindro, dando origem ao parafuso telúrico, em
que os elementos que apresentavam propriedades similares estavas reunidos numa linha vertical.
21
Nesta tabela é possível observar que existe espaços vazios e asteriscos. Estes espaços representam
elementos não conhecidos e os asteriscos os elementos que foram previstos por Mendeleev.
Esta classificação proposta por Mendeleev foi utilizada até 1913, quando Mosely verificou que as
propriedades dos elementos eram dadas pela sua carga nuclear (número atômico-Z). Sabendo-se que
em um átomo o número de prótons é igual ao número de elétrons, ao fazermos suas distribuições
eletrônicas, verificamos que a semelhança de suas propriedades químicas está relacionada com o
número de elétrons de sua camada de valência, ou seja, pertencem à mesma família.
Com base nessa constatação, foi proposta a tabela periódica atual, na qual os elementos químicos:
- Estão dispostos em ordem crescente de número atômico (Z);
- Originam os períodos na horizontal (em linhas);
- Originam as famílias ou os grupos na vertical (em colunas).
Tabela periódica atual: Os elementos são agrupados em ordem crescente de seu número atômico
(Z), observando-se a repetição periódica de muitas de suas propriedades.
2
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
22
Distribuição Eletrônica3
3
Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.
23
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10
- O número de elétrons a ser distribuído deve ser correspondente ao do átomo, estando ele no estado
fundamental ou em forma de íon;
- A última camada não deve ultrapassar 8 elétrons;
- A penúltima camada não deve ultrapassar 18 elétrons;
- A última camada que contém elétrons é chamada de camada de valência.
Número de
Elemento Distribuição Eletrônica
elétrons
1s2
He (Hélio) 2
K=2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Cl (Cloro) 17
K = 2, L = 8, M = 7
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d2
Zr (Zircônio) 40
K = 2, L = 8, M = 18, N = 10, O =2
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d9
Pt (Platina) 78
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1
1s 2s 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d7
2 2
Pt2+ (Cátion) 76
K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 17, P = 1
Números Quânticos4
O Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg (1901-1976), criado em 1926, estabeleceu que não
é possível calcular a posição e a velocidade de um elétron em um mesmo instante, ou seja, quanto maior
for a precisão da determinação da medida da posição do elétron, menor será a precisão da medida de
sua velocidade e vice-versa.
Por isso, os cientistas passaram a adotar o conceito de “orbital”, que se refere à região no espaço ao
redor do núcleo do átomo onde é maior a probabilidade de se encontrar determinado elétron. No modelo
de orbitais, o elétron tem característica dual, isto é, como onda-partícula que se desloca no espaço, mas
que está dentro de uma região (orbital) ao redor do núcleo, como uma nuvem eletrônica.
Esse movimento do elétron passou a ser descrito por Erwin Schrödinger por meio de uma equação
matemática que associava a natureza corpuscular do elétron, ou seja, sua natureza como partícula, sua
energia, carga e massa.
4
https://manualdaquimica.uol.com.br/quimica-geral/numeros-quanticos.htm
24
O conjunto de números quânticos nunca se repete para dois elétrons em um átomo. Portanto, esse
conjunto de números quânticos serve para identificar cada elétron na eletrosfera de um átomo. Então,
vejamos como determinar cada um:
Número quântico principal (n): Refere-se ao nível de energia do elétron. Segundo o modelo atômico
de Rutherford-Bohr, os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo em órbitas circulares com
quantidades de energia bem definidas e características, sendo, portanto, chamadas de níveis de energia
ou camadas eletrônicas.
Para os elementos conhecidos até o momento, a quantidade máxima de níveis de energia são sete,
sendo representados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, indo da camada mais próxima ao núcleo para a
mais distante. Essas camadas correspondem respectivamente aos números 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Assim, os valores de n variam de 1 a 7, de acordo com o nível de energia do elétron. Quanto maior o
número quântico principal, maior é a energia do elétron.
25
Número quântico magnético (m ou ml): Refere-se à orientação dos orbitais no espaço. O orbital do
tipo s possui forma esférica e, portanto, só há uma orientação possível para ele. Desse modo, só haverá
um valor possível para o número quântico magnético, que será igual a 0:
Representação do orbital s
Já o subnível d possui cinco orientações espaciais possíveis, sendo que o número magnético pode
apresentar os seguintes valores: -2, -1, 0, +1, +2:
Por fim, o subnível f possui sete orientações espaciais possíveis, sendo que o número magnético pode
apresentar os seguintes valores: -3, -2, -1, 0, +1, +2, +3:
26
Esses orbitais costumam ser representados de acordo com um diagrama energético, como o mostrado
a seguir, em que cada “escada” corresponde ao nível e cada “degrau” corresponde ao subnível.
27
Cada quadro da tabela fornece os dados referentes ao elemento químico: símbolo, massa atômica,
número atômico, nome do elemento, elétrons nas camadas e se o elemento é radioativo.
As colunas verticais constituem as famílias ou grupos, nas quais os elementos estão reunidos
segundo suas propriedades químicas.
As filas horizontais são denominadas períodos. Neles os elementos químicos estão dispostos na
ordem crescente de seus números atômicos. O número da ordem do período indica o número de níveis
energéticos ou camadas eletrônicas do elemento.
Famílias ou Grupos
As Famílias da Tabela Periódica são distribuídas de forma vertical, em 18 colunas. Os elementos
químicos que estão localizados na mesma coluna da Tabela Periódica são considerados da mesma
família pois possuem propriedades semelhantes. Esses elementos fazem parte de um mesmo grupo
porque apresentam a mesma configuração de elétrons na última camada.
A tabela periódica atual é constituída por 18 famílias, a nomenclatura pode ser feita de duas maneiras.
A primeira é dividir as famílias em A (de IA até VIIIA) e B (que pode ser considerada uma pequena
bagunça, já que segue a ordem: 3B-4B-5B-6B-7B-8B-8B-8B-1B-2B), onde “A” relaciona os metais
alcalinos e alcalinos terrosos, gases nobres, halogênios, semi-metais, e ametais. E “B” é formada pelos
metais de transição. A segunda maneira e mais recente adotada é bem mais simples, pois ela nomeia as
famílias de 1 a 18.
- Famílias A
Os elementos que constituem essas famílias são denominados elementos representativos, e seus
elétrons mais energéticos estão situados em subníveis s ou p. Nas famílias A, o número da família indica
a quantidade de elétrons na camada de valência. Elas recebem ainda nomes característicos.
28
- Famílias B
Os elementos dessas famílias são denominados genericamente elementos de transição. Uma parte
deles ocupa o bloco central da tabela periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), e apresenta seu elétron mais
energético em subníveis d.
A outra parte deles está deslocada do corpo central, constituindo as séries dos lantanídeos e dos
actinídeos. Essas séries apresentam 14 colunas. O elétron mais energético está contido em subnível f (f1
a f14).
O esquema a seguir mostra o subnível ocupado pelo elétron mais energético dos elementos da tabela
periódica.
29
- Lantanídeos e Actinídeos
As séries dos lantanídeos e dos actinídeos correspondem, respectivamente, aos apêndices embaixo
da tabela. Esses elementos todos pertencem a família IIIB ou 3.
Importante:
- Lantânio (La) e Actíneo (Ac) não pertencem às séries;
- Essas séries são chamadas Elementos de Transição Interna;
- Os lantanídeos também são chamados lantanoides ou terras-raras;
- Os actinídeos também são chamados actinoides;
- O uso dos termos “lantanoide” e actinoide” foi reconhecido pela IUPAC.
Uma outra maneira de classificar os elementos pode ser feita relacionando o subnível energético de
cada um. Assim temos:
Subnível mais
Elementos Localização
energético
Representativos s ou p Grupos A e gases nobres
De transição d Grupos B
De transição interna f Lantanídeos e Actinídeos
30
Importante: a linha vermelha, de acordo com sugestão da Sociedade Brasileira de Química, separa
os metais dos ametais. Os elementos próximos à linha são conhecidos por semi-metais.
Metais
São os mais numerosos elementos conhecidos. Eles estão situados do centro para a esquerda da
Tabela Periódica. Características gerais:
- Apresentam brilho metálico.
- Conduzem corrente elétrica e calor.
- São maleáveis (maleabilidade).
- Podem ser reduzidos a fios (ductilidade).
- Apresentam, via de regra, poucos elétrons (menos de 4) na última camada;
- Tendem a perder elétrons;
- São sólidos a temperatura ambiente (25°C), com exceção do mercúrio (líquido).
Semi-Metais
São poucos (7) e estão situados na Tabela Periódica entre os metais e os não metais. Características
gerais:
- Apresentam brilho metálico;
- Têm pequena condutibilidade elétrica;
- Fragmentam-se, isto é, apresentam propriedades intermediárias às apontadas anteriormente.
31
Gases Nobres
Como o próprio nome sugere, nas condições ambientes apresentam-se no estado gasoso e sua
principal característica química é a grande estabilidade, ou seja, possuem pequena capacidade de se
combinar com outros elementos.
Elementos Cisurânicos
São todos os elementos cujo número atômico é inferior ao 92, ou seja, as que antecedem o urânio.
Sendo todos elementos naturais, encontrados na superfície terrestre, com exceção dos quatros seguintes,
que são artificiais:
- Tecnécio (43)
- Promécio (61)
- Astato (85)
- Frâncio (87)
Elementos Radioativos
Os elementos radioativos são aqueles cujos isótopos mais abundante encontram-se, na tabela, do
polônio em diante.
A tabela periódica pode ser utilizada para relacionar as propriedades dos elementos com suas
estruturas atômicas. Essas propriedades podem ser de dois tipos: aperiódicas e periódicas.
Propriedades Aperiódicas
São aquelas cujos valores variam (crescem ou decrescem) à medida que o número atômico aumenta
e que não se repetem em períodos determinados ou regulares. Exemplos: a massa atômica de um
elemento sempre aumenta de acordo com o número atômico desse elemento, o calor específico, a
dureza, o índice de refração etc.
- Massa atômica: é a unidade de peso de átomos feita por comparação com uma grandeza padrão
(1/12 da massa de um átomo isótopo do carbono-12). Esta propriedade sempre aumenta de acordo com
o aumento do número atômico, sem fazer referência à localização do elemento na tabela periódica.
- Calor específico: é a quantidade de calor que um grama de uma substância precisa absorver para
aumentar sua temperatura em 1°C, sem que haja alteração no seu estado físico. O calor específico de
um elemento no estado sólido sempre diminui com o aumento do número atômico.
- Dureza: é uma propriedade mecânica característica de materiais sólidos que representa a resistência
destes materiais ao risco ou à penetração quando pressionados. Esta propriedade muito depende do
32
- Índice de refração: é uma propriedade física descrita como sendo a razão entre a velocidade da luz
em dois meios diferentes (no ar e num corpo transparente mais denso). Tal propriedade também aumenta
com o aumento do número atômico.
Propriedades Periódicas
São aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem valores crescentes ou
decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente. Exemplo: o número de elétrons na
camada de valência.
Vamos agora detalhar algumas propriedades periódicas da Tabela:
- Raio atômico: é uma propriedade periódica difícil de ser medida. Pode-se considerar que
corresponde à metade da distância (d) entre dois núcleos vizinhos de átomos do mesmo elemento
químico ligados entre si.
Em uma família (grupo) tende a aumentar de cima para baixo (sentido em que aumenta também o
número de camadas preenchidas pela eletrosfera de um átomo.
Em um período, o raio atômico tende a aumentar da direita para a esquerda. Isso ocorre porque o
número de prótons e elétrons aumenta para a direita. Logo, no lado direito do período, os átomos têm o
mesmo número de camadas, maior números de prótons e elétrons e, portanto, a força de atração entre
eles é maior. Isso provoca uma contração da eletrosfera e a consequente diminuição do raio atômico.
Resumindo: nas famílias o raio atômico tende a aumentar com o aumento do número. Nos períodos,
ele tende a aumentar com a diminuição do número atômico.
- Raio Iônico: Quando um átomo ganha ou perde elétrons, transforma-se em íon. Nessa
transformação, há aumento ou diminuição das dimensões do tamanho do átomo inicial.
- Raio de Cátion: Quando um átomo perde elétron, a repulsão da nuvem eletrônica diminui, diminuindo
o seu tamanho. Inclusive pode ocorrer perda do último nível de energia e quanto menor a quantidade de
níveis, menor o raio.
Exemplo:
- Raio do Ânion: quando um átomo ganha elétron, aumenta a repulsão da nuvem eletrônica,
aumentando o seu tamanho.
33
- Energia de Ionização (EI): a maior ou menor facilidade com que o átomo de um elemento perde
elétrons é importante para a determinação do seu comportamento. Um átomo (ou íon) em fase gasosa
perde elétron(s) quando recebe energia suficiente. Essa energia é chamada de energia (ou potencial)
de ionização.
Quanto maior o raio atômico, menor será a atração exercida pelo núcleo sobre o elétron mais afastado;
portanto, menor será a energia necessária para remover esse elétron.5
Generalizando: quanto maior o tamanho do átomo, menor será a primeira energia de ionização (E.I.).
- Numa mesma família: a EI aumenta de baixo para cima;
- Num mesmo período: a EI aumenta da esquerda para a direita.
Ao retirarmos o primeiro elétron de um átomo, ocorre uma diminuição do raio. Por esse motivo, a
energia necessária para retirar o segundo elétron é maior. Assim, para um mesmo átomo, temos:
1ª E.I. < 2ª E.I. < 3ª E.I.
Esse fato fica evidenciado pela analogia a seguir, referente ao átomo de magnésio (Z = 12):
1s2 2s2 2p6 3s2.
A medida experimental da afinidade eletrônica é muito difícil e, por isso, seus valores foram
determinados para poucos elementos. Veja na tabela abaixo alguns valores conhecidos de
eletroafinidade.
Numa família ou num período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.
A VII
Li F
60 kJ 328 kJ
K Br
48 kJ 325 kJ
5
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
34
- Eletronegatividade e Eletropositividade
Eletropositividade: tendência que um átomo tem de perder elétrons. É muito característico dos
metais. Pode ser também chamado de caráter metálico. É o inverso da eletronegatividade.
A eletropositividade aumenta conforme o raio atômico aumenta. Quanto maior o raio atômico, menor
será a atração do núcleo pelo elétron mais afastado, maior a facilidade do átomo em doar elétrons, então,
maior será a eletropositividade.
Os gases nobres também não são considerados, por conta da sua estabilidade.
A eletropositividade aumenta nas famílias, de cima para baixo, e nos períodos, da direita para a
esquerda. O elemento mais eletropositivo é o frâncio (Fr), que possui eletronegatividade 0,70.
Na tabela periódica, a eletronegatividade cresce de baixo para cima e da esquerda para a direita.
35
Assim, a variação das TF e TE na tabela periódica é similar com a densidade, tendo como exceção as
famílias IA e IIA.
- Volume atômico: essa expressão é usada para designar (para qualquer elemento) o volume
ocupado por uma quantidade fixa de número de átomos.
O volume atômico sempre se refere ao volume ocupado por 6,02 x 1023 átomos (número de Avogadro),
e pode ser calculado relacionando-se a massa desse número de átomos com a sua densidade.
Assim, temos:
De maneira geral, a variação do volume atômico pode ser representada pelo seguinte esquema:
Questões
01. (PUC/MG) Considerando os elementos da coluna VA, na ordem crescente de números atômicos,
é CORRETO afirmar que:
(A) o ponto de fusão aumenta.
36
02. (Cesgranrio/RJ) Na Tabela Periódica, os elementos estão organizados em ordem crescente de:
(A) Número de massa
(B) Massa atômica
(C) Número atômico
(D) Raio atômico
(E) Eletronegatividade
03. (UFPA) Um átomo, cujo número atômico é 18, está classificado na Tabela Periódica como:
(A) metal alcalino
(B) metal alcalino terroso
(C) metal terroso
(D) ametal
(E) gás nobre
04. (Ufac) O número atômico do elemento que se encontra no período III, família 3A é:
(A) 10
(B) 12
(C) 23
(D) 13
(E) 31
05. (UFRJ) Um dos elementos químicos que tem se mostrado muito eficiente no combate ao câncer
de próstata é o Selênio (Se). Com base na Tabela de Classificação Periódica dos Elementos, os símbolos
de elementos com propriedades químicas semelhantes ao Selênio são:
(A) Cl, Br, I
(B) Te, S, Po
(C) P, As, Sb
(D) As, Br, Kr
06. (Cesgranrio/RJ) O elemento manganês não ocorre livre na natureza e, combinado, encontra-se
na forma de uma variedade de minerais, como pirolusita (MnO2), manganita (MnO3.H2O), ausmanita
(Mn3O4) e outros. Extraído dos seus minerais, pode ser empregado em ligas de aço (britadores, agulhas
e cruzamentos ferroviários), ligas de baixo coeficiente térmico (bobinas de resistência), etc. A respeito
desse elemento químico, é correto afirmar que:
Dado: Mn (Z = 25).
(A) é líquido em condições ambientais.
(B) se trata de um ametal.
(B) se trata de um metal alcalino terroso.
(D) os seus átomos possuem dois elétrons no subnível de maior energia.
(E) os seus átomos possuem dois elétrons na camada de valência.
07. (UCDB/MT) Os elementos xA, x+1B e x+2C pertencem a um mesmo período da tabela periódica. Se
B é um halogênio, pode-se afirmar que:
(A) A tem 5 elétrons no último nível e B tem 6 elétrons no último nível.
(B) A tem 6 elétrons no último nível e C tem 2 elétrons no último nível.
(C) A é um calcogênio e C é um gás nobre.
(D) A é um metal alcalino e C é um gás nobre.
(E) A é um metal e C é um não metal.
08. (UFPA) Um átomo, cujo número atômico é 18, está classificado na Tabela Periódica como:
(A) metal alcalino
(B) metal alcalino terroso
(C) metal terroso
(D) ametal
(E) gás nobre
37
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d1
O número de camadas e o número de elétrons mais energéticos para o ítrio, serão, respectivamente:
(A) 4 e 1
(B) 5 e 1
(C) 4 e 2
(D) 5 e 3
(E) 4 e 3
Gabarito
Comentários
01. Alternativa A
Uma vez que o número atômico aumenta, aumenta também o ponto de fusão.
02. Alternativa C
Na tabela periódica atual (moderna) os elementos são classificados de acordo com a ordem crescente
de seu número atômico (Z).
03. Alternativa E
De acordo com a distribuição eletrônica no diagrama de Pauling de 18 elétrons é:
04. Alternativa D
Ao observar a Tabela Periódica encontramos o elemento Alumínio, cujo número atômico é 13. Mas se
não tivermos uma Tabela à disposição, basta realizar a distribuição no diagrama de Pauling, que indica o
período III e a família 3A, ou seja:
05. Alternativa B
Observando a tabela periódica nota-se que os elementos Te (Telúrios), S (Enxofre) e Po (Polônio)
estão localizados na mesma família (16 ou 6 A) que o Se (Selênio).
06. Alternativa E
Por meio da distribuição eletrônica desse elemento, descobrimos sua localização na Tabela e
conseguimos solucionar a questão. Veja:
a) O manganês é sólido em temperatura ambiente, porque como mostra o próximo item, ele é um
metal.
b) Ele é um metal da família 7 ou VII B, pois a soma dos elétrons mais energéticos com os mais
externos é: 4s2 3d5.).
38
07. Alternativa C
Se B é um halogênio (família 17 ou VII-A), então A está uma “casa” atrás e C está uma “casa” à frente
dele na Tabela periódica, sendo assim, A é um calcogênio (família 16 ou VI-A) e C é um gás nobre (família
18 ou VIII-A).
08. Alternativa E
A distribuição eletrônica no diagrama de Pauling de 18 elétrons é dada por:
A distribuição em camadas é: 2 – 8 – 8.
Observe que esse elemento possui 8 elétrons na última camada, então ele é da família 8 A ou 18, que
é a dos gases nobres.
Ao olhar na Tabela Periódica, vemos que se trata do gás argônio (Ar).
09. Alternativa B
Pela distribuição eletrônica mostrada no enunciado (1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s23d10 4p6 5s2 4d1), vemos
que os elétrons foram distribuídos até a camada 5 (5s2). Visto que essa distribuição já está na ordem
energética crescente, o subnível mais energético é o 4d que possui 1 elétron.
REAÇÕES QUÍMICAS
São transformações que envolvem alterações, quebra e/ou formação, nas ligações entre partículas
(átomos, moléculas ou íons) da matéria, resultando na formação de uma nova substância com
propriedades diferentes da anterior.
Algumas evidências da ocorrência de uma reação química são mudança de cor, evolução de calor ou
luz, formação de uma substância volátil, formação de um gás, entre outros.
No nosso cotidiano, há muitas reações químicas envolvidas, como por exemplo, no preparo de
alimentos, a própria digestão destes alimentos no nosso organismo, a combustão nos automóveis, o
aparecimento da ferrugem, a fabricação de remédios, etc.
Equações Químicas6
É a maneira de se escrever uma reação química que envolve reagentes e produtos. As substâncias
iniciais de uma reação química, as que reagem, são chamadas de reagentes, já as substâncias finais de
uma reação, as que se formam, são chamadas de produto.
Reagentes → Produto
Nas equações químicas são utilizados símbolos e números para descrever os nomes e as proporções
das diferentes substâncias que entram nessas reações. Os reagentes são mostrados no lado esquerdo
da equação e os produtos no lado direito.
Na reação a matéria não é criada e nem destruída, os átomos somente são reorganizados de forma
diferente, por isso uma equação química deve ser balanceada, ou seja, o número de átomos da esquerda
precisa ser igual o número de átomos da direita. Sendo assim, balancear uma equação é fazer com que
ela entre em equilíbrio.
H2 + Cl2 → HCl
6
Canto, E. L.; Peruzzo, F. M.; Química na abordagem do cotidiano – 4ª Edição, São Paulo. Editora Moderna. 2010.
39
H2 + Cl2 → 2 HCl
Agora, a equação representada acima está balanceada, uma vez que a adição do coeficiente 2 nos
produtos que indica a existência de duas moléculas de ácido clorídrico (HCl). Esse número que antecede
o elemento, no caso o número 2, é chamado de coeficiente estequiométrico. A função desse coeficiente
é indicar a quantidade de cada substância que participa da reação.
Podemos saber praticamente tudo sobre uma reação química através de sua equação, ela pode
oferecer, por exemplo, as seguintes informações através de símbolos tais como:
Reação reversível ↔
Presença de luz λ
Calor ou aquecimento ∆
Formação de um precipitado ↓
Formação de gás ↑
Reação em meio aquoso (aq.)
A Equação Química pode ainda demonstrar o estado físico do átomo participante da reação, através
das letras respectivas entre parênteses:
Gás (g) Vapor (v) Líquido (l) Sólido (s) Cristal (c)
Tipos de Reações7
OBS: Essa reação se faz presente em flashes fotográficos descartáveis e foguetes sinalizadores.
Exemplo 1: Ao se queimar uma fita de magnésio, o oxigênio presente no ar reage com o magnésio da
fita, originando o óxido de magnésio.
Exemplo 3: As soluções aquosas de ácido clorídrico e hidróxido de amônio, liberam dois gases: o HCl
e o NH3. Se colocarmos estes dois gases em contato, eles gerarão uma névoa que é o cloreto de amônio.
7
THEODORE L. Brown, H. EUGENE LeMay, BRUCE E. Bursten. Química: A ciência central, São Paulo – SP: Editora Prentice-Hall, 2005. 9ª Edição. 992 pág.
40
Exemplo: Ocorre na decomposição do NaCl em Sódio sólido e Cloro gasoso: como o NaCl é
extremamente estável, é necessário algum processo (geralmente eletroquímico) para que os átomos de
cada molécula-íon sejam separados.
Vários fatores podem causar a decomposição de um composto, entre eles, vamos destacar três:
Fotólise8: esse tipo de reação quando a luz causa a decomposição dos compostos.
Exemplo 1: A fotólise ocorre no processo fotossintético realizado pelos vegetais a fim de produzir
energia. A reação mais importante da fotossíntese é a fotólise da água, que ocorre na fase clara.
Exemplo 2: A água oxigenada (peróxido de hidrogênio), também está sujeita à fotólise, como
representada na equação química:
A + XY → AY + X
Exemplo: Quando uma lâmina de zinco é introduzida em uma solução aquosa de ácido clorídrico, vai
ocorrer a formação de cloreto de zinco e o gás hidrogênio vai ser liberado.
A reação é classificada como de deslocamento uma vez que o zinco “deslocou” o hidrogênio.
8
SOUZA, Líria Alves De. "Tipos de Reações Químicas"; Brasil Escola.
41
Exemplo: a reação entre o ácido sulfúrico com hidróxido de bário produz água e sulfato de bário.
Segundo Dalton os átomos normalmente se conservam nas transformações químicas, mas nem
sempre uma equação é indicada de forma que isso fique aparente. Isso porque é preciso fazer um
"acerto", o balanceamento químico do número de átomos que constituem os reagentes e os produtos.
Falaremos um pouco sobre um tipo bem específico de balanceamento, aquele que é feito logo no
início, quando não se tem muita prática. Para melhor entendimento, recomendamos o uso de "bolinhas"
ou os símbolos criados por Dalton. Além de ilustrarem melhor a operação, elas ajudam a fixar a ideia logo
no início.
Vamos balancear a equação da formação da água. Tendo como reagentes uma molécula de
Hidrogênio com dois átomos e uma molécula de gás oxigênio também com dois átomos, precisamos
chegar à fórmula H2O.
Repare que sobra um átomo de oxigênio e para que ocorra o balanceamento, não pode haver sobra.
Por isso é preciso acrescentar outra molécula de Hidrogênio com dois átomos. Assim ao invés de uma,
serão produzidas duas moléculas de água. A equação balanceada ficaria da seguinte forma:
Repare que a soma dos átomos dos reagentes é igual ao número de átomos do produto. É isso que
confirma que a equação foi balanceada.
Neste caso ao invés de sobrar, faltam átomos de Bário e Oxigênio. Para isso é preciso acrescentar
moléculas de BaO até que a necessidade seja suprida, tomando cuidado para que não haja sobra.
Acrescentando mais duas moléculas de BaO, tudo se resolve. Basta transcrever os coeficientes das
fórmulas químicas na equação e pronto. Repare mais uma vez que o número de átomos se conserva.
42
As ciências se comunicam por meio de códigos. A música, por exemplo, utiliza símbolos para representar
os variados sons, e desta forma, uma partitura musical será acessível a qualquer músico do mundo. A
Química também possui os seus códigos e, sem dúvida, os mais importantes são os símbolos dos elementos
químicos e as fórmulas das substâncias.
No caso da substância água, foi verificado experimentalmente que:
- A água era formada pelos elementos químicos hidrogênio e oxigênio.
- Em qualquer quantidade de água, os átomos de hidrogênio e oxigênio estavam combinados na
proporção de 2:1, respectivamente.
Em função destas observações, concluiu-se que a água passou a ser representada pela fórmula H2O.
H2O1 ou H2O
Como nas reações de oxirredução ocorre transferência de elétrons, para balanceá-las devemos igualar
o número de elétrons perdidos e recebidos. Para isso, devemos inicialmente determinar o número de
elétrons perdidos ou recebidos para cada espécie química, que corresponde à variação do Nox (ΔNox =
diferença do Nox inicial para o final).
Com base nesse conhecimento, vamos determinar a quantidade necessária de cada espécie para
obter a igualdade do número de elétrons.
1º) Determinar, na equação química, os valores de todos os Nox e verificar qual espécie se oxida e
qual se reduz, analisando os valores dos Nox dos elementos nos reagentes e nos produtos.
2º) Escolher entre as espécies que sofrem redução e oxidação uma delas para iniciar o balanceamento.
6º) Os coeficientes das demais substâncias são determinados por tentativas, baseando-se na
conservação dos átomos.
Exemplo1: Uma lâmina de alumínio (Al) foi mergulhada numa solução aquosa de sulfato de cobre
(CuSO4), ocorrendo a formação de cobre metálico (Cu) e de sulfato de alumínio [Al2(SO4)3].
43
Primeiramente, devemos determinar o Nox de cada espécie e suas variações da seguinte maneira:
Exemplo 2: Quando uma solução aquosa de permanganato de potássio (KMnO 4), de cor violeta, é
tratada com ácido clorídrico (HCl), ela sofre uma descoloração, ou seja, torna-se incolor.
A reação pode ser esquematizada da seguinte maneira:
O cloro contido no HCl da origem ao KCl, MnCl2 e Cl2. Entretanto, apenas uma parte dos seus átomos
oxidou-se, originando o Cl2:
Associando o ΔNox com a quantidade de Cl2 formada, observamos que cada elemento cloro que forma
Cl2 perde 1 elétron; como são necessários 2 cloros para formar cada Cl2, nessa formação foram perdidos
2 elétrons. Assim, temos:
KMnO4 (de 7 até 2) = ΔNox = 5;
Cl2 (de -1 até 0) = 2 ΔNox = 2.
Agora iremos determinar os coeficientes para cada espécie em que houve variação do Nox, sabendo
que isso pode ser feito simplesmente atribuindo o ΔNox de uma espécie como coeficiente da outra
espécie. Assim, temos:
KMnO4 = ΔNox = 5 ⇒ 5 será o coeficiente do Cl2;
Cl2 = 2 ΔNox = 2 ⇒ 2 será o coeficiente do KMnO4.
44
A velocidade das reações químicas é alterada principalmente por variações na superfície de contato,
na concentração dos reagentes, na temperatura e pelo uso de catalisadores. É uma área estudada pela
Cinética Química. Esse estudo é importante porque é possível encontrar meios de controlar o tempo de
desenvolvimento das reações, tornando-as mais lentas ou mais rápidas, conforme a necessidade.
Alguns dos fatores que interferem na velocidade das reações são:
- Temperatura: um aumento na temperatura provoca um aumento na velocidade das reações
químicas, sejam elas endotérmicas ou exotérmicas, pois isso faz com que se atinja mais rápido o
complexo ativado.
- Concentração: um aumento na concentração dos reagentes acelera a reação, pois haverá um maior
número de partículas dos reagentes por unidade de volume, aumentando a probabilidade de ocorrerem
colisões efetivas entre elas.
- Pressão: esse fator interfere unicamente em sistemas gasosos. O aumento da pressão aumenta
também a rapidez da reação, pois deixa as partículas dos reagentes em maior contato.
- Superfície de contato: quanto maior a superfície de contato, maior a velocidade com que a reação
se processa, pois, conforme explicado nos dois últimos itens, a reação depende do contato entre as
substâncias reagentes.
- Catalisador: o uso de catalisadores específicos para determinadas reações pode acelerá-las. Essas
substâncias não participam da reação em si, pois são totalmente regeneradas ao final dela.
Questões
2 AgBr →2 Ag + Br2
03. (UFRJ) A reação que representa a formação do cromato de chumbo II, que é um pigmento
amarelo usado em tintas, é representada pela equação:
04. (Mackenzie/SP)
I. SO3 + H2O → H2SO4
II. H2 + 1/2 O2 → H2O
Das sínteses expressas pelas equações acima, realizadas em condições adequadas, é INCORRETO
afirmar que:
(A) na reação I tanto os reagentes como o produto são substâncias compostas.
(B) na síntese da água, o balanceamento da equação está incorreto.
(C) na reação I forma-se um ácido.
(D) a soma dos menores coeficientes inteiros do balanceamento na equação I é igual a 3.
(E) na reação II os reagentes são substâncias simples.
Mg + HCl → MgCl2 + H2
E admitindo-se, num balanceamento, o coeficiente 6 (seis) para cada produto, o coeficiente de cada
reagente será, respectivamente:
(A) 3 e 6
(B) 6 e 6
(C) 6 e 12
(D) 12 e 6
(E) 12 e 12
46
Comentários
01. Resposta: C
Como foi explicado, a fotólise é a decomposição dos compostos que é causada pela luz.
02. Resposta: D
A reações de decomposição causadas por calor, luz e corrente elétrica são respectivamente pirólise,
fotólise e eletrólise.
03. Resposta: B
Como dois reagentes formam dois produtos diferentes, essa equação é classificada como de dupla
troca.
04. Resposta: B
O balanceamento está feito de maneira correta, logo a afirmação que diz que o balanceamento está
incorreto, é a incorreta.
05. Resposta: E
(A) 2 Fe + O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 2 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(B) 2 Fe + 3O2 → 2 Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 2 átomos de ferro no primeiro membro e 4 no segundo membro.
(C) 4 Fe + O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 4 átomos de ferro no primeiro membro e 2 no segundo membro. Além
disso, temos 2 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(D) Fe + 3 O2 → Fe2O3
Nesse balanceamento, temos 1 átomo de ferro no primeiro membro e 2 no segundo membro. Além
disso, temos 6 átomos de oxigênio no primeiro membro e 3 no segundo membro.
(E) 4 Fe + 3 O2 → 2 Fe2O3
Correto. Há 4 átomos de ferro e 6 átomos de oxigênio nos dois membros.
06. Resposta: C
Colocando o coeficiente 6 nos produtos, ficamos com:
Mg + HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
Temos seis átomos de magnésio, então esse será seu coeficiente no reagente:
6 Mg + HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
Temos doze átomos de cloro e doze átomos de hidrogênio nos produtos (multiplicamos o índice 2 pelo
coeficiente 6), então, o coeficiente de HCl no reagente será 12:
6 Mg + 12 HCl → 6 MgCl2 + 6 H2
07. Resposta: B
Sabemos que somente na equação II ocorre oxirredução porque somente nela há transferência de
elétrons. Isso é visto pelo Nox:
+1 -1 +1 -2+1 +1 -1 +1 -2
I.HCℓ + NaOH → NaCℓ + H2O (Não houve alteração no Nox dos elementos, portanto, não houve
oxirredução).
0 0 +1 -2
II.H2 + ½ O2 → H2O
47
+6-2 +1 -2 +1+6-2
III.SO3+ H2O → H2SO4 (Não houve alteração no Nox dos elementos, portanto, não houve oxirredução).
08. Resposta: B
Observe os Nox:
+2 -1 +1 -1 +1 -1 +4 -1 +1 -2
SnCℓ2 + 2 HCℓ + H2O2 →SnCℓ4 + 2 H2O
O Nox do Sn aumentou de +2 para +4, o que significa que ele sofreu oxidação. Já o Nox do O diminuiu
de -1 para -2, o que significa que ele sofreu redução.
ESTEQUIOMETRIA
Assim, na massa molecular igual a 16, o carbono participa com 12 e o hidrogênio com 4.
48
Fórmula Molecular
A fórmula molecular indica o número real de átomos de cada elemento na molécula.
Exemplo: A fórmula molecular da água é H2O, o que significa que em cada molécula de água há dois
átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio. Já no caso do benzeno, a sua fórmula molecular
é C6H6, ou seja, para cada seis átomos de carbono há exatamente seis átomos de hidrogênio ligados.
Citamos esses dois exemplos para mostrar que algumas vezes a fórmula molecular é igual à fórmula
mínima ou empírica, como acontece no caso da água. Mas, isso nem sempre é verdade, como indica o
exemplo do benzeno, que possui fórmula mínima igual a CH, pois a proporção entre esses elementos é
de 1:1.
Em certos casos, a fórmula molecular é igual à fórmula mínima, em outros a fórmula molecular é um
múltiplo inteiro da fórmula mínima, sendo que no caso do benzeno esse múltiplo é igual a 6:
Para determinarmos a fórmula molecular de qualquer composto é necessário sabermos primeiro a sua
massa molecular. Com esse dado podemos calcular a fórmula molecular de várias maneiras. Vejamos
algumas delas:
1. Por meio da fórmula mínima;
2. Por meio da fórmula percentual;
3. Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular.
49
A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:
Agora iremos relacionar as porcentagens em massa com as massas atômicas e a massa molecular:
50
A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:
Para a prática das atividades laboratoriais e industriais é necessário que seja realizado um cálculo
prévio das quantidades de reagentes que devemos usar para obter a quantidade desejada de produtos.
Entretanto, a previsão das quantidades só é possível através de cálculos das massas e dos volumes
das substâncias envolvidas nas reações químicas. Assim, muitas vezes é necessário determinar também
o número de átomos ou de moléculas das substâncias que reagem ou são produzidas. Para tal é preciso
conhecer a massa dos átomos.
Uma vez que os átomos ou moléculas são muito pequenos para serem “pesados” isoladamente, foi
estabelecido um padrão para comparar suas massas.
A massa atômica é a massa de um átomo medida em unidade de massa atômica, sendo simbolizada
por “u”. 1 u equivale a um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono-12 (isótopo natural do
carbono mais abundante que possui seis prótons e seis nêutrons, ou seja, um total de número de massa
igual a 12). Sabe-se que 1 u é igual a 1,66054x10-24 g.
A massa atômica de um átomo é sua massa determinada em u, ou seja, é a massa comparada com
1/12 da massa do 12C.
As massas atômicas dos diferentes átomos podem ser determinadas experimentalmente com grande
precisão, usando um aparelho denominado espectrômetro de massa.
Para facilitar os cálculos não é necessário utilizar os valores exatos, assim faremos um
“arredondamento” para o número inteiro mais próximo:
Exemplos:
Massa atômica do 42He 4,0030u → 4u
19
Massa atômica do 9F 18,9984u → 19u
Massa atômica do 27
13A𝑙 26,9815u → 27u
51
MA do elemento Cl = 35,453
Como a massa atômica de um isótopo é aproximadamente igual ao seu número de massa, a massa
atômica de um elemento é aproximadamente igual à média ponderada dos números de massa de seus
isótopos constituintes. Assim, a massa atômica aproximada do cloro será:
MA do elemento Cl:
Sabendo que a massa atômica do elemento cloro é igual a 35,5u podemos afirmar que:
- Massa média do átomo de Cl = 35,5u
- Massa média do átomo de Cl = 35,5 x massa de 1/12 do átomo de 12C.
- Massa média do átomo de Cl = (35,5/ 12) x massa do átomo de 12C,
Observe que não existe átomo de Cl com massa igual a 35,5 u; esse é o valor médio da massa do
átomo de 12C.
A maioria dos elementos é formada por mistura de diferentes isótopos, em proporção constante. Essa
proporção varia de um elemento para outro, mas para um mesmo elemento é constante. Dessa maneira,
a massa atômica dos elementos é também constante.
Nos elementos formados por um único isótopo, a massa atômica do seu único isótopo será também a
massa atômica do elemento.
Exemplo: Elemento químico flúor
19
F⇒ MA=19u
Veja no quadro abaixo o resumo das informações importantes adquiridas até o momento:
A massa molecular de uma substância é a massa da molécula dessa substância expressa em unidades
de massa atômica (u).
Numericamente, a massa molecular é igual à soma das massas atômicas de todos os átomos
constituintes da molécula.
Exemplos:
- H2 ⇒ H = 1u, como são dois hidrogênios = 2u
- O = 16u
- H2O = 2u (H2) + 16u (O) = 18u
Exemplos:
- Um mol de átomos são 6,02x1023 átomos.
- Um mol de moléculas são 6,02x1023 moléculas.
- Um mol de elétrons são 6,02x1023 elétrons.
- Um mol de prótons são 6,02x1023 prótons.
- Um mol de íons são 6,02x1023 íons.
- Um mol de fórmulas são 6,02x1023 fórmulas.
- Um mol de oxigênio (O) significa um mol de átomos de O, isto é, 6,02x1023 átomos de C.
- Um mol de cloro (Cl2) significa um mol de moléculas de Cl2, isto é, 6,02x1023 moléculas de Cl2.
A massa molar de um elemento é a massa de um mol de átomos, ou seja, 6,02x1023 átomos desse
elemento. A unidade mais usada para a massa molar é g.mol-1.
Numericamente, a massa molar de um elemento é igual à sua massa atômica.
Exemplos:
1) Massa atômica do Cl=35,453u.
Massa molar do Cl= 35,453 g.mol-1.
Interpretação: Um mol de átomos do elemento Cl (mistura dos isótopos 35Cl e 37Cl), ou seja, 6,02x1023
átomos do elemento Cl pesam 35,453 gramas.
Importante:
MM = massa molecular (unidades u)
M = Massa molar (g/mol)
Volume Molar
Conforme o próprio nome indica, o volume molar corresponde ao volume ocupado por um mol da
espécie química.
Exemplo:
Água no estado líquido (d=g/ml) a 25°C.
Massa molar=18g/mol.
1,0 mL---------1g
V----------------18g
V=18mL
Cálculos Estequiométricos
O cálculo das quantidades das substâncias envolvidas numa reação química é chamado de cálculo
estequiométrico - palavra derivada do grego stoicheia = partes mais simples e metreim = medida. São
cálculos que envolvem proporções de átomos em uma sustância ou que relacionam-se com proporções
de coeficientes de uma equação química.
53
Lei Volumétrica
O físico e químico Gay-Lussac, teve suas contribuições na química, e uma delas é a lei da combinação
de volumes, que é também conhecida como lei volumétrica, que define o princípio de que nas mesmas
condições de temperatura e pressão, os volumes dos gases participantes de uma reação têm entre si
uma relação de números inteiros e pequenos.
Lei de Gay-Lussac:
Nas mesmas condições de pressão e temperatura, os volumes dos gases participantes de uma
reação química têm entre si uma relação de números inteiros e pequenos.
Conduta de Resolução
Conforme observado nos itens acima, na estequiometria, os cálculos serão estabelecidos em função
da lei de Proust e Gay-Lussac, neste caso para reações envolvendo gases e desde que estejam todos
nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Assim, devemos tomar os coeficientes da reação devidamente balanceados, e, a partir deles,
estabelecer a proporção em mols dos elementos ou substâncias da reação.
Exemplo: reação de combustão do álcool etílico:
Importante:
- Uma equação química só estará corretamente escrita após o acerto dos coeficientes, sendo que,
após o acerto, ela apresenta significado quantitativo;
- Relacionar os coeficientes com mols. Teremos assim uma proporção inicial em mols;
- Estabelecer entre o dado e a pergunta do problema uma regra de três. Esta regra de três deve
obedecer aos coeficientes da equação química e poderá ser estabelecida, a partir da proporção em mols,
em função da massa, em volume, número de moléculas, entre outros, conforme dados do problema.
Relação quantidade Relação entre quantidade Relação entre Massa Relação entre Massa
em Mols em Mols e Massa e Massa e Volume
Os dados do problema são
Os dados do problema Os dados do problema Os dados do problema
expressos em termos de
e as quantidades e as quantidades são expressos em
quantidade em mols (ou
incógnitas pedidas são incógnitas pedidas são termos de massa e a
massa) e a quantidade
expressos em termos expressos em termos quantidade incógnita é
incógnita é pedida em massa
de quantidade em mols. de massa. pedida em volume
(ou quantidade em mols).
54
Relação em Massa
Os dados do problema e as quantidades de incógnitas pedidas são expressos em termos de massa.
Exemplo:
Na reação N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g) qual a massa de NH3 obtida quando se reagem totalmente 3g de
H2?
Resolução:
b) Regra de três
3 . 2g de H2 –––––––– 2 . 17g de NH3
3g de H2 –––––––– x
x = 102/6 = 17g de NH3
Resolução:
a) Proporção em mol
1mol de N2 –––––––– 3mols de H2
b) Regra de três
22,4L de N2 –––––––– 3 . 2g de H2
x –––––––– 3 de H2
x = 22,4/2 = 11,2L
55
Quando o enunciado do exercício fornecer quantidades de dois reagentes, precisamos verificar qual
deles estará em excesso, após terminada a reação. As quantidades de substâncias que participam da
reação química são sempre proporcionais aos coeficientes da equação. Se a quantidade de reagente
estiver fora da proporção indicada pelos coeficientes da equação, reagirá somente a parte que se
encontra de acordo com a proporção. A parte que estiver a mais não reage e é considerada excesso.
Por outro lado, o reagente que for totalmente consumido (o que não estiver em excesso) pode ser
denominado de reagente limitante porque ele determina o final da reação química no momento em que
for totalmente consumido.
Resolução:
A reação balanceada é dada por:
A massa em excesso é a diferença da massa que foi colocada para reagir e a que efetivamente reagiu:
320g - 288g = 32 g
O reagente que é totalmente consumido é chamado reagente limitante. Assim que ele é consumido,
não se forma mais produto, ou seja, a reação termina. Os demais reagentes são chamados reagentes
em excesso. Após o término da reação, sobra uma certa quantidade dos reagentes em excesso: é a
quantidade inicial menos a quantidade que reagiu.
Para descobrir qual é o reagente limitante, imagine a reação hipotética a seguir: A + B → produtos,
onde A e B são os reagentes.
Se a questão fornece quantidades de A e B usadas na reação, como descobrir qual deles é totalmente
consumido?
- escolher um dos reagentes (A, por exemplo) e supor que ele é o limitante;
- calcular, usando regra de três, a quantidade de B necessária para consumir completamente o
reagente A;
- se essa quantidade encontrada de B for suficiente (menor do que a quantidade de B dada no
enunciado), então o reagente A é o limitante. Caso contrário, a suposição inicial estava errada e o outro
reagente (B) é o limitante.
56
Exemplos:
1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a seguinte reação:
Pode ser feita uma regra de três para verificar qual regente está em excesso:
Então 1mol de Zn precisa de 1mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn, precisamos de 0,46mol
de S, mas temos 1,12mol de S. Concluímos que o S está em excesso e, portanto o Zn é o regente
limitante.
2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima?
Para resolver esta pergunta, utiliza-se somente o valor do reagente limitante.
57
Cálculo de Rendimento
É comum, nas reações químicas, a quantidade de produto ser inferior ao valor esperado. Neste caso,
o rendimento não foi total. Isto pode acontecer por várias razões, como por exemplo, má qualidade dos
aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do operador, etc.
O cálculo de rendimento de uma reação química é feito a partir da quantidade obtida de produto e a
quantidade teórica (que deveria ser obtida).
Quando não houver referência ao rendimento de reação envolvida, supõe-se que ele tenha sido de
100%.
Exemplo:
Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hematita (Fe2O3), considere a equação química
não balanceada:
x = 336g de Fe
Cálculo de Rendimento:
x = 268,8g de Fe
Com frequência as substâncias envolvidas no processo químico não são puras. Assim, podemos
esquematicamente dividir uma amostra em duas partes: a parte útil e as impurezas.
58
Exemplo:
Considerando a reação balanceada
Qual a massa de cloreto ferroso obtida quando 1100g de sulfeto ferroso, com 80% de pureza, reagem
com excesso de ácido clorídrico? (Fe = 56u; S = 32u; H = 1u; Cl = 35,5u).
A informação sobre o ácido clorídrico é desnecessária, pois não vamos utilizá-lo em nossos cálculos,
já que temos apenas a massa de sulfeto ferroso posta para reagir. Por outro lado, sabemos que o sulfeto
ferroso está com impurezas. Vamos então calcular qual a massa deste reagente puro.
Agora sim podemos utilizar as proporções molares para encontrar a massa de cloreto ferroso formada na
reação.
1 mol de FeS _______ 1 mol de FeCl2
88g de FeS ____________ 127g de FeCl2
880g de FeS _______________ y
y = 111760/88
y = 1270g de FeCl2
Mediante aos exemplos acima, foi possível observar que os procedimentos para resolver exercícios
de Cálculo Estequiométrico, devem seguir os seguintes passos:
A) Escrever a equação da reação química;
B) Acertar os coeficientes (fazer o balanceamento = igualar o número de átomos);
C) Obter a Proporção em Mols através dos coeficientes estequiométricos.
Questões
01. Nos garimpos, utiliza-se o mercúrio para separar o ouro das impurezas. Quando o mercúrio entra
em contato com a água dos rios, causa uma séria contaminação: é absorvido por micro-organismos, que
são ingeridos pelos peixes pequenos, os quais são devorados pelos peixes grandes usados na
alimentação humana. Uma das formas de medir o grau de intoxicação por mercúrio nos seres humanos
é a determinação da sua presença nos cabelos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu
que o nível máximo permissível, sem risco para a saúde, é de 50 x l0–6 g de mercúrio, por grama de
cabelo. Nesse sentido, pode-se afirmar que essa quantidade de mercúrio corresponde a: (Massa atômica:
Hg = 200) (nº de Avogadro = 6,0 x l0–23)
(A) 1,5 x 1017 átomos de Hg
(B) 1,5 x 1023 átomos de Hg
(C) 2,5 x 106 átomos de Hg
59
02. (UF/MG) A nitroglicerina é uma substância explosiva, sendo a reação química que representa sua
explosão dada a seguir.
Dados:
• Volume molar: 22,4 L/mol
• Massa molar: C3H5(NO3)3 = 227 g/mol; N2 = 28 g/mol
03. (UFF/RJ) Alguns óxidos de nitrogênio, dentre os quais N2O, NO, NO2, N2O3 e N2O5, podem ser
detectados na emissão de gases produzidos por veículos e, também, por alguns processos para
fabricação de fertilizantes. Tais óxidos contribuem para tornar o ar muito mais poluído nos grandes
centros, tornando-o nocivo à saúde. Dentre os óxidos citados, o que apresenta maior percentual de N é:
(A) NO
(B) NO2
(C) N2O
(D) N2O3
(E) N2O5
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
200 g------------------6,0 x1023-átomos de Hg
50.10-6 g----------------x
X=1,5 x 1017 átomos de Hg
02. Resposta: D
C3H5(NO3)3(L) → 3\2 N2(g) + 3CO2(g) + 5\2 H2O(g) + 1\4 O2(g)
1mol ----------------------------------------------------------- 1/4 mol
2mol ------------------------------------------------------------x
x = 0,5 mol de O2
Como:
1 mol ------------- 6.10²³ moléculas
0,5 ------------------x
x = 3.10²³ moléculas de O2
03. Resposta: C
Massas molares NO=30g
NO2=46g
N2O=44g
N2O3=76g
N2O5=108g
Porcentagem de N
NO
60
NO2
46g--------100%
14g----------x
x=30.4%
N2O
44g---------100%
28g-----------x
x=63.6%
N2O3
76g---------100%
28g-----------x
x=36.8%
N2O5
108g-------100%
28g-----------x
x=25.9%
Logo o óxido que possui mais N é o N2O
MATÉRIA E ENERGIA
Matéria: tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço e, desse modo, possui volume. Podemos
citar como exemplos de matéria a madeira, o ferro, a água, o ar e tudo o mais que imaginemos dentro da
definição acima. A ausência total de matéria é chamado de vácuo.
Substância: é uma composição de apenas um tipo de molécula ou átomo. A substância pode ser
simples ou composta.
Substância simples é aquela constituída por um único tipo de constituinte. Ex.: o ferro, contendo
somente átomo de ferro; o gás oxigênio (O2), contendo só átomos de oxigênio.
Substância composta é aquela constituída por mais de um tipo de constituinte. Ex.: a água pura
contendo somente H2O; o sal, contendo somente NaCl.
Mistura: consiste em duas ou mais substâncias misturadas. Ela pode ser identificada visualmente,
como por exemplo o granito onde se observa grãos de quartzo branco, mica preta e feldspato rosa e
outros minérios. Outras misturas como a água salgada, requer outros métodos de verificação para
sabermos se são substâncias ou misturas.
Corpo: é uma porção limitada da matéria. Por exemplo, conforme dito, uma árvore é uma matéria;
assim, quando cortamos toras de madeira, temos que essas toras podem ser designadas como corpos
ou como matéria também.
61
Propriedades são uma série de características que, em conjunto, definem a espécie de matéria.
Podemos dividi-las em três grupos: gerais, funcionais e específicas.
Propriedades Gerais
São as propriedades inerentes a toda espécie de matéria.
Massa: é a grandeza que usamos como medida da quantidade de matéria de um corpo ou objeto.
Extensão: espaço que a matéria ocupa, seu volume.
Impenetrabilidade: é o fato de que duas porções de matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao
mesmo tempo.
Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição (até um certo limite).
Compressibilidade: o volume ocupado por uma porção de matéria pode diminuir sob a ação de forças
externas.
Elasticidade: se a ação de uma força causar deformação na matéria, dentro de um certo limite, ela
poderá retornar à forma original.
Propriedades Funcionais
São propriedades comuns a determinados grupos de matéria, identificadas pela função que
desempenham. A Química se preocupa particularmente com estas propriedades. Podemos citar como
exemplo de propriedades funcionais a acidez, a basicidade, a salinidade de algumas espécies de matéria.
Propriedades Específicas
São propriedades individuais de cada tipo particular de matéria.
Organolépticas: são aquelas capazes de impressionar os nossos sentidos, como a cor, que
impressiona a visão, o sabor e o odor, que impressionam o paladar e o olfato respectivamente, e a fase
de agregação da matéria, que pode ser sólida (pó, pasta), líquida ou gasosa e que impressiona o tato.
Químicas: são propriedades responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de
sofrer. Por exemplo, o vinho pode se transformar em vinagre; o ferro pode se transformar em aço, mas o
vinho não pode se transformar em aço nem o ferro em vinagre.
Físicas: são certos valores constantes, encontrados experimentalmente, para o comportamento de
cada tipo de matéria, quando submetida a determinadas condições. Essas condições não alteram a
constituição da matéria, por mais adversas que sejam. Por exemplo: sob uma pressão de 1 atmosfera, a
água passa de líquida para gasosa à temperatura de 100°C, sempre.
As propriedades físicas também podem ser classificadas, de acordo com a quantidade da amostra,
em extensivas e intensivas.
62
Referem-se àquelas que, quando são coletadas e analisadas, alteram a composição química da
matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade que uma substância tem de transformar-se em outra por
meio de reações químicas.
Essas transformações resultam na produção permanente e irreversível de um novo material (produto),
com características distintas do inicial (reagente), sendo desse modo classificadas como transformações
químicas ou reações químicas.
63
Energia
Questões
64
03. Aço, gás ozônio e gás carbônico são respectivamente exemplos de:
(A) Mistura, substância simples e substância composta.
(B) Mistura, substância composta e substância composta.
(C) Substância simples, substância simples e substância composta.
(D) Substância composta, mistura e substância simples.
(E) Mistura, substância simples e mistura.
04. (Mackenzie/SP) Dentre as substâncias abaixo mencionadas, a única que é uma mistura é:
(A) o nitrato de prata.
(B) o ar atmosférico.
(C) a glicose.
(D) o iodo sólido
(E) o cloreto de sódio.
I. o sistema I contém duas fases, porque água é um composto inorgânico enquanto que álcool é um
composto orgânico;
II. o sistema II contém apenas uma fase, porque o óleo faz ligação do tipo ponte de hidrogênio com a
água;
III. o sistema IV conterá uma única fase em qualquer proporção soluto/solvente;
IV. nos sistemas III e IV observa-se o fenômeno de ionização e dissociação iônica, pois apresentam
como soluto um composto orgânico e outro inorgânico, respectivamente;
V. o sistema IV contém 3 fases, porque possui três elementos químicos diferentes.
06. Associe corretamente a coluna da direita, que contém exemplos de sistemas, de acordo com a da
esquerda, que apresenta a classificação dos mesmos.
1. elemento químico
( ) fluoreto de sódio
2. substância simples
( ) gás oxigênio
3. substância composta
( ) água do mar filtrada
4. mistura homogênea
( ) limonada com gelo
5. mistura heterogênea
A alternativa que contém a sequência correta dos números da coluna da direita, de cima para baixo,
é:
(A) 3 – 2 – 4 – 5
(B) 3 – 2 – 5 – 4
(C) 2 – 1 – 4 – 5
(D) 2 – 3 – 5 – 4
(E) 1 – 2 – 3 – 4
65
(A) 18
(B) 24
(C) 48
(D) 03
(E) 63
08. (UESC/BA) Com base nos dados da tabela e nos conhecimentos sobre a matéria e suas
propriedades, pode-se afirmar:
09. (U.F. Juiz de Fora/MG) São dadas cinco substâncias químicas, com seus respectivos pontos de
fusão (P.F.) e pontos de ebulição (P.E.), a pressão de 1 atm. À temperatura ambiente (25ºC) e com base
nos dados apresentados podemos afirmar que:
Gabaritos
Comentários
01. Resposta: C
O estado sólido: Poucos movimentos vibratórios (quase nulo) e energia, maior organização das
partículas devido força de atração intensa entre elas.
66
03. Resposta: A
O aço é uma liga metálica composta por aproximadamente 98,5% de Fe (ferro), 0,5 a 1,7% de C
(carbono) e traços de Si (silício), S (enxofre) e P (fósforo), portanto trata-se de uma mistura, o ozônio (O3)
substancia simples porque é formada por um único elemento, e o gás carbônico (CO2) é composto
constituído pelos elementos C e O.
04. Resposta: D
O ar atmosférico é formado por vários gases, vapor d’água, micro-organismos e impurezas (poeira e
fuligem).
05. Resposta: B
Justificativa das alternativas erradas
I- Agua e álcool constituem apenas uma única fase.
II- Água e óleo, formam sistema bifásico
III- O sistema IV, pode variar de acordo com a quantidade de soluto, podendo formar duas fases
IV- O açúcar é um composto molecular e não sofre ionização
V- Sistema formado por água e cloreto de sódio, é monofásico, ou dependendo da quantidade
adicionada de soluto, pode ser no máximo bifásico.
06. Resposta: A
Não possui exemplos de elemento químico
07. Resposta: A
02 + 16 = 18
08. Resposta: D
O cobre apresenta o menor valor de calor específico.
09. Resposta: A
As substâncias a 25º C se encontram no estado líquido, (CS2, Br2).
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
As substâncias químicas correspondem as moléculas, que podem ser representadas por fórmulas,
como a água, H2O. Estas são formadas pela união dos átomos dos elementos químicos que são
encontrados na tabela periódica.
Essa combinação de átomos pode ocorrer de várias formas e pode chegar a formar inúmeros tipos de
substâncias por conta da grande variedade de elementos na tabela periódica (118), além das
características de união que os átomos possuem.
Substância Pura
Uma substância pura é exatamente o que o termo indica: uma única substância com composição
característica e definida e com um conjunto definido de propriedades, isto é, que possuem composição
fixa. Exemplos de substâncias puras são: a água, o sal, o ferro, o açúcar comestível e o oxigênio. Nas
substâncias puras o ponto de fusão e ebulição ocorrem em temperaturas constantes:
67
Substância Simples
As substâncias formadas por um ou mais átomos de um mesmo elemento químico é classificada como
substância pura simples ou, simplesmente, substância simples.
Substância Composta
Quando as moléculas de determinada substância são formadas por dois ou mais elementos químicos,
ela é classificada como substância pura composta ou, simplesmente, substância composta.
Símbolos e Fórmulas
Exemplos:
- O é o símbolo do elemento químico oxigênio;
- O2 é a fórmula da substância simples oxigênio;
- CO2 é a fórmula da substância composta gás carbônico.
Misturas
Uma mistura é um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, denominadas componentes.
Em uma mistura a fusão e/ou ebulição não ocorrem em temperaturas constantes. A temperatura varia
durante a fusão ou durante a ebulição, ou durante ambas. Estas não possuem ponto de fusão e ponto de
ebulição, e sim intervalo de fusão e intervalo de ebulição.
68
Por outro lado, também existem misturas que, como exceção, comportam-se como se fossem
substâncias puras durante o processo de ebulição; são chamadas de Misturas Azeotrópicas.
Exemplo: água e álcool na proporção de 4% de água e 96% de álcool
Uma vez que as misturas apresentam composição variável, têm também propriedades — como ponto
de fusão, ponto de ebulição, densidade — diferentes daquelas apresentadas pelas substâncias quando
estudadas separadamente.
Tipos de Misturas
As misturas podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas. A diferença entre elas é que
a mistura homogênea é uma solução que apresenta uma única fase enquanto a heterogênea pode
apresentar duas ou mais fases. Fase é cada porção que apresenta aspecto visual uniforme.
Misturas Homogêneas
Nesse tipo de mistura não há superfícies de separação visíveis entre seus componentes, mesmo que
a observação seja realizada a nível de um microscópio eletrônico. Exemplo: Solução de água e açúcar.
As misturas homogêneas são normalmente chamada de solução
Misturas Heterogêneas
São formadas por duas ou mais fases onde é visível a distinção de cada uma delas. As substâncias
podem ser diferenciadas a olho nu.
69
Sistema Homogêneo
Apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinado. Pode
ser uma mistura (solução) ou uma substância pura.
Sistema Heterogêneo
É aquele que apresenta mais de uma fase, ou seja, não possui um aspecto uniforme, é descontínuo.
Os sistemas heterogêneos também podem ser constituídos de substâncias puras. Por exemplo, água
+ gelo: os componentes são os mesmos, mas, por estarem em estados físicos diferentes, apresentam
aspecto heterogêneo.
Fases
São diferentes porções homogêneas, limitadas por superfícies de separação visíveis (com ou sem
aparelhos de aumento), que constituem um sistema heterogêneo.
Um sistema homogêneo apresenta sempre uma única fase (monofásico). Entretanto, sistema
heterogêneo constitui sempre um sistema polifásico (muitas fases), que pode ser bifásico, trifásico,
tetrafásico etc.
Análise Imediata
Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Assim, para obtermos uma determinada
substância, é necessário usar métodos de separação. O conjunto de processos físicos que não alteram
a natureza das substâncias é denominado análise imediata. Para cada tipo de mistura — heterogênea ou
homogênea — usamos métodos diferentes.
Decantação
Processo utilizado para separar dois tipos de misturas heterogêneas.
a) Líquido e sólido
A fase sólida (barro), por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja, deposita-se no fundo do recipiente,
e a fase líquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações
de tratamento de água.
70
Centrifugação
É uma maneira de acelerar o processo de decantação envolvendo sólidos e líquidos realizada num
aparelho denominado centrífuga. Na centrífuga, devido ao movimento de rotação, as partículas de maior
densidade, por inércia, são arremessadas para o fundo do tubo.
Filtração
É utilizada para separar substâncias presentes em misturas heterogêneas envolvendo sólidos e
líquidos.
- Filtração simples: a fase sólida é retida no papel de filtro, e a fase líquida é recolhida em outro
frasco.
71
Destilação
É utilizada para separar cada uma das substâncias presentes em misturas homogêneas envolvendo
sólidos dissolvidos em líquidos e líquidos miscíveis entre si.
- Destilação Fracionada: são separados líquidos miscíveis cujas temperaturas de ebulição (TE) não
sejam muito próximas. Durante o aquecimento da mistura, é separado, inicialmente, o líquido de menor
TE; depois, o líquido com TE intermediária, e assim sucessivamente, até o líquido de maior TE. À
aparelhagem da destilação simples é acoplada uma coluna de fracionamento. Conhecendo-se a TE de
cada líquido, pode-se saber, pela temperatura indicada no termômetro, qual deles está sendo destilado.
Ventilação
Esse método é usado, por exemplo, para separar a palha do grão de arroz. É aplicada uma corrente
de ar, e a palha, que é mais leve, “voa”.
72
Sublimação
As substâncias participantes desse processo podem ser separadas das impurezas através da
sublimação (passagem do estado gasoso para o sólido e vice-versa) e posterior cristalização.
Separação Magnética
É um método que utiliza a força de atração do ímã para separar materiais metálicos ferromagnéticos
dos demais. Uma mistura de limalha (pó) de ferro com outra substância, pó de enxofre, por exemplo, pode
ser separada com o emprego de um ímã. Aproximando o ímã da mistura, a limalha de ferro prende-se a
ele, separando-se do enxofre.
Liquefação Fracionada
Separa gases com pontos de fusão diferentes. Nesse processo um dos gases se liquefaz primeiro,
podendo assim ser separado do outro gás.
Questões
01. (UFAC) Com relação às substâncias O2, H2, H2O, Pb, CO2, O3, CaO e S8, podemos afirmar que:
(A) todas são substâncias simples.
(B) somente O2, H2 e O3 são substâncias simples.
(C) todas são substâncias compostas.
(D) somente CO2, CaO e S8 são substâncias compostas.
(E) as substâncias O2, H2, Pb, O3 e S8 são simples
02. (SEE/AC - Professor de Ciências da Natureza – FUNCAB) Como exemplo de substância pura
composta tem-se o(a):
(A) grafite
(B) acetona.
(C) oxigênio.
(D) aço
(E) bromo.
03. (UFTM - Tecnólogo – Licenciaturas) Uma amostra de uma substância pura, X, teve algumas de
suas propriedades determinadas. Todas as alternativas apresentam propriedades que são úteis para
identificar essa substância, EXCETO:
(A) Solubilidade em água
(B) Temperatura de ebulição
(C) Temperatura de fusão
73
Gabarito
Teoria do octeto: um grande número de átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta
oito elétrons na sua camada mais externa.
Essa teoria é aplicada principalmente para os elementos representativos da (família A), sendo que os
elementos de transição da (família B) não seguem obrigatoriamente esse modelo. Embora existam muitas
exceções a essa regra, ela continua sendo utilizada por se prestar muito bem como introdução ao conceito
de ligação química e por explicar a formação da maioria das substâncias encontradas na natureza.
De todos os elementos químicos conhecidos, apenas 6, os gases nobres ou raros, são encontrados
na natureza na forma de átomos isolados. Os demais se encontram sempre ligados uns aos outros, de
diversas maneiras, nas mais diversas combinações. Eles são encontrados na natureza na forma de
átomos isolados porque têm a última camada da eletrosfera completa, ou seja, 8 elétrons. Mesmo o hélio,
com 2 elétrons, está completo porque o nível K só permite, no máximo, 2 elétrons.
Regra do Octeto – Os elementos químicos devem sempre conter 8 elétrons na última camada
eletrônica ou camada de valência. Na camada K pode haver no máximo 2 elétrons. Desta forma os átomos
ficam estáveis, com a configuração idêntica à dos gases nobres.
Essa estabilidade deve-se ao fato de que possuem a última camada completa, ou seja, com o número
máximo de elétrons que essa camada pode conter. Os átomos dos demais elementos químicos, para
ficarem estáveis, devem adquirir, através das ligações químicas, eletrosferas iguais às dos gases nobres.
74
As ligações entre átomos são feitas de várias formas, mas sempre envolvendo a camada mais externa
(camada de valência). Isso indica que são os elétrons do último nível que participam das ligações.
Estudaremos os seguintes tipos:
- Ligações iônicas;
- Ligações covalente;
- Ligação covalente dativa (também conhecida por ligação coordenada);
- Ligação metálica.
Ligação Iônica
Em uma ligação iônica (também conhecida como ligação eletrovalente) ocorre transferência definitiva
de elétrons, o que acarreta a formação de íons positivos (cátions) ou negativos (ânions), os quais originam
compostos iônicos. Como todos os íons apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negativas,
eles sempre terão polos.
Podemos visualizar a formação de uma ligação iônica típica entre dois átomos hipotéticos, M (um
metal) e X (um não-metal), da seguinte maneira: como M é um metal, sua energia de ionização é baixa,
isto é, é necessária pouca energia para remover um elétron do átomo. A perda de um elétron por um
átomo isolado (gasoso) M leva à formação de um íon positivo ou cátion.
Metais – 1 a 3 elétrons na última camada; tendência a perder elétrons e formar cátions. Elementos
mais eletropositivos ou menos eletronegativos.
Não-Metais – 5 a 7 elétrons na última camada; tendência a ganhar elétrons e formar ânions.
Elementos mais eletronegativos ou menos eletropositivos.
Por outro lado, como X é um átomo de um não-metal, o valor de sua afinidade eletrônica é negativo,
portanto, possui uma grande tendência em ganhar elétrons e formar um ânion.
9
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
75
Substâncias Iônicas
São aquelas que apresentam pelo menos uma ligação iônica entre seus componentes. Entre estes
compostos temos, por exemplo os cloretos (Ex.: NaCl - sal de cozinha), nitratos (NaNO3), sulfatos
(Na2SO4), carbonatos (CaCO3), etc.
10
Cloretos: por conta de sua distribuição eletrônica (1s22s22p63s23p5), o Cloro está classificado como
um membro da família 7A da tabela periódica, ou seja, ele possui 7 elétrons na camada de valência, logo
ele é da família dos halogênios. Seguindo a regra do octeto o Cloro precisa de mais um elétron para poder
atingir a estabilidade de um gás nobre, portanto ele tem uma necessidade de se ligar a outro átomo para
poder atingir essa estabilidade.
Para essa necessidade que ele tem de se ligar a outro elemento damos o nome de NOX, que é um
valor que expressa a tendência de um átomo de fazer uma ligação química. O NOX do cloro é -1, que
representa que ele precisa “ganhar” um elétron para se estabilizar. O íon de cloro é representado por Cl-
, e o seu nome é Cloreto, onde ele é um ânion que participa da formação de muitos sais.
De modo que um sal inorgânico se forme, é necessário que o cloreto se ligue a um cátion metálico.
Para isso ocorrer o número de cargas positivas deverá ser exatamente o mesmo do que o de cargas
negativas, ou seja, o NOX desse cátion deve ser igual a quantidade de cloretos da molécula desse sal.
Um exemplo clássico é o Cloreto de Sódio (Sal de Cozinha), sua fórmula molecular é NaCl, repare que
essa molécula não possui carga, logo, ela está estável, pois o NOX do Sódio é +1 e o do Cloreto é -1,
suas cargas se anulam estabelecendo uma ligação iônica.
Outro exemplo é o Cloreto de Cálcio, que possui fórmula molecular CaCl2, onde podemos observar
que o cálcio possui o NOX de +2, logo a necessidade de dois cloretos para estabilizar essa molécula.
Essa relação entre esses cátions e o cloreto também pode ser relacionada com a tabela periódica, onde
os elementos da família do sódio (1A), tem todos NOX +1, e da família do cálcio (2A) tem NOX +2, ou
seja eles se ligariam na mesma proporção.
Nitratos: são compostos inorgânicos que contêm o ânion NO3-. O nitrogênio pertence à família 15 (5A)
e o oxigênio pertence à família 16 (6A), e assim como o resto dos elementos de cada um desses grupos
eles possuem 5 e 6 elétrons na camada de valência, respectivamente. Portanto o Nitrogênio necessita de
três ligações para se estabilizar e cada átomo de oxigênio precisa de duas.
Assim, no ânion nitrato, o nitrogênio é o elemento central, que realiza uma ligação dupla com um dos
oxigênios, que fica estável, e mais duas ligações simples com os outros dois oxigênios. Isso significa que
esses dois oxigênios não ficam estáveis, precisando ainda receberem mais 1 elétron cada, dando um
total de carga igual a -2.
Porém, visto que o nitrogênio faz uma ligação a mais do que poderia fazer, ele doa um de seus elétrons,
ficando com carga igual a +1. Assim, no total, o ânion fica monovalente (- 2 + 1 = -1). Veja abaixo a
estrutura desse ânion:
11
Sulfatos: trata-se de um átomo de enxofre central ligado a quatro átomos de oxigênio por meio de
ligações covalentes (será explicado mais adiante) e tem a fórmula molecular SO42-. A substância iônica
mais famosa que o íon sulfato faz parte é, provavelmente, o H2SO4 (ácido sulfúrico), ele tem importância
laboratorial, industrial e chega a ser importante até para os seres vivos.
Apesar de existirem ligações covalentes no íon sulfato, abaixo pode ser compreendido pelo conceito
da dissociação, como compostos com sulfato podem ser iônicos. No qual é apresentada a molécula de
sulfato de sódio, se dissociando em água e formando íons.
10
http://www.infoescola.com/
11
BARBOSA, Addson; Dicionário de Química, 2° Ed.; AB – Editora, Goiânia, 2000.
76
Carbonatos: são sais inorgânicos formados pelo ânion CO32-. A principal característica desse grupo
de compostos é a insolubilidade em água: todos são insolúveis, com exceção do carbonato de amônio
(NH4)2CO3 e dos metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr). Podem ser formados a partir da reação de ácido
carbônico (H2CO3) com óxidos básicos.
A reação de carbonatos com ácidos tem como produto o dióxido de carbono (CO2). Isso ocorre porque
o contato com o íon H+ torna o carbonato mais instável e sujeito à decomposição, que produz o CO2. Esse
processo consiste numa efervescência, que acontece, por exemplo, no estômago quando um antiácido é
ingerido.
Ligação Covalente12
Diferente da ligação iônica, a ligação covalente é estabelecida pela capacidade dos átomos de
compartilhar elétrons e não uma transferência definitiva dos mesmos. Ao observar a configuração
eletrônica do átomo de cloro por exemplo, ele possui número atômico igual a 17 e sua distribuição
eletrônica por camadas é K=2, L=8, M=7.
Como sabemos ele precisa de mais um elétron para se tornar estável, entretanto existe um composto
formado por dois átomos de Cloro, o Cl2, como é possível que este composto seja estável se os dois
átomos de cloro “querem” receber elétrons? Nesse caso a estabilidade dessa molécula não é atingida
pela transferência de elétrons, mas sim pelo compartilhamento como já foi citado.
As substâncias formadas através das ligações covalentes apresentam-se como unidades de grandeza
limitada, denominadas moléculas; por isso a ligação covalente é também denominada de ligação
molecular. A ligação covalente pode ocorrer através de um ou mais pares de elétrons. Cada par
eletrônico compartilhado entre dois átomos pode ser representado, nas fórmulas estruturais, por um traço
(-). Assim, podemos ter:
12
Sardella, A.; Química – São Paulo, 2003. Editora Ática.
77
Família VIA (família dos Calcogênios): apresentam 6e- na sua camada de valência. Diante disso, eles
devem adquirir dois pares eletrônicos para alcançar a estabilidade, sendo denominados bivalentes.
Exemplo: Ligação entre dois átomos de oxigênio (O2).
Família VA: apresentam 5e- na sua camada de valência, assim devem adquirir a estabilidade ao
compartilharem três partes eletrônicos (trivalentes). Exemplo: Ligação entre dois átomos de Nitrogênio
(N2).
Família IVA: apresentam 4e- na camada de valência, eles alcançarão a estabilidade quando
compartilharem quatro pares eletrônicos (tetravalentes). Exemplo: gás metano (CH4)
Substâncias moleculares
Moléculas são a menor combinação de átomos que mantém a composição da matéria inalterada. As
substâncias moleculares são substâncias formadas por moléculas, ou seja, elas não apresentam cargas
livres e por isso não conduzem bem calor e corrente elétrica.
Propriedades das substâncias moleculares:
- Podem ser sólidas (pouco duras e muito quebradiças), líquidas ou gasosas à temperatura ambiente;
- Forças de coesão das moléculas fracas e por isso, pontos de fusão e de ebulição baixos;
- Em geral são más condutoras elétricas e térmicas porque as moléculas são partículas neutras.
Exemplos:
Hidrogênio (H2): é um gás inflamável, não tóxico, incolor, inodoro e insípido. Sendo o gás de
densidade mais baixa conhecida, normalmente é transportado em cilindros de aço a pressões entre 150
e 200 bar. O H2 pode ser obtido industrialmente por alguns métodos como:
78
Por eletrólise
2H2O → 2H2 + O2
2NaCI + 2H2O → 2NaOH + H2 + CI2
Oxigênio (O2): é um gás incolor, inodoro e, no estado líquido, é azul pálido. É o elemento mais
abundante na Terra, tanto em porcentagem de átomos, como em massa. Está na atmosfera, combinado
com hidrogênio na hidrosfera e combinado como silício, ferro, alumínio e outros elementos na crosta
terrestre (litosfera). É o comburente das combustões, portanto sem ele não há fogo. É obtido
industrialmente por liquefação e posterior destilação fracionada do ar atmosférico, e igual ao H2 pode ser
obtido pela eletrólise da água: 2H2O → 2H2 + O2
Nitrogênio (N2): é um gás, incolor, inodoro, insípido e inerte. Ocorre na Terra como o principal
constituinte do ar atmosférico onde se encontra livre (N2). É difícil encontrar compostos inorgânicos do
nitrogênio como minerais, pois a maioria é solúvel em água. O nitrogênio é encontrado em compostos
orgânicos em todos os seres vivos, animais e plantas.
Certas bactérias no solo e raízes de algumas plantas, especialmente os legumes, convertem o nitrogênio
atmosférico em nitrogênio orgânico, que é, então, transformado por outras bactérias em nitrato, a forma de
nitrogênio mais usada pelas plantas na síntese de proteínas.
Assim como o O2, o nitrogênio pode ser obtido industrialmente por liquefação e posterior destilação
fracionada do ar atmosférico, e em laboratório é obtido pela decomposição do nitrito de amônio (NH4NO2):
Gás cloro (Cl2): é comumente encontrado em alguns produtos domésticos. O gás de cloro pode ser
pressurizado e/ou aquecido para transformar-se num líquido, de modo que ele possa ser transportado e
armazenado. Quando o cloro líquido é liberado, ele rapidamente se transforma em um gás que fica perto
do chão e se espalha rapidamente.
O gás de cloro pode ser reconhecido pelo seu odor picante, irritante, que é como o odor de alvejante.
O cheiro forte pode fornecer um sinal adequado para as pessoas que foram expostas. O gás de cloro
parece ser amarelo esverdeado na cor. O cloro em si não é inflamável, mas pode reagir explosivamente
ou formar compostos explosivos com outros produtos químicos, tais como terebintina e amoníaco.
Gás Amoníaco ou Amônia (NH3): é um composto formado por um átomo de nitrogênio ligado à três
de hidrogênio. É um gás incolor, com odor característico, sufocante, e sua inalação, em altas
concentrações, causa problemas respiratórios.
Este composto é obtido por um processo famoso chamado Haber-Bosch que consiste em reagir
nitrogênio e hidrogênio em quantidades estequiométricas sob elevada temperatura e pressão. É a
maneira de obtenção de amônia mais utilizada hoje em dia. Esse processo leva o nome de seus
desenvolvedores Fritz Haber e Carl Bosch.
Ácido Clorídrico (HCl): é formado pelo gás cloreto de hidrogênio (HCl) dissolvido em água, numa
proporção de cerca de 37% do gás. É um ácido inorgânico forte, levemente amarelado, em que seus
cátions H+ são facilmente ionizáveis. A 18ºC o grau de ionização do ácido clorídrico, isto é, a porcentagem
de hidrogênios que efetivamente sofrem ionização é de 92,5%.
Este ácido é muito usado na limpeza e galvanização de metais, no curtimento de couros, na obtenção
de vários produtos, como na produção de tintas, de corantes, na formação de haletos orgânicos, é usado
também na hidrólise de amidos e proteínas pelas indústrias alimentícias e na extração do petróleo,
dissolvendo as rochas e facilitando o seu fluxo até a superfície. Ele pode ser encontrado também no suco
gástrico do estômago, cuja ação é ajudar na digestão dos alimentos.
79
Fórmulas Químicas
A representação do número e dos tipos de átomos que formam uma molécula é feita por uma fórmula
química. Existem diferentes tipos de fórmulas: a molecular, a eletrônica e a estrutural plana.
Molecular: é a representação mais simples e indica apenas quantos átomos de cada elemento
químico formam a molécula.
Eletrônica: também conhecida como fórmula de Lewis, esse tipo de fórmula mostra, além dos
elementos e do número de átomos envolvidos, os elétrons da camada de valência de cada átomo e a
formação dos pares eletrônicos.
Estrutural Plana: também conhecida como fórmula estrutural, ela mostra as ligações entre os
elementos, sendo cada par de elétrons entre dois átomos representado por um traço.
Perceba que mais de um par de elétrons pode ser compartilhado, formando-se, então, ligações
simples, duplas e triplas. Veja as fórmulas de algumas moléculas simples:
Vários compostos estáveis não apresentam oito elétrons em torno de um átomo da molécula. Veja
alguns elementos que não seguem a regra do octeto:
80
Alumínio (Al): como seus elétrons de valência apresentam elevadas energias de ionização, o alumínio
forma, em alguns casos, três ligações simples. Assim, estabiliza-se com seis elétrons na camada de
valência.
As explicações anteriores baseiam-se em fatos experimentais. Compostos como BF3, BeF2 e AlCl3
apresentam TF e TE baixas, quando comparados com compostos iônicos, o que evidencia que eles são
moleculares.
Resumindo:
A ligação covalente ocorre entre:
Hidrogênio – Hidrogênio
Hidrogênio – Não metal
Não metal – Não metal
Obs.: Os semi-metais também podem ser incluídos.
Exemplo: Oxigênio (O) - forma duas variedades alotrópicas, uma delas, mais abundante na atmosfera,
é o gás oxigênio (O2) e a outra, o ozônio (O3).
O2: Cada molécula é formada por 2 átomos dando origem ao gás oxigênio.
O3: Cada molécula é formada por 3 átomos dando origem ao gás ozônio.
Obs.: A transformação de O2(g) em O3(g) pode ser feita utilizando descargas elétricas.
Exemplo: Carbono (C) - O diamante, o fulereno e a grafita, são as formas alotrópicas do elemento
químico carbono. Estas substâncias diferem entre si pela estrutura cristalina, isto é, pela forma de seus
cristais.
81
Diamante: cada átomo de carbono está ligado a quatro outros átomos também de carbono não
contidos num mesmo plano.
Grafita: é formada por uma estrutura composta de anéis hexagonais contidos num mesmo plano.
Como os anéis estão em um mesmo plano, esse conjunto forma lâminas. Assim, a grafita é constituída
por um grande número dessas lâminas sobrepostas, permitindo o deslizamento de um sobre a outra.
Fulereno: são uma forma alotrópica do Carbono, a terceira mais estável após o diamante e o grafite.
Tornaram-se populares entre os químicos, tanto pela sua beleza estrutural quanto pela sua versatilidade
para a síntese de novos compostos químicos.
Ligação Metálica
É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos de metais. Quando muitos destes átomos estão juntos
num cristal metálico, estes perdem seus elétrons da última camada. Forma-se, então, uma rede ordenada
de íons positivos mergulhada num mar de elétrons em movimento aleatório. Se aplicarmos um campo
elétrico a um metal, orientamos o movimento dos elétrons numa direção preferencial, ou seja, geramos
uma corrente elétrica.
82
As ligas metálicas
São uniões de dois ou mais metais, podendo ainda incluir semimetais ou não metais, mas sempre com
predominância dos elementos metálicos. Apesar da grande variedade de metais existentes, a maioria não
é empregada em estado puro, mas em ligas com propriedades alteradas em relação ao material inicial, o
que visa, entre outras coisas, a reduzir os custos de produção.
Podemos dizer que as ligas metálicas têm maiores aplicações práticas que os próprios metais puros:
Aço: Formado pela mistura de aproximadamente 98,5% de ferro, 0,5 a 1,7% de carbono e traços de
silício, enxofre e oxigênio. É usado em peças metálicas que sofrem elevada tração, pois é mais resistente
à tração do que o ferro puro. O aço é uma liga usada para produzir outras ligas metálicas.
Aço Inox: Formado por 74% de aço, 18% de cromo e 8% de níquel. Por ser praticamente inoxidável,
é usado em talheres, peças de carro, brocas, utensílios de cozinha e decoração.
Ouro 18 quilates: Liga formada por 75% de ouro, 13% de prata e 12% de cobre. Sua vantagem em
relação ao ouro puro é que esse metal é macio e pode ser facilmente riscado. Além disso, a liga mantém
as propriedades desejadas do ouro, como brilho, dureza adequada para a joia e durabilidade.
Bronze: Formado por 67% de cobre e 33% de estanho. Sua principal propriedade é resistência ao
desgaste, sendo muito usado para produzir sinos, medalhas, moedas e estátuas.
Latão: Mistura de 95 a 55% de cobre e de 5 a 45% de zinco. Devido a sua alta flexibilidade, ele é
usado para produzir instrumentos musicais de sopro, como trompete, flauta, saxofone etc., além de
também ser aplicado em peças de máquinas, produção de tubos, armas e torneiras.
Amálgama: Muito usada em obturações nos dentes, a amalgama é formada pela mistura de 70% de
prata, 18% de estanho, 10% de cobre e 2% de mercúrio. Ela é bastante resistente à oxidação (corrosão)
e é bem maleável, podendo ser moldada no dente do paciente.
Solda: Formada por 67% de chumbo e 33% de estanho, ela é usada em solda de contatos elétricos
porque possui baixo ponto de fusão.
83
01. O elemento “A” possui número atômico igual a 6, enquanto o elemento “B” possui número atômico
igual a 8. A molécula que representa corretamente o composto formado por esses dois elementos é:
(A) AB
(B) BA
(C) A2B
(D) AB2
(E) B2A
02. Sabe-se que a interação entre átomos que se ligam, na formação de novas substâncias, é feita
através de seus elétrons mais externos. Uma combinação possível entre o elemento A com a configuração
eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 e outro B (Z = 17) terá fórmula e ligação, respectivamente:
(A) AB e ligação iônica.
(B) A2B e ligação iônica.
(C) A2B3 e ligação covalente.
(D) AB2 e ligação iônica.
(E) A2B e ligação covalente.
03. (UFU-MG) O fosgênio (COCl2), um gás, é preparado industrialmente por meio da reação entre o
monóxido de carbono e o cloro. A fórmula estrutural da molécula do fosgênio apresenta:
(A) uma ligação dupla e duas ligações simples.
(B) uma ligação dupla e três ligações simples.
(C) duas ligações duplas e duas ligações simples.
(D) uma ligação tripla e duas ligações simples.
(E) duas ligações duplas e uma ligação simples.
04. Os átomos pertencentes à família dos metais alcalinos terrosos e dos halogênios adquirem
configuração eletrônica de gases nobres quando, respectivamente, formam íons com números de carga:
(A) + 1 e – 1.
(B) – 1 e + 2.
(C) + 2 e – 1.
(D) – 2 e – 2.
(D) + 1 e – 2
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D
Pela da distribuição eletrônica de cada elemento, descobrimos a que família pertencem, quantos
elétrons eles possuem na sua última camada (camada de valência) e, também, quantas ligações
covalentes cada um realiza:
6A: 2 – 4
8B: 2 – 6
Assim, o elemento A é da família 14, possuindo 4 elétrons na camada de valência e precisando receber
mais 4 elétrons para ficar estável. O elemento B da família 16 possui 6 elétrons na camada de valência e
precisa realizar duas ligações para ficar estável. Diante disso, temos:
Portanto, a fórmula molecular nesse caso é: AB2. Visto que o A é o átomo central ele vem primeiro.
Se olharmos na Tabela Periódica, veremos que o elemento A é o carbono e o elemento B é o oxigênio.
Então, a fórmula é: CO2.
84
03. Resposta: A
Como se pode ver na sua fórmula abaixo, o fosfagênio apresenta uma ligação dupla e duas ligações
simples:
04. Resposta: C
Para adquirir a mesma configuração eletrônica de um gás nobre um elemento deve apresentar oito
elétrons na última camada. Para tal, um elemento classificado como metal alcalino terroso deve doar
dois elétrons e um halogênio receber um.
O acúmulo de cargas elétricas em determinada região de uma molécula é denominado polo, que pode
ser classificado como dois tipos:
Ligações Iônicas13
Nesse tipo de ligação ocorre transferência definitiva de elétrons, o que acarreta a formação de íons
positivos (cátions) ou negativos (ânions), os quais originam compostos iônicos. Como todos os íons
apresentam excesso de cargas elétricas positivas ou negativas, eles sempre terão polos.
Portanto toda ligação iônica é uma ligação polar, pois haverá polos positivos e negativos. As ligações
iônicas apresentam máxima polarização.
Ligações Covalentes
13
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
85
A ligação HCl é polar, pois o Cl é mais eletronegativo que o hidrogênio. O polo negativo é uma carga
negativa residual menor que a carga do elétron, e situa-se sempre no átomo mais eletronegativo.
Para comparar a intensidade de polarização das ligações, utilizamos a escala de eletronegatividade
de Pauling:
A polaridade de uma ligação é caracterizada por uma grandeza denominada momento dipolar (μ), ou
dipolo elétrico, que normalmente é representada por um vetor orientado no sentido do elemento menos
eletronegativo para o elemento mais eletronegativo. Assim, o vetor é orientado do polo positivo para o
polo negativo.
Exemplo:
Polaridade de Moléculas
Como vimos então, as moléculas podem ser classificadas quanto à sua polaridade em dois grupos:
polares ou apolares. Experimentalmente, uma molécula é considerada polar quando se orienta na
presença de um campo elétrico externo, e apolar quando não se orienta. O polo negativo da molécula é
atraído pela placa positiva do campo elétrico externo e vice-versa.
Teoricamente, pode-se determinar a polaridade de uma molécula pelo vetor momento dipolar
resultante (μr), isto é, pela soma dos vetores de cada ligação polar da molécula.
86
Uma outra forma de determinar a polaridade da maioria das moléculas é estabelecendo uma relação
entre o número de nuvens eletrônicas ao redor do átomo central A e o número de átomos iguais ligados
a ele.
Geometria Molecular
As moléculas são formadas por átomos unidos por ligações covalentes e podem apresentar, na sua
constituição, de dois a milhares de átomos. A disposição espacial dos núcleos desses átomos irá
determinar diferentes formas geométricas para as moléculas. Portanto, toda molécula formada por dois
átomos (diatômicas) será sempre linear, pois seus núcleos estarão obrigatoriamente alinhados, como em:
H2: H---H
HCl: H---Cl
Para prever a geometria das moléculas que apresentam mais de dois átomos utiliza-se a teoria da
repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência. Essa teoria está apoiada na ideia de que os
pares eletrônicos ao redor de um átomo central, quer estejam ou não participando das ligações,
comportam-se como nuvens eletrônicas que se repelem, de forma a ficarem orientadas no espaço com a
maior distância angular possível.
Para você visualizar melhor essa teoria, representaremos cada par eletrônico (2 elétrons de valência)
ao redor de um átomo central como uma nuvem eletrônica de formato ovalado.
Nessa teoria, é importante destacar que uma nuvem eletrônica pode corresponder a:
- Uma ligação covalente simples: — ou →
- Uma ligação covalente dupla: =
- Uma ligação covalente tripla: ≡
- Um par de elétrons não ligantes: xx
87
Interações Intermoleculares14
Quando a matéria se aproxima, os átomos ou íons nela presentes podem interagir ou reagir. Para a
reação ocorrer é necessário que ligações entre os átomos sejam desfeitas e refeitas em diferentes
combinações ou proporções.
Já uma interação é identificada quando uma molécula é atraída ou repelida por outra, sem que haja o
rompimento ou surgimento de novas ligações interatômicas.
Dipolo-Dipolo
Também conhecidas como dipolo permanente-dipolo permanente, são formadas pela diferença de
eletronegatividade dentro das moléculas, o que torna as moléculas polares (possuem carga).
Como por exemplo a molécula de HCl é polar devido a diferença de eletronegatividade entre o H e o
Cl, sua extremidade negativa (Cloro) atrai a extremidade positiva (Hidrogênio) de outra molécula e vice e
versa. Essa interação é chamada de dipolo-dipolo e ocorre em todas as substâncias polares.
14
Rocha, R. W.; Interações Intermoleculares – Química Nova Escola, 2001.
88
Ligações de Hidrogênio
Os elementos F (Flúor), O (Oxigênio) e N (Nitrogênio) são muito eletronegativos e possuem um raio
atômico pequeno. Quando esses elementos estão ligados a um átomo de hidrogênio eles provocam uma
grande polarização dessa ligação, ou seja, o polo positivo que é formado no átomo de hidrogênio possui
grande intensidade.
Por conta dessa intensidade o hidrogênio interage com o par de elétrons de moléculas vizinhas.
Atualmente esse tipo de interação entre moléculas recebe o nome de ligação de hidrogênio porém é muito
conhecida como Ponte de Hidrogênio. É a interação intermolecular mais forte conhecida.
89
A seguir, temos uma tabela comparando os pontos de fusão e ebulição destas substâncias:
Quando comparamos os pontos de fusão e de ebulição entre compostos orgânicos, vemos que três
coisas afetam estas propriedades: as interações intermoleculares, a polaridade e a massa molecular.
Questões
01. (UFPR) Assinale a alternativa que associa corretamente a coluna de compostos químicos com a
coluna de estruturas geométricas.
I. NH3 A. Linear
II. HF B. Angular
III. SO2 C. Piramidal
IV. CH4 D. Tetraédrica
03. (UPF/RS) Sejam os seguintes compostos: fluoreto de potássio (KF), dióxido de enxofre (SO2), iodo
(I2) e iodeto de hidrogênio (HI). As ligações químicas existentes nestes compostos são, respectivamente:
(A) Iônica, covalente polar, iônica, covalente polar.
(B) Iônica, covalente polar, covalente apolar, covalente polar.
(C) Covalente apolar, iônica, covalente polar, covalente polar.
90
Gabarito
Comentários
01. Resposta C
A amônia é piramidal, o fluoreto de hidrogênio é linear, o dióxido de enxofre é angular, e o metano é
tetraédrico.
02. Alternativa D
Se supormos que a eletronegatividade inicial entre os dois átomos ligantes é igual. Logo seria uma
ligação covalente apolar, conforme essa eletronegatividade vai se distanciando a ligação passa a ser
covalente polar e quando a diferença for grande será uma ligação iônica já que elas são as que
apresentam máxima polarização.
03. Alternativa B
KF = metal + não metal = ligação iônica;
SO2 = ligação covalente entre átomos de diferentes espécies = covalente polar;
I2 = ligação covalente formada por átomos iguais = covalente apolar;
HI = ligação covalente entre átomos de diferentes espécies = covalente polar.
Água
ÁGUA
A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência de todas as espécies que habitam a Terra.
No organismo humano a água atua, entre outras funções, como veículo para a troca de substâncias e
para a manutenção da temperatura, representando cerca de 70% de sua massa corporal. Além disso, é
considerada solvente universal e é uma das poucas substâncias que encontramos nos três estados
físicos: gasoso, líquido e sólido. É impossível imaginar como seria o nosso dia-a-dia sem ela
Uma vez que a água é fundamental para a manutenção da vida, é importante saber como ela se
distribui no nosso planeta e como ela circula de um meio para outro. O volume total de água na Terra não
aumenta nem diminui, é sempre o mesmo. O volume de água disponível distribui-se da seguinte forma:
Pode-se ver claramente que, da água disponível, muito pouco pode ser utilizada mais facilmente para
abastecimento público. Desta pequena fração de 0,8%, apenas 3% apresentam-se na forma de água
superficial, da extração, mais fácil. Esses valores ressaltam a grande importância de preservarem os
recursos hídricos na Terra, e de se evitar a contaminação da pequena fração mais facilmente disponível.
No nosso planeta, a água se apresenta em diferentes compartimentos. A quantidade de água presente
em cada um destes compartimentos, assim como o seu tempo de residência, varia bastante. Os oceanos
se constituem no maior destes compartimentos, onde a água tem um tempo de residência de
aproximadamente 3 mil anos. Eles são ainda a fonte da maior parte do vapor d’água que aporta no ciclo
hidrológico. Sendo grandes acumuladores do calor oriundo do sol, os oceanos desempenham um papel
fundamental no clima da Terra.
16
http://qnesc.sbq.org.br/
91
Estrutura da Água
A água é uma substância formada por dois elementos: Hidrogênio e Oxigênio, onde cada molécula de
água é composta por um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio. Esses átomos se unem por
ligação covalente, ou seja, os elétrons dos elementos são compartilhados. Por conta que o oxigênio
possui uma maior eletronegatividade (propriedade de atrair elétrons que cada elemento possui), ele atrai
os elétrons dessa molécula de forma muito mais efetiva que os hidrogênios, criando assim polos com
cargas positiva, os hidrogênios, e negativa o oxigênio.
Essa polaridade gerada por esses elementos garante a molécula de água propriedades muito
importantes, como seu ponto de fusão e ebulição e também sua imensa capacidade de dissolução de
substâncias. Dentre suas propriedades é importante citar que a água é inodora, insipida e incolor, ou seja,
ela não possui cheiro, gosto e cor, respectivamente.
Na natureza a água pode ser encontrada nos 3 estados físicos da matéria: sólido, liquido e gasoso.
Na temperatura ambiente (aproximadamente 22ºC) a água é liquida, quando sua temperatura atinge 0ºC
ela se torna gelo, e quando chega a 100ºC ela se torna vapor.
No estado sólido, a água se apresenta na forma de gelo. Neste estado físico, ela é mais comum em
regiões frias do continente como na Antártida e no Polo Norte. A água também pode passar do estado
físico líquido para o sólido de forma artificial, ou seja, quando colocamos água no congelador de nossas
geladeiras.
92
Ciclo da água
Uma vez visto como a água se distribui em nosso planeta, é importante também o conhecimento de
como a água se movimenta de um meio para outro na Terra. A essa circulação de água se dá o nome de
ciclo hidrológico. Neste ciclo distinguem-se os seguintes mecanismos de transferência da água.
- Precipitação;
- Escoamento superficial;
- Infiltração;
- Evapotranspiração.
Precipitação
A precipitação compreende toda a água que cai da atmosfera na superfície da Terra. As principais
formas são: chuva, neve, granizo e orvalho. A precipitação é formada a partir dos seguintes estágios:
- Resfriamento do ar à proximidade de saturação (quantidade máxima de vapor da água que o ar pode
conter);
- Condensação do vapor d`água na forma de gotículas;
- Aumento do tamanho das gotículas por coalizão e aderência até que estejam grandes o suficiente
para formar a precipitação.
Escoamento superficial
A precipitação que atinge a superfície da Terra tem dois caminhos por onde seguir: escoar na superfície
ou infiltrar no solo. O escoamento superficial é responsável pelo deslocamento da água sobre o terreno,
formando córregos, lagos e rios eventualmente atingindo o mar. A quantidade de água que escoa
depende dos seguintes fatores principais:
- Intensidade da chuva;
- Capacidade de infiltração do solo.
Infiltração
A infiltração corresponde à água que atinge e adentra o solo, formando os lençóis d`água. A água
subterrânea é grandemente responsável pela alimentação dos corpos d´água superficiais, principalmente
nos períodos secos. Um solo coberto com vegetação (ou seja, que absorve água de maneira eficiente) é
capaz de desempenhar melhor as seguintes funções:
- Menos escoamento superficial (menos enchentes nos períodos chuvosos);
- Mais infiltração (maior alimentação dos rios nos períodos secos);
- Menos transporte de partículas do solo para os cursos d´água.
93
A água possui uma elevada capacidade de dissolver substâncias, por isso ela é denominada solvente
universal, por isso no ambiente é muito difícil encontrar água pura, em razão da facilidade com que as outras
substâncias se misturam a ela. Mesmo a água da chuva, por exemplo, ao cair, traz impurezas do ar nela
dissolvidas ou gases ali presentes. Se a água apresentar cor, cheiro ou sabor, isso se deve a substâncias
(líquidos, sólidos ou gases) nela presentes.
A substância que se dissolve em outra recebe a denominação de soluto (por exemplo: o sal). A substância
que é capaz de dissolver outras, como a água, é chamada de solvente. A associação do soluto com o
solvente é uma solução.
A propriedade que a água tem de atuar como solvente é fundamental para a vida. Como por exemplo no
sangue várias substâncias (como sais minerais, vitaminas, açucares, entre outras) são transportadas
dissolvidas na água.
Nas plantas, os sais minerais dissolvidos na água são levados das raízes às folhas, assim como o
alimento da planta (açúcar) também é transportado dissolvido em água para todas as partes desse
organismo. No interior dos organismos vivos, ocorrem inúmeras reações químicas indispensáveis à vida,
como as que acontecem na digestão. A maioria dessas reações químicas no organismo só acontece se as
substâncias químicas estiverem dissolvidas em água.
Na natureza, encontramos diversos tipos de água, que variam de acordo com os elementos e
substâncias que a compõe. Algumas são ideais para o consumo, enquanto outras são prejudiciais à
saúde. Vejamos a baixo os principais tipos:
94
Poluição da Água17
Cada ecossistema natural possui um limite de quanta matéria orgânica gerada pelas atividades
humanas ele é capaz de decompor, ou seja, quando o ser humano despeja uma quantidade que
ultrapassa essa capacidade de decomposição, nos ecossistemas aquáticos, o resultado é uma drástica
transformação desses ambientes. A maior parte dessa prática irresponsável é causada pelo esgoto não
tratado e lixo que é jogado diariamente em seus leitos, e tais atitudes podem deixar a água em um nível
de contaminação tão extremo que ela fica impossível de ser recuperada.
95
Tratamento de Água19
Coagulação: ocorre através de uma mistura rápida adicionando-se sulfato de alumínio ou sulfato
ferroso, ocasionando a coagulação, em virtude dos compostos químicos. A união desses compostos por
meio de choques com as partículas de impurezas, são absorvidas por elas, causando desequilíbrio das
cargas elétricas superficiais.
Floculação: os compostos químicos, misturados anteriormente, irão de encontro com a alcalinidade
da água e serão formados compostos que levam a adsorção, que nada mais é do que a capacidade de
atrair partículas com cargas elétricas contrárias. Este tipo de partícula tem cargas elétricas positivas, já
as impurezas possuem carga elétrica negativa. Na fase da floculação é que será dado início a formação
dos flocos, que crescem em tamanho, indo em caminho ao decantador.
Decantação: nesta etapa não é adicionado nenhum produto químico, os flocos que já agregaram as
impurezas dão início ao processo de sedimentação e clarificação da água. Isto se dá porque os flocos
que são mais pesados do que a própria água, juntamente com a baixa velocidade da mesma, na área do
decantador irão afundar em decorrência da ação gravitacional. Desta maneira, ficarão depositados no
fundo do tanque uma espécie de lodo, de forma que deixe a água da superfície mais clara, permitindo
que dirija-se a próxima etapa.
Filtração: grande parte das partículas fica retida no decantador, porém algumas ficam em suspensão,
na qual a filtração irá remover essa parte. Hidraulicamente, a água irá transpassar uma camada filtrante,
formada por leito arenoso, com granulometria previamente dimensionada, sustentada por uma camada
de cascalho, de forma que as impurezas, as partículas e a maior parte das bactérias fiquem retidas e a
água filtrada ficará límpida.
Desinfeção: uma água que tenha sido filtrada corretamente elimina as partículas e grande parte das
bactérias, contudo todas as bactérias devem ser removidas. A desinfecção irá cuidar desse procedimento,
com a adição de produtos químicos, em especial o cloro. Este processo de aplicação do cloro na água é
conhecido como Cloração, que será feito com dosagens de compostos de água e cloro, desinfetando a
água.
Fluoretação: será acrescido flúor à água em tratamento, com a finalidade de diminuir o elevado
número de cáries dentárias. Para esta finalidade será utilizado o fluorsilicato de sódio e o ácido
fluorsilícico.
O tratamento convencional para que se dê de forma adequada deve obedecer aos controles de
processo, quais sejam:
Controle Analítico
- Água Bruta: normalmente, são realizadas as seguintes análises: temperatura, cor, turbidez, pH, odor,
alcalinidade, matéria orgânica, oxigênio dissolvido, dióxido de carbono, ferro, manganês e dureza. Esta
19
https://www.caesb.df.gov.br/
96
Controle Operacional
As águas brutas e tratadas passam pela análise do parâmetro físico, que indica a turbidez da água,
sua cor, sabor e odor, além da temperatura.
Por sua vez os parâmetros químicos indicam o PH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro e manganês,
alumínio, fluoretos, oxigênio e cloro residual.
Já os parâmetros bacteriológicos levam a transmissão de algumas doenças, como é o caso da cólera,
febre tifoide, disenterias. As principais doenças transmitidas pela água são causadas por bactérias e vírus.
O Brasil é o país mais rico em água doce, com 12% das reservas mundiais. Do potencial de água de
superfície do planeta, concentram-se 18%, escoando pelos rios aproximadamente 257.790 m3.s-1. Apesar
de apresentar uma situação aparentemente favorável, observa-se no Brasil uma enorme desigualdade
regional na distribuição dos recursos hídricos. Quando comparamos estas situações com a abundância
de água na Bacia Amazônica, que corresponde às regiões Norte e Centro-Oeste, contrapondo-se a
problemas de escassez no Nordeste e conflitos de uso nas regiões Sul e Sudeste, a situação agrava-se
(Tabela 01).
Ao se considerar em lugar de disponibilidade absoluta de recursos hídricos renováveis, àquela relativa
à população deles dependentes, o Brasil deixa de ser o primeiro e passa ao vigésimo terceiro no mundo.
Mesmo considerando-se a disponibilidade relativa, existe ainda em nosso país o problema do acesso da
população à água tratada, por exemplo, podemos citar a cidade de Manaus, que está localizada na Bacia
Amazônica e grande parte das moradias não recebe água potável. No Brasil, cerca de 36% das moradias,
ou seja, aproximadamente 20 milhões de residências, não têm acesso a água de boa qualidade, segundo
dados do IBGE.
Com base nos dados acima é possível observar que a região Norte, que possui uma densidade de
apenas 4,12 habitantes para cada quilômetro quadrado, concentrando aproximadamente 70% de todos
os recursos hídricos disponíveis no Brasil. A maior parte desses recursos encontra-se nos rios da Bacia
do Amazonas e, principalmente, no Aquífero Alter do Chão, exclusivo dessa região e com um volume de
água superior ao Aquífero Guarani, que se distribui entre as demais áreas (exceto o Nordeste).
O Nordeste apresenta uma densidade de 34,15 pessoas para cada quilômetro quadrado, ao passo em
que detém apenas 3,3% de todos os recursos hídricos do país, o que seria mais do que suficiente se
houvesse políticas públicas de combate à seca nessa área. Entretanto, apenas a região do Polígono das
Secas é que eventualmente sofre com a falta d'água, e não a região nordestina como um todo.
A região Centro-Oeste apresenta um melhor equilíbrio. Sua densidade demográfica apresenta uma
média de 8,75 habitantes para cada quilômetro quadrado, e sua população total representa pouco mais
que 6% do total da população brasileira. A região possui cerca de 15,7% dos recursos hídricos do país,
relativamente bem distribuídos em seu interior, embora o Pantanal mato-grossense detenha a maior
parte.
Já o Sudeste conta com apenas 6% dos recursos hídricos do país e uma densidade demográfica
superior aos 86 habitantes para cada quilômetro quadrado, média que se acentua muito nas áreas das
grandes cidades, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital paulista é a que
mais vem sofrendo com a seca que se iniciou no ano de 2014, embora as raízes do problema de baixa
nos reservatórios sejam anteriores. Há, inclusive, uma disputa política muito forte entre Rio e São Paulo
envolvendo a transposição do Rio Paraíba do Sul.
Na região Sul, por sua vez, apresenta um desequilíbrio menor, porém não menos preocupante. Com
uma densidade demográfica de 48,58 habitantes por quilômetro quadrado e cerca de 15% da população
brasileira, os sulistas detêm cerca de 6,5% da água potável do país.
As águas subterrâneas no Brasil oferecem um potencial em boa parte ainda não explorado. Ao
contrário de outros países que possuem informações e bancos de dados do potencial subterrâneo de
água, no Brasil a matéria é tratada com meros palpites e avaliações grosseiras. Segundo a ABAS
(Associação Brasileira de Águas Subterrâneas), o Brasil tem o impressionante volume de 111 trilhões e
661 milhões de metros cúbicos de água em suas reservas subterrâneas, inclusive detendo o maior
aquífero do mundo, o aquífero Guarany. Muitas cidades já são abastecidas em grande parte por águas
de poços profundos, por exemplo, a cidade de Ribeirão Preto.20
A questão crucial do uso da água subterrânea reside no elevado custo de exploração além de exigir
tecnologia avançada para investigação hidro geológica. No caso específico da região Nordeste,
caracterizada por reduzidas precipitações, elevada evaporação e escassez de águas superficiais, as
reservas hídricas subterrâneas constituem uma alternativa para abastecimento e produção agrícola
irrigada. As disponibilidades hídricas subterrâneas da região indicam que os recursos subterrâneos,
dentro da margem de segurança adotada para a sua exploração, contribuem apenas como complemento
dos recursos hídricos superficiais para atendimento da demanda hídrica. Exceções podem ser dadas aos
estados de Maranhão e Piauí, cujas reservas atenderiam a demanda total e à Bahia com atendimento
quase total, caso a distribuição dos aquíferos fosse homogênea, pois estes não ocorrem em mais do que
40% da área do estado.
O setor agrícola é o maior consumidor de água. Ao nível mundial a agricultura consome cerca de 70%
de toda a água derivada das fontes (rios, lagos e aquíferos subterrâneos), e os outros 30% pelas
indústrias e uso doméstico. Sendo este o elemento essencial ao desenvolvimento agrícola, sem o controle
e a administração adequados e confiáveis não será possível uma agricultura sustentável. No Brasil 70%
da água consumida ocorre na agricultura irrigada, 20% é utilizada para uso doméstico e 10% pelo setor
industrial.
Apesar do grande consumo de água, a irrigação representa a maneira mais eficiente de aumento da
produção de alimentos. Estima-se que ao nível mundial, no ano de 2020, os índices de consumo de água
para a produção agrícola sejam mais elevados na América do Sul, África e Austrália. Pode-se prever um
maior incremento da produção agrícola no hemisfério sul, especialmente pela possibilidade de elevação
da intensidade de uso do solo, que sob irrigação, produz até três cultivos por ano.
20
http://www.ufrrj.br/
98
Doenças21
Cólera: causada pela bactéria Vibrio Cholerae, caracteriza-se por um caso grave de diarreia aquosa,
levando rapidamente à desidratação. Pode ser adquirida também por via fecal-oral, por meio de água ou
alimentos contaminados.
Diarreia Infecciosa: vários vírus, germes, parasitas e bactérias podem contaminar a água, na maioria
das vezes pela via fecal-oral, e causar quadros bem graves de diarreia.
Hepatite A: é uma infecção viral cuja transmissão se dá pela via fecal-oral, contaminando alimentos
através da falta de higiene ou do contato das fezes infectadas com a água, onde não há saneamento
básico. Alguns dos sintomas são: diarreia, náusea, perda de apetite, febre, dores pelo corpo e vômitos.
Uma semana após o contágio e o aparecimento dos sintomas, o paciente apresenta a icterícia, cujos
sintomas são pele e olhos amarelados.
Esquistossomose: conhecida também como doença do caramujo ou barriga d’água, a
esquistossomose é uma infecção transmitida pelo parasita Schistosoma, que vive em águas povoadas
pelo caramujo e contaminada por fezes.
Leptospirose: transmitida principalmente pelos ratos de esgoto, a leptospirose se dá por diversas
formas, sendo a principal, pelo contato direto da pele humana com a água contaminada pela urina dos
roedores. Febre alta, calafrios, dores pelo corpo, diarreia, náuseas e vômitos são alguns dos sintomas da
doença, além da vermelhidão acentuada dos olhos.
Questões
01- (CASAN - Técnico de Laboratório - INSTITUTO AOCP) Durante o tratamento de esgoto realizado
pela CASAN, ocorre um processo denominado decantação. Nessa etapa, o lodo é recolhido do fundo dos
tanques. O lodo se separa do meio líquido e se acumula no fundo do tanque porque possui:
(A) mais matéria orgânica do que a água.
(B) mais oxigênio dissolvido do que a água.
(C) menos gases dissolvidos do que a água.
(D) maior densidade do que a água.
(E) maior quantidade de sólidos dissolvidos.
02- (CASAN - Técnico de Laboratório - INSTITUTO AOCP) A CASAN, durante o tratamento da água,
adiciona cloro e flúor imediatamente após a etapa de:
(A) captação.
(B) floculação.
(C) decantação.
(D) filtração.
(E) bombeamento.
21
http://www.sampexdesentupidora.com.br/blog/doencas-causadas-por-agua-contaminada/
99
05- (IF/BA - Assistente de Laboratório – FUNRIO) Assinale a opção onde observamos o método
mais simples de esterilização da água para assim evitar a maior parte das contaminações com
microrganismos.
(A) Autoclavação.
(B) Fervura
(C) Tratamento com cloro a 2%.
(D) Tratamento da água com solução de formol a 10%.
(E) Irradiação da água com ultravioleta.
Gabarito
Comentário
01. Resposta D
A decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas. Baseado no
princípio da diferença de densidade entre as substâncias, logo a de maior densidade terá a tendência de
ficar no fundo do recipiente.
02. Resposta D
Após a filtração acontecem as etapas de cloração (desinfecção) e fluoretação, onde respectivamente
são adicionados cloro e flúor.
03. Resposta B
Como descrito no processo de tratamento da água, na decantação não há adição de nenhum composto
químico.
04. Resposta D
A fusão é a passagem do estado sólido para o liquido, ex.: gelo derretendo.
05. Resposta B
A “fervura” da água é um método fácil de se livrar da maioria dos microrganismos ali presentes, pois
grande parte deles não sobrevive a temperatura de aproximadamente 100°C.
SOLUÇÕES
É uma mistura homogênea constituída por duas ou mais substâncias numa só fase. As soluções são
formadas por um solvente (geralmente o componente em maior quantidade) e um ou mais solutos
(geralmente componente em menor quantidade).
Suas propriedades físicas e químicas podem não estar relacionadas com aquelas das substâncias
originais, diferentemente das propriedades de misturas heterogêneas que são combinações das
100
Solvente: substância presente em maior quantidade em uma solução, por meio da qual as partículas
do(s) soluto(s) são preferencialmente dispersas. É muito comum a utilização da água como solvente,
originando soluções aquosas.
Soluto: substância(s) presente(s) em menor quantidade em uma solução. Por exemplo, ao se preparar
uma xícara de café solúvel, temos como soluto o café e o açúcar e como solvente a água quente.
Exemplos:
- Ao misturarmos 1g de cloreto de sódio (NaCl) em 1 litro de H2O, teremos uma solução, na qual o
NaCl é o soluto e a água é o solvente.
- O álcool comercial comprado em supermercados trata-se de uma mistura homogênea entre álcool e
água, geralmente constituída de 92% de álcool e 8% de água. Nesse caso, o álcool é o solvente e a água
é o soluto.
As soluções podem ser formadas por qualquer combinação envolvendo os três estados físicos da
matéria: sólido, líquido e gasoso.
Exemplos de soluções no nosso dia a dia:
- álcool hidratado
- acetona
- água minera
- soro fisiológico
Coeficiente de Solubilidade
Ao adicionar sal a um copo com água, dependendo da quantidade colocada neste copo, o sal se
dissolverá ou não. O mesmo acontece quando colocamos muito açúcar no café preto. Nem todo o açúcar
se dissolverá no café. A quantidade que não se dissolver ficará depositada no fundo.
O Coeficiente de Solubilidade é a quantidade necessária de uma substância para saturar uma
quantidade padrão de solvente, em determinada temperatura e pressão. Assim, a solubilidade é definida
como a concentração de uma substância em solução, que está em equilíbrio com o soluto puro a uma
dada temperatura.
Exemplos:
AgNO3 – 330g/100mL de H2O a 25°C
NaCl – 357g/L de H2O a 0°C
AgCl – 0,00035g/100mL de H2O a 25°C
Veja que o AgCl é muito insolúvel. Quando o coeficiente de solubilidade é quase nulo, a substância é
insolúvel naquele solvente.
Quando dois líquidos não se misturam chamamos de líquidos imiscíveis (água e óleo, por exemplo).
Quando dois líquidos se misturam em qualquer proporção, ou seja, o coeficiente de solubilidade é infinito,
os líquidos são miscíveis (água e álcool, por exemplo).
101
Uma solução pode ser classificada a partir de várias de suas propriedades, sendo estas:
- Soluções Gasosas: são aquelas constituídas apenas por gases, sendo que toda mistura entre gases
apresenta uma única fase, sendo, portanto, uma solução. Por exemplo, o ar atmosférico é uma mistura
constituída por 78% de gás nitrogênio (N2), 21% gás oxigênio e 1% de outros gases.
- Soluções Moleculares: são aquelas formadas por moléculas dissolvidas. São também chamadas
de não eletrolíticas, pois não conduzem corrente elétrica. Por exemplo, ao repetirmos o procedimento
anterior, mas desta vez utilizando o açúcar (C12H22O11) ao invés do sal, perceberemos (de acordo com a
equação abaixo) que não há separação do soluto, portanto, trata-se de uma solução constituída por
moléculas dissolvidas, molecular.
- Solução Diluída: Pouco soluto dissolvido em relação ao solvente. Exemplo: Suco de uva
- Solução Insaturada: é aquela que tem uma concentração de soluto menor do que a de uma solução
saturada, podendo ainda dissolver soluto adicional até se tornar uma solução saturada. Exemplo: uma
solução formada por 1g de NaCl para 100g de água.
22
PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); CANTO, Eduardo Leite; Química na Abordagem do Cotidiano, Ed. Moderna, vol.1, São Paulo/SP- 1998.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
102
- Solução Supersaturada: é aquela que tem uma concentração de soluto maior do que a de uma
solução saturada. É uma solução instável, não havendo equilíbrio de solubilidade e seu soluto tende a
cristalizar-se. Esta situação é possível quando uma solução saturada sob certas condições é colocada
em condições diferentes de temperatura nas quais o soluto é menos solúvel, retendo assim mais soluto
do que reteria na temperatura original. Exemplo: uma solução constituída por mais de 37g de NaCl em
100g H2O.
Normalmente, os gases são pouco solúveis nos líquidos. Dois fatores alteram consideravelmente a
solubilidade:
- Temperatura: todo aumento de temperatura diminui a solubilidade do gás no líquido. Por exemplo,
para eliminar gases dissolvidos na água, é feito o aquecimento por um certo período de tempo. Sendo
assim, a diminuição da temperatura facilita a solubilidade de um gás num líquido.
- Pressão: quando não ocorre reação do gás com o líquido, a influência da pressão é estabelecida
pela lei de Henry: "Em temperatura constante, a solubilidade de um gás num líquido é diretamente
proporcional à pressão". Exemplo: os refrigerantes apresentam grande quantidade de CO2 dissolvido sob
pressão. Quando o refrigerante é aberto, a pressão diminui, fazendo com que o excesso de CO2 dissolvido
no refrigerante escape.
103
São diagramas que mostram a variação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em função
da temperatura. Analisando o gráfico, observamos que regiões abaixo da curva representam solução não
saturada, sobre a curva, região saturada e acima da curva, desde que as quantidades permaneçam
em solução, região supersaturada. O gráfico abaixo representa a solubilidade de várias substâncias em
função da temperatura.
A maioria das substâncias aumenta a solubilidade com o aumento da temperatura. Podemos dizer,
então, que se trata de uma dissolução endotérmica. Para uma substância como Ce2(SO4)3, a solubilidade
diminui com o aumento da temperatura; portanto, trata-se de uma dissolução exotérmica.
O gráfico do coeficiente de solubilidade em função da temperatura é utilizado principalmente para
informar a solubilidade de uma ou várias substâncias em função da temperatura.
Exemplo:
Interpretando o gráfico:
- na temperatura de 50°C, a quantidade máxima de KNO3 que se dissolve em 100g de água são 80g.
A solução em questão é saturada;
- para obtermos uma solução saturada KNO3 a 40°C, basta dissolver 60g de KNO3 em 100g de água;
- se resfriarmos uma solução saturada de 50°C para 40°C, teremos um corpo de fundo igual a 20g de
KNO3;
- 200g de água a 40°C dissolvem no máximo 120g de KNO3.
Dispersões
São sistemas em que o soluto sólido está espalhado uniformemente em toda a mistura. Uma dispersão
é formada por pelo menos um disperso (soluto) e um dispergente (solvente).
A classificação das dispersões é feita de acordo com o tamanho das partículas (dimensões) das
partículas dispersas (soluto). Observe o resumo abaixo:
104
Dispersões Coloidais
As dispersões são misturas em que as partículas dispersas têm um diâmetro compreendido entre 1
nanômetro e 1 micrometro, partículas estas que podem ser átomos, íons ou moléculas. Nesse sistema,
as partículas dispersas são significativamente menores do que aquelas que podem ser percebidas a olho
nu, porém, bem maiores do que as moléculas individuais. Tais partículas recebem o nome de partículas
coloidais.
Devido ao seu tamanho, as partículas coloidais são capazes de perpassar por um filtro, mas não por
uma membrana semipermeável. Elas são grandes o bastante para refletir e dispersar a luz, dispersão
esta conhecida como Efeito Tyndall.
Tipos de Dispersões
- Sol: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o líquido e o disperso é o sólido (um pouco de
amido de milho com água).
- Gel: é uma dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o disperso é o líquido (gelatina pronta
e geleia).
- Emulsão: é uma dispersão coloidal no qual o dispersante é o líquido e o disperso é o líquido (cremes
hidratantes a base de óleo e água – onde para facilitar a interação, são usados emulsificantes (que
funcionam como um "sabão" unindo água e óleo).
- Espuma líquida: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o líquido e o disperso é gasoso,
como por exemplo espuma de sabão e creme chantilly.
- Espuma sólida: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o sólido e o disperso é gasoso, como
a pedra-pomes (usadas nos salões de beleza).
- Aerossol sólido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é gasoso e o disperso é sólido
(fumaça).
- Aerossol líquido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é o gasoso e o disperso é o líquido
(neblina).
- Sol sólido: é a dispersão coloidal na qual o dispersante é sólido e o disperso é sólido (o rubi e a
safira).
Suspensões ou Agregados
É um caso de disperso onde as partículas apresentam diâmetro superior a 10nm. Neste caso as
partículas já podem ser vistas a olho nu ou em microscópio óptico. Exemplos:
- H2O mais areia é uma suspensão.
- Terra suspensa em água.
- Alguns antibióticos são exemplos de suspensões.
- O granito é um material heterogêneo, sendo visível a existência de partículas disseminadas na rocha.
Concentração de Soluções
É o termo que utilizamos para fazer a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de solvente
em uma solução. As concentrações podem ser:
- Concentração Comum
- Molaridade
- Título
- Fração Molar
- Normalidade
Concentração Comum (C): é a relação entre a massa do soluto em gramas e o volume da solução
em litros.
Onde:
C = concentração comum (g/L)
105
Exemplo: Qual a concentração comum em g/L de uma solução de 3L com 60g de NaCl?
ATENÇÃO:
Concentração comum é diferente de densidade, apesar da fórmula ser parecida. Veja a diferença:
A densidade é sempre da solução, então:
Onde,
- msolução = msoluto + msolvente
- V = volume da solução
Exemplo: Se uma solução apresenta d = 1,2g/mL, isso significa que em cada mililitro da solução existe
uma massa total de 1,2 g.
Importante: A relação massa da solução/volume da solução poderá ser expressa em: g/L; g/mL; g/cm³
e etc.
Onde:
M = molaridade (mol/L)
n1= número de mols do soluto (mol)
V = volume da solução (L)
O cálculo da molaridade é feito através da fórmula acima ou por regra de três. Outra fórmula que
utilizamos é para achar o número de mols de um soluto:
Onde:
n = número de mols (mol)
m1 = massa do soluto (g)
MM = massa molar (g/mol)
106
Onde:
M = molaridade (mol/L)
m1 = massa do soluto (g)
MM1= massa molar do soluto (g/mol)
V = volume da solução (L)
Título em porcentagem de uma solução é a relação entre as massas de soluto e da solução dada em
porcentagem:
Título em volume de uma solução é a relação entre o volume de soluto e da solução, pode ser dada
em porcentagem:
→ Título em volume.
V1 → volume do soluto.
107
Fração Molar
É a relação entre o número de mols do soluto (ou do solvente) pelo número de mols da solução:
Exemplo: Adicionando-se 52,0g de sacarose, C12H22O11 a 48,0g de água para formar uma solução,
calcule para a fração molar da sacarose nesta solução:
C = d. = M. M1
M1 → massa molar do soluto.
Exemplo:
No rótulo de um frasco de HCl há a seguinte informação:
Título: percentual em massa = 36,5%
Densidade = 1,18g/mL
108
Normalidade
Exemplo: Determinar a normalidade da solução que contém 98g de H2SO4 dissolvidos em 1 litro da
solução.
Massa Molar do H2SO4 = 98g/mol
Equivalente-grama do H2SO4 = 49g/eq. g
Diluição
Consiste em adicionar mais solvente puro a uma determinada solução. A massa de uma solução após
ser diluída permanece a mesma, não é alterada, porém a sua concentração e o volume se alteram.
Enquanto o volume aumenta, a concentração diminui. Quando adiciona-se água numa solução. Usamos
a seguinte fórmula:
M1.V1 = M2.V2
Dica: no lado esquerdo da fórmula, colocamos os dados da solução inicial, mais concentrada e no lado
direito colocamos a solução que foi adicionada água, a mais diluída.
Exemplo: A concentração inicial possui concentração maior (196g/L) do que a solução de que o
químico precisa (98g/L). Dessa forma, ele precisa pegar um determinado volume da solução inicial e diluir
até atingir a concentração desejada. Mas que volume seria esse?
Para descobrir basta usar a expressão:
Ci . Vi = Cf . Vf.
Vi = 196 g
196 g/L
Vi = 1 L
Portanto, é preciso pegar 1L da solução inicial e diluí-lo até completar dois litros, obtendo-se, dessa
forma, uma solução a 98g/L.
109
Exemplo: Juntando-se 300mL de HCl 0,4mol/L com 200mL de NaOH 0,6mol/L, pergunta-se quais
serão as molaridades da solução final com respeito:
a) ao ácido:
b) à base:
c) ao sal formado:
Se forma 0,12mol de ácido e também de base e a proporção estequiométrica é 1:1, então a molaridade
final de ácido e de base é zero porque reagiu todo o soluto.
Questões
01. Uma solução foi preparada dissolvendo-se 4,0g de cloreto de sódio (NaCl) em 2,0 litros de água.
Considerando que o volume da solução permaneceu 2,0L, qual é a concentração da solução final?
(A) 2g/L
(B) 4g/L
(C) 6 g/L
(D) 8 g/L
(E) 10 g/L
02. (UFMS) Um único cristal de um sólido é adicionado a um béquer contendo uma solução daquele
mesmo sólido. Considerando as situações abaixo, é correto afirmar que:
110
03. (U. Alfenas/MG) Adicionou-se 1,360 g de sulfato de cálcio a 200 mL de água, obtendo-se uma
solução X. O sólido não dissolvido foi separado por filtração e, depois de seco, pesado. Quantos gramas
de sulfato de cálcio são recuperados depois da filtração?
(A) 1,224 g
(B) 1,360 g
(C) 5,10 g
(D) 0,136 g
(E) 1,088 g
Massa molar (g/mol): CaSO4 = 136; solubilidade do CaSO4 = 5.10–3 mol/L de água
Gabarito
Comentários
01. Resposta A.
C = m1 →C = 4,0 g →C = 2,0 g/L
V 2,0 L
02. Resposta
01 + 04 + 08 = 13
03. Resposta A.
Inicialmente calcula-se a massa de CaSO4 dissolvida em 1 L = 1000 mL de água:
136 g ------------- 1 mol
m ------------------ 5.10-3 mol
m = 0,68 g de CaSO4 em 1000 mL de água
Como foram adicionados 1,360 g de CaSO4 e só dissolveram-se 0,136 g desse sal, então o sólido não
dissolvido é:
M = 1,360 - 0,136
M = 1,224 g de CaSO4
111
Antes da teoria de Arrhenius, os ácidos eram conceituados por uma série de propriedades comuns,
como: apresentar sabor azedo, tornar róseo o papel de tornassol azul, produzir efervescência liberando
gás carbônico, quando adicionados a mármores e a outros carbonatos.
Entretanto, depois de Arrhenius, pôde-se entender que essas propriedades comuns são consequência
do fato de todos os ácidos apresentarem o mesmo íon positivo, H+. Porém, antes de se dissolverem em
água os ácidos são compostos moleculares, porque para que ocorra a liberação de íons H+, eles precisam
estar em meio aquoso.
Exemplo: HCl, HNO3 e H2SO4 puros (na ausência de água) não formam íons. A ionização ocorre
quando são dissolvidos em água. Assim, verifica-se que todos os ácidos conduzem corrente elétrica.
Resumindo: Ácido é toda substância que, em solução aquosa, libera como íons positivos somente
H+.
Exemplos:
HF = ácido fluorídrico
HBr = ácido bromídrico
H2S = ácido sulfídrico
HCl = ácido clorídrico
HI = ácido iodídrico
HCN = ácido cianídrico
112
Alguns ácidos de um mesmo elemento têm os prefixos de seus nomes atribuídos em função de seu
grau de hidratação (quantidade de H2O):
- Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis: é aquele que está ligado a um átomo da molécula
com eletronegatividade significativamente maior que a sua, formando, assim, um polo positivo e um
negativo dentro da molécula.
Ao serem adicionados na água, sofrerão força eletrostática pelos respectivos polos negativos e
positivos da água, sendo, então, separados por ela. Com isso, há a formação de cátions H+, ou seja,
houve a ionização de hidrogênios.
Exemplos:
- Monoácido: apresenta apenas um hidrogênio ionizável;
- Diácido: apresenta dois hidrogênios ionizáveis;
- Triácido: apresenta três hidrogênios ionizáveis;
- Tetrácido: apresenta quatro hidrogênios ionizáveis.
Importante: Nos hidrácidos todos os hidrogênios são ionizáveis, já nos oxiácidos, apenas aqueles que
estão ligados a átomos de oxigênio é que serão ionizáveis, por exemplo:
-Hidrácidos:
113
Assim, em soluções aquosas, os ácidos podem liberar um ou mais íons H+ para cada molécula de
ácido ionizado, e cada íon H+ liberado corresponde a uma etapa de ionização.
- Grau de ionização: O Grau de ionização de um ácido (α) consiste na relação entre o número de
moléculas ionizadas e o número total de moléculas dissolvidas. Para realizar o cálculo dessa relação,
usamos a seguinte equação:
Exemplo:
De cada 100 moléculas de HCl dissolvidas, 92 moléculas sofrem ionização:
92
α=
100
O sabor azedo é uma das características mais comuns nos ácidos e assim juntos as substâncias
azedas, estimulam a salivação.
Vamos abordar agora outras propriedades apresentadas por eles e o que nos permitem identificá-los:
114
Antes da teoria de Arrhenius, as bases eram determinadas por uma série de propriedades comuns,
como:
-Sabor adstringente, isto é, “se amarras na boca”23;
-Tornar a pele lisa e escorregadia;
-Tornar azul o papel de tornassol róseo;
-Conduzir corrente elétrica.
Após as contribuições de Arrhenius, foi possível entender que essas propriedades comuns se devem
ao íon negativo OH- (hidroxila ou hidróxido), presente em todas as bases.
Os hidróxidos metálicos são compostos iônicos, e por isso, quando se dissolvem em água, há
dissociação iônica. Na época de Arrhenius acreditava-se que esses hidróxidos eram formados por
moléculas e que a água separava-se em íons. Por ser iônica, essa dissociação pode ser esquematizada
como:
Resumindo: Segundo Arrhenius, base é toda substância que, em solução aquosa, sofre dissociação,
liberando como único tipo de ânion o OH–.
Exemplos:
-NaOH
Cátion: Na+ (sódio)
Ânion: OH- (hidróxido)
Nomenclatura: Hidróxido de sódio
-Ca (OH)2
Cátion: Ca2+ (cálcio)
Ânion: OH- (hidróxido)
Nomenclatura: Hidróxido de cálcio
-Al (OH)3
Cátion: Al3+ (alumínio)
Ânion: OH- (hidróxido)
Nomenclatura: Hidróxido de alumínio
Importante: Quando um mesmo elemento forma cátions com diferentes eletrovalências (cargas),
acrescenta-se ao final do nome, em algarismos romanos, o número da carga do íon. Outra maneira de
dar nome é acrescentar o sufixo -OSO ao íon de menor carga, e -ICO ao íon de maior carga.
Ou
23
Como por exemplo a sensação de comer uma banana verde.
116
-Ferro:
Fe2+ Fe(OH)2 = Hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso.
Fe3+: Fe(OH)3 = Hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico.
-Cobre:
Cu (OH): Hidróxido de cobre (I)
Cu (OH)2: Hidróxido de cobre (II)
Assim, se misturarmos um ácido e uma base, os íons H+ e OH– interagem, produzindo água (H2O).
Essa reação é denominada neutralização. O cátion da base e o ânion do ácido darão origem a um sal,
num processo chamado salificação.
117
Assim, não existe uma substância hidróxido de amônio, mas sim soluções aquosas de amônia
interagindo com a água, originando os íons amônio (NH4+) e hidróxido (OH-).
O hidróxido de amônio é conhecido comercialmente por amoníaco, sendo muito utilizado na produção
de ácido nítrico para a produção de fertilizantes e explosivos.
Ele também é usado em limpeza doméstica, na produção de compostos orgânicos e como gás de
refrigeração.
Foi proposta de forma independente por G. Lewis, por T. Lowry e por J. Brønsted. Mas foi Brønsted
um dos que mais contribuiu para o seu desenvolvimento.
Essa teoria é chamada de teoria protônica porque se baseia na transferência de prótons, iguais ao íon
H+, o núcleo do hidrogênio, mas que ao ser chamado de próton, ajuda a diferenciar da teoria de Arrhenius.
Além disso, nessa teoria não há necessidade da presença de água.
Segundo esses cientistas:
“Ácido é toda espécie química, íon ou molécula capaz de doar um próton, enquanto a base é capaz de
receber um próton”
Observe que a amônia (NH3) é base porque ela recebe um próton (H+) do ácido clorídrico (HCℓ).
118
Indicadores Ácido-Base
Existe uma escala da medida da acidez e basicidade das substâncias, denominada escala de pH, que
é numerada do 0 ao 14. Quanto menor o valor do pH, mais ácida é a substância. Quando maior for o pH,
mais básica é a substância. O valor 7, exatamente na metade da escala, indica as substâncias neutras
ou seja, nem ácidas nem básicas.
Algumas substâncias naturais ou sintéticas que adquirem coloração diferente em solução ácida e em
solução básica. São os indicadores ácido-base, utilizados para reconhecer o caráter de uma solução.
Como exemplo de indicadores sintéticos, temos:
Fenolftaleína: é um indicador líquido que fica incolor em meio ácido e rosa escuro em meio básico:
Papel de tornassol: Fica com cor azul na presença de bases e adquire cor vermelha na presença de
ácidos.
Alaranjado de metila: O alaranjado de metila fica vermelho em contato com ácido, amarelo-laranja
em base e quando neutro.
119
Alguns indicadores naturais também podem ser utilizados, como o repolho roxo e a flor hortência e o
hibisco.
Repolho roxo: O repolho roxo, meio aquoso, fica vermelho em contato com ácido, verde em contato
com base e vermelho quando neutro.
Flor Hortência: Uma hortênsia azul com o tempo pode se tornar rosa e vice-versa. Isso ocorre em
razão do pH do solo. Em solo ácido a hortênsia produz flores azuis, já em solos básicos, suas flores são
cor-de-rosa. A intensidade dessas cores depende do teor de acidez ou alcalinidade do solo; quanto mais
ácido, mais azul-escuro ficará; e quanto mais básico, mais claro será.
Quando esse indicador genérico entra em contato com um meio ácido, segundo o Princípio de Le
Chatelier, o equilíbrio é deslocado no sentido de formação do ácido fraco, ficando com a cor A. Por outro
lado, se o indicador entrar em contato com um meio básico, os íons OH- da solução básica irão reagir
com os íons H3O+ do indicador. Desse modo, o equilíbrio será deslocado no sentido de repor os íons
120
Sais
Sal é um composto resultante da reação de neutralização mutua entre um ácido e uma base. Assim,
o cátion da base e o ânion do ácido formam o sal.
Conceito teórico segundo Arrhenius: É todo o composto iônico que possui, pelo menos, um cátion
diferente do H+ e um ânion diferente do OH-.
Formulação de um Sal
Os sais são substâncias neutras formadas a partir da ligação entre o ânion de um ácido e o cátion de
uma base. Assim, para que ocorra a igualdade de cargas positivas e negativas, basta inverter as cargas
dos íons pelos seus índices no sal. O índice é, na fórmula unitária, o número que vem subscrito (no canto
inferior direito) do elemento ou do grupo de elementos, conforme mostrado na fórmula a seguir:
Observe que o valor da carga do cátion torna-se o índice do ânion, enquanto a carga do ânion torna-
se o índice do cátion. Observe também que é somente o valor da carga que é invertido, os sinais negativos
e positivos não vão para o índice.
Exemplos:
-Nitrato de potássio: K+ + NO3-: KNO3 (Observe que tanto o índice quanto a carga são iguais a “1”, logo,
não precisam ser escritos);
-Perclorato de potássio:K1+ + ClO41-: KClO4;
-Sulfato de cálcio: Ca2+ + SO42-: CaSO4 (veja que, quando as cargas são iguais, podemos simplificar
os índices. É por isso que a fórmula não é escrita assim: Ca2(SO4)2.
-Dicromato de alumínio: Al3+ + Cr2O72-: Al2(Cr2O7)3;
-Fosfato de bário: Ba2+ + PO43-: Ba3(PO4)2;
-Nitrito de ferro III: Fe3+ + NO2-: Fe(NO2)3.
Também é possível obter a fórmula de um sal sabendo seu nome. Para se determinar a fórmula do sal
desse modo, segue-se os seguintes passos:
Fe3+ SO42-
4º Passo: inverter as cargas dos íons para que a soma das cargas se anule.
121
Quando misturamos um ácido e uma base, ocorrem as reações de neutralização. Elas ocorrem de
modo que o pH do meio é neutralizado e se produz água e um sal. Nessa reação o ácido libera cátions
H+ que se juntam aos ânions OH- liberados pela base e, assim, formam-se as moléculas de água. O sal
é então formado pela união do ânion do ácido com o cátion da base.
Assim, temos:
HA + BOH → H2O + BA
Ácido Base Água Sal
Neutralização Total
Ocorre quando a quantidade de cátions H+ provenientes do ácido é igual à quantidade de ânions OH-
provenientes da base. Nesse tipo de reação são sempre formados sais neutros. Dessa forma, a reação
ocorre entre ácidos e bases em que ambos são fracos ou, então, ambos são fortes.
Exemplos:
Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada molécula da base produziu também
apenas 1 íon OH-.
Cada molécula do ácido produziu 2 íons H+ e cada molécula da base produziu também apenas 2 íons
OH-.
Observe que cada molécula do ácido produziu 1 íon H+ e cada molécula da base produziu também
apenas 1 íon OH-.24
Neutralização Parcial
Ocorre quando a quantidade de cátions H+ do ácido não é a mesma quantidade de ânions OH- da
base. Assim, a neutralização não ocorre por completo e, dependendo de quais íons estão em maior
quantidade no meio, o sal formado pode ser básico ou ácido.
Exemplos:
No exemplo acima, o ácido libera apenas um cátion H+ e a base libera dois ânions OH-. Assim, os
ânions OH- não são neutralizados totalmente e é formado um sal básico, que também é chamado de
hidróxissal.
24
http://manualdaquimica.uol.com.br/
122
Exemplos:
Uma outra forma de dar nomes aos sais é consultando as tabelas de cátions e ânions. Nas tabelas a
seguir, apresentamos alguns deles:
Ânions
Acetato: H3CCOO- Bicarbonato: HCO3- Bissulfato: HSO4-
- 2-
Brometo: Br Carbonato: CO3 Cianeto: CN-
Cloreto: Cl- Floreto: F- Fosfato: PO43-
- -
Hipocloreto: ClO Iodeto: I Nitratp: NO3-
Nitrito: NO2- Permanganato: MnO4 Pirofosfato: P2O74-
-
-4
Sulfato: SO2 Sulfeto: S2- Sulfito: S2-
Cátions
+1 Li+, Na+, K+, Ag+, NH4+, Cu+
+2 Mg2+, Ca2+, Ba2+, Zn2+, Cu2+, Fe2+
+3 Al3+, Fe3+
123
Exemplos:
NaCl: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte); ânion → Cl- (vem do ácido
clorídrico, HCl, um ácido forte).
Na2SO4: cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte); ânion → SO 42- (vem do
ácido sulfúrico, H2SO4, um ácido forte).
NH4CN: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → CO3-2 (vem
do ácido cianídrico, HCN, um ácido fraco).
Esses sais são considerados neutros porque, quando eles são adicionados à água, o pH do meio não
sofre nenhuma alteração. Além disso, eles não liberam em solução aquosa cátion H+, que indica acidez,
e nem ânion OH-, que indica basicidade.
Exemplos:
NH4Cl(s): cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → Cl- (vem do
ácido clorídrico, HCl, um ácido forte).
Al2(SO4)3: cátion → Al3+ (vem do hidróxido de alumínio, Al(OH)3, uma base fraca); ânion → SO42- (vem
do ácido sulfúrico, H2SO4, um ácido forte).
NH4NO3: cátion → NH42+ (vem do hidróxido de amônio, NH4OH, uma base fraca); ânion → NO3- (vem
do ácido nítrico, HNO3, um ácido forte).
Exemplo:
NaOOCCH3:
Cátion → Na+ (vem do hidróxido de sódio, NaOH, uma base forte);
Ânion → CH3COO– (vem do ácido etanoico, CH3COOH, H2CO3, um ácido fraco).
No exemplo acima, o ânion acetato (CH3COO–) hidrolisa-se em meio aquoso e forma o ácido acético
e íons hidroxila (OH–), o que torna a solução básica.
124
Para determinar a solubilidade dos sais em água, basta conhecer o ânion presente no sal. Veja as
regras que se dirigem aos tipos de ânions:
-Nitrato (NO3-) e Nitrito (NO2-): todo sal que apresenta esses ânions são solúveis;
-Carbonato (CO3-2), Fosfato (PO4-3) e Sulfeto (S-2): solúvel apenas com elementos da família IA e
com o NH4+;
-Halogenetos (F-, Cl-, Br-, I-): com os cátions Ag+ Cu+, Hg2+2 e Pb+2 são insolúveis;
-Acetato (H3C2O2-): com os cátions Ag+ e Hg2+2 são insolúveis;
-Sulfato (SO4-2): com os cátions Ag+, metais alcalino terrosos (IIA, com exceção do magnésio), Hg2+2
e Pb+2 são insolúveis;
-Qualquer outro ânion: solúvel apenas com elementos da família IA e com o NH4-.
Ele também é muito usado como fermento de bolos, pães e biscoitos, pois sua decomposição libera o
CO2 que faz a massa crescer. Além disso, é usado em extintores de incêndios, em cremes dentais para
clareamento dos dentes, em balas e gomas de mascar que “explodem” na boca e em talcos e
desodorantes.
Outras aplicações desse sal são: na produção de corantes, no tratamento de piscinas, na produção de
sabão e detergentes, de papel e celulose, nas indústrias têxteis e siderúrgicas.
Óxidos
Os óxidos são substâncias presentes no nosso dia-a-dia. Um bom exemplo de óxido é o gás carbônico,
expelido na respiração, e é também o principal responsável pelo efeito estufa.
Definição: Óxido é todo composto binário que contém oxigênio e no qual ele é o elemento mais
eletronegativo.
Exemplos:
Cl2O, SO2, CO2, NO, P2O, K2O, CaO, Fe2O3
O único elemento mais eletronegativo que o oxigênio é o flúor; por isso o OF2, não é um óxido, mas
sim, um fluoreto de oxigênio
Nomenclatura
Regra geral:
Os prefixos mono, di, tri, etc. Indicam os valores de x e y na fórmula do óxido. O prefixo mono diante
do nome E é comumente omitido.
2) Para óxidos do tipo: EXOY, onde o elemento E é um metal com a carga fixa.
Metais com carga fixa:
- Metais alcalinos (1A) e Ag = +1
- Metais alcalinos terrosos (2A) e Zn = +2
- Alumínio = +3
Exemplo:
Na2O → óxido de sódio
Al2O3 → óxido de alumínio
126
3) Para óxidos do tipo: EXOY, onde o elemento E é um metal com a carga variável.
Ou
Exemplos:
Au2O3 → óxido de ouro-III ou áurico
Cu2O → óxido de cobre-I ou cuproso
PbO2 → óxido de chumbo-IV ou plúmbico
Óxidos Básicos
São óxidos com caráter básico. São iônicos e o ânion é O2-. As reações dos óxidos básicos com água
e ácidos podem ser esquematizados da seguinte maneira:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Óxidos Ácidos
Apresentam caráter covalente e geralmente são formados por ametais. Estes óxidos também
chamados de anidridos e reagem com a água formando um ácido ou reagem com uma base e dando
origem a água e sal.
127
Exemplo 2:
Óxidos Neutros
São óxidos que não reagem com água, base ou ácido.
São basicamente três óxidos: CO, NO, N2O.
Óxidos Anfóteros
São óxidos que podem se comportar tanto como óxido básico quanto como óxido ácido.
Exemplos:
ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e PbO2.
ZnO + 2 HCl → ZnCl2 + H2O
ZnO + 2 NaOH → Na2ZnO2 + H2O
Peróxidos
Os peróxidos apresentam em sua estrutura o grupo (O2)2–.
Os peróxidos mais comuns são formados por hidrogênio, metais alcalinos e metais alcalino-terrosos.
Exemplo:
-Peróxido de hidrogênio: H2O2
É líquido e molecular. Quando dissolvido em água, origina uma solução conhecida como água
oxigenada, muito comum em nosso cotidiano.
128
A cal virgem é obtida pelo aquecimento do CaCO3, que é encontrado na natureza como constituinte
do mármore, do calcário e da calcita:
Onde o solo é ácido, a cal viva é empregada para diminuir sua acidez.
Hidretos25
Hidretos Iônicos
Os hidretos iônicos são formados pelo hidrogênio ligado a metais alcalinos e alcalinos terrosos
(famílias 1A e 2A da tabela periódica, respectivamente). São compostos sólidos, cristalinos, de altos
pontos de fusão, elevadas entalpias de formação, reagem com água produzindo bases, insolúveis em
solventes orgânicos, são agentes redutores fortes, principalmente em altas temperaturas.
Exemplos:
-Hidreto de sódio (NaH): muito utilizado como agente redutor em sínteses orgânicas e inorgânicas.
-Hidreto de cálcio (CaH2): reage fortemente com água liberando o gás hidrogênio. Amplamente usado
como dessecante para alguns tipos de solventes.
Hidretos Covalentes
Os hidretos covalentes (ou moleculares) são constituídos pela junção do hidrogênio aos elementos
dos grupos 3A (13), 4A (14), 5A (15), 6A (16) e 7A (17) e o berílio (Be). Suas moléculas são covalentes,
unidas entre si por ligações do tipo Van Der Waals, voláteis e de baixos pontos de fusão e ebulição.
Exemplos:
-Hidreto de berílio (BeH2): substância muito empregada com combustível de foguetes, pode ser obtido
a partir da pirólise (reação de decomposição que ocorre a altíssimas temperaturas).
-Hidreto de fósforo (PH3): também conhecidos como fosfina, fosfano ou fosfamina. Gás inflamável que,
geralmente, apresenta odor desagradável de peixe podre. Frequentemente aplicado à produção de
pastas, pastilhas, placas, comprimidos e produtos agrícolas.
-Hidreto de enxofre (H2S): gás corrosivo, de odor característico (semelhante ao de ovos podres),
utilizado, principalmente pela indústria petroquímica.
Hidretos Metálicos
O hidrogênio combinado com elementos do bloco d e f da tabela periódica, lantanídeos e actinídeos
forma hidretos. As propriedades físicas e químicas desses compostos são, comumente, próximas às dos
25
http://www.infoescola.com/
129
Exemplo:
-Hidreto de antimônio (SbH3): gás altamente instável e tóxico, usado para endurecer ligas metálicas.
Nomenclatura
A nomenclatura oficial dos hidretos é dada acrescendo o nome do cátion da fórmula ao termo hidreto.
Exemplo:
NaH – hidreto de sódio
Existem alguns hidretos constituídos por não-metais que, em água, formam soluções bastante ácidas
e, devido a isso, recebem outros nomes, como é o caso do ácido clorídrico (HCl). Outros, ainda, são
conhecidos por nomes não metódicos, como, por exemplo, a água (hidreto de oxigênio), boranos (hidretos
de boro) e silanos (hidretos de silício).
Questões
01. (UFPB) Os ácidos são substâncias químicas sempre presentes no cotidiano do homem. Por
exemplo, durante a amamentação, era comum usar-se água boricada (solução aquosa que contém ácido
bórico) para fazer a assepsia do seio da mãe; para limpezas mais fortes da casa, emprega-se ácido
muriático (solução aquosa de ácido clorídrico); nos refrigerantes, encontra-se o ácido carbônico; e, no
ovo podre, o mau cheiro é devido à presença do ácido sulfídrico.
Esses ácidos podem ser representados, respectivamente, pelas seguintes fórmulas moleculares:
(A) H3BO3, HCl, H2CO2 e H2SO4
(B) H2BO3, HCl, H2CO3 e H2S
(C) H3BO3, HClO3, H2SO3 e H2CO2
(D) H2BO3, HClO4, H2S e H2CO3
(E) H3BO3, HCl, H2CO3 e H2S
02. (Mack/SP) Certo informe publicitário alerta para o fato de que, se o indivíduo tem azia ou pirose
com grande frequência, deve procurar um médico, pois pode estar ocorrendo refluxo gastroesofágico, isto
é, o retorno do conteúdo ácido do estômago. A fórmula e o nome do ácido que, nesse caso, provoca
queimação no estômago, a rouquidão e mesmo dor toráxica são:
(A) HCl e ácido clórico.
(B) HClO2 e ácido cloroso.
(C) HClO3 e ácido clórico.
(D) HClO3 e ácido clorídrico.
(E) HCl e ácido clorídrico
03. Dentre os óxidos abaixo, qual deles reage com ácido formando sal e água, ou seja, que pode ser
classificado como óxido básico?
(A) N2O
(B) CaO
(C) CO2
(D) SO2
(E) N2O5
04. (UFLA) Assinale a alternativa que represente a fórmula do hidreto de um metal alcalinoterroso (M):
(A) M2H
(B) MH3
(C) MH
(D) M2H2
(E) MH2
(A) I e IV.
(B) I, III e V.
(C) I, II e V.
(D) II e III
(E) IV e V
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
H3BO3: ácido bórico;
HCl: ácido clorídrico;
H2CO3: ácido carbônico;
H2S: ácido sulfídrico.
02. Resposta: E
03. Resposta: B
Veja como esse óxido reage com ácido formando sal e água: CaO + 2HCl → CaCl2 + H2O (devem ser
óxidos de metais alcalinos e alcalinos terrosos).
04. Resposta: E
Nos hidretos, o hidrogênio, que caracteriza o grupo, que apresenta apenas um eletron, é o elemento
mais eletronegativo e, por isso, apresenta um nox igual a -1. Um metal alcalinoterroso sempre forma o
cátion +2 (M+2) pelo fato de ser um metal e ter dois elétrons na camada de valência. Para montar a
fórmula, o metal sempre é escrito antes do outro elemento e as cargas devem ser cruzadas, ou seja, a
carga do H será a quantidade do metal e a carga do metal será a quantidade do H. Assim: MH2.
05. Resposta: D
Os itens incorretos são o II e III. O II está incorreto porque os hidretos iônicos apresentam uma elevada
reatividade. O item III está incorreto porque nos hidretos o Hidrogênio é o elemento mais eletronegativo,
e não o mais eletropositivo.
TERMOQUÍMICA
A termoquímica é uma parte da termodinâmica que estuda as trocas de calor desenvolvidas durante
uma reação química entre o sistema e o meio ambiente, além do possível aproveitamento desse calor na
realização de trabalho.
Vamos agora definir alguns conceitos importantes na termoquímica:
Caloria: Uma caloria é a quantidade de calor necessária para aquecer um grama de água de 14,5°C
a 15,5°C. Seu múltiplo é a quilocaloria, (kcal)
Calor: é a energia que se transfere entre dois corpos com diferentes temperaturas.
131
Calor de reação: representa à variação de entalpia (calor absorvido) observada em uma reação, e
sua classificação depende do tipo de reação decorrente. Esse calor de reação recebe, conforme a reação,
as seguintes denominações: calor de formação, calor de combustão, calor de neutralização etc.
Interpretação: para formar um mol de água líquida, a partir de substâncias simples, H2(g) e O2(g), no
estado padrão (25 °C, e 1 atm, estado físico e alotrópico mais estável) há a liberação de 68,4 kcal. Os
valores das entalpias de formação são muito importantes, pois representam a própria entalpia de 1 mol
da substância que está sendo formada, já que, nas reações de formação, Hi é sempre zero.
Calor de Combustão: A reação entre uma substância e o oxigênio chama-se reação de combustão.
A energia liberada na combustão completa de 1 mol de uma substância no estado padrão é chamada de
entalpia de combustão. É a variação de entalpia (ΔH) na combustão de 1 mol de uma substância a 25°C
e 1 atm.
Exemplo:
Entalpia (ΔH)
Entalpia é o conteúdo de calor de um sistema, à pressão constante. Não é possível fazer a medida
absoluta da entalpia de um sistema, mas podemos medir (com calorímetros), a variação de entalpia, ΔH,
que ocorre numa reação. Esta variação é entendida como a diferença entre a entalpia final (dos produtos
da reação) e a entalpia inicial (dos reagentes da reação), conforme observado abaixo:
H1 → H2
∆H = H2 – H1
Ou
∆H = HP – HR
Tipos de Entalpia
a) Entalpia de Formação
É a quantidade de energia absorvida ou liberada quando um mol de substâncias simples reage e o
produto final é uma única substância composta.
Exemplo:
H2 + 1/2 O2 → H2O
b) Entalpia de combustão
É quantidade de energia envolvida na queima de 1 mol de uma determinada substância na presença
de gás oxigênio. Nesse caso, todas as substâncias envolvidas estão no estado padrão.
Exemplo:
132
d) Entalpia de decomposição
É a quantidade de energia absorvida ou liberada quando um mol de uma substância composta
decompõe-se e o produto final são várias substâncias simples.
Tipos de Reações
Vamos estudar as trocas de energia, na forma de calor, envolvidas nas reações químicas e nas
mudanças de estado físico das substâncias. Esse estudo é denominado termoquímica. São dois os
processos em que há troca de energia na forma de calor: o reações exotérmicas e o endotérmicas.
Reações Exotérmicas
É aquele que ocorre com liberação de calor ambiente e sua entalpia diminui. Essas reações possuem
um balanço negativo de energia quando se compara a entalpia total dos reagentes com a dos produtos.
Assim, a variação na entalpia final é negativa (produtos menos energéticos do que os reagentes) e indica
que houve mais liberação de energia, na forma de calor, para o meio externo que absorção – também
sob forma de calor.
Diagrama de Entalpia
No diagrama de entalpia, relacionamos num eixo vertical os valores de Hp e Hr e podemos, portanto,
calcular o valor de ΔH.
Reações Endotérmicas
É aquela que ocorre com absorção de calor e sua entalpia aumenta. Assim, a variação dessa energia
(variação de entalpia) possui sinal positivo (+ΔH) e indica que houve mais absorção de energia do meio
externo que liberação. Ambas em forma de calor.
133
Diagrama de Entalpia
Equações Termoquímicas
As equações termoquímicas servem para representar as reações ou processos que envolvem trocas
de calor, cujo valor é mostrado na variação da entalpia simbolizada pelo ΔH. Nessas equações aparecem
os mesmos símbolos (como as fórmulas e os estados físicos das substâncias) e números (como índices
e coeficientes) que aparecem em uma equação química normal.
Lei de Hess
Germain Herman Hess, ao estudar os calores de reação, constatou que: "A variação de entalpia (ΔH)
de uma reação química depende apenas dos estados final e inicial, não importando o caminho da reação".
Esta importante lei experimental foi chamada de lei dos estados final ou inicial, lei de adição de calores
ou Lei de Hess.
Seja uma reação genérica A → B da qual se quer determinar o ΔH. Esta reação pode ser realizada
por diversos caminhos, onde, para cada um deles, os estados inicial e final são os mesmos.
Diante disso, não importa o número de etapas que o processo apresenta, o ΔH da reação total será a
soma dos ΔH das diversas etapas, e em consequência a equação termoquímica pode ser tratada como
uma equação matemática. Assim, quando usamos a Lei de Hess no cálculo do ΔH de uma reação,
devemos arrumar as equações fornecidas de modo que a soma delas seja a equação cujo ΔH estamos
procurando. Para isso, usamos os seguintes procedimentos:
134
Através da lei de Hess, as equações termoquímicas podem ser somadas como se fossem equações
matemáticas ou algébricas.
Entropia
Entropia é uma grandeza termodinâmica relacionada com o grau de desordem dos sistemas (aumenta
com a temperatura).
Uma reação espontânea é a que tende a ser a mais exotérmica (entalpia mínima ou menor valor de
∆H) e, ao mesmo tempo, a que tende a uma maior distribuição de matéria e energia (entropia máxima ou
maior valor de ∆S). Energia Livre de Gibbs: A energia livre liberada numa reação é a energia máxima que
é livre para produzir trabalho útil. Mede a relação entre a entalpia e a entropia através da equação de
Gibbs e prevê a espontaneidade de uma reação química.
Equação de Gibbs
135
Questões
Exclusivamente sob o ponto de vista energético, das reações acima, a que você escolheria como fonte
de energia é:
(A)I
(B)II
(C) III
(D) IV
(E) V
02. (U. Católica/DF) Numa sauna a vapor, o calor envolvido na condensação do vapor d’água é, em
parte, responsável pelo aquecimento da superfície da pele das pessoas que estão em seu interior, de
acordo com o diagrama abaixo:
136
01. C / 02. A
Comentários
01. Resposta: C
Todas as reações são exotérmicas, liberando calor, pois os valores de ∆H são todos negativos. Mas o
que libera mais energia é a reação III.
02. Resposta: A
Como podemos ver pelas informações no gráfico, a diferença de -241,8 kJ para -285,8 kJ é de 44 kJ.
Pelo sinal negativo sabemos que é uma liberação de calor.
ELETROQUÍMICA
Pilhas são dispositivos nos quais uma reação espontânea de óxido-redução produz corrente
elétrica.
Eletrólise é o processo no qual uma corrente elétrica produz uma reação de óxido-redução.
Número de Oxidação
Número de oxidação é uma carga formal que pode ser tanto real quanto imaginária. Devemos entendê-
la como a carga que um átomo teria se tivesse participando de uma ligação iônica.
Exemplos:
1) NaCl:
[Na+] [Cl-]
Assim, encontramos:
Nox de Na+= +1
Nox de Cl-= -1
2) H2SO4
Assim encontramos:
Nox de H= +1 (cada átomo de hidrogênio)
Nox de S= +6
Nox de O= -2 (cada átomo de oxigênio).
Regras Práticas
Para saber qual é o NOX de um átomo dentro de uma molécula, devemos seguir 4 regras:
1ª regra: Todo elemento em uma substância simples tem Nox igual a zero. Exemplos:
- O2: Nox de cada átomo de oxigênio é zero.
- N2: Nox de cada átomo de nitrogênio é zero.
- Ag: Nox do átomo de prata é zero.
137
Exemplos:
1) NaCl:
O sódio tem Nox = +1
O cloro tem Nox = -1
2) Ca(OH)2
O cálcio tem Nox = +2.
O hidrogênio tem Nox = +1.
O oxigênio tem Nox = -2.
3) H2S
O hidrogênio tem Nox = +1.
O enxofre tem Nox = -2.
Exceções importantes
- Nos hidretos metálicos o “hidrogênio” possui Nox igual a -1.
- Nos peróxidos o “oxigênio” possui Nox igual a -1.
3ª regra: A soma algébrica dos Nox de todos os átomos em uma espécie química neutra é igual a
zero.
Exemplo:
1) NaOH
O Nox do sódio é +1.
O Nox do oxigênio é -2.
O Nox do hidrogênio é +1.
Calculando a soma algébrica, teremos:
(+1) + (-2) + (+1) = 0
Esta regra permite realizar o cálculo do Nox de um elemento químico que não possui Nox constante.
Exemplo:
CO2
O Nox do carbono é desconhecido (x).
O Nox de cada átomo de oxigênio é -2.
Assim,
x + 2 . (-2) = 0
x–4=0
x=+4
Portanto o Nox do átomo de carbono neste composto é igual a +4.
4ª regra: A soma algébrica dos Nox de todos os átomos em um íon é igual à carga do íon. Exemplo:
NH4+1
O átomo de nitrogênio não tem Nox constante (x).
Cada átomo de hidrogênio possui Nox igual a +1.
O íon tem carga +1.
Calculando a soma algébrica, teremos:
x + 4 . (+1) = + 1
x+4=1
x=1–4
138
Oxirredução26
Uma reação de oxirredução é aquela em que há transferência de elétrons (oxidação e redução); com
isso uma espécie química ganha elétrons e simultaneamente outra espécie química perde elétrons.
Oxidação: ocorre quando o número de oxidação de um átomo aumenta. E para que ocorra um
aumento no número de oxidação, o átomo precisa perder elétrons.
Redução: ocorre quando o número de oxidação diminui. Para que ocorra essa diminuição, o átomo
precisa receber elétrons.
Exemplo:
26
Química Nova Escola, Nº11 – Pilhas e Baterias. Maio, 2000.
139
Pilhas27
Pilha de Daniel
Pilhas ou célula voltaicas são dispositivos que transformam energia química em energia elétrica por
meio de um sistema apropriado e montado para aproveitar o fluxo de elétrons provenientes de uma reação
química de oxirredução. A pilha de Daniel é um exemplo deste sistema.
É formado por uma placa de zinco mergulhada em uma solução de sulfato de zinco, e uma placa de
cobre imersa em uma solução de sulfato de cobre. As duas placas (eletrodos) são conectadas por um fio
metálico, que permite a passagem de elétrons de um eletrodo ao outro. As duas soluções são interligadas
por uma ponte salina, um tubo de vidro recurvado que contém uma solução de um sal (sulfato de sódio,
neste caso) e possui pedaços umedecidos de algodão nas extremidades.
Somando as semi-reações acima, obtemos a reação de oxirredução ocorrida entre a barra de zinco e
a solução de Cu2+.
27
Sardella, A. Química – 5ª edição, Editora Ática. São Paulo, 2003.
140
Polos da pilha
- Polo positivo – o de menor potencial de oxidação – Cu.
- Polo negativo – o de maior potencial de oxidação – Zn.
Cátodo e Ânodo
- Cátodo – placa de menor potencial de oxidação – Cu. Onde ocorre redução.
- Ânodo – placa de maior potencial de oxidação – Zn. Onde ocorre oxidação.
Para realizar qualquer medida deve-se estabelecer um padrão. Para a medida do potencial dos
eletrodos foi determinado que o eletrodo padrão é o de hidrogênio, e a unidade de medida é o volt (V).
Ao eletrodo de hidrogênio foi atribuído o valor nulo, assim as medições são feitas com referência a este
eletrodo.
Ao instalar um voltímetro em uma pilha, pode-se medir apenas a diferença de potencial que existe
entre seus eletrodos. Entretanto, é impossível medir o potencial de cada eletrodo. Por outro lado, é
importante que cada eletrodo apresente um valor numérico correspondente ao seu potencial. Por isso,
escolhe-se um eletrodo de referência, em função do qual são medidos os potenciais dos demais eletrodos.
O eletrodo de referência
Um eletrodo de referência, ou eletrodo-padrão, apresenta as seguintes condições:
- 25°C
- 1 atm
- soluções com concentração um molar
Adotou-se, o eletrodo de gás hidrogênio com o eletrodo de referência. Nele, encontramos um fio de
platina que serve como suporte para o H2. A platina, nesse caso, é um eletrodo inerte, já que não participa
da reação.
141
Assim, concluídos que o eletrodo de hidrogênio possui maior capacidade de sofrer redução que o
eletrodo de zinco. Em outros termos, o eletrodo de hidrogênio apresenta maior potencial de redução do
que o de zinco.
A diferença de potencial da pilha (ΔE0) sempre será dada pela diferença entre o potencial maior e
menor.
ΔE= E0red (maior) - E0red (menor)
Assim, teremos:
142
Exemplo:
Para confirmar se uma reação de oxi-red ocorre ou não espontaneamente, é necessário observar os
potenciais de redução de cada semi-reação.
Zn2+ +2e- ↔ Zn0 E0red=-0,76V
Cu2+ 2e ↔Cu
- 2+ 0
E red=+0,34V
Esses valores de E0red mostram que o Cu2+ reduz mais facilmente que o Zn2+, pois tem maior E0red. Já
o Zn2+ oxida melhor que o Cu2+, uma vez que possui menor E0red, e assim apresenta maior E0oxi.
143
Exemplo:
Para que a reação se torne espontânea é necessário inverter a semi-reação da prata e multiplicá-la
por dois:
Ni0 → Ni2+ + 2e- (mantida)
2Ag+ + 2e- → 2Ag0 (reação invertida)
----------------------------------------------------------
Ni0 + 2Ag+ → Ni2+ + 2Ag0 (processo espontâneo)
Calculo do ΔE:
ΔE= E0maior - E0menor
ΔE= (+0,23) – (-0,80)= 1,03V
OBS.: Embora a semi-reação da prata tenha sido multiplicada por dois, o valor não se alterou.
Eletrólise
Importante: No processo de eletrólise, os elétrons emergem da pilha (gerador) pelo ânodo (–) e entram
na célula eletrolítica pelo cátodo (–) no qual produzem redução. Na célula eletrolítica, os elétrons
emergem pelo ânodo (+), no qual ocorre oxidação, e chegam à pilha pelo seu cátodo (+).
144
Os íons negativos são atraídos pelo polo positivo (+, ânodo), onde irão perder elétrons (oxidação). Os
elétrons cedidos ao polo (+) migram através do circuito externo até o polo (-, cátodo). Lá, estes serão
"ganhos" pelos íons positivos (redução).
IMPORTANTE: A eletrólise é basicamente o inverso da reação de uma pilha. Assim, para que ocorra
uma hidrólise, é necessário que o gerador forneça uma ddp superior à reação da pilha. Se isso não
ocorrer, não temos a ocorrência da eletrólise.
Eletrólise Ígnea29:
Esse tipo de eletrólise ocorre quando a passagem de corrente elétrica se dá em uma substância iônica
liquefeita, isto é, fundida. Daí a origem do nome “ígnea”, uma palavra que vem do latim, ígneus, que
significa inflamado, ardente.
Esse tipo de reação é muito utilizado na indústria, principalmente para a produção de metais. Veja o
exemplo de eletrólise do NaCl (cloreto de sódio – sal de cozinha), com produção do sódio metálico e do
gás cloro:
Semi-reação no cátodo: Na+ + e- → Na (2)
Semi-reação no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-
Reação global: 2 Na+ + 2 Cl- → 2 Na + Cl2
Eletrólise Aquosa:
Na eletrólise aquosa faz parte os íons da substância dissolvida (soluto) e da água. Na eletrólise do
cloreto de sódio em meio aquoso são produzidos a soda cáustica (NaOH), o gás hidrogênio (H2) e o gás
cloro (Cl2). Note como se dá:
Dissociação do NaCl: 2NaCl- → 2Na+ + 2Cl-
Auto ionização da água: 2H2O → 2 H+ + 2OH-
Semi-reação no cátodo: 2H+ + 2e- → H2
Semi-reação no ânodo: 2Cl- → Cl2 + 2e-
Reação global: 2 NaCl- + 2H2O → 2 Na+ + 2OH- + H2 + Cl2
Observe que foram formados dois cátions (Na+ e H+) e dois ânions (Cl- e OH-). Porém, apenas um
cátion (H+) e um ânion (Cl-) sofreram as descargas do eletrodo, os outros íons foram apenas espectadores
nessa eletrólise.
Isso ocorre em todas as eletrólises em meio aquoso: apenas um dos cátions e um dos ânions são
participantes. Para determinarmos quais serão os participantes e quais serão os espectadores, existe
uma ordem de facilidade de descarga, conforme mostrado na lista abaixo:
29
Sardella, A. Química – 5ª edição, Editora Ática. São Paulo, 2003.
145
Quando realizamos a eletrólise da água, o volume que obtemos de H2 (g) no cátodo é o dobro do volume
que obtemos de O2 (g) no ânodo. Agora vamos aprender a calcular a quantidade de substância liberada
num eletrodo. Sendo:
i – intensidade de corrente.
Q – quantidade de carga elétrica.
t –tempo de passagem da corrente pelo eletrólito.
Temos: Q = i.t
m = k2.(M/k)
Cálculo das quantidades envolvidas em uma eletrolise
Vamos analisar o problema abaixo:
Calcule a intensidade de corrente que o gerador deve fornecer para que, após 16 minutos e 5 segundos
de passagem da corrente por uma solução de CuSO4, sejam depositados 12,7 g de cobre no cátodo.
Dados:
Massa molar do cobre: 63,5 g/mol
Carga elétrica de 1 mol de elétrons (Faraday) 96.500 C.
146
Cubas em série
Lembrando que 1F eletrolisa 1E, se o circuito ocorrer em série, concluímos que, como a carga que
circulará em cada eletrodo será a mesma, o número de equivalente formado também será o mesmo para
todos os eletrodos. Sabendo que a carga que passa nos eletrodos é a mesma:
Esta aplicação pode ser feita para as pilhas. O número de equivalentes que aparece no cátodo é igual
ao que desaparece no ânodo.
Equação de Nernst
A Equação de Nernst é a relação quantitativa que permite calcular a força eletromotriz de uma pilha,
para concentrações de íons diferentes de uma unidade. Também usado para cálculos em titulação de
oxidação-redução. A variação de energia livre, ΔG, de qualquer reação e variação de energia livre padrão,
ΔG°, estão relacionadas por meio da seguinte reação:
147
ou
Sendo:
R = 8,315 J K-1 mol-1;
T = 298,2 K (25°C);
F = 96485 C mol-1
De forma alternativa, esta equação pode ser escrita em termos de logaritmo decimal:
Ou
148
Metal de sacrifício30
O Metal de Sacrifício (Ânodos de sacrifício) pode ser definido como qualquer metal utilizado em
estruturas submetidas a ambientes oxidantes (um agente ou substância responsável por causar
oxidação), com o objetivo de ser oxidado em seu lugar, isto é, sacrificado em seu lugar. Esse metal
deve obrigatoriamente possuir menor poder de redução do que o material utilizado na estrutura, para
que possa ser "sacrificado" e de desse modo protegê-la. Existem distintos metais que podem ser
utilizado com essa finalidade, e dois bons exemplos desses são o zinco e magnésio.
O ferro, metal utilizado em cascos de navio, quando colocado em contato com a água do mar, se
oxidaria com maior facilidade caso não houvesse um metal de sacrifício. Cascos de navio são protegidos
da corrosão mediante a colocação de placas de zinco, que se oxida mais facilmente que o ferro. A técnica
é denominada “proteção catódica”, pois o ferro é protegido justamente por se tornar o cátodo c zinco e
ferro. E o zinco é denominado “metal de sacrifício” ou “ânodo de sacrifício”, pois, atuando como o ânodo
da cela, oxida-se, preservando, assim, o ferro. A proteção é eficiente desde que o metal de sacrifício seja
reposto à medida que vai sendo consumido.
O metal utilizado em grande escala como ânodo de sacrifício é o zinco. Este além de ser relativamente
barato, apresenta potencial de redução menor que a maioria dos metais.
Questões
02. Qual é a quantidade de eletricidade obtida em uma pilha de Daniel pela oxidação de 0,2612g de
zinco? Qual a intensidade da corrente produzida, sabendo-se que a pilha funcionou durante 25 minutos
e 44 segundos? Dado= Zn=65,3u
(A) 2,4A
(B) 3A
(C) 0A
(D) 0,5A
(E) 1Ag
03. Numa pilha de flash antiga, o eletrólito está contido numa lata de zinco que funciona como um dos
eletrodos. Que massa de zinco é oxidada a Zn+2 durante a descarga desse tipo de pilha, por um período
de 30 minutos, envolvendo uma corrente de 5,36x10-1 A?
(A) 0,528g
(B) 0,82g
(C) 0,325g
30
PERUZZO, Francisco Miragaia (Tito); Canto, Eduardo leite do. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo: Moderna, 2006
149
05. (UNESP - adaptado) A equação seguinte indica as reações que ocorrem em uma pilha:
Gabarito
Comentários
01. Alternativa: B
02. Alternativa: D
03. Alternativa: C
04. Alternativa: E.
(A) No ânodo ocorre uma oxidação.
(B) A movimentação de elétrons ocorre nos eletrodos.
150
05. Alternativa: E.
(A) O zinco metálico é o ânodo, ele perde elétrons: Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e-.
(B) O íon cobre sofre redução, ele ganha elétrons: Cu2+(aq) + 2 e-→ Cu(s).
(C) O zinco metálico é o ânodo que é corroído, porque ele sofre oxidação e, com isso, a massa da
barra diminui.
(D) O cobre é o agente oxidante, pois ele causou a oxidação do zinco.
(E) Correta.
Radioatividade
Rutherford concluiu que, como os raios alfa (α) e beta (β) sofrem desvio no campo magnético, logo
devem apresentar carga elétrica, ao passo que os raios gama (γ) não devem apresentar carga. Os raios
β são atraídos pela placa positiva; devem, portanto, ter carga negativa. Com o mesmo raciocínio pode-se
deduzir que os raios α têm carga positiva.
Os tipos de radiação que um elemento pode emanar são divididos, primeiramente, em duas formas:
partículas ou ondas. Partículas possuem massa e ondas são apenas energia. Isso é devido aos elementos
que compõem esses tipos de radiação. Na categoria das partículas, duas são as mais comuns: alfa e
beta.
Partículas α (alfa): são partículas formadas por 2 prótons e 2 nêutrons − a mesma composição do
Hélio – que são liberadas por elementos radioativos para fora de seu núcleo. Quando um átomo libera 2
prótons, muda seu número atômico e transforma-se em um novo elemento, além de diminuir sua massa
atômica em 4. Esse processo irá se repetir até que o núcleo do átomo esteja suficientemente estável,
transformando-se em um elemento que não é radioativo
Partículas β (beta): são elétrons disparados para fora do átomo, em forma de radiação, quando um
próton se transforma em nêutron ou vice-versa. Com a conversão de um próton em nêutron há a mudança
151
As partículas alfa, como são formadas por um agrupamento de partículas, têm uma dimensão maior
impedindo que ela atravesse mesmo materiais finos. As partículas beta conseguem atravessar materiais
como o papel, mas são detidas pelo alumínio. E apenas as partículas gama conseguem atravessar boa
parte dos materiais, mas não aqueles muito densos como o chumbo, por exemplo.
Benefícios da radioatividade
A radioatividade tem vários benefícios para o ser humano. Entre eles é importante realçar a sua
utilização na produção de energia, na esterilização de materiais médicos, no diagnóstico de doenças e
no controle do câncer, através da radioterapia.
Em alguns alimentos, mais concretamente nas frutas, a radiação iônica emitida sobre elas, permite
que a sua durabilidade aumente. Essa radiação não altera o sabor e as qualidades nutritivas dos
alimentos.
152
Exemplo:
90Th
232
→+2α4+88Ra228
228 + 4 = 232
88 + 2 = 90
90Th
234
→ -1β0 + 91Pa234
Exemplo:
Dada a equação: 90X
204
→ xα + yβ + 92Y192
Determinar x e y
Resolução:
90X
204
→ x+2α4 + y-1β0 + 92Y192
90X
204
→ 3+2α4 + 8-1β0 + 92Y192
Isso acontece com todo elemento radioativo que emite uma partícula alfa, pois, conforme mostrado no
texto emissão alfa (α), essa partícula é constituída por dois prótons e dois nêutrons — de forma
semelhante ao que ocorre com o núcleo de um átomo de hélio — e é representada por 2α4.
Decaimento e Meia-Vida
Radioatividade – É a propriedade que os núcleos atômicos instáveis possuem de emitir partículas e
radiações eletromagnéticas para se transformarem em núcleos mais estáveis. Para este fenômeno,
damos o nome de reação de desintegração radioativa, reação de transmutação ou reação de decaimento.
A reação só acaba com a formação de átomos estáveis.
Exemplos:
U238 sofre decaimento até se transformar em Pb206.
O tempo que os elementos radioativos levam para ficarem estáveis, varia muito.
Meia-Vida – É o tempo necessário para a metade dos isótopos de uma amostra se desintegrar.
153
Meia vida é a estimativa de tempo em que metade da massa de um isótopo haverá decaído. Um
exemplo é a própria técnica de datação por Carbono 14. Reforce que a meia vida do isótopo radioativo
do Carbono, cuja massa é 14, é de cerca de 5700 anos. Isso quer dizer que a concentração de Carbono
14, após 5700 anos, cai pela metade. Se esperarmos mais 5700 anos, haverá apenas 1/4 de Carbono
14, e assim sucessivamente. O tempo de meia vida depende diretamente do quão instável é o elemento
e as variações são muito acentuadas, tendo elemento cuja meia vida pode ser de alguns minutos (isótopo
iodo-131) e elemento cuja meia vida pode ser de até milhões de anos (Urânio 238). É importante enfatizar
que meia vida não é a metade do tempo que o elemento radioativo leva para decair e desintegrar-se. O
nome deste fenômeno é vida-média, este sim determina o tempo necessário para a transmutação do
elemento radioativo.
154
Fissão Nucelar
A descoberta da reação de fissão nuclear ocorreu devido aos trabalhos de Enrico Ferni, Otto Hahn e
Lise Meitner.
A fissão nuclear é uma reação que ocorre no núcleo de um átomo. Geralmente o núcleo pesado é
atingido por um nêutron, que, após a colisão, libera uma imensa quantidade de energia. No processo de
fissão de um átomo, a cada colisão são liberados novos nêutrons. Os novos nêutrons irão colidir com
novos núcleos, provocando a fissão sucessiva de outros núcleos e estabelecendo, então, uma reação
que denominamos reação em cadeia.
Um parâmetro importante para analisar a estabilidade de um núcleo é a razão entre o número de
prótons e o número de nêutrons. Por um lado, a falta de nêutrons pode tornar a distância entre prótons
tão pequena que a repulsão se torna inevitável, resultando na fissão do núcleo. Por outro lado, como a
força nuclear é de curto alcance, o excesso de nêutrons pode acarretar uma superfície de repulsão
eletromagnética insustentável, que também resultaria na fissão do núcleo. Assim, um dos principais
fatores para a estabilidade do núcleo é que tenhamos N = Z.
Quando o isótopo urânio-235 (235U) recebe um nêutron, ele passa para um estado excitado que
corresponde ao urânio-236 (236U). Pouco tempo depois esse novo núcleo excitado se rompe em dois
novos elementos. Esse rompimento, além de liberar novos nêutrons, libera uma grande quantidade de
energia.
Os nêutrons provenientes do rompimento do núcleo excitado vão encontrar novos núcleos, gerando,
portanto, uma reação em cadeia. A fim de que os novos nêutrons liberados encontrem novos núcleos,
para assim manter a reação em cadeia, após a fissão do núcleo de urânio, deve-se ter uma grande
quantidade de urânio-235. Como a concentração de urânio-235 no mineral urânio é pouca, obtém-se o
urânio 235 em grande escala através do processo de enriquecimento do urânio.
A fissão nuclear de um átomo de urânio libera grande quantidade de energia, cerca de 200 Mev. Se
for descontrolada, a reação será explosiva – é o que acontece com as bombas atômicas.
Fusão Nuclear
Praticamente toda energia que a Terra recebe diariamente é proveniente do Sol, que libera energia
por reações termonucleares.
As temperaturas elevadas no centro do Sol fornecem a energia necessária para que átomos de
hidrogênio (H) se unam, num processo chamado fusão nuclear.
155
Esta parte da Química nuclear nos mostra a diferença do tempo de desintegração entre os elementos,
enquanto alguns se desintegram lentamente, outros se desintegram de maneira rápida. As seguintes
fórmulas são as bases para determinar as grandezas desse estudo.
Questões
156
03. O radioisótopo 222 Rn 86, por uma série de desintegrações, transforma-se no isótopo do 82Pb206.
Determine o número de partículas alfa e o número de partículas beta envolvidas nessas transformações.
(A) 2 partículas alfa e 2 partículas beta
(B) 2 partículas alfa e 4 partículas beta
(C)4 partículas alfa e 3 partículas beta
(D) 4 partículas alfa e 4 partículas beta
(E)3 partículas alfa e 3 partículas beta
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
Fazendo-se um comparativo entre as velocidades das partículas: A partícula Alfa é a mais lenta, apesar
de ser mais energética, e atinge uma velocidade de 20.000 km/s
A partícula Beta pode atingir uma velocidade de até 95% da velocidade da luz.
A partícula Gama atinge a velocidade das ondas eletromagnéticas (300.000 km/s), portanto tem maio
capacidade de penetração e ainda conseguem atravessar boa parte dos materiais,
02. Resposta: A
Por definição, radiação alfa também chamada de partículas alfa ou raios alfa, são partículas
carregadas por dois prótons e dois nêutrons, sendo, portanto, núcleos de hélio. Apresentam carga positiva
+2 e número de massa 4. Portanto ela pode ser considerada somente onda elétrica sem possuir
características magnéticas. O espectro eletromagnético é composto de ondas elétricas e magnéticas se
denominando radiação eletromagnética.
03. Resposta: D
86
222
Rn → 82206Pb
O número de massa diminui 16 unidades. Como cada radiação alfa significa uma diminuição no
número de massa em 4 unidades, temos que foram emitidas 4 partículas alfa, pois 4 . 4 = 16. Nesse
momento, significou que ele perdeu também 2 unidades no número atômico para cada partícula alfa,
dando um total de 8 e ficando com o número atômico igual a 78 (86 – 8).
Para cada partícula beta emitida, o elemento ganha 1 unidade no número atômico. Como ele está com
78 e precisa atingir o número atômico igual a 82, ele emitiu 4 partículas beta.
CINÉTICA QUÍMICA32
O conhecimento e o estudo da velocidade das reações, além de ser muito importante em termos
industriais, também está relacionado ao nosso dia-a-dia, por exemplo, quando guardamos alimentos na
geladeira para retardar sua decomposição ou usamos panela de pressão para aumentar a velocidade de
cozimento dos alimentos.
O estudo da velocidade das reações químicas e dos fatores que podem acelerá-la ou retardá-la
constitui a chamada cinética química. Este estudo é sem dúvida de grande importância na nossa vida
cotidiana, já que muitas reações químicas de interesse industrial podem ser aceleradas, gastando menos
tempo para ocorrerem e, portanto, tornando o processo mais econômico.
32
Usberco, J.; Salvador, E. 2002. Química. Editora Saraiva.
157
∆𝑆 [𝑆 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙]−[𝑆 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙]
𝑉𝑚=∆𝑆 = =
∆𝑡
∆𝑡 𝑡 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙−𝑡 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Para calcular o Δ [reagentes], é necessário observar que ele apresenta um valor menor do que zero,
ou seja, um valor negativo, pois a concentração final é menor do que a inicial. Para não trabalhar com
valores negativos, usamos –Δ [reagentes] na expressão da velocidade média dos reagentes. Assim, a
velocidade média é expressa por:
𝑉 −∆[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 ] 𝑜𝑢 = 𝑉 ∆[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 ]
𝑚= 𝑚=
∆𝑡 ∆𝑡
Quando analisarmos os valores das velocidades médias de consumo do H2O2, notamos que eles não
são constantes e que o valor máximo é encontrado no início da reação. Diante disso, concluímos que a
velocidade média diminui de acordo com a diminuição da concentração.
Com base nos dados do gráfico e conhecendo a estequiometria da reação, em que a decomposição
de 2 mol de H2O2 produz 2 mol de H2O e 1 mol de O2, podemos construir um novo gráfico, que indique a
concentração em mol/L dos produtos.
158
Assim, concluímos que os valores das velocidades médias obedecem à proporção estequiométrica da
reação: 2: 2: 1.
Se dividirmos os valores das velocidades médias pelos respectivos coeficientes estequiométricos,
encontraremos um mesmo valor, que será considerado o valor da velocidade média da reação.
𝑉𝑚 𝐻2𝑂2 𝑉𝑚 𝐻2𝑂 𝑉𝑚 𝑂2
𝑉𝑚 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = = = = 0,015 mol.L-1 min -1
2 2 2
𝑉𝑚𝐴 𝑉𝑚 𝐵 𝑉𝑚 𝐶
𝑉𝑚 𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = = =
𝑎 𝑏 𝑐
Para que uma reação química ocorra, devem ser satisfeitas determinadas condições. São elas:
Afinidade Química - É a tendência intrínseca de cada substância de entrar em reação com uma outra
substância. Por exemplo: ácidos têm afinidades por bases, não-metais têm afinidades por metais,
reagentes nucleófilos têm afinidade por reagentes eletrófilos.
Contato entre as Moléculas dos Reagentes: As reações químicas ocorrem como resultado de
choques entre as moléculas dos reagentes que se encontram em movimento desordenado e contínuo.
Exemplo: A2 + B2 → 2AB
159
AB + XY → AX + YB
Note que quando ocorre o choque eficaz, forma-se momentaneamente o complexo ativado, no qual as
ligações entre os átomos AB e XY estão se rompendo e as ligações que unirão os átomos nas moléculas
AX e YB estão se formando.
Observe no diagrama que se não for atingida a energia de ativação, não é possível formar o complexo
ativado, pois ela serve como uma barreira energética a ser ultrapassada para que a reação química
ocorra.
Para reações exotérmicas (reações que liberam energia = ΔH < 0) e endotérmicas (reações que
absorvem energia = ΔH > 0), temos os diagramas:
160
Superfície de contato
Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocorrerá na sua superfície. Assim, quanto mais
fragmentado (disperso) for esse reagente, maior será o número de choques, e maior será a velocidade
da reação.
Essa relação demonstra que o número de colisões e, consequentemente, a velocidade da reação são
proporcionais ao produto das concentrações.
Temperatura
Todo aumento de temperatura provoca o aumento da energia cinética média das moléculas, fazendo
com que aumente o número de moléculas em condições de atingir o estado correspondente ao complexo
ativado, aumentando o número de colisões eficazes ou efetivas e, portanto, provocando aumento na
velocidade da reação. Podemos representar graficamente a relação entre o número de moléculas de um
sistema em função da cinética destas moléculas (curva de Maxwell-Boltzmann).
Note que, em uma temperatura T1, a quantidade de moléculas em condições de reagir (com energia
igual ou superior a Eat) é menor que em uma temperatura maior T2. O aumento na temperatura faz com
que ocorra um aumento da energia cinética média das moléculas, deslocando a curva para a direita,
fazendo com que o número de moléculas em condições de reagir aumente. Uma regra experimental, que
relaciona o aumento de temperatura com a velocidade de uma reação é a regra de Van’t Hoff: “Um
aumento de 10 °C na temperatura duplica a velocidade de uma reação química”.
161
Exemplo:
Zn(s) + 2 HCl(aq) → ZnCl2(aq) + H2(g)
Catalisador
Catalisador é a substância que aumenta a velocidade de uma reação, sem sofrer qualquer
transformação em sua estrutura. O aumento da velocidade é conhecido como catálise. O catalisador
acelera a velocidade, alterando o mecanismo da reação, o que provoca a formação de um complexo
ativado de energia mais baixa. São características dos catalisadores:
A) o catalisador não fornece energia à reação;
B) o catalisador participa da reação formando um complexo ativado de menor energia:
C) o catalisador não altera o ∆h da reação;
D) o catalisador pode participar das etapas da reação, mas não é consumido pela mesma.
Exemplos:
Catálise homogênea
162
Observação:
Existem casos de autocatálise, no qual o catalisador é um dos produtos da própria reação. Estas
reações iniciam lentamente e à medida que o catalisador vai se formando, a velocidade da reação vai
aumentando. Encontramos substâncias que atuam no catalisador, aumentando sua atividade catalítica:
são chamadas de ativadores de catalisador ou promotores. Outras diminuem ou mesmo destroem a ação
do catalisador: são chamadas venenos de catalisador.
Inibidor
O inibidor busca atuar de uma forma oposta às de atuação dos catalisadores. Portanto, entenda
catalisador e entenderá, por oposição, inibidor.
Cinética Enzimática33
A velocidade de uma reação enzimática é, em geral, obtida pela medida da quantidade de produto
formado por unidade de tempo.
Onde:
S = Substrato;
E= Enzima;
P = Produto.
Questões
01. (PUC/RS) Relacione os fenômenos descritos na coluna I com os fatores que influenciam sua
velocidade mencionados na coluna II.
Coluna I
1 - Queimadas alastrando-se rapidamente quando está ventando;
2 - Conservação dos alimentos no refrigerador;
3 - Efervescência da água oxigenada na higiene de ferimentos;
4 - Lascas de madeiras queimando mais rapidamente que uma tora de madeira.
Coluna II
A - superfície de contato
33
https://bit.ly/2KAibaI
163
02. Indique a alternativa que apresenta condições que tendem a aumentar a velocidade de uma
reação:
(A) Frio, maior superfície de contato, inibidor
(B) Alta concentração dos reagentes, ausência de catalisador, obscuridade
(C) Obscuridade e frio
(D) Calor, maior superfície de contato, catalisador
(E) Inibidor e menor superfície de contato
03. Num balão de vidro (1,00 L) a 25ºC hermeticamente fechado e pressão de 1 atm, foram adicionadas
quantidades equimolares de hidrogênio gasoso e de vapor de iodo. Para esse sistema, a equação da
velocidade (v) da reação elementar de formação do iodeto de hidrogênio deve ser escrita da seguinte
forma:
(A) (k1/k2) x [H2] x ([I2]/[HI]2) mol/L.s
(B) k1 [H2] x [I2] mol/L.s
(C) k [HI]2 / ([H2] [I2]) mol/L.s
(D) k1 [H2]2 x [I2]0 mol/L.s
(E) [HI]2 / ([H2] [I2]) mol/L.s
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
1 – O vento aumenta a concentração de oxigênio, que atua como comburente da queimada;
2 – A diminuição da temperatura diminui a velocidade das reações, pois diminui o movimento das
partículas reagentes e a probabilidade de choques efetivos que resultem em reação.
3 – A decomposição da água oxigenada é acelerada por uma enzima presente no sangue que atua
como catalisadora dessa reação.
4 – A superfície de contato das lascas de madeira com o oxigênio do ar que causa a queima é maior
que a de uma tora de madeira.
02. Resposta: D
As reações podem ter suas velocidades aumentadas amentando-se a superfície de contato,
aumentando a temperatura, luz, reagentes mais concentrados e catalisador.
OBS: O termo “obscuridade” é desconhecido em cinética química.
03. Resolução: B
A equação citada é: H2 (g) + I2 (g) 2HI (g)
Assim, a velocidade de formação do HI é a reação direta. Só levamos em consideração quem são os
reagentes. No caso: H2 e I2.
V = k1 [H2]x[I2]
164
EQUILÍBRIO QUÍMICO34
Algumas reações ocorrem somente enquanto existe reagente reagentes. Digamos que você acenda
um palito de fósforo, ele começa a reagir com o ar proporcionando a queima total do mesmo. Sabemos
também que essa reação irá cessar depois que todo o regente for consumido (o palito). Outro ponto é
que não conseguimos regenerar o fósforo queimado. Portanto, esse tipo de reação é chamada de
irreversível. Consideremos uma reação representada pela equação geral:
O Equilíbrio Químico é uma reação reversível que atingiu o ponto em que as reações direta e inversa
ocorrem com a mesma velocidade.
Um exemplo de processo reversível é o que ocorre com a água líquida contida num frasco fechado.
Nesse sistema, temos moléculas de água passando continuamente do estado líquido para o de vapor e
do de vapor para o líquido.
34
Usberco, J.; Salvador, E. Química. Editora Saraiva. 2002.
165
Tipos de Equilíbrio
Equilíbrio Homogêneo
É aqueles em que todos os participantes da reação (reagentes e produtos) encontram-se em um
mesmo estado físico e, dessa forma, o sistema fica com uma única fase.
Exemplo:
Ou
Equilíbrio Heterogéneo
Ocorre quando os constituem do sistema (reagentes e produtos) se encontram em fases diferentes,
Exemplo:
Ou
166
A constante de equilíbrio Kc é, portanto, a razão das concentrações dos produtos da reação e das
concentrações dos reagentes da reação, todas elevadas a expoentes que correspondem aos coeficientes
da reação.
Importante:
a) A constante de equilíbrio Kc varia com a temperatura
b) Quanto maior o valor de Kc , maior o rendimento da reação, uma vez que no numerador temos os
produtos e no denominador os reagentes. Portanto, comparando valores de Kc em duas temperaturas
diferentes, podemos saber em qual destas a reação direta apresenta maior rendimento;
c) O valor numérico de Kc depende de como é escrita a equação química. Diante disso, devemos
escrever sempre a equação química junto com o valor de Kc.
Deslocamento do Equilíbrio
Em um sistema está em equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual à velocidade da inversa, e as
concentrações em mol/L de todos os participantes permanecem constantes. Se, sobre esse equilíbrio,
não ocorrer a ação de nenhum agente externo, ele tende a permanecer nessa situação indefinidamente.
Porém, se for exercida uma ação externa sobre esse equilíbrio, ele tende a reagir de maneira a minimizar
os efeitos dessa ação.
Resumindo:
Princípio de Le Chatelier: “Quando se aplica uma força em um sistema em equilíbrio, ele tende a se
reajustar no sentido de diminuir os efeitos dessa força”.
Os fatores que podem modificar a condição de equilíbrio de um sistema são: concentração, pressão,
temperatura.
O Princípio de Le Chatelier é fácil de ser entendido quando se considera que a constante de equilíbrio
depende somente da temperatura.
Agora vamos analisar cada um dos fatores que podem afetar o equilíbrio.
Concentração
Considere o seguinte equilíbrio:
167
Pressão
Ao aumentar a pressão sobre um equilíbrio gasoso, à temperatura constante, ele se desloca no sentido
da reação capaz de diminuir esse aumento da pressão e vice-versa. Para averiguar os efeitos da variação
de pressão em um equilíbrio, vamos avaliar o equilíbrio seguinte, a uma temperatura constante:
Exemplo:
Aumento de Pressão: desloca o equilíbrio para a direita (menor volume).
Diminuição de Pressão: desloca o equilíbrio para a esquerda (maior volume).
Temperatura
A temperatura, além de provocar deslocamento do equilíbrio, é o único fator responsável por alterações
na constante de equilíbrio (Kc). Num sistema em equilíbrio, sempre temos duas reações: a endotérmica,
que absorve calor, e a exotérmica, que libera calor. Quando aumentamos a temperatura, favorecemos a
reação que absorve calor. Por outro lado, quando há diminuição da temperatura, favorecemos a reação
que libera calor.
Exemplo:
168
Kc diminui
Lei de Van’t Hoof: “A cada aumento de 10°C na temperatura de uma reação química, a velocidade
da reação duplica ou até mesmo triplica.”
Observação: Van’t Hoof não considerou que cada reação tem um ótimo de temperatura para ocorrer
(temperatura ideal) e após atingido esse ótimo, o aumento da temperatura pode não mais influenciar a
velocidade da reação ou até mesmo prejudicá-la. Exemplo: Reações Enzimáticas.
Concentração do Equilíbrio
O aumento na concentração de CO ou O2 provoca aumento em v1, fazendo com que v1 > v2; portanto,
o equilíbrio desloca-se para a direita. A diminuição na concentração de CO ou O2 provoca queda em v1,
fazendo com que v1 < v2; portanto, o equilíbrio desloca-se para a esquerda.
Para equilíbrio em sistema heterogêneo, a adição de sólido (C(s)) não altera o estado de equilíbrio, pois
a concentração do sólido é constante e não depende da quantidade.
Observações:
- Aumento na pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a direita.
- Diminuindo a pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a esquerda.
Importante:
1. Substância sólida não desloca um equilíbrio químico, pois a concentração de um sólido em termos
de velocidade é considerada constante, porque a reação se dá na superfície do sólido.
2. Alterando-se a concentração de uma substância presente no equilíbrio, o equilíbrio se desloca,
porém, sua constante de equilíbrio permanece inalterada (a constante permanece sem ter seu valor
modificado porque a temperatura não variou).
169
Grau de equilíbrio (α) representa a relação entre o número de mols consumidos de um reagente e o
número de mols inicial desse reagente.
n° de mols consumidos de um reagente
𝐠𝐫𝐚𝐮 𝐝𝐞 𝐞𝐪𝐮𝐢𝐥í𝐛𝐫𝐢𝐨 =
n° de mols inicial desse reagente
O grau de dissociação é um número puro, sem unidade, e sempre menor que 1 (α<1). É comumente
expresso em %.
É importante que não haja confusão entre grau de equilíbrio e constante de equilíbrio. O grau de
equilíbrio varia com a temperatura e com as concentrações das substâncias participantes. No caso de
um equilíbrio do qual participam gases, o grau de equilíbrio varia também com a pressão.
As concentrações de íons H+ e OH– presentes no equilíbrio variam com a temperatura, mas serão
sempre iguais entre si:
Água pura ⇒ [H+] = [OH–]
A 25 ºC, as concentrações em mol/L de H+ e OH– na água pura são iguais entre si e apresentam o
valor 10–7 mol L–1.
Água pura a 25 ºC ⇒ [H+] = [OH–] = 10–7 mol L–1
Escala de pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Soren
Peter Lauritz Sorensen (1868-1939), com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade
de cervejas. O cálculo do pH pode ser feito por meio das expressões:
170
Exemplos:
A escala de pH normalmente apresenta valores que variam de zero a 14. O esquema a seguir mostra
uma relação ente os valores de pH e as concentrações de H+ e OH–em água, a 25 ºC.
pH e o grau de ionização
Considere um ácido fraco genérico HkA. Ao dissolver M mols desse ácido em água, de maneira que
forme 1 litro de solução, a concentração em mol/L e a normalidade serão:
nsoluto M mol
Concentração em mol/L = = = M mol/L
Vssolução 1L
nesoluto
Normalidade: N = = K. M
Vsolução
Exemplo: Vamos calcular a constante de ionização do ácido cianídrico, tendo conhecimento de que o
pH de uma solução 0,04M de HCN é 5. Nesse caso, temos: pH = 5 ⇒ [H+] = 1 . 10-5 mol/L
Analisemos atentamente o equilíbrio:
-Quando adicionado a uma base (BOH), um sal com o mesmo cátion (B+) produz:
Diminuição do grau de ionização de BOH ou enfraquecimento de BOH;
Diminuição da [OH-], portanto diminuição do pH da solução. O íon comum não altera a constante de
ionização da base.
Para simplificar a análise dos fenômenos da hidrólise salina, os sais são divididos em 4 tipos, a saber:
172
Podemos então observar que quem sofre a hidrólise não é o sal, mas sim o íon NH 4+ (da base fraca),
liberando íons H+, que conferem à solução caráter ácido com pH menor que 7.
Observamos, então, que quem sofre a hidrólise, neste caso, é o íon CN– (do ácido fraco), liberando
íons OH– que conferem à solução caráter básico com pH maior que 7.
Como tanto o ácido quanto a base são fracos, ocorre realmente a hidrólise do sal e não apenas de um
dos íons (como nos dois casos anteriores). Podemos concluir que quem sofre hidrólise são os íons
correspondentes ao ácido e/ou base fracos. Neste caso, o meio pode ficar ácido, básico ou neutro.
- O meio será ligeiramente ácido se a ionização do ácido for maior que a da base (Ka > Kb);
- O meio será ligeiramente básico se a ionização do ácido for menor que a da base (Ka < Kb).
- O meio será neutro se a ionização do ácido apresentar mesma intensidade que a da base (Ka Kb).
173
Sendo o NaOH uma base forte, os íons Na+ não captam os íons OH– da água. Do mesmo modo, sendo
o HBr um ácido forte, os íons Br– não captam os íons H+ da água. Portanto, neste caso, não há hidrólise.
A solução terá caráter neutro, com pH igual a 7. Concluímos que, na solução salina, predomina sempre
o caráter do mais forte. Quando o sal é formado por ácido/base de mesma força (2 fortes), a solução final
é neutra.
A variação de αh é:
0 < αh < 1 ou 0% < αh < 100%
Constante de Hidrólise (Kh) - Para os equilíbrios químicos das reações de hidrólise, define-se uma
constante de equilíbrio chamada constante de hidrólise (Kh). Dado o equilíbrio de hidrólise:
Observação: A água não entra na expressão porque é o solvente e sua concentração molar é
praticamente constante.
Assim:
Lembre-se: a água não entra na expressão e a Kh é obtida sempre a partir da equação iônica de
hidrólise.
174
Como:
Equilíbrios Heterogêneos
175
Resumindo: Equilíbrios heterogêneos são aqueles nos quais os reagente e os produtos formam um
sistema heterogêneo.
Como a concentração de um sólido tem valor constante, o produto Ki . [A2B3] da fórmula acima também
é constante e é chamado de produto de solubilidade.
Portanto, o produto de solubilidade (Kps ou PS) é o produto das concentrações molares dos íons
existentes em uma solução saturada, onde cada concentração é elevada a um expoente igual ao
respectivo coeficiente do íon na correspondente equação de dissociação.
Exemplos:
176
Como apresentam a mesma proporção em íons (1 : 1), o CaCO3 é mais solúvel que o BaCO3, porque
possui maior valor de Kps. Quando as substâncias comparadas possuem proporção em íons diferentes,
a mais solúvel é aquela que apresenta maior solubilidade.
Exemplo:
Avaliando a solubilidade do Ag2CrO4, portanto, em 1 L de solução é possível dissolver até 10–4 mol de
Ag2CrO4.
KPS=[Ba2+].[SO42-]
10-10=(Y).(Y)
Y=1,0.10-5 mol/L
A solubilidade do BaSO4 portanto, em 1 L de solução: é possível dissolver até 10–5 mol de BaSO4. Com
isso concluímos que Ag2CrO4 é mais solúvel que o BaSO4.
Observação:
- Os valores do Kps permanecem constantes somente em soluções saturadas de eletrólitos pouco
solúveis.
- Se a dissociação iônica for endotérmica, e se aumentarmos a temperatura, este aumento acarretará
em um aumento de solubilidade, portanto, o valor do Kps aumentará. Se a dissolução for exotérmica
acontecerá o contrário do citado anteriormente. Podemos então concluir que a temperatura altera o valor
do Kps.
Solução Tampão
177
Solução tampão ou solução tamponada é aquela que, ao adicionarmos uma pequena quantidade
de ácido ou base, mesmo que fortes, mantém o seu pH praticamente invariável.
Observação: Note que o íon B+ é comum à base e ao sal. Ao juntarmos a esta solução uma base
forte, esta irá liberar íons OH-, que serão consumidos pelo equilíbrio:
Como consequência, este equilíbrio desloca-se para a esquerda, e com isso a basicidade da solução
não aumenta e o pH não sofre variação significativa. Perceba que não irá faltar o íon B+ para que o
equilíbrio acima se desloque para a esquerda, uma vez que a dissociação do sal BA → B+ + A- fornece
uma boa reserva deste íon.
178
H+ + OH- → H2O
Perceba que não irão faltar íons OH- para reagir com o H+ do ácido, pois a base BOH é fraca, e o
estoque de fórmulas BOH que continuará se dissociando e fornecendo OH- é muito grande. Desta forma,
conseguimos compreender que a solução tampão só resistirá às variações de pH até que toda base BOH
ou todo sal BA sejam consumidos. A resistência que uma solução tampão oferece às variações de pH
recebe o nome de efeito tampão.
Caso a solução tampão fosse constituída por um ácido fraco e um sal derivado deste ácido, a
explicação para o comportamento desta solução seria semelhante à anterior. Concluímos, então, que
uma solução tampão é usada sempre que se necessita de um meio com pH praticamente constante e,
preparada, dissolvendo-se em água:
- um ácido fraco e um sal derivado deste ácido OU
- uma base fraca e um sal derivado desta base.
Como o ácido é fraco, a sua concentração praticamente não varia durante a ionização, e a quantidade
de íon A- produzida é muito pequena. Por outro lado, o sal se dissocia totalmente, produzindo quase todo
íon A-, presente na solução. Portanto, a expressão da constante de equilíbrio ficará:
179
Soluções ácidas ou básicas podem ser obtidas pela dissolução de sais em água. Nesses sistemas, os
sais estão dissociados em cátions e ânions, que podem interagir com a água por meio de um processo
denominado hidrólise salina, produzindo soluções com diferentes valores de pH.
Hidrólise salina é o processo em que o(s) íon(s) proveniente(s) de um sal reage(m) com a água.
A reação de hidrólise de um cátion genérico (C+) com a água pode ser representada pela equação a
seguir:
Note que ocorreu a formação de íons H+, o que caracteriza as soluções ácidas.
A reação de hidrólise de um ânion genérico (A–) com a água pode ser representada pela equação a
seguir:
Questões
01. (Innova - Técnico Químico Júnior – CESGRANRIO) O ferro presente em 0,200 g de uma amostra
de hematita foi totalmente reduzido a Fe 2+ e, a seguir, titulado com exatamente 25,00 mL de uma solução
0,014 mol/L de dicromato, em meio ácido, segundo a equação abaixo:
02. (Petrobras - Técnico de Operação Júnior – CESGRANRIO) Um copo Becher contém 0,34 g de
nitrato de prata dissolvido em água, e um outro copo Becher contém 0,34 g de iodeto de potássio
dissolvido em água. Ao se misturarem os conteúdos dos dois copos, ocorre a seguinte reação:
180
Comentários
01. Alternativa: D
Faz-se o cálculo por partes:
X = 58,8 %
02. Alternativa: B
Obtém-se o número de mols de cada reagente pelos cálculos:
nº de mols de AgNO3
n1 = m1 / MM1
n1 = 0,34 / 170
n1 = 0,002 mols
nº de mols de KI
n2 = m2 / MM2
n2 = 0,34 / 166
n2 = 0,00204 mols
Veja que a proporção estequiométrica da reação é de 1:1. No entanto, tem-se disponível 0,002 mols
de AgNO3 e 0,00204 mols de KI, logo o KI está em excesso, e o reagente em menor quantidade, que
reage completamente é o AgNO3 (nitrato de prata).
181
Compostos de Carbono
QUÍMICA ORGÂNICA
É a parte da Química que estuda os compostos que contém carbono. Porém nem toda substância que
contém carbono é parte da Química Orgânica. Há algumas exceções, porque apesar de conter carbono,
tem comportamento de uma substância inorgânica. São eles: C(grafite), C(diamante), CO, CO 2, HCN,
H2CO3, Na2CO3.
Os compostos orgânicos são, na sua maioria, formados por C, H, O e N. Entretanto em 1828, Wohler
obteve o primeiro composto orgânico em laboratório. Este composto recebeu o nome de ureia, e a partir
deste, surgiram outras sínteses de compostos orgânicos realizados em laboratório.
Em 1858, KeKulé e Couper enunciaram a teoria estrutural da Química orgânica através de três
postulados:
1) O Carbono é tetravalente
2) As quatro valências são equivalentes
3) O carbono forma cadeias carbônicas
Os átomos de carbono agrupam-se entre si, formando estruturas de carbono, ou cadeias carbônicas.
Átomo de Carbono
O átomo de carbono possui massa atômica (A) igual a 12,01u e número atômico (Z) igual a 6.
Veja a sua configuração eletrônica:
A propriedade mais importante do elemento carbono é a capacidade de unir seus átomos, formando
cadeias carbônicas. Veja a seguir um exemplo de cadeia carbônica:
Tipos de carbono
Os átomo de carbono que fazem parte de uma cadeia carbônica podem ser classificados devido ao
número de átomos de carbono ligados diretamente ao átomo de carbono que se deseja classificar.
Diante disso, podemos ter em uma cadeia os seguintes tipos de átomos de carbono:
-Carbono primário: Liga-se diretamente, no máximo, a outro átomo de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a dois átomos de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a três átomos de carbono.
-Carbono quaternário: Liga-se diretamente, diretamente a quatro átomos de carbono.
Exemplo:
182
As cadeias carbônicas podem ser classificadas de três tipos de acordo com a disposição dos átomos
de carbono:
Exemplos:
3) Cadeia Mista
Possui pelo menos um ciclo (anel) e uma extremidade.
Exemplos:
Quanto à disposição dos átomos de carbono, as cabeias abertas podem ser classificadas como retas
ou normais e ramificadas.
A) Retas ou Normais
Esse tipo de cadeia ocorre quando só existem carbonos primários e secundários na cadeia. Estando
em uma única sequência, geram apenas duas extremidades ou pontas.
Exemplos:
183
Quanto ao tipo de ligação entre os átomos de carbono, as cadeias são classificadas em saturadas e
insaturadas.
A) Cadeia Saturada
Essa classificação é utilizada para as cadeias que possuem somente ligações simples entre os
carbonos.
Exemplos:
B) Cadeia Insaturada
Nesse tipo de cadeia existe pelo menos uma instauração (dupla ou tripla ligação) entre os átomos de
carbono.
Exemplos:
A) Cadeia Homogênea
Esse tipo de cadeia não possui nenhum heteroátomo entre os carbonos, ou seja, essas cadeias são
constituídas somente por carbonos.
Exemplos:
184
A) Aromáticas
São consideradas cadeias aromáticas aquelas que possuem em sua estrutura pelo menos um núcleo
benzênico, também denominado anel aromático (C6H6).
Exemplos:
Quantidade de ciclos
Um outro critério que pode ser utilizado para classificar as cadeias cíclicas está relacionado com a
quantidade de ciclos (anéis ou núcleo).
Assim temos:
-Cadeia Monocíclica ou Mononuclear
Apresenta um único ciclo em toda sua estrutura
Exemplos:
185
Resumo
- sp3
Toda molécula que possuir ligações simples, a sua hibridização será sp3.
- sp2
186
- sp
H–C ≡ C–H
Neste caso, o etino possui uma ligação tripla, sendo uma hibridização sp (ligação sigma) e duas p
(ligação pi). A ligação entre carbonos e hidrogênios é sp.
Todas as ligações π são p puro.
Veja esta molécula:
=C=
Nesta molécula, há um ângulo de 180° entre as ligações duplas. A hibridização será sp e p para
cada ligação dupla.
Uma ligação entre H – C será s – sp.
Exemplo:
Seja a seguinte molécula de etano, analise as suas ligações σ e π e o tipo de hibridização de cada
ligação:
Carbono 1:
H – C [σ: s – sp3]
C – C [σ: sp3 – sp3]
Carbono 2:
C – C [σ: sp3 – sp3]
H – C [σ: s – sp3]
A química orgânica exerce grande participação no nosso cotidiano. Grande parte dos compostos
produzidos em nosso corpo são orgânicos por exemplo a ureia e a glicose. Não apenas em nós, como
também em todos os seres vivos, sejam eles vegetais ou animais.
Também a encontramos como combustível, na produção de tinta e sabões, até mesmo na criação de
um novo composto que pode ser usado para salvar vidas.
Produtos essenciais para a vida são orgânicos, por isso existem tantos diferentes compostos além do
ar que respiramos (O2) e da água que constitui 80% do nosso corpo, há um átomo que é fundamental: o
Carbono.
Questões
01. O náilon é um polímero de condensação, mais especificamente da classe das poliamidas, que são
polímeros formados pela condensação de um diácido carboxílico com uma diamida. Uma das variedades
desse polímero pode ser obtida por meio de uma matéria-prima denominada de caprolactana, cuja
fórmula estrutural é:
Fórmula da caprolactana
187
Esse composto
I. possui anel aromático.
II. apresenta a função fenol.
III. forma ligações de hidrogênio com a água.
03. (UFAM-PSC) O pau-rosa, típico da região amazônica, é uma rica fonte natural do óleo essencial
conhecido por linalol, o qual também pode ser isolado do óleo de alfazema. Esse óleo apresenta a
seguinte fórmula estrutural:
04. (Puccamp) Preocupações com a melhoria da qualidade de vida levaram a propor a substituição
do uso do PVC pelo tereftalato de polietileno ou PET, menos poluente na combustão. Esse polímero está
relacionado com os compostos:
05. (PUC/RS) O ácido etilenodiaminotetracético, conhecido como EDTA, utilizado como antioxidante
em margarinas, de fórmula
189
Comentários
01.Resposta: C
Considera-se uma fechada porque seus átomos de carbono formam um ciclo;
É alicíclica porque não possui um anel aromático;
Denominada saturada, pois, só há ligações simples entre os carbonos. Considerada heterogênea
porque possui o nitrogênio entre carbonos; É mononuclear porque possui somente um ciclo (núcleo).
02.Resposta: E
De acordo com as afirmações segue as explicações abaixo:
I- trata-se de um anel aromático, porque existem 3 duplas alternadas, o que caracteriza a
aromaticidade.
II- a função fenol é caracterizada por apresentar um OH ligado ao anel aromático.
III-devido a presença de OH, ocorre as ligações de hidrogênio na presença de água.
03.Resposta: D
A cadeia apresentada pode ser classificada como:
Acíclica, ou seja, possui cadeia aberta, com extremidades livres, sem nenhum ciclo;
Ramificada, pois, possui duas ramificações, os grupos metil;
É insaturada, pois, possui duas ligações duplas entre carbonos;
É homogênea porque não possui nenhum heteroátomo entre os átomos de carbono.
04.Resposta: D
A cadeia I, é classificada como aromática, por apresentar uma anel aromático em sua estrutura, já a
cadeia II, é denominada instaura por apresentar ligações duplas entre carbonos
05.Resposta: D
A cadeia representada é classificada como aberta, pois não há obtenção de um ciclo, saturada, pois,
as duplas ligações não são entre os carbonos, e heterogênea porque há a presença de um
heteroátomo(N), entre os carbonos.
06.Resposta: C
É denominada uma cadeia mista, já que existem elementos que formam um ciclo (cadeia fechada)
como também ocorre a formação de cadeias abertas. Chamada de heterogênea, devido a presença de
O entre os carbonos.
07.Resposta: E
De acordo com a estrutura apresentada, existem 5 carbonos primários (que são aqueles que se ligam
a apenas 1 carbono), 1 secundário, (ligam-se a 2 carbonos) e 3 terciários ligados a 3 carbonos.
08.Resposta: A
A denominação acíclica significa aberta, tendo em vista que não temos um ciclo a estrutura, é
classificada como saturada pois, a dupla que há na molécula, não se encontra entre carbonos.
Funções Orgânicas
As funções orgânicas são grupos em que os compostos orgânicos são divididos de acordo com o seu
comportamento químico e presença de certos agrupamentos de átomos em suas estruturas.
190
Os compostos orgânicos recebem nomes oficiais que levam em consideração o número de carbonos,
os tipos de ligações entre eles e a função que as substâncias pertencem.
O esquema apresentado no quadro abaixo mostra, as partes básicas da nomenclatura de um
composto orgânico.
Hidrocarbonetos
São compostos formados apenas por carbono (C) e hidrogênio (H). Os hidrocarbonetos podem ser
subdivididos em várias classes em função do tipo de ligação que apresenta entre os carbonos. Sua
fórmula geral é dada por CXHY.
Os hidrocarbonetos se dividem de acordo com a sua estrutura e tipo de ligações entre carbonos. São
tipos de hidrocarbonetos:
-alcanos
-alcenos
-alcinos
-alcadienos
-cicloalcanos
-cicloalcenos
-aromáticos
Alcanos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta saturados, ou seja, possuem somente ligações
simples entre os carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n + 2(em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
CH4:metano
H3C — CH3: etano
Alcenos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem somente uma ligação dupla entre
carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n
Exemplos:
191
Alcadienos ou dienos:
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem duas duplas ligações entre carbonos.
O infixo “dien" identifica as duas duplas ligações dos alcadienos.
Fórmula Geral: CnH2n-2 (em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
Hidrocarbonetos cíclicos:
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia fechada. Podem ser cicloalcanos (só possuem ligações
simples), cicloalcenos (possuem dupla ligação entre carbonos) e cicloalcinos (com tripla ligação entre
carbonos).
Fórmula Geral:
- Cicloalcanos: CnH2n
- Cicloalcenos: CnH2n-2
Hidrocarbonetos aromáticos:
Definição: são hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis benzênicos (núcleos aromáticos), que
são representados conforme a figura abaixo:
Exemplo:
Álcoois
Álcool é toda substância orgânica que contém um ou mais grupos oxidrila ou hidroxila (OH) ligado
diretamente à átomos de carbono saturados.
Grupo funcional:
Classificação
Os álcoois podem ser classificados de duas maneiras:
- de acordo com a posição da hidroxila
- de acordo com o número de hidroxila
Posição da Hidroxila
Álcool Primário – tem a hidroxila ligada a carbono primário.
Número de Hidroxila
- Monoálcool – álcool que contém uma hidroxila.
193
Fenol
Fenol é todo composto orgânico que contém uma ou mais hidroxilas (OH) ligadas diretamente a um
anel aromático.
Exemplos:
Exemplos:
-H3C — OH: met + an + ol = metanol
-H3C — CH2 — OH: et + an + ol = etanol
Quando um álcool alifático apresentar mais de dois átomos de carbono, devemos indicar a posição do
OH numerando a cadeia a partir da extremidade mais próxima do carbono que contém a hidroxila.
Exemplos:
1-butanol
2-butanol
Aldeídos
Os aldeídos contêm o grupo carbonila em carbono primário (extremidade da cadeia).
Grupo funcional:
Exemplos:
194
Exemplos:
Nomenclatura usual
Os quatro primeiros aldeídos têm nomes usuais, tais como:
Cetonas
As cetonas também apresentam o grupo carbonila, sendo que o carbono do grupo deve ser
secundário.
Grupo funcional:
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
De acordo com a nomenclatura da IUPAC a terminação das cetonas é ONA.
A cadeia principal é a mais longa que possui a carbonila e a numeração é feita a partir da extremidade
mais próxima da carbonila.
Exemplos:
Quando a numeração for necessária, ela deve ser iniciada da extremidade mais próxima da carbonila.
Ácido Carboxílico
Os ácidos carboxílicos apresentam pelo menos uma função carboxila.
-Grupo funcional:
195
Nomenclatura IUPAC
Inicia-se com a palavra ácido e a terminação utilizada é óico. A cadeia principal é a mais longa e que
possua a carboxila. Para cadeias ramificadas, devemos numerar a partir do carbono da carboxila (e não
precisa mencionar a posição 1).
Exemplos:
O nome usual para os ácidos é associado à sua origem ou a suas propriedades. Os nomes comuns
de muitos ácidos carboxílicos são baseados em suas origens históricas ou ao seu odor exalado por quem
os produz.
Ésteres
Ésteres são compostos orgânicos produzidos através da reação química denominada de esterificação:
ácido carboxílico e álcool reagem entre si e os produtos da reação são éster e água. Os ésteres são
encontrados em muitos alimentos, perfumes, objetos e fármacos que temos em casa.
Grupo funcional:
Os ésteres possuem aroma bastante agradável. São usados como essência de frutas e aromatizantes
nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. Constituem também óleos vegetais e animais, ceras
e gordura.
Nomenclatura IUPAC
Colocando-se o grupo funcional como referencial, podemos dividir o nome em duas partes:
196
Éteres
Éter é todo composto orgânico onde a cadeia carbônica apresenta – O – entre dois carbonos. O
oxigênio deve estar ligado diretamente a dois radicais orgânicos (alquila ou arila). A fórmula genérica do
éter é R – O – R, onde “R” é o radical e “O” é o oxigênio.
Grupo funcional:
Nomenclatura oficial
A nomenclatura oficial pode ser obtida da seguinte maneira:
Ou
Exemplos:
Aminas
As aminas são consideradas as bases orgânicas e são obtidas a partir da substituição de um ou mais
hidrogênios da amônia (NH3) por radicais.
197
Na sua nomenclatura, basta indicar (o)s radical (is) ligados ao nitrogênio acrescido da palavra amina.
As aminas aromáticas nas quais o nitrogênio se liga diretamente ao anel benzênico Ar–NH2 são,
geralmente, nomeadas como se fossem derivadas da amina aromática mais simples: a fenilamina
(Anilina)
Para aminas mais complexas, consideramos o grupo NH2 como sendo uma ramificação, chamada de
amino.
Amidas
As amidas são caracterizadas pelo grupo funcional:
Nomenclatura da IUPAC
198
Haletos Orgânicos
Questões
199
04. “A cafeína é um dos alcaloides mais utilizados pelas pessoas. Está presente nas sementes do café,
nas folhas de alguns tipos de ervas usadas na preparação de chás, no cacau e na fruta do guaraná.”
(Cafeína, texto 8, Química, Ensino Médio). Assinale as funções presentes na cafeína:
05. Alcano é um tipo de hidrocarboneto que apresenta cadeia aberta e saturada, além de possuir
apenas ligações simples. Qual a fórmula molecular de um alcano com 12 átomos de carbono?
(A) C12H8
(B) C12H36
(C) C12H26
(D) C12H24
(E) C12H12
06. (MACK/SP) Sobre o etanol, cuja fórmula estrutural é H3C ─ CH2 ─ OH, identifique a alternativa
incorreta:
(A) Apresenta cadeia carbônica saturada.
(B) É uma base inorgânica.
(C) É solúvel em água.
(D) É um monoálcool.
200
07. (U. Católica de Salvador/BA) A cetona é um composto carbonílico com 3 átomos de carbono e
cadeia saturada. Sua fórmula molecular é:
(A) C3H6O
(B) C3H7O
(C) C3H8O
(D) C3H8O2
(E) C3H8
Gabarito
Comentários
01. Resposta C.
De acordo com a regra da nomenclatura, inicia-se a numeração mais próxima a função, nesse caso
OH (álcool) portanto: (3,4-dimetil-ciclo-hexanol.)
02. Resposta: C
Tem-se a função álcool (OH ligado no anel não aromático) amina (presença de NH), amida (C=O e
NH), ácido carboxílico(COOH) e éster (R-COO-R’)
03. Resposta D.
Os compostos que possuem o elemento oxigênio em sua estrutura podem apresentar uma substituição
deste por átomos de enxofre. Caso isto ocorra, o nome do composto apresentará sufixo tiol.
04. Resposta C.
Basta identificar as funções. Uma dica para diferenciar amida e amina que dou é que amiDa (tem D
de dupla, no caso dupla com oxigênio no carbono imediatamente vizinho do Nitrogênio). A amida aparece
duas vezes
05. Resposta C.
A fórmula geral de alcanos é CnH2n + 2; Substituindo n=12, teremos 2.12 + 2 = 26. Logo, a fórmula
será C12H26
06. Resposta: B.
O etanol não é uma base inorgânica, mas pertence à função orgânica dos álcoois.
07. Resposta A.
A cetona, também conhecida como propanona possui fórmula molecular C3H6O.
Reações Orgânicas
O conhecimento das reações orgânicas e das características das diferentes funções orgânicas é de
fundamental importância para entendermos não só os processos orgânicos, mas também a bioquímica,
ou seja, os processos metabólicos que ocorrem nos seres vivos. Em todo o mundo, muitos químicos estão
envolvidos na obtenção de compostos orgânicos em laboratórios de escolas, institutos de pesquisa e
indústrias.
As reações orgânicas podem ser classificadas de várias maneiras. Alguns dos tipos mais comuns são:
substituição, adição e eliminação.
201
Nesse tipo de reação, ocorre a substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio da molécula de
um hidrocarboneto por outro átomo ou grupo de átomos. Essas reações podem ser representadas
genericamente da seguinte maneira:
A notação R-H representa um hidrocarboneto que pode pertencer a uma das seguintes classes:
alcanos, aromáticos e ciclanos com 5 ou mais carbonos. As principais reações de substituição são:
halogenação, nitração, sulfonação, alquilação e acilação.
a) Monocloração do metano
b) Monobromação do metilbutano
Vários fatores influam na porcentagem dos produtos obtidos nesse tipo de reação, mas pode-se fazer
uma previsão de qual produto será formado em maior quantidade, por meio de uma regra de uso comum,
que indica a ordem de facilidade com que um hidrogênio "sai" do hidrocarboneto:
202
203
Dirigência em aromáticos
O primeiro substituinte (átomo ou grupo de átomos) de um hidrogênio do anel benzênico orientará a
posição na qual irá ocorrer a segunda substituição. Esse primeiro substituinte será denominado grupo
dirigente e poderá ser de dois tipos:
Monobromação do fenol
Os meta-dirigentes são grupos de átomos em cuja estrutura existe pelo menos uma ligação dupla,
tripla ou dativa.
204
Os grupos orto-para dirigentes permitem no máximo três substituições no núcleo benzênico: duas em
orto e uma em para.
O trinitritolueno (TNT) é uma substância que pode ser obtida pela nitração total do tolueno.
O TNT é um dos mais importantes explosivos de uso militar, sendo ativado pela explosão de uma
espoleta.
Reações de adição
Observação: Os ciclanos de três ou quatro carbonos, como apresentam anéis instáveis, também
sofrem esse tipo de reação devido à quebra de uma ligação sigma (σ) entre carbonos do anel, originando
compostos de cadeia aberta.
Hidrogenação catalítica
Essas reações ocorrem com o gás hidrogênio (H2) e são catalisadas por metais, como: Ni, Pt, Pd.
205
Halogenação
Essa reação envolve os halogênios, sendo o cloro (Cl2) e o bromo (Br2) os mais utilizados.
Observação: O teste mais comum para verificar se uma cadeia alifática é insaturada, à temperatura
ambiente, consiste na reação com água de bromo [Br2(aq)] ou uma solução de bromo em tetracloreto de
carbono (Br2/CCl4). Esses sistemas apresentam uma coloração castanha. Se a cadeia for insaturada, a
coloração castanha desaparecerá.
Essa reação, nessas condições, não irá ocorrer com cadeias saturadas.
Adição de HX
Nesse tipo de reação, os reagentes mais comuns são o cloreto e o brometo de hidrogênio (HCl e HBr).
A adição do hidrogênio (H) e do halogênio (X) aos carbonos da insaturação obedece a uma regra
experimental descoberta em 1868 pelo químico russo Markovnikov.
206
Se o grupo OH presente no enol estiver situado em carbono secundário, haverá a formação de uma
cetona; entretanto, se o grupo OH estiver situado em carbono primário, irá formar-se um aldeído.
Adição em aromáticos
Os aromáticos, devido à ressonância, normalmente sofrem reações de substituição; porém, em
condições enérgicas ou em condições especiais, podem sofrer reações de adição. Veja os exemplos:
207
Ozonólise
A ozonólise utiliza ozônio (O3) na presença de água (H2O) e zinco (Zn). Os átomos de oxigênio do
ozônio ligam-se aos carbonos da dupla ligação do alqueno, originando um composto intermediário
instável, denominado ozoneto ou ozonida, o qual, por sua vez, se hidrolisa, originando aldeídos e/ou
cetonas. Como exemplo, tome-se um alqueno genérico:
Observação: A finalidade da utilização do zinco é evitar que o oxigênio, que pode ser produzido pela
decomposição da água oxigenada, oxide o aldeído a ácido carboxílico.
Oxidação enérgica
Os dois agentes oxidantes mais utilizados na reação de oxidação enérgica de alquenos são o
permanganato de potássio (KMnO4) e o dicromato de potássio (K2Cr2O7) concentrados, em meio ácido, a
quente. Neste tipo de oxidação, ocorre a quebra da dupla ligação e a formação de ácidos carboxílicos
e/ou cetonas. Os átomos de hidrogênio (H) ligados ao carbono da dupla ligação se transformam em
hidroxila (OH). Genericamente, essa reação pode ser representada por:
Se, no carbono da dupla ligação, existirem dois átomos de hidrogênio (=CH2), ambos serão
transformados em hidroxilas (=C(OH)2), originando o ácido carbônico (H2CO3), que se decompõe,
produzindo CO2(g) e H2O(l). Veja um exemplo:
208
Os dois álcoois comumente utilizados como combustíveis são o metanol e o etanol. O metanol é
considerado um bom substituto da gasolina, particularmente em áreas urbanas em que os níveis de
poluição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Isso se deve ao fato de sua queima ser
mais completa do que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica, além de não produzir óxidos
de enxofre. É utilizado diretamente ou misturado à gasolina nos Estados Unidos desde 1980.
No Brasil, o álcool utilizado como combustível é o etanol hidratado, nos carros movidos a álcool, ou o
anidro, misturado à gasolina, nos carros movidos a gasolina. Sua combustão completa pode ser assim
representada:
Outras oxidações
Em laboratório, os agentes oxidantes mais utilizados são o KMnO4 ou o K2Cr2O7 (concentrados, em
meio ácido, a quente), que produzem oxigênio nascente [O]. Esses oxigênios atacam os hidrogênios (H)
pertencentes ao carbono do grupo OH.
O teste do bafômetro, usado para identificar motoristas que dirigem depois de ingerir bebidas
alcoólicas, é baseado na mudança de cor que ocorre na reação de oxidação do etanol com o dicromato
de potássio em meio ácido. Se o ar expirado pela pessoa mudar a cor alaranjada inicial do dicromato de
potássio para verde, isso indica que a quantidade de álcool no seu sangue está acima do limite legal.
A reação eu ocorre pode ser representada por:
209
Desidratação
a) Desidratação intramolecular — nessa reação ocorre a eliminação de uma molécula de água do
interior de cada molécula de álcool:
b) Desidratação intermolecular — nessa reação ocorre a eliminação de uma molécula de água a partir
de duas moléculas de álcool, pela interação dos grupos OH, através das pontes de hidrogênio:
Observação: Como, nessas reações, o produto orgânico obtido é proveniente de uma simples retirada
de átomos do reagente, elas podem ser classificadas como reações de eliminação.
Esterificação
Essa reação ocorre quando um ácido reage com um álcool, produzindo éster e água; a reação inversa
é denominada reação de hidrólise.
210
Observação: Caso se utilizem ácidos inorgânicos ou álcoois secundários ou terciários, a água será
formada pelo OH do álcool e pelo hidrogênio do grupo OH do ácido. Um exemplo desse fato pode ser
verificado na reação a seguir:
A nitroglicerina é um poderoso explosivo e muito sensível a choques. Em 1866, Alfred Nobel descobriu
que ela poderia se tornar mais estável e de mais fácil manuseio quando absorvida por um material inerte
e poroso, como a serragem ou a terra infusória (esqueletos calcários de diatomáceas). Esse produto é
comercializado com o nome de dinamite.
Hidratação de alquenos
Redução
A redução é a reação inversa à oxidação e é realizada com o gás hidrogênio (H2). Dessa maneira, os
produtos obtidos na oxidação dos álcoois podem ser usados, numa reação de redução, para regenerar o
álcool.
211
Aldeídos e cetonas
Os aldeídos e as cetonas são os principais compostos carbonílicos (grupo carbonila C O), e as
principais reações que ocorrem nesse grupo envolvem a quebra da ligação π.
Genericamente, temos:
-Reação de redução
Nesse tipo de reação, utiliza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H], que pode ser obtido a
partir da reação entre zinco e ácido clorídrico.
Genericamente, temos:
212
Em laboratório, para diferenciar aldeídos de cetonas através de reações de oxidação, são usadas
algumas misturas oxidantes:
-reativo de Tollens — solução aquosa amoniacal de nitrato de prata.
-reativo de Fehling — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e tartarato duplo de sódio e
potássio.
-reativo de Benedict — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e citrato de sódio.
Ácidos carboxílicos
Apesar de os ácidos carboxílicos mais conhecidos serem o ácido fórmico e o ácido acético, outros
ácidos carboxílicos também fazem parte do nosso cotidiano.
-Ácido butanoico
Também conhecido por ácido butírico (do latim butyrum = manteiga), é o responsável pelo odor
característico de manteiga rançosa.
-Ácido hexanóico
Seu nome usual é ácido capróico (do latim caper = cabra), e é um dos responsáveis pelo cheiro
desagradável exalado pelas cabras.
-Ácido etanodióico
213
Ácidos graxos: são ácidos carboxílicos com 12 ou mais átomos de carbono, geralmente em número
par, e de cadeia alifática normal; podem ser saturados ou insaturados
Caráter ácido
Os ácidos carboxílicos, quando em solução aquosa, se ionizam, originando íons H+ ou H3O+; portanto,
são considerados ácidos de acordo com a definição de Arrhenius. Genericamente e de maneira
simplificada, temos:
Embora todos os ácidos carboxílicos sofram ionização, ela não ocorre na mesma intensidade em todos
os compostos. Essa ionização está relacionada aos grupos ligados à carboxila.
Esses grupos podem ser de dois tipos:
a) aqueles que aumentam a acidez. Exemplos: halogênios (F, Cl, Br, I); NO2; OH etc.
b) aqueles que diminuem a acidez. Exemplos: H3C-; C2H5- etc.
Isso pode ser verificado a partir da análise de quatro ácidos e suas respectivas constantes de
ionização, os quais são dados a seguir:
Como já sabemos, quanto maior a constante de ionização (Ki), mais ionizado estará o ácido. Assim,
entre os ácidos apresentados, temos:
214
A análise das constantes de ionização permite estabelecer uma comparação entre o caráter ácido das
funções e a água:
Com base nos valores das constantes de ionização, consegue-se entender melhor por que somente
os fenóis e os ácidos carboxílicos reagem com uma base inorgânica:
-Esterificação
Os ácidos carboxílicos reagem com os álcoois, produzindo éster e água. Veja:
-Desidratação intermolecular
Nesse tipo de reação ocorre a eliminação de uma molécula de água a partir de duas moléculas de
ácido carboxílico, originando um anidrido:
215
Os ácidos carboxílicos também podem ser obtidos pela hidrólise de haleto ácido.
Observe:
Ácidos Carboxílicos são os ácidos orgânicos mais conhecidos; e esta classe de compostos possui o
grupo funcional –COOH.
As estruturas de ressonância acima explicam a maior acidez de um carboxilato comparado com uma
hidroxila: Apesar de que é possível escrever duas estruturas de ressonância para o ácido não dissociado,
a segunda estrutura tem menos importância ("contribui muito menos" para a estrutura "verdadeira") do
que a primeira, devido à separação de cargas nesta estrutura. Com isso, a estabilização por ressonância
no caso do ácido é muito baixa. Já no carboxilato (base conjugada), as duas estruturas de ressonância
são idênticas; com isso, a estabilização por ressonância é máxima. O exposto acima significa que, por
causa da estabilização por ressonância do carboxilato, a energia da base conjugada (carboxilato) é mais
baixa do que a do ácido. Isto resulta no aumento da constante de equilíbrio.
Álcoois (pKa ~ 16) são muito menos ácidos do que ácidos carboxílicos (pKa ~ 4), um fato que pode
ser explicado facilmente pela ausência de uma estabilização por ressonância da base conjugada de
álcoois (íon alcoxi). Tente escrever estruturas de ressonância de um íon alcoxi.
Fenóis (pKa ~ 10) são mais ácidos de que álcoois devido às estruturas de ressonância mostradas a
seguir:
216
O pKb e pKa das Bases é análogo ao pKa de ácidos pode-se definir a constante de associação de
uma base com um próton, o pKb. Porém a maioria dos livros apresenta os valores de dissociação dos
ácidos correspondentes das bases, pKa (pKa de uma base significa pKa do ácido correspondente da
base, ou seja, pKBH+), ao invés dos valores de pKb.
A basicidade das aminas, heterocíclicas, aromáticas com anéis de 6 e 5 membros, piridina e o pirrol,
é indicada abaixo em comparação com a trietilamina, a pirrolidina e a dietilamina:
Ambos os compostos heterocíclicos são menos básicos do que as aminas alifáticas; sendo que o pirrol
pode ser considerado não básico. Explicação:
(i) pirrol: A baixa basicidade não pode ser causada pelo anel de 5, porque o composto análogo não
aromático, a pirrolidina, possui um pKa parecido com o da dietilamina. Porém, o par de elétrons do
nitrogênio no pirrol é deslocalizado no anel aromático fazendo parte do sistema aromático (aromático: 6
elétrons; 4 elétrons das duas C=C + 2 elétrons do par de elétrons do nitrogênio). Com isso, o par de
elétrons não é disponível.
(ii) piridina: O par de elétrons não participa do sistema aromático (6 elétrons das três C=C). A
basicidade reduzida da piridina é devido à hibridização sp2 do nitrogênio:
Hibridização do nitrogênio:
Exemplos: alquilamina (pKa = 10); piridina (pKa = 5.21); acetonitrila; (pKa = - 4.3) A basicidade diminui
com o aumento do caráter, já que o par de elétrons em sp está mais atraído pelo núcleo e, portanto, está
menos disponível.
217
No ânion alcóxido de um álcool não existe deslocalização da carga negativa da base conjugada:
Obs: Ácidos carboxílicos podem ser neutralizados por bases fortes, moderadas, fracas e sais de
caráter básico como o NaHCO3.
Fenóis são neutralizados somente por bases fortes.
1) Fenóis
A presença de grupos no anel aromático do fenol pode aumentar ou diminuir a acidez do fenol.
218
Questões
01. (U. F. Santa Maria/RS) Observe, a seguir, a reação realizada para produzir um sal de amônio
quaternário, sabendo que esse sal é um detergente catiônico com ação germicida.
03. (FGV - Técnico em Saúde Pública – Química – FIOCRUZ) Considere a sequência de reações
descrita no esquema a seguir:
1) HNO3/H2SO4
2)Fe/HCl
3) NaNO2/HCl
4) CuBr
5) CH3COCl/AlCl3
6) LiAlH4/H+
220
As macromoléculas naturais são biomoléculas fundamentais para todos os seres vivos, que são os
glicídios, os lipídios e as proteínas. As macromoléculas também podem ser chamadas de polímeros. Elas
dividem-se em macromoléculas naturais e sintéticas.
Alguns tipos de moléculas pequenas, chamadas de monômeros, podem ligar-se entre si, dando
origem a macromoléculas, denominadas polímeros, por meio de uma reação denominada polimerização.
Carboidratos
Classificação
Costuma-se representar as fórmulas das aldoses e cetoses na vertical. Nestas fórmulas, um círculo
representa o grupo aldeído, o sinal representa o grupo cetona e um traço, o grupo hidroxila.
Monossacarídeos
Por convenção, o estudo das estruturas das oses é feito a partir da aldose mais simples, que é o
aldeído glicérico (aldotriose).
O aldeído glicérico apresenta 1 átomo de C quiral e, como tal, pode ser representado por dois
antípodas ópticos: o dextrogiro (ald. dglicérico) e o levogiro (ald. lglicérico).
As oses têm suas estruturas convencionadas a partir dos aldeídos glicéricos. A cadeia carbônica
poderá ser aumentada a partir do grupo aldeídico. Assim, obteremos, a partir do aldeído d glicérico, uma
aldotetrose em que a base (os últimos carbonos) da cadeia será idêntica à da aldotriose inicial.
As duas aldotetroses levarão a letra d em sua nomenclatura, pois são provenientes do aldeído d
glicérico. Da mesma forma, as aldotetroses, provenientes do ald. l glicérico, levarão a letra l em sua
nomenclatura oficial.
Seguindo o mesmo raciocínio, poderemos obter aldopentose a partir do aldotetrose, ou ainda,
aldohexose a partir de aldopentose, e assim sucessivamente.
Portanto, uma ose levará a letra d ou l em seu nome, de acordo com a origem, isto é, se pertencer à
série do aldeído d ou l glicérico, respectivamente. Reconhecemos pela estrutura a série a que pertence
uma ose pela posição da penúltima oxidrila: se estiver à direita da cadeia, convencionamos pertencer à
série d e levará tal letra em sua nomenclatura e, se estiver à esquerda da cadeia, a ose levará a letra l e
pertencerá, portanto, à série l.
Os glicídios apresentam propriedades físicas comuns. As oses são compostos cristalinos, incolores,
solúveis na água e pouco solúveis em solventes orgânicos e apresentam sabor adocicado. Os
dissacarídeos apresentam propriedades semelhantes. Os polissacarídeos são amorfos insolúveis em
água sem sabor.
221
-Glicose - C6H12O6 → glucose dextrogira, açúcar da uva. Ocorre no mel e frutos doces; é obtida pela
hidrólise do amido em meio ácido. Sua aplicação é na fabricação de álcool etílico, alimentação de
crianças, de atletas (após as competições).
-Frutose - C6H12O6 → levulose (ocorre no mel, nos frutos doces, sempre na forma d -).
-Sacarose - C12H22O11→ açúcar de cana, açúcar comum: ocorre em plantas, principalmente, a cana-
de-açúcar e a beterraba. Sua aplicação é na alimentação e na fabricação de álcool etílico. Sua obtenção
obedece à sequência:
a) Obtenção da garapa;
b) Precipitação das proteínas e ácidos livres, por tratamento com hidróxido de cálcio;
c) Eliminação do excesso de Ca(OH)2 borbulhando CO2 (precipita CaCO3);
d) Filtração e cristalização por centrifugação, separando-se o melaço do açúcar.
-Amido - (C6H10O5)n → ocorre nas reservas dos vegetais, sua aplicação é na alimentação e na
fabricação de cola.
Os monossacarídeos recebem o sufixo –ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua
fórmula, então:
Pentose Função
Ribose Participa da produção do ácido ribonucleico (RNA) atuando como matéria-prima.
Desoxirribose Participa da produção do ácido desoxirribonucleico (DNA) atuando como matéria-prima.
Hexose Função
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada na obtenção de energia. É
Glicose fabricada pelos vegetais na fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos na
alimentação.
Frutose Possui função energética
Possui função energética. Participa da composição de dissacarídeos da lactose, junto com a
Galactose
glicose.
Dissacarídeos
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a
222
Monossacarídeos
Dissacarídeo Função
constituintes
Apresenta função energética. Está presente nos vegetais,
Sacarose Glicose +frutose
principalmente na cana-de-açúcar.
Lactose Glicose + galactose Apresenta função energética e é o açúcar presente no leite.
Maltose Glicose + glicose Apresenta função energética e é encontrado em vegetais.
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos.
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são:
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessiva de cetonas que poderão
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte.
4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena
glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar
danos irreversíveis para o cérebro.
223
Lipídios
São ésteres elaborados pelos organismos vivos que, por hidrólise, fornecem ácidos graxos ao lado de
outros compostos. As características dos lípides são: brancos ou levemente amarelados, untuosos ao
tato, pouco consistentes, sendo alguns líquidos, e deixam sobre o papel uma mancha translúcida que não
desaparece com aquecimento, são insolúveis na água.
Classificação
Céridos - são ésteres formados a partir de um ácido graxo e um álcool superior. São conhecidos como
ceras e podem ser de origem animal ou vegetal. São usados na fabricação de ceras de assoalhos, graxa
de sapato, cosméticos, velas, etc.
Glicéridos - São ésteres de glicerol com ácidos graxos. Os óleos e gorduras animais e vegetais são
misturas de glicérides.
O glicérido formado pode ser um óleo ou uma gordura, será um óleo se for derivado
predominantemente de ácidos graxos insaturados. Será uma gordura se for derivado predominantemente
de ácidos graxos saturados. Já que a única diferença química entre um óleo e uma gordura está na
presença ou ausência de insaturações, podemos compreender facilmente como a indústria transforma
óleos em gordura pela simples adição de H2.
A hidrogenação modifica não só as propriedades físicas como também as propriedades químicas. As
gorduras hidrogenadas tornam-se rançosas com menos facilidade do que as não hidrogenadas. A
rancidez deve-se à presença de ácidos e aldeídos voláteis, de mau odor, obtidos através da reação do
oxigênio do ar com carbonos próximos das duplas ligações, na cadeia carbônica. A hidrogenação reduz
o número de insaturações na cadeia carbônica, o que retarda o desenvolvimento do ranço. Fisicamente,
os óleos se apresentam no estado líquido à temperatura e pressão ambientes (25°C e 1 atm) enquanto
as gorduras se apresentam no estado sólido. Gorduras e óleos podem derivar tanto de animais como de
vegetais.
Os esteroides são lipídios de cadeia complexa. Como exemplo pode-se citar o colesterol e alguns
hormônios: estrógenos, testosterona.
224
Esta característica comum confere aos aminoácidos a capacidade de formar longas cadeias de
poliamida que constituem as proteínas. Uma molécula formada a partir de dois ou mais aminoácidos é
chamada de peptídio e a ligação entre eles é denominada de ligação peptídica. Cada aminoácido presente
em um peptídio é chamado de resíduo. Conforme o número de resíduos, as peptidas recebem o nome
de dipeptidas, tripeptidas, etc. Para as proteínas (cadeia polipeptídica), encontramos mais de cem
resíduos unidos por ligações peptídicas. As ligações peptídicas podem ser representadas da seguinte
forma:
225
Aminoácidos
Cada aminoácido é diferente de outro. No entanto, todos possuem alguns componentes comuns. Todo
aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e um
hidrogênio. A quarta ligação é a porção variável, representada por R, e pode ser ocupada por um
hidrogênio, ou por um metil ou por outro radical.
226
Estrutura da Proteína
Uma molécula de proteína tem, a grosso modo, formato de um colar de contas. O fio fundamental da
proteína, formado como uma sequência de aminoácidos (cuja sequência é determinada geneticamente),
constitui a chamada estrutura primária da proteína.
Ocorre, porém, que o papel biológico da maioria das proteínas depende de uma forma espacial muito
mais elaborada. Assim, o fio fundamental é capaz de se enrolar sobre si mesmo, resultando um filamento
espiralado que conduz à estrutura secundária, mantida estável por ligações que surgem entre os
aminoácidos. Novos dobramentos da espiral conduzem a uma nova forma, globosa, mantida estável
graças a novas ligações que ocorrem entre os aminoácidos. Essa forma globosa representa a estrutura
terciária. Em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estruturas terciárias globosa unem-se,
originando uma forma espacial muito complexa, determinante do papel bioquímico da proteína. Essa nova
forma constitui a estrutura quaternária dessas proteínas.
A figura abaixo mostra as quatro estruturas da hemoglobina juntas. A hemoglobina está presente
dentro os glóbulos vermelhos do sangue e seu papel biológico é ligar-se a moléculas de oxigênio,
transportando-as a nossos tecidos.
227
Estrutura Proteica
O aquecimento de uma proteína a determinadas temperaturas promove a ruptura das ligações internas
entre os aminoácidos, responsáveis pela manutenção das estruturas secundária e terciária. Os
aminoácidos não se separam, não se rompem as ligações peptídicas, porém a proteína fica
“desmantelada”, perde a sua estrutura original. Dizemos que ocorreu uma desnaturação proteica, com
perda da sua forma original. Dessa maneira a função biológica da proteína é prejudicada.
Nota: Nem sempre, porém, é a temperatura ou a alteração da acidez do meio que provoca a mudança
da forma da proteína. Muitas vezes, a substituição de um simples aminoácido pode provocar alteração
da forma da proteína.
Enzimas
A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no interior das células e
também fora delas (em cavidades de órgãos, por exemplo). Por outro lado, todas essas reações
dependem, para a sua realização, da existência de uma determinada enzima. As enzimas são
substâncias do grupo das proteínas e atuam como catalisadores de reações químicas. Muitas enzimas
possuem, além da porção proteica propriamente dita, constituída por uma sequência de aminoácidos,
uma porção não proteica.
Nota: Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de certa reação química.
A parte proteica é a apoenzima e a não proteica é o cofator. Quando o cofator é uma molécula orgânica,
é chamado de coenzima. O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente,
mais propriamente conhecido como substrato. É formado um complexo enzima-substrato, instável, que
logo se desfaz, liberando os produtos da reação a enzima, que permanece intacta embora tenha
participado da reação. Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas que
estão na mesma solução é preciso fornecer certa quantidade de energia, geralmente, na forma de calor,
que favoreça o encontro e a colisão entre elas. A energia também é necessária para romper ligações
228
Temperatura
A temperatura é um fator importante na atividade das enzimas. Dentro de certos limites, a velocidade
de uma reação enzimática aumenta com o aumento da temperatura. Entretanto, a partir de uma
determinada temperatura, a velocidade da reação diminui bruscamente. O aumento de temperatura
provoca maior agitação das moléculas e, portanto, maiores possibilidades de elas se chocarem para
reagir. Porém, se for ultrapassada certa temperatura, a agitação das moléculas se torna tão intensa que
as ligações que estabilizam a estrutura espacial da enzima se rompem e ela se desnatura.
Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima, na qual a velocidade da reação é máxima,
permitindo o maior número possível de colisões moleculares sem desnaturar a enzima. A maioria das
enzimas humanas, têm sua temperatura ótima entre 35 e 40ºC, a faixa de temperatura normal do nosso
corpo. Já bactérias que vivem em fontes de água quente têm enzimas cuja temperatura ótima fica ao
redor de 70ºC.
Os ácidos nucleicos
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no
núcleo celular, em meados do século XIX.
Existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla DNA e
o ácido ribonucleico, conhecido como RNA.
Proteínas na Alimentação
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas, portanto são
essenciais à vida de todo animal. Todos os animais necessitam receber uma quantidade de proteína e,
além disso, para o homem, suínos, aves, cães entre outros, a quantidade e tão importante quanto a
qualidade. O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o principal
constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o crescimento, a reprodução e a
produção.
As melhores fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, estando também presentes em
quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, salientando-se as leguminosas verdes e secas
(feijão, grão-de-bico, soja, favas, ervilhas, lentilhas).
-Alimentos de origem animal: lacticínios, carnes, pescado e ovos.
-Alimentos de origem vegetal: leguminosas verdes e secas, cereais e derivados, tubérculos, hortaliças
e legumes.
230
Questões
Assinale:
(A) se somente I estiver correta.
(B) se somente II estiver correta.
(C) se somente III estiver correta.
(D) se I e II estiverem corretas.
(E) se todas estiverem corretas
03. (Mackenzie/SP) - São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo. Referimo-
nos aos(às):
(A) carboidratos.
(B) proteínas.
(C) lipídios.
(D) vitaminas.
(E) sais minerais.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais
conhecidos são a sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose).
02. Resposta: E
03. Resposta: B
231
Polímeros Sintéticos
Polietileno - O polietileno (ou polieteno) tem fórmula geral (CH2-CH2)n, é um polímero de alta produção
mundial e economicamente viável, daí o porquê de seu uso em larga escala. É formado pela união
sucessiva de milhares de monômeros, que nesse caso são moléculas do etileno(eteno).
O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por ácido ou base. É usado no recobrimento de
cabos para velas de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de tubos plásticos, recipientes domésticos
etc.
Poliestireno (PS)35
O poliestireno é um termoplástico duro, amorfo e transparente polimerizado a partir do monômero de
estireno e possuíndo arranjo isotático (iPS), sindiotático (sPS) ou atático (o mais comum e que está sendo
apresentado aqui). Possui cadeia semelhante à do polietileno, exceto por um dos hidrogênios do mero,
que é substituído por um grupo fenila. Durante a polimerização, a forma espacial em que o monômero se
apresenta, e é adicionado à frente de crescimento da cadeia radical, definirá sua configuração. Iniciando-
se pelo tipo de encadeamento, podemos verificar que o naturalmente favorecido é o cabeça-cauda devido
ao efeito estérico apresentado pelo grupo lateral volumoso estireno. A disposição espacial deste mesmo
grupo, ou sua taticidade, dependerá do uso ou não de catalizadores estereoespecíficos.
Características:
- Baixo custo
- Fácil processamento
- Fácil coloração
- Elevada transparência
- Baixa resistência ao impacto
- Baixa resistência às intempéries
- Propenso a problemas relacionados a migração de plastificantes
Aplicações:
35
https://bit.ly/2FwjOWt
232
O teflon é um polímero de adição conhecido especialmente por ser usado como revestimento de
utensílios domésticos, tais como panelas e, principalmente, frigideiras antiaderentes. Ele é usado com
essa finalidade, pois possui alta resistência ao calor e baixa aderência, assim há menos riscos de o
alimento ficar grudado na panela.
PVC - O cloreto de vinila é um gás que polimeriza rapidamente em presença de peróxido, resultando
em uma resina chamada cloreto de polivinila (PVC).
É usado em toalhas de mesa, garrafas d’água, cortina para banheiros, tubos, couro artificial para
estofamento etc.
Copolímeros
É o polímero formado por mais de um tipo de monômero, possuindo estrutura variada.
Buna-s - É obtido pela copolimerização do butadieno 1,3 com o vinil benzeno, sendo o sódio metálico
usado como catalisador.
Buna-n - É obtido pela copolimerização do 1,3 butadieno com o propeno-nitrilo, sendo o sódio metálico
usado como catalisador.
233
Poliéster- Polímero que contém o grupo funcional éster na sua cadeia principal. Apesar de existirem
muitos poliésteres, o substantivo masculino "poliéster" como material específico refere-se ao polietileno
tereftalato (PET). Os poliésteres incluem produtos químicos que ocorrem naturalmente, tais como a cutina
presente na cutícula das plantas, e produtos químicos sintéticos obtidos por policondensação tais como
o policarbonato e polibutirato. Os poliésteres naturais e alguns sintéticos são biodegradáveis, mas a
maioria dos últimos não.
Dependendo da sua estrutura química, o poliéster pode ser termoplástico ou termoendurecido, no
entanto a maioria dos poliésteres comuns são termoplásticos.
Tecidos e malhas feitos com fios de fibras de poliéster são usados extensivamente em confecções e
têxteis-lar36, de camisas e calças a casacos, chapéus, lençóis, cortinados e móveis estofados. Fibras fios
e cordas de poliéster são usados em reforços para pneus, tecidos para correias transportadoras, cintos
de segurança. Fibras de poliéster são usadas como material isolante e enchimento de almofadas,
edredons e estofos.
Cauchu - É obtido na Amazônia, a partir da Hevea brasiliensis, conhecida como seringueira. São feitas
incisões oblíquas no caule da seringueira de onde escorre o látex que é coloidal (emulsão de borracha
em água). Na extração do látex procede-se à coagulação do coloide. Para isso, seca-se o látex, isto é,
evapora-se a água, deixando finas camadas de látex em tanques abertos. Para facilitar a coagulação,
adiciona-se ácido acético. No Brasil usa-se a defumação para coagular o látex e, exposto à fumaça, vai
perdendo água e ao mesmo tempo coagula pela ação do ácido acético proveniente da madeira verde
queimada. A borracha obtida é impura e chamada de borracha bruta.
Vulcanização - A borracha bruta, mesmo depois de purificada, apresenta certos inconvenientes. Sob
temperaturas um pouco mais altas (verão) torna-se pegajosa e, em temperaturas mais baixas, (inverno),
quebradiça e pouco resistente à tração e ao desgaste (abrasão). Em 1838, Hanconck e Goodyear
descobriram um processo para melhorar as propriedades físicas da borracha natural. Esse processo
recebeu o nome de vulcanização e consiste no tratamento do cauchu com enxofre. Ao que parece, com
a vulcanização, as extensas moléculas lineares se unem através de pontes de enxofre, tornando a
borracha mais dura e menos elástica. Dependendo da porcentagem de enxofre, o produto poderá ter
diferentes propriedades. A ebonite (cautchu com mais de 32% de enxofre) é um sólido inelástico, usado
como isolante elétrico.
A Química presente nos alimentos que nós consumimos e ingerimos todos os dias, é composta por
átomos, moléculas e íons. Sejam eles naturais ou artificiais, estão compreendidos no conceito “química
alimentar”.
É um campo do conhecimento no qual é estudada química do processamento de alimentos e as
interações de todos os componentes químicos e não químicos destes. Ela se baseia nos princípios da
físico-química, química orgânica, química analítica e bioquímica, enfatizando os conceitos químicos
36
Cama, mesa e banho.
234
Com o desenvolvimento da tecnologia e a necessidade cada vez maior das pessoas trabalharem fora
de casa, a rotina doméstica precisou ser adequada as necessidades. E com isso, os alimentos
industrializados começaram a ser consumidos cada vez mais, tornando-se necessário uma modificação
na sua composição, porém quando consumidos em grandes quantidades podem ocasionar doenças.
235
A farmacologia, ramo da ciência que estuda medicamentos e drogas, assim como seus efeitos sobre
o organismo, define:
Drogas: são substâncias capazes de modificar o funcionamento dos organismos vivos resultando em
mudanças fisiológicas ou de comportamento.
Medicamentos: são drogas utilizadas com finalidade terapêutica.
Drogas Psicotrópicas: são substâncias que atuam sobre o sistema nervoso central (SNC),
modificando o comportamento do usuário.
Para classificar as drogas deve-se considerar os grupos químicos presentes na estrutura molecular
das substâncias. Nesse sentido, as drogas, em sua maioria, são alcaloides – bases orgânicas
nitrogenadas também conhecidas como aminas.
Já o álcool etílico e a maconha são álcoois, substâncias que tem um grupo hidroxila (-OH) ligada a
cadeias carbônicas. Todas as drogas são, portanto, substâncias orgânicas, ou seja, possuem cadeias
carbônicas
O efeito biológico de alguns medicamentos sobre o organismo humano depende unicamente das
propriedades físicas e químicas das substâncias neles presentes. Esses tipos de drogas e medicamentos
são classificados como fármacos estruturalmente inespecíficos (depende das interações que essas
substâncias estabelecem com substâncias presentes no organismo humano).
Já para outras drogas e medicamentos, o efeito biológico depende do arranjo espacial dos grupos
funcionais e das propriedades de superfície da molécula do fármaco que devem ser complementares ao
sítio receptor localizado na biomacromolécula que interage com a droga ou medicamento.
Essas biomacromoléculas são chamadas de fármacos estruturalmente específicos (depende, além
das interações intermoleculares e ligações químicas entre o fármaco e o biorreceptor, de uma
complementaridade entre as estruturas da molécula do princípio ativo presente no medicamento e a
biomolécula receptora presente no organismo).
O consumo de qualquer medicamento em uma dosagem acima da que o metabolismo humano suporta
é prejudicial à saúde. Além do cigarro e do álcool, alguns medicamentos são frequentemente utilizados
de maneira abusiva, causando problemas de saúde e até mesmo dependência. São eles:
Anabolizantes (bombas): medicamentos com alta dose de hormônios concentrados, utilizados com
o objetivo de aumentar a massa muscular. Pode causar alterações no metabolismo do corpo e até
impotência sexual.
Descongestionantes Nasais: remédios utilizados apenas com o fim de desobstruir o nariz,
aparentemente não oferecem nenhum risco, mas podem causar dependência e crises de abstinência
caso não sejam utilizados.
Benzodiazepínicos: são medicamentos tranquilizantes, utilizados para induzir ao sono ou para reduzir
a ansiedade, nervosismo, etc.
Xaropes: medicamentos utilizados para controlar a tosse ou dificuldade de respiração, mas que podem
conter substâncias semelhantes às do ópio, causando dependência.
Anorexígenos: medicamentos utilizados para reduzir o apetite, controlando, assim, o peso.
Como os medicamentos causam reações químicas, podemos perceber uma variação das mesmas
devido às substâncias que o medicamento pode encontrar no corpo. Ao ingerirmos determinada
substância o nosso metabolismo interrompe a produção da mesma, já que a quantidade existente no
corpo é suficiente.
Com o tempo, caso a substância continue sendo ingerida, o corpo para de produzi-la, e caso ela deixe
de ser introduzida no sistema metabólico, o corpo não voltará imediatamente a produzi-la. E nesse
intervalo de tempo que acontecem as crises de abstinência, tão comuns para quem está deixando de
consumir determinada droga.
Biotecnologia
Desta forma, temos que a inovação e o desenvolvimento de novos produtos é uma constante e está
presente em nosso dia a dia sem que percebamos. Assim, a biotecnologia busca, através de sua ação,
formas que possam contribuir para amenizar ou até mesmo resolver problemas causados pela ação
destruidora humana. Assim, há o desenvolvimento em relação à questão ambiental de micro-organismos
modificados para tratamento de águas contaminadas por esgoto, outros poluentes e, até mesmo,
petróleo. Em relação à agricultura, temos o desenvolvimento de plantas transgênicas que podem ser mais
nutritivas, que necessitem de menos agrotóxicos e que sejam mais resistentes às pragas, reduzindo o
uso de inseticidas.
Quanto à pecuária, temos a formação de embriões, o desenvolvimento de animais transgênicos e o
aprimoramento de vacinas e medicamentos de uso veterinário. Em relação à saúde humana, a aplicação
da biotecnologia é utilizada no desenvolvimento de novas vacinas, hormônios, medicamentos e
antibióticos. A biotecnologia é um assunto que atrai a atenção de simpatizantes e opositores em todo o
mundo, sendo que muitas vezes o enfrentamento entre grupos divergentes é inevitável. Devemos sempre
ter a consciência de que não é o instrumento em si que é negativo ou prejudicial e sim o uso ou destino
que damos a ele. A Biotecnologia está presente em várias áreas como agricultura, agroenergia, saúde,
indústria e em outras áreas.
Agricultura
A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas,
doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém,
a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a
produtividade das lavouras. Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou
transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade
dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico.
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a
facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de
aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características
reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade
de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo.
Cientistas de todo o mundo trabalham também no desenvolvimento de plantas com características
complexas modificadas, cuja expressão envolve vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico
(seca). O futuro também aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham propriedades
nutricionais melhoradas ou que produzam medicamentos.
Alimentação
Estima-se que quase 100% de todos os alimentos processados contenham pelo menos um ingrediente
derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades
transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em
Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2013 foram plantados 175,3 milhões de hectares com GMs
(transgênicos). No Brasil, que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da
biotecnologia, com 40,3 milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 92% e 90%
respectivamente. Há mais de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos
processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos
237
Transgênicos
Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série
de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do
uso dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência
de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. Cientistas de instituições
de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas
transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de
alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica.
Agroenergia
A capacidade das reservas mundiais de petróleo em atender ao atual ritmo de crescimento e consumo
dos países desenvolvidos e em desenvolvimento é reduzida. Estima-se que em até 50 anos essas
reservas terão sido completamente exploradas. Esta é uma das razões que justificam a pesquisa na área
da produção de combustíveis originários de fontes renováveis de energia. Outra, não menos significativa,
é a preocupação mundial com a produção e o consumo sustentável de energia, em consonância com a
preservação da biodiversidade do planeta cientistas de todo o mundo estão buscando na biotecnologia
as alternativas para produzir óleos vegetais que substituam os combustíveis fósseis nos usos industriais,
na farmacologia e etc.
Nessa busca, o primeiro desafio com o qual os pesquisadores se deparam é entender por que
determinadas plantas produzem óleos que não são encontrados em outras espécies vegetais. Decifrar
este mistério, escondido no código genético, permitirá que os genes que expressam essa capacidade
sejam inseridos, por meio da engenharia genética, em outras plantas. Uma vez entendidos os pormenores
do mecanismo, estará aberto o caminho não apenas para a produção de óleos em plantas de fácil cultivo
– como a soja – mas também para o uso da mesma técnica focada no aumento da produção, por meio
de micro-organismos transgênicos, por exemplo. Logo, há um grande potencial para os óleos vegetais,
que são quimicamente semelhantes ao petróleo cru, tornarem-se matéria-prima para tintas,
revestimentos, plásticos, fármacos ou combustíveis.
Biocombustíveis
Os biocombustíveis representam cerca de 1% da matriz mundial de transportes. Os maiores
produtores são Estados Unidos, China e Alemanha. Os biocombustíveis que fazem parte da matriz
energética brasileira são originários da transformação do açúcar por micro-organismos.
Etanol
O etanol pode ser obtido a partir de diversas matérias-primas, sendo a cana-de-açúcar a mais eficiente.
Do total de energia contida nos açúcares na planta, aproximadamente um terço está no caldo e o restante
encontra-se dividido em partes quase iguais entre o bagaço e a palha. Este combustível também pode
ser conseguido por meio de plantas como o milho, o trigo, o sorgo e a mandioca, mas, para tanto, é
preciso que o amido resultante do processamento de tais matérias-primas seja “cozido” para que se
transforme em açúcares aproveitáveis por leveduras. Isso faz com que o processo seja mais longo, caro
e menos produtivo que o da cana.
Embora a soja, o girassol e a canola também sejam usados para essa finalidade, o rendimento é
menor. Vale destacar que apenas 2 por cento da área agrícola do Brasil são destinados à cultura da cana-
238
Outros Combustíveis
Plantas como soja, milho, algodão e cana-de-açúcar podem ser usadas para a produção de etanol e
outros combustíveis. O butanol, por exemplo, é um álcool produzido com base na fermentação
desencadeada pela bactéria Clostridium acetobutylicum. O butanol apresenta vantagens e desvantagens
em relação ao etanol. Embora contenha mais energia por unidade de volume, sua octanagem
(capacidade do combustível em resistir a altas temperaturas sem sofrer detonação) é menor do que a do
etanol, o que reduz seu desempenho em motores à gasolina. O etanol, apesar de ser um bom substituto
para a gasolina, tem limitações no que se refere ao uso em veículos pesados. A alternativa entre os
biocombustíveis, para este caso, é o biodiesel, produzido com base em óleo e gorduras, em um processo
denominado transesterificação. O biodiesel não tem as mesmas características do combustível derivado
de petróleo. Contudo, já existe um método que produz um diesel renovável com características muito
similares ao de origem fóssil feito por meio da fermentação de açúcares, a exemplo do etanol.
Saúde
Os avanços científicos na área da biotecnologia estão ocorrendo não apenas na agropecuária, mas
também na medicina. Alguns desses progressos já estão incorporados ao cotidiano da maioria dos
brasileiros sem que ninguém se dê conta. Uma das primeiras aplicações comerciais da biotecnologia na
saúde é também uma das mais úteis: a produção da insulina humana por micro-organismos transgênicos
para o uso de diabéticos. Até a década de 80, esse hormônio era extraído de bois e porcos, e,
frequentemente, causava alergias. De lá pra cá, pessoas do mundo inteiro se beneficiam dessa
tecnologia, que tornou a insulina mais segura e aumentou a eficiência dos tratamentos. O hormônio do
crescimento e a vitamina C também são outros bons exemplos das inúmeras aplicações da transgenia
na saúde.
Indústria
Os micro-organismos têm sido melhorados geneticamente não apenas para a produção de alimentos
e remédios, como também para favorecer as indústrias de papel, têxtil, química, petrolífera, ambiental e
de mineração. No nosso dia-a-dia, convivemos com inúmeros produtos industriais fabricados por meio da
aplicação de micro-organismos transgênicos, como roupas e produtos de limpeza. No sabão em pó, por
exemplo, enzimas – produzidas por bactérias geneticamente modificadas – são usadas para degradar a
gordura dos tecidos e resistir às condições do processo de lavagem. Há alguns anos, era comum colocar
a calça jeans nova com pedras e ácido em máquinas para obter um efeito “desbotado” e aumentar a
maciez do tecido, num processo conhecido como stonewashing. Graças à biotecnologia, foram
desenvolvidos micro-organismos transgênicos capazes de dar ao jeans as mesmas características,
eliminando-se, assim, um processo altamente poluidor do meio ambiente.
Outras Áreas
A biotecnologia, além de aplicações na agricultura, nos processos industriais e na medicina, pode ser
aplicada também em animais, com diferentes finalidades. No Brasil, com o objetivo de erradicar a dengue
do País, mosquitos Aedes Aegypti transgênicos estão sendo usados no combate à doença. O inseto foi
geneticamente modificado para gerar uma prole que não sobrevive à fase de larva, morrendo antes de
atingir a vida adulta (momento em que pode transmitir doenças).
Os machos transgênicos se desenvolvem até a fase adulta e são levados até um local com alta
incidência da dengue, onde são liberados. Ali, competem com os machos não-GM pelas fêmeas e cruzam
com elas. Como sua prole não se desenvolverá, a próxima geração de mosquitos fica comprometida.
Uma parceria entre pesquisadores e instituições de pesquisa nacionais e internacionais estuda a genética
da aranha com o objetivo de isolar os genes responsáveis pela produção da teia do animal. A primeira
etapa do estudo consiste no isolamento dos genes de interesse desses aracnídeos e a segunda a
transferência desses genes para outros organismos que possam produzir os fios em quantidade
comercialmente viável. As proteínas que compõem os fios de aranha podem ser a chave para incrementar
diversos setores da indústria, como a têxtil, engenharia, segurança e médica.
Para o setor pesqueiro e de alimentos, uma novidade está sendo pesquisada na América do Norte. O
salmão, um dos peixes mais apreciados na gastronomia internacional, produz hormônio do crescimento
239
Questões
01. (UFSCAR). A borracha natural é um elastômero (polímero elástico), que é obtida do látex
coagulado da Hevea brasiliensis. Suas propriedades elásticas melhoram quando aquecida com enxofre,
processo inventado por Charles Goodyear, que recebe o nome de:
(A) ustulação
(B) vulcanização
(C) destilação
(D) sintetização
(E) galvanização
02. (UFU/MG). Polímeros são macromoléculas orgânicas construídas a partir de muitas unidades
pequenas que se repetem, chamadas monômeros. Indique a alternativa que apresenta somente
polímeros naturais.
(A) Celulose, plástico, poliestireno.
(B) Amido, proteína, celulose.
(C) Amido, náilon, polietileno.
(D) Plástico, PVC, teflon
03. As proteínas são essenciais para todos os seres vivos, uma vez que desempenham funções
extremamente importantes. Marque a alternativa que não indica uma função das proteínas:
(A) Armazenam as informações genéticas.
(B) Atuam como única substância de reserva energética.
(C) Participam na composição do exoesqueleto de artrópodes.
(D) Fazem parte da estrutura de todas as membranas celulares.
04. As proteínas são substâncias formadas pela união de uma grande quantidade de moléculas
denominadas:
(A) nucleotídeos.
(B) base nitrogenada.
(C) aminoácidos.
(D) glicídios.
05. (FUVEST/SP) Leia o texto a seguir, escrito por Jacob Berzelius, em 1828:
“Existem razões para supor que, nos animais e nas plantas, ocorrem milhares de processos catalíticos
nos líquidos do corpo e nos tecidos. Tudo indica que, no futuro, descobriremos que a capacidade de os
organismos vivos produzirem os mais variados tipos de compostos químicos reside no poder catalítico de
seus tecidos.”
A previsão de Berzelius estava correta, e hoje sabemos que o “poder catalítico” mencionado no texto
deve-se:
(A) aos ácidos nucleicos.
(B) aos carboidratos.
(C) aos lipídios.
(D) às proteínas.
(E) às vitaminas.
06. Plantas terrestres que ainda estão em fase de crescimento fixam grandes quantidades de CO2,
utilizando-o para formar novas moléculas orgânicas, e liberam grande quantidade de O2. No entanto, em
florestas maduras, cujas árvores já atingiram o equilíbrio, o consumo de O2 pela respiração tende a igualar
sua produção pela fotossíntese. A morte natural de árvores nessas florestas afeta temporariamente a
240
07. A formação frequente de grandes volumes de pirita (FeS2) em uma variedade de depósitos
minerais favorece a formação de soluções ácidas ferruginosas, conhecidas como “drenagem ácida de
minas”. Esse fenômeno tem sido bastante pesquisado pelos cientistas e representa uma grande
preocupação entre os impactos da mineração no ambiente. Em contato com oxigênio, a 25°C, a pirita
sofre reação, de acordo com a equação química:
Para corrigir os problemas ambientais causados por essa drenagem, a substância mais recomendada
a ser adicionada ao meio é o sulfeto de sódio
(A) Cloreto de amônio.
(B) Dióxido de enxofre.
(C) Dióxido de carbono.
(D) Carbonato de cálcio.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Na vulcanização a borracha é aquecida na presença de enxofre e agentes aceleradores e ativadores
02. Resposta: B
Todos estes podem ser encontrados em nossa alimentação.
03. Resposta: A
As proteínas não podem ser consideradas boas reservas energéticas. Essa atividade é atribuída
principalmente aos glicídios e lipídios.
04. Resposta: C
As proteínas são formadas por uma sequência de aminoácidos unidos por ligações peptídicas.
05. Resposta: D
O poder catalítico é consequência das proteínas, uma vez que as enzimas atuam como catalisadores
e são um tipo de proteína.
06. Resposta: A
Com a queda da árvore, na região próxima ao vegetal ocorrerá decomposição aeróbica, explicando o
fato da diminuição de O2 próximo ao solo.
07. Resposta: E
Os problemas ambientais são causados pelo H2SO4. Para corrigir este problema é recomendada a
utilização de um produto com características básicas. Reação de neutralização.
A substância mais indicada para este tratamento é o carbonato de cálcio, este composto não é uma
base e sim um sal, mas possui a propriedade de neutralização de acidez, como acontece nos solos ácidos
já que o produto também é utilizado para esta finalidade, o famoso calcário.
Reação:
241
A Importância da Química
O princípio do domínio da química (que para alguns antropólogos coincide com o princípio do homem
moderno) é o domínio do fogo. Há indícios de que faz mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus,
algumas tribos conseguiram este sucesso que ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não
só dava luz e calor na noite, como ajudava a proteger-se contra os animais selvagens. Também permitia
a preparação de comida cozida. Esta continha menos micro-organismos patogênicos e era mais
facilmente digerida. Assim, baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de vida. O fogo
também permitia conservar melhor a comida e especialmente a carne e os peixes secando-os e
defumando-os.
Desde este momento teve uma relação intensa entre as cozinhas e os primeiros laboratórios químicos
até o ponto que a pólvora negra foi descoberta por uns cozinheiros chineses. Finalmente, foram
imprescindíveis para o futuro desenvolvimento da metalurgia materiais como a cerâmica e o vidro, além
da maioria dos processos químicos.
243
A cerâmica
Outro campo de desenvolvimento que acompanhou o homem desde a Antiguidade até o laboratório
moderno é a cerâmica. Suas origens datam da pré-história, quando o homem descobriu que os recipientes
feitos de argila mudavam as suas características mecânicas e incrementavam sua resistência frente à
água se eram esquentados no fogo.
Para controlar melhor o processo desenvolveram-se diferentes tipos de fornos. No Egito descobriu-se
que, recobrindo a superfície com misturas de determinados minerais (sobretudo misturas baseadas no
feldspato e a galena, esta se cobria com uma capa muito dura e brilhante, o esmalte, cuja cor podia variar
livremente adicionando pequenas quantidades de outros minerais e/ou condições de aeração no forno).
Estas tecnologias difundiram-se rapidamente.
Na China aperfeiçoaram-se as tecnologias de fabricação das cerâmicas até descobrir a porcelana no
século VII. Somente no século XVIII foi que Johann Friedrich Böttger reinventou o processo na Europa.
Relacionado com o desenvolvimento da cerâmica está o desenvolvimento do vidro a partir do quartzo e
do carbonato de sódio ou de potássio. O seu desenvolvimento igualmente começou no Antigo Egito e foi
aperfeiçoado pelos romanos.
A sua produção em massa no final do século XVIII obrigou ao governo francês a promover um concurso
para a obtenção do carbonato sódico, já que com a fonte habitual – as cinzas da madeira – não se
obtinham em quantidades suficientes como para cobrir a crescente demanda.
O ganhador foi Nicolas Leblanc, ainda que seu processo caiu em desuso devido ao processo de
Solvay, desenvolvido meio século mais tarde, que deu um forte impulso ao desenvolvimento da indústria
química. Sobretudo as necessidades da indústria óptica de vidro de alta qualidade levaram ao
desenvolvimento de vidros especiais com adicionados de boratos, aluminosilicatos, fosfatos etc.
Assim conseguiram-se vidros com constantes de expansão térmica especialmente baixas, índices de
refracção muito elevados ou muito pequenos, etc. Este desenvolvimento impulsionou, por exemplo, a
química dos elementos das terras-raras. Ainda hoje a cerâmica e o vidro são campos abertos à
investigação.
245
Sabe-se que durante toda a existência da Terra ocorrem diversas reações químicas naturais e
antrópicas, ou seja, causadas por meio de intervenção humana. Estes fenômenos podem acarretar em
diversos resultados, muitos deles prejudiciais, como: poluição do ar, água e solo, o aquecimento global,
a modificação da camada de ozônio e outros processos que modificam o ciclo natural do meio ambiente.
Contudo, erroneamente pensamos que a química é uma vilã e que seus processos trazem apenas
malefícios para o meio ambiente e para população, mas algumas interferências químicas são
responsáveis por grandes avanços que auxiliam no equilíbrio e melhoria da vida do planeta e de todas as
espécies que aqui vivem. Por isso, investir na boa relação entre a química e o meio ambiente é importante.
Na verdade alguns produtos sintéticos contribuem e muito com os problemas ambientais, como a
poluição, seja do ar, da água ou do solo. O que passa despercebido é que para resolver a maioria dos
problemas ambientais das décadas e séculos passados, como por exemplo, a contaminação da água
potável, foram aplicados métodos da ciência em geral e da química em particular. O aumento fenomenal
na expectativa de vida humana e na qualidade material da mesma, acontecido nas últimas décadas, é
devido, e muito, aos produtos químicos e à química. É verdade que os subprodutos das substâncias
usadas para melhorar nossa saúde e padrão de vida, em alguns casos, retornam a nós desagradando a
nossa saúde, dos animais e das plantas.
A indústria química investe em diversas pesquisas e ensaios que visam transformar os recursos
naturais para o consumo humano sem que este processo altere a qualidade e o meio ambiente.
O grande desafio da química é aumentar a utilidade dos recursos não renováveis e produzir recursos
biodegradáveis que possam minimizar a exploração e impactos ao meio ambiente. Hoje a expectativa de
vida, o saneamento ambiental, a bioquímica, a desinfecção de água e o aumento da produtividade em
campos, são bons exemplos de como a química pode interferir de maneira benéfica e precisa para o meio
ambiente e os seres vivos.
Fortalecer e criar incentivos para o desenvolvimento da ciência química é fundamental para a
perpetuação de diversas espécies do planeta, bem como de seus recursos, sejam eles renováveis ou
não. Somente com métodos químicos mais sustentáveis que conseguiremos estabelecer harmonia entre
os aspectos econômicos, sociais e naturais do planeta
É fundamental o fortalecimento da ciência química através da pesquisa e desenvolvimento para nos
permitir manter uma vida confortável em harmonia com o ambiente e a natureza. Isto representa o maior
desafio de todas as disciplinas da ciência moderna, e muito em especial as que têm efeito no ambiente –
a integração da tecnologia, da natureza e dos seres humanos. E deve ser utilizada para propagar a ação
humana na natureza, fornecendo subsídios para uma educação ambiental, de preservação do meio
ambiente, através da construção de um modo de vida sustentável.
Na agricultura, a química é importante pois permite produzir adubos (fertilizante) que enriquece o solo
(geralmente com azoto, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio) e pesticidas (antigamente
produzidos com chumbo, mercúrio e arsénico, materiais altamente tóxicos) que permitem, por um lado o
crescimento da planta/cereal rápido devido ao adubo, e, por outro lado, o crescimento saudável, sem as
pestes de insetos que destroem as plantações e culturas. Com o desenvolvimento do conhecimento
técnico-científico nossa sociedade foi optando por consumir produtos cada vez mais dependentes das
novas tecnologias. A produção orgânica não é uma atividade simples e fácil de ser desenvolvida como a
princípio se pressupõe, também exige conhecimento e tecnologia, além da mão de obra mais intensiva,
em busca de uma economia verde, talvez seja uma das atividades que tem maior potencial de geração
de renda.
A agricultura orgânica pode ser um caminho a ser percorrido para a busca da sobrevivência harmônica
do ser humano com o seu planeta. Hoje, o termo agricultura orgânica possui uma conotação nova e mais
abrangente. Nesta condição, a expressão agricultura orgânica abrange todas as demais definições que
atentem para o problema de desenvolver a agricultura de forma economicamente viável, social justa e
ambiental correta.
É através de produtos químicos que se fertiliza a terra, conservando e aumentando o seu potencial
produtivo. A reposição de elementos como o nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio, entre outros, retirados
pela ação de chuvas, ventos, queimadas e constantes colheitas, é fundamental para manter a
produtividade da terra. Sem os fertilizantes químicos, áreas esgotadas ou impróprias à agricultura teriam
sido abandonadas, com consequente queda na produção de alimentos. Mais: novas áreas agrícolas
teriam de ser abertas, reduzindo as reservas de matas e florestas. Também os defensivos químicos têm
246
Química no Cotidiano
A Química está presente em inúmeras situações de nossas vidas. No entanto, muitas pessoas têm
dificuldade em relacionar a teoria estudada com as aplicações práticas do conteúdo em nosso cotidiano.
A água que é um elemento essencial à vida só torna-se potável através de muitos processos químicos, que
tratam a água imprópria para o consumo garantindo o abastecimento à população.
O nosso corpo, por exemplo, é formado por diversas substâncias em constante transformação que
possibilitam o ser humano continuar vivo. Sem essas reações não haveria vida. Ao consumirmos alimentos,
água, entre outros, o nosso sistema digestivo produz substâncias químicas capazes de transformar esses
materiais ingeridos em nutrientes necessários para diversas funções do organismo, como produção de energia,
manutenção dos órgãos, tecidos, ossos, etc. Em todas as ações comandadas pelo nosso cérebro, como por
exemplo, nossas emoções, o que ocorre é química.
Uma árvore, quando é exposta à luz do sol, começa o processo da fotossíntese, que é a absorção da energia
luminosa e sua transformação em energia, indispensável para a vida das plantas. A fotossíntese é de extrema
importância para a manutenção do equilíbrio biológico nos diversos ecossistemas de nosso planeta. Tudo que
ocorre durante este processo é química. A equação da fotossíntese pode ser representada da seguinte
maneira:
6 CO2 + 6 H2O → C6H12O6 + 6 O6
Outros exemplos que provam como a química está presente em nosso cotidiano são:
Nos alimentos: os alimentos naturais precisam dos produtos químicos que fertilizam a terra para sua
produção. Os pesticidas também são de grande importância na tarefa de garantir a qualidade dos alimentos,
pois sua ação combate as pragas impedindo a disseminação de doenças e destruição das plantações.
247
A Química presente nos alimentos que nós consumimos e ingerimos todos os dias, é composta por
átomos, moléculas e íons. Sejam eles naturais ou artificiais, estão compreendidos no conceito “química
alimentar”.
É um campo do conhecimento no qual é estudada química do processamento de alimentos e as
interações de todos os componentes químicos não químicos destes. Ela se baseia nos princípios da
físico-química, química orgânica, química analítica e bioquímica, enfatizando os conceitos químicos
necessários para estabelecer as relações entre composição química e as propriedades funcionais,
nutricionais e organolépticas de um alimento.
Os alimentos que ingerimos habitualmente contêm componentes que os seres vivos utilizam para
realizarem as funções vitais, nutrientes. O nutriente é, portanto, uma substância ou constituinte alimentar
que é absorvido e utilizado pelo organismo para manutenção da vida. A química está presente em nossa
alimentação e por essa razão se torna importante o estudo das substâncias que ingerimos diariamente.
Além disso, os alimentos que fazem bem à saúde, como frutas, legumes e verduras, possuem
compostos químicos naturais que auxiliam no funcionamento do organismo em diversos aspectos.
Assim, conhecer a Química dos alimentos pode nos ajudar a adquirir uma dieta mais saudável, a ser
mais seletivos com os alimentos que ingerimos e evitar riscos à nossa saúde e à de nossa família.
Carboidratos, proteínas, óleos, gorduras, são os nossos macronutrientes, o nosso e são necessários
para mantermos a energia que necessitamos no nosso dia-a-dia. Mas nossas necessidades diárias
dependem de outras coisas também, as vitaminas e os minerais, um conjunto que podemos chamar de
micronutrientes: necessitamos só de um pouquinho – 1 g de vitamina C por dia, por exemplo – para
mantermos o corpo saudável.
Hoje a população consome mais alimentos industrializados e poucos legumes e verduras. Muitos
destes produtos industrializados contêm baixíssimo valor nutritivo e podem até, a longo prazo, trazer
sérios prejuízos à saúde.
Por esses e por outros motivos é importante conhecer o processo de industrialização por trás da
produção desses alimentos. Isso envolve conhecer seus componentes químicos sintetizados em
laboratório e o efeito destes para o organismo.
Há necessidade comercial de se adicionar corantes que devolvam a cor ou confiram ao produto o
colorido esperado. Para o consumidor, a ausência de cor está associado a deterioração ou má qualidade,
embora isso nem sempre seja verdade. Entre os naturais inclui-se o alçarão, a beterraba e a páprica,
utilizados em balas, gelatinas e etc. Entre os artificiais estão os sintéticos á base de anilinas,
provavelmente os mais usados na indústria de alimentos.
Existem ainda, os aditivos, que são substâncias adicionadas aos alimentos para torna-los mais
aprazíveis, palatáveis, ou mais nutritivos, ou ainda, pela facilidade de fabricação e longevidade da
estocagem. "
Segue abaixo, alguns tipos de aditivos e suas aplicações:
248
A indústria química inclui as indústrias que têm a ver com a produção de petroquímicos, agroquímicos,
produtos farmacêuticos, polímeros, tintas, etc. São utilizados processos químicos, incluindo reações
químicas, para formar novas substâncias, separações baseadas em propriedades tais como a
solubilidade ou a carga iônica, e destilações, além de transformações por aquecimento ou por outros
métodos.
As indústrias químicas envolvem o processamento ou alteração de matérias-primas obtidas por
mineração e agricultura, entre outras fontes de abastecimento, formando matérias e substâncias com
utilidade imediata ou que são necessários para outras indústrias. As indústrias de processamento de
alimentos não são, em geral, incluídas no termo "indústria química".
249
Questões
01. O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem ambiental, econômica e
social, entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usualmente presentes em maiores
proporções na água da chuva são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com a água, o
HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro últimos são formados principalmente a partir da reação
da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela queima de combustíveis fósseis. A
formação de chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do ácido formado, como
também do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação útil na elaboração de estratégias para minimizar
esse problema ambiental. Se consideradas concentrações idênticas, quais dos ácidos citados no texto
conferem maior acidez às águas das chuvas?
(A) HNO3 e HNO2.
(B) - H2SO4 e H2SO3.
(C) - H2SO3 e HNO2.
(D) - H2SO4 e HNO3.
(E) - H2CO3 e H2SO3.
03. Para diminuir o acúmulo de lixo e o desperdício de materiais de valor econômico e, assim, reduzir
a exploração de recursos naturais, adotou-se, em escala internacional, a política dos três erres: Redução,
Reutilização e Reciclagem.
Um exemplo de reciclagem é a utilização de
(A) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou refrigerante.
(B) latas de alumínio como material para fabricação de lingotes.
(C) sacos plásticos de supermercado como acondicionantes de lixo caseiro.
(D) embalagens plásticas vazias e limpas para acondicionar outros alimentos.
(E) garrafas PET recortadas em tiras para a fabricação de cerdas de vassoura
04. (UFU-MG) Polímeros são macromoléculas orgânicas construídas a partir de muitas unidades
pequenas que se repetem, chamadas monômeros. Indique a alternativa que apresenta somente
polímeros naturais.
(A) Celulose, plástico, poliestireno.
(B) Amido, proteína, celulose.
(C) Amido, náilon, polietileno.
(D) Plástico, PVC, teflon
250
Gabarito
02. Alternativa: B
03. Alternativa: B
A utilização de latas de alumínio como material para fabricação de lingotes desse elemento caracteriza
um processo de reciclagem, no qual esse material pode ser usado, por exemplo, na produção de novos
objetos de alumínio.
04. Alternativa: B
Além de naturais, todos estes podem ser encontrados em nossa alimentação.
05. Alternativa: B
Ovo de galinha é um alimento rico em proteína. Leite de vaca apresenta composição equilibrada.
Farinha de trigo é muito rica em carboidratos.
Indústria Química37
A indústria química está relacionada a todas inovações tecnológicas da sociedade de consumo. Ela
fabrica uma ampla lista de produtos e matérias-primas para diversos setores industriais, convertendo
produtos primários em milhares de produtos químicos secundários e terciários de grande importância no
dia a dia das pessoas.
Esses produtos são essenciais a atividades que vão desde o tratamento da água e esgoto, até a
produção de alimentos, a preservação e recuperação da saúde com a produção de medicamentos e
vacinas, a construção civil, a produção metal-mecânica e as tecnologias de informação.
Para a otimização dos processos industriais, é fundamental saber se uma reação atinge ou não o
estado de equilíbrio, e até que ponto o rendimento dessa reação depende das condições experimentais
em que é realizada. Por isso uma indústria deve possuir equipamentos e aparelhos de medição acoplados
a mecanismos automáticos que acompanham e controlam a temperatura, pressão, concentração e outras
variáveis das reações, a fim de manter valores adequados para eficiência na obtenção de um produto.
A matéria-prima utilizada na fabricação de um produto é de grande importância. A indústria química
utiliza matérias orgânicas e inorgânicas. Algumas substâncias utilizadas como matérias-primas são
obtidas da natureza por meio de processos físicos (entre eles liquefação fracionada e a destilação), como
por exemplo, o gás oxigênio e nitrogênio.
Algumas matérias primas e substâncias importantes para indústria química são:
37
educacao.globo.com
251
Nitrogênio (N2): Gás incolor, inodoro, insípido. Liquefaz-se a -195°C e adquire aspecto semelhante
ao da água. É o principal componente do ar atmosférico e assim como oxigênio é obtido por fracionamento
do ar atmosférico à alta pressão. A separação do oxigênio e nitrogênio ocorre graças à diferença de
252
O Cloro, em temperatura ambiente, se encontra em sua forma biatômica (Cl2): é um gás extremamente
tóxico e de odor irritante, possui coloração esverdeada, aliás, a denominação “Cloro” vem do
grego chlorós, e quer dizer esverdeado.
O cloro é aplicado principalmente no tratamento de água, no branqueamento durante a produção
de papel e na preparação de diversos compostos clorados, como por exemplo o hipoclorito de
sódio e hipoclorito de cálcio.
-Um processo de tratamento de águas amplamente utilizado é a cloração. O agente é o ácido
hipocloroso, HClO que se produz dissolvendo cloro na água e regulando o pH.
-Outra aplicação que vem ampliando sobremaneira os níveis de qualidade de vida das populações que
usufruem deste processo, é a aplicação de cloro em estações de tratamento de esgoto.
-Na produção de papel se emprega cloro no branqueamento da polpa, apesar de estar sendo
substituído pelo dióxido de cloro, ClO2.
-Uma grande parte de cloro é empregada na produção de cloreto de vinila, composto orgânico usado
como matéria-prima para a obtenção de policloreto de vinila, conhecido como PVC.
-Também é utilizado na síntese de numerosos compostos orgânicos e inorgânicos como, por exemplo,
o tetracloreto de carbono (CCl4), o clorofórmio (CHCl3) e diferentes halogenetos metálicos. Também é
empregado como agente oxidante.
-Preparação de cloreto de hidrogênio puro, que pode ser obtido por síntese direta: H2 + Cl2 → 2HCl.
Hidróxido de sódio (NaOH): Essa base é comercializada e muito conhecida cotidianamente como
soda cáustica, pois ela é altamente corrosiva, causando queimaduras graves em todos os tecidos
animais. Além de corrosivo, o hidróxido de sódio também é bastante tóxico e muito solúvel em água, o
que inclusive é uma dissolução que libera grande quantidade de calor, sendo um processo exotérmico. É
um sólido branco, cristalino, com ponto de fusão igual a 318°C e que tem a propriedade de absorver água
do ar (higroscópico), tornando-se um líquido incolor quando exposto ao ambiente por um tempo.
A soda cáustica é comercializada para uso doméstico, porém seu manejo deve feito ser com luvas,
pois ela é altamente corrosiva.
O hidróxido de sódio não existe na natureza, ele é produzido industrialmente por meio de reações de
eletrólise de soluções aquosas de cloreto de sódio (NaCl – salmoura), conforme pode ser visto abaixo:
253
Amônia (NH3): Gás incolor, de odor característico, podendo ser sufocante. É extremamente solúvel
em água, produzindo o hidróxido de amônio. A amônia é um composto volátil formado pela reação entre
nitrogênio e hidrogênio. Para a produção da amônia, o nitrogênio é obtido do ar atmosférico e o hidrogênio
a partir do gás natural. Na natureza, é formada pela decomposição de substâncias nitrogenadas de
origem animal ou vegetal. Industrialmente, o processo Haber-Bosch sintetiza diretamente a amônia a
partir de hidrogênio e nitrogênio, como mostra a seguinte reação:
N2 + 3H2 ⟺ 2NH3
Oxido de Cálcio (CaO): Normalmente conhecido como cal virgem ou cal queimado, é um composto
químico largamente utilizado. É branco, cáustico e alcalino, à temperatura ambiente é um sólido cristalino.
Usos: Utilizados em grande número de indústrias, na agricultura, nas construções civis e nas indústrias
químicas.
A calagem (aumento de pH) do solo, estimula a produção, diminui a acidez, e fornece nutrientes às
plantas.
As aplicações químicas principais são:
Fundente em processo metalúrgicos; Carga de produtos; Fabricação de polpa para papel;
Neutralização de ácidos; Fabricação do cimento; Fabricação de aço e arames; Tratamento de minérios
de ouro e da prata; Refino do cobre; chumbo e outros metais; Purificação da água; Tratamento de águas
residuais; Refinação do açúcar; Refinação do petróleo; Fabricação do papel; NaOH; vidro; inseticidas;
carbonato de cálcio; cosméticos; vernizes; magnésio; indústria de alimentos, etc.
Ácido clorídrico (HCl): O ácido clorídrico é muito usado na limpeza e galvanização de metais, no
curtimento de couros, na obtenção de vários produtos, como na produção de tintas, de corantes, na
formação de haletos orgânicos, é usado também na hidrólise de amidos e proteínas pelas indústrias
alimentícias e na extração do petróleo, dissolvendo as rochas e facilitando o seu fluxo até a superfície.
Ele pode ser encontrado também em nosso próprio organismo, estando presente no suco gástrico do
estômago, cuja ação é ajudar na digestão dos alimentos. Ele é secretado pelo estômago num volume
aproximado de 100 mL. Algumas pessoas sofrem de refluxo gastresofágico, que é o retorno do conteúdo
do ácido clorídrico do estômago, como mostrado abaixo. Ele provoca queimação, rouquidão e dor
torácica.
Na sua forma impura, o ácido clorídrico é chamado de ácido muriático e é usado para a limpeza de
pisos, azulejos, paredes de pedras e superfícies metálicas antes do processo de soldagem. Visto que o
ácido muriático apresenta vapores tóxicos e irritantes quando aquecidos, é preciso que a pessoa que for
manuseá-lo o faça com bastante cuidado, usando máscara de respiração, luvas e óculos de proteção.
Não deve ser utilizado perto de rios e lagos, pois é prejudicial à vida aquática. Concentrações elevadas
diminuem o pH do meio, sendo prejudicial também às bactérias oxidantes por inibir a demanda de
oxigênio.
Ácido sulfúrico (H2SO4): É um líquido incolor, viscoso e oxidante, pouco volátil, seu ponto de ebulição
é 338°C e densidade 1,84g/cm3. É extremamente solúvel em água, porém, isto deve ser feito com muita
cautela, sempre despejando o ácido na água e não o contrário, pois se isto não for seguido, seus vapores
são liberados agressivamente, podendo causar queimaduras graves no corpo do operador ou de alguém
próximo.
É um ácido corrosivo e tóxico, pode causar bastante irritação e queimaduras, além de ser nocivo caso
haja inalação, contato com a pele ou ingestão.
254
Sua produção se dá por meio de um processo denominado catalítico ou de contato, onde o primeiro
passo é a queima do enxofre, onde há a liberação de dióxido de enxofre (SO2). Posteriormente, este gás
é oxidado, formando o trióxido de enxofre (SO3), que, por fim, sofre uma reação com a água, formando
então uma solução aquosa de ácido sulfúrico, conforme mostrado pelas etapas de tratamento abaixo:
1ª etapa:
S(S) + O2 → SO2 (g)
2ª etapa:
2 SO2 (g) + O2 → 2 SO3
3ª etapa:
SO3(g) + H2O (l)→ H2SO4(l)
Ácido nítrico(HNO3): É um ácido nítrico é um ácido forte, pois seu grau de ionização (α) é de 92%. É
uma solução aquosa incolor com 70% em massa de nitrato de hidrogênio. É fumegante em contato com
o ar, seus vapores são extremamente tóxicos e é também corrosivo, podendo causar queimaduras e
manchas amareladas na pele. Ele entra em ebulição a 83ºC a 1 atm, isto é, ao nível do mar.
Também tem ação oxidante, é solúvel em água e com o tempo ele se decompõe pela ação da luz e
adquire uma coloração avermelhada.
Depois do ácido sulfúrico, o ácido nítrico é o mais produzido e usado pela indústria. A sua formação
pode se dar naturalmente ou industrialmente. Ele pode ser formado em ambientes não poluídos, durante
chuvas acompanhadas de relâmpagos; e pode ser liberado por veículos com motor à explosão e que
ocasionam um tipo de chuva ácida. Ele é muito utilizado na fabricação de explosivos (nitroglicerina ou
dinamite, trinitrotolueno ou TNT e trinitrocelulose ou algodão-pólvora). Também é usado na fabricação de
salitre (NaNO3 e KNO3), para produzir fertilizantes agrícolas, como o NH4NO3, e pólvora negra. O ácido
nítrico também pode ser usado na fabricação de corantes, de fibras sintéticas (náilon e ceda artificial),
de nitratos, etc.
Metais
Os metais possuem características únicas que os diferem das demais substâncias: eles são sólidos à
temperatura ambiente. Possuem algumas propriedades, tais como:
Brilho: os objetos metálicos, quando polidos, apresentam um brilho característico dos metais, por
causa dos elétrons livres localizados na superfície dos metais que absorvem e irradiam a luz.
Maleabilidade: essa é a capacidade que os metais têm de produzir lâminas e chapas muito finas.
Ductibilidade: Se aplicarmos uma pressão adequada em regiões específicas na superfície de um
metal, esse pode se transformar em fios e lâminas, devido o deslizamento provocado nas camadas de
átomos.
Condutibilidade: os metais são ótimos condutores de corrente elétrica e de calor. Os fios de
transmissão elétrica são feitos de alumínio ou cobre, assim como as panelas que usamos para cozinhar
alimentos. Os metais possuem a capacidade de conduzir calor de 10 a 100 vezes mais rápido do que
outras substâncias.
Ponto de fusão e ebulição elevado: o metal Tungstênio se funde (derrete) à temperatura de 3.410°C
e entra em ebulição em 4.700°C.
Alumínio (Al)
Obtenção:
255
Propriedades:
Apresenta características (propriedades) peculiares, é bem maleável, leve (densidade abaixo de
5g/cm3) e muito resistente à corrosão.
Utilização:
É um dos metais mais versáteis, pois, a partir dele, pode-se confeccionar, além de panelas, o papel-
alumínio (que, por ser atóxico, é utilizado para proteger alimentos), painéis coletores de energia solar e
muitas outras coisas. O alumínio é leve, bom condutor de calor e de eletricidade e resiste bem à corrosão.
Por isso, usa-se o alumínio, puro ou em ligas, na fabricação de inúmeros produtos, entre eles aviões,
bicicletas, esquadrias, tintas, panelas e cabos elétricos. Depois do ferro, o alumínio é o metal de maior
aplicação, entre as quais merecem destaque:
- construção civil (portões, esquadrias, etc.);
- fabricação de aviões, em que são usadas as ligas leves, cujo principal componente é o alumínio;
Cobre (Cu)
Obtenção:
Encontrado na natureza, principalmente nos minerais calcocita, calcopirita e malaquita, além de
também estar presente no mineral turquesa.
Propriedades:
É um metal dúctil (aquecendo o metal a altas temperaturas é possível transformá-lo em fio), maleável
(pode ser transformado em lâminas) e tem grande condutividade elétrica. Além disso, o cobre também
conduz bem o calor e seu ponto de fusão é alto (1358 K).
O cobre está também presente em nosso corpo em pequena quantidade, porém o perigo consiste em
ingerirmos muito cobre, porque ele atua contra o ferro e o zinco em nosso organismo, substituindo-os em
seus sítios ativos. O cobre pode ser tóxico e 30 g de sulfato de cobre matam uma pessoa.
Utilização:
O cobre, junto com o ouro e a prata, era a base das moedas de circulação no mundo antigo.
Obviamente, ele era o menos valioso destes três. Atualmente, ele ainda é usado na fabricação de
moedas, mas geralmente na forma de liga monetária (liga metálica formada por 75% de cobre e 25% de
níquel).
- Em fios condutores de eletricidade
- Em utensílios diversos: panelas, lustres, etc.
- Em encanamentos.
- Sob forma de latão (liga: Cu + Zn) é utilizado na fabricação de pregos, parafusos, estatuetas,
monumentos, etc.
Assim, o cobre na forma dessas ligas é muito usado em objetos de decoração, em joias, amálgamas
dentários, peças para automóveis, aviões etc. Isoladamente, a sua principal aplicação é em equipamentos
e sistemas elétricos, como os fios que conduzem eletricidade.
Ferro (Fe)
Obtenção:
É um metal obtido em siderúrgicas por meio da hematita, um de seus minérios. Comumente
encontrado na forma de pirita FeS, hematita Fe2O3 e Fe3O4.
Propriedades:
Bom condutor de calor e eletricidade, duro e resistente, mas ao mesmo tempo é maleável e dúctil.
Utilização:
É utilizado extensivamente para a produção de aço, liga metálica para a produção de ferramentas,
máquinas, veículos de transporte (automóveis, navios, etc.), como elemento estrutural de pontes,
edifícios, e uma infinidade de outras aplicações.
Através da hematita, o ferro é utilizado para a produção do aço. Além disso, vários produtos que
utilizamos no dia a dia, são produtos do ferro, do aço ou de suas ligas metálicas como cadeiras, portões,
256
Ligas Metálicas
As ligas metálicas são materiais com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos,
sendo que pelo menos um deles é metal Essas ligas são materiais que possuem propriedades
interessantes para as indústrias, propriedades essas que os metais individualmente não possuem.
Bronze: Formado por 67% de cobre e 33% de estanho. Sua principal propriedade é resistência ao
desgaste, sendo muito usado para produzir sinos, medalhas, moedas e estátuas.
Latão: Mistura de 95 a 55% de cobre e de 5 a 45% de zinco. Devido a sua alta flexibilidade, ele é
usado para produzir instrumentos musicais de sopro, como trompete, flauta, saxofone etc., além de
também ser aplicado em peças de máquinas, produção de tubos, armas e torneiras.
Aço: Formado pela mistura de aproximadamente 98,5% de ferro, 0,5 a 1,7% de carbono e traços de
silício, enxofre e oxigênio. É usado em peças metálicas que sofrem elevada tração, pois é mais resistente
à tração do que o ferro puro. O aço é uma liga usada para produzir outras ligas metálicas.
Assim, ao misturar esses metais com outros metais ou com outros elementos é possível conseguir
materiais com as propriedades desejadas, como maior dureza, menos reatividade e assim por diante.
Vejamos alguns exemplos abaixo:
257
Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio participa das moléculas de proteínas, ácidos nucleicos e vitaminas. Embora seja
abundante na atmosfera (78% dos gases), a forma gasosa (N2) é muito estável, sendo inaproveitável para
a maioria dos seres vivos. O processo que remove N2 do ar e torna o nitrogênio acessível aos seres vivos
é denominado fixação do nitrogênio. A fixação de N2 em íons nitrato (NO3-) é a mais importante, pois é
principalmente sob a forma desse íon que as plantas absorvem nitrogênio do solo. A fixação pode ocorrer
por processos físicos, como sob ação de relâmpagos durante tempestades, e também por processos
industriais, quando se criam situações de altíssima pressão e temperatura para a produção de fertilizantes
comerciais. A fixação biológica, porém, é a mais importante, representando 90% da que se realiza no
planeta.
A fixação biológica do nitrogênio é realizada por bactérias de vida livre no solo, por bactérias
fotossintéticas, por cianofíceas (algas azuis), e principalmente por bactérias do gênero Rhizobium, que
somente o fazem quando associadas às raízes de plantas leguminosas - soja, alfafa, ervilha, etc. Nessas
raízes formam-se nódulos densamente povoados pelas bactérias, onde ocorre a fixação de N2 até a
formação de nitrato. Essas plantas podem assim desenvolver-se mesmo em solos pobres desse íon.
Além da atmosfera, outro reservatório de nitrogênio é a própria matéria orgânica. Os decompositores que
promovem a putrefação transformam compostos nitrogenados em amônia (NH3), processo denominado
amonificação. As bactérias Nitrosomonas transformam a amônia em nitrito (NO2-) (nitrosação) e as
Nitrobacter o transformam em nitrato (nitratação). Esse processo todo é denominado nitrificação, e estas
bactérias são conhecidas genericamente como nitrificantes.
38
MARTINS, C. R. et al. Ciclos Globais de Carbono, Nitrogênio e Enxofre: A Importância da Química da Atmosfera. Química Nova Escola – Nº 5, Novembro
2003.
258
Ciclo do Enxofre
O enxofre apresenta um ciclo que se passa entre o ar e os sedimentos. Existe um grande depósito na
crosta terrestre e nos sedimentos e um depósito menor na atmosfera.
Em resumo pode-se afirmar que o ciclo do enxofre ocorre na seguinte sequência: como o enxofre na
sua forma elementar não pode ser utilizado por organismos superiores, para que sua assimilação se torne
possível é necessário que microrganismos oxidem a sulfa elementar a sulfatos. Neste processo podem
participar bactérias fotopigmetadas dos gêneros Chlorobium e Pelodityon. Porém, as mais ativas neste
processo são as não fotopigmetadas em especial as do gênero Thiobacillus, que podem gerar ácido
sulfúrico durante o processo. O sulfato gerado pode ser assimilado diretamente por vegetais, algas e
diversos organismos heterotróficos sendo incorporados à aminoácidos enxofrados. O mesmo sulfato
também pode ser dissimilado formando H2S.
Os ciclos gasosos geralmente ocorrem de maneira mais rápida que os ciclos sedimentares. Isso
acontece em face da dificuldade de acesso dos organismos aos reservatórios da crosta terrestre. Além
desses fatores, a velocidade dos ciclos também pode ser influenciada pela natureza do elemento químico,
taxa de crescimento de seres vivos, movimento na teia alimentar, taxa de decomposição e a ação do
homem.
A intervenção humana no meio ambiente altera significativamente a ciclagem dos elementos. A
poluição, a extração de minerais, a agricultura e a produção de energia são exemplos clássicos de nossa
interferência nos ciclos biogeoquímicos.
259
Poluição39
A degradação ambiental vem tomando vultos cada vez mais grandiosos em nosso planeta, e tem como
um de seus principais elementos causadores a poluição.
Para que possamos nos aprofundar na questão da poluição, faz-se mister que, a priori, conceituemos
a expressão, o que fazemos a seguir. Poluição é definida pela Lei n. 6.938/81, art. 3°, III, como “a
degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente: prejudiquem a
saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e
econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”.
-Poluição hídrica: Poluição hídrica conforme consta no Decreto n. 73.030/73, art. 13, § 1°, poluição
da água é qualquer alteração de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, que possa importar
39
Santos, A. S.R. Poluição: consumidores ambientais e jurídicas.
260
Portanto, medidas devem ser tomadas no sentido de recuperação dos rios e mananciais atingidos pela
poluição, para que se garanta à população o abastecimento de água não infectada. Dentre essas
medidas, ressalta-se o tratamento dos esgotos urbanos.
- Poluição atmosférica: A Poluição atmosférica do ar pode ser definida como a modificação da sua
composição química, seja pelo desequilíbrio dos seus elementos constitutivos, seja pela presença de
elemento químico estranho, que venha causar prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente e,
consequentemente, à saúde dos seres vivos.
Este tipo de poluição pode ser classificado como: poluição pelos detritos industriais, poluição pelos
pesticidas e poluição radioativa e possui como fontes: as fixas (indústrias, hotéis, lavanderias etc.) e as
móveis (veículos automotores, aviões, navios, trens etc.). Já os fatores que a causam podem ser: naturais
e artificiais. Os fatores naturais são aqueles que têm causas nas forças da natureza, como tempestades
de areia, queimadas provocadas por raios e as atividades vulcânicas. Já os fatores artificiais são os
causados pela atividade do homem, como a emissão de combustíveis de automóveis, queima de
combustíveis fósseis em geral, materiais radioativos, queimadas, etc.
Entre as mais graves consequências da poluição atmosférica, podemos citar a chuva ácida, o efeito
estufa e a diminuição da camada de ozônio.
A chuva será considerada ácida quando tiver um pH inferior a 5,0, ocorrendo não apenas sob a forma
de chuva, mas também como neve, geada ou neblina. Decorre da queimada de combustíveis fósseis,
produzindo gás carbônico, formas oxidadas de carbono, nitrogênio e enxofre. Esses gases, quando
liberados para a atmosfera, podem ser tóxicos para os organismos. O dióxido de enxofre provoca a chuva
ácida quando se combina com a água presente na atmosfera, sob a forma de vapor. As gotículas de ácido
261
Conforme descrito anteriormente, outro causador da poluição é o chamado efeito estufa, fenômeno
de elevação da temperatura média da Terra, que ocorre pelo aumento considerável na concentração de
gás carbônico na atmosfera, provocado principalmente pela queima de combustíveis fósseis e
desmatamentos, formando assim uma espécie de “coberta” sobre a Terra impedindo a expansão do calor.
Ainda temos a diminuição da camada de ozônio como fator de aumento da poluição. O ozônio está
presente na troposfera, que é a camada da atmosfera em que vivemos, e também em zonas mais altas
da estratosfera, entre 12 e 50 km de altitude, tendo como função proteger o planeta da incidência direta
de grande parte dos raios ultravioleta, que é um dos componentes da radiação solar. Com a diminuição
dessa camada de ozônio, os raios ultravioleta atingem a Terra de forma mais brusca, provocando graves
doenças no ser humano, como câncer de pele, distúrbios cardíacos e pulmonares, queimaduras,
problemas de visão, etc. O ambiente também é diretamente atingido pelas modificações na cadeia
alimentar, visto que certas espécies de animais e plantas são extremamente sensíveis a essa radiação,
como os anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas). Além disso, a destruição desta camada de ozônio pode
contribuir com o derretimento de parte do gelo da calota polar, causando o superaquecimento do planeta.
262
POLUENTES ATMOSFÉRICOS
Dióxido de enxofre Provoca doenças cardiovasculares e respiratórias. Queima de combustível que possui
(SO2) enxofre, como o óleo diesel e a gasolina.
Ozônio (O3) Quando encontrado na faixa baixa da atmosfera, é Reação entre óxidos de nitrogênio e
tóxico, provocando irritação nos olhos e problemas compostos orgânicos voláteis na
respiratórios. presença de luz solar.
Ácido sulfúrico Responsável pela formação da chuva ácida. Reação entre o SO3 e o vapor de
(H2SO4) água
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/agentes-poluidores-ar.htm/
-Poluição do solo: Poluição do solo conforme estabelece o Decreto n. 28.687/82, art. 72, poluição do
solo e do subsolo consiste na deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou
enterramento no solo ou no subsolo de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido ou
gasoso. A degradação do solo pode dar-se por: desertificação, utilização de tecnologias inadequadas,
falta de práticas de conservação de água no solo, destruição da cobertura vegetal. Já a contaminação
dos solos dá-se principalmente por resíduos sólidos e líquidos, águas contaminadas, efluentes sólidos e
líquidos, efluentes provenientes de atividades agrícolas, etc.
263
04. (UEPB) A figura apresentada abaixo representa um dos ciclos biogeoquímicos, conhecido como:
264
Respostas
01. Alternativa: D
Como citado na tabela de ligas metálicas, o aço é formado principalmente por Fe (Ferro) e C (Carbono).
02. Alternativa: D
A liga de latão é formada por 67% de cobre e 33 % de zinco, e o bronze é uma liga metálica em que
se misturaram os metais cobre (Cu – 90%) e estanho (Sn – 10%). Portanto, o metal que está presente
nessas duas ligas é o cobre.
03. Alternativa: D
Pelo esquema que representa o ciclo do nitrogênio é possível averiguar que única afirmação errada é
a IV, pois as bactérias não transformam os nitritos em Amônia (NH3) e sim em N2.
04. Alternativa: C
A Origem do Petróleo
Ao longo de milhares de anos, restos de animais e vegetais mortos depositaram-se no fundo de lagos
e mares e, lentamente, foram cobertos por sedimentos (pó de calcário, areia etc). Mais tarde, esses
sedimentos se transformaram em rochas sedimentares (calcário e arenito). As altas pressão e
temperatura exercidas sobre essa matéria orgânica causaram reações químicas complexas, formando o
petróleo. A idade de uma jazida pode variar de 10 a 400 milhões de anos. Dessa forma, o petróleo está
localizado apenas nas bacias sedimentares. Junto desse recurso mineral, encontram-se associados a
água e o gás natural (metano e etano). Os egípcios utilizavam o petróleo como um dos elementos para o
embalsamamento de seus mortos, além de empregarem o betume na união dos gigantescos blocos de
rochas das pirâmides.
No continente americano, os incas e os astecas conheciam o petróleo e , a exemplo da Mesopotâmia,
o empregavam na pavimentação de estradas. Geralmente, o petróleo aproveitado pelas civilizações
antigas era aquele que aflorava à superfície do solo. Uma das peculiaridades do petróleo é a migração,
ou seja, se ele não encontrar formações rochosas que, por serem impermeáveis, o prendam, sua
movimentação no subsolo será constante, com a consequente possibilidade de aparecer à superfície.
A partir de 1920 os transportes terrestres, marítimos e aéreos passaram a consumir quantidades cada
vez maiores do novo combustível. Em 1930 surgiu a indústria petroquímica tendo como base o petróleo,
para produzir numerosos equipamentos, objetos, produtos, etc. Nessa época, o subproduto indesejável
passou a ser a querosene, então pouco utilizado. Apenas com o advento dos aviões a jato, em 1939,
esse combustível voltou a ser amplamente consumido.
Dessa forma, a indústria de refino teve um impulso fenomenal, garantindo o abastecimento de milhares
de veículos e o funcionamento dos parques industriais. A gasolina passou a ser o principal derivado do
petróleo, enquanto ocorria uma ampliação do sistema de estradas, exigindo mais asfalto. Em 1938, 30%
da energia consumida no mundo provinha do petróleo. Mas as duas crises sucessivas do petróleo, em
1973 e 1978, levaram a uma reconsideração da política internacional em relação a esse produto, e os
países dependentes do petróleo intensificaram a busca de fontes de energia alternativas. Microrganismos
marinhos (chamados plânctons), na ausência de oxigênio, se transformaram, ao longo de milhões de
anos, nos constituintes do petróleo.
Comercialmente, existem dois tipos de petróleo: o leve (com maior proporção de gasolina) e o pesado
(com maior proporção de querosene e óleos combustíveis). O petróleo leve tem maior cotação no
mercado mundial, por causa do elevado consumo de gasolina. O petróleo é uma mistura de compostos
265
Figura 01. Esquema de uma torre de perfuração: 1- bloco de coroamento, 2- bomba de lama, 3- motores, 4-peneira, 5- tanque
de lama, 6- mesa rotativa, 7- válvula de segurança, 8- tubo de perfuração, 9- tubo de revestimento e 10- broca de perfuração.
No mar, as etapas de perfuração são idênticas. A diferença é que são feitas por meio de plataformas
marítimas. A profundidade de um poço pode variar de 800 a 6.000 metros. Atualmente, a bacia de
Campos é responsável por 80% da produção nacional (730 mil barris de óleo/dia), sendo a mais
importante do país. No ranking mundial dos países produtores, o Brasil está em 18º (produção de 1 milhão
de barris de óleo/dia). Devido aos êxitos alcançados, a maior parte da produção é feita na bacia
continental. O Brasil é recordista mundial em produção em águas profundas, tendo atingido em 1998 a
marca de 1.853 metros de lâmina d’água.
Terminada a etapa de produção, o petróleo e o gás natural são transportados por meio de dutos ou
navios para os terminais, onde são armazenados. Em seguida, o petróleo é transferido para as refinarias,
onde será separado em frações, pois o óleo bruto praticamente não tem aplicação. As reservas já
conhecidas e as que poderão ser ainda descobertas dão ao petróleo uma extraordinária importância que
se estenderá por todo século XXI. Os lençóis petrolíferos ocorrem em cavidades que podem atingir até
7000m de profundidade, no continente ou em plataformas submarinas, juntamente com o petróleo
encontra-se água salgada e gás natural (sob pressão).
São controvertidas as teorias sobre a origem do petróleo. Entre as principais figuram a da origem
estritamente inorgânica, defendida por Dmitri I. Mendeleiev, Marcellin Berthelot e Henri Moissan, e a teoria
orgânica, que postula a participação animal e vegetal. De acordo com a primeira, o petróleo ter-se-ia
formado a partir de carburetos (de alumínio, cálcio e outros elementos) que decompostos por ação da
água (hidrólise), deram origem a hidrocarbonetos com metano, alcenos, etc., os quais, sob pressão,
teriam sofrido polimerização (união de moléculas idênticas para formar uma nova molécula mais pesada)
e condensação a fim de dar origem ao petróleo.
Contra essa concepção mais antiga, levanta-se teoria orgânica, segundo a qual a presença no petróleo
de compostos nitrogenados, clorofilados, de hormônios, etc. pressupõe a participação de matéria
orgânica de origem animal e vegetal. Em sua grande maioria os pesquisadores modernos tendem a
reconhecer como válida apenas a teoria orgânica, na qual destacam o papel representado pelos
microrganismos animais e vegetais que sob a ação de bactérias, formariam uma pasta orgânica no fundo
dos mares. Misturada à argila e à areia, essa pasta constituiria os sedimentos marinhos que, cobertos por
266
Refino do Petróleo
O processo utilizado para separar as frações do petróleo é a destilação. Essa separação envolve a
vaporização de um líquido por aquecimento, seguida da condensação de seu vapor. Existem diferentes
tipos de destilação: simples, fracionada etc. No caso do petróleo, é empregada a destilação fracionada,
que é executada com a utilização de uma coluna de fracionamento. Nas refinarias, essas colunas são
substituídas por enormes torres, chamadas de torres de fracionamento. Abaixo segue uma tabela com as
principais frações e características destas:
https://www.engquimicasantossp.com.br/2017/06/destilacao-fracionada-laboratorio-industria.html
Gás liquefeito de petróleo (GLP) - consiste de uma fração composta por propano e butano, sendo
armazenado em botijões e utilizado como gás de cozinha.
267
Óleo diesel - é um combustível empregado em motores diesel. É um líquido mais viscoso que a
gasolina, possuindo fluorescência azul. Sua característica primordial é a viscosidade, considerando que,
através dessa propriedade, é garantida a lubrificação. É comum a presença de compostos de enxofre no
óleo diesel, cuja combustão dá origem a óxido e ácidos corrosivos e nocivos aos seres vivos, que geram
a chuva ácida. O despertar da consciência de preservação do meio ambiente está induzindo os
refinadores a instalar processos de hidrodessulfuração para reduzir o teor de enxofre.
Parafinas - são um produto comercial versátil, de aplicação industrial bastante ampla, como, por
exemplo: impermeabilizante de papéis, gomas de mascar, explosivos, lápis, revestimentos internos de
barris, revestimentos de pneus e mangueiras, entre outras. Uma curiosidade, é que as pessoas “comem
petróleo”. Por exemplo, no chocolate brasileiro. A parafina é misturada ao chocolate para dar mais
consistência, impedindo que este derreta.
Asfalto -sólido de cor escura, que apresenta massa molecular média elevada, é obtido do resíduo das
destilações do petróleo. Grande parte do asfalto é produzida para a pavimentação e o asfalto oxidado é
utilizado como revestimento impermeabilizante.
Gasolina de polimerização
No cracking formam-se grandes quantidades de hidrocarbonetos gasosos, a partir dos quais, por um
processo inverso, consegue-se obter os hidrocarbonetos médios (C5 a C8) constituintes da gasolina.
268
Gás Natural
Gás natural é um combustível fóssil, na forma gasosa, contendo principalmente carbono e hidrogênio,
ocorrendo em jazidas ou depósitos subterrâneos. Entre os hidrocarbonetos gasosos, o metano (CH4) é o
composto mais abundante. A exploração do gás natural pode estar associada à de petróleo ou pode partir
de jazidas produtoras exclusivas. Em todo o mundo, assim como no Brasil, as primeiras descobertas de
gás vieram associadas às descobertas de petróleo.
Esse combustível é responsável por quase 30% da energia consumida na Terra, sendo superado
apenas pelo petróleo e pelo carvão. Em alguns países, como a Holanda, ele chega a representar 50% do
suprimento energético. No Brasil, a utilização do gás natural ocorreu a partir de 1942, com descoberta do
campus de Aratu e Itaparica (BA). Em 1962 iniciou-se a instalação da planta de gás natural em Catu, para
obtenção do líquido de gás natural, e uma outra unidade na refinaria de Mataripe, com a mesma
finalidade.
Em 1975, caracterizou-se pela consolidação do polo petroquímico de Camaçari (BA) e pela descoberta
de jazidas na plataforma continental de Sergipe. As reservas brasileiras de gás natural triplicaram nos
últimos dez anos, devido às descobertas decorrentes do primeiro "choque do petróleo", 1973. Atualmente
tem-se descoberto gás associado ao petróleo nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará
e Espírito Santo, além de minas de gás natural na região do rio Juruá, no Amazonas.
Os principais campos produtores de gás do país estão localizados nos Estados do Rio Grande do
Norte, Ceará, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A utilização do gás natural
obedece a uma escala de prioridades fixadas pelo Conselho Nacional do Petróleo, em função das
necessidades do abastecimento nacional de derivados de petróleo. O gás natural vem sendo empregado,
de forma prioritária, para estimular a produção de petróleo, através da reinjeção nos poços e posterior
recuperação secundária.
Os valores mencionados na figura acima são referentes às reservas de gás natural em (milhões m 3), perfazendo um
total de 81.605 milhões m3
Carvão
O carvão mineral é formado por troncos, raízes, galhos e folhas de árvores gigantes que cresceram
há 250 milhões de anos em pântanos rasos. Essas partes vegetais, após morrerem, depositaram-se no
fundo lodoso e ficaram encobertas. O tempo e a pressão da terra que foi se acumulando sobre o material
transformaram-no em uma massa negra homogênea – as jazidas de carvão. Paulatinamente, a partir da
época dos grandes descobrimentos, o carvão mineral foi substituindo a lenha, até então considerada
como a principal fonte de energia utilizada pelo homem.
269
Gaseificação do carvão
A gaseificação do carvão é praticada desde a primeira metade do século XIX e tem a finalidade de
converter o carvão mineral em combustível sintético de aplicação direta na produção de energia. Existem
diversos processos industriais de gaseificação do carvão, e o Brasil já domina essa tecnologia. Os
impactos ambientais e riscos aos operários nas usinas são aqueles relacionados à mineração e transporte
do minério e, também, aos problemas do processamento, como riscos de incêndio e exposição humana
a agentes cancerígenos, e exposição a altas temperaturas.
Liquefação do carvão
O carvão, até 1961, era a principal fonte primária mundial de energia, quando foi suplantado pelo
petróleo. No entanto, mantém-se até hoje como fonte energética nobre, pois sua conversão produz o
combustível sintético líquido que mais se assemelha ao petróleo de ocorrência natural. O processo de
liquefação do carvão é bastante recente e visa transformar o carvão, que é encontrado em estado sólido
na natureza, em combustível líquido. Nos EUA já existem usinas de liquefação de carvão. No entanto, o
processo é bastante sofisticado e caro. O Brasil ainda não domina essa tecnologia, embora pesquisas já
estejam sendo desenvolvidas nesse sentido.
Até a Segunda guerra mundial, o carvão era o combustível mais utilizado no mundo. A descoberta dos
combustíveis derivados do petróleo, que permitiu o desenvolvimento dos motores a explosão e abriu
maiores perspectivas de velocidade e potência, e o surgimento da energia nuclear, relegaram o carvão à
condição de fonte subsidiária de energia. No entanto, a disponibilidade de grandes jazidas de carvão
mineral e o baixo custo do carvão vegetal ainda conferem a esse combustível um papel relevante.
270
Turfa:
- carbono .......... 60,0%
- hidrogênio ....... 5,5 %
- oxigênio ......... 32,0 %
Linhito:
- carbono ......... 65,0 a 75,0 %
- hidrogênio ..... 5,0 %
- oxigênio ........ 16,0 a 25,0 %
Hulha:
- carbono ......... 80,0 a 85,0 %
- hidrogênio .....4,5 a 5,5 %
- oxigênio .......12,0 a 21,0 % (no carvão sub-betuminoso) e 5,0 a 20,0 % (no carvão betuminoso).
Antracito:
- carbono .......... 90,0 %
- hidrogênio ......3,0 a 4,0 %
- oxigênio ......... 4,0 a 5,0 %
A hulha foi a mola propulsora da indústria do século passado, durante a chamada Revolução Industrial,
sendo substituída pelo petróleo no século XX. Abaixo, temos uma tabela com os principais países
produtores de carvão.
No Brasil, a hulha ocorre nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e sua produção
é de cerca de 10 milhões de toneladas por ano (a produção não é maior devido ao alto teor de cinzas e
de enxofre que possui). É usada como combustível de usinas termelétricas e nos altos-fornos
siderúrgicos, após aquecimento prévio para eliminar material orgânico (gases e alcatrão).
272
273
Madeira
Carvão vegetal é uma substância de cor negra obtida pela carbonização da madeira ou lenha. É muito
utilizado como combustível para aquecedores, lareiras, churrasqueiras e fogões a lenha. O carvão
também se destaca na condução de oxigênio e um eficiente disseminador de toxinas. Diante de várias
indicações positivas do carvão, pode-se destacar o seu uso no tratamento de dores estomacais, mau
hálito, aftas, gases intestinais, diarreias infecciosas, disenteria hepática e intoxicações.
O Brasil ainda faz uso do carvão vegetal na produção industrial, prática que deixou de ser desenvolvida
nos países centrais, o país ocupa o primeiro lugar na produção dessa substância. Diante disso, cerca de
85% do carvão produzido é utilizado nas indústrias, as residências respondem por 9% do consumo e o
setor comercial como pizzarias, padarias e churrascarias 1,5%.
Apesar dos benefícios apresentados com a utilização do carvão vegetal é preciso analisar as
consequências que sua produção provoca. Em primeiro lugar é importante analisar o fator social, quando
pessoas adultas e até crianças trabalham nas carvoarias em condições, na maioria das vezes, precárias
de trabalho e baixíssimos salários.
Outro fator não menos importante que o primeiro é o ambiental, pois para o desenvolvimento dessa
atividade diversas vezes é preciso retirar a cobertura vegetal de importantes composições vegetativas
contidas no território brasileiro, que geralmente não são oriundos de madeiras de reflorestamento ou
madeira cultivada para esse fim, pois algumas pesquisas revelam que aproximadamente 78% do carvão
produzido no Brasil é de origem de vegetação nativa, o que causa um enorme prejuízo ambiental.
O vinagre de madeira (ácido pirolenhoso) é uma solução aquosa cujos principais componentes são:
ácido acético (7 a 10%), metanol (1 a 3%), acetona (1%) e água (85 a 90%).
Xisto Betuminoso40
O Xisto Betuminoso é uma rocha sedimentar de grão fino, rica em material orgânico, contendo
querogênio (uma sólida mistura de compostos químicos orgânicos), a partir do qual hidrocarbonetos
líquidos chamados de óleo de xisto podem ser produzidos.
O óleo de xisto é um substituto para o petróleo convencional; contudo, a extração do óleo de xisto do
xisto betuminoso é mais caro (tanto se referindo a termos econômicos quanto aos impactos ambientais).
O xisto é uma rocha capaz de produzir exatamente os mesmos subprodutos do petróleo, como óleo diesel,
enxofre, alcatrão, gás, nafta, gasolina e querosene.
40
https://bit.ly/2ME3sxH
274
Biomassa
A questão energética interfere em todos os conjuntos das atividades econômicas e sociais do país.
Nas diversas atividades de produção ou na distribuição de consumo de bens e serviços é necessário a
utilização cada vez maior de energia como resultado de um crescente desenvolvimento material. Na
atualidade a energia é indispensável à sobrevivência diária, pois proporciona “serviços essenciais” à vida
humana – calor para aquecimento, para cozinhar e para atividade manufatureira, ou força para o
transporte e para o trabalho mecânico.
Os gestores do desenvolvimento de uma nação é quem deveria avaliar a disponibilidade de energia,
o seu acesso à população e, principalmente, o nível de sustentabilidade da geração de energia. As
matrizes energéticas que são representadas por combustíveis e pelo fornecimento de insumos
energéticos são diversas e são, de um modo geral, mal distribuídas pelo território nacional. O governo
deveria promover parcerias na realização de pesquisas visando o desenvolvimento e a difusão de
tecnologias ambientalmente eficazes e menos poluentes.
276
Os Vegetais
Existe um número crescente de pessoas que tem se interessado no setor monetário da economia
pressionando o uso da base de biomassa para fazerem aumentar a demanda de combustíveis comercias,
desde lenha e carvão vegetal até querosene, propano líquido, gás e eletricidade. A coleta de lenha vem
sendo cada vez mais desenvolvida em muitos países que ainda dependem predominantemente da
biomassa para cozinhar, aquecer suas casas e até para a iluminação, e, quando a lenha é escassa, as
pessoas a economizam queimando outros combustíveis como: esterco de vaca, talos e cascas de
vegetais e ervas daninhas.
O carvão vegetal é um combustível mais adequado e mais limpo que a lenha, pois, sua fumaça causa
menos irritação aos olhos e distúrbios respiratórios do que a fumaça da lenha. Porém, obter o carvão
vegetal desperdiça uma grande quantidade de madeira. Quando falamos em madeira como fonte de
energia alternativa, costumamos pensar em árvores que crescem naturalmente e são aproveitadas para
o consumo doméstico. Porém este material, a madeira, está se tornando uma importante matéria-prima,
plantada especialmente para executar processos avançados de conversão em energia. Está sendo usado
em países industrializados e aqueles em desenvolvimento, visando a produção de calor, eletricidade e a
produção de outros combustíveis gasosos e líquidos.
Biomassa41
A biomassa renovável terrestre é constituída de diversos produtos de baixas e altas massas
moleculares como, por exemplo, carboidratos, aminoácidos, lipídios, e biopolímeros, como celulose,
hemicelulose, quitina, amido, lignina e proteínas. Estas biomassas são utilizadas na alimentação e para
a produção de uma variedade de combustíveis, produtos químicos e produtos energéticos. O
processamento da biomassa renovável abrange métodos biológicos, térmicos e/ou transformações
químicas, além de tratamento mecânico para obter combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos ou ainda
produtos químicos de maior valor agregado.
As biomassas não-renováveis, como carvão, petróleo e gás natural não são apenas materiais
energéticos naturais, mas também são importantes insumos para a produção de uma grande variedade
de produtos químicos que variam desde gasolina e óleo diesel a insumos químicos e intermediários de
produtos da química fina.Em termos energéticos, estas três biomassas são responsáveis por
aproximadamente 75% da energia consumida correspondendo a 33, 24 e 19%, respectivamente. No
entanto, como são recursos naturais fósseis finitos, fica evidente a grande necessidade de se desenvolver
tecnologia para o aproveitamento das biomassas renováveis.
41
Trecho sobre BIOMASSA extraído da revista Química Nova, vol.32, nº.3.
277
278
Carboidratos
Os carboidratos compõem 75% da biomassa da Terra representando a maior fonte renovável do
planeta. Anualmente são convertidos mais de 100 bilhões de m3 de CO2 e H2O em 200 mil toneladas de
carboidratos pelas plantas superiores e algas. Nesta classe, destacam-se a celulose, a hemicelulose, o
amido e a sacarose, dentre outros carboidratos de massas moleculares menores. Estes carboidratos já
são utilizados industrialmente em larga escala para diversos fins, mas alguns são utilizados
principalmente para fins alimentares, tendo poucas aplicações nas indústrias químicas. Por serem
materiais renováveis e de baixo custo, esses carboidratos deverão ser no futuro as fontes
economicamente mais viáveis para substituir os atuais derivados petroquímicos.
Nestes últimos anos, muitas novas reações e materiais foram criados visando a produção de novos
intermediários passíveis de uso pelos setores químicos da indústria, com a perspectiva que estes
deveriam ser economicamente viáveis, para substituir aqueles derivados das fontes petroquímicas. Esta
mudança baseia-se no fato das matérias-primas fósseis serem irrevogavelmente finitas, além da pressão
gerada sobre o nosso meio ambiente com o aumento do CO2 oriundo da queima crescente de
combustíveis fósseis. Com esta linha de atuação, as indústrias químicas veem despertando seus
interesses para fontes de matérias-primas limpas e renováveis, que possam manter o equilíbrio de CO2
no planeta.
Os carboidratos existem difundidos em todos os seres vivos e são essenciais para a vida. Alguns
existem praticamente puros, tais como a sacarose, o amido e a celulose, e este último no algodão, na
madeira e no papel. Eles são os constituintes estruturais de tecidos de plantas (celulose), de alguns
animais (quitina em crustáceos e insetos) e paredes de celulares de bactérias. Como novos açúcares
biotransformados fazem parte das membranas celulares e do DNA e RNA, que carregam importantes
informações genéticas nas células, glicoconjugados com uma variedade de produtos naturais, tais como
antibióticos, glicolipídios, e glicoproteínas sendo este dois últimos responsáveis por reterem informações
de reconhecimento supramolecular que formam a base da glicobiologia.
Apesar do papel principal dos carboidratos relacionado com suas diversas funções na bioquímica dos
seres vivos, esta classe de substância tem sido largamente estudada pelos químicos orgânicos nos seus
diversos aspectos estereoquímicos, mecanísticos, sintéticos e analíticos. A biomassa renovável de
carboidratos é constituída principalmente de polissacarídeos como a celulose, o amido, a inulina e a
hemicelulose que, por sua vez, são constituídos de unidades de menores massas moleculares. Para estes
carboidratos utiliza-se o termo genérico monossacarídeo, indicando uma única unidade de açúcar sem
conexões glicosídicas com outras unidades.
Os polissacarídeos podem ser utilizados in natura na alimentação, produtos têxteis, papel, madeira
para construção, revestimentos industriais, cosméticos etc. Também podem sofrer modificações nas
279
Celulose
A madeira é a principal fonte industrial de celulose. Ela é constituída principalmente pelos seguintes
materiais lignocelulósicos: hemicelulose (20 a 25%), celulose (40-50%) e lignina (25 a 30%), além de
componentes inorgânicos. Este conjunto de substâncias é responsável pelas propriedades mecânicas da
madeira. As hemiceluloses são polissacarídeos ramificados com baixo grau de polimerização contendo
uma mistura de polímeros de pentoses, como a D-xilose e a L-arabinose e, em menor quantidade as
hexoses D-glicose, D-galactose, D-manose e ácidos glucurônicos. As hemiceluloses não são cristalinas
e encontram-se intercaladas às microfibrilas da celulose dando elasticidade e impedindo que elas se
toquem. As hemiceluloses variam nas estruturas e nas composições dependendo da fonte natural.
280
Hemiceluloses
As hemiceluloses são polissacarídeos que representam um dos componentes da parede celular
vegetal e estão intimamente associadas à celulose, definindo as propriedades estruturais na parede
celular além de desempenhar funções na regulação do crescimento e desenvolvimento das plantas. Os
xiloglucanos (Xg) e os galactomananos são hemiceluloses presentes tanto em parede primária (função
estrutural) como em parede de reserva em sementes de algumas espécies (função de reserva). Os
resultados mostraram que o grau de ramificação e o tamanho da cadeia afetam a interação entre Xg e a
celulose. Enquanto os graus de galactosilação e fucosilação estão relacionados com a força de ligação
entre os polissacarídeos, o tamanho da molécula do Xg afeta a sua capacidade (quantidade) de interação
à celulose, consequentemente a autointeração.
Amido
É o segundo polissacarídeo mais abundante. Pode ser encontrado em sementes, raízes e fibras de
plantas. É a fonte de energia, em termos de glicose, mais abundante para os humanos. Ele é composto
basicamente de dois polissacarídeos de D-glicose: amilose e amilopectina. A diferença entre estes dois
polímeros está no encadeamento das unidades glicosídicas. Na amilose a cadeia é linear e as ligações
são α-(1→4'). Na amilopectina há uma ramificação na hidroxila de C6 com uma ligação α-(1→6'). Porém,
as ligações α-(1→4') continuam no polímero. A sua composição varia de acordo com a planta. Por
exemplo, o amido da batata difere basicamente do amido do aipim (macaxeira) na relação entre amilose
e amilopectina.
A maioria dos seres vivos pode utilizar estes polissacarídeos como fonte energética, pois possuem
enzimas α-amilases na saliva e no intestino que quebram a ligação α-(1→4') entre as unidades de glicose.
O mesmo não acontece com a celulose. A maioria dos animais não consegue utilizá-la como alimento. A
razão está na ligação β-(1→4') que não está presente nos animais superiores. Entretanto, cupins
conseguem digerir a celulose facilmente, pois têm no seu intestino bactérias simbióticas que secretam a
enzima celulase que faz a hidrólise da ligação β-(1→4'). Alguns vertebrados herbívoros também
conseguem fazer a digestão, pois têm bactérias no estômago que secretam celulase.
Na conformação α-(1→4'), mais estável nos polissacarídeos amilose, amilopectina e glicogênio, as
cadeiras ficam rígidas tornando a cadeia curva ao invés de linear, como na celulose. Este arranjo produz
estruturas compactas e helicoidais produzindo grânulos densos que podem ser visualizados em muitas
células. O glicogênio é o principal polissacarídeo de estocagem de energia das células. Como na
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Biodiesel
Biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por
diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Pode ser
produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no
Brasil que podem ser utilizadas, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão
manso e soja, dentre outras.
O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos
(de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc.) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor,
etc.). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. A mistura de 2% de biodiesel
ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, denominado B100.
Segundo a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, biodiesel é um “biocombustível derivado de
biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme
regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente
combustíveis de origem fóssil”. A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a
produção de biodiesel. Consiste numa reação química dos óleos vegetais ou gorduras animais com o
álcool comum (etanol) ou o metanol, estimulada por um catalisador, da qual também se extrai a glicerina,
produto com aplicações diversas na indústria química.
Além da glicerina, a cadeia produtiva do biodiesel gera uma série de outros co-produtos (torta, farelo,
etc.) que podem agregar valor e se constituir em outras fontes de renda importantes para os produtores.
O biodiesel é um éster de ácido graxo, renovável e biodegradável, obtido comumente a partir da reação
química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um catalisador
(reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido também pelos processos de craqueamento
e esterificação.
O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclodiesel automotivos
(de caminhões, tratores, camionetas, automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor,
etc). Pode ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. O nome biodiesel muitas vezes
é confundido com a mistura diesel+biodiesel, disponível em alguns postos de combustível. A designação
correta para a mistura vendida nestes postos deve ser precedida pela letra B (do inglês Blend). Neste
caso, a mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até
o biodiesel puro, denominado B100.
Processo de fabricação
O biodesel é produzido a partir de óleos vegetais puros ou usados e de gorduras animais. Tais óleos
e gorduras sofrem uma reação com um álcool (etanol ou metano), chamada de reação de
transesterificação, da qual resultam compostos conhecidos como ésteres de ácidos graxos (etílicos ou
metílicos). (Referência 001)
A reação de transesterificação
O biodiesel é comumente produzido por meio de uma reação química denominada transesterificação.
No caso específico para a reação abaixo, os triacilgliceróis de origem animal/vegetal, reagem com o
metanol, na presença de um catalisador, produzindo glicerol (subproduto) e o éster metílico de ácido
graxo (biodiesel). A reação de transesterificação pode ser catalisada por ácido ou base.
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O uso de etanol
Um mito foi criado quanto à utilização de etanol no processo de transesterificação, dizendo que este
não pode ser reagente do processo. Essa é uma conclusão incorreta, uma vez que tudo (quantidade de
reagente, catalisadores etc.) depende do tipo de tecnologia utilizada. O emprego de etanol anidro (grau
de pureza maior que 99%) é necessário, pois a presença de água na reação de transesterificação leva
ao surgimento de emulsões.
Mistura biodiesel/diesel
O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do petróleo em qualquer proporção,
sem necessidade de qualquer alteração mecânica nos atuais motores a Diesel. Em alguns motores
antigos, há a necessidade de alguns ajustes. A concentração de biodiesel é informada por meio de uma
nomenclatura específica, definida por "BX", onde X refere-se à percentagem em volume do biodiesel ao
qual é misturado ao diesel do petróleo. Assim, B5, B20 e B100 referem-se, respectivamente às misturas
de biodiesel/diesel contendo 5, 20 e 100% de biodiesel.
283
Projeto piloto
Cidades como Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil, possuem frota de ônibus para transporte
coletivo movida a biodiesel. Esta ação reduziu substancialmente a poluição ambiental, aumentando,
portanto, a qualidade do ar e, por consequência, a qualidade de vida num universo populacional de três
milhões de habitantes. Acredita-se que até 2010 mais de quinhentas cidades estarão com o biodiesel em
suas bombas.
Vantagens x desvantagens
Prós e contras na produção e no uso do biodiesel: As vantagens do biodiesel.
- É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas
como fonte de matéria-prima para o biodiesel.
- É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés da fóssil.
Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento das emissões de CO2 na atmosfera,
zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos veículos e absorção dos mesmos pelas
plantas.
- Contribui para a geração de empregos no setor primário. Com isso, evita o êxodo do trabalhador no
campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável
essencial para a autonomia do país.
- Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta sendo gasto
na sua prospecção, o que torna cada vez mais onerosa a exploração e refino das riquezas naturais do
subsolo, havendo então a necessidade de se explorar os recursos da superfície, abrindo assim um novo
nicho de mercado, e uma nova oportunidade de uma aposta estratégica no sector primário.
- Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para misturas de
biodiesel com diesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20% requerem avaliações mais
elaboradas do desempenho do motor.
284
Energia Nuclear42
Há diversos materiais, naturais ou sintetizados pelo ser humano, que são radiativos, isto é emitem
radiações. As radiações conhecidas como alfa, beta e gama têm várias características, como por
exemplo, o poder de penetração em diferentes tecidos vivos e objetos. Fala-se em poluição radiativa
quando atividades humanas ou acidentes, delas decorrentes, introduzem materiais radiativos no
ambiente, e provocam um aumento nos índices de radiação.
Estas atividades estão relacionadas à extração e processamento de materiais radiativos; produção,
armazenamento e transporte de combustível nuclear, produção, uso e testes de armas nucleares,
operação de reatores nucleares; e uso de materiais radiativos na medicina, na indústria e na pesquisa.
Os efeitos da radiação nos organismos vivos são, entre outros, mutações genéticas, câncer, necroses e
alterações de metabolismo. Conforme a intensidade e a natureza da radiação, ela pode ser fatal.
O decaimento radioativo ocorre segundo as leis da probabilidade. O processo é complexo e explicá-
lo aqui fugiria ao escopo deste artigo. Assim, basta saber que nele o núcleo se transforma em outro
elemento ao ter sua carga elétrica mudada pela emissão de radiação, mudando o número de prótons e/ou
nêutrons
Esse decaimento pode ocorrer sucessivamente, causando uma cadeia de desintegrações, até que
resulte um elemento estável. O tempo que certo número de núcleos de um radioisótopo leva para que
metade de sua população decaia para outro elemento por desintegração é denominado meia-vida do
radioisótopo.
A desintegração pelo decaimento pode ocorrer espontaneamente ou ser provocada pela instabilidade
criada em núcleos estáveis, pelo bombardeio com partículas ou com radiação eletromagnética. Na
natureza, os elementos apresentam-se geralmente como uma mistura de diferentes isótopos, estáveis ou
radioativos. Por exemplo, o urânio, que tem 92 prótons (Z = 92), é encontrado como uma mistura de
99,3% de urânio-238 (238U, com 146 nêutrons) e 0,7% de urânio-235 (235U, 143 nêutrons), além de
frações muito pequenas de outros isótopos – o número que segue o nome do elemento químico ou
antecede sua sigla é o chamado número de massa (A), ou seja, a soma de seus prótons e nêutrons.
Para colocar uma usina nuclear em funcionamento é necessário, antes de mais nada, urânio
enriquecido. Para se ter uma ideia, 0,5kg de U-235 enriquecido - quantidade usada para fornecer energia
a submarinos e porta-aviões nucleares - é equivalente a 3,8 milhões de litros de gasolina.
Em geral, o urânio é formado em péletes (formato de pílula) com diâmetro próximo ao de uma moeda
de R$0,10 e espessura de 2,5cm. Estes péletes são dispostos em hastes longas agrupadas em feixes,
os quais ficam submersos em água dentro de um recipiente de pressão. A água, por sua vez, tem a
função de refrigerar o sistema.
Para que o reator funcione, o feixe precisa ser levemente supercrítico. Isso significa que, caso fosse
deixado sozinho, o urânio derreteria. Portanto, para que isso não ocorra, são inseridas no feixe hastes de
controle (também chamadas de hastes de comando ou, ainda, barras de controle), as quais são feitas de
material capaz de absorver os nêutrons, utilizando um dispositivo que pode abaixar e/ou elevar as hastes.
Assim, elevar e baixar as hastes controla o nível das reações nucleares. Portanto, quando se deseja
maior produção de calor a partir do núcleo de urânio, as hastes são elevadas para fora do feixe, enquanto
para produzir menor quantidade de calor, as hastes são abaixadas dentro do feixe. Além disso, as hastes
possuem outras funções: baixá-las totalmente dentro do feixe podem desligar o reator, no caso de um
acidente, ou tornar possível a troca de combustível.
O calor liberado durante a reação nuclear é responsável pelo aquecimento da água, a qual é
transformada em vapor. Esse vapor aciona uma turbina, a qual faz girar um gerador, responsável por
produzir a energia.
42
https://bit.ly/2PFrDNX
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Poluição Radioativa
Há diversos materiais, naturais ou sintetizados pelo ser humano, que são radiativos, isto é emitem
radiações. As radiações conhecidas como alfa, beta e gama têm várias características, como por
exemplo, o poder de penetração em diferentes tecidos vivos e objetos. Fala-se em poluição radiativa
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Questões
01. O gás liquefeito de petróleo, conhecido como GLP, é constituído basicamente de C3 H8 e C4 H10,
respectivamente com as seguintes fórmulas estruturais planas:
02. Os danos ambientais decorrentes de derramamento de petróleo são causados, principalmente, pela
formação de uma película superficial que dificulta as trocas gasosas entre ar e água, vedação dos
órgãos respiratórios dos animais, impermeabilização das raízes de plantas e toxicidade das
substâncias componentes do petróleo.
03. O uso de combustíveis derivados do petróleo, de carvão mineral e de gás natural causam impactos
ambientais porque emitem
(A) gás carbônico, intensificando o efeito estufa.
(B) gás carbônico, aumentando o buraco na camada de ozônio.
(C) óxidos de nitrogênio, intensificando o efeito estufa.
(D) óxidos de enxofre, intensificando o efeito estufa.
(E) óxidos de enxofre, aumentando o buraco da camada de ozônio.
04. Catástrofes naturais, como furacões, associadas a fatores políticos, guerra entre outros, podem,
de certa forma, impulsionar o aumento do preço do barril de petróleo, afetando a economia de diversas
nações do mundo. No Brasil, o álcool é um importante substituto da gasolina, que depende de políticas
nacionais para o aumento da sua produção e consumo. Considere as seguintes afirmações:
I. As frações mais leves (moléculas menores) do petróleo podem ser transformadas em compostos
mais pesados (moléculas maiores) a partir do craqueamento, que se dá por aquecimento e com ação de
catalisadores.
II. A queima do álcool, produzido a partir da cana-de-açúcar, não está diretamente relacionada com o
aumento de gás carbônico na atmosfera, como ocorre com a queima de combustíveis fósseis.
III. O somatório dos coeficientes estequiométricos da equação balanceada da reação de fermentação
da glicose (C6H12O6), produzindo etanol e gás carbônico, é igual a 5.
IV. A refinação do petróleo é o nome dado ao processo de separação de seus componentes.
287
06. (INTEGRADO/RJ) Após a Primeira Guerra Mundial, vários países desenvolveram suas próprias
indústrias químicas. Inicialmente, a área que mais se desenvolveu foi a dos compostos aromáticos. A
seguir, veio a química dos compostos alifáticos devido ao uso do petróleo como combustível. Leia as
alternativas a seguir e escolha a correta:
(A) compostos alifáticos são aqueles que possuem apenas átomos de Carbono terciários;
(B) os compostos aromáticos são constituídos de aldeídos e cetonas de fórmula geral cnh2no;
(C) o petróleo é uma mistura constituída de hidrocarbonetos de complexidade variável;
(D) os hidrocarbonetos formam uma mistura de compostos constituídos de Carbono, Hidrogênio e
Oxigênio;
(E) os compostos aromáticos possuem todos os átomos de Carbono hibridizados do tipo sp3.
07. (UESPI) A qualidade da gasolina, que determina quão suavemente ela queima, é medida pelo
índice de octanagem. Por exemplo, a molécula linear de octano queima tão mal que tem octanagem -19,
mas seu isômero comumente chamado de isoctano tem octanagem 100. Sabendo que a fórmula
estrutural do isoctano é:
CH3
CH3 CH3
08. (UERJ) Uma mistura de hidrocarbonetos e aditivos compõe o combustível denominado gasolina.
Estudos revelaram que quanto maior o número de hidrocarbonetos ramificados, melhor é a performance
da gasolina e o rendimento do motor. Observe as estruturas dos hidrocarbonetos abaixo:
I II
CH3 CH3
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_ _ _ _ _
H3C C CH2 H3C CH CH CH2
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_
_ _
_ CH2 CH3
H3C CH CH3
CH3 CH3
III IV
_ _
H3C CH2 CH3 CH 2 CH2
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_
_
_
288
10. (UFPR) “Não é o petróleo que está acabando, mas a era do petróleo como a conhecemos. As
mudanças têm mais a ver com a tecnologia e instabilidade política do que com o aumento da demanda.”
(Veja, 9 jun. 2004, p. 116.). A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:
I. O setor energético é estratégico para qualquer país, interferindo tanto na economia como na
geopolítica.
II. No Brasil, as graves crises do petróleo ocorridas na segunda metade do século XX impulsionaram
o estabelecimento de estratégias preventivas, como o aumento da produção interna e a substituição do
petróleo por outras fontes de energia.
III. O petróleo, apesar de poluidor, continua sendo a fonte energética mais importante na atualidade.
Isso determina sua exploração e explica, em parte, guerras e conflitos existentes no mundo.
11. (UFRN) O petróleo, uma das riquezas naturais do Rio Grande do Norte, é fonte de vários produtos
cuja importância e aplicação tecnológica justificam um valor comercial. Para que sejam utilizados no
cotidiano, os componentes do petróleo devem ser separados numa refinaria. Esses componentes
(gasolina, querosene, óleo diesel, óleo lubrificante, parafina, etc.) são misturas que apresentam ebulição
dentro de determinadas faixas de temperatura. Considerando que essas faixas são diferenciadas, o
método usado para separar os diversos componentes do petróleo é:
(A) destilação fracionada
(B) destilação simples
(C) reaquecimento
(D) craqueamento
13. (UFTM/MG) Considere que o posto em questão comercializa álcool, gasolina e óleo diesel. Esses
três combustíveis são
I. misturas homogêneas;
II. derivados do petróleo;
III. obtidos por processos que envolvem destilação.
289
14. (UFPA) A obtenção de energia através de combustão é um tema de grande interesse para a
sociedade. A figura abaixo mostra as estruturas de quatro substâncias químicas utilizadas em reações de
combustão para gerar energia.
H
H C H
H OH
A B C D
Gabarito
01.D / 02.Certo / 03.A / 04.D / 05.C / 06.C / 07.D / 08.D / 09.C / 10.A / 11.A / 12.B / 13.D / 14.C
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