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MAL-ESTAR E SUBJETIVIDADE: REFLEXÕES SOBRE SAÚDE MENTAL EM

TEMPOS DE PANDEMIA

 Minha apresentação: marcar o lugar de fala a partir da psicanálise


 Fundamentação do tema: reflexões sobre a subjetividade em contra ponto a
demarcação objetiva dos efeitos.
MAL-ESTAR EM FREUD (FREUD, 1930) VIVER EM COLETIVO
Pensar a relação do homem com a cultura, as nuances da vida em coletividade, que para ele se
sustenta no antagonismo entre as exigências pulsionais (instintuais) e as restrições da
civilização.
A dimensão da proteção a partir do grupo. Da violência à lei. Da força ao Direito (Por que a
guerra? (FREUD, 1932)). Pacto civilizatório.
A vida do homem em direção a felicidade. A felicidade tida como o puro prazer é impossível
e desde modo busca-se a evitação do desprazer.
Fontes do sofrimento humano em direção a felicidade
Natureza, o Corpo/tempo e o Outro. Sobre a relação com o outro há a possibilidade de
mudança.
“O sofrer nos ameaça a partir de três lados: do próprio corpo, que, fadado ao declínio e à
dissolução, não pode sequer dispensar a dor e o medo, como sinais de advertência; do mundo
externo, que pode se abater sobre nós com forças poderosíssimas, inexoráveis, destruidoras; e,
por fim, das relações com os outros seres humanos”.
MAL-ESTAR INERENTE A CONDIÇÃO HUMANA E DESAMPARO FUNDAMENTAL
Existe um mal-estar na civilização e uma mal-estar que é singularizado pela experiência de
cada sujeito
RELAÇÃO COM A PANDEMIA.
Convoca o acordo civilizatório e provoca as dimensões do sofrimento humano.
TEMPO E TRAUMA
Dimensão da irrupção do imprevisto. Pensar o encontro com o inexplicável e fora da
possibilidade de simbolização imediata. MORTE E TEMPO. “modo inesperado, os sujeitos se
deparam com a mortalidade de um corpo”. Morte individual e coletiva. A morte coletiva
convoca o imperativo do isolamento social em função da proteção do coletivo. O sujeito mais
uma vez em questão por sua participação na coletividade. Uma crise nos sentidos prévios.
REAL – SIMBÓLICO – IMAGINÁRIO e a questão do trauma. Da experiência que escapa a
simbolização. Morte e Luto. Um furo na trama narcísica que dar consistência ao Eu.
Quem são vocês? Quando isso é colocado em questão o sujeito experimenta angustia.
Retroação e Trauma. Os dois tempos do trauma (QUINET, 1991) Ponto enigmático que é
relançado no discurso do sujeito e que vai ser ressignificado em função da sua atualização.
Pensar no trauma em tempos de pandemia é pensar mais uma vez na dimensão da
subjetividade. Em que ponto o encontro com o a pandemia mobiliza cada um de vocês? Há
mais do que uma pandemia que atinge a todos, mas uma experiência para um sujeito e os
efeitos disso decorrentes.
Por que pensar em trauma? Para pensar na irrupção do sem sentido, do furo em um dado
sentido e a necessidade de reelaboração da experiência. Justamente no ponto onde pode se
apresentar uma rachadura nas identificações e a experiência de angustia por conta da
inconsistência do Eu.
SAÚDE MENTAL

(FIOCRUZ, 2020) Durante uma pandemia é esperado que estejamos frequentemente em


estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle
frente às incertezas do momento.

AS REAÇÕES MAIS FREQUENTES INCLUEM:


Medo de:
• Adoecer e morrer;
• Perder as pessoas que amamos;
• Perder os meios de subsistência ou não poder trabalhar durante o
isolamento e ser demitido;
• Ser excluído socialmente por estar associado à doença;
• Ser separado de entes queridos e de cuidadores devido ao regime
de quarentena;
• Não receber um suporte financeiro;
• Transmitir o vírus a outras pessoas.
É esperado também a sensação recorrente de:
• Impotência perante os acontecimentos;
• Irritabilidade;
• Angústia;
• Tristeza.
Em caso de isolamento pode-se intensificar os sentimentos de
desamparo, tédio, solidão e tristeza.
Entre as reações comportamentais mais comuns estão
• Alterações ou distúrbios de apetite (falta de apetite ou apetite em
excesso);
• Alterações ou distúrbios do sono (insônia, dificuldade para dormir
ou sono em excesso, pesadelos recorrentes);
• Conflitos interpessoais (com familiares, equipes de trabalho...);
Violência. Como profissionais de saúde, é preciso estar particularmente atento ao aumento da
violência doméstica e da violência direcionada aos profissionais de saúde;
• Pensamentos recorrentes sobre a epidemia;
• Pensamentos recorrentes sobre a saúde da nossa família;
• Pensamentos recorrentes relacionados a morte e ao morrer

RECONMENDAÇÕES GERAIS
Reconhecimento dos medos e receios
Uso de estratégias funcionais
Exercícios para estresse e ansiedade
Atenção e cuidado com as necessidades básicas
Compartilhar medos
Readequar planos
Informação
Exposição a mídia

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