Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
João Pessoa PB
Julho de 2019
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Ciências Exatas e da Natureza
Programa de PósGraduação em Matemática
Mestrado em Matemática
sob a orientação do
João Pessoa PB
Julho de 2019
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
UFPB/BC
In this dissertation, we will prove results on the compactness of solutions for equa-
tions of the Yamabe type in Riemannian manifolds of dimension 3. For this, we will
do a local analysis of a sequence of solutions near blow-up points and use the Positive
Mass Theorem. In addition, we will see some applications about this result: the calcu-
lation of the Leray-Schauder degree and the existence and multiplicity of minimizing
sequences. Finally, we will see that the same results remain valid for a class of Yamabe
type equations with more general weight also in dimension 3.
Introdução 2
1 Preliminares 6
1.1 Operadores Diferenciáveis em Variedades Riemannianas . . . . . . . . . 6
1.2 Teorema da Massa Positiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3 Equações Elípticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.4 Soluções positivas em bolas perfuradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Referências Bibliográcas 82
1
Introdução
n−2 n+2
∆g u − Rg u + Ku n−2 = 0 em M, (1)
4(n − 1)
Rg̃ dvg
R
Q(g̃) = R M n−2
M
dvg̃ n
2
Yamabe como sendo
λ(M ) = inf Q(g̃),
g̃∈[g]
3
seja conformemente equivalente a esfera euclidiana.
Em 1991, Schoen obteve resultados de compacidade para o problema de Yamabe
no artigo [26] provando que quando (M, g) é localmente conformemente at mas não
conformemente equivalente à esfera unitária, todas as soluções para o problema Yamabe
permanecem em um conjunto compacto em relação à norma C 3 e o grau total de todas
as soluções de Leray-Schauder é igual a −1.
Em 1999, YanYan Li e Meijun Zhu [20] provaram para variedades Riemannianas de
dimensão 3 o caso não localmente conformemente at. Por ser um trabalho pioneiro
e em dimensão 3, esse artigo tornou-se uma referência na literatura. Os trabalhos
posteriores em dimensões maiores tiveram como referência o trabalho e a metodologia
desenvolvidos por Li e Zhu. Devido a sua importância, nosso objetivo nesta dissertação
é estudar os resultados sobre compacidade obtidos no artigo [20] em variedades Rie-
mannianas de dimensão 3. Para obter tais resultados, precisaremos de uma Identidade
do tipo Pohozaev, analisar as sequências de soluções próximas a pontos de blow-up e
do Teorema da Massa Positiva.
Mais recentemente, sobre variedades não localmente conformemente at, Druet
provou resultados sobre compacidade em dimensão 4 no artigo [8] e dimensão 5 em [9].
Em 2008 Simon Brendle provou no trabalho [4] que a Conjectura de Compacidade é
falsa quando n ≥ 52. No mesmo ano, Fernando Codá Marques e Brendle provaram em
[5] que a Conjectura é falsa para 25 ≤ n ≤ 51. Por m, em 2009 Marcus Khuri, Marques
e Schoen nalmente provaram em [16] que a conjectura é válida para 3 ≤ n ≤ 24. Um
texto acessível sobre o último trabalho é a dissertação [7]. Em resumo, a Conjectura
da Compacidade é válida em qualquer variedade Riemanniana para 3 ≤ n ≤ 24.
Estudaremos a seguir os resultados obtidos em [20] que comprovam a Conjectura
da Compacidade em dimensão 3. Nosso trabalho está dividido em três capítulos. No
primeiro capítulo, veremos os resultados preliminares que serão utilizadas durante a
dissertação, passando por alguns resultados de Geometria e de Análise. No segundo
capítulo, apresentaremos a equação do tipo Yamabe que estudaremos, deniremos os
pontos de blow-up, blow-up isolado e isolado simples para uma sequência de soluções,
além da Identidade de Pohozaev, bem como diversos resultados sobre a análise dos
pontos de blow-up. A segunda parte deste capítulo é dedicada a provar dois teoremas
de compacidade um com respeito a norma H 1 e outro em C 2 . Depois discutiremos as
seguintes aplicações: o cálculo do Grau de Leray-Schauder e a existência e multiplici-
dade em problemas de minimização. O último capítulo é destinado a compacidade de
soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso, que é um caso mais
geral que o visto no Capítulo 2 e que incluí o problema de equações de curvatura esca-
lar prescrita e terá a mesma metodologia do capítulo anterior. Encerramos o capítulo
4
destacando um resultado de compacidade obtido quando o peso é permitido mudar de
sinal e a existência de uma função minimizante também neste caso.
5
Capítulo 1
Preliminares
6
1. Preliminares
d
h∇f, vip = (f ◦ α)(t) .
dt t=0
Em particular,
n
2
X ∂f ∂f
|∇f | = g kl .
k,l=1
∂xk ∂xl
n
Demonstração. Sejam ak ∈ C (U ) com k = 1, . . . , n tais que ∇f =
X
∞
ak ∂k . Então,
k=1
n n n
∂f X X X
= h∇f, ∂l i = h ak ∂k , ∂l i = ak h∂k , ∂l i = ak gkl.
∂xl k=1 k=1 k=1
Assim,
n n n
! n n
! n
X ∂f
kl
X X X X X
g = g kl aj gjl = aj kl
g glj = aj δkj = ak .
l=1
∂xl l=1 j=1 j=1 l=1 j=1
Logo,
n n
X X ∂f
∇f = ak ∂k = g kl ∂k .
k=1 k,l=1
∂xl
|∇f |2 = h∇f, ∇f i
n n
kl ∂f ∂f
X X
= h g ∂k, g mj ∂mi
k,l=1
∂xl m,j=1
∂xj
n
X ∂f ∂f
= g kl g mj gkm .
j,k,l,m=1
∂xl ∂xj
7
1. Preliminares
Ou ainda,
n n
2
X ∂f ∂f X mj
kl
|∇f | = g ( g gkm )
j,k,l=1
∂x l ∂xj m=1
n
X ∂f ∂f
= g kl δjk
j,k,l=1
∂xl ∂xj
n
X ∂f ∂f
= g kl .
k,l=1
∂xl ∂xk
n
X ∂f ∂f
Portanto, |∇f |2 = g kl .
k,l=1
∂xk ∂xl
Denição 1.2. Seja X ∈ X(M ). A divergência de X é a função de classe C ∞ div X :
M → R dada por
(div X)(p) = tr{v 7→ (∇v X)(p)},
n
X
div X = Ei (fi )(p).
i=1
n
X
div X = (Ei hX, Ei i − hX, ∇Ei Ei i)
i=1
n n
!
X X
= Ei h fj Ej , Ei i − hX, ∇Ei Ei i
i=1 j=1
Xn n
X
= Ei (fj )hEj , Ei i − hX, ∇Ei Ei i
i,j=1 i=1
8
1. Preliminares
Ou ainda,
n
X n
X
div X = Ei (fj )δij − hX, ∇Ei Ei i
i,j=1 i=1
X n n
X
= Ei (fi ) − hX, ∇Ei Ei i
i=1 i=1
Xn
= (Ei (fi ) − hX, ∇Ei Ei i).
i=1
n n
X ∂fi X
div X = + fi Γjij ,
i=1
∂xi i,j=1
n
! n n
X X X ∂fk
∇ ∂i X = ∇ ∂i fk ∂k = ∇∂i (fk ∂k ) = ∂k + fk ∇∂i ∂k
k=1 k=1 k=1
∂xi
n n
! n n
X ∂fk X ∂fk X X
= ∂k + fk Γjik ∂j =
∂k + fk Γjik ∂j
k=1
∂xi j=1 k=1
∂x i j=1
n n n n
!
X ∂fk X X ∂fk X
= ∂k + fj Γkij ∂k = + fj Γkij ∂k .
k=1
∂x i
j,k=1 k=1
∂x i j=1
n n
X ∂fi X
div X = + fi Γjij .
i=1
∂xi i,j=1
9
1. Preliminares
n
X
coordenados ∂1 , . . . , ∂n . Se X = fi ∂i em U, então
i=1
n
1 X ∂ √
div X = √ (fi det G)
det G i=1 ∂xi
n n n
!
1 X ∂gij jk X ∂gjk kj X ∂gij kj
= g + g − g
2 k,j=1
∂xk j,k=1
∂xi j,k=1
∂xk
n
1 X ∂gjk kj
= g .
2 j,k=1 ∂xi
n n
1 ∂ X X
(det G) = det(G−1 ) det((Gk )i ) = det(G−1 (Gk )i ).
det G ∂xi k=1 k=1
10
1. Preliminares
1 ··· 0 A1k 0 ··· 0
.. . . . .. .. . . .
. .. . ..
. . .
0 ··· 1 Ak−1,k 0 ··· 0
= 0 ··· 0 Ak,k 0 ··· 0
0 · · · 0 Ak+1,k 1 ··· 0
.. . . . .. .. . . ..
. .. . .
. . .
0 ··· 0 Ank 0 ··· 1
n
X ∂gjk
onde Alk = g lj . Assim,
j=1
∂xi
n
1 ∂ X
(det G) = det(G−1 ) det((Gk )i )
det G ∂xi k=1
n
X
= Akk
k=1
n
X ∂gjk kj
= g ,
j,k=1
∂x i
n n
!
X ∂fi X
div X = + fi Γiij
i=1
∂xi j=1
n
X ∂fi fi ∂
= + (det G)
i=1
∂xi 2 det G ∂xi
n
∂ √
X ∂fi fi
= +√ ( det G)
i=1
∂xi det G ∂xi
1
colocando √ em evidência, obtemos
det G
11
1. Preliminares
n
∂fi √ ∂ √
1 X
div X = √ det G + fi ( det G)
det G j=1 ∂xi ∂xi
n
1 X ∂ √
= √ fi det G .
det G i=1 ∂xi
Observação 1.1. Usando o Lema 1.4 e a Proposição 1.1, obtemos que em uma vizi-
nhança coordenada U ⊂ M , o operador Laplaciano assume a seguinte forma:
n
√
1 X ∂ ij ∂u
∆u = √ g det G
det G i,j=1 ∂xi ∂xj
n
∂ 2u
X ∂u
= g ij
− Γkij . (1.1)
i,j,k=1
∂xi ∂xj ∂xk
Denição 1.4. Suponha que (M, g) seja uma variedade Riemanniana compacta com
λ(M ) > 0. Dado P ∈ M dena a métrica ĝ = Gp−2 g sobre M̂ = M \ {P }, com
G = (n − 2)ωn−1 aΓP
12
1. Preliminares
n
!
X
G(x) = |x|n−2 1 + ψk (x) + (c + u1 + u2 ) log |x| + α(x)
k=4
para todo x ∈ Φ(Ω) \ {0}, ψk ∈ Pk , α(x) ∈ C 2,µ , u1 e u2 são funções harmônicas com
u1 ∈ P1 , u2 ∈ P2 e os termos com log aparecem apenas se n é par.
Em particular, se n = 3, 4, 5 ou M é localmente conformemente plana em uma
vizinhança de P então a expressão anterior é simplicada e dada por
Denição 1.5. Dada (M, g) uma variedade Riemanniana, (M, g) é dita assintotica-
mente plana de ordem τ > 0 se existe uma decomposição M = M0 ∪ M∞ com M0
compacta, M∞ difeomorfa a Rn \ BR para algum R > 0 e o difeomorsmo fornece um
sistema de coordenadas {z i } sobre M∞ tal que
13
1. Preliminares
Denição 1.6. Dada uma variedade Riemanniana assintoticamente plana (M, g) com
coordenadas assintóticas {z i }, denimos a massa da variedade como sendo o limite
Z
−1
m(g) = lim ω µ y dz
R→∞ SR
n
X
µ= (∂i gij − ∂j gii )∂j .
i,j=1
Teorema 1.7. (Teorema da Massa positiva): Seja (M, g) uma variedade Rieman-
niana assintoticamente plana de dimensão n = 3 e ordem τ > 21 com curvatura escalar
não-negativa. Então a massa m(g) é não-negativa e m(g) = 0 se, e somente se, (M, g)
é isométrica ao espaço Euclidiano R3 .
Para a prova e mais detalhes veja o artigo [27]. Schoen e Yau conseguiram ainda
generalizar o resultado acima para 3 ≤ n ≤ 7.
14
1. Preliminares
Proposição 1.12. (Princípio do Máximo Fraco) Seja u ∈ C 2 (Ω) ∩ C(Ω̄) uma função
harmônica onde Ω é limitado. Então,
sup u = sup u.
Ω ∂Ω
O mesmo resultado vale se substituirmos sup por inf . Tal versão é chamada de
Princípio do Mínimo.
15
1. Preliminares
então u é constante.
Consequentemente, uma função harmônica não pode assumir no interior um valor de
máximo ou mínimo, a menos que seja constante.
sup u ≤ C inf0 u.
Ω0 Ω
A demonstração dos três resultados acima pode ser encontrada em [11] nas páginas
15 e 16.
aij ξi ξj ≥ λ|ξ|2 ,
para alguma constante λ > 0, para todo ξ ∈ Rn . Por convenção, os índices repetidos
são somados de 1 a n.
Teorema 1.16. Seja L um operador elíptico do tipo (1.3) com coecientes de classe
C ∞ e u ∈ C 2 (Ω). Supondo que Lu = f ∈ C α (Ω̄), então u ∈ C 2,α (Ω) e para todo
16
1. Preliminares
Ω0 ⊂⊂ Ω temos
kukC 2,α (Ω0 ) ≤ C kukL∞ (Ω) + kf kC α (Ω̄) .
Além disso, se Ω é de classe C 2+α e se u ∈ C o (Ω̄) coincide com a função uo ∈ C 2+α (Ω̄)
sobre ∂Ω, então u ∈ C 2,α (Ω̄) e
kukC 2,α (Ω̄) ≤ C kukL∞ (Ω) + kf kC α (Ω̄) + kuo kC α (Ω̄) .
e u(x) = o(|x|2−n ) quando |x| → 0. Então u ∈ C 2,α (B 1 ) para todo 0 < α < 1.
2
Por outro lado, integrando por partes duas vezes consecutivas, obtemos
Z Z Z Z
− ∆g u((φ(1 − ξε ))) + kuφ(1 − ξε ) = − ∆g (φ(1 − ξε ))u + kuφ(1 − ξε )
B1 B1 B1 B1
17
1. Preliminares
R
Portanto, − B1 ∆g φu + B1 kuφ ≤ o(1).
R
Lema 1.18. Existe alguma constante δ0 > 0 dependendo de n, kgij kC 2 (B1 ) e kk(x)kL∞
tal que o Princípio do Máximo seja válido para −∆g + k(x) na Bδ0 e existe uma única
G ∈ C 2 (Bδ0 \ {0}) satisfazendo
−∆g G + k(x)G = 0 em Bδ0 \ {0},
G = 0 sobre ∂Bδ0 ,
n−2
lim |x| G(x) = 1.
|x|→0
Além disso, G(x) = |x|2−n + R(x) onde R(x) satisfaz, para todo 0 < ε < 1, as estima-
tivas
e
|x|ε−1 |R(x) − R(0)| + |x|ε |∇R(x)| ≤ C(ε), para todo x ∈ Bδ0 , n = 3,
18
1. Preliminares
então
a = lim max u(x)|x|n−2 < +∞.
r→0 |x|=r
Demonstração. Suponha que o Lema 1.19 seja falso, isto é, a = +∞. Portanto, para
todo A > 0, existe ri → 0+ tal que
Note ainda que, pela Desigualdade de Harnack, existe C > 0 tal que para 0 < r < 1
A
u(x) ≥ vA (x) = G(x), para todo 0 < |x| < δ0 .
2
Tendendo agora A para o innito, temos que u(x) → ∞ o que contraria (1.5). O que
conclui a prova.
19
1. Preliminares
Demonstração. Considere
Pelo Lema 1.19 e a denição de b acima, temos que 0 ≤ b ≤ a < +∞. Então temos
dois casos a considerar.
Caso 1: b = 0.
Neste caso, armamos o seguinte:
Provaremos que a armação vale argumentando por contradição. Suponha que seja
falsa, então existe ε0 > 0 e uma sequência rj → 0+ tal que
Note que pelo Lema 1.18 , u(x)−ε0 G(x) > 0 para |x| = δ0 . Pelo Princípio do Máximo,
u(x)−ε0 G(x) > 0 no anel Bδ0 \Brj . Consequentemente, u(x)−ε0 G(x) > 0 em Bδ0 \{0},
o que implica que
b ≥ ε0 > 0,
de onde obtemos
u(x) = o(|x|2−n ) quando |x| → 0.
Tomando E(x) = u(x), segue do Lema 1.17 o resultado para o caso em que b = 0.
Caso 2: b > 0.
Considere v(x) = u(x)−bG(x). Pela denição de b(u), temos que v(x) ≥ 0. O Princípio
do Máximo nos garante que v(x) = 0 ou v(x) > 0 em Bδ0 \ {0}. Se v(x) = 0, basta
escolher E(x) = 0 e o resultado segue. Se v(x) > 0 na Bδ0 \{0}, temos que v(x) satisfaz
(1.4). Seja
b(v) = sup{µ ≥ 0 | µG ≤ v em Bδ0 \ {0}}.
20
1. Preliminares
21
Capítulo 2
2.1 Introdução
O objetivo deste capítulo é estabelecer resultados de compacidade para uma classe
de equações do tipo Yamabe em dimensão 3. Precisamente, estudaremos a compaci-
dade das soluções em variedades Riemannianas compactas (M, g) de dimensão 3 que
satisfazem a equação
− ∆g u + Ku = up , u > 0 em M, (2.1)
22
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Teorema 2.2. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana de dimensão 3 compacta com
primeiro autovalor λ1 positivo e K ∈ C 1 (M ). Se
Observação 2.1. Uma condição necessária para que exista solução u ∈ MK,p , esta-
belecida por Bahri e Brezis em [3], é que o primeiro autovalor λ1 de −∆g + K seja
positivo. Como estamos interessado em estudar o conjunto de soluções, neste capítulo
quando nos referirmos a λ1 estaremos supondo que seja positivo.
23
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
1. yi é máximo local de ui ;
2. ui (yi ) → +∞ quando i → ∞;
−2
ui (y) ≤ Cd(y, yi ) (pi −1) , para todo d(y, yi ) < r̄, (2.4)
onde Br (yi ) denota a bola geodésica de raio r e centro em yi , dSg é o elemento de área
e |∂Br (yi )| denota a área de ∂Br (yi ) com relação a métrica g .
Na denição de ponto de blow-up isolado simples a seguir identicaremos
2
w̄i (r) = r (pi −1) ūi (r), 0 < r < ȳ.
24
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
ainda ui (expyi (x)) por ui (x), d(yi , y) por |y| e C, C0 , C1 , . . . representaram constantes
possivelmente diferentes.
onde
Z Z
A(g, u) = (x ∂α u)(g − δ )∂βγ u dx −
α βγ βγ
(xα ∂α u)(g βγ − Γµβγ )∂µ u dx
Z Bσ Z Bσ
1 1
+ u(g βγ − δ βγ )∂βγ u dx − u(g βγ Γµβγ )∂µ u dx;
2 Bσ 2 Bσ
2
∂u σ 1 ∂u
B(x, σ, u, ∇u) = σ − |∇u|2 + u
∂ν 2 2 ∂ν
e ν denota o vetor unitário normal externo à ∂Bσ com relação a métrica at. Em
alguns momentos, utilizaremos a notação de Einstein ocultando os somatórios para
simplicar a notação, como zemos anteriormente.
25
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
∂ 2f
onde ∇ f =
2
denota a matriz Hessiana da função f .
∂xα ∂xβ
Para provar (2.7), dena F = 2(∇u · ∇f )∇u − |∇u|2 ∇f , ou seja,
n
! n 2 !
X ∂u ∂f X ∂u
F =2 ∇u − ∇f.
i=1
∂xi ∂xi i=1
∂xi
n
" ( n
! ) ( n )#
X ∂ X ∂u ∂f ∂u ∂ X ∂u 2 ∂f
div(F ) = 2 − .
j=1
∂xj i=1
∂xi ∂xi ∂xj ∂xj i=1
∂xi ∂xj
n
"
( n ! ) ( n )#
X ∂ X ∂u ∂f ∂u ∂ X ∂u 2 ∂f
div(F ) = 2 −
j=1
∂xj i=1
∂xi ∂xi ∂xj ∂xj i=1 ∂xi ∂xj
n
" n #
X ∂ 2u ∂u X ∂ 2 u ∂f ∂u ∂ 2 f
= 2 2
∇u∇f + +
j=1
∂x j ∂x j i=1
∂x i ∂x j ∂x i ∂xi ∂xi ∂xj
" n n n
#
X ∂ 2f X ∂f X ∂u ∂ 2
u
− 2
|∇u|2 + 2 ,
j=1
∂x j j=1
∂xj i=1 ∂xi ∂xi xj
ou seja,
n n
X ∂u X ∂ 2 u ∂f
div(F ) = 2∆u∇u∇f + 2 + 2∇u∇2 f ∇u
j=1
∂xj i=1 ∂xi ∂xj ∂xi
" n n
#
2
X ∂f X ∂u ∂ u
− ∆f |∇u|2 + 2
j=1
∂xj i=1 ∂xi ∂xi ∂xj
= 2∆u(∇u · ∇f ) + 2∇u · ∇2 f · ∇u − ∆f |∇u|2 .
26
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
e Z Z Z
∂u
|∇u| dx = −
2
∆uu dx + u dS.
Bσ Bσ ∂Bσ ∂ν
Assim, combinando estas estimativa obtemos
( )
∂u 2
Z Z Z
∂u
2∆u(∇u · x) dx + u∆u dx = 2 σ − |∇u|2 σ + u dS. (2.8)
Bσ Bσ ∂Bσ ∂ν ∂ν
Denotando g = gαβ dxα dxβ a métrica e usando a notação de Einstein, temos que
∆u = ∆g u − (g αβ − δ αβ )∂αβ u + g αβ Γγαβ ∂γ u,
Z " 2 # Z Z
∂u 1 1 ∂u 1
− σ − |∇u|2 σ + u dS = − ∆g u(∇u · x) dx − u∆g u dx
∂Bσ ∂ν 2 2 ∂ν Bσ 2 Bσ
e
Z Z Z Z
1
− ∆g u(∇u · x) dx − u∆g u dx = − (xα ∂α u)∆g udx + xγ ∂γ u(g αβ − δ αβ )∂αβ udx
Bσ 2 Bσ Bσ Bσ
Z Z
γ αβ µ 1
− x ∂γ u(g Γαβ )∂µ udx − u∆g udx
Bσ 2 Bσ
Z
1
− u(g αβ Γγαβ )∂γ udx
2 Bσ
Z
1
+ u(g αβ − δ αβ )∂αβ udx. (2.9)
2 Bσ
Como u satisfaz a equação (2.5), usando a integração por partes temos que
Z Z
− (x ∂α u)∆g u dx =
α
(xα ∂α u)(up − Ku) dx
Bσ Bσ
Z Z Z
3 1 3
= − u dx +
p+1
u σ dS +
p+1
Ku2 dx
p + 1 Bσ p + 1 ∂Bσ 2 Bσ
Z Z
1 1
+ (x · ∇K)u dx −
2
Ku2 σ dS
2 Bσ 2 ∂Bσ
e Z Z
1 1
− u∆g u dx = u(up − Ku) dx.
2 Bσ 2 Bσ
27
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
e consequentemente, obtemos
Z
x · ∇K(x)
Z
3 1
− K(x) + u dx +
2
− up+1 dx − A(g, u)
Bσ 2 p+1 2 Bσ
Ku2 up+1
Z Z
= B(x, σ, u, ∇u) dS − σ − dS.
∂Bσ ∂Bσ 2 p+1
Assim, concluímos a prova do Lema.
2 pi
−∆g vi (x) + r K̃i (x)vi (x) = vi (x) |x| < 3,
2
−p
0 < vi (x) ≤ C̃|x| |x| < 3,
i −1
28
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Portanto,
2
+2
−∆h vi (x) + r2 Ki (expyi (rx))vi (x) = −r pi −1 ∆g ui (expyi (rx))
2
+ r2 Ki (expyi (rx))r pi −1 ui (expyi (rx))
2pi
= r pi −1 −∆g ui (expyi (rx)) + Ki (expyi (rx))ui (expyi (rx))
2pi
= r pi −1 upi i (expyi (rx))
2 pi
= r pi −1 ui (expyi (rx))
= vipi .
2
−p
A armação 0 < vi (x) ≤ C̃|x| i −1 segue diretamente da desigualdade (2.4) da deni-
ção de ponto de blow-up isolado.
Assim, existe C > 0 tal que para todo 1
4
≤ |x| ≤ 94 , vi (x) ≤ C. Pela Desigualdade
de Harnack Clássica,
1
max vi (x) ≤ C1 1 min vi (x).
2
≤|x|≤2 2
≤|x|≤2
2
Como vi (x) = r pi −1 ui (expyi (rx)), segue que
1
max ui (expyi (rx)) ≤ C1 1 min ui (expyi (rx)),
2
≤|x|≤2 2
≤|x|≤2
ou seja,
max ui (y) ≤ C1 min ui (y).
y∈B2r (yi )\B r (yi ) y∈B2r (yi )\B r (yi )
2 2
29
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
− 12
pi −1 1
ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x − 1 + |x|2
3
C 2 (B2Ri )
(2.11)
− 12
pi −1 1
+
ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x − 1 + |x|2 ≤ εi
3
H 1 (B 2Ri )
Ri
→ 0 quando i → ∞, (2.12)
log ui (yi )
Note que
γ pi −1
Γ̃αβ = ui (yi )− 2 Γγαβ ;
∂ξi
pi +1 ∂ui
pi −1
= ui (yi )− 2 expyi ui (yi )− 2 x ;
∂xα ∂xα
∂ 2 ξi ∂ 2 ui
pi −1
= ui (yi )−pi expyi ui (yi )− 2 x .
∂xα ∂xβ ∂xα ∂xβ
Dessa forma,
−∆h ξi (x) = −hαβ (x) ∂αβ ξi (x) − Γ̃γαβ ∂γ ξi
∂ 2 ui
pi −1 pi −1
= −g αβ expyi ui (yi )− 2 x ui (yi )−pi expyi ui (yi )− 2 x
∂xα ∂xβ
−pi +1 −pi −1 ∂u pi −1
i
+ ui (yi ) 2 Γγαβ ui (yi ) 2 expyi ui (yi )− 2 x
∂xα
2
−pi αβ ∂ u i
p −1
− i2
γ ∂ui
p −1
− i2
= ui (yi ) −g expyi ui (yi ) x + Γαβ expyi ui (yi ) x .
∂xα ∂xβ ∂xα
30
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Logo,
pi −1
− ∆h ξi (x) = ui (yi )−pi −∆g ui expyi ui (yi )− 2 x . (2.13)
Denotando por
pi −1
1−pi −
Ji = ui (yi ) Ki expyi ui (yi ) 2 x ξi (x),
pi −1 pi −1
Ji = ui (yi )1−pi Ki expyi ui (yi )− 2 x ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x
pi −1 pi −1
= ui (yi )−pi Ki expyi ui (yi )− 2 x ui expyi ui (yi )− 2 x .
pi −1
−∆h ξi (x) + Ji = ui (yi )−pi −∆g ui expyi ui (yi )− 2 x
pi −1 pi −1
+ Ki expyi ui (yi )− 2 x ui expyi ui (yi )− 2 x
pi −1
= ui (yi )−pi upi i expyi ui (yi )− 2 x
= ξi (x)pi .
Logo,
pi −1
−∆h ξi (x) + ui (yi )1−pi Ki expyi ui (yi )− 2 x ξi (x) = ξi (x)pi .
Portanto,
pi −1
−∆h ξi (x) = ξipi (x) − ui1−pi (yi )Ki expyi ui (yi )− 2 x ξi (x)pi .
Temos ainda que ξi (0) = 1 e ∇ξi (0) = 0 pois a origem é um ponto de máximo. Pelo
fato de ui ser um ponto de blow-up isolado, segue que
pi −1 pi −1
− 2
ui expyi ui (yi )− 2 x ≤ C̃|ui (yi )− 2 x| pi −1 ,
e assim,
−2
ξi (x) ≤ C̃|x| pi −1 .
Em resumo,
pi −1
−∆h ξi (x) = ξi (x)pi − ui (yi )1−pi K̃i (x)ξi (x) |x| < r̃ui (yi ) 2 ,
ξ (0) = 1
i
(2.14)
∇ξi (0) = 0
pi −1
− 2
0 < ξi (x) ≤ C̃|x| pi −1 |x| < r̃ui (yi ) ,
2
31
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
pi −1
onde K̃i = Ki (expyi (ui (yi )− 2 x)).Segue do Lema 2.4 que para todo 0 < r < 1,
onde C independe de i e r. Como ui (yi )1−pi K̃i → 0 uniformemente para |x| < 2, pois
é o produto de uma função que tende a zero e uma limitada, temos por (2.14) que
que juntamente com o fato que ξi (0) = 1 e pela desigualdade (2.15), temos
1 1
1 = ξi (0) ≥ inf ξi (x) ≥ inf ξi (x) ≥ max ξi (x), para todo 0 < r ≤ 1.
|x|=r 2 |x|=r 2C |x|=r
De forma mais genérica, pelo fato anterior e pelo quarto resultado de (2.14), segue que
pi −1
ξi (x) ≤ C, para todo |x| < r̃ui (yi ) 2 ,
onde C independe de i e r.
Usando estimativas elípticas para {ξi }, obtemos passando a uma subsequência se ne-
cessário {ξj i }, (que continuaremos denotando por {ξi } ), que ξi → ξ tanto em Cloc
2
(R3 )
como em H 1 (R3 ) para algum ξ satisfazendo:
(
−∆ξ(x) = ξ(x)5 , ξ(x) > 0 em R3 ,
ξ(0) = 1, ∇ξ(0) = 0.
− 1
1 2 2
ξ(x) = 1 + |x|
3
pi −1
pois ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x → ξi em C 2 (B2Ri ). Além disso,
32
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
p −1
−1 − i2
ui (yi ) ui expyi ui (yi ) x − ξi
=
H 1 (B2Ri )
Z
pi −1
|∇ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x − ∇ξi |2 dx
B2Ri
Z
pi −1
+ |ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x − ξi |2 dx
B2Ri
−→ 0, quando i → ∞.
Consequentemente, passando a outra subsequência, obtemos (2.11) e (2.12), o Lema
está demonstrado.
ui (y) ≤ Cui (yi )−1 d(y, yi )−1 , para todo d(y, yi ) ≤ ρ/2, (2.17)
onde ρ̃ = min{δ0 , ρ/2}, G̃ é dado por (2.16) e b ∈ C 2 (Bρ̃ (ȳ)) satisfaz −∆g b + K(y)b = 0
em Bρ̃ (ȳ).
33
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Então para todo 0 < δ < 1/100, existe ρ1 ∈ (0, ρ) que independe de i (mas depende de
δ ), tal que
pi −1
ui (y) ≤ Cui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 ; (2.18)
pi −1
|∇g ui (y)| ≤ Cui (yi )−λi d(y, yi )−2+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 ; (2.19)
pi −1
|∇2g ui (y)| ≤ Cui (yi )−λi d(y, yi )−3+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 , (2.20)
pi −1
onde λi = (1 − δ) 2 − 1 e C é uma constante positiva independente de i.
Temos ainda pela denição de ponto de blow-up isolado simples e juntamente com o
Lema 2.5, que a função
2
r pi −1 ūi (r) é estritamente decrescente para ri < r < ρ. (2.22)
Para todo ri ≤ d(y, yi ) < ρ, temos pelo Lema 2.4 e as Armações (2.22) e (2.21) que
2 2
d(y, yi ) pi −1 ui (y) ≤ Cd(y, yi ) pi −1 ūi (d(y, yi ))
2
p −1
≤ Cri i ūi (ri )
2
2
−1+ p
i −1
= CRi
−1
+oi (1)
= CRi 2 .
−2+◦(1)
ui (y)pi −1 ≤ CRi d(y, yi )−2 .
34
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
li ϕ = ∆g ϕ + ui (y)pi −1 ϕ − Ki (y)ϕ.
Notemos que li ui = 0 pela equação (2.3) e que ui > 0. Então, vale o Princípio do
Máximo para li . Para 0 ≤ µ ≤ 1 temos que
3
X
∆g (d(y, yi )−µ ) = −µd(y, yi )−µ−2 + µ(µ + 2)d(y, yi )−µ−2 = −µ(1 − µ)d(y, yi )−µ−2 .
i=1
li (d(y, yi )−δ ) = −δ(1 − δ)d(y, yi )−δ−2 + Oi (1)d(y, yi )−δ + ui (y)pi −1 d(y, yi )−δ
−2+◦(1)
≤ −δ(1 − δ)d(y, yi )−δ−2 + CRi d(y, yi )−δ−2 + Oi (1)d(y, yi )−δ
1
≤ − δ(1 − δ)d(y, yi )−δ−2 . (2.23)
2
1 1
li (d(y, yi )−1+δ ) ≤ − δ(1 − δ)d(y, yi )−1+δ−2 = − δ(1 − δ)d(y, yi )−3+δ . (2.24)
2 2
pi − 1
Sejam λi = (1 − δ) − 1, Mi = max ui e
2 ∂Bρ1 (yi )
1
ϕi (y) = Mi ρδ1 d(y, yi )−δ − δ(1 − δ)d(y, yi )−δ−2 + Ãui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ ,
2
ϕi (y) ≥ Ãui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ ≥ Ãui (yi )−λi ri−1+δ = Ãui (yi )−λi Ri−1+δ .
Escolhendo à grande o suciente, temos por (2.21) que ϕi (y) ≥ ui (y) sobre ∂Bri (yi ).
Em vista de li ui = 0, pelo Princípio do Máximo,
Por sua vez, para ri < θ < ρ1 e i sucientemente grande, tem-se pelo Lema 2.4 e as
35
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Desde que 2
pi −1
−δ ≥ 1
5
para i sucientemente grande, podemos xar θ sucientemente
pequeno (independente de i), tal que pelo que acabamos de ver segue
ui (y) ≤ Cui (yi )−λi (d(y, yi )−δ + d(y, yi )−1+δ ) ≤ C2 ui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ
1
vi (z) = |ỹ|1−δ ui (yi )λi ui (|ỹ|z), ≤ |z| ≤ 2.
2
Calculando de forma similar ao que foi feito nos Lemas 2.4 e 2.5 usando (2.3), temos
que vi satisfaz para 1
2
≤ |z| ≤ 2,
− ∆vi (z) + |ỹ|2 Ki (|ỹ|z)vi (z) = |ỹ|3−δ−(1−δ)pi ui (yi )(1−pi )λi vi (z)pi . (2.26)
pi −1
Segue da denição de λi e do fato que |ỹ| ≥ Ri ui (yi )− 2 que
3−δ−(1−δ)pi
|ỹ|3−δ−(1−δ)pi ui (yi )(1−pi )λi ≤ Ri = oi (1). (2.27)
36
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
|∇vi (z)| = |ỹ|1−δ ui (yi )λi |ỹ||∇ui (|ỹ|)| = |ỹ|2−δ ui (yi )λi |∇ui (|ỹ|)| ≤ C.
Logo,
|∇ui (ỹ)| ≤ Cui (yi )−λi |ỹ|−2+δ ,
pi −1
−
que demonstra (2.19) no intervalo 2Ri ui 2
≤ d(y, yi ) ≤ 12 ρ1 . No entanto, podemos
estabelecer (2.18) em uma escala maior e utilizando o argumento acima para obter
(2.19).
Por m, encontraremos a estimativa (2.20) utilizando o mesmo argumento anterior,
pois as estimativas elípticas garantem também que
acarretando que |∇2 vi (z)| = |ỹ|3−δ ui (yi )λi |∇2 ui (ỹ)| ≤ C . Portanto,
Observação 2.2. Mais a frente corrigiremos δ para zero, logo ajustaremos ρ1 . Nosso
objetivo é obter (2.18) com δ = 0 para ri ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 , que junto com o Lema 2.4,
resultará na Proposição 2.6.
Demonstração. Para provar as três estimativas acima separaremos cada uma em duas
partes. O primeiro é o caso em que d(y, yi ) ≤ ri e usaremos (2.12) para estimar ui .
O segundo caso será analisar no anel ri ≤ d(y, yi ) ≤ σ e usaremos o Lema 2.7 para
estimar ui .
37
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
pi −1
Adotemos a notação y = expyi ui (yi )− 2 x.
Provaremos a seguir a estimativa (2.28). Fazendo uma mudança de variável e usando
(2.11), temos
Z Z
d(y, yi )2 upi i +1 dvg = |z|2 uipi +1 (z)(1 + o(|z|2 )) dz.
d(y,yi )≤ri |z|<ri
Como oi (|z|2 ) denota uma expressão em função de |z|2 que tende a zero quando i → ∞ e
tende a zero mais rápido que o restante da estimativa, podemos omiti-lo nos próximos
passos. Dessa forma, de agora em diante, quando zermos a mudança de variável
omitiremos esse passo. Segue que
Z Z
−5pi +5 pi −1
d(y, yi )2 upi i +1 dvg = ui (yi ) 2 |x|2 uipi +1 (ui (yi )− 2 x) dx
d(y,yi )≤ri |x|<Ri
pi +1
2 − 2
|x|
Z
3τ
−4+ 2i
≤ Cui (yi ) |x|2 1 + dx
|x|<Ri 3
3τi
≤ Cui (yi )−4+ 2 ,
pi −1 pi −1
onde z = ui (yi )− 2 x e τi = 5 − pi e ri = Ri ui (yi )− 2 . Assim ca provado então a
estimativa (2.28) para a primeiro parte. Para a segunda parte, por (2.18) temos
Z Z
pi +1
d(y, yi )2 upi i +1 dvg ≤ C d(y, yi )2 ui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ dvg
ri ≤d(y,yi )≤σ ri ≤d(y,yi )≤σ
Z σ
≤ Cui (yi )−λi (pi +1)
ρ4−(1−δ)(pi +1) dρ
ri
−λi (pi +1) 5−(1−δ)(pi +1)
≤ Cui (yi ) ri
3τi
5−(1−δ)(pi +1)
= CRi ui (yi )−4+ 2 .
O segundo caso segue do que acabamos de provar. Portanto, (2.28) está demonstrado.
Dando continuidade vericaremos a estimativa (2.29). O procedimento é similar a
estimativa anterior. De fato, por (2.11) obtemos
Z Z
u2i (y) dvg = u2i (z) dz
d(y,yi )≤ri |z|<ri
Z
−3pi +3 pi −1
= ui (yi ) 2 u2i (ui (yi )− 2 x) dx
|x|<Ri
Z
−3pi +3 1
≤ Cui (yi ) 2 ui (yi )2 (1 + |x|2 )−1 dx
|x|<Ri 3
Z −1
−3pi +7 1
= Cui (yi ) 2 1 + |x|2 dx
|x|<Ri 3
= Oi (ui (yi )−4+oi (1) Ri ).
38
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Como Ri
ui (yi )
→ 0, então Ri
ui (yi )
< σ . Logo,
Oi (ui (yi )−4+oi (1) Ri ) = Oi (ui (yi )−3 ) ≤ C3 σui (yi )−2λi .
Portanto, Z
u2i dvg ≤ C3 σui (yi )−2λi .
d(y,yi )≤ri
Logo, Z
u2i dvg ≤ C3 ui (yi )−2λi σ
d(y,yi )≤σ
provando (2.29).
39
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Denotemos por
Z
L(g, u) = (xα ∂α u)(g βγ − δ βγ )∂βγ u dx,
Bσ
Z
M (g, u) = − (xα ∂α u)(g βγ − Γµβγ )∂µ u dx,
Z Bσ
1
N (g, u) = u(g βγ − δ βγ )∂βγ u dx
2 Bσ
Z
1
P (g, u) = u(g βγ Γµβγ )∂µ u dx.
2 Bσ
Separando nos casos em que d(y, yi ) < ri e ri ≤ d(y, yi ) ≤ σ , segue pelos Lemas 2.5 e
2.7, respectivamente, que
Z
|L(g, u)| ≤ C2 |x|3 |∇ui | |∇2 ui | dvg ≤ C2 σui (yi )−2λi ;
ZBσ
|M (g, u)| ≤ C2 |x|2 |∇ui |2 dvg ≤ C2 σui (yi )−2λi ;
ZBσ
|N (g, u)| + |P (g, u)| ≤ C2 |x|ui |∇ui | dvg ≤ C2 σui (yi )−2λi .
Bσ
Como A(g, ui ) = L(g, u)+M (g, u)+N (g, u)+P (g, u), então |A(g, ui )| ≤ C3 σui (yi )−2λi .
40
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
τi
Como ln(ui (yi )) ≥ 0, segue que ui (yi ) 2 > 0. Assim,
Z
τi
upi i +1 dvg ≥ C −1 ui (yi ) 2 ≥ C −1 , (2.31)
d(y,yi )≤ri
pi −1
onde ri = Ri ui (yi )− 2 .Temos ainda que
Z Z
3 1 3 1
− uipi +1 dx ≥ − upi i +1 dx
pi + 1 2 Bσ pi + 1 2 Bri
Z
τi
= upi +1 dx
2(pi + 1) Bri i
τi
≥ C −1
2(pi + 1)
≥ τi C −1 .
Logo, Z
3 1
τi ≤ C − uipi +1 dx.
pi + 1 2 Bσ
Pela Identidade de Pohozaev de ui dada pelo Lema 2.3 e usando os Lemas 2.7 e 2.8,
temos que Z
3 1
τi ≤ C − uipi +1 dx ≤ Cui (yi )−2λi .
pi + 1 2 Bσ
Logo, τi = O(ui (yi )−2λi ). Consequentemente, se denotarmos ti = ui (yi )τi , temos que
41
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Demonstração. Pelo Lema 2.4, precisamos estabelecer este lema apenas para o caso
em que σ > 0 é sucientemente pequeno. Sem perda de generalidade, assumiremos
r̄ = 2. Separaremos a prova em dois casos, de acordo com o sinal de Ki .
Considere a aplicação
ξi (y) = ui (yσ )−1 ui (y),
−∆g ξi (y) = ui (yσ )pi −1 ξi (y)pi − Ki (y)ξi (y) = ui (yσ )−1 ui (y)pi − Ki (y)ξi (y).
Segue do Lema 2.4 que para qualquer conjunto compacto K ⊂ B1 (ȳ \ {ȳ}), existe uma
constante C(K) tal que
C(K)−1 ≤ ξi ≤ C(K) em K.
Pela Equação (2.18), ui (yσ ) ≤ C2 ui (yi )−λi σ −1+δ . Logo, ui (yσ ) → 0, pois é o produto de
uma sequência que converge para zero e outra limitada quando i → ∞. Então, usando
estimativas elípticas, temos após passar a uma subsequência, que
ξi → ξ em Cloc
2
(B1 (ȳ) \ {ȳ}) ,
onde ξ satisfaz
−∆g ξ + Kξ = 0, ξ > 0, em (B1 (ȳ) \ {ȳ}) ,
2 1
¯
lim ui (yσ )−1 r pi −1 ūi (r) = r 2 ξ(r),
i→+∞
Z
¯ = 1
onde ξ(r) ξi dSg .
|∂Br (ȳ)| ∂Br (ȳ)
1
¯ é
Desde que yi → ȳ é um ponto de blow-up isolado simples de {ui }, temos que r 2 ξ(r)
não-decrescente para r ∈ (0, ρ), o que implica que ξ é regular perto de ȳ. Pelo Corolário
1.21, para σ sucientemente pequeno, existe uma constante m > 0, que independe de
42
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Para σ1 > 0, vamos denotar ϕ como sendo a primeira auto-função do operador −∆g
em B2σ1 (ȳ) com respeito a condição de bordo de Dirichlet, isto é
43
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
(
−∆g ϕ = λi ϕ, ϕ > 0, em B2σ1 (ȳ)
ϕ = 0, sobre ∂B2σ1 (ȳ),
Denindo ũi = ϕ−1 ui , deriva da Equação (2.3) e da estimativa acima para ψ = ũi que
1
−∆g̃ ũi + Rg ũi + Ki ũi ϕ−4 = ϕ−5 (ũi ϕ)pi
8
= ϕ−(5−pi ) ũpi i
= ϕ−τi ũpi i ,
ou ainda,
−∆g̃ ũi + K̃i ũi = ϕ−τi ũpi i ,
44
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
1 −5 1
Rg̃ = ϕ −∆g ϕ + Rg ϕ .
8 8
Usando (2.35) e a expressão anterior, temos em Bσ1 (ȳ) que
1 1
K̃i = Rg̃ − Rg ϕ−4 + Ki ϕ−4
8 8
−5 1 1
= ϕ −∆g ϕ + Rg ϕ − Rg ϕ−4 + Ki ϕ−4
8 8
−5
= ϕ (−∆g ϕ + Ki ϕ) > 0.
Escolhendo agora σ ∈ (0, σ1 ) pequeno e denindo ξ˜i = ũi (yσ )−1 ũi (y) = ϕ(yσ )ϕ−1 (y)ξi (y)
temos que as Equações (2.32) e (2.34) continuam válidas ao substituir ξi por ξ˜i e ui
por ũi . Usando o fato de K̃i ser positiva, obtemos de (2.33) que
Z Z
0<− ∆g̃ ξ˜i dx ≤ ũi (yσ )−1 ũpi i dx.
Bσ Bσ
Z
Da mesma forma que provamos no Caso 1, vale ũpi i dx ≤ C ũi (yi )−1 e portanto o
Bσ
Lema está demonstrado no Caso 2.
pi −1
ui (yi )−1 ui (ỹi ) ≤ C, onde d(yi , ỹi ) ≤ ri = Ri ui (yi )− 2 .
Dessa forma,
ui (yi )ui (ỹi )d(yi , ỹi ) = ui (yi )−1 ui (ỹi )u2i (yi )d(yi , ỹi )
4
−p
≤ Cd(yi , ỹi ) i −1 d(yi , ỹi )
≤ C,
45
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
o que implicaria que ui (yi )ui (ỹi )d(yi , ỹi ) → C, contradizendo (2.37). Portanto, temos
pi −1
que ri = Ri ui (yi )− 2 ≤ d(yi , ỹi ) ≤ ρ/2.
Seja x = (x1 , x2 , x3 ) um sistema de coordenadas geodésicas normais centrado em yi
dado por expyi (x). Considerando r̃i = d(yi , ỹi ) e
2
ũi (x) = (r̃i ) pi −1 ui expyi (r̃i x) , |x| < 2,
onde K̃i (x) = r̃i2 Ki expyi (r̃i x) e (gi )αβ (x) = gαβ (r̃i x)dxα dxβ .
4 4
Assim, ui (ỹi )ui (yi )d(yi , ỹi ) pi −1 ≤ C. Como d(yi , ỹi ) pi −1 → d(yi , ỹi ), temos
−∆g (ui (yi )ui ) + Ki (ui (yi )ui ) = ui (yi )1−pi (ui (yi )ui )pi .
Por (2.17), temos que ui (yi )ui (x) ≤ Cd(x, yi )−1 . Logo, ui (yi )ui é localmente limitada em
qualquer conjunto compacto que não contenha ȳ. Podemos então aplicar a Desigualdade
de Harnack e, por estimativas elípticas, após passar a uma subsequência, obtemos
46
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
com K(x) = lim Ki (x). Observe também que para todo 0 < r < ρ,
i→+∞
2 1
lim ui (yi )r pi −1 ūi (r) = r 2 v̄(r).
i→+∞
onde ūi (r) é a média esférica denida em (2.2) e v̄(r) é denida da mesma forma.
1
Como já vimos, pela Denição 2.3 e a estimativa (2.11), r 2 v̄(r) é não-decrescente para
r ∈ (0, ρ), o que implica que v é singular na origem. Pela Proposição 1.20 temos que
v = aG + b onde a ≥ 0 é uma constante e b ∈ C 2 (Bρ̃ (ȳ)) satisfaz −∆g b + Kb = 0
em Bρ̃ (ȳ). Como v é singular na origem, segue que a > 0. Portanto, a Proposição está
demonstrada.
Após a Proposição 2.6, podemos determinar os Corolários a seguir como versões
mais fortes dos Lemas 2.7, 2.8 e 2.9. A demonstração dos seguintes Corolários difere
da prova dos Lemas apenas ao substituir a estimativa de (2.18) por (2.17).
pi −1
|∇g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−1 d(y, yi )−2 para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1
e
pi −1
|∇2g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−1 d(y, yi )−3 para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 ,
47
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Então
|A(g, ui )| ≤ C3 σui (yi )−2 ,
A proposição a seguir é uma das principais ferramentas que usaremos para demons-
trar nosso resultado mais importante sobre compacidade. Além disso, será usado em
algumas demonstrações mais a frente.
a
h(x) = + A + o(1) quando |x| → 0,
|x|
então A ≤ 0.
Ku2i up+1
Z Z
= B(x, σ, ui , ∇ui ) dS − σ − i dS.
∂Bσ ∂Bσ 2 p+1
Multiplicando a equação acima por ui (0)2 e calculando o limite, lim+ lim sup, obtemos
σ→0 i→+∞
48
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
onde |S2 | denota a área da esfera unitária. Pelas duas estimativas acima, como a > 0,
segue que A ≤ 0.
Observação 2.4. Para constatarmos essa armação, notemos que Adimurthi e Yadava
provaram em [1] que para as dimensões 4 ≤ n ≤ 6, existe uma sequência de soluções
radialmente simétricas para o seguinte problema de Neumann:
n+2
−∆ui (x) + 1i ui = ui n−2 , ui > 0, em B1 (0),
(2.38)
∂ui
sobre ∂B1 (0),
= 0,
∂ν
Lema 2.17. Para n ≥ 3, seja ui uma solução radialmente simétrica de (2.38). Então,
após passar a uma subsequência, ou ui → 0 uniformemente na B̄1 ou ui (0) → ∞, para
todo 0 < |x| ≤ 1, ui (0)ui (x) → ∞.
Demonstração. Como apontado na Observação 4.4 de [19] , {ui } pode ter no máximo
um ponto blow-up isolado em x = 0. Mais precisamente, temos
Passo 1 Para alguma constante C independente de i, armamos que
n−2
|x| 2 ui (x) ≤ C, para todo |x| ≤ 1.
Provaremos a armação anterior por contradição. Supondo o contrário, temos que para
algum 0 < |xi | ≤ 1,
fi (xi ) = max fi (x) → ∞,
0≤|x|≤1
49
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
n−2
onde fi (x) := |x| 2 ui (x). Seja σi = 12 |xi | notemos que
n−2 n−2
σi 2
max ui ≥ 2− 2 fi (xi ) → ∞
|x−xi |≤σi
e
n−2 n−2
(2σi )| 2 ui (xi ) ≥ max fi ≥ σi 2 max ui .
|x−xi |≤σi |x−xi |≤σi
n−2
Consequentemente, σi 2
ui (xi ) → ∞ e
n−2
ui (xi ) ≥ 2− 2 max ui . (2.39)
|x−xi |≤σi
Consideremos
2
2
wi (z) = ui (xi )−1 ui ui (xi ) n−2 z + xi , |z| < ui (xi ) n−2 σi → ∞.
Passo 2. Para todo 0 < ε < 1, existe C(ε) independente de i tal que
50
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
De fato, após passar a uma subsequência, podem ocorrer dois casos; {ui (0)} per-
manece limitada ou ui (0) → ∞. Se {ui (0)} permanece limitada, então junto ao passo
1 podemos mostrar, de forma análoga ao que foi feito na prova do Lema 2.5, que {ui }
é uniformemente limitado em B̄1 . Passando a outra subsequência e usando estimativas
elípticas, ui → u em C 2 (B̄1 ) para alguma função radialmente simétrica u satisfazendo
n+2
−∆u = u n−2 , u ≥ 0, em B1 (0),
∂u
= 0, sobre ∂B1 (0)
∂ν
Depois de passar a uma subsequência, mostramos que ui converge para zero unifor-
memente em B̄1 ou ui (0) → ∞. Se ui (0) → ∞, temos a partir da equação de ui que
∆ui ≤ 0 perto da origem o que juntamente a simetria radial de ui implica que 0 é um
ponto de máximo local de ui . Portanto, pelo Passo 1, {0} é um ponto de blow-up iso-
lado de {ui }. Aplicando o Lema 2.5 sabemos, depois de passar para uma subsequência,
que
2
−1 − n−2
C ui (0) ≤ ui ui (0) ≤ Cui (0).
2
ui (x) ≥ C −1 ui (0)−1 [e−|x| |x|2−n − e−1 ], para todo ui (0)− n−2 ≤ |x| ≤ 1.
51
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Agora vamos provar (2.40) por contradição. Suponha o contrário, ou seja ui (0)ui (1) ≤
C em uma subsequência. Segue do Passo 2 que {ui (0)ui } é localmente limitado em
B̄1 \ {0}. Passando a uma subsequência,
onde G0 satisfaz
−∆G0 = 0, G0 ≥ 0, em B1 (0) \ {0},
∂G0
sobre ∂B1 (0).
= 0,
∂ν
Temos por (2.41) que G0 é singular perto da origem, portanto para a0 > 0,
a0
G0 (x) = + H0 (x), em B2 (0) \ {0},
|x|n−2
52
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
blow-up isolado simples. Então após passar a uma subsequência existem ao menos
2
dois pontos críticos de r pi −1 ūi (r) no intervalo (0, µ̄i ) para alguma sequência µ̄i com
lim µ̄i = 0. Passando a outra subsequência, podemos assumir que as estimativas (2.11)
i→∞
e (2.12) valem para as sequências Ri → ∞ e 0 < εi < e−Ri . Segue de (2.11) que
2 pi −1
r pi −1 ūi (r) tem exatamente um ponto crítico no intervalo 0 < r < ri := Ri ui (yi )− 2 .
2
Seja µi o segundo ponto crítico de r pi −1
ūi (r). Portanto, µi ≥ ri e lim µi = 0.
i→∞
Sejam x = (x1 , x2 , x3 ) algum sistema de coordenadas geodésicas normais centrado em
yi dado por expyi (x), h = hαβ dxα dβ = gαβ (µi x)dxα dβ a métrica e
2
pi −1 1
ξi (x) = µi ui (expyi (µi x)), |x| < .
µi
Então ξi satisfaz
−∆h ξi (x) + K̃i (x)ξi (x) = ξi (x)pi , |x| < µ1i ;
2
|x| ξi (x) ≤ C, |x| < µ1i ;
pi −1
lim ξi (0) = ∞; (2.42)
i→+∞
2
r pi −1 ξ¯i (r) tem precisamente um ponto crítico em 0 < r < 1;
d {r pi −1 ξ¯i (r)}|r=1 = 0,
2
dr
onde K̃i (x) = µ2i Ki expyi (µi x) e ξ¯i (r) é a média esférica de ξi .
A primeira equação pode ser obtida da mesma forma que zemos durante a demons-
tração do Lema 2.4. A segunda provém da denição de ponto de blow-up isolado. A
terceira armação decorre do seguinte fato
2 2
p −1 p −1
ξi (0) = µi i ui (yi ) ≥ ri i ui (yi ) = Ri → ∞.
2
A quarta armação ocorre pois do fato que r pi −1 ūi (r) tem apenas um ponto crítico
no intervalo (0, ri ). Segue que x = 0 é um ponto de blow-up isolado simples de {ξi }.
Sabemos, pela Proposição 2.6 e a Desigualdade de Harnack, que para todo conjunto
compacto K ⊂ R3 \ {0},
53
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
a
ξi (0)ξi (x) → h(x) := + b(x) em Cloc
2
(R3 \ {0}), (2.43)
|x|
d 1
r 2 h(r) |r=1 = 0.
dr
Logo,
1 −1 −1 1
−2
r 2 (a|r| + b) − r 2 a|r| |r=1 = 0
2
assim,
a+b
= a.
2
Segue que
b = a > 0.
O outro Teorema é devido a Caarelli, Gidas e Spruck [6] que arma que para
54
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
é da forma ! n−2
2
λ
u(x) = 1
1 + n(n−2) λ2 |x − x̄|2
Em resumo, a próxima proposição mostrará que para u ∈ ∪2≤p≤5 Mk,p onde u não
é limitado, p precisa estar se aproximando de 5 e pode-se encontrar uma coleção nita
de bolas disjuntas Br̄1 (y1 ), . . . , Br¯N (yN ) (N podendo depender de u) dentro do qual u é
bem aproximado com relação a convergência forte por standard bubbles. Além disso,
−2
u satisfaz a condição u(y) ≤ C1 d(y, {y1 , . . . , yN }) p−1 para todo y ∈ M , onde C1 é uma
constante positiva que independe de u.
max u > C0 ,
M
1. 5 − ε < p ≤ 5;
p−1
onde r̄j = Ru(yj )− 2 , Br̄j (yj ) ⊂ M denota a bola geodésica de raio r̄j centrado
em yj , x = (x1 , x2 , x3 ) denota alguma coordenada geodésica normal de centro yj
e |x| = (x1 )2 + (x2 )2 + (x3 )2 ;
p
55
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
2 2
3. d(yi , yj ) p−1 u(yj ) ≥ C0 para j > i, enquanto d(y, {y1 , . . . , yN }) p−1 u(y) ≤ C1 para
todo y ∈ M.
Lema 2.20. Dado qualquer ε > 0 sucientemente pequeno e R > 1, então existe al-
guma constante positiva sucientemente grande C0 , dependendo apenas de M, g, , R e ||K||C 1 (M )
tal que para todo S ⊂ M compacto e todo u ∈ ∪2≤p≤5 MK,p com
2
max d(y, S) p−1 u(y) ≥ C0 ,
y∈M \S
Demonstração. Suponhamos que para algum ε e R tal C0 não exista. Então existe um
compacto Si ⊂ M, 2 ≤ pi ≤ 5, {||Ki ||C 1 (M ) } uniformemente limitado e ui ∈ MKi ,pi tal
2
que max d(y, Si ) pi −1 ui (y) ≥ i, mas não exista tal ponto de máximo y0 que satisfaça
y∈M \Si
(2.45) . Seja ỹi ∈ M \Si tal que
2 2
d(ỹi , Si ) pi −1 ui (ỹi ) = max d(y, Si ) pi −1 ui (y).
y∈M \Si
Note que esse ponto ỹi de fato existe pois se ỹi ∈ M \int(Si ) então ỹi ∈ ∂Si o que
2
implicaria que d(ỹi , Si ) = 0 logo, d(ỹi , Si ) pi −1 ui (ỹi ) = 0 ≥ i gerando um absurdo.
Agora consideremos a seguinte função
pi −1
−1 −
wi (x) = ui (ỹi ) ui expy˜i (ui (ỹi ) 2 x ,
pi −1
para |x| < Ri := 14 ui (ỹi ) 2 d(ỹi , Si ).
Observe que
1 2 pi −1 1 pi −1 1 1
Ri = (ui (ỹi )d(ỹi , Si ) pi −1 ) 2 ≥ i 2 ≥ i 2 .
4 4 4
Logo, Ri → ∞.
56
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
pi −1
p −1
Se y = expy˜i ui (ỹi )− 2 x e ŷ = exp−1
y˜i ui (ỹ i )− i2
x , temos que
logo,
3
d(ỹi , Si ) ≤ d(ŷ, Si ).
4
Portanto, 12 d(ỹi , Si ) ≤ d(ŷ, Si ), para todo |x| ≤ Ri . Segue então que
p 2−1
1 i 2 2
d(ỹi , Si ) ui (y) ≤ d(y, Si ) pi −1 ui (y) ≤ d(ỹi , Si ) pi −1 ui (ỹi ), para todo |x| ≤ Ri .
2
Assim,
− p 2−1
1 i 2 2
wi (x) ≤ d(ỹi , Si ) d(yi , Si ) pi −1 = 2 pi −1 ≤ 4, para todo |x| ≤ Ri .
2
wi → w em Cloc
2
(R3 ),
57
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
21
1
limite w tal que w(x) = . Logo, para i sucientemente grande, temos
1 + 13 |x|2
− 12
pi −1 1
ui (yi )−1 ui expyi (u(yi )− 2 x) − 1 + |x|2 < ε.
3
C 2 (|x|<2R)
Isso mostra que para i sucientemente grande, ui satisfaz (2.45) contrariando nossa
hipótese. Portanto, o Lema está demonstrado.
2
max d (y, S) p−1 u(y) ≤ C0 , (2.46)
y∈M \S
paramos. Pois não existem outros pontos de máximo de u. Caso contrário, obtemos
y2 = y0 dado pelo Lema 2.20. Segue novamente do Lema que Br¯1 (y1 ) ∩ Br¯2 (y2 ) = ∅
desde que ε > 0 seja pequeno o suciente desde o início. Continuemos com esse
processo.
Z Tal processo tem que parar após uma quantidade nita de vezes, pois cada
|∇u|2 ≥ C0 > 0, para todo i ∈ N . Dessa forma, obtemos {y1 , y2 , . . . , yN } ⊂ M
Br̄i (yi )
2
satisfazendo a condição 2 e além disso, d y, ∪N u(y) ≤ C0 , para todo y ∈
p−1
i=1 Br̄i (yi )
M \ ∪N
i=1 Br̄i (yi ).
2
Provemos a condição 3. Note que d(yi , yj ) p−1 u(yj ) ≥ C0 . Além disso, dado y ∈ M ,
temos que y ∈ B2r¯i (yi ) para algum i ou d(y, yi ) > 2r¯i , para todo 1 ≤ i ≤ N. No
primeiro caso, d(y, {y1 , y2 , . . . , yN }) ≤ d(y, yi ) ≤ 2r¯i . Para i → ∞, temos por (2.44)
que
2 2
u(y) ≤ 2u(yi ) = 2r¯i − p−1 R p−1 .
Logo,
2 2 2 2 2 2
d(y, {y1 , y2 , . . . , yN }) p−1 u(y) ≤ 2 p−1 r¯i p−1 2r¯i − p−1 R p−1 = 2(2R) p−1 ≤ 8R2 .
No segundo caso,
d(y, {y1 , y2 , . . . , yN }) ≤ 2d(y, ∪N
i=1 Br̄i (yi )).
Logo,
2 2
d(y, {y1 , y2 , . . . , yN }) p−1 u(y) ≤ 2 p−1 C0 ≤ 4C0 .
58
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
2
d(y, {y1 , y2 , . . . , yN }) p−1 u(y) ≤ C1 .
Seja xj = xj (ui ) o ponto tal que expy1 (σi xj ) = yj ∈ B√σi (y1 ), j ∈ {1, 2, . . . , N }.
59
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Note que
x1 = 0, min |xj − xl | ≥ 1 + o(1), |x2 | = 1 + o(1).
j6=l
Após passar a uma subsequência, temos que x2 (ui ) → x̄ onde |x̄| = 1. Observe que
p −1
1 p −1
− i2 − i
σi ≥ max Rui (y1 ) , Rui y2 2 .
C
Assim, wi (0), wi (x2 ) ≥ C00 , cada xj é um ponto de máximo local de wi , pois yj são
2
pontos de máximo local de ui e min |x − xj | pi −1 wi (x) ≤ C1 , para todo |x| ≤ σi−1 pelo
1≤j≤N
item 3 da Proposição 2.19.
Mostraremos primeiro que
60
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
onde a1 , a2 são constantes positivas e b∗ é alguma função harmônica em R3 \{S̃ \{0, x̄}}.
Deriva do Princípio do Máximo que b∗ (x) ≥ 0 para todo x ∈ R3 \ {S̃ \ {0, x̄}}. Daí,
Pela Proposição acima temos que para qualquer sequência dada de funções {ui }, o
inteiro N = N (i) da Proposição 2.19 deve permanecer uniformemente limitado. Caso
contrário, pela compacidade da variedade existiria uma sequência com subsequência
convergente, por outro lado pela Proposição anterior existe uma constante δ ∗ > 0 tal
que d(xj , xl ) ≥ δ ∗ assim δ ∗ < 0 gerando um absurdo. Como consequência imediata
obtemos o resultado a seguir.
Corolário 2.22. Seja {ui } uma sequência de soluções positivas de (2.3), com max ui →
M
∞. Então pi → 5 e o conjunto dos pontos de blow-up é um conjunto nito formado
apenas de pontos de blow-up isolados simples.
− ∆g u + Ku = up , u > 0, em M (2.49)
na norma H 1 (M.)
61
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
(−∆g + K)Gy = δy em M.
1
Gy (x) = + AK,g (y) + O(|x|α ), para |x| perto de 0,
3ω3 |x|
para todo 0 < α < 1, onde ω3 é o volume da bola unitária em R3 . O valor de AK,g (y)
independe da escolha do sistema de coordenadas geodésicas normais e AK,g (y) é uma
função contínua em M .
62
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
max ui → ∞.
M
(1) (N )
yi → y (1) , . . . , yi → y (N ) ,
(1) (j)
ui (yi )ui (y) ≤ Cd(y, yi )−1
(j)
quando d(y, yi ) ≤ ρ, para todo j = {1, . . . , N }.
Por outro lado, sabemos que a sequência ui é uniformemente limitada em M \∪N
j=1 B 4 (y ),
ρ (j)
desde que não haja pontos de blow-up na região. Aplicando a Desigualdade de Harnack
(1)
concluímos ainda que ui (yi )ui (y) é uniformemente limitada em M \ ∪N
j=1 B 2 (y ). Os
ρ (j)
N
X
(1)
ui (yi )ui (y) → h(y) := aj Gy(j) (y) + b(y) em Cloc
2
(M \ y (1) , . . . , y (N ) ),
j=1
63
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Corolário 2.25. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana positiva compacta suave de
dimensão três que não é equivalentemente conforme a esfera unitária tri-dimensional.
Então para todo ε0 > 0 e para qualquer K ∈ C 1 (M ) satisfazendo K ≤ 81 Rg em M,
tem-se
1 [
≤ u ≤ C em M e kukC 3 (M ) ≤ C, para todo u ∈ MK,p
C 1+ε ≤p≤5
0
Z
onde E(v) = (|∇g v|2 + Kv 2 ).
M
Teorema 2.26. Supondo as mesmas hipóteses do Teorema 2.24 , então (2.51) é atin-
gido para alguma função positiva v ∈ C 2 (M ).
O Teorema 2.26 deriva do Teorema 2.24 da seguinte forma. Sendo λ1 > 0,
p
E(v)
é uma norma equivalente a H 1 (M.) Para 2 < q < 6, o mergulho de H 1 (M ) em
64
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Note que E(vq ) é limitado longe de zero e do innito. Pelo Princípio do Máximo
forte temos que vq é positivo em M . Aplicando o Teorema 2.24 e algumas estimativas
1
elípticas para E(vq ) q−2 temos, ao longo de uma subsequência, que vq → v ∈ C 2 (M )
quando q → 6. Portanto, v é um minimizador positivo de (2.51).
1
Seja v o minimizador positivo obtido pelo Teorema 2.26 , então u = E(v) 4 ∈ MK,5 .
A existência de u em MK,5 , sob a hipótese necessária de λ1 > 0, foi bem estabelecida
em Bahri e Brezis [3]. É interessante notar que (2.51) não admite minimizador se
K é sucientemente grande, embora MK,5 6= ∅ de acordo com o resultado em [3].
A inexistência de minimizadores para K grande pode ser vista da seguinte forma.
Observemos inicialmente que
Z
1 6 1
min E(v) : v ∈ H (M ), v =1 ≤
M S1
onde ( R )
1 R3
|∇u|2 6 3 2 3
= inf : u ∈ L (R ) \ {0}, ∇u ∈ L (R ) .
S1 6 1/3
R
R3 u
Segue dos resultados de Hebey e Vaugon [15] que para alguma constante C = C(M, g),
Z Z Z
1
2
|∇g v| + C v ≥ , para todo v ∈ H 1 (M ),
2
v 6 = 1.
M M S1 M
65
2. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe
Então pela teoria elíptica sabemos que a aplicação v 7→ (∆g − K)−1 (E(v)v 5 ) é uma
aplicação compacta. Assim, o operador F é da forma I +compacto e podemos portanto
denir o grau de Leray-Schauder de F na região DΛ com respeito a 0 ∈ C 2,α , denotado
por deg(F, DΛ , 0) desde que 0 não pertença a F (∂DΛ ). Para mais propriedades sobre
o grau de Leray-Schauder veja Nirenberg [22].
Teorema 2.27. Sob as mesmas hipóteses do Teorema 2.24, temos que para Λ suci-
entemente grande, 0 não pertence a F (∂DΛ ) e
deg(F, DΛ , 0) = −1.
Consequentemente, Mk,5 6= ∅.
Usando o Teorema 2.24, o Teorema anterior pode ser provado da mesma forma
como em Schoen [26].
66
Capítulo 3
3.1 Introdução
Neste capítulo veremos generalizações dos resultados obtidos no Capítulo 2 para
uma classe de equações do tipo Yamabe com peso. Nosso objetivo é estudar a compa-
cidade das soluções em variedades Riemannianas suaves compactas (M, g) de dimensão
três que satisfazem a equação
onde 1 < p ≤ 5 e Q ∈ C 2 (M ).
Assumiremos durante o capítulo, a menos de indicação, que K ∈ C 1 (M ) e Q ∈
C 2 (M ). Para 1 < p ≤ 5 denotaremos MQ,K,p o conjunto solução de (3.1) em C 2 (M ).
Os principais resultados deste capítulo são os teoremas de compacidade para as
soluções da equação (3.1) a seguir. O primeiro resultado é uma versão do Teorema
2.24 para o caso com peso.
Teorema 3.1. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana de dimensão três compacta
com λ1 positivo, K ∈ C 1 (M ) e Q(y) ∈ C 2 (M ) uma função positiva. Se
67
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
Teorema 3.2. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana compacta com λ1 positivo,
K ∈ C 1 (M ) e Q ∈ C 2 (M ) uma função positiva em algum lugar. Assumindo que
68
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
é da forma
Z
x · ∇K(x)
Z
3 1
− K(x) + u dx +
2
− Qup+1 dx
Bσ 2 p+1 2 Bσ
Z
1
−A(g, u) + (x.∇Q(x)) up+1 dx
p+1 Bσ
Ku2 Qup+1
Z Z
= B(x, σ, u, ∇u) dS − σ − dS, (3.3)
∂Bσ ∂Bσ 2 p+1
a notação usada é a mesma do Lema 2.3.
A demonstração é similar a que detalhamos no Lema 2.3. A maior diferença é que
por (3.1),
Z Z Z Z
1 1 1 1
− u ∆g u dvg = u(Qu − Ku) dvg =
p
Qu p+1
dvg − Ku2 dvg
2 Bσ 2 Bσ 2 Bσ 2 Bσ
e
Z Z
− α
(x ∂α u) ∆g u dv = (xα ∂α u) (Qup − Ku) dvg
Bσ
ZBσ Z
= x ∂α u Qu dvg −
α p
xα ∂α u Ku dvg .
Bσ Bσ
−3
Z Z Z
1
− (x ∂α u) ∆g u dvg
α
= Qu p+1
dv − (x∇Q)up+1 dvg
Bσ p + 1 Bσ p + 1 Bσ
Z Z Z
σ 3 1
+ Qu p+1
+ Ku dvg +
2
(∇Kx)u2 dvg
p + 1 ∂Bσ 2 Bσ 2 Bσ
Z
σ
− Ku2
2 ∂Bσ
69
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
(3.4)
− 21
pi −1 1
+
ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x − 1 + Q(yi )|x|2 ≤ εi
3
H 1 (B2Ri )
Ri
→ 0 quando i → ∞, (3.5)
log ui (yi )
ui (y) ≤ Cui (yi )−1 d(y, yi )−1 , para todo d(y, yi ) ≤ ρ/2,
70
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
Além disso, passando a uma subsequência, para alguma constante positiva a > 0 e
K(x) = lim Ki (x),
i→+∞
onde ρ̃ = min{δ0 , ρ/2}, G̃ é dado por (2.16) e b ∈ C 2 (Bρ̃ (ȳ)) satisfaz −∆g b + k(y)b = 0
em Bρ̃ (ȳ).
Para estabelecer esta proposição é necessário alguns resultados auxiliares que serão
dados pela série de Lemas abaixo.
pi −1
ui (y) ≤ C2 ui (yi )−λi d(y, yi )−1+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1 ,
pi −1
|∇g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−λi d(y, yi )−2+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1
pi −1
|∇2g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−λi d(y, yi )−3+δ , para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1
pi −1
onde λi = (1 − δ) 2 − 1 e C2 é uma constante positiva independente de i.
A demonstração do Lema anterior é similar a prova do Lema 2.7 uma das diferenças
é denir o operador li como li ϕ = ∆g ϕ + Qi (y)ui (y)pi −1 ϕ − Ki (y)ϕ.
71
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
A prova é uma modicação do Lema 2.10 substituindo por exemplo (2.11) por (3.4)
e permutando a Pohozaev 2.3 por (3.3).
A Proposição 3.5 então pode ser demonstrada da mesma forma que a Proposição
2.6 usando o resultado dos Lemas vistos anteriormente.
Os Corolários a seguir são versões mais fortes dos Lemas 3.6, 3.7, 3.8 obtidos através
da Proposição 3.5. A demonstração dos seguintes Corolários difere da prova dos Lemas
apenas ao substituir a estimativa do Lema 3.6 pela estimativa da Proposição 3.5.
pi −1
|∇g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−1 d(y, yi )−2 para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1
72
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
e
pi −1
|∇2g ui (y)| ≤ C2 ui (yi )−1 d(y, yi )−3 para todo Ri ui (yi )− 2 ≤ d(y, yi ) ≤ ρ1
73
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
O Lema a seguir trás uma estimativa sobre o gradiente da função Q, que é uma
novidade quando comparado ao Capítulo 2 pois a equação (2.3) não envolvia tal função.
Os próximos dois resultados usam a mesma ideia das provas dos Lemas 2.5 e 2.6 de
Li em [18]. Em nosso caso teremos β = 2.
τi ≡ 5 − pi = O(ui (yi )−2 ), |∇Ki (yi )| = O(ui (yi )−2 log ui (yi ).
Usando as estimativas para ui perto dos pontos de blow-up isolado simples, segue que
Z
∂Qi
= O(ui (0)−2 log ui (0)).
pi +1
(x)ui (x)
|x|≤σ ∂xi
Pela condição (∗)β e argumentos usados na prova do Lema 2.5 de [18], temos que
Z Z
∂Qi p +1
−2
∂Q i ∂Q i p +1
(0) u i (x) i − O(ui (0) log ui (0)) ≤ (0) − u i
∂xi i
|x|≤σ
|x|≤σ ∂xj ∂xj
Z
≤ C |x|uipi +1 .
|x|≤σ
Logo, Z Z
∂Qi
|x|uipi + + O(ui (0)−2 log ui (0))
p +1
∂xi (0)
ui (x) i ≤ C
|x|≤σ |x|≤σ
Z
Com argumento análogo ao que zemos em (2.31), temos que upi i +1 ≤ C. Assim,
|x|≤σ
Z
−2
|∇Qi (0)| ≤ O(ui (0) log ui (0)) + C |x|ui (x)pi +1 dx = O(ui (0)−2 log ui (0))
|x|≤σ
74
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
a
h(x) = + A + o(1) quando |x| → 0,
|x|
então A ≤ 0.
A estimativa (3.6) então pode ser deduzida pelo Lema 3.15 e o Corolário 3.14.
A próxima Proposição arma que todo ponto de blow-up isolado é simples.
Com a Proposição 3.16, o resultado acima pode ser estabelecida com pequenas
modicações nos argumentos da Proposição 2.18.
75
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
Teorema 3.19. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana de dimensão três compacta
suave e K ∈ C 1 (M ), λ1 positivo e Q(y) ∈ C 2 (M ) uma função positiva. Se
Teorema 3.20. Seja (M, g) uma variedade Riemanianna de dimensão 3 positiva com-
pacta suave que não é equivalentemente conforme a esfera unitária tri-dimensional.
76
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
Então, para todo 1 < p ≤ 5 e toda função positiva Q ∈ C 2 (M ), existe alguma cons-
tante C dependendo de M, g, kQkC 2 (M ) e os limites inferiores positivos de Q e p − 1 tal
que
1
≤ u ≤ C e kukC 3 (M ) ≤ C,
C
para toda solução u de −∆g u + 18 Rg u = Qup onde u > 0 em M. Além disso, deg((I −
T ), DΛ , 0) = −1 para Λ sucientemente grande. Consequentemente a equação −∆g u +
1
R u = Qu5 tem pelo menos uma solução.
8 g
Z
onde E(v) = (|∇g v|2 + Kv 2 ).
M
O Teorema a seguir é uma extensão do Teorema 2.26.
Teorema 3.21. Supondo as mesmas hipóteses do Teorema 3.19 então (3.7) é atingido
em alguma função positiva v ∈ C 2 (M ).
Podemos derivar o Teoremas 3.21 do Teorema 3.19 do mesmo jeito que deriva o
Teorema 2.26 do Teorema 2.24.
Considere o operador F̃ : C 2,α (M )+ → C 2,α (M ) dado por
Teorema 3.22. Supondo as mesmas hipóteses do Teorema 3.19, então para Λ suci-
entemente grande temos que 0 não pertence a F̃ (∂ΩΛ ) e
deg(F̃ , ΩΛ , 0) = −1.
Em particular, MQ,K,5 6= ∅.
Usando o Teorema 3.19 podemos provar o Teorema anterior como em Schoen [26].
77
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
Observação 3.2. Seja (M, g) uma variedade Riemanniana compacta suave de dimen-
são 3 positiva não equivalentemente conforme a esfera unitária tri-dimensional. Então,
pelo Teorema da Massa Positiva, existe ε = ε(M, g) > 0 tal que para todo K ∈ C 1 (M )
satisfazendo K ≤ 18 Rg + ε em M e toda função positiva Q ∈ C 2 (M ); as hipóteses do
Teorema 3.19 valem. Logo, os resultados dos Teoremas 3.19, 3.21 e 3.22 são válidos.
e n o
kui kH 1 (M ) seja uniformemente limitado.
ui ≤ C em {y ∈ M ; Q(y) ≤ ε0 } .
Demonstração. Provaremos por contradição. Suponha então que após passar a uma
subsequência exista uma sequência ȳi → ȳ ∈ M tal que ui (ȳi ) → ∞ e Q(ȳ) ≤ 0.
Escolhendo εi → 0+ de modo que o conjunto
78
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
2
d(ȳi , ∂Oi ) pi −1 ui (ȳi ) → ∞. (3.9)
2
fi (y) = d(y, ∂Oi ) pi −1 ui (y),
fi (yi ) = max fi .
Oi
Note que por (3.9) temos que fi (yi ) → ∞. Considere agora σi = 12 d(yi , ∂Oi ) > 0, temos
então que
2 2
p −1 −p
σi i max ≥ 2 i −1 fi (yi ) → ∞,
Bσi (yi )
2 2
p −1
(2σi ) pi −1 ui (yi ) ≥ max fi ≥ σi i max ui .
Bσi (yi ) Bσi (yi )
Consequentemente,
2
pi −1
σi ui (yi ) → ∞
e
2
−p
ui (yi ) ≥ 2 i −1 max ui . (3.10)
Bσi (yi )
pi −1 pi −1
wi (x) = ui (yi )−1 ui expyi ui (yi )− 2 x , |x| < σi ui (yi ) 2 → ∞.
pi −1
pi −1
onde Q̃i (x) = Qi expyi ui (yi )− 2 x , K̃i (x) = Ki expyi ui (yi )− 2 x e h =
hαβ (x)dxα dxβ = gαβ (rx)dxα dxβ denota a métrica escalar.
79
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
pi −1
wipi +1 ≤ Cui (yi ) 2
−(pi +1)
uipi +1 ≤ C. (3.12)
|x|≤σui (yi ) 2 M
Calculando o limite com i → ∞, temos por (3.11), (3.12) e a teoria elíptica que ao
passar a uma subsequência
2
wi → w ∈ Cloc (Rn ),
2n
onde w ∈ L n−2 (Rn ), satisfaz para alguma constante Q̃ ≤ 0,
n+2
−∆w = Q̃w n−2 , w > 0, em Rn .
Note que para Q̃ < 0 a equação acima não tem solução. Quando Q̃ = 0, todas as
2n
soluções são constantes positivas logo não podem pertencer a L n−2 . O que é uma
contradição. Portanto, o Lema está provado.
1
≤ ui ≤ C e kui kC 3 (M ) ≤ C, para todo i
C
80
3. Compacidade de soluções para uma classe de equações do tipo Yamabe com peso
(1) (m)
sejam yi → ȳ (1) , . . . , yi → ȳ (m) todos os pontos de blow-up isolado simples. Sabemos
(1)
pela Proposição 3.5 que {ui (yi ui )} é uniformemente limitado em qualquer subconjunto
compacto de {y ∈ M | Q(y) ≥ ε0 /2} \ {ȳ (1) , . . . , ȳ (m) }. Além disso, usando o fato
que {ui } é uniformemente limitado em {y ∈ M | Q(y) ≤ ε0 } e a Desigualdade de
(1)
Harnack, obtemos que {ui (yi ui )} é uniformemente limitado em qualquer subconjunto
compacto de M \ {ȳ (1) , . . . , ȳ (m) }. Dessa forma, podemos escrever a Identidade do tipo
(1)
Pohozaev de ui em Bσ (yi ), usando a hipótese que min AK,g (y) > 0 e chegarmos a
y∈M
uma contradição. Portanto, a sequência minimizante {ui } é de fato uniformemente
limitado. Logo, o Teorema está provado.
Lagrange de up é
−∆g up + Kup = Sp Qupp , up > 0, em M.
solução pelo Corolário 3.25. Mas neste caso especíco Escobar e Schoen em 1986 já
haviam provado tal resultado em [10].
81
Referências Bibliográcas
[3] Bahri, A.; Brezis, H. Non-linear elliptic equations on Riemannian manifolds with
the Sobolev critical exponent. In: Topics in Geometry. Progress in Nonlinear Dif-
ferential Equations and Their Applications, 20. Birkhäuser Boston (1996), 1-100.
[4] Brendle, S. On the conformal scalar curvature equation and related problems.To
appear in Surveys in Dierential Geom. (2008)
[5] Brendle, S.; Marques, F.C. Blow-up phenomena for the Yamabe equation II. To
appear in J. Dierential Geom., (2008).
[6] Caarelli, L. A.; Gidas, B.; Spruck, J. Asymptotic symmetry and local behavior
of semilinear elliptic equations with critical Sobolev growth. Communications on
Pure and Applied Mathematics, 42 (1989), 271-297.
[8] Druet, O. From one bubble to several bubbles: the low-dimensional case. Journal
Dierential Geometry, 63(3) (2003), 399-473.
[9] Druet, O. Compactness for Yamabe metrics in low dimensions. Int. Math. Res.Not.
23 (2004), 1143?1191
[10] Escobar, J. F.; Schoen, R. M. Conformal metrics with prescribed scalar curvature.
Inventiones Mathematicae, 86 (1986), 243-254.
82
Referências Bibliográcas
[12] Gidas, B.; Ni, W. N.; Nirenberg, L. Symmetry and related properties via the ma-
ximum principle. Communications in Mathematical Physics, 68 (1979), 209-243.
[13] Gidas, B.; Spruck, J. Global and local behavior of positive solutions of nonlinear
elliptic equations. Communications on Pure and Applied Mathematics, 34 (1981),
525-598.
[14] Han, Z. C.; Li, Y. Y. The Yamabe problem on manifolds with boundaries: Existence
and compactness results, Duke Math. J., to appear.
[15] Hebey, E.; Vaugon, M. Meilleures constantes dans le theoreme d' inclusion de
Sobolev. Annales de l'Institut Henri Poincaré Non Linéaire, 13 (1996), 57-93.
[16] Khuri, M. A.; Marques, F. C.; Schoen, R. M. A Compactness Theorem for the
Yamabe Problem. Journal Dierential Geometry, 81 (2009), 143-196.
[17] Lee, J. M.; Parker, T. H. The Yamabe problem. Bulletin of the American Mathe-
matical Society, 17 (1987), 37-91.
[18] Li, Y. Y. Prescribing scalar on Sn and related problems, Part I. Journal Dierential
Equations, 120 (1995), 319-410.
[19] Li, Y. Y. Prescribing scalar curvature on Sn and related problems, Part II. Com-
munications on Pure and Applied Mathematics, 49 (1996), 541-597.
[20] Li, Y. Y.; Zhu, M. Sharp Sobolev Trace Inequalities on Riemannian Manifolds
with Boundaries. Communications on Pure and Applied Mathematics, 50 (1997),
449-487.
[21] Li, Y. Y.; Zhu, M. Yamabe type equations on three dimensional Riemannian ma-
nifolds. Communications in Contemporary Mathematics, 1 (1999), 1-50.
83
Referências Bibliográcas
[27] Schoen, R. M.; Yau, S. T. On the proof of the positive mass conjecture in General
Relativity. Communications in Mathematical Physics, 65 (1979), 45-76.
[28] Schoen, R.; Yau, S-T. Positive scalar curvature and minimal hypersurface singu-
larities. https://arxiv.org/pdf/1704.05490.pdf (2017).
84