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Teologia Maior

Pr. Gumercindo Castro

ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 2
1. Programa da Disciplina
1.1 Ementa
A igreja e o seu pastor. A ambiência e convivência da igreja nas relações eclesiásticas e com o Estado.
A estrutura da igreja com a liderança extra-bíblica. Método orçamentário da igreja. Regras parlamentares.
A igreja e os símbolos Nacionais e as Leis. Conhecimento e aplicação dos formulários eclesiásticos.

1.2 Carga Horária Total - 20 horas-aula.

1.3 Objetivos
- Desenvolver aspectos-chave que levem os participantes ao conhecimento e distinção clássica do
que é igreja.
- Proporcionar o conhecimento das técnicas de administração e sua aplicação no ambiente
eclesiástico;
- Dominar e aplicar o conhecimento na busca de melhor gerir uma igreja com base na administração.

1.4 Conteúdo Programático

O discente deverá criar sua própria agenda de estudo para melhor usufruir das técnicas e métodos
aqui apresentados. Aconselha-se estudar pela apostila na ordem em que os pontos são apresentados, não
impedindo ao mesmo de buscar em outras fontes maior panorama dos conteúdos que essa disciplina
propõe.

1.5 Metodologia
Aulas em formato EaD (Educação a Distância) com base no conteúdo da apostila da disciplina.

1.6 Critérios de Avaliação


Avaliação individual através de uma única prova sem consulta, ora denominada GP, a ser realizada
presencialmente na instituição de ensino. Esta se dará no formato de 1ª e 2ª chamadas, a serem agendadas
pela a instituição, tendo direito a 2ª chamada aquele aluno que por motivo de força maior não pôde
comparecer. Nesse caso o aluno deverá se dirigir a secretaria, munido de documento que justifique sua
ausência para requerer a 2ª chamada.

1.7 Bibliografia Recomendada


Ferreira, Ebenézer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro. 12ª Ed. Rio de Janeiro. JUERP, 2002.
Kessler, Nemuel. Administração Eclesiástica. Rio de Janeiro. CPAD, 1987.
Almeida, João Ferreira. Bíblia Sagrada. Ed. ARC. São Paulo. Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

1.8 Curriculum Resumido do Professor


Pós Graduado em Gestão de Pessoas pela FGV;
Pós Graduado em Teologia Contemporânea pelo STBP;
Graduado em Comunicação Social pela UniverCidade;
Graduado em Teologia Maior pelo STBP;
Professor de Novo Testamento, Exegese, Administração Eclesiástica, Teologia Contemporânea e
Metodologia Científica.
A IGREJA LOCAL E O SEU PASTOR

No Novo Testamento, encontramos três títulos que expressam o ministério pastoral. Não são
três categorias de oficiais, como ensinam algumas denominações. Os títulos expressam idéias bíblicas
do ministério e suas funções.

 Pastor, Bispo ou Presbítero, qual a diferença?


 O texto de Atos 20:28 é bem claro: “Cuidai...de todo o rebanho (ofício pastoral)
sobre o qual o Espírito Santo vos constitui bispos, para apresentardes (exercício
pastoral) a igreja de Deus...”.
 Escrevendo a Timóteo, Paulo acentua que a ordenação de um pastor é feita pela
imposição das mãos do “presbitério” (1Tm. 4:14);
 Na carta a Tito, Paulo, orientando-o sobre a ordenação de presbíteros, chama-
os bispos (Tt. 1:5-7), (1Pe. 5.1-3).

Estes textos provam, sobejamente, esta verdade; há três títulos, porém um só ofício.

 Os títulos:

 Presbítero – termo de dignidade – É o ancião. Sempre os anciãos merecem


respeito, em virtude de suas experiências de vida. Não só respeito, mas honra
também. Texto correlato: At. 11:30, Tg. 5:14, etc.;
 Bispo – termo de superintendência – É o administrador, o curador: o termo
vem do grego episkopos. No Novo testamento, o termo é usado no sentido de
guardião de almas;
 Apóstolo – termo de o enviado – O título refere-se aos primeiros escolhidos
por Jesus para auxiliá-lo no ministério e que depois foram enviados para
diversos lugares para pregarem a chegada da Boa Nova ou do Evangelho.
Tornaram-se também defensores da igreja no seu nascedouro.
 Pastor – termo de ternura – O título mais antigo é o de presbítero, mas o que
mais se arraigou é o de pastor, embora ocorra apenas uma vez nas epístolas do
NT, com a significação que conhecemos (Ef. 4:11).

O obreiro do Senhor, na sua missão, realiza as funções de presbítero, de bispo, de apóstolo e


de pastor. Ele deve agir como um presbítero criterioso, dando sábios conselhos, tornando-se
respeitado e mostrando a dignidade do cargo que ocupa. Como bispo, ele preside os trabalhos, as
reuniões, organiza e supervisiona tudo, pois ele é superintendente de todos os trabalhos de sua
igreja. Como pastor, ele apascenta o rebanho, preparando-lhes a pastagens verdejantes.

“E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com
inteligência” (Jr. 3.15).

CONSAGRAÇÃO PASTORAL

É Deus quem chama o obreiro para o ministério. Cabe a igreja observar tal chamado por meio
de alguns requisitos indispensáveis e realizar alguns protocolos importantes:

 Espirituais:
 É mister que o candidato demonstre uma experiência de conversão genuína;

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 O candidato precisa ser dotado de virtudes cardiais, que formem a tessitura
espiritual, como fé, amor e humildade.

 Morais:

 O candidato deve possuir alto padrão de caráter;


 Que demonstre o testemunho dos de fora quanto à sua vida moral (1Tm. 3:7).

 Intelectuais:

 Que seja no mínimo bacharel em teologia por uma instituição séria;


 Que seja pessoa de capacidade intelectual, apta para ensinar, para exortar;
 Que seja estudioso e procure sempre se desenvolver intelectualmente.

 Maturidade:

 Não se deve ter pressa na ordenação de um candidato recém bacharelado. Um


período de dois ou três anos se faz necessário a exemplo do apóstolo Paulo (Gl.
1:18), salvo exceções;
 O candidato deverá nesse período trabalhar na igreja a fim de ser observado, e
se verifique se ele preenche as exigências de 1 Tm. 3:1-7;
 É de bom alvitre que o candidato não seja neófito tanto na idade cronológica
quanto na de conversão;
 Outra maneira aconselhável é observar as orientações deixadas pelo próprio
apóstolo Paulo a Timóteo: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos...”
(1Tm. 5:22).

 Tempo oportuno:

 Cabe à igreja, quando descobrir que uma pessoa é realmente vocacionada,


encaminhar a sua ordenação, pois o candidato, embora sinta que Deus o
chamou, não deve, por questões de ética, propor sua consagração.
 Cuidado com candidatos que começam a assoalhar sua consagração ou vão,
aos poucos. Minando terreno em igrejas, visando ao beneplácito de alguns
irmãos, para recomendá-lo.
 O Deus que chama coloca, na hora exata, em sua obra o seu servo. Oferecer-
se, além de infringir um princípio ético, pode ser demonstração de espírito de
mercenarismo.

CERIMÔNIA ORDENATÓRIA

Preliminares – Havendo a igreja encaminhada a consagração do candidato, ela deverá orientá-lo a se


preparar para o exame (concílio) e atentar para alguns protocolos importantes:

 Convocar as igrejas de sua região por meio de carta-circular, convidando-as para


participarem do concílio;
 Deve-se evitar deixar nas mãos do candidato essa missão, pois tem havido
casos que este só convida pastores da sua conveniência, temendo ser
reprovado.

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 Na carta-circular deverão constar todos os detalhes do exame (local, data, horário,
nome do candidato, e outros que a igreja julgar necessário) e deverá ser
enviada com certa antecedência;
 Nela deverá constar que se aguardará qualquer impugnação, que deverá ser
feita com antecedência.
 Enviar ao Jornal Regional e ao Nacional da denominação cópia da carta para que haja
ampla divulgação e transparência;
 O dia do concílio e da cerimônia de imposição das mãos:
 Concílio e cerimônia devem ser evitados no mesmo dia. Não é aconselhável
que aconteçam juntos, podendo parecer que o exame foi pro forma;
 Concílio e cerimônia no mesmo dia somente em casos especiais, mas com os
devidos cuidados, com o exame a tarde, e a ordenação, à noite.
 Ao exame devem comparecer os pastores convocados e os membros da igreja
promotora.

Cerimônia de Consagração

a. Constituição do concílio ou presbitério:


a. Presidente – normalmente o pastor da igreja promotora;
b. Secretário – eleito na hora pelos presentes para redigir a ata;
c. Examinadores – eleitos na hora e normalmente são três para assuntos distintos:
a. Experiência de conversão e chamada;
b. Teologia Geral;
c. Eclesiologia.
d. Responsável pela oração consagratória;
e. Responsável pela exortação à igreja e ao recém-consagrado;
f. Responsável pela a entrega da Bíblia;
g. Mensageiro oficial (pregador), que deverá ser escolhido com antecedência.

b. Término do exame:
a. Findo o exame, o concílio votará se recomenda ou não o candidato. Essa votação
ocorrerá em secreto;
b. Se aprovado, seguir-se-á a “imposição das mãos”, ato que deve participar todos os
pastores presentes;
c. Entrega da Bíblia ao novel pastor. Deverão constar na contra capa da Bíblia os
nomes dos componentes do concílio. Ao entregá-la, o responsável deverá fazer um
discurso brevíssimo sobre o valor da Bíblia.

c. Mensagem oficial:
a. O pregador deverá proferir uma mensagem que chame a igreja à responsabilidade
de rebanho do Senhor, de agência do reino de Deus, exortando o novel pastor
quanto à missão que tem a desempenhar.

d. Encerramento do concílio:
a. O novel pastor impetrará a “Bênção Apostólica” (2Co. 13:14).

e. Certificação:
a. O secretário e o presidente do concílio deverão entregar ao recém-consagrado o
Certificado de Consagração e cópia da ata da cerimônia.

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Anulação da Ordenação – A igreja é soberana em seus atos, ela ordena o candidato, todavia não o
faz sozinha. Por isso convoca as suas coirmãs para se formarem em concílio examinatório e
consagratório. Da mesma maneira ela deve proceder quando da necessidade de anulação da
ordenação. Isso nem sempre é possível. Ficam então duas maneira de fazê-lo:

a. Reunir as mesmas pessoas que compuseram o concílio consagratório e, com elas, após
a exposição dos motivos, proclama anulação do seu ato consagratório;
b. A igreja que promoveu a consagração de determinado pastor poderá, em sessão
extraordinária, reconsiderar o seu ato de consagração do elemento implicado, e,
mediante o argumento de o mesmo não está correspondendo à responsabilidade da
investidura, votar a anulação do ato que o levou à função de ministro.

Posse Pastoral – Ao dar posse a um pastor, a igreja deve promover uma assembleia solene para esse
fim especial, nos seguintes moldes:

a. O dirigente ao abrir a reunião, dirá que aquela é uma solenidade de posse do novo
pastor e que a igreja está, naquele momento, em assembleia;
b. Todo ato deverá ser lavrado em ata que registrará toda solenidade. Isto é feito não só
para fins históricos, mas também, para registrar em cartório a ata, para que o pastor
dali em diante possa assinar pela igreja com efeito legal.

Termo de Posse Pastoral

Aos ......... dias do mês de ......................... de .............., tomou posse no pastorado da


igreja ..........................., cujo templo (sede) está situado na .............................................................,
nesta cidade, em substituição ao Pastor ........................................., o Pastor ..................................,
que foi eleito em assembleia da igreja, realizada no dia ........... de ...................... de ................, em
conformidade com o que prescreve o artigo ................. do estatuto da mesma.

Leitura do Termo de Posse Pastoral

nacionalidade estado civil


Eu, Pastor ................................................., ............................., ..................................., portador do
RG ..................................... e CPF ..........................................., residente à rua ...............................,
assumo o pastorado desta igreja de conformidade com o seu estatuto, e, sob a égide do Espírito
Santo, prometendo honrar e dignificar o Ministério que me é confiado nesta grei, de acordo com
o que está exarado na palavra de Deus.

MINISTÉRIOS PARALELOS

A luz da carta aos Efésios 4.11-13, existem vários tipos de ministérios. Os de Educação
Religiosa e Música Sacra servem para auxiliar o ministério pastoral e a igreja.

Educação Religiosa – O ministro de educação religiosa deve ser uma pessoa que tenha relativo
conhecimento de educação em geral e, principalmente, de educação religiosa. Deve ter amor pelo

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ensino. Deve sempre se atualizar em assuntos relativos à educação, em especial relacionados à
educação religiosa. Cabe a esse ministro andar em consonância com o púlpito da igreja.

Música Sacra – O ministro de música deve ser, primeiramente, alguém realmente convertido,
dedicado e firme em suas convicções, conhecedor de suas responsabilidades quanto ao reino de
Deus e quanto à sua chamada. Deve ser íntegro, amoroso, paciente, humilde e também equilibrado.
É necessário que seja pessoa de oração.
É preciso que o ministro veja a música como um dos principais recursos para o louvor e a adoração a
Deus, para evangelização, edificação e crescimento da igreja.
É importantíssimo que as músicas selecionadas por ele tenham respaldo bíblico, evitando assim
incorrer em heresias na igreja.

MINISTÉRIO DIACONAL

O diácono é escolhido pela igreja para o ministério da benevolência. Sua área de ação se
circunscreve à sua igreja.

 O diácono deve ser moralmente equipado (de boa reputação);


 O diácono deve ser espiritualmente equipado (cheio do Espírito Santo);
 O diácono deve ser mentalmente equipado (cheio de sabedoria).
 Veja 1Tm 3:8-13

Deveres do diácono

 Servir às mesas

 Do Senhor – Preparar e servir a Ceia do Senhor. Não há ordem explícita a este


respeito no NT. Nada impede ao pastor que escolha outro membro da
congregação que tenha simpatia da mesma para exercer esta função.

 Do Pastor – Tratar do sustento do pastor é um dos deveres mais honrosos do


diácono. O pastor, por uma questão de escrúpulo, não se dirige à igreja para lhe
dizer o de que ele necessita.

 Dos necessitados – Os problemas sociais e filantrópicos de certa forma


absorvem muitíssimo o tempo do pastor. A exemplo da igreja primitiva elegem
homens da sua congregação para “servirem às mesas” (At. 6.2), a fim de que os
pastores não fiquem sobrecarregados e possam dedicar-se mais ao ministério da
Palavra de Deus.

Outras responsabilidades

 Ajudar a igreja no levantamento das finanças;


 Ajudar o pastor na visitação;
 Ajudar o pastor na disciplina eclesiástica;
 Visitar os neoconvertidos;
 Visitar os doentes;
 Na ausência do pastor e quando não há ninguém escalado para substituí-lo, ele
pode ficar na direção dos trabalhos.

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Reflexão – Um diácono se encontrava desanimado com o ministério e resolveu procurar o seu pastor
para dizer iria abandonar o cargo. Lá chegando, procurou colocar o cargo à disposição,
mas o pastor solicitou que lhe fizesse um favor: “antes que o irmão assim proceda, por
favor, leve essa oferta a uma pobre viúva e converse com ela um pouco”. O diácono
desanimado aceitou o pedido. Foi, e ao voltar era outro homem. Ao se encontrar com o
pastor disse que não queria mais abandonar o seu ministério. O cumprimento da sua
real função lhe deu mais ânimo e mais vitalidade espiritual.

A IGREJA E OS LÍDERES EXTRABÍBLICOS

Características

 O líder deve ser um crente fiel ao Senhor, sobretudo nos dízimos.


 É inconcebível um líder que não seja exemplo para os seus liderados em tudo.
 O líder deve ser um crente ativo;
 O líder deve ser um crente espiritual;
 O líder deve ser um servo em tudo;
 O líder deve ser leal:
 À igreja
 Ao pastor
 Aos companheiros

Da duração do cargo

 Sua permanência no cargo tem validade de um ano;


 Pode ser reeleito, se a igreja assim o desejar;
 Quando substituído por outra pessoa não deve levar para o lado pessoal, uma vez que
o cargo está acima das pessoas;

Secretário (a) da igreja

Qualificações

 Deve ter boa redação;


 Deve escrever legivelmente;
 Deve ter maturidade, principalmente espiritual;
 Deve ser educado (a);
 Deve ser simpático (a);
 Deve ser zeloso (a).

Responsabilidade

 Redigir ou digitar as atas das sessões da igreja (ordinárias, extraordinárias e solenes), e


passá-las para o livro competente;
 Deve registrar as atas em cartório logo após a assembléia ter votado sua aprovação;
 Preparar e expedir as cartas da igreja (cartas de transferência, convites, etc.);
 Atualizar o registro do rol de membros da igreja;
 Apoiar todos os departamentos da igreja;
 Assistir o pastor da igreja.
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Tesoureiro (a) da igreja

Qualificações

 Deve ser fiel ao Senhor, sobretudo nos dízimos;


 Deve ser organizado em suas contas pessoais;
 Deve ser extremamente espiritual, mas com conhecimento suficiente de técnicas de
contabilidade;
 Deve ter conhecimento suficiente de técnicas de contabilidade, mas ser extremamente
espiritual;
 Deve ser assíduo às reuniões da igreja.

Responsabilidade

 Receber e registrar os valores entregues na igreja (dízimos, ofertas, doações, outros);


 Elaborar o plano financeiro da igreja;
 Preparar e facilitar o acesso dos cartões e envelopes de contribuição a membresia;
 Liderar campanhas de mordomias lançadas pela igreja;
 Manter o livro da tesouraria atualizado (entradas e saídas);
 Preparar o envio de malote dos depósitos nos bancos;
 Assinar cheques com o pastor ou outra pessoa nomeada pela igreja para este fim.
Outros líderes

Existem outros líderes que podem implementar o programa de uma igreja local:

 Diretor de Educação Religiosa;


 Diretor de Música;
 Diretor de Evangelismo e Missões;
 Diretor de Escola Bíblica Dominical;
 Diretor de Departamento Infantil, Juniores, Adolescentes, Jovens, Adultos, 3ª Idade;

O número de líderes e suas funções podem variar de igreja para igreja. As necessidades e
possibilidades, a realidade da igreja local, é quem devem determinar o número e a qualidade de
obreiros necessários à execução do trabalho e ao desenvolvimento da igreja.

A igreja e seus Departamentos

A igreja tem sido e será a mesma. No entanto, os métodos de trabalhos, a maneira de


desenvolver o seu programa de evangelização, de educação cristã, o programa de ação social ou,
outros quaisquer alvos que ela tenha para os seus membros e comunidade em que está inserida,
dependem de suas próprias necessidades e objetivos. Cada igreja deve, frente à sua realidade,
elaborar seu programa de ação e a maneira como vai desenvolvê-lo. Como exemplo, apresentamos o
modelo adotado por uma igreja bem atuante na denominação Batista:

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DIRETORIAS, DEPARTAMENTOS E COMISSÕES
DIRETORIA ESTATUTÁRIA DEPARTAMENTOS COMISSÕES
Presidente (Moderador) Infantil Exame de Contas
1º Vice-Presidente Adolescentes Ética e Disciplina
2º Vice-Presidente Juventude Introdutoria
3º Vice-Presidente Casais Recepção
1ª Secretária Maturidade Eventos
2ª Secretária MCA – Mulher Cristã em Ação Obras e Reformas
3ª Secretária Música
1º Tesoureiro Ação Social Patrimônio, Finanças e
Administração
2º Tesoureiro Evangelismo e Missões Vice-Presidentes
3º Tesoureiro EBD - Escola Bíblica Dominical Presidente Corpo Diáconal
4º Tesoureiro Corpo Diáconal 1º Tesoureiro
Berçário Vogal (em caso do total de
membros dessa comissão for
impar)
União de Adultos
Educação Teológica

A IGREJA E SUA ADMINSTRAÇÃO

Assembléia da igreja

Ela pode ser Regular (ordinária) ou Extraordinária:

 Regulares – são aquelas que se realizam nos dias já estabelecidos com antecedência.
No caso dos Batistas acontece todo 3º domingo do mês;

 Ainda mantendo o exemplo Batista, é regular e antecedida de um encontro com o seu


corpo de obreiros uma semana antes, no 2º domingo do mês. Esse encontro busca
detalhar relatórios, metas ou outros assuntos, a fim de facilitar o encontro na
assembléia regular;

 Existem igrejas que fazem duas assembléia regulares: as de negócios e as espirituais.


Na primeira são tratados todos os assuntos referentes a finanças, problemas e
soluções. Na segunda, são tratadas as profissões de fé, movimentos de membros
(cartas que chegam e cartas que saem);

 Extraordinária – são aquelas que se realizam conforme necessidades circunstanciais,


para tratar de algum assunto que, pela sua urgência, não pode esperar até a
assembléia seguinte.

Agenda da Assembléia

 Do anúncio – A igreja deve sempre anunciá-la, ou do púlpito, ou pelo boletim, ou por


outro meio;

 Da abertura:
 Contagem do quórum para registro em ata;
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 Declaração de que com “x” número de membros presentes, não havendo
impedimento, a assembléia se acha aberta.

 Do expediente:
 Leitura da ata anterior;
 Profissão de fé (dos que querem pedir o batismo);
 Recepção de novos (por carta de transferência de igrejas coirmãs, por
declaração ou aclamação quando de outras denominações, e por
reconciliação);
 Movimento de membros (cartas que entram e cartas que saem).

 Dos relatórios:
 Financeiros da igreja (tesouraria, exame de contas, e outros);
 Financeiros das organizações;
 Comissões eleitas para fins específicos.

 Das informações:
 Atividades evangelísticas das organizações;
 Atividades pastorais.

 Assuntos gerais ou específicos (se houver);

 Encerramento – Da mesma maneira que começou orando, pedindo a Deus para ajudar
na condução dos assuntos a serem tratados, deve-se terminar orando apresentando
tudo quando decidido, agradecendo pela oportunidade de serem partícipes da Sua
obra.

Condução dos trabalhos

a. O moderador deverá conhecer as regras parlamentares, a fim de conduzir com


sabedoria os trabalhos da assembléia;
b. Antes de submeter uma proposta à votação, deve-se anunciá-la com muita clareza,
para que os membros não fiquem confusos na hora de votar;
c. Quando se notar que algum assunto merece ser mais elaborado, esse deve ser
encaminhado a uma comissão;
d. Antes de se lançar algum assunto para apreciação do plenário, é recomendável fazê-lo
proceder de algumas considerações. Isto poupa tempo e evita problemas futuros.

A igreja e as regras parlamentares

Este tópico não se esgota em si mesmo. É apenas uma orientação que serve de norma
tradicional, que a experiência de cada igreja modificará ao seu gosto e a sabedoria coletiva
melhorará de acordo com os costumes mais sazonados e democráticos de praxe nacional.

Modelo de regulamento

a. A harmonia e prosperidade duma igreja dependem muito da exatidão e pontualidade


com que são dirigidos os seus cargos. Todas as suas reuniões para a transação devem
ser revestidas de ordem e dignidade, e conduzidas mais propriamente pelo espírito de

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culto, do que pelo negócio secular – aquela sabedoria que vem do alto deve ser
invocada ansiosamente e permitida a prevalecer sobre todos os conselhos humanos;
b. O pastor, em virtude de seu ofício, é moderador de todas as reuniões da igreja. Na sua
ausência ou a seu pedido, outro membro pode ser escolhido para preencher o lugar;
c. A igreja determinará o número que significará, para ela própria, o quórum;
d. Quando o assunto a ser tratado for de significa importância, é de bom alvitre e
necessário que a maioria dos membros se faça presente (metade + 1).

Ordem dos negócios

a. Participam da reunião somente os membros da igreja, podendo, se a igreja julgar


necessário, solicitar que os demais se retirem do ambiente;
b. A reunião será aberta com uma oração;
c. Se houver pessoas para serem aceitas como membros da igreja (por batismo, carta de
transferência ou aclamação/declaração), isso deve ser a primeira coisa a ser feita;
d. Depois será feita a leitura da ata da última reunião. Se houver algum erro ou omissão,
será corrigido e aprovado, por votação ou sem ela, ninguém objetando;
e. Cartas de recomendação e demissão serão concedidas, estando em inteira comunhão
os que desejam unir-se a outra igreja da mesma fé e ordem, lê-se “Cartas que Saem”;
f. Cartas de recepção de outra igreja da mesma fé e ordem serão notificadas à igreja;
g. Negócios incompletos, deixados na última reunião, serão despachados ou
considerados;
h. Os relatórios de todas as comissões, previamente nomeados, serão ouvidos, em sua
ordem;
i. Novos negócios, de qualquer espécie, serão apresentados. Qualquer membro pode
lembrar ou propor qualquer novo negócio; mas, se este for de natureza especial e
importante, o membro deve primeiramente consultar o pastor, diáconos ou outros
irmãos judiciosos a este respeito;
j. Os assuntos tratados na reunião da igreja são de particular interesse dela, não
devendo ser transmitidos aos de fora.

Regra de ordem

 Todo negócio deve se apresentado por uma moção (proposta). Esta deve ser feita por
um membro e apoiada por outro;
 Uma questão não pode ser discutida senão depois da moção, apoio e seu anúncio
distinto pelo moderador;
 Depois de a moção estar perante a igreja, o proponente não pode retirá-la, exceto por
consentimento da maioria;
 Uma moção deve incluir somente uma proposição. Se contiver mais de uma, deve ser
dividida, a pedido de qualquer membro, e as questões devem ser tratadas
separadamente;
 Uma moção perante a igreja deve ser posta em votação, se for retirada, posta sobre a
mesa ou deferida;
 Uma moção perdida não deve ser registrada nas atas, exceto quando a igreja assim o
deliberar;
 Uma moção perdida não será renovada na mesma reunião, senão sob circunstâncias
de necessidade peculiar;

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 Enquanto uma moção está em debate, nenhuma outra pode ser admitida, exceto uma
moção para emendar, substituir, entregar a uma comissão, adiar, pôr sobre a mesa,
para a prévia questão, ou para encerrar;
 Estas últimas mencionadas não podem ser interrompidas por qualquer outra, exceto
para emendar no sentido de especificar tempo, lugar ou propósito;
 Nem podem ser admitidas essas moções para interromper ou invalidar qualquer outra,
porém uma moção para encerrar está sempre em ordem (exceto enquanto alguma
pessoa tem a palavra).

Fala

 A fala deve ser dirigida ao moderador;


 Se duas pessoas levantam-se para falar ao mesmo tempo, dá-se ordinariamente a
preferência àquela que está mais longe do moderador;
 Ninguém deve ser interrompido enquanto está falando, exceto se ele estiver fora de
ordem, ou para pedir, ou dar explicações;
 Nenhuma linguagem áspera ou deselegante será pronunciada pelos relatores e
oradores ou permitida pelo moderador;
 Se qualquer membro usa linguagem imprópria, ou introduz assuntos impróprios ou
fora de ordem, o moderador, ou qualquer outro membro, o chamará à ordem, e ele
tomará seu assento, ou se conformará às regras;
 Um orador ou relator pode conceder a outros o privilégio de fazer perguntas ou dar
explicações; mas se ele cede a palavra a outro moderador, não terá direito a falar
outra vez, sem de novo pedir a palavra.
Emendas

 Podem ser feitas emendas às moções no sentido de entregar a matéria ao estudo de


uma comissão ou para emendar ou substituir palavras ou sentenças;
 As emendas poderão ser feitas, mas são raramente necessárias, e devem ser evitadas;
 A emenda será discutida e votada primeiro, e, depois, a resolução original, como
emendada;
 Nenhuma emenda será feita quando esta mudar essencialmente a natureza ou
desígnio da resolução original;

Comissões

 As comissões são nomeadas pelo moderador, a pedido da igreja, ou pela própria igreja,
e sua nomeação pode ser confirmada por votação, se a igreja quiser;
 Qualquer assunto, ou negócio, em debate poderá ser entregue a uma comissão, com
ou sem instruções; a comissão relatará o resultado de suas investigações à igreja, e
então a ação será tomada sobre seu relatório e suas recomendações;
 O relatório da comissão será aceito por votação, que simplesmente reconhecerá o
serviço da comissão e porá seu relatório perante a igreja para a sua ação. Depois,
qualquer proposição ou recomendação distinta, incluída no relatório, será tratada
separadamente, e poderá ser adotada ou rejeitada;
 Um relatório poderá ser entregue à comissão, com ou sem instruções, para uma mais
longa investigação do assunto, ou para que seja posto em alguma forma mais aceitável
à igreja.

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Votação

 Normalmente é feita pelo levantar de mão ou pela pronúncia das palavras “sim” ou
“não”. Sendo conduzida primeiro os favoráveis, depois os contrários;
 Depois de apurada o moderador anunciará que a moção é sustentada ou perdida;
 Se houver dúvida ou empate o moderador poderá pedir votos outra vez,
ordinariamente por levantar-se, e contará cada lado de novo;
 Os membros sob disciplina não devem votar, nem tomar parte ativa dos negócios da
igreja;
 O moderador tem o direito de dar o voto decisivo quando a reunião está igualmente
dividida (VOTODE MINERVA); mas este direito deve ser raramente usado;
 Nenhuma moção, discussão ou outro procedimento distraidor deve ser admitido
durante a votação.

Apelação

 O moderador anunciará todos os votos, e decidirá todas as questões de ordem em


debate, mas qualquer membro que não ficar satisfeito com sua decisão pode apelar à
igreja. Uma votação então será tomada para saber se eles “sustentam o moderador”.
A decisão final é da igreja.

Por sobre a mesa

 A ação imediata e decisiva, sobre qualquer questão, pode ser deferida por votação ou
pôr a resolução sobre a mesa.

Adiamento

 Um adiamento indefinido é considerado equivalente a uma demissão final da questão.


Mas uma questão poderá ser adiada para um tempo ou propósito especifico e, então,
resumida.

Questão prévia

 O debate poderá ser cortado por uma votação para tomar a questão prévia; o que
significa que a questão prévia original, ou principal sob discussão deve ser
imediatamente votada sem respeito às emendas e questões secundárias, e sem mais
debate.

Não discutível

 Moções para a questão prévia, para adiamento indefinido, submeter, pôr sobre a mesa
e encerrar a discussão não são mais discutíveis.

Reconsiderar

 Uma moção para reconsiderar outra previamente votada deve ser feita por uma
pessoa que votou em favor daquela moção, quando de sua votação. Se a igreja volta a
reconsiderar, então, a moção original, está perante ela, como da primeira vez, e pode
ser discutida, rescindida, ou reafirmada.
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Será discutida?

 Se quando uma questão é introduzida, um membro tem objeção à discussão dessa


como alheia, inútil ou contenciosa, o moderador deve, imediatamente, propor a
questão: Será esta questão discutida? E se votar-se pelo negativo, toda a discussão
será evitada.

Ordem do dia

 A igreja pode decidir tomar algum negócio particular num tempo especificado. Então
aquele negócio torna-se a ordem do dia para o tempo especificado, e há de ser tratado
quando chegar a hora, enquanto todo negócio pendente será adiado, em
consequência.

Pela Ordem

 Qualquer membro que suponha que um determinado orador esteja fora de ordem, ou
que a discussão esteja se procedendo impropriamente, poderá, em qualquer tempo,
levantar-se para um “pela ordem”. Ele deve, distintamente, relatar sua questão ou
objeção, o que será decidido pelo moderador.

Os privilégios

 Questões que se refiram aos direitos e privilégios da igreja e de seus membros são de
importância primária e, para o tempo, tomam precedência a qualquer outro negócio, e
são superiores a todas as moções, exceto à de encerramento.

Encerramento
 Uma moção simples para encerrar estará sempre em ordem, exceto quando uma
pessoa está falando, toma precedência de todas as moções e não é discutível;
 Se a igreja vota para encerrar a assembléia a uma hora especificada, não precisa de
votação quando chegar aquela hora. O moderador simplesmente anunciará que a
reunião está encerrada.

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Modelo de Ata

Ata nº ..... da assembleia regular da Igreja ....................................., situada à rua ............................,


nº ...., realizada no dia .... do mês ........ do ano ....... . Aberta às ....h, é iniciada a reunião, sob a
presidência do Pastor ................................., que convida o (a) irmão (ã) para orar a Deus em favor
dos trabalhos a serem tratados. Ordem do dia – O pastor apresenta a ordem do dia, pergunta se
há algum outro assunto de interesse da igreja que se deseja incluir na pauta dos trabalhos.
Expediente – Recepção de novos; apresentaram-se para dar profissão de fé os seguintes
candidatos: ........., ....... . Estes, depois de arguidos pelo pastor sobre sua fé em Cristo, foram
aceitos pela igreja, para serem batizados na primeira oportunidade; Leitura da Ata anterior, de nº
...., da sessão realizada no dia .... de ..... de ....., que foi aprovada como lida (se houver emendas as
cite em ordem); Admissão de novos, foram lidas duas cartas, uma da igreja .............., concedendo
a carta do(a) irmão(ã) .............., e da igreja ..................., concedendo a carta do(a) irmão(ã)
..................... ; Demissão, apresentou-se perante nossa igreja, pedindo sua carta demissória da
igreja ............., para esta igreja, o(a) irmão(ã) . O(a) irmão(ã) .............pediu sua carta desta igreja
para a igreja .................. . Por proposta e apoio, foram atendidos esses dois pedidos. Assuntos
gerais – O pastor expôs os seguintes assuntos: .................(ex. negócios incompletos, relatórios,
novos negócios, informativos, etc.). Encerramento – Na havendo mais nada a tratar, foi a sessão
encerrada às 21h, com a oração feita pelo(a) irmão(ã) ..................... . Eu, primeiro(a) secretário(a),
lavrei a presente ata, que vai ser por mim e pelo pastor assinada. Rio de Janeiro, ...... de ........ de
.......... . Primeiro(a) secretário(a) - ..........................................., Pastor - ........................................ .

Atenção: A ata tem que ser redigida sem deixar espaços em branco, com vista a não favorecer adição
de qualquer palavra ou até mesmo sentença. Isto evitará que a ata seja colocada em dúvida.

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