1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2.3 Definições........................................................................................... 10
6 SERVIÇOS ............................................................................................... 47
7 SUGESTÕES DE LEITURA...................................................................... 53
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 53
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2 INFERÊNCIAS INICIAIS
Fonte: www.eternit.com.br
A Ética é a ciência da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meia
ética e ambas, ética e verdade são a essência da consciência humana. Ninguém lhes
pode ser indiferente.
A omissão da consciência é tão dolorosa que o homem, quando não consegue
seguir seus ditamos, inventa simulacros de ética e de verdade. Cria caricaturas da
ética, sacrificando a verdade por meio de retóricas ideológicas, assim, prevalecem as
exteriorizações que nada mais são do que a relativização da ética, que corresponde
à elasticidade da consciência.
A ética e a verdade, por habitarem a consciência, vêm de dentro, têm a ver com
o ser: ou é ou não se é! (MATOS, 2008).
A ética é o fundamento da sociedade!
Não há possibilidade de vida social sem que haja observância de princípios
éticos.
A sociedade apoia-se em três conceitos, seus pilares éticos:
1. É essencial que ela seja justa – que haja oportunidade para todos;
2. É essencial que ela seja livre – que a vontade educada torne a liberdade
responsável;
3. É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem pessoal e o
bem comum.
Ética da simulação ou meia-ética são mentiras inteiras que não resistem à
verdade, no tempo, mas estão ai camufladas no meio social e nosso interesse é
justamente levá-los a refletir que o compromisso com a sociedade, o respeito à
dignidade humana passam necessariamente pela ética, onde quer que esteja o
profissional, na educação, nos serviços de saúde, na administração pública, no meio
empresarial, ele deve permear seu viver na ética.
Para que sejam cumpridas as funções básicas da sociedade, são
imprescindíveis desenvolverem-se, igualmente, três capacidades, eminentemente
éticas:
Liderança integrada – não basta que haja líderes, eles devem estar integrados
por verdades comuns;
2.2 Origens
Fonte: encrypted-tbn1.gstatic.com
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira
é a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda
também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter.
A primeira é a que serviu de base para a tradução latina Moral, enquanto que a
segunda é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra
Ética (GOLDIM, 2000).
Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom.
Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. É o ramo da filosofia que
busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade.
Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas,
tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a
ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento
humano.
Na filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida como
“costume”, do latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que não é
abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica.
Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados
antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, educação física e até
mesmo política, em suma, campos direta ou indiretamente ligados a maneiras de
viver.
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento
que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo
da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas
independentes. Deste modo, é comum que atualmente a ética seja definida como “a
área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades
humanas” e busca explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento
humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns.
Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana
e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga-se do ponto de vista do Bem e
do Mal.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa
frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a
lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a
cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas;
por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da
ética.
Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética
profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da
ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos
passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não
estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional.
Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela
sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do
direito de exercer a profissão.
A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano
chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa
e pretende a perfeição do ser humano.
Fonte: faculdadelasalle.edu.br
Ético (ethos): disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas,
seus motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo
que se considera o bem.
Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua
conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral (MARTINS, 2002).
Anti-ético: contra uma ética estabelecida ou contra a ideia (da ética) de
estabelecer o que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em
consideração. Muitas vezes, o antiético tem ideias éticas próprias.
Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética.
Para o Professor de Filosofia Alfredo de Oliveira Moraes (2000) o termo ética
provém de outro, mais especificamente de ethos, o qual por sua vez corresponde, em
nosso idioma, a uma transliteração dos dois vocábulos gregos, sejam: ethos com eta
inicial cuja raiz semântica remete ao significado de morada do homem, sendo o ethos
designativo da casa do homem, resumido na bela expressão – o homem habita sobre
a terra acolhendo-se ao recesso seguro do ethos.
Na visão do teólogo Leonardo Boff (2000) “O centro do ethos é o bem (Platão),
pois somente ele permite que alcancemos nosso fim, que consiste em sentirmo-nos
em casa. E nos sentirmos bem em casa (temos um ethos, realizamos o fim almejado)
quando criarmos mediações adequadas, como hábitos, certas normas e maneiras
constantes de agir. Por elas, habitamos o mundo, que pode ser a casa concreta, ou o
nosso nicho ecológico local, regional ou nossa casa maior, o planeta Terra”.
Ética é a ciência da moral (SILVA, 1999).
Fonte: www.amcconsult.com.br
Dalai Lama (2000), de maneira simples nos diz que ético “é aquele que não
prejudica a experiência ou a expectativa de felicidade de outras pessoas”.
Robert Henry Srour (2000) ensina que a moral vem a ser um conjunto de
valores e de regras de comportamento, um código de conduta que coletividades
adotam, quer sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosa ou
uma organização. Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo
sistemático, a moral correspondente às representações imaginárias que dizem aos
agentes sociais o que se espera deles, quais comportamentos são bem-vindos e quais
não. Em resumo, as pautas de ação ensinam o “o bem fazer” ou o “fazer virtuoso”, a
melhor maneira de agir coletivamente; qualificam o bem e o mal, o permitido e o
proibido, o certo e o errado, a virtude e o vício.
Para José Renato Nalini (1999) a ética é uma ciência, pois tem objeto próprio,
leis próprias e método próprio. O objeto da ética é a moral. A moral é dos aspectos do
comportamento humano. A expressão deriva da palavra romana mores, com o sentido
de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.
A ética e a moral não devem ser confundidas. Segundo os estudiosos do
assunto, a ética não cria a moral (MARTINS, 2002).
O Professor de ética Mário Alencastro (2000) assevera que toda moral supõe
determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os
estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência
histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em
vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as
condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza
e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio
que rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.
“Os problemas éticos, ao contrário dos prático-morais são caracterizados pela
sua generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma determinada
situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece
e aceita intimamente, pois o problema do que fazer numa dada situação é um
problema prático-moral e não teórico-ético. Mas, quando estamos diante de uma
situação, como, por exemplo, definir o conceito de Bem, já ultrapassamos os limites
dos problemas morais e estamos num problema geral de caráter teórico, no campo
de investigação da ética. Tanto assim, que diversas teorias éticas organizaram-se em
torno da definição do que é Bem. Muitos filósofos acreditaram que, uma vez entendido
o que é Bem, descobriríamos o que fazer diante das situações apresentadas pela vida.
As respostas encontradas não são unânimes e as definições de Bem variam muito de
um filósofo para outro. Para uns, Bem é o prazer, para outros é o útil e assim por
diante” (ALENCASTRO, 2000).
1 O fenômeno da felicidade
Fonte: www.webquestfacil.com.br
2 Escola de pensamento fundada em Atenas, por Aristipo de Cirene. Foi a partir do nome desta cidade que os
cirenaicos receberam sua denominação. É considerada pela tradição uma das chamadas escolas socráticas,
juntamente com os cínicos e os megáricos. Tais escolas recebem esta denominação por se configurar, cada uma
delas, como uma determinada interpretação dos ensinamentos de Sócrates, especialmente no que concerne à
correlação entre conhecimento e virtude.
que será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) e educado pelo
hábito no seu exercício.
Aristóteles faz uma distinção entre os saberes teóricos, poiéticos e práticos que
nos levam a entender melhor que tipo de saber constitui a ética.
Os saberes teóricos (do grego theorein: ver, contemplar) ocupam-se de
averiguar o que são as coisas, o que ocorre de fato no mundo e quais são as causas
objetivas dos acontecimentos. São saberes descritivos, mostram-nos o que existe, o
que é, o que acontece. As diferentes ciências da natureza (Física, Química, Biologia,
Astronomia, etc.) são saberes teóricos na medida em que o que buscam é,
simplesmente, mostrar-nos como é o mundo.
Aristóteles dizia que os saberes teóricos versam sobre “o que não pode ser de
outra maneira”, ou seja, o que é assim porque assim o encontramos no mundo, não
porque assim o dispôs a nossa vontade: o sol aquece, os animais respiram a água se
evapora, as plantas crescem... tudo isso é assim e não podemos mudá-lo a nosso bel-
prazer. Podemos tentar impedir que uma coisa concreta seja aquecida pelo sol,
utilizando para tanto quaisquer meios que tenhamos a nosso alcance, mas que o sol
aqueça ou não aqueça não depende de nossa vontade: pertence ao tipo de coisas
que “não podem ser de outra maneira”.
Em contrapartida, os saberes poiéticos e práticos versam, segundo
Aristóteles, sobre “o que pode ser de outra maneira”, ou seja, sobre o que podemos
controlar à vontade. Os saberes poiéticos (do grego poiein: fazer, fabricar, produzir)
são aqueles que nos servem de guia para a elaboração de algum produto, de alguma
obra, quer seja algum tipo de artefato útil (como construir uma roda ou tecer uma
manta) ou simplesmente um objeto belo (como uma escultura, uma pintura ou um
poema) (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009).
As técnicas e as artes são saberes desse tipo. O que hoje chamamos de
“tecnologias” são igualmente saberes que abarcam tanto a simples técnica - baseada
em conhecimentos teóricos - como a produção artística.
Os saberes poiéticos, diferentemente dos saberes teóricos, não descrevem o
que existe, mas procuram estabelecer normas, padrões e orientações sobre como se
deve agir para atingir o fim desejado (ou seja, uma roda ou uma manta bem feitas,
uma escultura, uma pintura ou um poema belos). Os saberes poiéticos são
normativos, porém não pretendem servir de referência para toda a nossa vida, mas
unicamente para a obtenção de certos resultados que supostamente buscamos.
Por sua vez, os saberes práticos (do grego práxis: atividade, tarefa, negócio),
que também são normativos, são aqueles que procuram orientar-nos sobre o que
devemos fazer para conduzir nossa vida de uma maneira boa e justa, como devemos
agir, qual decisão é a mais correta em cada caso concreto para que a própria vida
seja boa em seu conjunto. Tratam do que deve existir, do que deveria ser (embora
ainda não seja), do que seria bom que acontecesse (segundo alguma concepção do
bem humano). Tentam nos mostrar como agir bem, como nos conduzir
adequadamente no conjunto de nossa vida (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009).
Na classificação aristotélica, os saberes práticos eram agrupados sob o rótulo
“filosofia prática”, rótulo que abarcava não só a Ética (saber prático destinado a
orientar a tomada de decisões prudentes que nos levam a conseguir uma vida boa),
mas também a Economia (saber prático encarregado da boa administração dos bens
da casa e da cidade) e a Política (saber prático que tem por objeto o bom governo da
pólis).
Para Epicuro3 a felicidade consiste na busca do prazer, que ele definia como
um estado de tranquilidade e de libertação da superstição e do medo (ataraxia), assim
como a ausência de sofrimento (aponia). Para ele, a felicidade não é a busca
desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o prazer obtido pelo conhecimento,
amizade e uma vida simples. Por exemplo, ele argumentava que ao comermos,
obtemos prazer não pelo excesso ou pelo luxo culinário (que leva a um prazer fortuito,
seguido pela insatisfação), mas pela moderação, que torna o prazer um estado de
espírito constante, mesmo se nos alimentarmos simplesmente de pão e água.
3Um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas
se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.
Fonte: conceito.de
A ética aristotélica afirma que existe moral porque os seres humanos buscam
inevitavelmente a felicidade, a ventura, e para alcançar plenamente esse objetivo
necessitam das orientações morais.
Mas, além disso, ela nos proporciona critérios racionais para averiguar que tipo
de comportamentos, quais virtudes, em suma, que tipo de caráter moral é o adequado
para essa finalidade.
Desse modo, Aristóteles entende a vida moral como um modo de “auto-
realização” e por isso dizemos que a ética aristotélica pertence ao grupo de éticas
eudemonistas, porque assim se aprecia melhor a diferença em relação a outras éticas.
Para ele os valores seriam:
Inteligência (nous)
Ciência (episteme)
Sabedoria (Sofia)
Prudência (frónesis)
Discrição (gnome)
Perspicácia (euboulía)
3-Próprias do autodomínio:
Pudor (aidos)
Justiça (dikaiosine)
Amabilidade (filia)
Veracidade (aletheía)
Magnificência (megaloprepéia)
3. Nossa preferência por um valor e não por outro verifica-se porque nossa
intuição emocional capta os valores já hierarquizados. A vontade de realizar
um valor moral superior em vez de um inferior constitui o bem moral, e seu
contrário é o mal. Não existem, portanto, valores especificamente morais.
Esse modelo ético foi seguido e ampliado por pensadores como Nicolai
Hartmann, Hans Reiner, Dietrich Von Hildebrand e José Ortega y Gasset, que chamou
a intuição emocional de “estimativa” e incluiu os valores morais na hierarquia objetiva,
diferentemente de Scheler, como mostra o quadro abaixo.
4 Max Scheller (1874-1928) foi um filósofo fenomenologista, preocupado especialmente com a filosofia dos valores.
Exato – aproximado
Evidente – provável
Bom – mau
Bondoso – maldoso
Morais Justo – injusto
Escrupuloso – negligente
Leal – desleal
Bonito – feio
Gracioso – tosco
Estéticos
Elegante – deselegante
Harmonioso – desamôrnico
Santo ou sagrado – profano
Divino – demoníaco
Religiosos
Supremo – derivado
Milagroso – mecânico
Fonte: ORTEGA y GASSET (1993, p. 334)
Fonte: davidkaller.site.med.br
Fonte: saude.culturamix.com
Fonte: www.ncsdobrasil.com
Fonte: cartilhapacienterenal.cursoseconcursosnosite.com.br
Fonte: www.ibh.com.br
Fonte: files.estudantesdeadm.com
Assim, toda tristeza vira depressão, toda inquietação vira ansiedade e todo
mundo procura os serviços de Saúde atrás de respostas rápidas e deglutíeis, mesmo
que não funcionem. Ao lado desse fenômeno cultural da contemporaneidade, em
nossa realidade, o sucateamento dos serviços de saúde devido à má gestão da coisa
pública ou aos sempre insuficientes investimentos frente aos crescentes custos da
Medicina Biotecnológica, levou à pletora do acesso aos serviços e ao esgotamento
dos profissionais para atender. Filas intermináveis, pacientes mal atendidos por
profissionais mal remunerados e desvalorizados, e todo tipo de conflito passaram a
ser comuns nessa arena assim armada. Como dito anteriormente, a humanização
surgiu em resposta a esse enredo, na forma de ações localizadas, e foi se instituindo
até chegar, hoje, à forma de uma política pública na área da Saúde.
Não por acaso, a humanização une suas primeiras vozes nos hospitais,
fazendo coro a um movimento contrário à situação em que há aqueles que mandam
e decidem e outros que obedecem e não opinam sobre nada. Nesse sentido, a
humanização buscava nas ações humanizadoras a recuperação não só da saúde
física, mas principalmente do respeito, do direito, da generosidade, da expressão
subjetiva e dos desejos das pessoas. Humanização como política pública para a
atenção e gestão no SUS A humanização nasceu dentro do SUS.
Os princípios do SUS são totalmente de inspiração humanista: universalidade,
integralidade, equidade e participação social. Levados às últimas consequências
definem a humanização em qualquer concepção, em qualquer instância de atenção
ou gestão. Tal caráter faz do SUS, hoje, o principal sistema de inclusão social deste
país.
Enquanto na maioria dos hospitais privados a humanização foi tratada como
cosmética da atenção – recepcionistas jovens e bonitas, bem vestidas e maquiadas,
ambientes bem decorados que não devem nada aos hotéis de luxo, frigobar no quarto
e lojinha de conveniência –, nos hospitais públicos e movimentos sociais a
humanização escapa aos modelos comerciais e recupera dos ideais do SUS a prática
da cidadania. Quase vinte anos depois da sua criação, o SUS é o sistema idealizado
para os anseios de saúde do povo brasileiro, mas é também o sistema de saúde
público que apresenta as contradições e heterogeneidades que caracterizam a nossa
sociedade: serviços modernos, e de ponta tecnológica, ao lado de serviços
sucateados nos quais a cronificação do modo obsoleto de operar o serviço público, a
burocratização e os fenômenos que caracterizam situações de violência institucional
estão presentes.
No ano 2000, o Ministério da Saúde, sensível às manifestações setoriais e às
diversas iniciativas locais de humanização das práticas de saúde, criou o Programa
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). O PNHAH era um
programa que estimulava a disseminação das ideias da Humanização, os
diagnósticos situacionais e a promoção de ações humanizadoras de acordo com
realidades locais. Inovador e bem construído por um grupo de psicanalistas, o
programa tinha forte acento na transformação das relações interpessoais pelo
aprofundamento da compreensão dos fenômenos no campo das subjetividades. Em
2003, o Ministério da Saúde passou o PNHAH por uma revisão, e lançou a Política
Nacional de Humanização (PNH), que mudou o patamar de alcance da humanização
dos hospitais para toda a rede SUS e definiu uma política cujo foco passou a ser,
principalmente, os processos de gestão e de trabalho.
Como política, a PNH se apresenta como um conjunto de diretrizes transversais
que norteiam toda atividade institucional que envolva usuários ou profissionais da
Saúde, em qualquer instância de efetuação. Tais diretrizes apontam como caminho: -
A valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão
fortalecendo compromissos e responsabilidade; - O fortalecimento do trabalho em
equipe, estimulando a transdisciplinaridade e a grupalidade.
A utilização da informação, comunicação, educação permanente e dos espaços
da gestão na construção de autonomia e protagonismo; - A promoção do cuidado
(pessoal e institucional) ao cuidador. Nessa vertente, a humanização focaliza com
especial atenção os processos de trabalho e os modelos de gestão e planejamento,
interferindo no cerne da vida institucional, local onde de fato se engendram os vícios
e os abusos da violência institucional. O resultado esperado é a valorização das
pessoas em todas as práticas de atenção e gestão, a integração, o compromisso e a
responsabilidade de todos com o bem comum. Para sua implementação16, a PNH
atua nos eixos de institucionalização que operaram a mudança de cultura a que se
propõe. Tais eixos compreendem a inserção das diretrizes da humanização nos
planos estaduais e municipais dos vários governos, nos programas de Educação
Permanente, nos cursos profissionalizantes e instituições formadoras da área da
Saúde, na mídia, nas ações de atenção integral à Saúde, no estímulo à pesquisa
relacionada ao tema, vinculando-os ao repasse de recursos.
Várias ações e indicadores de validação e monitoramento foram desenvolvidos
pelo Ministério da Saúde para estimular e acompanhar os processos de humanização
não só nos hospitais, mas nos três níveis de atenção à Saúde no SUS. A estratégia
de criação e fortalecimento dos Grupos de Trabalho de Humanização nas instituições
(grupos formados por pessoas ligadas ao tema e aos gestores dos serviços de Saúde,
com o papel de implementar a PNH na sua unidade) merece considerações à parte e
ajustes, mesmo assim mostrou-se exitosa em vários locais, acumulando bons
exemplos de trabalho na área.
Entretanto, a humanização só se torna realidade em uma instituição quando
seus gestores fazem dela mais que retórica, um modelo de fazer gestão. Boas
intenções e programas limitados a ações circunstanciais não sustentam a
humanização como processo transformador. Os instrumentos que de fato asseguram
esse processo são: a informação, a educação permanente, a qualidade e a gestão
participativa.
Enfim, pensar a humanização como política significa menos o que fazer e mais
como fazer. Embora importantes, não são necessariamente as ações ditas
humanizadoras que determinam um caráter humanizado ao serviço como um todo,
mas a consideração aos princípios conceituais que definem a humanização como a
base para toda e qualquer atividade. Este é o grande desafio: criar uma nova cultura
de funcionamento institucional e de relacionamentos na qual, cotidianamente, se
façam presente os valores da humanização.
Fonte: www.oamigodopovo.com
Fonte: mdemulher.abril.com.br
Dessa forma, é importante assinalar que a ética não se preocupa apenas com
as coisas como são, mas como as coisas podem ser e, especialmente, como devem
ser (MARTIN, 2003), de modo particular a partir da identificação de conflitos presentes
nessas relações.
Em meio a tantos avanços tecnológicos e possibilidades de melhoria da
assistência hospitalar e de sua humanização, os recursos, todavia, parecem estar
mais associados a propostas de investimentos na estrutura física dos prédios, na alta
e moderna tecnologia e a outros processos que não, necessariamente, impliquem
mudanças na cultura organizacional em prol da humanização do trabalho e do cuidado
enquanto expressão da ética. Sem dúvida, tais medidas podem ser relevantes numa
instituição. Contudo, não podem descaracterizar a dimensão humana que necessita
estar na base de qualquer processo de intervenção na saúde, principalmente, no que
diz respeito à pretendida humanização de um hospital (BACKES, LUNARDI E
LUNARDI FILHO, 2006).
Humanização, como espaço ético, requer, então, o fomento de relações
profissionais saudáveis, de respeito pelo diferente, de investimento na formação
humana dos sujeitos que integram as instituições, além do reconhecimento dos limites
profissionais. Nesse processo, o profissional, possivelmente, terá condições de
compreender sua condição humana e sua condição de cuidador de outros seres
humanos, respeitando sua condição de sujeito, sua individualidade, privacidade,
história, sentimentos, direito de decidir quanto ao que deseja para si, para sua saúde
e seu corpo. O verdadeiro cuidado humano prima pela ética, enquanto elemento
impulsionador das ações e intervenções pessoais e profissionais, constituindo a base
do processo de humanização (BACKES, LUNARDI E LUNARDI FILHO, 2006).
Quando se define a humanização hospitalar como expressão da ética, a
filosofia da instituição necessita convergir para a construção de estratégias que
contribuam para a humanização do/no trabalho, mediante o estímulo à participação e
à comunicação efetiva, com qualidade em todas as suas dimensões: na relação da
administração com os trabalhadores, dos trabalhadores entre si e desses com os
pacientes.
Por consequência, faz-se necessário incentivar a horizontalidade nas relações,
pautada na liberdade de ser, pensar, falar, divergir, propor. É imprescindível
reconhecer, ainda, que o exercício da autonomia, ou seja, a relação sujeito-sujeito,
não é um valor absoluto, mas um valor que dignifica tanto a pessoa que cuida quanto
a que está sob cuidado profissional.
Fonte: acad-medic.s3.amazonaws.com
Fonte: www.pontorh.com.br
Segundo Pepe (2008), cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de
pensar a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há pessoas
mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que se interessam em aprender
constantemente, outras não, enfim as pessoas têm objetivos diferenciados e nesta
situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes estará em
conflito com a própria empresa.
Como observado por Bom Sucesso, o autoconhecimento e o conhecimento do
outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no
trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais
observadas, destacam-se: a falta de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar e
dificuldade em ouvir.
É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, portanto
também reage de forma única e individual a situações semelhantes.
Para Bom Sucesso (1997, p. 176) no cenário idealizado de pleno emprego,
mesmo de ótimas condições financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores
ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o
alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes,
esperançosos.
Nesse contexto e de acordo com os processos dinâmicos e interativos de gerir
pessoas (agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar) estabelecidos por
Chiavenato (2005), a promoção da socialização do funcionário ou colaborador
também agrega valor às inter-relações no ambiente de trabalho, ou seja, as empresas
precisam promover a socialização dos novos funcionários, o que pode acontecer
através de vários programas de integração, quer sejam do tipo formal ou informal;
individual ou coletivo; uniforme ou variável, dentre outros.
Um ambiente saudável, rico, tranquilo e ao mesmo tempo desafiador, que leve
o indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades favorece não
só as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos trabalhos e o
atendimento dos objetivos da administração quer seja ela pública ou privada.
Fonte: businesslifegroup.com
e) A formação permanente
Para envolver o pessoal é necessário formá-lo.
Estabelecer planos de formação.
Facilitar e fomentar sua educação.
Informação e reconhecimento.
Fonte: www.citricolalucato.com.br
Fonte: www.uni-vos.com
6 SERVIÇOS
Fonte: encrypted-tbn2.gstatic.com
Fonte: brin3.com.br
Fonte: trespoderesservicos.com.br
Fonte: encrypted-tbn2.gstatic.com
Fonte: medias.ciranda.me
7 SUGESTÕES DE LEITURA
8 BIBLIOGRAFIA
CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Tradução: Silvana Cobucci Leite. 2 ed.
São Paulo: Loyola, 2009.
GARRAFA, V.A. Dimensão da Ética em Saúde Pública. São Paulo (SP): FSP/USP;
1995.
LAMA, Dalai. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.