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Na VII Jornada de Direito Civil, realizada pelo Conselho da Justiça Federal em 2015, houve mudança de redação da
proposta original apenas para objetivar o reconhecimento jurídico do casamento entre pessoas do mesmo sexo e
aprovou-se enunciado segundo o qual é existente e válido o casamento entre pessoas do mesmo sexo (Enunciado
n. 601).
Princípios do casamento:
Sendo o casamento um negócio jurídico especial, ele detém de regras próprias de
constituição e princípios específicos que, a priori, não existem no campo contratual.
Princípio da monogamia: pode ser retirado do art. 1.521, inc. VI, do CC, uma vez
que não podem casar as pessoas casadas; o que constitui um impedimento
matrimonial a gerar a nulidade absoluta do casamento (art. 1.548, inc. II, do CC).
Princípio da liberdade de escolha, como exercício da autonomia privada: salvo os
impedimentos matrimoniais, há livre escolha da pessoa do outro cônjuge como
manifestação da liberdade individual, princípio esse retirado do art. 1.513 do CC.
Princípio da comunhão plena de vida, regido pela igualdade entre os cônjuges:
retirado do art. 1.511 do CC/2002, segundo o qual “o casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges”.
Características do casamento:
É ato eminentemente solene: é repleto de formalidades, que visam dar maior
segurança a tal ato (ex: processo de habilitação e publicação dos editais,
cerimônia e registro em livro próprio).
As normas que o regulamentam são de ordem pública: por isso, não podem ser
derrogadas por convenções particulares e é constituído de um conjunto de normas
imperativas, cujo objetivo consiste em dar à família uma organização social moral
compatível com as aspirações do Estado.
Estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres
dos cônjuges: assim o proclama o art. 1.511 do Código Civil. Implica
necessariamente união exclusiva, uma vez que o primeiro dever imposto a ambos
os cônjuges no art. 1.566 do mencionado diploma é o de fidelidade recíproca.
Representa união permanente: malgrado na atualidade predomine a
dissolubilidade, o CC proclama o divórcio como causa de término da sociedade
conjugal.
Exige diversidade de sexos: a Constituição Federal só admite casamento entre
homem e mulher, todavia, a partir do reconhecimento, pelo Supremo Tribunal
Federal, da união homoafetiva como entidade familiar, a jurisprudência,
especialmente a do Superior Tribunal de Justiça tem afastado o requisito da
diversidade de sexos, admitindo expressamente o casamento homoafetivo.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido no Brasil desde 2013, por meio da Resolução nº 175, do
Direito de
Conselho Nacional de Justiça, que determinou que é vedada às autoridades competentes Família
a recusa de habilitação,
celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento5º período
entre - 2021
pessoas de mesmo sexo.
Não comporta termo ou condição: constitui, assim, negócio jurídico puro e
simples.
Permite liberdade de escolha do nubente: trata-se de uma consequência natural
do seu caráter pessoal. Cabe exclusivamente aos consortes manifestar a sua
vontade, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais (CC, art. 1.542).
Conforme o enunciado n. 512 da V Jornada de Direito Civil, em 2011, “o artigo 1.517 do Código Civil, que exige
autorização dos pais ou responsáveis para casamento, enquanto não atingida a maioridade, não se aplica ao
emancipado.”.
Em havendo divergência entre os pais, a questão será levada ao juiz, que decidirá de acordo
com o caso concreto, sempre buscando a proteção integral do menor e da família (art. 1.517,
parágrafo único, do CC).
Havendo necessidade desse suprimento pelo juiz, o casamento será celebrado pelo regime da separação
obrigatória de bens (art. 1.641, III, CC).
Impedimentos matrimoniais:
O art. 1.521 do CC traz um rol taxativo de pessoas que não podem casar, em situações que
envolvem a ordem pública. Assim, não podem casar:
Impedimentos matrimoniais
Incapacidade para o casamento: é geral, impede que a pessoa se case com qualquer um que seja.
Impedimentos matrimoniais: atinge determinadas pessoas, em situações especificas.
Caso o oficial do registro ou qualquer juiz tenha conhecimento do impedimento,
deverá reconhecê-lo de ofício (ex officio). Caso o casamento seja celebrado, será ele
nulo de pleno direito, havendo nulidade absoluta (art. 1.548, inc. II, do CC).
Direito de Família
5º período - 2021