Porto, 2011
Escola Superior de Enfermagem do Porto
Curso de Licenciatura em Enfermagem
4º Ano – 1º Semestre – 3º Grupo de estágio
Estágio em Saúde Infantil e Juvenil – Hospital São João
Serviço de Cirurgia Pediátrica
Professora Orientadora:
Maria Teresa Loureiro da Nazaré Valente
RESUMO
SUMÁRIO
Folha
INTRODUÇÃO 6
CONCLUSÃO 24
BIBLIOGRAFIA 26
Parceria dos Cuidados de Enfermagem em Pediatria
INTRODUÇÃO
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Assim sendo, o objectivo major deste trabalho passa pela identificação das
implicações do modelo de parceria de cuidados em pediatria, para a equipa de
Enfermagem.
De forma a atingir o objectivo major foram definidos alguns objectivos mais
específicos, tais como: compreender a necessidade fulcral da participação dos pais nos
cuidados à criança; compreender a necessidade de uma amplificação do foco de
Enfermagem para a Família; compreender o conceito de parceria; analisar o Modelo de
Parceria de Cuidados de Anne Casey; reflectir sobre a aplicabilidade do Modelo de
Parceria.
O trabalho é composto por apenas um capítulo onde são analisadas as questões
relativas à prestação de cuidados em pediatria. Assim é feita uma breve introdução
sobre a permanência dos pais aquando da hospitalização da criança, seguida de uma
análise sobre a parceria de cuidados entre os pais e os profissionais de saúde.
Posteriormente é abordada a temática da parceria de cuidados e, ligada a esta, é
apresentado o Modelo de Parceria de Cuidados de Anne Casey. Por fim é feita uma
análise da aplicação na prática, do Modelo supracitado, e as implicações desde para a
equipa de enfermagem.
No sentido da aquisição da informação necessária para a elaboração deste
trabalho, a metodologia implementada incluiu a pesquisa bibliográfica e sitiográfica
sobre o tema em questão, num método de revisão bibliográfica, e será usada da maneira
mais clara e coerente possível, de forma a uma melhor aquisição de novos
conhecimento para a prática de Enfermagem e, para que o trabalho se torne
devidamente explícito.
A realização deste tipo de trabalhos evidencia a dificuldade de exercer
Enfermagem, que envolve uma pesquisa detalhada e um pensamento crítico na
construção de métodos de actuação tão importantes como aqueles que, bem
fundamentados, podem orientar para uma prática de excelência.
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desenvolvidas acções complementares que têm como fim último o máximo bem-estar da
criança.
Para trabalhar com a família é necessário que os enfermeiros desenvolvam
competências de comunicação, de ensino e de trabalho em grupo.
A participação dos pais nos cuidados à criança faz com que estes não sejam
apenas visitantes nem técnicos, mas sim parceiros/companheiros no cuidar, perspectiva
esta que permite um crescimento físico, emocional e social quer da criança quer da
própria família (Ferreira e Costa, 2004).
Os enfermeiros prestam cuidados à família para que a criança tenha as suas
necessidades satisfeitas, e assim os enfermeiros são responsáveis pelo ensino e
supervisão desses mesmos cuidados até que os pais se sintam competentes para os fazer
(Ferreira e Costa, 2004). Assim sendo, e segundo estes mesmos autores, a acção de
enfermagem é educação contínua, discussão e reflexão e comunicação permanente em
cada situação.
De acordo com Ferreira e Costa (2004), ao procurar envolver a família nos
cuidados quer familiares quer de enfermagem, os enfermeiros estão contribuir para a
emergência de sentimentos de segurança, autonomia e responsabilidade pelos cuidados
e bem-estar da criança, no momento e, posteriormente, em casa. Estes requisitos são
essenciais e imprescindíveis para garantir a continuidade domiciliária de cuidados
eficazes.
As intervenções de enfermagem devem assegurar que as famílias estão a receber
os cuidados dos serviços de saúde que necessitam para cuidar da sua criança doente.
Para que tal se verifique é essencial uma avaliação das necessidades da família, um
plano de intervenção, a implementação, ligação e coordenação de recursos,
monitorização e avaliação da intervenção (Teixeira, 2006).
Em conjunto com as famílias devem ser identificadas as rotinas diárias que
foram alteradas e, desta forma, o enfermeiro irá ajudar a família a reconhecer a sua
flexibilidade ou capacidade de organização, promovendo, assim, a saúde, uma vez que a
família descobre ou reconhece a sua resiliência e força (Teixeira, 2006).
Tendo como principio que uma doença num membro da família atinge toda a
unidade familiar, os enfermeiros podem ajudar a que a família se aperceba de que modo
cada membro é afectado pela situação e conversar sobre o modo como pode ser ajudado
(Teixeira, 2006). Ou seja, ao conhecer a família e a criança, os enfermeiros podem
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as necessidades da criança para que a mesma atinja o seu potencial máximo; auxiliar a
criança e a sua família, ajudando-os a cooperar; capacitar a família de conhecimentos e
habilidades para ajudar a criança e a família e não necessitar dos cuidados da equipa de
saúde; referenciar a criança e a família para outros técnicos quando for necessário.
O modelo de enfermagem de parceria de cuidados pode ser apresentado da
seguinte forma esquemática:
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proporcionando ensino e apoio contínuo, para que a participação nos cuidados seja
fundamentada em decisões informadas.
Embora reconheça que os cuidados de enfermagem são únicos, o modelo de
parceria preconiza que poderá haver necessidade de recorrer a outros profissionais, de
modo a obter a reabilitação e recuperação da saúde da criança, com envolvimento dos
pais (Monteiro, 2003). Assim, segundo o mesmo autor, o enfermeiro adquire um papel
importante no encaminhamento para outros profissionais capazes de responder às
necessidades que identificou numa perspectiva holística da criança.
De acordo com Casey (1993, cit. por Almeida, 2001), não existe qualquer limite
à participação dos pais nos cuidados, sendo que a definição dos limites surge da
conjugação da avaliação inicial com a negociação estabelecida entre pais e enfermeiros.
Contudo, não é o nível de prestação de cuidados que determina uma maior ou menor
parceria, mas sim o respeito e reconhecimento, por parte da equipa de enfermagem, do
estatuto dos pais munidos de conhecimento, de parceiros de equipa terapêutica.
Desta forma, o enfermeiro apresenta-se como o profissional que se encontra
mais próximo para agir como promotor do processo de envolvimento dos pais no
cuidado ao seu filho.
Hook (2006, cit. por Gomes, 2007), defende que podem ser descritos oito
atributos de parceria, sendo eles: partilha na tomada de decisão, relacionamento,
competência profissional, partilha de conhecimento, autonomia, comunicação,
participação e partilha de poder.
De acordo com Farrel (1992), um dos objectivos do modelo é permitir que a
criança e membros da família satisfaçam as necessidades de cuidados de saúde com
uma intervenção mínima dos profissionais dos cuidados de saúde. Para tal, é necessário
que os profissionais iniciem um processo de ensino em que partilhem conhecimentos,
ensinem as técnicas apropriadas aos membros da família, de modo a que estes possam
satisfazer eficazmente as necessidades da criança. Assim, este modelo tem como
objectivo estabelecer relações de igualdade entre os profissionais de prestação de
cuidados e os pais, no sentido de satisfazer as reais necessidades da criança.
Segundo Almeida (2001), a utilização do processo de enfermagem é decisivo
para a adopção do modelo de parceria, visto que ao analisar as áreas fulcrais sobre as
quais incide a apreciação inicial, o planeamento, a implementação e avaliação de
cuidados prestados conclui-se que através da aplicação do processo de enfermagem é
também aplicado o modelo de parceria proposto por Casey.
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CONCLUSÃO
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Urge, então, um cuidar mais focalizado não só na criança mas na família que a
constitui. O acompanhamento dos pais durante a hospitalização da criança é um factor
de estabilidade emocional para ambos e constitui uma ajuda preciosa para a
enfermagem, pela qualidade da informação que nos oferecem acerca do seu filho e pelo
objectivo comum de responderem às necessidades da criança, tendo necessariamente de
ser constituídos alvos da nossa atenção.
A realização deste trabalho teve uma dificuldade, principal, que se prende com a
questão do tempo que se mostrou escasso, dada a quantidade de afazeres decorrentes em
simultâneo, o que tornou difícil uma análise mais detalhada e pormenorizada do tema.
O desenvolvimento de todo este trabalho revelou-se um importante contributo
para uma melhor e maior aquisição de conhecimentos, extremamente relevantes à
prática de Enfermagem, criando uma outra sensibilidade e uma outra forma de ver e
analisar a situação, especialmente, num contexto que exige tanto do enfermeiro. A
hospitalização/doença exerce modificações quer na criança quer nos seus pais que com
ela partilham esta experiência, tornando-se um desafio ao cuidar, no sentido de estar
atento e responder adequada e prontamente às necessidades de pais e filhos em
simultâneo.
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BIBLIOGRAFIA
MONTEIRO, Maria Amélia José – Parceria de Cuidados: Experiência dos pais num
Hospital Pediátrico. [Em linha]. Porto: Universidade do Porto. Reitoria, 2003.
Dissertação de Mestrado em Ciências de Enfermagem apresentada ao Instituto de
Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto. [Consult. 13 Jan.
2011]. Disponível na Internet:<URL: http://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/10460/4/6017_TM_01_P.pdf>.
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