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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTARIA – A.F.

O
AJUSTES ORÇAMENTARIOS E CREDITOS ADICIONAIS II

4.2. Créditos Adicionais Especiais


São ajustes orçamentários destinados à despesas não previstas na Lei Orçamentária original. São
utilizados para solucionar despesas que se evidenciam necessárias durante o exercício, mas que não
foram originalmente previstas.

4.2.1. Finalidade
Fazer frente a novas despesas que por qualquer motivo não foram previstas na LOA.

4.2.2. Autorização para abertura


Necessária, ocorrendo na forma de lei específica.

4.2.3. Abertura
A abertura dos créditos especiais será por decreto executivo, incorporando-se ao orçamento
conservando a especificidade de sua dotação, sendo demonstrado separadamente.
Atenção!!!!
As últimas LDOs da União vêm dispensando a necessidade de decreto para abertura de crédito
suplementar e especial, ao determinar que ficam automaticamente abertos tais créditos com a sacão e
publicação da lei que os autorizar.
Serve de exemplo o § 7º do art. 53 da lei 12.919/13 (LDO 2014).
Art. 39. Os projetos de lei relativos a créditos suplementares e especiais serão encaminhados pelo
Poder Executivo ao Congresso Nacional, também em meio magnético, preferencialmente de forma
consolidada de acordo com as áreas temáticas definidas no art. 26 da Resolução no 1, de 2006-CN,
ajustadas a reformas administrativas supervenientes.
(...)
§ 10. Os créditos de que trata este artigo, aprovados pelo Congresso Nacional, serão considerados
automaticamente abertos com a sanção e publicação da respectiva lei.

4.2.4. Vigência
Como regra, durante o exercício financeiro em que for aberto, podendo se reaberto (prorrogado)
no exercício seguinte se cumprir cumulativamente duas condições:
1) Se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício (01 de setembro);
e

Fique atento!
O texto constitucional versa sobre “promulgação” e não sobre aprovação. Por esse motivo, mesmo
que um crédito especial tenha sido aprovado antes dos quatro últimos meses do término do exercício
financeiro, este poderá ser prorrogado, desde que o ato de autorização (lei) seja promulgado nos últimos
quatro meses, ou seja.

2) Existir saldo remanescente por ocasião do término do exercício.


Constituição Federal
Art. 167
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,

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caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.

Para a maioria da doutrina a prorrogação não é obrigatória, mas, se reaberto, incorporado ao


exercício financeiro subsequente sendo considerado receita extra orçamentária do orçamento do
exercício financeiro para o qual foi reaberto.
Fique atento, pois, segundo § 2º do art. 167 da Constituição Federal, os créditos especiais e
extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente, por esses
motivos, esses créditos, quando reabertos, são denominados plurienais ou plurianuais.

4.2.5. Indicação de fonte de recursos


Necessária. Ao se abrir um crédito adicional especial é necessário a indicação da fonte do
recurso que financiará aquela despesa, isso em função do princípio do equilíbrio orçamentário.

Questão comentada
(CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) A respeito da execução da receita e da despesa
orçamentárias, e dos créditos que alteram o orçamento e suas movimentações, julgue os item.
A abertura de crédito especial depende de prévia autorização legislativa. No âmbito da União, tais créditos
prescindem de decreto do Poder Executivo, pois eles são considerados autorizados e abertos pela própria
lei que os aprovar
Certo

4.3. Créditos Adicionais Extraordinários


4.3.1. Finalidade
São créditos adicionais destinados a atender, segundo a Constituição Federal, despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. Assim,
ocorrendo uma dessas situações, estará o chefe do Poder Executivo autorizado a abrir Crédito
Extraordinário para que se possa cobrir as despesas que surjam em razão de tais situações. Essa relação
prevista no texto constitucional é exemplificativa, importando mais a situação que torna a despesa
urgente e que tenha sido imprevisível.
Importante entender que, para justificar a abertura de créditos extraordinários, as condições
(imprevisibilidade e urgência) devem se cumular, pois, se for urgente, mas for previsível, deveria contar
na LOA. Da mesma forma, se a despesa for imprevisível, mas não for urgente, é possível esperar o próximo
exercício financeiro para então inserir a despesa na próxima LOA ou realizar a despesa por Crédito Especial.
Outra questão a ser considerada é a diferença entre as expressões “Imprevisíveis” e “imprevistas”.
A Constituição se refere a despesas IMPREVISÍVEIS, aquelas cuja previsão é impossível. Já a lei 4320/64
usa a expressão imprevista, aquelas que poderiam ser previstas, mas por algum fator não o foram. Fique
atento ao contexto da questão para que se possa identificar se a questão está certa ou errada.
Lei 4.320/64
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública.
Constituição Federal
Art. 167 ...
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(...)
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o
disposto no art. 62.

A título de exemplo seguem duas questões elaboradas pelo CESPE relacionadas aos conceitos
imprevistos e imprevisível.

4.3.2. Autorização para abertura


Não é necessária.
Realmente não há uma apreciação prévia por parte do Poder legislativo, a autorização por lei.
Porém, o ato que abrir o crédito orçamentário passará a posteriori pelo crivo do Poder Legislativo, ou com
a apreciação da medida provisória ou do decreto que abrir o crédito.

4.3.3. Abertura:
A abertura poderá ser dar de duas formas, dependendo do ente federativo:
1) União e entes federativos que tem a Medida Provisória em seu ordenamento Jurídico:
Segundo o § 3º do art. 167, no âmbito da União, a abertura dos créditos extraordinários será por medida
provisória. Não há previsão expressa na Constituição Federal sobre a abertura de créditos extraordinários
por parte dos outros entes federados, mas, segundo os maiores doutrinadores, nos entes federativos que
existe a Medida Provisória prevista em suas constituições estaduais (Estados) e leis orgânicas (municípios)
esta é a forma de abertura.
Constituição Federal
Art. 167
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o
disposto no art. 62.

Segundo Valdecir Pascoal , em caso de créditos extraordinários, por serem abertos por medida
provisória no caso da União, o rito a ser seguido é o de uma Medida Provisória qualquer, com apreciação
posterior das duas casas em separado, Câmara e Senado, e consecutivamente.

2) Entes federativos que não tem a Medida Provisória em seu ordenamento Jurídico::
No âmbito dos outros entes federados a abertura será por decreto que será levado imediatamente à
apreciação do Poder Legislativo.
A lei 4.320/67
Art. 44 - Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Fique atento para a forma como a questão pode cobrar esse assunto:
Se citar a Constituição é Medida Provisória;
Se citar a lei A lei 4.320/67 e decreto executivo.

(CESPE) Quando inexistir, na Constituição de um ente federado, previsão de medida provisória, os


créditos extraordinários deverão ser abertos por meio de decreto do Poder Executivo, que dele dará

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imediato conhecimento ao Poder Legislativo. No caso de haver, na Constituição desse ente federado,
previsão de medida provisória, tal operação será feita por esse instrumento legal.
Certo

4.3.4. Vigência:
Como regra, durante o exercício financeiro em que for aberto, podendo se reaberto (prorrogado)
no exercício seguinte se cumprir cumulativamente duas condições:
3) Se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício (01 de
setembro); e

Fique atento!
O texto constitucional versa sobre “promulgação” e não sobre aprovação. Por esse motivo, mesmo que
um crédito especial tenha sido aprovado antes dos quatro últimos meses do término do exercício
financeiro, este poderá ser prorrogado, desde que o ato de autorização (lei) seja promulgado nos
últimos quatro meses, ou seja.

4) Existir saldo remanescente por ocasião do término do exercício.


§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.

Para a maioria da doutrina a prorrogação não é obrigatória, mas, se reaberto, incorporado ao


exercício financeiro subsequente sendo considerado receita extra orçamentária do orçamento do
exercício financeiro para o qual foi reaberto.
Fique atento, pois, segundo § 2º do art. 167 da Constituição Federal, os créditos especiais e
extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.por esse
motivos, esses créditos, quando reabertos, são denominados plurienais ou plurianuais.

4.3.5. Indicação de fonte de recursos


Não é necessária.

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