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Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba

Relatório Final

Caracterização da Comunidade Fitoplanctônica da


Represa de Itupararanga – Votorantin, SP.
Período: Agosto de 2008 a Julho de 2009

Orientação: Prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos


Bolsista: Sarah Regina Vargas RA: 284963
8º semestre: Licenciatura Plena em Ciências Biológicas

Sorocaba, 2009.
1. RESUMO DO PLANO INICIAL

O plano inicial deste projeto foi determinar a densidade e a composição da


comunidade fitoplanctônica do reservatório de Itupararanga na região de Votorantim,
SP, em um ponto de amostragem no reservatório em quatro períodos, preparação do
material biológico, análise quantitativa e qualitativa do fitoplâncton, nutrientes e perfis
de variáveis físicas e químicas.

2. INTRODUÇÃO

Nos ecossistemas aquáticos há um conjunto de relações entre os organismos


neles presentes, que podem ser representados pelo fitoplâncton, zooplâncton, bactérias,
crustáceos, insetos, peixes, e outros vertebrados e a flora aquática.
O fitoplâncton é constituído por microalgas (protistas e bactérias fotossintéticas)
de água doce ou salgada e existente, na grande maioria, na superfície da água (Tortora
et. al., 2003) com poder limitado de locomoção; devido a isso, sua distribuição ocorre a
partir do movimento de turbulência da água (Wetzel, 1993). São seres unicelulares,
isolados ou coloniais, com enorme variedade de formas e reprodução sexual e assexual
(Tortora et al., 2003).
A maioria das algas apresenta densidade maior do que a água, isso faz com que
elas afundem no corpo de água, saindo da zona eufótica. A vantagem é o rompimento
do gradiente de concentração de nutrientes em torno delas, e como desvantagem, ficar
afastada da luminosidade, embora em águas turbulentas ocorra a movimentação das
algas. Mas, há alguns mecanismos para a melhoria da flutuabilidade do fitoplâncton,
variando entre as espécies, que pode ser pelo aumento da razão superfície-volume, a
produção de mucilagem, vacúolos de gás, acumulação de lipídios e regulação iônica
(Wetzel, 1993).
O fitoplâncton sintetiza matéria orgânica através da fotossíntese, são
fotoautotróficos; sendo então, o grande responsável por parte da produção primária
(Morgado et al., 2005), mas nem sempre está na base da cadeia alimentar. O principal
pigmento fotossintético encontrado em todas as algas é a clorofila a, mas existem

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diversos outros que também absorvem a energia luminosa, mas que não são encontrados
em todas as espécies (Wetzel, 1993).
Algumas algas são capazes de crescer normalmente no escuro, desde que lhes
sejam fornecidas substâncias químicas de alto teor energético e facilmente
metabolizáveis (quimiossíntese), como os carboidratos, ácidos graxos e acetatos, além
também das algas que são capazes de assimilar seu alimento sob forma líquida, através
da osmose, ou ainda sob forma de partículas pela fagocitose (Bicudo, 2005).
Os mais abundantes e diversos organismos do fitoplâncton são as algas das
classes das diatomáceas, euglenofitas, cianobactérias e clorofitas. São seres que
possuem diferentes modos de vida para a captura de nutrientes (Tortora et. al., 2003).
Wetzel (1993) retrata que algumas algas são mixotróficas, que assimilam dióxido de
carbono com compostos orgânicos em presença ou ausência de luz.
Devido a diferentes modos de vida, as algas respondem de modo distinto a luz, a
temperatura e o regime de nutrientes (Wetzel, 1993), podendo ocorrer numa enorme
variedade de ambientes situados praticamente em todas as longitudes, latitudes e
altitudes do globo (Bicudo, 2005). Dessa forma, os gêneros dominantes nos
agrupamentos de algas variam no espaço (verticalmente e horizontalmente) e também
sazonalmente, à medida que as condições físicas, químicas e biológicas da massa de
água se alteram (Wetzel, 1993), modificando a comunidade fitoplanctônica (Dos
Santos, 2003).
Contudo, há a coexistência de várias espécies de algas na água doce, apesar de
algumas dominarem na comunidade e outras serem raras. Para tanto, é necessário
considerar vários fatores ambientais para a análise das características do
desenvolvimento espacial e sazonal do fitoplâncton, além de cada alga ter suas
propriedades fisiológicas, e as alterações que podem ocorrer no ambiente e nos
organismos, por terem alto dinamismo (Wetzel, 1993).
A regulação do desenvolvimento e da sucessão das algas depende de vários
fatores, como a luz, a temperatura, a regulação da impulsão, a concentração dos
nutrientes inorgânicos e dos micronutrientes orgânicos, competição pelos recursos e
predação e parasitismo por outros indivíduos (Wetzel, 1993).
As espécies de algas possuem diferentes tolerâncias para esses fatores, que
quando combinados ao ótimo para determinada espécie, se sobre sai à outra, atingindo o
desenvolvimento e produtividade máximos. Mas é relativa a competição entre uma

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espécie e outra, já que as condições físicas e bióticas podem se alterar no ambiente e
modificar o desenvolvimento das espécies (Wetzel, op cit).
A comunidade fitoplanctônica pode ser alterada, por exemplo, com a
eutrofização de um corpo de água, que se caracteriza pela alta concentração de
nutrientes e produtividade, causada principalmente pelo homem a partir da poluição das
águas (Tundisi et. al., 2002). A eutrofização pode ocorrer através de despejos
domésticos e industriais, e despejo de detergentes, interferindo nas comunidades
biológicas (von Sperling, 1996) podendo causar a diminuição da diversidade biológica.
Além dos contribuintes urbanos e industriais, os nutrientes podem chegar até o
corpo de água por meio da erosão dos solos, por fertilizantes utilizados na agricultura ou
através da decomposição da matéria orgânica biodegradável do solo e da água (Braga et.
al., 2005), como também, através das chuvas, má utilização e ocupação do solo, redução
na mata nativa e a pecuária, acarretando no aumento de nutrientes que chegam as águas
(Ferreira, 2007) e por fim, interferindo nos ecossistemas aquáticos.
Entre as comunidades biológicas que são afetadas pelo grau de trofia o
fitoplâncton é um dos mais importantes, pois esta comunidade é a base da cadeia
alimentar aquática em muitos reservatórios (Calijuri et. al., 1999). Certas espécies são
capazes de florescer em águas poluídas com altas cargas orgânicas, desenvolvendo
importante função na autopurificação do corpo de água (Granado, 2004).
Com a ocorrência da eutrofização no ambiente e com temperatura favorável para
o seu crescimento, as algas podem se proliferar, processo chamado também de “bloom”,
deixando a água esverdeada e posteriormente acastanhada. Quando os nutrientes se
esgotam o plâncton começa a morrer e então, é remineralizado pelas bactérias a partir
do oxigênio contido na água; devido a isso, os animais presentes naquele local são
obrigados a deixá-lo ou até mesmo morrem pela falta de oxigênio ou pelo desequilíbrio
na cadeia alimentar (Spokes et. al., 2003).
Estudos da concentração fitoplanctônica, em diferentes profundidades, permitem
a verificação da existência de variações importantes no perfil vertical (Morgado, 2005),
como a distribuição da biomassa, que varia de acordo com as estações do ano (Wetzel,
1993). O reservatório de Itupararanga será o suporte para aprofundar esses estudos e
verificar a abundância desses organismos nas diferentes camadas do corpo de
água.Geralmente, reservatórios são ambientes continentais vistos como uma transição
entre sistemas lóticos, com maior velocidade de corrente, e lênticos, com menor
velocidade de corrente, além de serem considerados ecossistemas artificiais com

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variabilidade temporal e espacial e possuírem diversas funções para a sua utilização.
(Dantas et al., 2008), como navegação, abastecimento doméstico e industrial, irrigação,
aqüicultura, recreação e lazer, harmonia paisagística e geração de energia elétrica (Von
Sperling, 1996).
O reservatório de Itupararanga é de grande interesse ecológico por pertencer a
uma Área de Proteção Ambiental (APA Itupararanga) além do interesse econômico e
regional por ser um manancial de abastecimento de água atual e futuro para cidades da
região. Portanto, novas pesquisas no local são essenciais para contribuir no
entendimento da dinâmica deste reservatório.
Neste aspecto, o objetivo do projeto foi determinar a densidade e a composição
da comunidade fitoplanctônica do reservatório de Itupararanga na região de Votorantim,
SP e relaciona-la com a variação das condições ambientais.

3. METODOLOGIA

3.1. Caracterização da área de estudo

A área de drenagem do reservatório de Itupararanga abrange parcialmente os


municípios de Ibiúna, São Roque, Piedade, Mairinque, Votorantin, Alumínio, Cotia e
Vargem Grande Paulista, no interior de São Paulo. Há uma Área de Proteção Ambiental
(APA) que envolve esse reservatório, com o intuito de protegê-lo sem prejudicar o meio
ambiente. A represa é formada pelos rios Sorocabuçu, Sorocamirim e Una, que são os
formadores do Rio Sorocaba.
O reservatório está localizado no Planalto Cristalino na Serra de São Francisco,
com transição para a Depressão Periférica. A represa foi construída pela Light em 1911
e com funcionamento a partir de 1912, com 40 km de extensão, capacidade de
aproximadamente 355 milhões de litros de água, e 936 km² de área. A área de drenagem
possui 851 km², com vazão máxima de 39,12m³/s. A barragem está localizada no
município de Votorantin com uma queda bruta de 206 metros (França, 2007).
A água da represa é utilizada principalmente para o abastecimento, sendo que
abastece cerca de 63% dos habitantes da bacia do Rio Sorocaba, segundo o comitê de

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bacias hidrográficas; além de geração de energia elétrica, área de lazer, e pesca (França,
2007).
A bacia do reservatório de Itupararanga vem sofrendo degradação ambiental,
devido à irregularidade de ocupação no local por loteamentos e chácaras, que reduzem a
cobertura vegetal e aumenta a produção de efluentes domésticos, muitas vezes
despejado in natura no reservatório além de práticas agrícolas não sustentáveis com o
uso indevido de agrotóxicos e o uso excessivo de irrigação, o que acaba por
comprometer a água da represa de Itupararanga quali-quantitativamente.
Segundo a CETESB (2006), o Reservatório de Itupararanga oferece uma ótima
qualidade de água para o abastecimento público, embora esteja apresentando problemas
com o seu estado trófico, entre oligotrófico e mesotrófico, e necessite com urgência de
investigações e pesquisas, dada a importância desse manancial para a região e a Bacia
Hidrográfica do Sorocaba e Médio Tietê.

3.2. Coleta

Foram realizadas quatro campanhas de coletas no reservatório de Itupararanga,


primavera (novembro de 2008), verão, outono, e inverno, (respectivamente janeiro, abril
e julho de 2009), seguindo o ciclo hidrológico da região.
As amostras foram coletadas em um único ponto, próximos a barragem. As
profundidades de coleta foram definidas através da profundidade da zona eufótica
determinada pelo disco de Secchi, sendo quatro profundidades na zona eufótica e uma
na zona afótica.

3.2.1. Transparência da água e extensão da zona eufótica

A partir da profundidade de visualização do disco de Secchi é possível


determinar a transparência da água. O disco foi mergulhado na água, na sombra do
barco, até que não foi mais possível ser visto. A profundidade atingida é anotada para
que se possa calcular a zona eufótica.
A profundidade da zona eufótica é calculada pela profundidade de disco de
Secchi multiplicado por três. (Cole, 1975).

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3.3. Parâmetros biológicos

3.3.1. Análise Qualitativa do Fitoplâncton

O material coletado foi fixado por lugol acético e identificado a partir do


microscópio invertido Zeiss com a ajuda de chaves de identificação específicas para
cada grupo de organismos, no Laboratório de Microbiologia Ambiental da Universidade
Federal de São Carlos – campus Sorocaba e também no Laboratório de Biotoxicologia
de Águas Continentais e Efluentes da Escola de Engenharia de São Carlos.
Os organismos foram quantificados a partir do método proposto por Uthermohl
(1958), em câmaras de sedimentação de 2 ml. Foram considerados como indivíduos
organismos unicelulares, filamentos (de cianobactérias, clorofíceas e diatomáceas) e
colônias (de cianofíceas e diatomáceas). Foram estabelecidos 100 campos de contagem
da câmara para cada amostra.
Além da identificação da comunidade fitoplanctônica, foi determinada a
densidade, o índice de diversidade, a abundância relativa, o biovolume celular e a
concentração de clorofila a.

3.3.2. Densidade

A densidade dos organismos fitoplanctônicos foi calculada segundo critérios


descritos em APHA (1995).
C × At
D (org / mL) =
Af × F ×V
Onde:
D = densidade (organismo/mL)
C = número de organismos contados
At (mm²) = área total do fundo da câmara de sedimentação
Af (mm³) = área do campo de contagem
F = número de campos contados
V (mL) = volume da amostra sedimentada

3.3.3. Índice de Diversidade

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Para o cálculo da diversidade de espécie foi utilizado o índice de Shannon –
Weaver (Shannon e Weaver 1963):

H ' = − ∑ pi × log pi

Onde:
H’ = índice de Shannon – Weaver
pi = ni/N
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos

3.3.4. Abundância relativa

A abundância relativa dos organismos fitoplanctônicos pode ser calculada a


partir do número de indivíduos de cada espécie em relação ao número total de
indivíduos de cada amostra. A abundância das espécies foi classificada, de acordo com
McCllough e Jackson (1985) em: dominantes, para os que obtiverem de 50 a 100% de
abundância relativa; abundantes, para os que apresentam de 30 a 49%; comuns para os
que tiverem de 10 a 29%; ocasionais para aqueles com 1 a 9%; e raros, para os que
apresentarem menos de 1%.

3.3.5. Biovolume celular

O biovolume celular foi calculado para as espécies de abundância relativa


dominante, abundante e comum presentes nas amostras.
De cada táxon foi estipulado uma média de 15 organismos para a obtenção do
volume celular médio. Esse volume foi calculado a partir da semelhança da célula algal
às formas geométricas, como sugerido por Wetzel e Likens (1991), a partir da medida
do comprimento e do diâmetro da célula. Posteriormente foi realizada uma média entre
as medidas obtidas e o resultado foi multiplicado pelo fator de correção do microscópio
utilizado.

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Feito isto, foi calculado o volume das espécies determinadas para cada ponto, e o
resultado obtido foi multiplicado pelo valor da densidade da espécie de sua respectiva
amostra para a determinação do biovolume total.

VCmédio = ∑ Vi − n

3.3.6. Clorofila a

A determinação da clorofila a foi realizada através da metodologia da acetona a


frio descrita por ARAR (1997) segundo os critérios determinados em Dos Santos et. al.
(2003).

3.4. Variáveis abióticas

3.4.1. Nutrientes inorgânicos dissolvidos

Foram analisados o nutriente inorgânico nitrito, nitrato, fosfato e íon amônia. As


amostras de água do reservatório de Itupararanga usadas para a determinação da
concentração dos nutrientes foram filtradas com filtros de fibra de vidro GF/C Sartorius
de 0,45µm de porosidade e 47 mm de diâmetro.
As análises dos nutrientes foram realizadas no Laboratório de Biotoxicologia de
Águas Continentais e Efluentes da Escola de Engenharia de São Carlos.
O nitrito foi determinado pelo método colorimétrico (método 4500B) descrito
em APHA (1995), com leitura em espectrofotômetro Hach DR/4000 UV – 160A, no
comprimento de onde de 543 nm.
As concentrações do nitrato foram determinadas a partir do método 4500D,
descrito em APHA (1995), em espectrofotômetro Hach DR/4000 UV – 160A, no
comprimento de onde de 220 nm.
As amostras de fosfato foram analisadas, segundo descrito por APHA (1995),
pelo método colorimétrico do ácido ascórbico (4500B), com leitura a 880 nm, em
espectrofotômetro Hach DR/4000.
A determinação do íon amônia foi a partir do descrito em Koroleff (1976).

3.4.2. Nutrientes totais


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A concentração de nitrogênio total foi determinada através do método macro –
kjedahal, seguido de titulação colorimétrica (método 4500 B), descrito em APHA
(1995).
As amostras de fósforo total foram analisadas pelo método de digestão com
persulfato de potássio (item 5 do método 4500 B ), seguido pela determinação
colorimétrica (método do ácido ascórbico 4500 C), segundo APHA (1995), com leitura
a 880 nm em espectrofotômetro Hach DR/4000 V.

3.4.3. Perfis

Para os perfis de oxigênio dissolvido e temperatura foi utilizado em campo o


oxímetro Digimed em todas as profundidades determinadas. Para os perfis de
condutividade e pH foram utilizados, em laboratório, o MSTecnopon em todas as
amostras.

3.5. Análise de dados

Para determinar a ausência ou não de correlação entre todos os parâmetros


analisados no decorrer do trabalho, foi utilizada a ferramenta de estatística de correlação
de Pearson.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Parâmetros abióticos

Os parâmetros abióticos analisados nas amostras foram os perfis de temperatura


(ºC), oxigênio dissolvido (mg.L-1), pH e condutividade (µs.cm-1), nutriente dissolvido
nitrito (µg. L-1), nitrato (mg. L-1), nitrogênio amoniacal (µg. L-1), fosfato inorgânico (µg.
L-1) e fosfato total dissolvido (µg. L-1), e nutriente total nitrogênio (mg. L-1) e fósforo
(µg. L-1). Além destes foi determinada a zona eufótica (m) através do disco de Secchi,
como segue na tabela 4:

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A temperatura da água (tabela 1) no reservatório de Itupararanga variou, durante
os períodos amostrados, de 23,8 ºC, observado na segunda profundidade da coluna de
água no mês de novembro de 2009, a 18,6 ºC, a 2,5 metros da superfície em abril de
2009, indicando uma variação sazonal.
Quanto à variação espacial no perfil vertical, o mesmo não foi observado, pois a
temperatura não se apresentou com uma variação constante da camada mais superficial
até a mais profunda, de maior para menor temperatura respectivamente, não havendo
então uma estratificação térmica nos períodos amostrados no ponto de coleta,
apresentando-se uma água homogênea para esse parâmetro.
Em relação ao pH (tabela 1), o resultado variou de 7,81, em abril, a 6,47 em
janeiro de 2009, que segundo von Sperling (1996) é um pH ótimo para o
desenvolvimento da vida aquática. Não foi observada grande variação no pH do meio,
tanto sazonalmente quanto espacialmente, e se houvesse variação poderia afetar a flora
e a fauna do reservatório (Branco, 1986).
O contrário ocorreu com o oxigênio dissolvido (tabela 1), foi observada uma
concentração máxima de 13,6 mg.L-1 em abril e mínima de 4,6 mg.L-1 em janeiro,
ambas na segunda profundidade analisada. É possível dizer que houve uma diferença
sazonal entre os resultados comparados, embora não tenha tido uma diferença espacial.
As concentrações de oxigênio dissolvido são elevadas no ponto próximo a barragem, se
assemelhando a concentrações observadas em ambientes menos eutrofizados (Dos
Santos, 2003).
Estas maiores concentrações de oxigênio dissolvido podem estar relacionadas
com a mistura vertical observada neste ponto próximo a barragem. Durante todos os
períodos de amostragem o perfil de oxigênio foi sempre homogêneo.
Segundo von Sperling (1996) a saturação do oxigênio dissolvido é de 9,2 mg.L-1 a
uma temperatura de 20ºC, e valores acima desse valor é um indicativo da presença de
algas no local, devido à fotossíntese; e valores inferiores são indicativos da presença de
matéria orgânica, o que pode ocorrer a partir de despejos de esgoto, o que dificulta a
sobrevivência de peixes. Uma hipótese para o baixo valor de oxigênio dissolvido em
janeiro, na segunda coleta, é o aumento da carga orgânica no local, que consome,
através dos microrganismos compositores, o oxigênio dissolvido na água.
Quanto à condutividade (tabela 1), o valor máximo encontrado foi de 81,84
µs.cm-1 na superfície da água no mês de janeiro, e o mínimo de 65,79 µs.cm-1 na parte
mais profunda de coleta no mês de julho. Não foi observada estratificação e pequena

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variação sazonal. Comparado aos reservatórios de Salto Grande e Broa descritos por
Dos Santos (2003), no reservatório de Itupararanga é observada uma condutividade
intermediária entre o reservatório de Salto Grande, com 289 µs.cm-1, e o reservatório do
Lobo, com aproximadamente 8 µs.cm-1.

Tabela 1: Perfis de temperatura (ºC), pH, oxigênio dissolvido (mg.L-1) e


condutividade(µs.cm-1).

Perfil
Profundidade
Coleta
(m) Condutivida
Temperatura Ox. Dis.
pH de
-1 -1
(ºC) (mg.L ) (µs.cm )
1 23,1 7,48 7,3 78,39
2 23,8 6,87 6,7 78,14
1 3 23,1 7,65 7,7 78,2
4 23,7 7,12 7,2 77,82
5 23,7 7,28 7,3 78,05
1 22,1 6,91 5,5 81,84
2 21,7 6,63 4,6 81,75
2 3 21,7 6,61 4,9 81,16
4 21,8 6,54 4,8 81,71
5 22,4 6,47 4,7 80,82
1 21,4 7,81 12,5 77,41
2 19,9 7,78 13,6 78,31
3 3 18,6 7,72 11,5 77,78
4 20,4 7,57 8 78,35
5 20,7 7,51 8,3 78,21
1 19,5 7,67 8,82 71,54
2 19,5 7,71 8,78 74
4 3 19,7 7,69 8,7 71,1
4 19,6 7,69 8,77 73,05
5 19,7 7,61 8,2 65,79

O reservatório de Itupararanga teve como concentração máxima de nitrito (tabela


2) 0,55 µg.L-1 na segunda profundidade no mês de janeiro e mínimo de 0,04 µg.L-1 na
superfície da água no mês de julho, não foi observada estratificação, somente variação
sazonal, sendo que em julho foram observadas as menores concentrações.

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Uma hipótese para a diminuição da quantidade de nitrito na última coleta foi a
observação de ocorrência de chuva no período amostrado, o que pode ter diluído-o.
Segundo Wetzel (1993), em condições de oxigenação, que teve uma média de 8,65
mg.L-1 no mês de julho, as concentrações de nitrito são normalmente baixas, apesar de,
na água profunda, ter sido encontrado valores máximos significativos de até 10 µg.L-1
nas porções superiores do hipolimnion. A fonte do nitrito pode ser do despejo de
esgotos recente, já que as bactérias nitrificantes oxidam rapidamente esse composto na
água, como também da água da chuva devido ao ácido nítrico proveniente das descargas
elétricas (Branco, 1986).
Quanto ao nitrato (tabela 2) a concentração máxima observada foi de 350 µg.L-1
na superfície da água no mês de julho e o mínimo de 220 µg.L-1 nas três últimas
profundidades analisadas do mês de janeiro. Houve aumento nas concentrações
observadas nas duas últimas coletas, em abril e julho, com o aumento da quantidade de
nitrato para uma média de 320 µg.L-1.
Segundo Wetzel (1993), nas águas doces não poluídas as concentrações de nitrato
ocorrem desde níveis não detectáveis até perto de 10.000 µg.L-1. Além de que, no geral,
águas naturais contêm nitratos em solução e a presença de bactérias nitificantes que
transformam amônia em nitritos e nitratos (Branco, 1986).
Os valores de nitrogênio amoniacal (tabela 2) ocorreram em um máximo de 0,67
µg.L-1 na segunda profundidade da terceira coleta e no mínimo de 0,056 µg.L-1 na
última coleta. No mês de abril houve um aumento na concentração da amônia, que pode
ser explicado por um aumento da entrada de esgotos recente no reservatório (Branco,
1986), ou pelo aumento da atividade das bactérias heterotróficas, que tem como produto
final primário da decomposição da matéria orgânica a amônia, que é quantitativamente
mais importante do que a amônia proveniente da excreção dos animais aquáticos
(Wetzel, 1993). Outra hipótese para o aumento da quantidade de amônia no local é a
diminuição do processo de nitrificação, que converte amônia a nitrito.
Grande quantidade de amônia pode ser diretamente tóxica aos peixes (von
Sperling, 1996), e, segundo Wetzel (1993) a amônia na forma de NH4OH não
dissociada é o componente altamente tóxico, e não somente para os peixes.
Nas águas doces a distribuição da amônia varia muito regional e espacialmente
dentro dos lagos, pois sua concentração depende do nível de produtividade do lago e do
grau de poluição pela matéria orgânica, além de a concentração de amônia ser baixa nas

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águas bem oxigenadas (Wetzel, 1993), o que pode ser associado ao reservatório em
discussão por ter uma média de oxigenação de 7,9 mg.L-1.
A maior concentração de fosfato inorgânico (tabela 2) observado foi de 9,62 µg.L-
1
no mês de julho e a mínima foi abaixo do limite de detecção na segunda e quarta
profundidades no mês de janeiro. Não houve grande variação entre os resultados nas
coletas, exceto na última, na qual os valores aumentaram de uma média de 2,52 µg.L-1
para 7,77 µg.L-1.
Já em relação ao fosfato total dissolvido (tabela 2), o resultado máximo foi de 5,6
µg.L na quinta profundidade do mês de novembro, e mínimo de 0,58 µg.L-1 na quarta
-1

profundidade do mês de janeiro.


Segundo Dos Santos (2003), o fosfato inorgânico e o íon amônia podem estar
presentes na coluna d’água em função da mistura turbulenta, pois a distribuição desses
dois nutrientes não acompanha a distribuição longitudinal, e a presença máxima destes
ocorreu no reservatório do Lobo nos períodos em que a água se apresentava mais
misturada, o que pode ser um fator indicativo de que a água da represa de Itupararanga
se apresentou sem estratificação persistente na coluna de água nos períodos amostrados.

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Tabela 2: Nutrientes dissolvidos: nitrito (µg. L-1), nitrato (mg. L-1), nitrogênio
amoniacal (µg. L-1), fosfato inorgânico (µg. L-1) e fosfato total dissolvido (µg. L-1).

Nutriente dissolvido
Profundidade
Coleta
(m) NO2 NO3 NH3 PO4I PO4TD
-1
(µg.L ) (µg.L-1) (µg.L-1) (µg.L-1) (µg.L-1)
1 0,13 260 0,14 2,41 3,7
2 0,37 230 0,17 2,92 4,72
1 3 0,25 240 0,14 3,49 5,43
4 0,27 230 0,25 2,43 4,62
5 0,3 240 0,22 3,88 5,6
1 0,36 230 0,2 1,33 0,92
2 0,55 230 0,25 - 0,75
2 3 0,41 220 0,14 2,88 5,26
4 0,43 220 0,14 - 0,58
5 0,26 220 0,14 1,56 3,37
1 0,54 320 0,53 3,33 1,05
2 0,43 300 0,67 3,48 3,75
3 3 0,46 310 0,45 3,17 0,88
4 0,43 290 0,53 3,43 2,17
5 0,36 280 0,53 3,54 3,51
1 0,04 350 0,22 6,49 0,52
2 0,19 340 0,25 9,62 3,34
4 3 0,08 340 0,056 8,34 3,17
4 0,08 330 0,22 6,42 0,37
5 0,07 340 0,31 7,99 1,07

As maiores concentrações de nitrogênio total (tabela 3) foram observadas nas


regiões mais profundas amostradas na quarta coleta, com 196 µg.L-1, e com um mínimo
de 65 µg.L-1 na superfície da coleta da primavera e na quarta profundidade da coleta do
verão. Foi possível observar um aumento da concentração do nitrogênio nos meses de
abril e julho.
Quanto ao fósforo total (tabela 3), foi observado o valor máximo de 262,64 µg.L-1
na última profundidade no mês de julho, e um mínimo de 11,4 µg.L-1 na segunda
profundidade no mês de janeiro. Comparado ao nitrogênio, o mesmo ocorreu com o
fósforo, pois com esse parâmetro também foi observado a mistura da água, apesar de
nas duas últimas coletas a concentração ter aumentado.

15
Utilizando a classificação de Wetzel (1993) para grau de trofia de ambientes
aquáticos a maioria dos ecossistemas tropicais tem concentrações de fósforo maiores
que o previsto para ambientes eutróficos (variação 0.03 a 0.1 mg.L-1). Isto inclui
reservatórios como Itupararanga (0.088 mg.L-1) semelhante ao reservatório do Lobo
(0.042 mg. L-1) como descrito por Dos Santos (2003).
O aumento da concentração desses dois nutrientes nos meses de abril e julho pode
ser explicado pela influência do despejo de esgoto doméstico que ocorre no
reservatório. Além disso, as atividades agrícolas presentes na área da represa, com a
utilização de fertilizantes, pode ter contribuído para este aumento.
Segundo o Plano de Bacia Hidrográfica dos rios Sorocaba e Médio Tietê (IPT,
2006), o tratamento de esgoto na bacia do alto Sorocaba é incipiente sendo que a
maioria dos municípios dispõe esgoto não tratado nas águas da represa ou em seus
tributários. Além também da influência da deposição inadequada de resíduos sólidos
dos municípios que drenam para a Represa de Itupararanga.
Segundo Braga (2005) os nutrientes também podem chegar até as águas a partir
da erosão de solos ou pela decomposição natural da matéria orgânica. Segundo Wetzel
(1993), as concentrações máximas de nitrogênio são observadas no inverno, pois a
solubilidade deste composto aumenta em temperaturas mais baixas, o que também pode
ajudar a explicar o aumento da concentração do nitrogênio, principalmente na última
coleta.
O nitrogênio é fundamental à vida dos organismos por ser parte integrante das
moléculas de proteínas e do protoplasma; mas é um dos mais importantes fatores
limitantes à vida dos microrganismos de água doce, já que o aumento da sua
concentração aumenta a proliferação de microrganismos (Branco, 1986). Em
compensação, existem microrganismos que são capazes de fixar o nitrogênio, como é
caso de algumas bactérias heterotróficas, e cianobactérias através de heterocistos
(Wetzel, 1993).
O fósforo também é um importante componente para os organismos,
principalmente presente nas nucleoproteínas, além de fazer parte do metabolismo
respiratório e fotossintético, sendo então, outro fator limitante aos organismos aquáticos
e de grande importância no controle ecológico das algas (Branco, 1986).
Quando os nutrientes estão em excesso na água, que não é o caso do reservatório
de Itupararanga, exceto para a concentração de fósforo, pode acarretar em um aumento
na proliferação de alguns organismos, como as algas, sendo prejudicial a determinados

16
usos do recurso hídrico, além de comprometer a utilização de mananciais de água
potável (Braga, 2005).

Tabela 3: Nutrientes totais: nitrogênio (mg. L-1) e fósforo (µg. L-1)

Nutriente total
Profundidade
Coleta
(m) N P
-1
(µg.L ) (µg.L-1)
1 65 14,95
2 84 14,67
1 3 93 17,75
4 84 17,62
5 84 18,36
1 84 14,57
2 75 11,4
2 3 84 16,88
4 65 14,39
5 84 14,03
1 131 156,83
2 168 158,93
3 3 159 148,01
4 149 151,16
5 168 138,13
1 140 145,91
2 159 134,82
4 3 168 139,32
4 187 175,85
5 196 262,64

A zona eufótica foi muito semelhante nas segunda, terceira e quarta coleta, todas
realizadas no ano de 2009, com uma média de 5,2 m; diferente da coleta da primavera,
com uma diferença de 1,48 m aproximadamente da zona eufótica. Mas, o resultado
obtido nas quatro coletas, classifica o reservatório, segundo Wetzel (1993), em
mesotrófico, com uma média de 4,2 m e variação de 1,5 a 8,1 m de profundidade de
transparência do disco de Secchi.
A incidência da luz na água depende de diversos fatores, como o ângulo de
incidência da luz, que varia conforme a estação do ano e a latitude, a dispersão da luz e
a reflexão dela quando atinge a superfície. Já a dispersão da luz na água ocorre devido à

17
sua reflexão pelas moléculas de água, pelos solutos, e pelos materiais particulados
orgânicos e inorgânicos em suspensão (Wetzel, 1993).
Portanto, os solutos e os materiais particulados em excesso impedem que a luz
penetre na água com maior eficiência, o que pode ter ocorrido na primavera, que houve
menor zona eufótica comparado aos outros períodos.
De acordo com os parâmetros analisados, todos os fatores classificam o
reservatório de Itupararanga, no ponto e período amostrado, de ambiente em transição
do oligotrófico para o mesotrófico, exceto para as concentrações de fósforo e clorofila
a, que se caracteriza em eutrófico (Wetzel, 1993).

Tabela 4: Profundidades e zonas eufóticas estabelecidas nas coletas.


Profundidade Zona
Coleta (m) eufótica
(m)

0
0,5
1 1,5 3,72
3,75
5
0
0,5
2 2,5 5,25
5,25
6,5
0
0,5
3 2,5 5,25
5,25
6,5
0
0,1
4 0,5 5,1
2
7

18
4.2. Parâmetros Biológicos

Para todas as amostras foram determinadas as densidades (org.mL-1) e


abundâncias (%) das espécies fitoplanctônicas encontradas, como pode ser observado
nas tabelas 5, 6, 7 e 8.
Os resultados de biovolume (µm3) foram obtidos para as espécies
Cylindrospermopsis racisborskii, que foi entre dominante e abundante, e
Monoraphidium contortum, que foi comum, como pode ser observada na tabela 9.
Em cada amostra foi determinado o índice de diversidade e a quantidade de
clorofila a (µg.L-1), como segue na tabela 10.
Fazem parte da comunidade fitoplanctônica do reservatório de Itupararanga sete
espécies de Cianobactéria, doze de Chlorophyceae, nove de Bacillariophyceae, três de
Zygnemaphyceae, três de Euglenophyceae, duas de Cryptophyceae, duas de
Crysophyceae, uma de Chlamydophyceae, uma de Dynophyceae e uma espécie que não
foi identificada.
Nas amostragens da primavera (tabela 5) a Cylindrospermopsis raciborskii teve
maior densidade na sub-superfície, 8789 org.mL-1, com abundância de 49 %, e
densidade menor na quarta profundidade, com 5804 org.mL-1 e a menor abundância de
46 % na segunda profundidade. O Monoraphidium contortum apresentou-se em maior
densidade na segunda profundidade, com 2902 org.mL-1 e 19% de abundância quarta
profundidade, e menor, na terceira profundidade, com abundância de 14% e densidade
na quinta profundidade de 2101 org.mL-1.
No verão (tabela 6), a espécie mais abundante foi a Cylindrospermopsis
raciborskii, com densidade máxima na quarta profundidade, com 8983 org.mL-1 e
abundância de 54 %, e mínima de 7158 org.mL-1, e 47 % de abundância na segunda
profundidade. Já o Monoraphidium contortum obteve maior densidade na segunda
profundidade, 4477 org.mL-1, e 29 % de abundância, e menor de 3206 org.mL-1 na
última profundidade e 21 % de abundância.
No período de coleta do outono (tabela 7), a Cylindrospermopsis raciborskii
predominou com maior densidade na sub-superfície, com 4781 org.mL-1 e 36 % de
abundância, e com menor na quinta profundidade, com 4035 org.mL-1 e abundância de
27%. A abundância do Monoraphidium contortum foi semelhante no período do verão,
com a mesma densidade e abundância máxima também na segunda profundidade, e

19
menor densidade na sub-superfície, com 3013 org.mL-1 e 22% de menor abundância na
quarta profundidade.
Nas amostragens do inverno (tabela 8), a abundância máxima da
Cylindrospermopsis raciborskii ocorreu na terceira profundidade, com 6993 org.mL-1 e
abundância máxima de 57% na segunda profundidade. A densidade mínima foi na
segunda profundidade, 6440 org.mL-1, e 42% de abundância mínima na quarta
profundidade. Quanto ao Monoraphidium contortum, apresentou densidade e
abundância máxima na terceira profundidade, 6329 org.mL-1 e 39%, respectivamente, e
mínimo de 2515 org.mL-1 e 22% de abundância na segunda profundidade.
Em todas as amostras foi observado então, um domínio da Cylindrospermopsis
raciborskii, seguido da Monoraphidium contortum, e o restante das espécies são na
maioria raras.

20
Tabela 5: Densidade e Abundância das espécies do fitoplâncton na primavera de 2008.
1ª coleta
1ª Profundidade 2ª Profundidade 3ª Profundidade 4ª Profundidade 5ª Profundidade
Espécies Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund
-1 -1 -1 -1 -1
(org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%)
Cianobactérias
Anabaena circinalis 28 0% 111 1% 83 1% 111 1% 83 1%
Anabaena solitaria 28 0% 138 1% 166 1% 111 1% 138 1%
Aphanocapsa sp 193 1% 138 1% 111 1% 83 1% 83 1%
Cylindrospermopsis racisborki 8789 49% 7462 46% 7849 49% 5804 47% 7020 53%
Lyngbia 415 2% 221 1% 442 3% 193 2% 276 2%
Microcystis sp 83 0% 111 1% 28 0% 28 0% 28 0%
Sphaerocavum sp 802 4% 1050 7% 884 5% 580 5% 470 4%
Chlorophyceae
Actinastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Ankistrodesmus sp 415 2% 276 2% 553 3% 138 1% 774 6%
Clorela sp 166 1% 138 1% 111 1% 83 1% 55 0%
Coelastrum sp 28 0% 55 0% 83 1% 0 0% 0 0%
Dictyosphaerium pulchellum 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Gloeocystis 0 0% 0 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Monoraphidium contortum 2681 15% 2902 18% 2294 14% 2377 19% 2101 16%
Monoraphidium sp 359 2% 332 2% 304 2% 249 2% 193 1%
Pediastrum 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Quadrigula sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Scenedesmus sp 55 0% 28 0% 0 0% 0 0% 55 0%
Selenastrum sp 55 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Dynophyceae
Peridinium sp 138 1% 387 2% 387 2% 359 3% 138 1%
Zygnemaphyceae
Closterium sp 1133 6% 332 2% 580 4% 193 2% 332 2%
Mougeotia sp 138 1% 111 1% 83 1% 138 1% 55 0%
Staurastrum sp 0 0% 55 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata 83 0% 28 0% 166 1% 83 1% 55 0%

21
Aulacoseira sp 55 0% 28 0% 55 0% 0 0% 28 0%
Ciclotella sp 111 1% 193 1% 55 0% 55 0% 83 1%
Fragillaria sp 1133 6% 221 1% 525 3% 442 4% 221 2%
Navícula sp 1 138 1% 415 3% 221 1% 497 4% 221 2%
Navicula sp 2 83 0% 55 0% 83 1% 55 0% 55 0%
Navicula sp 3 55 0% 111 1% 28 0% 55 0% 0 0%
Synedra sp 193 1% 304 2% 221 1% 166 1% 304 2%
Euglenophyceae
Euglena sp 1 28 0% 83 1% 0 0% 0 0% 0 0%
Euglena sp 2 55 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Trachelomonas sp 83 0% 83 1% 55 0% 55 0% 55 0%
Cryptophyceae
Cryptomonas sp 28 0% 83 1% 55 0% 111 1% 83 1%
Rhodomonas sp 83 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Crysophyceae
Dinobryon sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Mallomonas sp 0 0% 28 0% 55 0% 55 0% 28 0%
Chlamydophyceae
Chlamydomonas 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Não identificada
Não identificada 1 359 2% 636 4% 663 4% 359 3% 359 3%
Total 17993 100% 16113 100% 16141 100% 12410 100% 13294 100%

Tabela 6: Densidade e Abundância das espécies no verão de 2009.


2ª coleta
1ª Profundidade 2ª Profundidade 3ª Profundidade 4ª Profundidade 5ª Profundidade
Espécies Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund
(org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%)
Cianobactérias
Anabaena circinalis 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Anabaena solitaria 28 0% 28 0% 55 0% 28 0% 28 0%
Aphanocapsa sp 138 1% 138 1% 83 1% 83 0% 193 1%

22
Cylindrospermopsis racisborki 7960 52% 7158 47% 7628 51% 8983 54% 8126 54%
Lyngbia 415 3% 304 2% 332 2% 719 4% 525 3%
Microcystis sp 83 1% 55 0% 28 0% 0 0% 0 0%
Sphaerocavum sp 138 1% 111 1% 111 1% 83 0% 138 1%
Chlorophyceae
Actinastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Ankistrodesmus sp 166 1% 221 1% 304 2% 249 1% 221 1%
Clorela sp 193 1% 138 1% 138 1% 221 1% 193 1%
Coelastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Dictyosphaerium pulchellum 0 0% 55 0% 83 1% 55 0% 83 1%
Gloeocystis 28 0% 28 0% 28 0% 0 0% 28 0%
Monoraphidium contortum 3372 22% 4477 29% 3897 26% 3538 21% 3206 21%
Monoraphidium sp 138 1% 304 2% 276 2% 442 3% 276 2%
Pediastrum 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Quadrigula sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Scenedesmus sp 28 0% 28 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Selenastrum sp 55 0% 28 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Dynophyceae
Peridinium sp 83 1% 83 1% 55 0% 83 0% 111 1%
Zygnemaphyceae
Closterium sp 83 1% 166 1% 83 1% 166 1% 111 1%
Mougeotia sp 55 0% 55 0% 55 0% 55 0% 0 0%
Staurastrum sp 55 0% 55 0% 28 0% 28 0% 0 0%
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata 28 0% 83 1% 28 0% 28 0% 0 0%
Aulacoseira sp 0 0% 28 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Ciclotella sp 221 1% 55 0% 83 1% 111 1% 111 1%
Fragillaria sp 580 4% 608 4% 608 4% 580 3% 580 4%
Navícula sp 1 55 0% 28 0% 55 0% 28 0% 28 0%
Navicula sp 2 221 1% 166 1% 221 1% 193 1% 166 1%
Navicula sp 3 83 1% 28 0% 0 0% 28 0% 55 0%
Synedra sp 138 1% 221 1% 193 1% 470 3% 304 2%
Euglenophyceae
Euglena sp 1 28 0% 55 0% 0 0% 83 0% 111 1%
Euglena sp 2 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

23
Trachelomonas sp 55 0% 55 0% 55 0% 28 0% 28 0%
Cryptophyceae
Cryptomonas sp 221 1% 221 1% 138 1% 166 1% 111 1%
Rhodomonas sp 525 3% 166 1% 83 1% 55 0% 83 1%
Crysophyceae
Dinobryon sp 28 0% 55 0% 111 1% 55 0% 55 0%
Mallomonas sp 28 0% 55 0% 138 1% 83 0% 55 0%
Chlamydophyceae
Chlamydomonas 0 0% 0 0% 0 0% 55 0% 0 0%
Não identificada
Não identificada 1 28 0% 111 1% 83 1% 55 0% 111 1%
Total 15256 100% 15367 100% 14980 100% 16777 100% 15035 100%

Tabela 7: Densidade e Abundância das espécies no outono de 2009.


3ª coleta
1ª Profundidade 2ª Profundidade 3ª Profundidade 4ª Profundidade 5ª Profundidade
Espécies Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund
(org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%) (org.mL-1) (%)
Cianobactérias
Anabaena circinalis 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Anabaena solitaria 28 0% 0 0% 28 0% 28 0% 0 0%
Aphanocapsa sp 221 2% 138 1% 387 3% 359 3% 276 2%
Cylindrospermopsis racisborki 4781 36% 4118 27% 3980 28% 4229 30% 4035 27%
Lyngbia 663 5% 912 6% 1133 8% 967 7% 912 6%
Microcystis sp 55 0% 111 1% 28 0% 83 1% 55 0%
Sphaerocavum sp 111 1% 138 1% 111 1% 138 1% 166 1%
Chlorophyceae
Actinastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Ankistrodesmus sp 940 7% 1962 13% 1603 11% 1741 12% 1907 13%
Clorela sp 276 2% 359 2% 221 2% 166 1% 193 1%
Coelastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Dictyosphaerium pulchellum 55 0% 28 0% 55 0% 55 0% 111 1%
Gloeocystis 28 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%

24
Monoraphidium contortum 3013 23% 4477 29% 3538 25% 3151 22% 3869 26%
Monoraphidium sp 663 5% 442 3% 580 4% 608 4% 387 3%
Pediastrum 0 0% 28 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Quadrigula sp 28 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Scenedesmus sp 28 0% 55 0% 55 0% 55 0% 55 0%
Selenastrum sp 0 0% 0 0% 55 0% 0 0% 0 0%
Dynophyceae
Peridinium sp 332 2% 221 1% 221 2% 221 2% 249 2%
Zygnemaphyceae
Closterium sp 111 1% 111 1% 138 1% 138 1% 111 1%
Mougeotia sp 55 0% 28 0% 0 0% 0 0% 55 0%
Staurastrum sp 0 0% 28 0% 28 0% 83 1% 28 0%
Bacillariophyceae
Aulacoseira granulata 83 1% 28 0% 83 1% 111 1% 111 1%
Aulacoseira sp 28 0% 55 0% 28 0% 0 0% 55 0%
Ciclotella sp 138 1% 193 1% 138 1% 111 1% 138 1%
Fragillaria sp 55 0% 83 1% 55 0% 83 1% 55 0%
Navícula sp 1 83 1% 55 0% 83 1% 55 0% 83 1%
Navicula sp 2 580 4% 719 5% 802 6% 663 5% 912 6%
Navicula sp 3 0 0% 28 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Synedra sp 276 2% 221 1% 138 1% 276 2% 193 1%
Euglenophyceae
Euglena sp 2 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Trachelomonas sp 55 0% 55 0% 28 0% 0 0% 55 0%
Cryptophyceae
Cryptomonas sp 166 1% 138 1% 276 2% 166 1% 193 1%
Rhodomonas sp 387 3% 497 3% 249 2% 193 1% 304 2%
Crysophyceae
Dinobryon sp 28 0% 83 1% 28 0% 55 0% 55 0%
Mallomonas sp 55 0% 55 0% 83 1% 111 1% 55 0%
Chlamydophyceae
Chlamydomonas 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Não identificada
Não identificada 1 55 0% 138 1% 28 0% 111 1% 55 0%
Total 13377 100% 15505 100% 14206 100% 14013 100% 14731 100%

25
Tabela 8: Densidade e Abundância das espécies no inverno de 2009.
4ª coleta
1ª Profundidade 2ª Profundidade 3ª Profundidade 4ª Profundidade 5ª Profundidade
Espécies Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund Dens. Abund
-1 -1 -1 -1 -1
(org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%) (org.mL ) (%)
Cianobactérias
Anabaena circinalis 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Anabaena solitaria 0 0% 28 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Aphanocapsa sp 111 1% 111 1% 83 1% 138 1% 111 1%
Cylindrospermopsis racisborki 6744 50% 6440 57% 6993 44% 6827 42% 6716 43%
Lyngbia 304 2% 166 1% 525 3% 415 3% 553 4%
Microcystis sp 28 0% 138 1% 28 0% 55 0% 111 1%
Sphaerocavum sp 28 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Chlorophyceae
Actinastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Ankistrodesmus sp 83 1% 138 1% 138 1% 221 1% 415 3%
Clorela sp 138 1% 111 1% 249 2% 221 1% 193 1%
Coelastrum sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Dictyosphaerium pulchellum 28 0% 0 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Gloeocystis 0 0% 0 0% 0 0% 28 0% 0 0%
Monoraphidium contortum 4533 34% 2515 22% 6329 39% 5721 36% 5555 35%
Monoraphidium sp 193 1% 166 1% 387 2% 580 4% 442 3%
Pediastrum 0 0% 0 0% 28 0% 28 0% 0 0%
Quadrigula sp 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Scenedesmus sp 28 0% 28 0% 55 0% 28 0% 0 0%
Selenastrum sp 111 1% 111 1% 83 1% 83 1% 28 0%
Dynophyceae
Peridinium sp 111 1% 83 1% 28 0% 276 2% 28 0%
Zygnemaphyceae
Closterium sp 83 1% 83 1% 111 1% 55 0% 28 0%
Mougeotia sp 28 0% 0 0% 28 0% 28 0% 0 0%
Staurastrum sp 0 0% 83 1% 0 0% 28 0% 0 0%
Bacillariophyceae

26
Aulacoseira granulata 83 1% 166 1% 83 1% 55 0% 166 1%
Aulacoseira sp 28 0% 55 0% 0 0% 28 0% 28 0%
Ciclotella sp 83 1% 55 0% 166 1% 138 1% 111 1%
Fragillaria sp 55 0% 55 0% 166 1% 138 1% 193 1%
Navícula sp 1 111 1% 55 0% 83 1% 55 0% 28 0%
Navicula sp 2 138 1% 166 1% 276 2% 193 1% 249 2%
Navicula sp 3 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Synedra sp 28 0% 28 0% 83 1% 28 0% 138 1%
Euglenophyceae
Euglena sp 1 28 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Euglena sp 2 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Trachelomonas sp 28 0% 138 1% 28 0% 0 0% 0 0%
Cryptophyceae
Cryptomonas sp 166 1% 193 2% 55 0% 276 2% 193 1%
Rhodomonas sp 83 1% 83 1% 28 0% 166 1% 111 1%
Crysophyceae
Dinobryon sp 28 0% 55 0% 0 0% 111 1% 28 0%
Mallomonas sp 55 0% 28 0% 28 0% 83 1% 55 0%
Chlamydophyceae
Chlamydomonas 0 0% 0 0% 0 0% 55 0% 221 1%
Não identificada
Não identificada 1 0 0% 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Total 13460 100% 11277 100% 16058 100% 16113 100% 15699 100%

27
A densidade da comunidade fitoplanctônica foi maior na superfície da primavera
(17.993 org.mL-1) e menor na segunda profundidade do inverno, com um valor de
11.277 org. mL-1. A média total da densidade da comunidade fitoplanctônica foi de
14.729 org. mL-1.
Cylindrospermopsis raciborskii foi a espécie mais abundante, com uma
dominância média de 45% da comunidade, variando de 57% na sub-superfície (0,1
metros) no inverno a 27% em duas profundidades (0,5 e 6,5 metros) no outono.
Monoraphidium contortum, foi comum com uma média de abundância de 23%,
chegando a um valor máximo de 39% na terceira profundidade no mês de julho, e
mínimo de 14% na terceira profundidade no mês de novembro. As espécies
consideradas com abundância relativa ocasional foram o Ankistrodesmus sp e a Lyngbya
sp, ambas com uma média de 4% de abundância. As demais espécies obtiveram uma
média de abundância entre 1% e 0%, que são consideradas espécies raras.
Cylindrospermopsis raciborskii é uma cianobactéria, que, segundo Bicudo (2005),
pode apresentar espécies de talo filamentoso e microscópico, e os tricomas isolados
podem se apresentar de forma reta, espiral, sigmóide e curva, sem a presença de bainha
mucilaginosa. As células são cilíndricas e os heterócitos são sempre terminais e
solitários, e separados do acineto, que por sua vez, são elípticos, oblongos ou cilíndricos
dependendo da espécie, e ocorrem de forma isolada. A reprodução ocorre a partir da
fragmentação do tricoma ou também pela germinação do acineto.
Segundo Saker et. al. (2003), a C. raciborskii tem se tornado cada vez mais
predominante nas águas doces do mundo, o que é preocupante na perspectiva de
qualidade da água, já que se trata de uma espécie hábil à produção da toxina
cilindrospermopsina, que tem ocasionado doenças em humanos e a mortalidade de
gados. Briand et. al. (2002) relata que a espécie é responsável por problemas de saúde
na Austrália, e nos humanos, as cianotoxinas podem afetar o sistema nervoso, o fígado,
a pela e ainda, inibir a síntese de proteínas (Ferreira, 2007).
O gênero Cylindrospermopsis é muito comum nas regiões tropicais, mas algumas
espécies podem ocorrer em regiões temperadas (Bicudo, 2005), como é o caso da C.
raciborskii, devido à sua alta eficácia na atividade fotossintética, à alta absorção do
carbono orgânico dissolvido, à alta eficácia de absorção e transformação do fósforo
inorgânico e à baixa exigência de luz, o que permitiu a invasão da espécie de águas
tropicais para as de clima temperado (Wu et. al., 2009).

28
Além desses fatores, Golterman et al. (1978) apud Chellappa et. al. (2008), atribui
o sucesso ecológico da C. raciborskii a capacidade de migração da espécie na coluna
d’água, alta capacidade de absorção de amônia, capacidade de fixação do nitrogênio
atmosférico e resistência a herbivoria. Como também, está correlacionada a temperatura
da água e a concentração de nitrogênio e fósforo (Figueiredo et. al., 2009).
Padisák (1997) apud Ferreira (2007) relata que a C. raciborskii possui grande
capacidade de adaptação a diferentes ambientes, tendo ocorrido desde reservatórios
oligotróficos em regiões subtropicais até em lagos hipereutróficos tropicais. Sendo
assim, vários fatores podem influenciar na dominância desta cianobactéria em
comunidades fitoplanctônicas, mas é difícil estabelecer quais são os mais importantes
que realmente influenciam na dominância da espécie (Figueiredo et. al., 2009).
Segundo a correlação de Pearson, utilizado neste trabalho como ferramenta
estatística, a comunidade fitoplanctônica total não se correlacionou com nenhum dos
parâmetros analisados. Em contrapartida, a correlação de Pearson utilizada entre a
densidade de C. raciborskii correlacionada com os demais fatores, mostrou que apenas a
temperatura da água teve uma influência significativa de r = 0,5 na densidade referida.
No que diz respeito à correlação inversamente proporcional significativa, os parâmetros
correspondentes foram a diversidade, r = -0,64, o pH com r = -0,58, o oxigênio
dissolvido com r = -0,74, o fósforo total, r = -0,61 e o nitrogênio total, com índice de r =
-0,64.
Figueiredo et. al. (2009) afirma que a correlação da temperatura da água com o
sucesso da espécie, em seu trabalho, na Lagoa Santa, no Brasil, não foi observada essa
correlação, como também não foi observada a influência do pH, do oxigênio dissolvido,
do fósforo e do nitrogênio, apesar de contribuírem com o sucesso do crescimento de
cianobactérias. Apesar disso, o autor afirma que a estabilidade do fitoplâncton na lagoa
estudada poderia ser devido à constante mistura vertical no corpo d’água. A dominância
da espécie na Lagoa Santa, então, é explicada a partir de uma possível habilidade
alelopática da espécie (Figueredo et. al. 2007).
Portanto a alelopatia e a homogeneidade da água no ponto analisado nos devidos
períodos amostrados é uma hipótese da dominância da C. raciborskii no reservatório de
Itupararanga, além da influência da temperatura, o que exige estudos mais aprofundados
para a confirmação.
Em compensação, Briand et. al. (2002) relata que em um pequeno lago da França
os principais parâmetros que influenciaram no abundante crescimento da espécie foram

29
a temperatura da água, o que se assemelha ao reservatório de Itupararanga, e do ar, e as
insolações. O segundo fator ambiental envolvido foi a concentração de nutrientes, pois a
deficiência de nitrogênio e a baixa concentração de fósforo no meio pode ser um fator
seletivo para o aparecimento da espécie. E em terceiro, a baixa transparência da água
durante os períodos de proliferação, que proporciona a C. raciborskii vantagens
indiretas de competitividade sobre outras cianobactérias.
Demais autores relataram a dominância de C. raciborskii em outras localidades e
os fatores que a influenciaram. Posselt et. al. (2009) afirma que a dominância da C.
raciborskii é devido à sua capacidade de absorção de fósforo inorgânico dissolvido, em
um reservatório subtropical. Já para Chellappa et. al. (2008), no reservatório de Cruzeta,
RN, Brasil, a predominância da espécie também se deve a um aumento de temperatura e
da transparência da água.
O aumento das concentrações de fósforo também pode ser uma hipótese para o
predomínio atual de Cylindrospermopsis raciborskii como espécie dominante. Diversos
trabalhos têm observado a forte relação entre concentrações de fósforo e o predomínio
de Cylindrospermopsis spp. Bouvy et. al. (2000) analisando a comunidade de 39
reservatórios no semi-árido do nordeste brasileiro, identificou a grande correlação entre
o estado trófico, quanto às concentrações de fósforo, principalmente, e o predomínio de
Cylindrospermopsis raciborskii.
Quanto ao biovolume (tabela 9), a Cylindrospermopsis raciborskii apresentou
valor máximo de 9.832.073,16 µm³.L-1 na quarta profundidade no mês de janeiro, e
mínimo de 4.019.879,60 µm³. L-1 na terceira profundidade do mês de abril. Já para o
Monoraphidium contortum o biovolume máximo ocorreu na quarta profundidade no
mês de julho, com 222.780,80 µm³. L-1, e mínimo de 65.593,22 µm³. L-1 na última
profundidade amostrada no mês de novembro.
Segundo Makulla e Sommer (1993), no lago Krummsee, na Alemanha, o
Monoraphidium contortum é típico e dominante, mas segundo estes autores, não houve
relação da proporção de N:P e o biovolume relativo desta espécie dominante. Outros
estudos realizados a partir do modelo Monod, não foram possíveis obter resultados
satisfatórios de uma relação da dependência da taxa de reprodução do M. contortum
com o nitrogênio como fator limitante (Sommer, 1989).
Um dos fatores que poderiam contribuir para o sucesso da espécie, segundo
Padisák et. al. (2006), é o excesso de salinidade para água doce, que delimita o número
de espécies fitoplanctônicas e contribui para o desenvolvimento das espécies tolerantes,

30
entre as tolerantes o Monoraphidium contortum é uma das espécies, que tem como
vantagem, além da tolerância à salinidade, efetiva captação de luz.
A partir da nova classificação funcional fitoplanctônica por códons, ainda em
discussão, o M. contortum se classifica no códon X1, assim como todas do gênero, que
se caracteriza por se uma alga de ambiente raso e de transição do eutrófico para o
hipereutrófico (Padisák et. al. 2008).
No entanto, são necessários estudos mais aprofundados da espécie para a
averiguação dos fatores que influenciam no seu sucesso no local e durante os períodos
amostrados, além de verificar se a abundância do M. contortum é persistente, como
necessário também para a C. raciborskii.
O biovolume de M. contortum (tabela 9) é correlacionado pelo nitrogênio total em
r = 0,64, fósforo total em r = 0,61 e com o nitrato com r = 0,59, o que pode estar
relacionado com o desenvolvimento da espécie e sua abundância comum.. A relação
inversa ocorre com os parâmetros de temperatura, r = -0,67, condutividade, r = -0,63 e
com o fosfato total dissolvido, com r = -0,52. Já o biovolume de C. raciborskii é
correlacionado pela temperatura com r = 0,52, que, segundo o que foi discutido, pode
estar influenciando no predomínio da espécie, e as relações inversamente proporcionais
ao seu biovolume são a diversidade, r = -0,60, o pH, r = -0,57, o oxigênio dissolvido, r =
-0,75, o nitrato, r = -0,52, o fósforo total, r = -0,66, o nitrogênio total, r = -0,67 e o
índice de diversidade, com r = -0,60.

31
Tabela 9: Biovolume das espécies mais abundantes
Biovolume
Biovolume (µm3.L-1)
Coleta Espécie
1ª Profundidade 2ª Profundidade 3ª Profundidade 4ª Profundidade 5ª Profundidade
Cylindrospermopsis racisborkii 9705516,92 7280897,26 8917484,37 6423402,88 7881003,00
1
Monoraphidium contortum 83700,82 87959,62 76527,84 71310,00 65593,22
Cylindrospermopsis racisborkii 9365099,20 8035928,70 8442060,16 9832073,16 8307128,54
2
Monoraphidium contortum 113501,52 152083,69 115662,96 107236,78 104002,64
Cylindrospermopsis racisborkii 4916732,59 4209790,22 4019879,60 4462821,41 4376764,50
3
Monoraphidium contortum 88521,94 146621,75 116930,90 95506,81 126709,75
Cylindrospermopsis racisborkii 6902551,44 6977611,20 7200062,73 7480616,98 6832455,44
4
Monoraphidium contortum 179008,17 86993,85 222780,80 213622,14 204035,15

32
O valor máximo do índice de diversidade (tabela 10) foi encontrado na quarta
profundidade na terceira coleta, com 0,991, e o valor mínimo foi de 0,646 na terceira
profundidade na quarta coleta. O índice de diversidade, segunda a correlação de
Pearson, não influencia diretamente de modo significativo a densidade total da
comunidade fitoplanctônica, como também não influencia nas densidades de C.
raciborskii e de M. contortum. Já a correlação de Pearson de diversidade com os demais
parâmetros demonstram que o nitrito influencia na diversidade com um índice de r =
0,61. E a correlação inversamente proporcional ocorre com os parâmetros de densidade
de C. raciborskii, com r = -0,64 e o seu biovolume, r = -0,60. Ou seja, quanto maior a
densidade de C. raciborskii menor é a diversidade da comunidade fitoplanctônica,
devido, provavelmente, à competição entre as espécies e a melhor adaptação da espécie
dominante.
A maior concentração de clorofila a (tabela 10) observada foi 153,45 µg. L-1 na
terceira profundidade no verão, e a menor, 18,14 µg. L-1, na quarta profundidade no mês
de novembro e também ocorreu na última profundidade amostrada no mês de abril.
Comparado a Dos Santos (2003), o reservatório em estudo apresentou valores
superiores aos encontrados no reservatório de Salto Grande e o do Lobo, que segundo
Wetzel (1993), superam as concentrações de ambientes eutróficos, no qual a
concentração de clorofila a deve variar entre 10 e 100 µg.L-1. A média em Itupararanga
foi de 43,79 µg.L-1, o que o classifica como eutrófico segundo Wetzel (1993).
A partir da correlação de Pearson, foi observado que a diversidade total da
comunidade fitoplanctônica, a densidade de C. raciborskii e a densidade de M.
contortum não são correlacionadas significativamente pela clorofila a. Já a correlação de
Pearson da clorofila a com os demais parâmetros, ela é correlacionada com a
condutividade da água por um índice de r = 0,53, e pelo nitrito com um valor quase
significativo de r = 0,46, e a correlação inversamente proporcional ocorre com os
parâmetros de pH, com r = -0,71 e o oxigênio dissolvido, r = -0,52.

33
Tabela 10: Índice de diversidade e Clorofila a
-1
Índice de Diversidade e Clorofila a µg.L
Clorofila a
Coleta Profundidade Índice de Diversidade µg.L-1
1 0,867 23,72
2 0,9 32,09
1 3 0,884 23,72
4 0,872 18,14
5 0,809 18,83
1 0,772 55,8
2 0,782 119,97
2 3 0,74 153,45
4 0,748 83,7
5 0,741 64,17
1 0,967 30,69
2 0,964 37,67
3 3 0,984 44,64
4 0,991 20,93
5 0,981 18,14
1 0,649 26,51
2 0,697 29,85
4 3 0,646 24,55
4 0,742 28,74
5 0,716 20,45

34
5. CONCLUSÕES

• De acordo com a análise dos resultados, a Represa de Itupararanga em


Votorantim – S.P., no ponto e durante os períodos amostrados, apresentou
concentrações de nutrientes que classificam o ambiente em oligo-mestrófico, exceto na
concentração de fósforo e clorofila a, que se enquadra em eutrófico.
• A estrutura da comunidade fitoplanctônica variou pouco na escala
sazonal (temporal) e na escala vertical (espacial). Esta pouca variação da comunidade
fitoplanctônica foi relacionada à concentração de nutrientes e a não observação de
estratificações térmicas persistentes em todos os períodos analisados.
• A espécie dominante no reservatório foi a Cylindrospermopsis
raciborskii e a comum o Monoraphidium contortum, em todos os períodos amostrados.
A predominância da primeira tem uma correlação significa com a temperatura.
• A presença e o predomínio de Cilindrospermopsis racisborkii são
preocupantes por ser uma espécie potencialmente tóxica, o que pode ser um grave
problema de saúde pública em um reservatório utilizado para abastecimento público.
• A continuação de pesquisas no local é indispensável, devido,
principalmente, a presença de cianobactérias no reservatório, como também pesquisas
que contribuam para a melhoria da qualidade da água do reservatório, e investigações
dos fatores que influenciam na abundância da Cylindrospermopsis raciborskii e do
Monoraphidium contortum, além de averiguar se a dominância destas espécies é
persiste no local estudado.

35
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

7.1. Eventos

O aluno participou durante o desenvolvimento da pesquisa no “I encontro sobre


pagamento por serviços ambientais: Produtores de água”, com carga horária de seis
horas no dia 05 de março de 2009, e no “Primeiro Simpósio sobre Ações Ambientais na
região de Sorocaba”, realizado no dia 05 de junho de 2009.

7.2. Estágio

O aluno participou no período de 14 a 18 de janeiro de 2008 de um estágio de 40


horas, com finalidade o estudo qualitativo e quantitativo do fitoplâncton, no Laboratório
de Biotoxicologia em Águas Continentais e Efluentes da Escola de Engenharia de São
Carlos/USP, o que contribui para a realização da pesquisa.

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7.3. Participação em Congressos

Com o atual projeto, o aluno terá a oportunidade de participar do XVII


Congresso de Iniciação Científica da UFSCar, do VI Congresso de Meio Ambiente da
AUGM e do I Encontro de Pesquisas da APA de Itupararanga.

8. AUTO-AVALIAÇÃO DA ALUNA

Considero que o objetivo do projeto foi alcançado com sucesso, além de ter
contribuído positivamente para minha formação acadêmica e ter me proporcionado
novas oportunidades de aprendizagem na área e futuras, com os novos projetos a serem
desenvolvidos na pós-graduação.

9. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR

A aluna desempenhou bem as atividades de pesquisa propostas. Teve iniciativa


na busca de metodologias e no aprendizado das atividades de campo e laboratório.
Mostrou responsabilidade no cumprimento dos prazos e tarefas. As únicas dificuldades
envolveram o processo de busca e leitura de textos de papers e fontes bibliográficas,
principalmente em língua estrangeira, e a escrita de textos técnicos. Estas dificuldades,
porém já estão sendo sanadas e houve grande melhoria no decorrer da iniciação
científica e com certeza serão completamente sobrepujadas na futura carreira acadêmica
da aluna.

10. DESTINO DO ALUNO

A aluna está se formando no final de 2009 e deverá tentar o ingresso em cursos


de pós-graduação (PPG em Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São
Carlos – USP e no PPG em Diversidade Biológica e Conservação – UFSCar –
Sorocaba) para fazer mestrado na área de limnologia e possivelmente continuar os
estudos sobre a comunidade fitoplanctônica do reservatório de Itupararanga. Até o final
do ano os resultados obtidos deverão ser publicados em revista nacional indexada.

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