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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA (UNIPÊ)


PRÓ-REITORIA ACADÊMICA (PROAC)
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ESTRUTURAS DE CONCRETO II
TURMA: G PERÍODO: 9º

MARQUISE E VIGA BALCÃO: Estudo de estrutura de concreto armado pelo Método dos
Elementos Finitos utilizando o programa Eberick

Discentes: Eduardo Nóbrega Gonçalves de Souza


Edgley Jeferson Mariz Pereira
Shymene Ferreira do Nascimento
Vicente Claudino de Pontes Neto
Wellyda Ketlheen Santos Oliveira

Docente: Valkisfran Lira de Brito

JOÃO PESSOA-PB
2019.2
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................03
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................03
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................04
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................04
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS...........................................................................................05
3.1 MARQUISE....................................................................................................................... 05
3.2 VIGA BALCÃO ................................................................................................................ 09
4 ESTUDO DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO PELO MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS UTILIZANDO O PROGRAMA EBERICK.............................11
4.1 CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA.........................................................................11
4.2 PARÂMETROS UTILIZADOS..........................................................................................12
4.2.1 Requisitos de qualidade da estrutura............................................................................12
4.2.2 Pilares..............................................................................................................................13
4.2.3 Vigas ................................................................................................................................13
4.2.4 Lajes.................................................................................................................................13
4.3 RESULTADOS OBTIDOS.................................................................................................13
4.3.1 Marquise.........................................................................................................................14
4.3.2 Viga balcão......................................................................................................................14
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................................20
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1 INTRODUÇÃO

Com a evolução tecnológica do dimensionamento de estruturas de concreto armado,


tornou-se possível a construção de grandes edifícios, com estruturas complexas, seja por
motivos estéticos ou por apresentarem uma opção mais viável. É o caso de elementos estruturais
como uma marquise, um tipo de laje em balanço, e a viga balcão, que possui traçado curvo.
Segundo Rocha (1987) marquises são estruturas em balanço formadas por vigas e lajes
ou por apenas uma laje. Podem receber carga de pessoas, placas de anúncios comerciais, de
impermeabilização, equipamentos de ar-condicionado, entre outros.
Para Nilson (2008) a viga balcão trata-se de uma “viga de eixo curvo ou poligonal,
com carregamento não pertencente ao plano formado por ela”.
Atualmente, devido a essa complexidade e ao desenvolvimento do método dos
elementos finitos aliado com a não linearidade de estruturas, cada vez mais são utilizados
programas computacionais para realizar o dimensionamento e analisar os esforços de estruturas,
pois eles possibilitam uma análise mais complexa e próxima da realidade.
Neste contexto, este trabalho tem por objetivo estudar uma estrutura de concreto
armado que possui um pavimento com uma marquise apoiada em uma viga balcão utilizando o
software Eberick. Os parâmetros usados para o dimensionamento dos elementos foram
retirados da NBR 6118 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014),
atendendo a critérios de segurança específicos para cada tipo de solicitação, sendo possível
analisar o Estado Limite Último (ELU) e o Estado Limite de Serviço (ELS) de solicitação,
considerando forças normais e cortantes, momentos fletores e momentos de torção dos
elementos.
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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Estudar uma estrutura de concreto armado que possui um pavimento com uma
marquise apoiada em uma viga balcão utilizando o software Eberick.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


• Definir o modelo estrutural a ser estudado;
• Apresentar os parâmetros normativos que se aplicam a estrutura;
• Analisar os esforços de solicitação da estrutura através do software Eberick.
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3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

3.1 MARQUISE
A partir dos anos 90, começou a surgir no Brasil o cimento Portland, com isso o
dimensionamento de estruturas de concreto armado foram evoluindo, tornando possível a
construção de grandes edifícios, com isso as grandes cidades começaram a entrar em um
processo de verticalização de suas estruturas. Com está mudança, ouve uma preocupação com
o risco de acidentes com os pedestres devido a possíveis quedas de objetos em grandes alturas.
Com essa preocupação, foi obrigatório em construções elevadas a utilização de marquises
visando a proteção dos pedestres.
Segundo Rocha (1987) marquises são estruturas em balanço formadas por vigas e lajes
ou por apenas uma laje. Podem receber carga de pessoas, placas de anúncios comerciais, de
impermeabilização, equipamentos de ar-condicionado, entre outros.
As estruturas de marquises a ser dimensionada dependem principalmente do balanço
a ser vencido e da carga que será aplicada na estrutura. Se tratando das estruturas já existentes
nas construções a mais comum são as estruturas formadas por laje simples em balanço. As
marquises mais complexas formadas pelo conjunto de viga-laje são pouca praticada no mercado
de construções pequenas.
Por se tratar de um elemento que muitas vezes avançam nas calçadas, a segurança da
estrutura é de extrema importância. Por ser um elemento que está em contado com a estrutura
apenas pelo engasgamento, esse fato torna a estrutura com o potencial de risco maior, com isso
tendo a necessidade de um cuidado maior na fase de projeto e execução.
Existem algumas particularidades na hora de realizar o dimensionamento de uma
marquise, que de certa forma torna-se diferente em relação a outras estruturas de concreto mais
convencionais. A marquise formada apenas por laje são elementos onde os esforços solicitantes
devido ao carregamento predominam na parte superior da laje, com isso ocasionando momentos
negativos.
Segundo PUCPR (2008), as estruturas e marquises por serem, em sua maioria,
estruturas isostáticas construídas em concreto armado, são submetidas a esforços de flexão,
junto ao apoio na parte superior.
As marquises de concreto armado também estão sujeitas a deformações e fissuração
como qualquer outro tipo de estruturas de concreto, a diferença é que a maioria dessas estrutural
as fibras tracionadas estão na parte inferior da peça estrutural, já nas marquises a situação se
inverte, as fibras tracionadas encontram-se na parte superior da estrutura, com isso as fissuras
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tendem a ocorrer geralmente na região superior, no engastamento, seja em laje ou em console,


e devido à falta de manutenção ou sobrecarga indevidas, as mesmas terminam por vir a sofrer
uma ruptura brusca.
Como já foi dito, o elemento estrutural da ligação da marquise com o resto da estrutura
possui uma zona tracionada na parte superior da estrutura, com isso o aço que será utilizado
como principal elemento de sustentação da estrutura termina sendo posicionado na parte
superior, esse posicionamento tende a trazer uma série de problemas futuros na estrutura devido
a ter uma facilidade maior de contado com alguns agente agressivos a estrutura, como: água da
chuva; variação de temperatura; agentes químicos presentes a atmosfera; entre outros,
juntamente com a falta de manutenção. Tais fatos resultaram em aparecimentos de diversas
patologias, dentre elas, a corrosão das armaduras, com isso resultará na diminuição da vida útil
da estrutura.
A construção de marquise pode ser entendida basicamente por duas formas
construtivas distintas que serão expressadas abaixo.

• Marquise com laje simples em balanço


São indicadas para pequenos balanços, em média até 1,8m. Um dos principais
problemas nesse tipo de estrutura é verificar a fecha na extremidade do balanço, já que o
dimensionamento é simples. A figura 1 mostra a laje em balanço engastada na laje interna, o
esquema estático é de uma barra engastada uma extremidade e livre na outra, a armadura
principal é negativa (calculada como uma viga) e transversal. Em alguns casos podem ser
dispensadas a utilização de armadura positiva.
Figura 01 - Laje em balanço com estrutura constante engastada na laje interna

Fonte: UNESP, (2006).

Quando a laje interna é armada em duas direções, o problema não é tão simples. A laje
da marquise é calculada com uma viga em balanço e assim dimensionada. A laje interna em
cruz deve ser calculada para a carga uniformemente distribuída combinada com um momento
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fletor (o que solicita a laje da marquise) aplicado de forma uniforme ao longo da borda de
ligação com a laje da marquise. (ROCHA, 1987).
Para balanços maiores, a fim de diminuir o peso próprio, pode-se variar a espessura da
laje em direção à extremidade do balanço (como mostra na figura 2), nesse caso, para efeito do
cálculo do peso próprio, pode-se adotar uma espessura média. (ROCHA, 1987).

Figura 02 - Laje com espessura variável.

Fonte: UNESP, (2006).

Segundo Rocha (1987), as lajes em balanço podem não ser contínuas com as lajes
internas, ou caso essas não existam, há a necessidade de engastar a laje na viga (Figura 3).
Figura 03 - Laje em balanço sem continuidade com outra laje.

Fonte: UNESP, (2006).


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No caso da laje em balanço sem continuidade com a laje interna, engastada na viga, o
momento fletor que é solicitado através da laje em balanço é momento torçor para a viga.

• Marquise formadas por lajes e vigas


São muitos casos possíveis de projeto quando a estrutura das marquises é composta
por lajes e vigas. Para balanços muito grande (acima de 1,80m) é recomendável que as
marquises sejam apoiadas em vigas, com isso tendo como diminuir a espessura de laje, evitando
um maior peso da estrutura.
A laje normalmente é armada em uma única direção e simplesmente apoiadas em vigas
laterais e vigas de borda (como mostra a figura 4). A viga onde se encontra o engastamento da
laje da marquise do edifício, a vinculação depende da continuidade ou não da laje. A viga de
borda pode ser suprimida, tornando a borda livre.
Caso as vigas laterais não sejam contínuas, deveram ser engastadas nos pilares, nesse
caso, deve ser previsto o momento solicitante ocasionado pela viga da marquise no
dimensionamento dos pilares.
Figura 04 - Marquises sustentadas por vigas.

Fonte: UNESP, (2006).

Rocha (1987) mostra que marquises com lajes apoiadas em vigas engastadas em
pilares, o momento fletor que solicita a viga, solicita também o pilar. Pilares de um lance com
a base engastada têm um momento fletor constante ao longo da sua altura e igual ao momento
negativo da viga.
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3.2 VIGA BALCÃO

Como descrito anteriormente, vigas balcões possuem eixos não retilíneos (figura 05)
e são submetidas a esforços de torção.
Figura 05 – Viga balcão da Fundação Iberê Camargo

Fonte: Fusco, (2008).


Para o conhecimento do comportamento das peças submetidas à torção, no que diz
respeito a tensões e deformações, costuma-se classificar dois tipos de torção:
• Torção simples ou pura ou de Saint Venant
• Torção de empenamento, flexo-torção ou torção de Vlassov
A torção simples se caracteriza por um não impedimento às deformações longitudinais
da peça, comumente denominado de empenamento. A flexo-torção é caracterizada
principalmente em hastes de paredes delgadas (perfis metálicos ou de concreto protendido)
quando o impedimento do empenamento gera tensões longitudinais, ocasionando uma flexão
destas paredes delgadas acompanhadas das tensões de cisalhamento da torção simples ou de
Saint Venant, (TIMOSHENKO, 1975).
Existem três estágios distintos, onde as vigas de concreto armado submetidas ao
esforço de torção demonstram seu comportamento em função da magnitude da solicitação,
(LEONHARDT; MONNIG, 1977).
1º Estágio – Nível de solicitação baixo:
• Para um momento de torção de pequena magnitude a fissuração é praticamente nula;
• A seção transversal é considerada de forma completa;
• Os princípios empregados para análise de peças de materiais homogêneos, isótropos e
elástico-lineares são aplicados.
2º Estágio – Nível de solicitação médio:
• Existe dificuldade em se determinar quando ocorre o início e o término deste estágio
de solicitação;
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• Mesmo com o aparecimento das primeiras fissuras, as teorias elásticas ainda podem
ser utilizadas;
3º Estágio – Nível de solicitação alto:
• Há o desenvolvimento da fissuração ao longo da viga;
• Os modelos elásticos para análise do mecanismo interno resistente não podem ser
aplicados, pois o comportamento da viga torna-se inelástico;
• É necessária a elaboração de modelos mais sofisticados, baseados na Teoria da
Plasticidade.
É necessário o estudo da peça não fissurada (1° estágio) e com certo grau de fissuração
(2° estágio). É importante que seja comentado, que quando uma viga é solicitada à torção as
fissuras ocorrem para desprezíveis valores de solicitação, dificultando o estabelecimento do
início e do término de cada estágio citado anteriormente.
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4 ESTUDO DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO PELO MÉTODO DOS


ELEMENTOS FINITOS UTILIZANDO O PROGRAMA EBERICK
A estrutura de concreto armado, suas características, bem como os parâmetros
utilizados no seu dimensionamento e os resultados da análise estrutural dela são apresentados
nos itens 4.1 a 4.3, a seguir.

4.1 CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA

O modelo estudado, figura 06, trata-se de uma edificação de apenas um pavimento


com uma marquise, laje em balanço “L2”, apoiada em uma viga balcão, viga de eixo curvo
“V3”.
Figura 06 – Planta baixa da cobertura e pórtico 3D da estrutura

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).

Por ser um modelo didático criado com o intuito de avaliar o comportamento de uma
marquise e de uma viga balcão em uma estrutura, escolheu-se apenas um vão de 3 metros de
comprimento e largura.
As dimensões dos pilares e vigas e, espessura da laje foram determinados de acordo
com a NBR 6118 (2014) e são descritos no item 4.2.
Definida a características geométricas da edificação, ela foi lançada no programa
Eberick para ser analisada.
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4.2 PARÂMETROS UTILIZADOS

Neste estudo de caso foi analisada a influência da rigidez à torção na viga “V3” de
uma estrutura em grelha de pavimento de cobertura, bem como esforços de uma marquise “L2”.
O item 14.6.6.2 da NBR 6118/2014 recomenda, de maneira aproximada, pode-se reduzir a
rigidez à torção das vigas por fissuração, utilizando-se 15 % da rigidez elástica, exceto para os
elementos estruturais com protensão limitada ou completa (classes 2 ou 3). No programa
Eberick V8 Gold é possível variar esta redução entre 0% a 95%. Com a planta arquitetônica
feita (Figura 06) e lançada na plataforma “croqui” do programa, iniciou-se o dimensionamento
das peças estruturais, pilares, vigas e lajes descrito a seguir.

4.2.1 Requisitos de qualidade da estrutura


Antes de dimensionar as estruturas é preciso definir os parâmetros de qualidade da mesma.

• Classe de agressividade
Considerou-se que a estrutura estava localizada em uma área urbana de agressividade
moderada, ou seja, com classe II de agressividade.

• Dimensão máxima do agregado


“A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto não
pode superar em 20 % a espessura nominal do cobrimento, ou seja: dmáx ≤ 1,2 cnom”, (NBR
6118, 2014).
Para este estudo foi definida uma dimensão máxima de 19mm.

• Cobrimento nominal
A NBR 6118:2014 diz que “os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre
referidos à superfície da armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento
nominal de uma determinada barra deve sempre ser: a) cnom ≥ φ barra; b) cnom ≥ φ feixe = φn
= φ n; c) cnom ≥ 0,5 φ bainha”.
O cobrimento adotado para cada elemento é descrito nos itens 4.2.2 a 4.2.4.

• Carregamento
A NBR 6120 (2019), determina as ações que devem ser consideradas no cálculo de
estruturas. Ela diz que o peso próprio de uma estrutura de concreto armado equivale á 250
kgf/m².
Com relação as ações permanentes, foi considerado uma carga de revestimento,
especificamente de impermeabilizações em coberturas com manta asfáltica e proteção
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mecânica, sem revestimento, que para uma impermeabilização de 10 cm equivale a 180 kgf/m²,
(NBR 6120, 2019).
Ainda segundo a NBR 6120 (2019), foi adotada uma carga acidental de 150 kgf/m².

4.2.2 Pilares
De acordo com o item 13.2.3 da NBR 6118/2014, a “seção transversal de pilares e
pilares-parede maciços, qualquer que seja a sua forma, não pode apresentar dimensão menor
que 19 cm. Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a 360
cm²”.
Assim, escolheu-se uma seção quadrada de 20 cm lado para os quatro pilares, gerando
uma área de seção transversal de 400 cm² para cada.
O cobrimento determinado foi de 3 cm, atendendo as exigências da norma (NBR
6118/2014, item 7.2.7.6). Além disso, as bitolas foram configuradas para serem superior ou
igual à 10 mm.

4.2.3 Vigas
Segundo a NBR 6118 (2014), a seção transversal das vigas não pode apresentar largura
menor que 12 cm e a das vigas-parede, menor que 15 cm. Por isso, para a estrutura em estudo
escolheu-se uma largura de 15 cm.
A altura determinada para as vidas foi de 40 cm.
O cobrimento nominal utilizado foi de 3 cm, o mínimo da norma.

4.2.4 Lajes
Nas lajes maciças, a norma diz que devem ser respeitados o limite mínimo de
espessura. Para uma laje em balanço esse limite é de 10 cm.

4.3 RESULTADOS OBTIDOS

Os estudos de casos apresentados a seguir, têm como objetivo demonstrar como os


conceitos extraídos da revisão bibliográfica podem ser comprovados na prática. Para a
realização do estudo de casos foi utilizado um programa de cálculo estrutural amplamente
utilizado chamado Eberick V8 Gold, que permite o maior entendimento de como se comportam
as estruturas de concreto armado submetida aos esforços solicitantes.
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4.3.1 Marquise
Para este estudo de caso propõe-se a estrutura espacial que representa primordialmente
o comportamento de uma grelha do pavimento de cobertura de um edifício.
Assim, o quadro 01 expõe os resultados das lajes do pavimento cobertura, sendo a laje
“L2” que representa a marquise.
Quadro 01 – Resultados da laje

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


As flechas não devem ultrapassar os deslocamentos limites estabelecidos na Tabela
13.3 da NBR 6118:2014, na qual há várias situações a analisar. Uma delas, que pode ser a
situação crítica, corresponde ao limite para o deslocamento total, relativo à aceitabilidade visual
dos usuários, dado por:
𝑙 310
= = 1,24 𝑐𝑚
250 250
Logo, a flecha da marquise = 0,13 cm é inferior ao deslocamento limite, atendendo a
norma.

4.3.2 Viga balcão

O comportamento da viga “V3” é analisado pelos diagramas de momento fletor


(DMF), esforço cortante (DEC) e momento de torção (DMT), que têm as seguintes
configurações:
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Figura 07 – Diagrama de momento fletor (DMF)

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


Figura 08 – Diagrama de esforço cortante (DEC)

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


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Figura 09 – Diagrama de momento de torção (DMT)

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


Além dos diagramas, o programa também gera relatório do dimensionamento da
estrutura. O dimensionamento da armadura da viga balcão está apresentado nos quadros 2, 3 e
4, a seguir.
Quadro 02 – Dimensionamento da armadura positiva

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


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Quadro 03 – Dimensionamento da armadura positiva

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


Quadro 04 - Dimensionamento da armadura transversal

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).

A tabela 13.4 da NBR 6118/2014 diz que a abertura máxima característica wk das
fissuras para a classe de agressividade II deve ser igual ou inferior a 0,3mm. Desde que não
exceda esse valor, a ação das combinações frequentes, não tem importância significativa na
corrosão das armaduras passivas.
Quanto a armadura, a norma diz que a armadura longitudinal mínima deve ser:
As,mín = (0,15 Nd/fyd) ≥ 0,004 Ac
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Por fim, foi gerado o detalhamento da armadura da viga balcão, V3, conforme a figura
10, a seguir.
Figura 10 - Detalhamento da viga balcão V3

Fonte: Elaborado pelos autores, (2019).


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo, considera-se que os objetivos foram alcançados já que foi possível estudar
uma estrutura de concreto armado que possui um pavimento com uma marquise apoiada em
uma viga balcão utilizando o software Eberick, definindo um modelo estrutural, apresentando
os parâmetros determinados pela NBR 6118:2014 que se aplicam a estrutura e, por fim, analisar
os resultados dos esforços de solicitação da estrutura através do software Eberick.
Com ele pôde-se chegar a um modelo computacional capaz de reproduzir o método
dos elementos finitos, utilizando as ações apresentadas na NBR 6120:2019.
Os processos de dimensionamento apresentaram o comportamento esperado, devido
ao cumprimento dos parâmetros normativos, retornando as áreas de aço dentro dos limites
mínimos e máximos. A flecha que a marquise apresentou foi de 0,13 cm, inferior ao limite
estabelecido pela norma, que para um vão livre de 310 cm, equivale a 1,24 cm.
Quanto as fissuras, a norma estabelece que os efeitos da fissuração devam ser
considerados, através da redução da rigidez a torção adotando-se uma redução de 85% da
rigidez elástica, no caso de torção uniforme e 50% no caso de flexo-torção. A viga balcão
“V3” apresentou fissuras de até 0,13 cm, mas, a norma admite fissuras de até 0,3mm para esse
tipo de estrutura.
Logo, a análise mostrou-se eficiente para a determinação do momento fletor, área de
aço e flechas da marquise avaliada, bem como dos momentos fletor e torçor para uma viga de
eixo não retilíneo.
O estudo de caso apresentado também propiciou demonstrar a importância de utilizar
as técnicas de lançamento dos elementos estruturais através de uma ótica racional. A
racionalização propiciada pelo bom projeto estrutural permite melhor controle do processo
produtivo, reduzindo custo e aumentando a competitividade do empreendimento.
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REFERÊNCIAS

ANTÔNIO, Marco. Estudo da deterioração de marquises de concreto armado nas cidades


de Uberlândia e Bambuí. Uberlândia, 3, Julho, 2009. Disponível em:
<https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/14131/1/dis.pdf>. Acesso em: 30, outubro,
2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 6118. Projeto de estrutura


de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2014.

_________. NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2019.

_________. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019.

BASTOS, P. S. D. S. Flexão Normal Simples – Vigas. Universidade Estadual Paulista. Bauru,


2015.

FUSCO, P. Estruturas de concreto armado, solicitações tangenciais. Editora Pini. São


Paulo, 2008. LEONHARDT, F.; MONNIG, E. Construções de concreto: princípios básicos do
dimensionamento de estruturas de concreto armado. Vol. 1.Rio de Janeiro Editora Interciência
,1977.

LEONHARDT, F.; MONNIG, E. Construções de concreto: princípios básicos do


dimensionamento de estruturas de concreto armado. Vol. 1.Rio de Janeiro Editora
Interciência ,1977.

ROCHA, A. M. Concreto armado, vol.3. São Paulo, Ed. Nobel, 1987.

SÉRGIO, Paulo. Marquises. Bauru, novembro, 2006. Disponível em:


<http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto4/MARQ.pdf>. Acesso em: 31, outubro, 2019.

TIMOSHENKO. Resistência dos materiais. Editora S.A. Livros Técnicos e Científicos Vol.
1, 1975.

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