Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MARQUISE E VIGA BALCÃO: Estudo de estrutura de concreto armado pelo Método dos
Elementos Finitos utilizando o programa Eberick
JOÃO PESSOA-PB
2019.2
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................03
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................03
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................04
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................................04
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS...........................................................................................05
3.1 MARQUISE....................................................................................................................... 05
3.2 VIGA BALCÃO ................................................................................................................ 09
4 ESTUDO DE ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO PELO MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS UTILIZANDO O PROGRAMA EBERICK.............................11
4.1 CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA.........................................................................11
4.2 PARÂMETROS UTILIZADOS..........................................................................................12
4.2.1 Requisitos de qualidade da estrutura............................................................................12
4.2.2 Pilares..............................................................................................................................13
4.2.3 Vigas ................................................................................................................................13
4.2.4 Lajes.................................................................................................................................13
4.3 RESULTADOS OBTIDOS.................................................................................................13
4.3.1 Marquise.........................................................................................................................14
4.3.2 Viga balcão......................................................................................................................14
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................................20
3
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1 MARQUISE
A partir dos anos 90, começou a surgir no Brasil o cimento Portland, com isso o
dimensionamento de estruturas de concreto armado foram evoluindo, tornando possível a
construção de grandes edifícios, com isso as grandes cidades começaram a entrar em um
processo de verticalização de suas estruturas. Com está mudança, ouve uma preocupação com
o risco de acidentes com os pedestres devido a possíveis quedas de objetos em grandes alturas.
Com essa preocupação, foi obrigatório em construções elevadas a utilização de marquises
visando a proteção dos pedestres.
Segundo Rocha (1987) marquises são estruturas em balanço formadas por vigas e lajes
ou por apenas uma laje. Podem receber carga de pessoas, placas de anúncios comerciais, de
impermeabilização, equipamentos de ar-condicionado, entre outros.
As estruturas de marquises a ser dimensionada dependem principalmente do balanço
a ser vencido e da carga que será aplicada na estrutura. Se tratando das estruturas já existentes
nas construções a mais comum são as estruturas formadas por laje simples em balanço. As
marquises mais complexas formadas pelo conjunto de viga-laje são pouca praticada no mercado
de construções pequenas.
Por se tratar de um elemento que muitas vezes avançam nas calçadas, a segurança da
estrutura é de extrema importância. Por ser um elemento que está em contado com a estrutura
apenas pelo engasgamento, esse fato torna a estrutura com o potencial de risco maior, com isso
tendo a necessidade de um cuidado maior na fase de projeto e execução.
Existem algumas particularidades na hora de realizar o dimensionamento de uma
marquise, que de certa forma torna-se diferente em relação a outras estruturas de concreto mais
convencionais. A marquise formada apenas por laje são elementos onde os esforços solicitantes
devido ao carregamento predominam na parte superior da laje, com isso ocasionando momentos
negativos.
Segundo PUCPR (2008), as estruturas e marquises por serem, em sua maioria,
estruturas isostáticas construídas em concreto armado, são submetidas a esforços de flexão,
junto ao apoio na parte superior.
As marquises de concreto armado também estão sujeitas a deformações e fissuração
como qualquer outro tipo de estruturas de concreto, a diferença é que a maioria dessas estrutural
as fibras tracionadas estão na parte inferior da peça estrutural, já nas marquises a situação se
inverte, as fibras tracionadas encontram-se na parte superior da estrutura, com isso as fissuras
6
Quando a laje interna é armada em duas direções, o problema não é tão simples. A laje
da marquise é calculada com uma viga em balanço e assim dimensionada. A laje interna em
cruz deve ser calculada para a carga uniformemente distribuída combinada com um momento
7
fletor (o que solicita a laje da marquise) aplicado de forma uniforme ao longo da borda de
ligação com a laje da marquise. (ROCHA, 1987).
Para balanços maiores, a fim de diminuir o peso próprio, pode-se variar a espessura da
laje em direção à extremidade do balanço (como mostra na figura 2), nesse caso, para efeito do
cálculo do peso próprio, pode-se adotar uma espessura média. (ROCHA, 1987).
Segundo Rocha (1987), as lajes em balanço podem não ser contínuas com as lajes
internas, ou caso essas não existam, há a necessidade de engastar a laje na viga (Figura 3).
Figura 03 - Laje em balanço sem continuidade com outra laje.
No caso da laje em balanço sem continuidade com a laje interna, engastada na viga, o
momento fletor que é solicitado através da laje em balanço é momento torçor para a viga.
Rocha (1987) mostra que marquises com lajes apoiadas em vigas engastadas em
pilares, o momento fletor que solicita a viga, solicita também o pilar. Pilares de um lance com
a base engastada têm um momento fletor constante ao longo da sua altura e igual ao momento
negativo da viga.
9
Como descrito anteriormente, vigas balcões possuem eixos não retilíneos (figura 05)
e são submetidas a esforços de torção.
Figura 05 – Viga balcão da Fundação Iberê Camargo
• Mesmo com o aparecimento das primeiras fissuras, as teorias elásticas ainda podem
ser utilizadas;
3º Estágio – Nível de solicitação alto:
• Há o desenvolvimento da fissuração ao longo da viga;
• Os modelos elásticos para análise do mecanismo interno resistente não podem ser
aplicados, pois o comportamento da viga torna-se inelástico;
• É necessária a elaboração de modelos mais sofisticados, baseados na Teoria da
Plasticidade.
É necessário o estudo da peça não fissurada (1° estágio) e com certo grau de fissuração
(2° estágio). É importante que seja comentado, que quando uma viga é solicitada à torção as
fissuras ocorrem para desprezíveis valores de solicitação, dificultando o estabelecimento do
início e do término de cada estágio citado anteriormente.
11
Por ser um modelo didático criado com o intuito de avaliar o comportamento de uma
marquise e de uma viga balcão em uma estrutura, escolheu-se apenas um vão de 3 metros de
comprimento e largura.
As dimensões dos pilares e vigas e, espessura da laje foram determinados de acordo
com a NBR 6118 (2014) e são descritos no item 4.2.
Definida a características geométricas da edificação, ela foi lançada no programa
Eberick para ser analisada.
12
Neste estudo de caso foi analisada a influência da rigidez à torção na viga “V3” de
uma estrutura em grelha de pavimento de cobertura, bem como esforços de uma marquise “L2”.
O item 14.6.6.2 da NBR 6118/2014 recomenda, de maneira aproximada, pode-se reduzir a
rigidez à torção das vigas por fissuração, utilizando-se 15 % da rigidez elástica, exceto para os
elementos estruturais com protensão limitada ou completa (classes 2 ou 3). No programa
Eberick V8 Gold é possível variar esta redução entre 0% a 95%. Com a planta arquitetônica
feita (Figura 06) e lançada na plataforma “croqui” do programa, iniciou-se o dimensionamento
das peças estruturais, pilares, vigas e lajes descrito a seguir.
• Classe de agressividade
Considerou-se que a estrutura estava localizada em uma área urbana de agressividade
moderada, ou seja, com classe II de agressividade.
• Cobrimento nominal
A NBR 6118:2014 diz que “os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre
referidos à superfície da armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento
nominal de uma determinada barra deve sempre ser: a) cnom ≥ φ barra; b) cnom ≥ φ feixe = φn
= φ n; c) cnom ≥ 0,5 φ bainha”.
O cobrimento adotado para cada elemento é descrito nos itens 4.2.2 a 4.2.4.
• Carregamento
A NBR 6120 (2019), determina as ações que devem ser consideradas no cálculo de
estruturas. Ela diz que o peso próprio de uma estrutura de concreto armado equivale á 250
kgf/m².
Com relação as ações permanentes, foi considerado uma carga de revestimento,
especificamente de impermeabilizações em coberturas com manta asfáltica e proteção
13
mecânica, sem revestimento, que para uma impermeabilização de 10 cm equivale a 180 kgf/m²,
(NBR 6120, 2019).
Ainda segundo a NBR 6120 (2019), foi adotada uma carga acidental de 150 kgf/m².
4.2.2 Pilares
De acordo com o item 13.2.3 da NBR 6118/2014, a “seção transversal de pilares e
pilares-parede maciços, qualquer que seja a sua forma, não pode apresentar dimensão menor
que 19 cm. Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior a 360
cm²”.
Assim, escolheu-se uma seção quadrada de 20 cm lado para os quatro pilares, gerando
uma área de seção transversal de 400 cm² para cada.
O cobrimento determinado foi de 3 cm, atendendo as exigências da norma (NBR
6118/2014, item 7.2.7.6). Além disso, as bitolas foram configuradas para serem superior ou
igual à 10 mm.
4.2.3 Vigas
Segundo a NBR 6118 (2014), a seção transversal das vigas não pode apresentar largura
menor que 12 cm e a das vigas-parede, menor que 15 cm. Por isso, para a estrutura em estudo
escolheu-se uma largura de 15 cm.
A altura determinada para as vidas foi de 40 cm.
O cobrimento nominal utilizado foi de 3 cm, o mínimo da norma.
4.2.4 Lajes
Nas lajes maciças, a norma diz que devem ser respeitados o limite mínimo de
espessura. Para uma laje em balanço esse limite é de 10 cm.
4.3.1 Marquise
Para este estudo de caso propõe-se a estrutura espacial que representa primordialmente
o comportamento de uma grelha do pavimento de cobertura de um edifício.
Assim, o quadro 01 expõe os resultados das lajes do pavimento cobertura, sendo a laje
“L2” que representa a marquise.
Quadro 01 – Resultados da laje
A tabela 13.4 da NBR 6118/2014 diz que a abertura máxima característica wk das
fissuras para a classe de agressividade II deve ser igual ou inferior a 0,3mm. Desde que não
exceda esse valor, a ação das combinações frequentes, não tem importância significativa na
corrosão das armaduras passivas.
Quanto a armadura, a norma diz que a armadura longitudinal mínima deve ser:
As,mín = (0,15 Nd/fyd) ≥ 0,004 Ac
18
Por fim, foi gerado o detalhamento da armadura da viga balcão, V3, conforme a figura
10, a seguir.
Figura 10 - Detalhamento da viga balcão V3
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, considera-se que os objetivos foram alcançados já que foi possível estudar
uma estrutura de concreto armado que possui um pavimento com uma marquise apoiada em
uma viga balcão utilizando o software Eberick, definindo um modelo estrutural, apresentando
os parâmetros determinados pela NBR 6118:2014 que se aplicam a estrutura e, por fim, analisar
os resultados dos esforços de solicitação da estrutura através do software Eberick.
Com ele pôde-se chegar a um modelo computacional capaz de reproduzir o método
dos elementos finitos, utilizando as ações apresentadas na NBR 6120:2019.
Os processos de dimensionamento apresentaram o comportamento esperado, devido
ao cumprimento dos parâmetros normativos, retornando as áreas de aço dentro dos limites
mínimos e máximos. A flecha que a marquise apresentou foi de 0,13 cm, inferior ao limite
estabelecido pela norma, que para um vão livre de 310 cm, equivale a 1,24 cm.
Quanto as fissuras, a norma estabelece que os efeitos da fissuração devam ser
considerados, através da redução da rigidez a torção adotando-se uma redução de 85% da
rigidez elástica, no caso de torção uniforme e 50% no caso de flexo-torção. A viga balcão
“V3” apresentou fissuras de até 0,13 cm, mas, a norma admite fissuras de até 0,3mm para esse
tipo de estrutura.
Logo, a análise mostrou-se eficiente para a determinação do momento fletor, área de
aço e flechas da marquise avaliada, bem como dos momentos fletor e torçor para uma viga de
eixo não retilíneo.
O estudo de caso apresentado também propiciou demonstrar a importância de utilizar
as técnicas de lançamento dos elementos estruturais através de uma ótica racional. A
racionalização propiciada pelo bom projeto estrutural permite melhor controle do processo
produtivo, reduzindo custo e aumentando a competitividade do empreendimento.
20
REFERÊNCIAS
_________. NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 2019.
TIMOSHENKO. Resistência dos materiais. Editora S.A. Livros Técnicos e Científicos Vol.
1, 1975.