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Série de Mensagens: “Em busca do pleno avivamento”

Estudo 6 – Do egocentrismo para o


outrocentrismo

Texto base: Atos 11.19-30


Na última semana falamos sobre a vida comunitária da igreja primitiva em
Jerusalém, que era um exemplo de união. Uma igreja que ansiava aprender mais de Cristo,
uma comunidade formada pelo perdão recebido por Jesus e que estende esse perdão
uns aos outros. Uma igreja que deseja conviver diariamente, vive o aconselhamento
mútuo, que se reúne ao redor da mesa (Santa Ceia) e que vive a oração comunitária (Pai
NOSSO).
De fato, a comunhão é muito importante e traz grandes contribuições para a
igreja. Porém, a comunhão como um fim em si mesma pode ser um empecilho para que
a igreja cumpra sua missão. A igreja pode ser um clube de cristãos que vivem momentos
agradáveis juntos, tornando-se uma comunidade egocêntrica.
Segundo o dicionário “Porto Editora”, egocentrismo é uma tendência para
referir tudo a si mesmo. Uma preocupação exclusiva consigo e com os seus próprios
interesses. Segundo a psicologia, uma atitude psicológica, normal na segunda infância (3
a 6 anos), caracterizada pela ausência de distinção entre a realidade pessoal e a
realidade objetiva.
Uma “igreja egocêntrica” é aquela que vive voltada apenas para si mesma.
Busca como as programações podem ser mais legais, como cuida melhor apenas dos
seus, ou se preocupa em não se envolver com o “mundo”, sem de fato entender-se como
alguém chamado para estar no mundo e influenciá-lo.
Diante de um cenário onde muitas igrejas que vivem dessa maneira, queremos
refletir sobre uma igreja que sai do egocentrismo para o outrocentrismo.
Após Atos 2.42-47, onde vemos momentos agradáveis da igreja em Jerusalém,
podemos ver várias ocorrências complicadas nas quais Pedro e João são presos (Atos 4.3),
Os apóstolos são presos (Atos 5.18), Estevão é interrogado pelos juízes (Atos 6.12), Estevão
é apedrejado (Atos 7.58), Levanta-se grande perseguição contra a igreja (Atos 8.1).
A igreja experimenta um momento de grande crise através das perseguições.
Enfrentar crises não é fácil. Costumamos a vê-las sempre como um obstáculo para sermos
felizes. Porém, a crise pode ser uma oportunidade de crescimento. Por vezes, sem a crise,
achamos que as coisas “estão bem”. Porém, é na crise que nos reavaliamos e isso chama
a atenção para uma mudança de postura que leva ao crescimento. Como podemos
aproveitar a crise que estamos vivendo para levar ao nosso crescimento como igreja.
Uma crise mobilizadora: A crise que a igreja de Jerusalém enfrentou levou-a a
algumas consequências positivas. 1º) A missão para fora de Jerusalém. Cumprindo o que
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foi dito em Atos 1.8, eles, depois que foram dispersos “iam por toda a parte pregando a
palavra” (Atos 8.4), e “se espalharam até a Fenícia, Chipre e Antioquia” (Atos 11.19).
2º) A missão para os não judeus (gentios). Cumprindo promessas como de
Gênesis 12.3, Marcos 14.9 e com a visão dada a Pedro em Atos 10, viveram seu chamado
de pregar para além da etnia judaica. Em Antioquia, eles “falavam também aos gregos,
anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus” (Atos 11.20).
Assim, vemos em Antioquia a primeira comunidade multicultural, contando com
judeus e gentios. Foi também a primeira igreja mobilizada intencionalmente para a missão
(Atos 13). Ainda, mostrou-se uma igreja generosa (Atos 11.27-30). Portanto, vemos que
Antioquia se mostrou uma igreja outrocentrada.
Nem mesmo a perseguição parou os discípulos de compartilharem. Eles não
pensaram apenas na sua segurança, mas nos OUTROS: “pois nós não podemos deixar de
falar das coisas que vimos e ouvimos.” (Atos 4.20). Não pensaram apenas em seu conforto
de organizar sua vida em novo local, mas no conforto dos OUTROS com a salvação.
Eles cumprem a missão dada por Jesus de “serem testemunhas” (Atos 1.8). A
palavra testemunho possui, no grego, a mesma raíz da palavra “mártir”. Vemos essa
mesma ideia na expressão de Tertuliano: “O sangue dos crentes é a semente da igreja”.
Foi esse testemunho que podemos ver em Estevão em Jerusalém (Atos 7-8), em Paulo em
Roma, em Simonton no Brasil. E especialmente na pessoa de Jesus, morrendo a nossa
morte.
Jesus abriu mão de tudo o que tinha, esvaziou-se a si mesmo, morreu para si
mesmo na cruz (Filipenses 2.5-8), para que eu e você tivéssemos vida. Se Ele, sendo o
próprio Deus fez isso, quem somos nós para negar isso ao outro?
Sendo nosso Senhor, Jesus nos chama a segui-lo, dizendo: “Se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16.24). Somos
chamados a amar o próximo como a nós mesmos (Mateus 22.39), a não ter em vista o que
é nosso, mas o que é do outro (Filipenses 2.4). Por fim, chamados a compreender que
“nenhum servo é maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão
a vós outros” (João 15.20).
Essa vida de Antioquia impacta de forma que eles são os primeiros a serem
reconhecidos por serem cristãos (como Cristo) (Atos 11.26). Cristão é aquele que “exala o
bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2.15). É ter uma vida outrocentrada.
Para refletir e praticar
• Quais serão nossos passos para aproveitar da crise para o crescimento da igreja?
• Será que nós, como igreja, não temos nos voltado apenas para nossas
programações e necessidades internas?
• Escolha pelo menos 1 pessoa por quem você vai orar, servir, ouvir, passar tempo,
testemunhar e compartilhar de Jesus em 2020

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