Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Licitações e Lei de
Responsabilidade Fiscal
Jennifer Bazilio
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro
meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação,
Vice-Presidente de Pós-Graduação
Paulo de Tarso Pires de Moraes
e Educação Continuada
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Conselho Acadêmico Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
Bazilio, Jennifer
B363l Licitações e lei de responsabilidade fiscal /Jennifer Bazilio.
– Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
89 p.
ISBN 978-85-522-0604-0
CDD 330
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
SUMÁRIO
Introdução
A administração pública é um conceito que pode nos conduzir aos aspectos práticos de administrar-
-se o bem público, bem como todas as diretrizes, normas e condutas a serem seguidas neste processo.
Para compreendermos sobre estes conceitos e podermos nos tornar administradores de maior ido-
neidade dentro do serviço público, a compreensão da Constituição Federativa e seus artigos se faz
necessária. Por ser um assunto extenso, copilaremos os principais pontos e conceitos a serem discu-
Dentro da administração pública todos os processos devem ser realizados com total lisura e trans-
parência, pois o serviço defende os interesses da população e qualquer improbidade pode levar a com-
Todas as ações dentro do serviço público devem seguir um planejamento, muitas vezes realizados
anos antes do início das ações voltadas para aquela meta. Os recursos destinados para tais ações tam-
bém caminham nesta temporalidade, sendo assim, estipular o gasto orçamental, casado ao planeja-
mento das ações e metas, pode favorecer a gestão e evitar questões jurídicas.
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos previstos dentro da
6
Ou seja, a União representa a pessoa jurí-
Estes entes são regidos de diferentes formas, os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições
e leis que adotarem, o Município rege-se por leis orgânicas, votadas e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, ambos devem respeitar os princípios estabelecidos
A Constituição Federal de 1988 sofreu uma emenda em 2017, trazendo novos direcionamentos
jurídicos à Administração Pública, assim como as Leis que a regem, em seu artigo 37. O conteúdo
denota padrões e critérios que devem ser seguidos e realizados sem ferir a CF, pois estas são os pila-
res de sustentação a todas às Leis em geral e devem ser respeitados para evitarmos ferir o sistema
ações administrativas. Toda administração pública tem as principais primícias voltadas em defender os
Em um conceito mais prático, todas as ações voltadas à forma e como o Estado pratica o direito
7
Entre os entes Federativos é comum existir a descentralização administrativa, no caso da adminis-
tração pública indireta, possibilitando que o Estado transfira a execução de suas atividades a outras
pessoas jurídicas ligadas a ele, como autarquias, fundações, empresas públicas e outras entidades de
direito privado, desde que estes tenham interesse neste tipo de administração, como ocorre com o
Estas empresas são comumente conhecidas como estatais, ou seja, possuem um CNPJ totalmente
ou parcialmente vinculado ao controle do Estado, e podem ser vistas como empresas públicas e socie-
Estas entidades que possuem CNPJ próprio, e personalidade jurídica constituindo assim, patrimô-
nio, autonomia administrativa e orçamento próprio ou não. Como exemplos, temos as autarquias, as
certa descentralização da gestão administrativa e financeira dos órgãos públicos, pois podem
assim otimizar tempo e custos. Ex.: Agência Nacional de Saúde (ANS), Instituto Nacional de
• Fundações públicas: possuem personalidade jurídica, não visam lucro, são criadas para desen-
volver atividades sem a participação de órgãos ou entidades de direito público. Possuem auto-
nomia administrativa, são geridos e financiados pelos respectivos órgãos de direção, com recur-
sos da União e demais fontes. Ex.: Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e Instituto Brasileiro de
exclusivo da União, criadas para a exploração de atividades econômicas que o Governo necessite
por Lei para a exploração de uma determinada atividade econômica, cujas ações são controladas
8
• Agência Reguladora: autarquia criada sob regime especial, tem a função de exercer controle e
regulação de instituições públicas. Ex.: na polícia, fiscalizando e controlando a atuação dos con-
cessionários e permissionários.
Já na Administração Direta, o Estado exerce suas funções por meio dos três poderes, o Executivo
(administrar o bem público), o Legislativo (cria as Leis), e o Judiciário, (julgar as ações) de forma que
os órgãos públicos pertencentes a ela estão ligados diretamente ao poder executivo federal, estadual
ou municipal, sendo integrantes das pessoas federativas, respondendo diretamente pelas atividades
administrativas do Estado.
Assim estes não possuem um CNPJ próprio, patrimônio ou autonomia administrativa, sendo seu
orçamento subordinado às esferas das quais participam. Podemos destacar como exemplos, as secre-
tárias dos estados federativos, dos municípios e até mesmo os ministérios do governo federal.
Além dos três poderes e dos modelos de administração pública, existe o poder público que pode
ser representado pela população de forma geral e representada pelo funcionalismo público. Dentre
o funcionalismo público, aqueles indicados pelos poderes para executar funções administrativas são
Os gestores públicos existem em todas as esferas e têm a grande responsabilidade para com a
sociedade e nação, devendo fazer a gestão e administração de matérias públicas, de forma trans-
parente e ética, em concordância com as normas legais estipuladas. No caso de um agente público
cometer uma prática ilegal contra os princípios da Administração Pública, ele poderá ser julgado por
improbidade administrativa conforme a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que foi novamente atu-
alizada em 2017, também citada no artigo 37 da CF, onde respondera civilmente e não administrati-
9
1.2 orçamento público
O surgimento do orçamento público está intimamente ligado à ideia de controle e pela necessidade
A ideia do orçamento público já era evidente na Magna Carta inglesa, outorgada no ano de 1215,
pelo Rei João Sem Terra, sendo este apenas um esboço do que consideramos como orçamento
público nos dias atuais. Desde então, muitas técnicas orçamentárias foram
a sociedade.
gido por diversas formalidades legais. Sua existência está prevista constitucionalmente, planejada anu-
almente mediante Lei específica que prevê uma receita e fixa despesas para um determinado exercí-
cio. Assim, uma instituição só poderá realizar despesas se estas estiverem previstas ou incorporadas
ao orçamento.
A Constituição Federal, em sua Seção II, no Art. 165, Leis de Iniciativa do Poder Executivo, estabe-
10
da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, transcrito a seguir:
Art. 2º. A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evi-
denciar a política econômica, financeira e programa de trabalho do governo, obedecidos os
princípios de unidade, universalidade e anualidade.
Congresso até quatro meses antes do final do primeiro exercício financeiro do mandato do novo pre-
A Lei de diretrizes orçamentárias é composta das metas prioritárias da administração pública fede-
ral, incluindo as despesas para o exercício financeiro, orientando a elaboração da Lei orçamentária
anual, estabelecendo também a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
com o PPA, porém, se referindo apenas ao exercício financeiro subsequente. Seu conteúdo deve ser
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, com o relatório resumido da execu-
ção orçamentária.
Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou novas atribuições associa-
das ao equilíbrio entre receitas e despesas que norteia todo ciclo de alocação dos recursos públicos.
11
A ela compreende:
i. o orçamento referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
ii. o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha
iii. o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público (BRASIL, 2017).
Ou seja, todas as formas administrativas compostas pelo poder público estão compreendidas nes-
tas Leis.
A Lei orçamentária anual não poderá conter despesas desconhecidas à previsão da receita, apenas
nos casos de abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que
a serem obedecidas nesta e nas demais ordens para a execução das finanças orçamentais:
ii. estabelece as normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem
12
1.2.1 Técnicas e práticas orçamentárias
As práticas orçamentarias vêm se modificando e atualizando ao longo dos anos. Neste momento,
por programas, podendo assim compararmos algumas das técnicas ou práticas orçamentárias mais
difundidas.
Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem relacionar os gas-
tos a nenhuma finalidade (programa ou ação). Também é conhecido como orçamento clássico.
gasto e o programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Esta prática enfatiza o desem-
tivos e a fixação de metas. Nesta prática, são apontados os insumos, as alternativas programá-
• Orçamento Participativo: aquele que contempla a população no processo decisório, por meio
mações que nortearão a tomada de decisões. Pelo modo que é praticado, necessidade de uma
maior discricionariedade do governo na alocação dos gastos, a fim de que possa atender os
anseios da sociedade, pois requer alto grau de mobilização social. Assim, muitos gestores evitam
poder.
novo ciclo orçamentário. Em seu disposto analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e
13
não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente.
• Orçamento Incremental/Inercial: é elaborado por meio de ajustes nos seus itens de receita e
sua execução.
Questão para reflexão
Como você avalia a participação da população nas questões orçamentais públicas? São suficiente-
mente eficazes?
Considerações Finais
• Dentro da administração pública todos os processos devem ser realizados com total lisura e
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos previstos dentro da
14
para as entidades organizar os seus recursos financeiros e a forma de gerir seus custos e receitas.
• de forma a amparar os gestores na realização das práticas orçamentais existem algumas técnicas
Glossário
Entes federativos: é a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil que
Personalidade jurídica: conceito próprio da área do direito que se refere ao elemento essencial
dentro do conjunto das normas jurídicas, reconhecimento do ser humano como indivíduo livre e que
Verificação de leitura
b) Lei nº 8.429.
d) Lei nº 13.303.
c) Plano Plurianual.
15
d) Parcela Pública Administrativa.
b) 1934
c) 1889
d) 1988
e) 1964
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade fiscal e dá outras providências. Diário Oficial da
União, 05 de maio de 2000.
16
SILVA, A. C. Evolução da administração pública no Brasil e tendências de novos modelos
organizacionais. Mato Grosso: Instituto Cuiabano de Educação, 2013.
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa C.
A Constituição da República Federativa do Brasil foi aprovada apenas em 1988, é a Lei suprema,
17
mais importante do nosso país. Ela é o parâmetro de validade de todas as outras Leis.
QUESTÃO 2-Alternativa C.
O plano plurianual é parte integrante do processo orçamentar.
QUESTÃO 3-Alternativa D.
A Constituição da República Federativa do Brasil foi aprovada apenas em 1988.
18
2 Lei de
responsabilidade
fiscal e lei de acesso
à informação
Objetivos Específicos
• Conhecer a Lei de responsabilidade fiscal;
Introdução
O grande desequilíbrio fiscal no país, os gastos metodicamente superiores às receitas, predominou
na administração pública do Brasil por anos. Assim, consequentemente, a economia tornou-se nega-
A inflação totalmente descontrolada, a dívida externa e interna, convivia com taxas de juros cada
vez mais altas. A população estava cada vez mais endividada de forma expressiva e a carga tributária
Esta realidade acabou levando as finanças públicas a tal situação que limitou o atendimento das
efeitos indesejáveis sobre sua parcela mais pobre, e que mais sofre as sequelas da ausência de inves-
foram criadas, entre elas a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Junto a ela, a transparência nos
gastos públicos tornou-se necessário propiciando que o cidadão acompanhasse os gastos e investi-
20
2.1 Lei de responsabilidade fiscal
A Lei de responsabilidade fiscal, como é mais conhecida popularmente, na realidade é a Lei
Complementar 101, da Seção I, integrante das normas gerais, entrou em vigor no ano de 2000, no dia
4 de maio. Ela foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito
Em sua criação, os políticos envolvidos tinham o objetivo de controlar os gastos dos gestores públicos
em todas as esferas governamentais, pois se acreditava que estes eram os principais responsáveis pelos
gastos desnecessários e mal planejados com gastos sistematicamente superiores às receitas. Mesmo
com parte dos presidentes e da câmara dos Deputados contra esta Lei, ela foi aprovada.
I – Finanças públicas;
II – Dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades
controladas pelo Poder Público;
VI – Operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
VII – Compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas
as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional
(BRASIL, 2017, on-line).
21
Portanto, a Lei prevê mecanismos de controle para as despesas públicas, tornando assim todo o
processo mais transparente e com maior rigor nos gastos, evitando que o governo adquira grandes
mentais que podem ser utilizados alguns instrumentos de gestão para sua exe-
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) procura retomar a prática de planejamento para a execução
dos gastos públicos, incluindo a responsabilidade social em seu disposto. Com tal inclusão, a partici-
pação popular nas discussões e elaboração dos planos e orçamentos até a apresentação pública do
projeto, contando também com a transparência, dispondo todas as contas a qualquer momento para
a consulta de qualquer cidadão e instituição. Prevê a emissão de relatórios periodicamente com fins
fiscais de execução orçamentária. Com o advento da internet, estes tornaram-se de domínio público
Como toda Lei, a LRF é composta de vários pontos e um conjunto de normas e princípios estabe-
lecidos, dentre eles alguns merecem mais destaque por serem de aplicabilidade comum aos gestores.
22
Limites de gasto com pessoal: a Lei fixa limites para este tipo de despesa, em relação à receita
Limites para o endividamento público: serão estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do
governante não poderá criar uma despesa de ordem continuada pelo prazo
superior a dois anos, sem indicar uma fonte de receita ou uma redução de
outras despesas.
vos regidos pela LRF pode implicar em crimes de responsabilidade fiscal. Esse tipo de crime pode levar à
dades públicas. É direito fundamental do cidadão, e dever do Estado. Direito inscrito na Constituição
pela Presidenta da República. No Governo Federal, a Lei de Acesso à Informação foi regulamentada
pelo Decreto nº 7.724/2012.
23
Este marco regulatório foi um importante passo na trajetória de transparência pública no Brasil,
Toda e qualquer informação sob a guarda do Estado é sempre pública, devendo o acesso a ela ser
restringido apenas em casos específicos. Isto significa que a informação produzida, guardada, organi-
Considera-se que os dados e o acesso a eles, como documentos, arquivos, estatísticas, levanta-
mentos e estudos, fortalecem a capacidade dos indivíduos de participar de modo efetivo da tomada
de decisões que possam os afetar diretamente. O cidadão bem informado tem melhores condições de
conhecer e acessar seus direitos essenciais, como educação, benefícios sociais e saúde, vindo assim
Por este e por outros motivos, o acesso à informação pública tem sido, cada vez mais, reconhecido
como um direito em várias partes do mundo. Cerca de 90 países possuem Leis que o regulamentam
(BRASIL, 2011).
No Brasil, o acesso à informação pública está inscrito no capítulo I da Constituição, dos Direitos e
todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (on-line).
Ele define e consolida o marco regulató- Assimile
A Lei nº 12.527/2011 regulamenta o direito con-
rio sobre o acesso à informação pública sob
stitucional de acesso às informações públicas. Essa
a guarda do Estado e estabelece procedi- norma entrou em vigor em 16 de maio de 2012 e
criou mecanismos que possibilitam, a qualquer pes-
mentos para que a Administração responda soa, física ou jurídica, sem necessidade de apresentar
motivo, o recebimento de informações públicas dos
a pedidos de informação do cidadão, sendo órgãos e entidades.
esta a regra e não a exceção.
24
A Lei de aceso à informação é válida para
O governo federal coloca que para garantir a efetividade do acesso à informação pública, uma
legislação sobre o direito à informação deve observar um conjunto de ações e padrões estabelecidos,
em concordância com os melhores critérios e práticas internacionais. Dentre esses princípios, pode-
mos destacar:
• Requerente não precisa dizer por que e para que deseja a informação (não exigência de
motivação).
25
• Divulgação proativa de informações de interesse coletivo e geral (transparência ativa).
(BRASIL, 2017).
acesso à informação?
Considerações Finais
• A Lei de responsabilidade fiscal, como é mais conhecida popularmente, na realidade é a Lei
Complementar 101, da Seção 1, foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal,
• A Lei prevê mecanismos de controle para as despesas públicas, tornando assim todo o processo
mais transparente e com maior rigor nos gastos, evitando que o governo adquira grandes dívidas
• Todo e qualquer cidadão tem o direito de acesso às informações sob a guarda de órgãos e enti-
Presidenta da República.
Glossário
Operações de câmbio: é a prática de troca de moedas entre países diferentes.
26
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-Qual Lei foi criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal no
que diz respeito à Tributação e Orçamento?
a) Lei Complementar 101.
c) Lei nº 12.527.
d) Art. 12.527.
e) Decreto nº 7.724/2012.
b) 1966
c) 1998
d) 2000
e) 2013
QUESTÃO 3-Quem eram os acusados de serem os principais responsáveis pelos gastos des-
necessários no país?
a) A população.
b) O presidente.
c) Os gestores.
d) O ministro da economia.
e) Os deputados federais.
27
Referências bibliográficas
BRASIL. Constituição de 1988. Brasília, DF: Senado; 1988. Lei Complementar 101/2000.
Brasília, DF: Senado, 2000.
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa A.
A Lei criada com o objetivo de regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito à Tributação
28
e Orçamento, é a Lei Complementar 101.
QUESTÃO 2-Alternativa D.
A Lei Complementar 101 foi promulgada em 2000.
QUESTÃO 3-Alternativa C.
Os políticos envolvidos na criação da Lei tinham o objetivo de controlar os gastos dos gestores
29
3
Licitações
no direito
brasileiro
Objetivos Específicos
• Conhecer os princípios da legislação dobre a Lei nº 8.666/93;
Introdução
Dados históricos relatam que a Licitação surgiu na Europa Medieval, devido à necessidade de se
adquirir bens, executar obras ou realizar serviços que a administração pública não poderia realizar.
Então, o Estado realizava chamadas para que os interessados se inscrevessem para realizar o serviço
Este procedimento também era regido por regras, era necessário um representante do Estado onde
se acendia uma vela iniciando o certame. Neste momento, os participantes ofereciam lances enquanto
a vela se mantivesse acesa ou apagasse por si só, o vencedor seria aquele que ofertasse o último lance
com menor preço, nesta época onde ainda imperava o regime monárquico.
modelo, os processos de licitação se aperfeiçoaram, as regras foram mais bem estabelecidas em con-
Com o passar dos anos verificou-se que a burocracia engessava o processo administrativo, com
vários procedimentos tentando evitar atos corruptos. O sistema era cheio de brechas legais e os entes
Em meio a esta problemática surge a administração gerencial, vinculada a uma melhor gestão dos
gastos e enfim a licitação pública, do qual passa por modificações constantes sempre à procura de
31
3.1 Licitações
No Brasil, o processo licitatório sofreu várias transformações, passando por evolução de várias Leis
e Decretos até se materializar na forma em que a conhecemos hoje. Muito disso se deve à necessi-
de forma eficiente acompanhando a evolução econômica e social, sem que seja ferido qualquer prin-
A crescente demanda por obras e serviços no Brasil, fez com que procedimentos de controle de gastos
serem mais rápidos, eficientes e transparentes. Uma destas medidas foi a utilização das licitações.
são avaliadas. Os interessados procuram se superar, cada um reduz seu preço, um a um são vencidos
e, enfim, o prestador de serviços com menor preço e com melhor proposta ganha .
A Constituição Federativa Brasileira de 1988, art. 37, inc. XXI, criou as bases,
[...] licitação pode ser definida como um procedimento relativo ao modo de celebrar deter-
minados contratos, cuja finalidade é a determinação da pessoa que ofereça à Administração
condições mais vantajosas, após um convite a eventuais interessados para que formulem
propostas, as quais serão submetidas a uma seleção.
32
A Lei nº 8.666/93 segue alguns princípios básicos que sustentam todo o disposto, que são:
Segundo o Art.3º.
Princípio da legalidade: obriga a Administração Pública, ao comprar algum serviço, contratar obras
ou em casos de alienação, proceder de acordo com o que diz a Constituição Federal. O seu descumpri-
mento causará vícios no processo licitatório, sendo ele passível de nulidade como consequência .
Princípio da impessoalidade: seu objeto é evitar a preferência por alguma empresa específica, cuja
Princípio da igualdade: assegura a igualdade e isonomia no tratamento a todos que venham par-
Princípio da publicidade: busca atender ao interesse público, julgando a melhor proposta, e tor-
nando todo o processo de conhecimento público, garantindo aos cidadãos acesso a todo e qualquer
Princípio da moralidade: está pautada em padrões éticos e morais exigindo por parte do admi-
processo licitatório.
processo obediência a pautas de moralidade, lealdade e boa-fé não apenas no processo licitatório,
Princípio do julgamento: se refere em o julgamento ser objetivo e seguir apenas o que foi estipu-
lado no edital.
Existem também alguns princípios que, ao interpretarmos o artigo, poderíamos nomeá-los como:
Princípio da economicidade: garante que a proposta mais vantajosa também seja a mais barata,
para que o produto adquirido pela administração pública não venha causar mais custos adicionais que
33
3.1.1 Modalidades de Licitação
O processo de licitação, para que qualquer órgão público realiza compras e obras, necessita abar-
car vários tipos de processos de diferentes modalidades com o mesmo fim. Estas estão dispostas na
• Concorrência Pública;
• Tomada de Preços;
• Carta Convite;
• Concurso;
• Leilão.
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afi-
xará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados
na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte
Concurso: modalidade em que quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, cientí-
fico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme crité-
rios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
cinco) dias.
Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis
34
alienação de bens imóveis prevista no art.
por meio da dispensa. Esta forma deve limitar-se apenas a aquisição de bens e serviços indispensáveis
Os casos especiais permitidos por compras de dispensa estão fundamentados no artigo 24 da Lei
nº 8666/93 e podem ser em situações de emergência, por motivo de licitação frustrada por fraude
ou abuso de poder econômico, intervenção no domínio econômico, dispensa para contratar com enti-
abastecimento em trânsito, compra de materiais de uso pelas forças armadas e associação de porta-
Podemos vincular a utilização de dispensa aos casos em que, embora viável a competição, sua rea-
Licitação dispensada: ocorre nos casos em que não é realizada a licitação por razões de interesse
público devidamente justificado. Como no caso da alienação de bens da Administração Pública que
dispensada, pois o fim da Administração Pública é o interesse público. As suas hipóteses estão taxa-
tivamente dispostas na Lei de Licitações e Contratos Administrativos, no art. 24, que esclarece os
35
casos elencados pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos, como já dito, são taxativos, não
3.1.3 A inexigibilidade
Em seu disposto, o Art. 25 da Lei nº 8.666/93, se refere aos casos em que a competição é inviá-
vel ou impossível de ocorrer. Ou seja, nos casos em que um produto é o único no mercado, quando o
produto pode não ser único, mas traz um benefício único. Possível também nos casos de contratação
de um determinado palestrante ou profissional especializado, sendo possível claro desde que se prove
quadro de pessoal.
edital.
menor preço é comumente adotada em licitações cujo objeto se apresente de forma mais simples,
sem maiores complexidades técnicas, e que permitam um julgamento igualitário entre as propos-
tas. Este fato não significa que o gestor deverá renunciar a critérios técnicos, para assim não adquirir
36
produtos de má qualidade.
Diante disso se faz necessário que o edital estipule de maneira clara, minuciosa e objetiva todas as
condições do objeto licitado, garantindo assim que o produto, obra ou serviço atenda às necessidades
da Administração.
Os itens mais comuns a serem detalhados são baseados na garantia e prazos de entrega e execu-
ção, devem conter no edital, obrigando as partes a cumpri-los durante a execução do contrato, não
sendo critérios de julgamento, mas valores de regra a serem cumpridos. Para melhor julgamento da
proposta, amostras podem ser pedidas para análise, preço por unidade ou preço global. Portanto, a
decisão para a aquisição pelo menor preço global deverá ser motivada e justificada.
Já os tipos de licitação por melhor técnica e preço são utilizados exclusivamente para serviços de
pelo Estado pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Passando também a regu-
mista, independentemente da natureza da atividade que esta se dispõe a prestar. Sendo assim, a Lei
nº 8.666/93/93 deixou de ser aplicada a esta categoria administrativa, com exceção ao que dispõe a
37
Passa desde então o pregão a ser preferencialmente adotado nas empresas públicas e sociedades
de economia mista, não mais obrigatório em sua íntegra. As modalidades licitatórias como convite,
A mudança na Lei faz com que as administrações de economia mista tenham um regime próprio
para execução dos procedimentos de compra, outro aspecto importante que a Lei de publicidade para
tal regime passa a ser diferenciado, sendo o orçamento com estimativa de preços em regra sigiloso,
somente podendo ser divulgado mediante justificativa ou quando o julgamento for por maior desconto.
melhor produto?
Considerações Finais
• A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Federativa do Brasil,
• A Lei nº 8.666/93 segue alguns princípios básicos que sustentam todo o disposto e auxiliam em
sua execução.
Lei nº 8666/93.
• As modalidades de licitação tipo menor preço são as mais comuns, sendo que por meio delas o
Glossário
Nulidade: qualidade de tornar nulo, anular, cancelar algo.
38
Alienação: quando um bem é transferido ou fica à disposição da Justiça para uma possível garan-
tia de pagamento.
Verificação de leitura
b) a exploração direta de atividade econômica pelo Estado, pelas empresas públicas e so-
ciedades de economia mista.
QUESTÃO 3-A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Fe-
derativa do Brasil, foi decretada em que ano?
a) 1943
39
b) 2000
c) 1993
d) 1963
e) 1988
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 8.666/93, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 1993. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 11 fev. 2018.
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa A.
40
A crescente demanda por obras e serviços no Brasil fez com que procedimentos de controle de
QUESTÃO 2-Alternativa B.
A Lei nº 13.3003, em todo deu disposto, regulamenta a exploração direta de atividade econômica
pelo Estado, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Passando também a regu-
QUESTÃO 3-Alternativa C.
A Lei nº 8.666/93 regulamenta o artigo 37, no inciso XXI, da Constituição Federativa do Brasil, foi
41
4
Formas de
contratação
Objetivos Específicos
• Conhecer as principais modalidades de contratação segundo a Lei nº 8.666/93;
Introdução
Nesta aula, procuraremos refletir um pouco mais sobre os principais pontos referentes às modali-
Aprofundaremos na sua execução, passando pelas suas formas interna e externa, revendo um
pouco sobre os princípios de licitações. Novamente, nas fases do pregão entenderemos os critérios de
um outro regime, mais recente o Regime Diferenciado de Contratação, que vem causando várias inda-
Estas modalidades são de grande importância para gestores no serviço de saúde, todas as compras
4.1 Pregão
Das modalidades licitatórias, uma das mais conhecidas, e arrisco dizer ser a mais utilizada, é a
modalidade pregão. Esta traz ao licitante garantias de um processo transparente e onde a concorrência
por preços acontece de forma livre, evitando desvios ou possíveis manipulações do processo.
O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002. No Governo Federal
foi regulamentada pelos Decretos nºs 3.555/2000 e 5.450/2005. Tem como maior característica a
economicidade dos processos e pouca burocracia. O pregão foi instituído primeiramente apenas no
43
âmbito da União, podendo hoje ser aplicado na Administração Pública Federal, compreendidos aos três
Tal modalidade é destinada à aquisição de bens e serviços comuns onde a disputa é realizada por
sessão pública, por meio de propostas e lances dos proponentes, para classificação e a habilitação do
Diferente das outras modalidades o pregão reduz a burocracia, pois apenas a documentação dos
participantes que apresentarem o menor preço, dependendo do critério utilizado, serão analisadas.
mediante lances.
O pregoeiro irá separar as melhores propostas dentro de uma margem de 10% da melhor pro-
posta, caso nenhum licitante se enquadre, pode ser iniciado o processo com três licitantes e abre-se
a fase inicial de lances, ao término é avaliada a melhor proposta com menor preço e classifica-se
assim sequencialmente os mais vantajosos, sendo vencedora a que propor o melhor preço com melhor
qualidade.
Já no pregão eletrônico, os licitantes devem se cadastrar no site, normalmente mediado por algum
44
Após este credenciamento inicia-se a fase de lances, sem a necessidade de vincular o lance de um
licitante a outro, apenas não se pode aumentar o lance, assim normalmente os preços cadastrados se
encontram acima do que o prestador pratica, não podendo estar além do praticado no mercado. O
fim dos lances é dado por tempo aleatório, muitas vezes estipulado pelo mediador. Todo o processo
Para a realização deste processo, alguns passos anteriores são necessários. Veremos, a seguir, deta-
constar o serviço ou bem que se faz necessário adquirir, com indicação do objeto de forma pre-
cisa e clara, evitando as especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limi-
nesta etapa os anexos, levantamento de impedimentos fiscais e recursos financeiros, com a cota-
ção de preços. No edital sempre é bom constar o número de série e ordem do pregão, modali-
dade de licitação e fazer menção que será regido pelas Leis nº 8.666/93/93 e nº10.502/02.
e. Definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, inclusive no que se refere aos
necessidades da administração.
45
4.1.1.2 Fase Externa
A fase externa do pregão é mais extensa que a interna e se inicia com a convocação dos interes-
O início da fase externa do pregão se dá com a publicação do edital, onde constará a data, horá-
rio, proposta, local e objeto a ser licitado. As regras para a convocação constam no Art. 11, inciso I, do
Decreto nº 3.555/2000, onde de acordo com o valor destinado ao objeto, a publicação segue por meio
de internet, Diário Oficial da União ou jornal de grande circulação de acordo com a abrangência deste.
edital e o prazo em que os interessados poderão entregar suas propostas que serão abertas
apenas na data e horário designados para a abertura da sessão pública, no caso do pregão
presencial.
seus representantes legais, para identificação e comprovação dos poderes exigidos para a apre-
onde se declarada então, aberta a sessão, sem interrupções até o término do tempo.
interessado.
e. Procede-se, então, a abertura dos envelopes imediatamente após a sua entrega, são abertos e
rubricados pelo pregoeiro, equipe de apoio e participantes. Será verificada a conformidade com
custo e, em particular, da exatidão dos somatórios, evitando manter nas propostas erros que
possam ser cometidos pelo licitante, que poderá realizar a correção antes de encerrada esta
etapa do pregão, desde que não sejam referentes aos valores da proposta.
46
f. Após todos os documentos dos envelopes revisados inicia-se a fase onde ocorrem os lances, e
preço. Ocorrendo a classificação do último lance apresentado por cada licitante, conforme ordem
crescente de preço. Neste momento, se verifica a compatibilidade da proposta com o preço esti-
mado pela Administração Pública na elaboração do Edital. O pregoeiro poderá negociar direta-
mente com o licitante, a fim de reduzir preços. O exame de aceitabilidade também considera
h. A fase de habilitação ocorre somente após a classificação e julgamento das propostas de forma
tante que apresentar o menor preço na proposta. Os documentos a serem verificados compre-
i. A fase recursal consiste na manifestação por parte dos licitantes em interesse ao recurso.
Concede-se, então, o prazo de três dias corridos para que apresente as razões do seu recurso. Os
demais licitantes ficam intimados a apresentarem contrarrazões ao recurso em igual prazo. Como
recurso e as contrarrazões, o Pregoeiro realiza a análise onde sua decisão poderá ser revista.
47
Basicamente, estas são as etapas do pregão. A fim de melhor diferenciar-
Tabela a seguir:
Link
Acesse as Leis sobre o pregão na íntegra para au-
mentar seu conhecimento. Busque no site do plan-
alto.gov
Autoria dos Os presentes na sessão pública sabem É vedada a indicação dos licitantes
lances quem são os autores das propostas. responsáveis pelos lances.
48
Pregão Presencial Pregão Eletrônico
4.2 Regime
Assimile
Públicas
3.555/2000.
Públicas, conhecido pela sigla RDC, foi instituído em nosso ordenamento jurídico por meio da Lei nº
Tal norma gerou para os operadores do Direito, desde a sua concepção, uma enorme discussão acerca
de seus dispositivos. Parte daqueles que sobre a Lei se debruçaram defendem a revogação de parte
de seus dispositivos, ou mesmo sua revogação total, em virtude de sua possível inconstitucionalidade.
49
Outros afirmam que não é possível, dada a ausência de viabilidade, aplicar alguns dispositivos da Lei. Há
A RDC cria um regime licitatório e contratual específico para eventos esportivos, inicialmente vol-
tada apenas para eventos esportivos específicos como a Copa das Confederações da FIFA, a Copa do
Mundo FIFA em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, aplicável exclusivamente às obras, servi-
Após o início de sua utilização, o Governo Brasileiro concluiu que a forma licitatória tratada na
resultado adequado para a realização dos eventos esportivos. Assim, expediu a Medida Provisória nº
527/2011, convertida na Lei nº 12.462/2011, e por meio do Decreto Federal nº 7.581/2011, que regu-
A legislação regida pela Lei nº 12.462/2011 foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A pri-
meira delas que se deu, a Lei nº 12.688, de 18 de julho de 2012, considerou que o RDC também
seria aplicável às licitações e contratos necessários à realização das ações integrantes do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), que nada mais é que um conjunto de obras de infraestrutura social,
urbana, energética e logística do país, que são consideradas como fundamentais ao desenvolvimento
Em outubro de 2012, por meio da Lei nº 12.722, ampliou-se o âmbito de alcance do RDC, apli-
âmbito dos sistemas públicos de ensino. Posteriormente, a Lei nº 12.745, de 19 de dezembro de 2012,
estabeleceu que o RDC também se aplicava a obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS). Por último, no dia 24 de dezembro de 2013, foi exarada a Medida Provisória
nº 630 (que, posteriormente, foi convertida em Lei) trouxe em seu conteúdo que as obras e servi-
atendimento socioeducativo também poderão ser licitadas e contratadas pelo Regime Diferenciado de
50
As alterações continuaram, com o Art. 1º, VI, da Lei nº 12.462/2011, alterada pela Lei nº 13.190/2015,
tornou possível sua utilização em ações no âmbito da segurança pública, obras e serviços de engenha-
houveram alterações para os casos de contratos de locação de bens móveis e imóveis pela Lei nº
13.190/2015, assim como tornou possível a contratação de construção ou reforma substancial, com
ou sem aparelhamento de bens, por si mesmo ou por terceiros, do bem especificado pela administra-
ção, ações, obras e serviços de engenharia em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia
e à inovação.
habilitação e julgamento.
51
Questão para reflexão
A RDC é uma forma de contratação que gera muitas discussões sobre a transparência deste pro-
cesso no meio jurídico. Leia a Lei na íntegra, e elabore um Quadro comparativo entre as Leis nº
8.666/93/1993 e nº 12462/2011.
Considerações Finais
• O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002 e regulamentada
realizada por sessão pública, mediante propostas e lances dos proponentes, para a classificação
• O Regime Diferenciado de Contratações Públicas, conhecido pela sigla RDC, foi instituído em
nosso ordenamento jurídico por meio da Lei nº 12.462/2011, e consiste em um novo regime de
Glossário
Pregoeiro: servidor formalmente designado pela autoridade competente nas pequenas unidades
52
Verificação de leitura
b) Nenhuma.
c) Sexta.
d) Quarta.
e) Quinta.
b) janeiro de 2011.
c) agosto de 2012.
d) novembro de 2013.
e) março de 2012.
b) ineficaz.
c) útil.
d) extenso.
e) comum.
53
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 10.462, de 04 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de Contra-
tações Públicas – RDC e dá outras providências. Presidência da República. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 5 ago. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/2002/L10462.htm>. Acesso em: 29 jan. 2018.
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
54
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa C.
O pregão é a sexta modalidade de licitação, instituída pela Lei nº 10.520/2002.
QUESTÃO 2-Alternativa A.
Em outubro de 2012, por meio da Lei nº 12.722, ampliou-se o âmbito de alcance do RDC, apli-
QUESTÃO 3-Alternativa D.
A fase externa do pregão, é uma fase mais extensa que a interna, se inicia com a convocação dos
55
5
Contratos
administrativos
Objetivos Específicos
• Conhecer os principais contratos administrativos;
Introdução
O objetivo desta aula é demonstrar os conceitos, elementos e as principais características do con-
trato administrativo. Veremos também os atributos próprios de um contrato que pretende buscar o
interesse público.
A teoria geral dos contratos descreve, entre seus princípios, uma preocupação com o resguardo do
equilíbrio contratual . Assim não são admitidas cláusulas protestativas, ou seja, aquelas que benefi-
ciam uma das partes de forma desproporcional, em detrimento de outra. Entretanto, esta premissa
se aplica apenas aos contratos de natureza privada. Ao se tratar de um contrato administrativo, este
não admite que as partes sejam tratadas de forma igual, visto que permitem a inclusão de cláusu-
las exorbitantes, entendidas inicialmente, como aquelas que beneficiam única e exclusivamente a
necessários ao adquirir algum bem, obras ou serviço s. Na Lei nº 8.666/1993 da Constituição Federal,
encontramos no Capítulo III, seção I, no Art. 55, o disposto que trata de contratos públicos. A Lei regu-
lamenta em suas cláusulas o princípio geral dos contratos e as disposições do direito privado.
Os contratos administrativos são uma espécie de contrato que, por algumas peculiaridades, assu-
mem um caráter próprio, contando com um acordo de vontade, firmado livremente entre as par-
57
envolvendo ao menos duas pessoas, e comutativo, originando prestação mútua e equivalente entre
Um contrato constitui verdadeira Lei entre as partes, estipulada consensualmente, como manifes-
tação de liberdade contratual, e dependente de certos requisitos, como objeto lícito, determinado e
possível, forma prescrita ou não vedada e capacidade das partes, não sendo
compensações recíprocas e equivalentes as partes; e intuitu personae porque devem ser executados
Assim, todo contrato deve estabelecer de forma clara e precisa as condições para sua execução,
das partes envolvidas, de forma a respeitar os termos da licitação ou proposta a que está vinculado.
Aqueles contratos que exprimam situação dúbia, em sua interpretação da realidade, devem privile-
giar e obedecer aos princípios constitucionais da dignidade, da função social e do contrato de boa
féboa-fé.
Além das cláusulas, os contratos devem estabelecer o objeto e seus elementos característicos, o
se forem necessários.
Devemos lembrar que os contratos públicos são redigidos baseados no orçamento público. Como
58
observamos que em sua grande maioria não ultrapassa o período de um ano. Nos casos onde o orça-
mento possa ainda se estender e a validade do contrato está próximo ao seu término, a gestão pode
preferir fazer um aditamento de contrato e manter a mesma proposta, sem necessidade de uma nova
licitação pelo período de mais um ano, desde que previsto no plano plurianual e no ato convocatório
da vencedora.
Em alguns casos, temos contratos para serviços que são contínuos na administração pública,
alguns destes podem se estender por até cinco anos, obedecendo aos critérios já citados e pautado
De forma a ser bem compreendido, todos os contratos devem constar as datas de início e término
por uma das partes, nos casos de modificações do projeto original ou de suas
Pública exigir do contratado uma garantia que possa utilizar para ressarcir-se de um eventual preju-
ízo causado por ele . A exigência de Garantia, prevista no art. 56 da Lei nº 8.666/1993, que pode ser
59
oferecida nas seguintes modalidades: caução em dinheiro ou títulos da dívida pública, seguro-garantia
Esta garantia será utilizada para ressarcir a Administração dos possíveis prejuízos sofridos ou para
pagamento de multa, independente de intervenção do Poder Judiciário (art. 80, inciso III, da Lei nº
8.666/93).
Outra cláusula exorbitante é a possibilidade de alteração unilateral por parte da Administração, que
de interesse público, porém apenas as situações previstas no item “b”, II do art. 65 da Lei Federal nº
8.666/1993: “quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como
originários” (on-line).
Ou seja:
• alteração qualitativa: modificação do projeto ou das especificações para melhor adequação téc-
60
5.1.2 Nulidade, formalização e garantia de publicidade
A nulidade de contrato ocorre quando é apurado ilegalidade no contrato. A declaração de nulidade
Entretanto, a nulidade não isenta a Administração de indenizar o contratado pelo que este foi exe-
cutado até a data em que ela for declarada, bem como por outros prejuízos quando forem comprova-
dos, pelo que dispõe o art. 59 da Lei Federal de Licitações, devendo esta, também operar retroativa-
No que tange a formalização dos contratos conforme determina o art. 60 da Lei nº 8.666/1993,
os contratos e seus aditamentos devem ser lavrados nas repartições interessadas, as quais mante-
rão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a
direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo
e termos do contrato que se acharem necessárias, a obtenção de cópia autenticada, desde que pro-
à imprensa oficial, como estipulado na Lei, até o quinto dia útil seguinte ao da
seja efetivada até 20 dias contados do término daquele prazo. Com ressalvas
61
em razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determina-
das pela máxima autoridade da esfera administrativa a possibilidade de rescindir o contrato. Porém,
quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do Art. 78, sem que haja culpa do contra-
tado, este será ressarcido dos prejuízos comprovados que vier a sofrer, sendo determinado o montante
de gastos e despesas praticados. Caso este for culposo, áo contratado não terá direito à indenização,
mas poderá pleitear o recebimento dos valores devidos até o fim do contrato.
de Licitações, que não se restringe às hipóteses de inexecução total ou parcial do contrato, abar-
cando também todo e qualquer ilícito que poderá ser cometido durante o
gravidade.
62
Considerações Finais
• O contrato é um instrumento da administração para consolidar e atuar frente a acordos neces-
• Os contratos administrativos são uma espécie de contrato, que por algumas peculiaridades assu-
• Os contratos administrativos admitem alterações, no caso de necessidade por uma das partes,
Glossário
Partes: são as pessoas ou instituições envolvidas no contrato. Para este conteúdo, podemos con-
cluir que uma das partes será a Administração Pública e a outra parte será o legitimado, ou prestador
de serviço.
Objeto: aquilo que se contrata, objeto ou motivo da contratação, podendo ser obras, serviços,
Intuitu personae: são firmados considerando a pessoa da parte contratada, em suas característi-
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-A Teoria Geral dos Contratos, dentro da perspectiva da gestão pública, de-
monstra:”.
63
d) a preocupação com a administração.
b) contratos públicos.
c) homologação do pregão.
d) licitação.
e) pregão.
QUESTÃO 3-Que artigo da Lei trata das cláusulas necessárias em todos os contratos?
a) Art. 55.
b) Art. 56.
c) Art. 80.
d) Art. 65.
e) Art. 173.
Referências bibliográficas
LUZ, C. C. S. As garantias nos contratos administrativos conforme a Lei nº 8.666/93.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faculdade de Direito. Curso de Ciências Jurídicas e Sociais. Rio Grande do Sul, 2012.
64
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa E.
A preocupação em todo o processo licitatório, bem como nos contratos sempre é o bem público.
QUESTÃO 2-Alternativa C.
O contrato somente é formalizado após a homologação do pregão.
QUESTÃO 3-Alternativa A .
O artigo da Lei que trata das cláusulas necessárias em todos os contratos é o Art. 55, da seção I,
da Lei nº 8.666.
65
6
Publicidade e
fiscalização
Objetivos Específicos
• Demonstrar as características próprias de um contrato que pretende buscar o interesse público;
sua fiscalização.
Introdução
Toda contratação administrativa, decorrente de um procedimento licitatório ou aqueles realizados
interessados evitando restringir o caráter competitivo, sem esquecer do primordial, a defesa do bem
público.
O procedimento contratual exige dos agentes públicos envolvidos a observância das normas e prin-
cípios legais, da regularidade da despesa e da execução do contrato. Por outro lado, lembramos que
todo contrato realizado visando o bem público deve seguir algumas regras que levem ao controle e à
publicidade dos contratos, visando que todo investimento público possa ser monitorado por qualquer
Assim apresentaremos algumas colocações, bem como as leis referentes à fiscalização dos contra-
eficiência a utilização dos recursos públicos, mesmo sendo institutos distintos ambos são complemen-
tares e essenciais para que a administração obtenha resultados esperados em suas ações.
67
Quando a Administração Pública realiza
permissões e locações.
contratos administrativos devem ser fiscalizados e geridos, com o objetivo de garantir o interesse
A fundamentação legal a respeito das fiscalizações se encontra nos arts. 58, III, 67, §§ 1º e 2º e 70
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante
da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-
-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
68
Podemos então compreender a fiscalização como a atividade exercida de modo sistemático pelo
contratante e seus representantes, para verificação do cumprimento das disposições contratuais, téc-
nicas e administrativas, em todos os seus aspectos. Tal atividade é de grande responsabilidade nos
procedimentos de gestão dos contratos, devendo ser realizado um rígido acompanhamento sobre as
etapas da execução contratual, tendo por finalidade verificar se ela tem respeitado a legislação e o
Ambas as partes envolvidas na contratação podem realizar atos fiscalizatórios, porém de formas
diferentes, de acordo com os dispositivos legais citados. A respeito da participação do autor do projeto
O artigo coloca ênfase nas questões relativas a obras, porém também se destina nos casos de con-
tratos para materiais, bens e serviços mesmo aqueles que não estão ligados a serviços de engenharia,
Mas diante do exposto, como ocorre a fiscalização dos contratos na prática cotidiana do trabalho?
Em sua maioria, os serviços necessitam ter uma pessoa responsável pela fiscalização dos contratos,
esta pessoa é conhecida como o fiscal do contrato. Tem-se como boa prática o fiscal do contrato ser
69
De forma a qualificar esta função, este representante deve ser de preferência do setor que solicitou
o bem ou serviço, que seja um profissional ou equipe de fiscalização habilitado, com a experiência
técnica necessária, sendo capacitado a acompanhar e controlar o serviço que está sendo executado. O
fiscal do contrato deve estar envolvido desde o início até o final do contrato. Em alguns casos, podem
A sua função remete principalmente à finalidade básica dos contratos, exigir que os contratos admi-
nistrativos possam ser fielmente executados pelas partes, buscando a finalidade pública e a boa apli-
mente das ocorrências durante a vigência do contrato, sendo estas favoráveis ou não à Administração
Pública.
É muito importante não confundir gestão com gestor (FISCAL) de contrato. A gestão é o serviço geral
de gerenciamento de todos os contratos, já a fiscalização é pontual quanto aos atos relativos a um con-
trato em específico.
No caso de ocorrências julgadas como negativas, estas devem ser passadas ao gestor e sugerir as
medidas necessárias para a regularização das faltas observadas e, se necessário, indicar a notifica-
ção da empresa contratada, encaminhando assim para a aplicação da multa correspondente quando
contrato, podendo ser diária ou semanal, sendo o instrumento de fiscalização baseado no termo de
referência do contrato.
70
mercado, propondo alterações e reajuste dos preços.
quando necessários.
da Administração Pública. Está fundamentada no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal de 1988,
damentais à privacidade e à intimidade, estes não se aplicam à Administração Pública quando rela-
cionado às suas atribuições perante a sociedade, onde ela deve expor todas as suas decisões. Com as
alterações realizadas pela Lei Federal nº 8.883/1994, vários dispostos foram acrescentados instituindo
A publicidade não é apenas um dos requisitos da Administração Pública, mas também a maneira do
Poder Público agir de forma transparente não ocultando seus feitos à população, tornando-os cons-
cientes de suas ações. Os gestores são os principais responsáveis para que se dê andamento de obras
e serviços e sobre a informação dos valores e tipos de contratos estabelecidos, para que assim a
Para os contratos administrativos produzirem efeitos jurídicos e regulares, devem ser tornados
públicos. Sua omissão poderá acarretar a invalidação e a não eficácia dos prazos estipulados, não pro-
duzindo efeitos.
71
A publicação deverá ser obrigatoriamente realizada por meio dos órgãos oficiais da Administração,
Diário Oficial da União, podendo ser o Diário Oficial do ente público respectivo ou o jornal de grande
circulação na região, devidamente autorizado por ato legal. No caso dos Estados, Distritos Federais
e Municípios, estes deverão definir em Leis próprias para qual veículo de divulgação irão utilizar . Os
atos e Leis municipais poderão também ser afixados na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal,
A Lei nº 8.666/1993 coloca como ato indispensável a publicação resumida dos atos contratuais,
seus instrumentos ou de seus aditamentos, na imprensa oficial. Alguns autores questionam a real
publicidade na divulgação apenas do resumo, pois não deixa transparente todos os termos do con-
trato. Com as modificações trazidas pela Lei nº 13.303/2016, que trata dos regimes de economia
mista, a publicidade dos contratos estabelecidos por esta Lei tornou o processo de publicidade e o
Outro ponto muito discutido é se o orçamento estimado pela Administração deve ser divulgado ou
não no Termo de Referência e no edital. A Lei de pregão estipula em seu artigo 3º, inciso III, que o orça-
mento detalhado deve integrar o procedimento, porém não sendo obrigatória a sua divulgação com o
instrumento convocatório como nas demais modalidades de licitação estipuladas pela Lei nº 8.666/1993
mínimo o seguinte:
Link
• Espécie Consulte o Manual de Licitações e Contratos: Orien-
tações e Jurisprudência do TCU / Tribunal de Contas
• Resumo do objeto do contrato da União, material complementar muito interessante
para ampliar seus conhecimentos.
• Modalidade de licitação
• Número do empenho
• Valor do contrato
72
• Valor a ser pago no exercício corrente
• Prazo de vigência
• Data de assinatura
O Tribunal de Contas da União (TCU) acrescenta a respeito dos contratos que se p roceda a atua-
lização das informações e dados contidos na sua página na Internet, e dê publicidade mensal às suas
compras, contratos e aditivos, na forma da Lei nº 9.755, de 16/12/1998, e da Instrução Normativa TCU
Faça constar dos processos licitatórios comprovante da publicação, em imprensa oficial, do extrato
do contrato e de seus termos aditivos, na forma do art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993.
conforme o disposto no art. 61, parágrafo único, da Lei nº 8.666/1993, condição indispensável para
oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, até o 5º (quinto) dia útil do mês seguinte ao
de sua assinatura, para ocorrer no prazo de 20 (vinte) dias daquela data, evitando o ocorrido quanto
a instrumentos de contrato de que tratam [...] (Lei nº 8.666/1993, art. 61, parágrafo único). Acórdão
na imprensa oficial, de acordo com a previsão constante no art. 61 da Lei nº 8.666/1993. Acórdão
Determina atenção quanto à correta publicação de seus atos/contratos, sobretudo, no Diário Oficial
Atenda ao disposto no parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666/1993, no que tange à obediência
73
do prazo legal fixado para a publicação resumida de seus instrumentos de contrato e aditamentos na
Deve ser observado, quando da publicação dos extratos de contratos e dos seus aditivos, todos
os elementos que tal publicação deve conter (art. 33, § 2º, do Decreto nº 93.872, de 1986). Decisão
518/1997 Plenário.
2014).
Assimile
O fiscal de contratos no serviço público é um profis-
sional designado pela administração e nomeado em
Diário Oficial ou veículo de grande circulação, com
competências e conhecimentos a respeito desta
função.
Exemplificando
Após um contrato de obra ser executado, verificou-se
que uma das salas de consultório médico faltava na
construção, mesmo constando na planta do projeto.
Baseado no conteúdo aprendido, como você acha
que este fato poderia ser evitado? Claramente este
problema poderia ser evitado se o fiscal do contra-
to estivesse acompanhando a obra, garantindo que o
disposto no contrato fosse obedecido.
74
Questão para reflexão
Reflita se a publicidade é o ato de publicar ou tornar público as ações referentes à Administração.
Como você percebe, em alguns dos casos como discutimos, este ato ser facultativo ao gestor?
Considerações Finais
• A Fiscalização e gestão de contratos é uma ação importante para que se cumpra com eficácia e
• O fiscal do contrato deve estar envolvido desde o início até o final do contrato.
Pública, mas também a forma do Poder Público agir com transparência não ocultando seus fei-
tos à população.
Glossário
Ordenador de despesa: toda e qualquer autoridade cujos atos resultem na emissão de empenho,
Lei orgânica: é aquela Lei criada no âmbito de um Município, aprovada em dois turnos pela Câmara
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-Qual a Lei que prevê que os contratos administrativos devem ser fiscalizados
e geridos?
a) Lei nº 8.666/1993.
b) Lei nº 8.883/1994.
75
c) Lei Orgânica 4.144/1999.
d) Lei nº 13.303.
c) O Representante da Administração.
d) O pregoeiro.
c) Informar a sociedade.
d) Prestação de contas.
e) Preservar o contratado.
76
Referências Bibliográficas
BORGES, C.; SANDRO, B. Licitações e Contratos. 3. ed. Rio Janeiro: Eliser, 2014.
77
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa A.
A fundamentação legal a respeito das fiscalizações se encontra nos Art. 58, III, 67, §§ 1º e 2º e 70
da Lei nº 8.666/1993.
QUESTÃO 2-Alternativa C.
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração
especialmente designado.
QUESTÃO 3-Alternativa C.
O princípio básico da publicidade nos contratos administrativos é informar a sociedade sobre os atos
da Administração Pública.
78
7
Recursos
administrativos
nas licitações
Objetivos Específicos
• Conhecer o que são os recursos administrativos;
• Conhecer a função dos envolvidos nos processos licitatórios frente aos recursos .
Introdução
Como podemos evidenciar pela literatura, o Processo Licitatório é um procedimento que tem como
objetivo identificar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, atendendo assim às
Por não tratar de uma livre escolha pautada em critérios subjetivos, muito da Lei nº 8.666/93 se
Tendo em vista todas as formalidades que a Administração Pública está obrigada a observar na ins-
Recurso Administrativo com o objetivo de questionar o ato administrativo adotado e levar a matéria
a uma segunda instância administrativa que, ao analisar as razões contidas na peça recursal, poderá
Assim, nesta aula, procuraremos entender melhor todo este processo e onde estas medidas são
trativos e, mais especificamente, as licitações e contratos na Lei nº 8.666/93 em seu artigo 109.
O Recurso nada mais é que uma defesa administrativa, na qual se impugna uma decisão, com o
objetivo de provocar o reexame da matéria decidida, buscando obter uma reforma ou modificação
80
da decisão. As decisões administrativas em um procedimento licitatório podem ser reexaminadas por
meio dos pedidos de reconsideração, das representações ou dos recursos, podendo todos os licitantes
ou do Pregoeiro.
O art. 109 da Lei nº 8.666/1993 elenca as hipóteses em que são cabíveis a interposição de recurso.
O artigo coloca:
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
81
§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, deste artigo, exclu-
ídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publica-
ção na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os
prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por
comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo,
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público,
atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo
no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato
recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse
mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informados, devendo, neste caso, a decisão ser
proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob
pena de responsabilidade.
O fato de existirem hipóteses impugnáveis por meio de um recurso, não significa a impossibilidade
de outras situações também serem atacadas da mesma maneira. Para se exercer o direito de recorrer
82
Agora, no caso de uma decisão que inabilite um licitante, este não poderá ser o motivo do recurso
de alguém que não participou do certame porque esse não teria legitimidade nem interesse. Também
não se pode interpor o recurso de forma intempestiva, pois já teria decaído o direito de obter um novo
julgamento.
Assim, veremos alguns pontos que são exigidos para que o direito de recurso seja legítimo e reconhe-
que como descreve no art. 109 da Lei nº 8.666/1993, caberá ainda a interposição de representação,
no prazo de 5 dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do con-
trato, de que não caiba recurso hierárquico. Este prazo legal para a interposição é conhecido no meio
Também é indispensável que a pessoa do recorrente tenha interesse e legitimidade para se colo-
car contra o ato decisório por meio do recurso administrativo, sendo que o licitante é uma das partes
No pregão, não há distinção entre cidadão ou licitante. Até dois dias úteis antes da data estabele-
cida para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá impugnar o edital conforme descrito no
Os licitantes que forem desclassificados ou inabilitados não poderão recorrer de fatos ocorridos
posteriores à sua desclassificação, portanto é necessário que caso haja interesse, estes entrem com o
Para que um julgamento do recurso seja possível, é preciso que a decisão tenha gerado algum tipo
de prejuízo ou que o recorrente se sinta lesado, caso contrário, este não poderá recorrer.
de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, no prazo de 10 dias úteis da inti-
mação do ato.
83
Devemos saber que para um recurso alcançar seu objetivo de permitir uma nova avaliação do pro-
cesso, este deve estar devidamente fundamentado nas razões que levaram o recorrente à solicitá-la ,
defendendo seu ponto de vista e os prejuízos causados pela ação que o levou ao recurso.
iniciar no primeiro dia útil seguinte à lavratura da sessão pública ou intimação, sendo este em dia útil.
Ao ser acatado um recurso, a Administração deve providenciar para que seja dada ciência a todos
os outros participantes da licitação, possibilitando a estes o prazo de 5 dias úteis para que possam
Depois da manifestação de todos os interessados, sendo necessário poderá ocorrer o juízo de retra-
tação dentro do prazo de 5 dias úteis, pelo qual poderá ser revista a decisão, sempre de forma moti-
vada, caso em que a nova decisão também poderá ser atacada por recurso. Já se o entendimento for
de que a decisão foi acertada, os autos deverão ser encaminhados à autoridade superior no mesmo
prazo descrito .
84
a. efeito devolutivo: o objeto das razões recursais deverá ser reanalisado.
b. efeito suspensivo: onde se suspende os efeitos da decisão recorrida até que o recurso seja julgado.
casos, a própria Lei determina o recebimento do recurso no efeito suspensivo, principalmente nos
pedido de reconsideração.
Existe uma outra prática conhecida como representação, porém em muitos casos ela é confundida
com um recurso. Porém, a representação tratada no art. 109, II, da Lei de Licitações, está relacionada
com o objeto da licitação ou do contrato, em situações nas quais não caberia um recurso. Para as
posição frente aos recursos, sendo ele o representante legal da Administração. A classificação final do
85
certame decorre da declaração do vencedor definitivo do pregão.
Todo licitante pode entrar com um recurso decorrente do ato de declaração do vencedor. Deverá o
interessado manifestar-se tão logo o Pregoeiro faça a declaração, sob pena de preclusão.
Veja-se que tal manifestação deverá ser motivada, mesmo que em linhas gerais, podendo o recor-
rente apresentar razões recursais escritas no prazo de três dias úteis ou corrido, a depender do pregão
na qual se impugna uma decisão, com o objetivo de provocar uma possível mudança da matéria
86
decidida.
Glossário
Interposição: esta palavra é geralmente usada no meio jurídico e se refere a colocar em um deter-
Verificação de leitura
QUESTÃO 1-As decisões administrativas em um procedimento licitatório podem ser reexa-
minadas por meio de:
a) um pedido formal.
b) um procedimento licitatório.
c) um pedido de reconsideração.
d) um pedido informal.
e) um julgamento da Comissão.
c) uma argumentação.
d) uma conciliação.
e) uma sentença.
87
QUESTÃO 3-Todo recurso deverá ser reavaliado após seu recebimento pela autoridade su-
perior podendo ser:
a) efeito devolutivo e suspensivo.
b) efeito nulo.
c) efeito devolutivo.
e) efeito suspensivo.
Referências bibliográficas
ALEXANDRINO, M.; PAULO, V. Direito Administrativo Descomplicado. 20. ed. São Paulo:
Editora Método, 2012.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
tituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 1993. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 11 fev. 2018.
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa C.
As decisões administrativas em um procedimento licitatório podem ser reexaminadas por meio dos
pedidos de reconsideração.
88
QUESTÃO 2-Alternativa B.
O Recurso nada mais é que uma defesa administrativa.
QUESTÃO 3-Alternativa A.
Efeito devolutivo ou efeito suspensivo.
89
8
Crimes no
processo de
licitação
Objetivos Específicos
• Aprender as regras referentes aos crimes no processo de licitação;
Introdução
Nesta aula pretendemos, sem a intenção de esgotar o assunto, demonstrar quais são os principais
Como já estudamos, a Lei de Licitações veio regulamentar o art. 37, XXI, da Constituição, determi-
nando que as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, cumprimento e suspensão dos contratos. Sabemos hoje que nem sempre a
licitação é a única forma de se realizar estas contratações. Nessas situações, podem-se encontrar os
Para regulamentar o que as empresas devem cumprir de boa-fé, a Lei nº 8.666/1993 descreve
entre os arts. 89 a 99 os tipos de penalidades que podem ser executadas . Todos os artigos consti-
tuem infrações penais contra a licitação e, possuem como sujeitos ativos os licitantes, servidores públi-
cos e pessoas a eles vinculadas. Para melhor , entendimento, iremos agora apresentar os arts. 89 a
91
8.1 crimes e das Penas segundo a Lei
Nº 8.666/93
8.1.1 Art. 89 – Dispensar ou inexigir licitação
Segundo o art. 89 da Lei nº 8.666/93: Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte-
ses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido
para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para
celebrar contrato com o Poder Público.
na Administração Pública quando se deseja contratar obras, serviços, compras, alienações e locações
com terceiros. E como já vimos também existem os casos em que a licitação não é realizada, por se
O artigo coloca que aquele que dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei,
Este é um dos crimes mais comuns de licitação. Possui como sujeito praticante vários envolvidos
desde servidores públicos enredados nas licitações, administradores públicos, empresas licitantes ou
empresas até mesmo fora do processo licitatório que tenham se beneficiado com esta. Observa-se
também que o crime quando praticado, poderá até não gerar nenhuma consequência prejudicial ao
patrimônio público, estando em concordância com os preços de mercado. Ocorre que em várias vezes
92
a contratação indevida possa acarretar posteriormente superfaturamentos, desvios de verba pública,
Assim, aquele que direciona descritivo, frustra ou frauda, realiza algum tipo de combinação ou
recebe alguma gratificação, fere o caráter competitivo do procedimento licitatório, possivelmente com
o intuito de obter, qualquer tipo de vantagem pessoal ou coletiva, pratica crime e está sujeito à pena
Neste artigo, tratamos de casos onde algum contrato ou licitação tenha sido criada por meio ou
enquadram neste artigo também os casos onde são invalidadas a licitação ou o contrato administra-
93
Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação
contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o
Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos
instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei (on-line).
onde se atribui o vencedor da licitação, e durante a execução dos contratos, não pode haver nenhuma
modificação. O que pode vir a ocorrer são modificações do serviço a ser prestado aumentando a folha
de arrecadação do licitante em benefício próprio, tratando-se de crime, mas para que assim seja jul-
Parágrafo único, art. 92. “Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente con-
figura crime, com pena de detenção. Muitas vezes, este artigo se configura na conduta onde o servi-
dor público dificulta os atos licitatórios ao longo de todo o procedimento, com a falta de documentos
anexos, perdendo prazos das devolutivas, mesmo sem importar qual será o resultado final. Está ligado
a sua desenvoltura, onde possa em alguma razão impedir, perturbar e/ou fraudar o ato procedimental.
Porém, temos de lembrá-lo(a) que todo e qualquer cidadão ou interessado tem o direito público
94
8.1.6 Artigo 94 - Devassar o sigilo de proposta
O Art. 94 da lei em estudo diz: “Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licita-
tório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos,
e multa” (on-line).
preços sugeridos para tal certame. Este é o princípio da competição. O sigilo das propostas apresen-
tadas pelos licitantes é ponto indispensável para que haja igualdade entre os participantes. Quando
se torna público ou parcialmente público a apresentação da proposta, este licitante está sendo dire-
tamente prejudicado podendo perder esta licitação, sendo ferido diretamente o princípio da isonomia,
“Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento
Vemos que o artigo é bem claro quanto à configuração de crime, ou seja, afastar ou procurar afas-
tar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
tipo. Ainda em seu Parágrafo único dispõe que o mesmo incorre aos casos onde alguém se abstém ou
Outra situação, são os casos onde profissionais são perseguidos, ameaçados ou até mesmo nos
Pena de detenção que varia de 02 (dois) a 04 (quatro) anos, além de multa e da pena correspon-
dente à violência.
95
8.1.8 Artigo 96 - Fraude à
licitação Para saber mais
O termo Fazenda Pública representa as pessoas de
direito público. Usualmente, em termos jurídicos,
A conduta típica deste artigo está relacio-
tem sido nominada como Fazenda Federal, Fazenda
nada em fraudar, usar de artifícios, ilusão, Estadual e Fazenda Municipal alguns entes. É utiliza-
do como referência às entidades da administração
trapaça, dentro da licitação para se benefi- direta e indireta dotadas de personalidade de direito
público, excetuando aqueles que tenham personali-
ciar de bens ou mercadorias em prejuízo da dade privada.
Fazenda Pública. Ou seja, quando o licitante
O artigo dispõe:
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda
de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
96
execução do contrato: Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
A prática de qualquer um destes atos é considerada fraude à licitação e atenta contra o interesse
público.
(on-line).
Ao falarmos de idoneidade, tratamos de todo aquele profissional que se coloca como alguém
honesto, transparente e capacitado para exercer cargo e função a ele imposta, mas que pratica atos
contra a Lei de forma escusa. Contudo, o profissional honesto que celebrar contrato com empresa
Públicaública contrata pessoa ou empresa já declarada inidônea. Claro que aquele profissional que
não está ciente da inidoneidade da empresa não será julgado de igual forma.
Outro fato interessante a este artigo é que mesmo o ato da tentativa, sem consequência, confira-
-se crime.
inscrito” (on-line).
O crime se configura no ato de impedir ou dificultar, alterar, suspender ou cancelar, a inscrição para
a participação em licitações, onde o servidor público no exercício de sua função, se utiliza de maneira
97
Por isso, quem prática este crime deve ser
98
Situação-problema
A disciplina de Licitações trata de todo o processo licitatório de forma clara e prática para a atua-
ção de profissionais que estejam envolvidos nesta forma de adquirir bens e serviços dentro do serviço
público. Muitas vezes, como gestores, necessitamos nos colocar à frente do processo de compra de
materiais e equipamentos ou na aquisição de serviços, seja como pregoeiro, seja como equipe técnica
ou equipe de apoio.
A necessidade de nos embasarmos é muito mais que necessária, é imprescindível, pois como pode-
mos observar cada ato em um processo licitatório pode acarretar consequências pessoais e profissio-
encontra-se em processo de informatização de seu sistema de saúde. Para esta implantação, seria
necessário adquirir computadores novos e contratar um serviço para suporte na instalação dos pro-
gramas e dos computadores. Januário, responsável pelo setor de licitações, contrata diretamente a
empresa “Novo Mundo”, do qual o proprietário é seu amigo de infância. Para este processo, realizou
2. Qual seria a melhor modalidade para manter a transparência deste processo? E por quê?
3. Quem você acha que seria o maior beneficiado com esta compra?
99
Questão para reflexão
Entre os crimes licitatórios, fazendo um comparativo com a nossa sociedade atual, qual crime você
Considerações Finais
• Sabemos hoje que nem sempre a licitação é a única forma de se realizar contratações no setor
boa-fé, a Lei nº 8.666/1993 descreve entre os arts. 89 a 99 os tipos de crimes que podem
ser executados.
• Os artigos tratam, além dos crimes, as possíveis sanções a serem atribuídas nos casos de crimes
licitatórios.
• O art. 99 não trata de um dos crimes em processos licitatórios, mas sim das multas referidas
Glossário
Inexigir: o contrário de exigir, dispensar ou inexigir a licitação.
Dolo: realizar algo de vontade própria; consciência; capacidade de decidir e se conduzir em decor-
100
Verificação de leitura
b) Art. 91.
c) Art. 99.
d) Art. 94.
e) Art. 90.
b) um crime.
c) uma Lei.
d) uma multa.
QUESTÃO 3-Aquele que recebe algo em bem próprio para sua vantagem fere o artigo:
a) art. 91.
b) art. 95.
c) art. 89.
d) art. 90.
e) art. 92.
101
Referências Bibliográficas
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2012.
TREVISAN, A. M. O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003.
Gabarito
QUESTÃO 1-Alternativa C.
O artigo 99 não trata de um dos crimes em processos licitatórios, mas sim das multas referidas
QUESTÃO 2-Alternativa A.
Dolo significa quando alguém realiza algo de vontade própria; consciência; capacidade de decidir e
QUESTÃO 3-Alternativa E.
O artigo 92 determina infração penal de admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação
ou vantagem.
102