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Biotecnologia Vegetal

Estudo dirigido I

1. Como as grandes revoluções agrícolas influenciaram o desenvolvimento da


biotecnologia vegetal?

A primeira revolução agrícola aconteceu devido ao aumento exponencial da


população derivado do sedentarismo e de novas práticas de cultivo, como a
agricultura migratória e o animal tido como subproduto. Nesse momento, já não
precisava mais que o solo repousasse para as novas plantações serem viáveis, era
realizado uma estratégia de rotação de culturas, o cereal plantado agredia o solo e
em seguida eram plantadas leguminosas que recuperavam o solo por serem
fixadoras de nitrogênio. Também era realizada a aração mecânica para
descompactar o solo e facilitar o enraizamento, a adubação orgânica e a seleção
de variedades mais produtivas para o cultivo. A primeira revolução agrícola gerou
um aumento significativo tanto na produção de alimentos quanto no aumento da
população de forma muito rápida. A segunda revolução agrícola, chamada de
revolução verde, é caracterizada pela super produção agrícola comparada aos
outros períodos e por haver um grande melhoramento no maquinário usado na
agricultura, onde predomina as monoculturas que são bastante agressivas a
biodiversidade e ao equilíbrio ambiental. Os fertilizantes químicos também poluem
as águas, assim como os agrotóxicos que agridem a saúde humana. Todos esses
fatores causaram um esgotamento dos recursos naturais alto e isso acarretou na
queda de produção de alimentos.

2. Como a biotecnologia vegetal pode contribuir com o desenvolvimento sustentável?

Para aumentar a produtividade, a biotecnologia pode usar os organismos


geneticamente modificados e os transgênicos para melhoramento genético,
ampliando a resistência a pragas e estresses abióticos, produção de metabólicos e
no controle biológico de pragas.
3. Qual a diferença entre OGM e planta transgênica?

OGM: Organismos geneticamente modificados por engenharia genética, sendo


utilizado seu próprio material genético.

Transgênico: Organismos geneticamente modificados utilizando-se material


genético de outras espécies.

4. O que são medicamentos biológicos? Quais as vantagens e desvantagens deste produto?

Os biofármacos são medicamentos sintetizados pela manipulação genética


(proteínas e ácidos nucléicos) de células e destinada ao tratamento de doenças
complexas. São originados por fermentação ou bioengenharia, em vez de
manipulação química. Não existem genéricos desses remédios pois são impossíveis
de serem copiados, os testes são mais rigorosos. As margens de lucro são mais
altas também.

5. O que poderia explicar a priorização de espécies agronômicas, na produção de plantas


fitorremediadoras transgênicas?

Como as espécies agronômicas já possuem um valor para o mercado, seria mais


estratégico que as próprias plantas comerciais fizessem o papel de purificação do
solo, levando a uma melhor logística e economia do espaço.

Estudo dirigido II

1. Caracterize o desenvolvimento de um organismo, ao nível celular:

É aberto, garante a resposta adaptativa das plantas já que as plantas podem


crescer e se desenvolver no pós-embrionário, essencial ao seu tipo de vida sessil
visto que a plasticidade genética é importante para sua adaptação.
2. O que você entende por totipotência, determinação e competência?

Totipotência: Capacidade de desdiferenciar, voltando aos estágios primitivos da


célula e podendo dar origem a outros tipos celulares. Possui plasticidade.

Determinação: As células possuem um comprometimento genético em uma rota de


diferenciação, ou seja, vai seguir sempre um destino.

Competência: É a capacidade para captar e responder aos estímulos.

3. Como pode ser explicada a relativa facilidade de se regenerar plantas completas a partir
de tecido somático, ao contrário de animais?

Os meristemas são os grandes responsáveis pelo crescimento da planta,


constituindo seu tecido somático, possui a capacidade de constantemente estarem
adicionando células ao tecido vegetal. As células meristemais são menores e
possuem alta capacidade de divisão. Logo a partir de meristemas pré-existentes é
possível gerar uma nova planta.

4. Por que a cultura de meristemas apicais é usada para a erradicação de viroses em plantas?

A porção meristemática se mantém sempre jovem e afastada dos vasos condutores


adultos, por onde os vírus circulam. Além das conexões celulares serem feitas
através de plasmodesmos, que são pequenos para as partículas virais, dificultando
ainda mais o processo.

5. Na sua opinião, por que a utilização da técnica de micropropagação em espécies


agronômicas é uma realidade comercial, enquanto que, em outras espécies de grande
potencial econômico, como a maioria das madeireiras e medicinais, ainda está no campo
da pesquisa?

Estudo dirigido III

1. Caracterize as vias de regeneração adventícia:

A organogênese é uma vida de desenvolvimento na qual órgãos vegetais (brotos,


raízes) ou ambos são induzidos à diferenciação a partir de uma ou várias células.
Ou seja, essa via regenera plantas a partir de tecidos não-meristemáticos com a
formação de gemas adventícias (meristemóides), essas gemas surgem em locais
diferentes daqueles que ocorreriam normalmente. Exemplo: raízes em folhas. As
estruturas organogênicas são unipolares, possuem origem multicelular nas quais as
conexões vasculares com os tecidos de origem são mantidas.

A embriogênese somática é uma via na qual a formação de embriões é induzida por


células somáticas diferenciadas e especializadas do explante. Após a
desdiferenciação são originados embriões somáticos semelhantes aos embriões
zigóticos da espécie. O embrião somático pode possuir origem uni ou pluricelular,
tendo estruturas bipolares com sistema vascular independente, não havendo
estruturais seminais ou frutos.

*A via da micropropagação tem como base os explantes meristemáticos.

2. O que diferencia a proliferação de gemas pré-existentes da regeneração adventícia, no


que se refere à estabilidade genética dos clones?

A regeneração adventícia possui uma estabilidade genética menor por conta da


formação de calos e por ter uma variação somaclonal.

3. Caracterize a resposta calogênica:

Os calos são massa de células não diferenciadas, de crescimento contínuo


associado à presença de auxina. Podem ser compactos, com células agregadas e
uma diferenciação parcial ou friáveis com células mais soltas e com maior
desdiferenciação.

4. Caracterize a embriogênese somática e suas aplicações:

Obtenção de embriões somáticos após a desdiferenciação de células somáticas


diferenciadas e especializadas do explante. Pode ser aplicada na produção de
plantas transgênicas, mudas p comércio, variedades melhoradas p alimentação e
sementes sintéticas.
5. Qual a importância da organogênese em metodologias de transformação genética?

Para que a transformação gênica ocorra ela requer o estabelecimento de um


sistema de regeneração de plantas in vitro, que é o que é feito pela organogênese,
ou seja, sem a organogênese a transformação gênica fica inviável.

Estudo dirigido IV

1. Descreva sucintamente as etapas de estabelecimento da cultura in vitro.

Estágio 0- seleção e preparo da planta matriz, dela será coletado estacas como
amostras para levar ao laboratório.

Estágio 1- preparo dos explantes coletados das amostras para o estabelecimento da


cultura asséptica

Estágio 2- regeneração e multiplicação de propágulos (explantes que as células


serão capazes de se regenerar

Estágio 3- aclimatização, realizada apenas na micropropagação, quando a cultura


origina plantas completas com parte aérea e raiz que deverão ser transferidas para
um ambiente ex-vitro.

2. Quais são as etapas mais críticas do estabelecimento da cultura in vitro? Justifique.

As etapas mais críticas são as de seleção e excisão dos explantes e o


estabelecimento da cultura asséptica. O tamanho é um dos fatores que afeta a
regeneração, o tamanho ideal varia de 5mm (apenas os meristemas) até alguns
centímetros (ápices caulinares, seguimento nodais e outros). A idade do explante
também deve ser considerada, quanto mais jovem mais responsivo é o tecido.

Os explantes precisam ser descontaminados antes de serem inoculados nos meios


de cultura esterilizados, tendo em vista a eliminação de bactérias, esporos e
leveduras presentes no ambiente e superfícies das plantas. A descontaminação
nem sempre é bem sucedida e a presença de microrganismo é um dos problemas
mais sérios, eles competem pelos nutrientes do meio e produzem toxinas que
afetam ou inviabilizam a regeneração dos tecidos vegetais.
3. Quais as características morfológicas, anatômicas e fisiológicas de uma planta in vitro?

As plantas in vitro possuem um funcionamento anormal dos estômatos (ficam


sempre abertos), o que causa a ausência de controle da perda de água. Devido a
constante exposição à iluminação artificial, possuem baixa atividade fotossintética,
ou seja, possuem também uma baixa capacidade de acumular reservas, o mesófilo
é incompleto e as conexões vasculares são reduzidas entre a parte aérea e a raiz.
Além disso, o metabolismo passa a ser heterotrófico.

4. Qual a importância de avaliar a progênie de uma planta aclimatizada a partir da cultura in


vitro?

Como as plantas in vitro possuem características alteradas, é necessário que


se tenha certos cuidados até que novas brotações apareçam. Algumas das
etapas envolvidas na adaptação são lavagem do meio residual das raízes, uma
passagem por meio líquido isento de açúcares para estimular a absorção de
sais, a transferência para um substrato definido, a redução gradual da umidade
(que pode ser feita fazendo furos no na cupula que está acomodando a parte
superior da planta), o que estimularia o metabolismo autotrófico. Com a retirada
da cupula seria possível acompanhar as novas brotações e a entrada na fase
reprodutiva, sendo esse último um importante marcador de avaliação a respeito
do ciclo de vida normal dos clones.

5. Os tecidos meristemáticos são os mais indicados para iniciar o estabelecimento da cultura


in vitro, entretanto o meristema apical da raiz é o menos utilizado. Por quê?

Estudo dirigido V

1. Por que o ambiente físico das câmaras de crescimento usadas em CTV podem representar
fatores de estresse nas culturas?

Se fatores, como a luz, não estiver de acordo com os padrões e melhor otimizado
para cada espécie, é possível que ocorra o estiolamento (pouca iluminação) ou
foto-oxidação (excesso de luz). Assim como o fotoperíodo pode ter exigências
particulares que podem ser difíceis de serem contempladas com quedas bruscas de
energia, por exemplo. O aumento da umidade pode ocasionar mais contaminações
que é controlada por desumidificadores na câmara de crescimento, mesmo com
esse controle a umidade tende a ser muito elevada nos frascos por conta da
vedação utilizada.

2. Cite três fatores do ambiente químico que afetam as respostas regenerativas em CTV,
explicando o porquê.

Concentração em excesso dos micronutrientes que incluem materiais pesados que


podem inviabilizar o desenvolvimento do explante. Os fitorreguladores, como
auxinas e citocininas, podem alterar a expressão genética causando estresse. A
formação de espécies reativas de oxigênio podem causar alterações metabólicas e
senescência, podendo ainda levar a variação somaclonal.

3. Como os processos oxidativos podem ser contornados no estabelecimento das culturas?

“Para minimizar este problema é recomendável evitar danos físicos e químicos no


momento da excisão e desinfestação do explante.”

A interação de EROs e fatores culturais é o que regula a morfogênese in vitro, a


extensão do dano vai depender do potencial de eliminação pelos antioxidantes
disponíveis, que podem ser incluídos no meio visando reequilibrar a homeostase
celular afetada pelos estresses da cultura. Assim o equilíbrio entre anti e
pró-oxidantes é vital para as funções celulares normais.
Algumas medidas para evitar EROs: escolha do tipo de explante (meristemáticos
apresentam maior segurança genética), adição de antioxidantes, adição de carvão
ativado, adição de camada de óleo mineral, baixa pressão de O2 (aumenta
concentração de CO2 na câmara). A redução dos reguladores de crescimento e ter
um sistema de monitoramento dos clones também são opções viáveis.

4. O que é variação somaclonal? Como pode aplicada para gerar benefícios?

A variação somaclonal é uma variação fenotípica de origem genética, ou seja, uma


variação cromossômica que se torna herdável nas gerações seguintes, ou
epigenética, que é uma variação transitória devido ao estresse fisiológico que o
material sofre, quando submetido ao cultivo in vitro.

A variação somaclonal passou a ser uma fonte de variabilidade, representando uma


alternativa em relação aos metabólitos tradicionais com aplicação no melhoramento
e produção de metabólitos especiais, essas áreas demandam continuamente
incremento de variabilidade.
5. Por que as plantas produzidas e clonadas in vitro devem ser monitoradas? Qual a
metodologia mais utilizada? Por que?

As plantas geradas in vitro devem ser monitoradas por conta da ocorrência de


variações somaclonais. A metodologia mais utilizada para o monitoramento é a
RADP pois é uma técnica relativamente barata, rápida e com quantidades mínimas
de DNA consegue detectar variações pontuais na sequência.

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