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N-2843 REV. C 07 / 2020

Revestimento Interno de Tubos

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que deve


ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma eventual
CONTEC resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve ter
Comissão de Normalização fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela Unidade
Técnica da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 14 CONTEC - Subcomissão Autora.

Pintura e Revestimentos As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Anticorrosivos Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação
As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho
- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a cada
5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas
em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas sobre as
Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 13 páginas e Índice de Revisões


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1 Escopo

1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos para seleção, aplicação e qualificação, em fábrica,
do revestimento com tinta líquida a ser aplicado na superfície interna de tubos de aço, destinados a
instalações terrestres, marítimas e dutos terrestres e submarinos.

NOTA 1 Para diâmetros menores que 3 polegadas a PETROBRAS deve ser consultada.
NOTA 2 O revestimento a ser selecionado deve atender à temperatura de operação definida nas
condições 1, 2 e 3 desta norma.
NOTA 3 Esta Norma não se aplica a procedimentos destinados ao revestimento interno de: válvulas,
conectores, “Drill Pipe” e DPRs (“Drill Pipe Risers”).

1.2 Esta Norma tem como objetivo estabelecer condições para aplicação de um revestimento com
funções de proteção anticorrosiva, redução de atrito e para minimizar possíveis contaminações do
fluido a ser transportado.

1.3 Esta Norma se aplica ao processo de produção do revestimento, compreendido desde o


recebimento do material de revestimento e dos tubos nus até a aprovação do “data book” de produção.

1.4 Deve ser elaborado um Procedimento de Aplicação (PA) e um Plano de Inspeção e Teste (PIT),
para aprovação da PETROBRAS de acordo com Anexo A.

1.5 A qualificação do procedimento de aplicação do revestimento deve ser realizada de acordo com
Anexo B.

1.6 Esta Norma não contempla a verificação de integridade dos tubos de aço.

1.7 Esta Norma se aplica a procedimentos iniciados a partir da data de sua edição.

1.8 Esta Norma contém somente Requisitos Técnicos.

2 Referências Normativas

Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emedas).

PETROBRAS N-9 - Tratamento de Superfícies de Aço com Jato Abrasivo e Hidrojateamento;

PETROBRAS N-13 - Requisitos Técnicos para Serviços de Pintura;

PETROBRAS N-2785 - Monitorização, Interpretação e Controle da Corrosão Interna em


Dutos;

PETROBRAS N-2912 - Tinta Epóxi “Novolac”;

ABNT NBR 10443 - Tintas e Vernizes - Determinação da Espessura da Película Seca sobre
Superfícies Rugosas - Método de Ensaio;

ABNT NBR 14847 - Inspeção de Serviços de Pintura em Superfícies Metálicas;

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ABNT NBR 15158 - Limpeza de Superfície de Aço por Produtos Químicos;

ABNT NBR 16212 - Tubos - Estocagem em área descoberta;

ABNT NBR 16267 - Pintura industrial - Determinação de granulometria de abrasivos para


jateamento;

ASTM D4940 - Standard Test Method for Conductimetric Analysis of Water Soluble Ionic
Contamination of Blasting Abrasives;

ISO 8501-1 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part 1: Rust Grades and Preparation
Grades of Uncoated Steel Substrates and of Steel Substrates after Overall Removal of
Previous Coatings;

ISO 8501-3 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Visual Assessment of Surface Cleanliness - Part 3: Preparation Grades of Welds,
Edges and other Areas With Surface Imperfections;

ISO 8502-3 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 3: Assessment of Dust on
Steel Surfaces Prepared for Painting (Pressure-Sensitive Tape Method);

ISO 8502-6 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 6: Extraction of water
soluble contaminants for analysis (Bresle method);

ISO 8502-9 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Tests for the Assessment of Surface Cleanliness - Part 9: Field Method for the
Conductometric Determination of Water-Soluble Salts;

ISO 8503-4 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Surface Roughness Characteristics of Blast-Cleaned Steel Substrates - Part 4:
Method for the Calibration of ISO Surface Profile Comparators and for the Determination of
Surface Profile - Stylus Instrument Procedure;

ISO 8503-5 - Preparation of Steel Substrates before Application of Paints and Related
Products - Surface Roughness Characteristics of Blast-Cleaned Steel Substrates - Part 5:
Replica Tape Method for the Determination of the Surface Profile;

ISO 21809-2 - Petroleum and Natural Gas Industries - External Coatings for Buried or
Submerged Pipelines Used in Pipelines Transportation Systems - Part 2: Single Layer Fusion-
Bonded Epoxy Coatings;

SSPC Guide 15 - Field Methods for Extraction and Analysis of Soluble Salts on Steel and
Other Nonporous Substrates.

3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
certificado de qualidade
documento expedido pelo fabricante, datado e assinado, referente a cada lote de material fornecido,
onde são relatados os testes requeridos nesta Norma, com os respectivos valores encontrados

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3.2
colarinhos
são as extensões dos tubos a serem soldados, desde a face do “bisel” até o revestimento interno,
localizadas em ambas as extremidades, as quais são deixadas livres de revestimento

3.3
fabricante
empresa que produz os materiais de revestimento

3.4
“holiday detector”
equipamento utilizado para detectar descontinuidade em revestimentos anticorrosivos não condutores
aplicados sobre substratos metálicos

3.5
lote
quantidade típica de produção de um determinado material de revestimento, definida pelo seu
fabricante

3.6
materiais de revestimento
matéria prima do revestimento

3.7
parâmetro Rq
parâmetro de rugosidade que corresponde a raiz quadrada da média aritmética do quadrado dos
desvios do perfil (Yi) da linha média, obtida através da seguinte fórmula:

1
𝑅𝑞 = √ ∑𝑁
𝑖=1 𝑌𝑖
2
𝑁

Onde:
N é o número de leituras;
Yi é o desvio do perfil de rugosidade da linha média.

3.8
parâmetro RZ DIN ou Ry5
parâmetro de rugosidade de uma superfície metálica, que corresponde à média aritmética dos cinco
valores de rugosidade parcial (Ry), sendo esta a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos
de maior afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes num comprimento de amostragem

𝑅𝑦(1) + 𝑅𝑦(2) + 𝑅𝑦(3) + 𝑅𝑦(4) + 𝑅𝑦(5)


𝑅𝑦5 =
5

Onde:
Ry é a rugosidade parcial

3.9
PA
Procedimento de Aplicação

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3.10
reinício da produção
novo início do processo de produção de revestimento após interrupção igual ou superior a 1 h, mantidas
as condições iniciais da produção

3.11
revestidor
empresa responsável pela aplicação do revestimento no tubo

3.12
turno
jornada de trabalho que não exceda 12 h

4 Condições Gerais

4.1 Na aplicação dos esquemas de revestimentos internos previstos nesta Norma devem ser seguidas
as recomendações da PETROBRAS N-13.

4.2 No preparo da superfície interna devem ser observados os requisitos técnicos contidos na
PETROBRAS N-9.

5 Recebimento, Manuseio, Armazenamento e Transporte de Tubos

5.1 Manuseio dos Tubos Nus e Revestidos

O manuseio dos tubos deve ser feito de modo a se evitar danos que possam comprometer sua
integridade.

Deve ser evitado o contato da superfície interna revestida com os acessórios de manuseio dos tubos,
porém em caso dessa ocorrência, esta superfície deverá ser inspecionada conforme descrito na seção
6 e reparada conforme descrito na seção 8.

5.2 Armazenamento e Estocagem

5.2.1 O armazenamento deve ser feito de modo a se evitar qualquer tipo de dano, contaminação ou
deterioração, que possa comprometer o desempenho do revestimento interno.

5.2.2 O revestidor deve apresentar o procedimento para armazenamento dos tubos em fábrica.

5.2.3 Deve ser utilizada a ABNT NBR 16212 com relação ao empilhamento dos tubos nus e revestidos
em canteiro.

5.2.4 Os tubos revestidos armazenados em canteiro devem sempre serem protegidos em toda a sua
extensão por lona impermeável, como proteção às intempéries locais. Deve ser verificada
periodicamente a integridade do revestimento em especial as extremidades com objetivo de evitar a
propagação da corrosão. O armazenamento dos tubos deve garantir o não acúmulo de água em seu
interior.

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5.2.5 Quando os tubos revestidos permanecerem estocados por mais de 1 ano, o revestimento deve
ter suas características originais verificadas por inspeção visual, medição de espessura e ensaio de
aderência.

5.3 Transporte dos Tubos Revestidos

5.3.1 O transporte dos tubos revestidos deve ser feito de forma a se evitarem danos ao revestimento.

5.3.2 O revestidor deve apresentar um procedimento para transporte de tubo revestido.

6 Método de Aplicação do Revestimento

Para realizar as inspeções, deve haver iluminação adequada (mín. 1 000 lux).

6.1 Preparo da Superfície

6.1.1 No caso de imperfeições superficiais como cantos vivos e defeitos de soldagem, devem ser
adotados os padrões de acabamento P3 da ISO 8501-3.

6.1.2 A superfície interna dos tubos deve estar isenta de contaminantes que venham a interferir na
qualidade final do revestimento. Caso ocorra, os contaminantes devem ser removidos de acordo com
a ABNT NBR 15158.

6.1.3 A contaminação por sais solúveis deve ser verificada de acordo com a
ISO 8502-6 e ISO 8502-9, ou pelo método descrito na subseção 4.6 da norma SSPC Guide 15. O valor
máximo de contaminação por sais solúveis é de 2 g/cm2, medidos por instrumento eletrônico.

6.1.2 Jateamento Abrasivo

6.1.2.1 Antes do jateamento, se necessário, o tubo deve ser preaquecido para remover a umidade. A
superfície do tubo deve ser mantida a uma temperatura de pelo menos 3 °C acima do ponto de orvalho,
porém abaixo de 100 °C e a umidade relativa do ar deve ser menor que 85 %, conforme
PETROBRAS N-9.

6.1.2.2 A superfície a ser revestida deve ser submetida ao jateamento abrasivo seco, conforme
PETROBRAS N-9, padrão mínimo Sa2 1/2 da ISO 8501-1.

6.1.2.3 O perfil de rugosidade deve ser de 70 μm a 100 μm, medido utilizando-se o método “Replica
Tape” segundo a ISO 8503-5 ou método “stylus” segundo a ISO 8503-4 e, neste caso, considerando-
se o parâmetro Rz DIN ou Ry5 e ter natureza angular. Devem ser realizadas 3 medições em cada
extremidade, defasadas de 120° entre si.

6.1.2.4 A contaminação por pó da superfície do tubo jateado não deve exceder o padrão da Classe 2
da ISO 8502-3.

6.1.2.5 Os tubos jateados, limpos e aceitos para revestimento devem ser revestidos dentro de um
período não superior a 2 horas e mantidos em ambiente controlado. Adicionalmente, a superfície do
tubo deve ser mantida a uma temperatura de pelo menos 3 °C acima do ponto de orvalho. Quando
houver oxidação, ou qualquer outra contaminação o tubo deve ser novamente jateado.

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6.1.2.6 Inspeção do abrasivo

a) A contaminação por óleo e graxa deve ser verificada por meio da coleta de uma amostra
do “mix” de granalha dos equipamentos de jato. Essa amostra, de aproximadamente 100
g, deve ser colocada dentro de um recipiente de vidro limpo, o qual deve ser completado
com água destilada. Após 3 min, deve ser verificada a existência de manchas de óleo ou
gordura na superfície da água;
b) Para a avaliação da contaminação iônica no abrasivo deve ser medida a condutividade
conforme ASTM D4940. O valor máximo admissível é de 1000 μmho/cm;
c) O abrasivo deve estar isento de sinais visíveis de impurezas;
d) O abrasivo deve estar isento de oxidação;
e) A granulometria do abrasivo novo deve atender ao especificado na ABNT NBR 16267.

6.2 Aplicação do Revestimento

6.2.1 Para o caso de “spools” flangeados é proibido revestir a face de vedação dos flanges, incluindo
o “groove”.

6.2.2 O colarinho deve ser de 30 mm ± 3 mm, ou outra dimensão acordada entre as partes.

6.2.3 Condição 1

Revestimento com finalidade de redução do atrito e destinado a tubos para a construção de gasodutos
no transporte de gás natural não corrosivo. As Juntas de campo podem não ser revestidas
internamente.

O revestimento deve ser aplicado para uma faixa de temperatura de operação de -30 °C até 90 °C.

Aplicar demão única da tinta epóxi “Novolac”, PETROBRAS N-2912, tipo I, por meio de pistola sem ar.
A espessura mínima de película seca deve ser de 250 μm.

NOTA 1 A especificação do gás natural não corrosivo e seco deve atender aos parâmetros definidos
para fluidos de baixo grau de corrosividade por meio de análises de fluidos e resíduos da
PETROBRAS N-2785.

6.2.4 Condição 2

Revestimento com finalidade de minimizar possíveis contaminações do produto transportado,


resultantes de processos de corrosão, destinados a tubos para a construção de oleodutos no transporte
de produtos claros, tais como: Querosene de Aviação (QAV), Gasolina de Aviação (GAV), etanol e
etileno glicol. As Juntas de campo podem não ser revestidas internamente.

O revestimento deve ser aplicado para uma faixa de temperatura de operação de -30 °C até 90 °C.

Aplicar demão única da tinta epóxi “Novolac”, PETROBRAS N-2912, tipo I, por meio de pistola sem ar.
A espessura mínima de película seca deve ser de 300 μm.

6.2.5 Condição 3

Revestimento com função anticorrosiva e destinado a tubos para a construção de dutos (oleodutos,
gasodutos ou aquedutos) e tubulações industriais, quando especificado no projeto.

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O revestimento deve ser aplicado para uma faixa de temperatura de operação de -30 °C até 150 °C.

Aplicar a tinta epóxi “Novolac”, tipo I, da PETROBRAS N-2912, por meio de pistola sem ar. A espessura
mínima de película seca deve ser de 400 μm.

NOTA Esta condição tem natureza anticorrosiva sendo necessário proteger também as juntas de
campo e os acessórios de tubulação.

7 Inspeção e Testes de Fabricação

As inspeções devem ser realizadas por inspetores de pintura qualificados e certificados por organismos
aceitos pela PETROBRAS.

Não devem ser aceitos defeitos, descritos na PETROBRAS N-13, que comprometam a integridade da
película.

7.1 Inspeção das Tintas

As tintas devem ser inspecionadas de acordo com a PETROBRAS N-13. As tintas que não atenderem
devem ser rejeitadas.

7.2 Inspeção e Ensaios para a Produção do Revestimento

7.2.1 Devem ser realizadas inspeções e ensaios, conforme o estabelecido na Tabela 1.

7.2.2 No caso de qualquer ensaio da Tabela 1 e Tabela 2 ser reprovado toda a produção deve ser
imediatamente interrompida. Dois testes adicionais devem ser realizados, na mesma amostra e ambos
devem ser aprovados para que o processo produtivo seja reiniciado.

Caso algum desses testes seja reprovado, um processo investigativo deve ser iniciado imediatamente
pelo revestidor executando testes nos tubos antes e depois da ocorrência, sempre em quantidade
duplicada, devendo sempre todos os testes serem aprovados. Todos os tubos com algum teste
reprovado devem ser segregados e o processo investigativo deve identificar a causa da ocorrência e a
correção antes de reiniciar a produção.

Tabela 1 – Inspeção e Testes para a Produção do Revestimento

Critério de Aceitação/
Inspeção Frequência/amostragem
Item
Condição da superfície antes
6.1.1.2 Todos os tubos
do jateamento abrasivo
Contaminação por sais
solúveis antes do jateamento 6.1.1.3 No início de cada turno
abrasivo
Inspeção do abrasivo 6.1.2.6 No início de cada turno e a cada 4 h
Condições ambientais 6.1.2.1 e
No início de cada turno e a cada 4 h
PETROBRAS N-13
Grau de acabamento da No início do turno ou reinício da
6.1.2.2
superfície jateada produção e a cada 1 hora
No início do turno ou reinício da
Perfil de rugosidade 6.1.2.3
produção e a cada 1 hora

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Critério de Aceitação/
Inspeção Frequência/amostragem
Item
No início do turno ou reinício da
Contaminação por pó 6.1.2.4
produção e a cada 1 hora
Visual do revestimento 7 Todos os tubos
Espessura de película úmida PETROBRAS N-13 Todos os tubos
Espessura de película seca 6.2.1 a 6.2.3 Todos os tubos
Identificação dos tubos
9 Todos os tubos
revestidos
Três testes no início do turno e após
Aderência “pull off” Tabela 2
alteração de processo
Descontinuidades (Holiday
Tabela 2 Todos os tubos
Detector)

7.3 Inspeção e Ensaios no Revestimento

7.3.1 Requisitos do Revestimento

As inspeções e ensaios, realizados no revestimento e em painéis de teste fixados no interior dos tubos
devem atender à Tabela 2.

Tabela 2 - Inspeção e Testes no Sistema Revestimento

Critério de
Inspeção Método de ensaio
Aceitação/Item
Inspeção visual do revestimento Item 7 ABNT NBR 14847

Espessura da película seca Item 6.2 ABNT NBR 10443

Rugosidade da película seca (parâmetro Rq) (ver nota 1) Máx. 7 m (Ver nota 5)

Determinação de descontinuidade” (Ver nota 2) PETROBRAS N-13


Dobramento a 2,5º / “pipe diameter length” (PDL) a 23 ± 2 ºC
Sem trincas ISO 21809-2
Nota: Ensaio a ser realizado para ambos os extremos de
espessuras admissíveis

Aderência “Pull off” (ver notas 3 e 4) 15 MPa PETROBRAS N-13

NOTA 1 Ensaio realizado para Condição 1.


NOTA 2 Caso seja detectada até duas descontinuidades pontuais, o revestimento deve ser
reparado, de acordo com o procedimento de aplicação aprovado. O Teste poderá ser
executado via úmida ou seca de acordo com a PETROBRAS N-13. São aceitas até 2
descontinuidades pontuais por tubo inspecionado, desde que não seja uma ocorrência
sistêmica/repetitiva. Após o reparo um novo teste deverá ser realizado. A velocidade do
ensaio não deve ser superior a 18m/min.
NOTA 3 O teste será considerado aprovado se atingidas as condições abaixo:
– O valor da tensão mínima de tração (15 MPa), sem apresentar falha tipo A/B;
– Apresentar falhas tipos B, –/Y, Y ou Y/Z para tensões variando de 15 MPa até
20 MPa;
– Apresentar qualquer tipo de falha para tensões maiores que 20,0 MPa.
NOTA 4 O equipamento e adesivo devem ser selecionados para atender pelo menos 20 % acima
da tensão mínima de tração.
NOTA 5 Devem ser realizadas 3 medições em cada extremidade, defasadas de 120° entre si.

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8 Reparos no Revestimento Aplicado

8.1 Os únicos reparos no revestimento que podem ser executados são aqueles decorrentes de defeitos
pontuais detectados no ensaio de descontinuidade (Holiday Detector). Os demais defeitos não podem
ser reparados e os tubos defeituosos devem ser segregados.

8.2 O procedimento de reparos deve ser elaborado pelo revestidor e aprovado pela PETROBRAS.

8.3 As áreas onde foram fixados os painéis para testes devem ser reparadas.

9 Identificação dos Tubos Revestidos

A identificação nos tubos deve ser feita externamente, em posição previamente acordada entre a
PETROBRAS e a empresa revestidora do revestimento. A identificação deve conter as seguintes
informações:

a) logotipo ou nome da empresa revestidora;


b) tipo de revestimento;
c) data da aplicação do revestimento;
d) código de rastreabilidade.

NOTA A identificação original interna, feita pelo fabricante do tubo, deve ser transferida para a
superfície externa do tubo. Se durante o processo de aplicação do revestimento interno a
identificação externa for danificada, esta deve ser refeita.

10 Documentação de Produção (Databook)

O revestidor deve apresentar uma documentação de produção contendo, no mínimo:

a) especificação dos materiais de revestimento;


b) certificado de qualidade dos materiais de revestimento;
c) procedimento de aplicação do revestimento;
d) lista de equipamentos de produção;
e) lista de instrumentos de medição devidamente calibrados com certificado;
f) plano de inspeção e testes aprovado;
g) registros das inspeções e testes realizados durante o recebimento dos materiais de
revestimento;
h) registros das inspeções e testes do processo de produção com as respectivas
empresas que realizaram os testes;
i) registros dos reparos realizados;
j) registros das não conformidades;
k) registro de pedidos de concessão.

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Anexo A - Procedimento de Aplicação do Revestimento

A.1 Objetivo

Estabelecer um descritivo de todas as atividades do processo de produção do revestimento contendo


um Procedimento de Aplicação (PA) e um PIT.

A.2 Procedimento de Aplicação (PA)

O revestidor deve apresentar um PA, a ser aprovado pela PETROBRAS, contendo, no mínimo, os
seguintes itens:

a) identificação da planta;
b) documentos técnicos e normas nos quais foi baseado o PA;
c) escopo do PA;
d) tipo de revestimento, seus materiais e certificados;
e) lista dos instrumentos de medição, devidamente calibrados e nº do certificado de
calibração;
f) lista dos equipamentos a serem utilizados;
g) plano de recebimento, preservação, armazenamento e transporte dos materiais de
revestimento e tubos nus;
h) procedimento de aplicação do revestimento, contemplando:
– limpeza dos tubos;
– jateamento da superfície citando perfil de rugosidade, grau de preparação e
materiais utilizados;
– método de aplicação do material de revestimento;
– método de cura;
– método de preparo das extremidades do tubo.
i) procedimento para execução de reparos no revestimento aplicado;
j) sistema de identificação dos tubos revestidos;
k) plano de manuseio e armazenamento dos tubos revestidos;
l) plano de proteção das extremidades de tubos nus e revestidos;
m) empresa responsável pelos testes.

A.3 Plano de Inspeção e Teste (PIT)

O revestidor deve apresentar um PIT, a ser aprovado pela PETROBRAS, contendo, no mínimo, os
seguintes itens:

a) dimensões dos tubos (diâmetro e espessura);


b) métodos de inspeção e testes, indicados nesta norma, durante o recebimento do
material de revestimento, na produção e no revestimento aplicado contemplando:
– frequência de realização da inspeção;
– critérios de aceitação;
– nível de inspeção;
– quantidade dos corpos de prova;
c) método para execução de reparos no revestimento aplicado.

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Anexo B - Qualificação do Procedimento de Aplicação do Revestimento

B.1 O processo de qualificação do procedimento deve ser detalhado em um Plano de Qualificação,


elaborado pelo revestidor do revestimento, o qual deve conter, pelo menos, as seguintes informações:

a) o procedimento de aplicação;
b) os certificados de qualidade do revestimento;
c) a dimensão e quantidade dos corpos-de-prova;
d) os critérios de aceitação e rejeição;
e) o local e o cronograma de execução dos ensaios de qualificação.

B.2 A qualificação do procedimento deve ser realizada e concluída pela empresa revestidora, às suas
expensas e acompanhada por profissionais de terceira parte, antes do início das atividades de
produção do revestimento em fábrica.

B.3 O representante de terceira parte, deve testemunhar e emitir relatório de todos os testes e
inspeções de qualificação realizadas nos revestimentos, durante a qualificação em fábrica e após o
revestimento aplicado.

B.4 A qualificação do procedimento de aplicação deve ser interrompida quando qualquer teste ou
inspeção realizado apresentar resultado inaceitável, devendo todo o processo ser recomeçado. O
procedimento deve ser considerado qualificado quando todos os testes e inspeções estiverem em
conformidade com os requisitos estabelecidos nesta Norma.

B.5 Os revestimentos a serem utilizados devem atender aos requisitos da PETROBRAS N-2912.

B.6 Na fase de qualificação do procedimento de aplicação, 5 tubos inteiros devem ser revestidos, em
conformidade com o procedimento de aplicação e, em cada um deles, devem ser realizados e
registrados todos os ensaios e inspeções definidos nas tabelas 1 e 2 desta Norma, independente das
frequências estabelecidas em suas respectivas tabelas.

B.7 Os ensaios de qualificação, definidos nas tabelas 1 e 2 desta Norma, devem ser refeitos em outros
5 tubos inteiros, pela empresa revestidora, sempre que houver alterações de algum dos seguintes
parâmetros:

a) marca comercial do revestimento;


b) grau de preparação da superfície do tubo;
c) diâmetro interno do tubo;
d) perfil de rugosidade do tubo jateado;
e) mudança no equipamento de aplicação do revestimento.

B.8 Concluídos os trabalhos de qualificação do procedimento, a empresa revestidora deve emitir, para
aprovação da PETROBRAS e antes do início das atividades de produção, um Databook de
Qualificação, em formato digital, devidamente identificado contendo, no mínimo, as seguintes
informações e/ou documentos:

a) fornecedores dos materiais de revestimento;


b) especificação dos materiais de revestimento;
c) certificado de qualidade dos materiais de revestimento;
d) procedimento de aplicação do revestimento;
e) equipamentos e instrumentos de medição do processo de aplicação (com os respectivos
certificados de calibração vigentes);
f) espessura do revestimento aplicado;

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g) grau de preparação da superfície;


h) perfil de rugosidade do tubo jateado;
i) perfil de rugosidade do revestimento (somente para a condição 1);
j) registros das inspeções e ensaios realizados durante o processo de qualificação, contendo
resultados e as respectivas empresas que realizaram os ensaios.

NOTA A atualização e manutenção do Databook é responsabilidade do revestidor, devendo ser


mantido por um prazo mínimo de 5 anos.

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ÍNDICE DE REVISÕES

REV. A
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

REV. B
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

REV. C
Partes Atingidas Descrição da Alteração

Todas Revisadas

IR 1/1

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