Você está na página 1de 10

Proceedings of the 11th Brazilian Congress of Thermal Sciences and Engineering -- ENCIT 2006

Braz. Soc. of Mechanical Sciences and Engineering -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006

Paper CIT06-XXXX

AVALIAÇÃO EXERGÉTICA E TERMOECONÔMICA DE UMA UNIDADE


DE COGERAÇÃO A GÁS NATURAL COM SISTEMA DE
REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO

Carlos Marlon Silva Santos


Escola Politécnica/DEQ/LEN/UFBa Rua Aristides Novis, 2 Federação-Salvador-Ba 40210-630,
carlosmarlon@hotmail.com

Ednildo Andrade Torres


Escola Politécnica/DEQ/LEN/UFBa Rua Aristides Novis, 2 Federação-Salvador-Ba 40210-630,
ednildo@ufba.br

Carlos Antônio Cabral dos Santos


Laboratorio de energia Solar /UFPb Cidade Universitária Joao Pessoa –PB CEP 0210-630,
cabral@les.ufpb.br

Adriano Marques
Laboratorio de energia Solar /UFPb Cidade Universitária Joao Pessoa –PB CEP 0210-630,
adrianomarques25@hotmail.com

Resumo. O propósito desse trabalho é analisar termoeconomicamente uma simulaçõo de um sistema de cogeração composto por
sistema de refrigeração por absorção que utiliza os gases de exaustão de um motor a gás natural. O objetivo desta unidade de
cogeração é, no futuro, fornecer energia elétrica e água gelada à um laboratório universitário. A exergia de cada fluxo envolvido é
calculado e o balanço exergético é apresentado, identificando assim onde as perdas e irreversibilidades ocorrem. Os custos
termoeconomico de cada um dos fluxos são calculados e conclucões sobre o custo do processo de cogeraçao são obtidas. Uma
análise de sencibilidade é apresentada com intuito de examinar o impacto da variação do cenário ecnômico, bem como as
condiçoes de processo nos custos de produçao de agua gelada e energia elétrica.

Palavras chave: Cogeração, Exergia, termoeconomia e refrigeração por absorção.

1. Introdução

A geração de energia elétrica por fonte hídrica foi por muito tempo a principal forma de geração que vinha a
mente de muitos brasileiros, quando questionados sobre o assunto. Entretanto, após a última crise que deflagrou em
racionamento, termos como geração distribuída, cogeração, geração termoelétrica, dentre outros passaram a soar de
forma mais familiar. Nos dias atuais, o conhecimento dos leigos não se restringe ao potencial gravitacional das águas
como única forma de aproveitamento energético. Energia solar, biomassa, energia eólica, dentre outras são modalidades
já consideradas senso comum.
Como uma alternativa tecnológica para geração de energia elétrica, a cogeração, definida como - produção de
calor útil e energia mecânica, geralmente convertida total ou parcialmente em energia elétrica, a partir da energia
química disponibilizada por um ou mais combustíveis - apresenta desempenho satisfatório graças ao uso maior do
potencial energético do combustível. É evidente que quanto mais produtos forem disponibilizados pela planta de
cogeração, ela será mais eficiente. Dessa forma, algumas plantas fornecem além de energia mecânica e térmica,
produtos químicos como CO2.
A avaliação das unidades de geração de energia elétrica é de suma importância quando o objetivo é quantificar
as eficiências e as perdas envolvidas nos sistemas térmicos. A priori, a contabilidade energética satisfaz ao investidor e
ao operador da unidade. Essa análise fornece os balanços de massa e de energia, dando uma abordagem quantitativa do
aproveitamento energético. Todavia, com o aumento da concorrência e a escassez de recursos naturais, uma resposta
qualitativa ao uso energético - evidenciando os equipamentos e processos que se mostram mais ineficiente - foi
tornando-se uma realidade.
A resposta qualitativa do desempenho de plantas térmicas é alicerçada na segunda lei da termodinâmica, cuja
base é a exergia (parte útil da energia). Seu caráter não é estático e se adequa às mudanças impostas pelas necessidades
sociais. A sociedade vigente requer a detenção de sistemas instalados e operando de forma eficiente, no que se refere
aos custos envolvidos nos processo. Desta forma, as informações térmicas fornecidas pela avaliação termodinâmica das
unidades foram complementadas por informações de custos de produção dos fluxos envolvidos nos processos
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

Este trabalho embasa-se na combinação entre a análise exergética e a econômica, consolidando-as através da
termoeconomia. Esta abordagem é aplicada a um sistema de cogeração composto por um moto-gerador que queima o
gás natural.

A unidade de cogeração analisada posui capacidade para produzir 214,4 kW e 6,6 kg/s de água gelada a 7°C, esta
unidade é composta por um motor, acionado á gás natural e uma unidade de refrigeração por absorção de 5TR, essa
unidade é composta de gerador de vapor de refrigerante, retificador, condensador, trocador de calor de refigerante,
evaporador, absorvedor, resfriador a ar bomba de solução e válvulas de redução de pressão. Os dados de operação
motor foram fornecidos pelo fabricante através de testes realizados para uma faixa que vai de 30 a 100% . Energia
térmica contida nos gases de exaustão do motor aciona o chiller de absorção.

2 Metodologia

A avaliação de sistemas energéticos (particularmente os que envolvem processos térmicos) foi evoluindo à medida
que se fez necessário conhecer, de modo mais aprofundado, as eficiências e ineficiências dos processos. Quando os
recursos não eram tão escassos, a análise energética baseada na primeira lei da termodinâmica se mostrava satisfatória
na avaliação e tomada de decisões acerca da operação e otimização das unidades produtivas. Até mesmo quando o
segundo princípio da termodinâmica fora enunciado pelo francês Nicolas Leonard Sadi Carnot, a economia de energia
não era vista como prioridade (Torres, 1999).
Segundo Lozano e Valero (1993), na prática, a busca por uma economia eficiente de energia deve levar em
consideração três parâmetros, descritos a seguir.
• Nem toda a irreversibilidade pode ser evitada, assim, a diferença entre o limite teórico e as possibilidades
técnicas está atrelada à tomada de decisão, sendo aquela um fator limitante;
• A economia local de exergia (energia útil) alcançada em diferentes processos não é equivalente e reflete de
forma diferenciada no consumo total de energia da instalação;
• O potencial de economia em instalações é identificado através de estudos detalhados acerca dos
mecanismos de geração de entropia e da possibilidade do controle destes.
Neste contexto, estes fatores têm sido as bases fundamentais para as teorias alicerçadas na segunda lei da
termodinâmica. O objetivo da termoecônomia reside na integração de dois pilares: o técnico e o econômico. Desta
forma ela é utilizada como instrumento na busca de um melhor projeto e/ou operação de instalações térmicas.
A termoeconômica uma metodologia desenvolvida para analisar sistemas térmicos e que tem como fundamento o
segundo principio da termodinâmica. Sua base é a exergia, portanto, faz-se necessário começar pela análise exergética,
sendo em seguida introduzidos os conceitos econômicos. O principal objetivo da metodologia é atribuir custos ao
conteúdo exergético de um portador de energia. Esses custos podem ser expressos em termos de exergia ou em termos
monetários.

2.1 Análise Exergética

A unidade de cogeração em análise foi dividida em subsistemas {A,B,C,D,E,F,G,H,}; e os principais fluxos


envolvidos no processo são identificados por números, vide Figura 1. salientando que as válvulas que compõe o
sistemas de refrigaraçao foram imcorporadas aos equipamentos que elas servem.

Figura 1 – Fluxograma do sistema de cogeração


Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

Para efetuar a avaliação exergetica e se determinar a exergia de cada fluxo, balanços de massa Eq.(1), energia Eq.
(2), exergia Eq. (4), foi aplicado aos subsistema, que assumindo o processo em regime permanente, despresando-se as
energias cinética e potencial, estes balanços são expressos respectivamente através das equações:

Equação da continuidade:
m e = ms (1)
Conservação da energia:
Q v.c. + (m e .h e ) = (ms .h s )+ Wv.c. (2)
Variação de exergia física:
∆Ex = (me .ex e ) - (ms .ex s ) + Wv.c. (3)
Cálculo da irreversibilidade:
T0
(me ex e )+ (1- )Q r = (ms ex s ) + Wv.c + I (4)
r Tr
Cálculo da exergia específica:
ex i = (h i -T0si ) - (h 0 - T0s0 ) (5)

O sistema de refrigeração simulado neste trabalho tem como base o sistema de refrigeração por absorção usando a
tecnologia amônia – água de cujo fabricante é a ROBUR -SERVER e o modelo ACF-60.
O fluido usado neste ciclo de refrigeração é a solução água – amônia, onde a amônia é o fluido refrigerante e a
água o fluido absorvente. No gerador, a solução água – amônia é aquecida até o ponto de ebulição, produzindo tanto o
vapor a alta pressão de solução de amônia como a solução liquida com baixa concentração de amônia. Esta solução é
denominada “solução fraca”.
O vapor da solução de amônia passa por um retificador que o separa da água. Desta forma o vapor de amônia tem
concentração maior (99,8%). O vapor da solução amônia a alta pressão sai do retificador (ponto 1) e entra no
condensador, onde é resfriado e muda para a fase líquida.
A solução de amônia líquida tem sua pressão reduzida por uma restrição (ponto 2- 3) e mais adiante resfriada num
trocador de calor tubo-tubo (ponto 3 - 4). Finalmente, o fluido refrigerante na fase líquida tem sua pressão reduzida pela
segunda restrição. Nestas condições de pressão e temperatura baixas (ponto 5), a amônia líquida entra no evaporador,
sofrendo o processo de evaporação devido a retirada de calor do fluido térmico utilizado na refrigeração dos ambientes.
O vapor, a baixa temperatura e pressão, deixa o evaporador (ponto 6) e troca calor com a amônia líquida oriunda do
condensador, no trocador de calor tubo-tubo, citado anteriormente.
Então, o vapor de amônia entra num dispositivo denominado “SCA” solution cooled absorber, que nada mais é do
que o próprio absorvedor entra em contato com a solução fraca vinda do gerador, que teve sua pressão reduzida por
uma restrição, a fim de ter sua pressão equalizada.
Dentro do “SCA”, o processo de absorção tem seu início e se expressa como a diluição do vapor de amônia na
solução fraca. A absorção do vapor de amônia é um processo exotérmico (calor é produzido). Com o objetivo de ter o
vapor completamente absorvido pela solução, a solução que sai do “SCA” segue para as serpentinas do
ABSORVEDOR-CONDENSADOR, o qual é resfriado a ar.
Uma vez concluído o processo de absorção, tem-se solução líquida contendo alta concentração de amônia,
denominada solução forte. Em seguida, uma bomba de diafragma acionada hidraulicamente bombeia a solução forte
para o gerador a alta pressão. A priori, a solução passa através de serpentinas pelo retificador e pelo SCA, a fim de ser
pré-aquecida para entrar propriamente no gerador. Desse modo, uma quantidade menor de calor se faz necessário para
acionar o sistema. Esta etapa caracteriza o ciclo GAX (Generator absorver heat exchanger) que consiste no
aproveitamento da energia proveniente do processo exotérmico de absorção de vapor de refrigerante na solução fraca,
pelo fluxo que segue para o gerador.
Algumas considerações são realizadas no intuito de simular o funcionamento do sistema de refrigeração por
absorção e determinar as propriedades de estados dos pontos, representado na figura 3.3 citada. Estas considerações
estão fundamentadas nos trabalhos de Herold et al (1996) e Manrique (1991)
• Na saída do condensador, temperatura do refrigerante líquido corresponde a temperatura de condensação da
solução, é expressa pela temperatura ambiente acrescida em 10 ºC. Assim sendo, tem-se:
T[2]= Tamb + 10 (6)

• A fração mássica da amônia é assumida neste ponto como 0,998 e vapor saturado;

• A pressão no ponto 3 é definida através de uma variação de pressão ( P) na primeira válvula;

• A temperatura no ponto 4 é definida através da eficiência do trocador de calor de refrigerante;


Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

• A temperatura do fluido refrigerante na saída do evaporador (ponto 6) é fixada como a temperatura de


evaporação;
• A temperatura do ponto 9 é idêntica a do ponto 2, haja vista o condensador e o absorvedor dividirem a mesma
estrutura;
• A solução que recircula no absorvedor é aquecida até a temperatura de saturação da solução pobre no ponto
14;
• Os pontos 1, 2, 6, 9 e 13 são considerados como pontos de saturação;
• A diferença entre a concentração de amônia na solução forte e na fraca - largura do processo - é fixada;
• O calor do retificador e do SCA é totalmente transferido para a solução que recircula nestes equipamentos;
Para realizar a modelagem do motor, dados obtidos com o fornecedor do conjunto moto-gerador, Leon Heimer,
foram parametrizados conforme a tabela 3.1 encontrando equações parametrizadas destes dados, sendo essas equações
inseridas no EES.

Tabela. 1 – Parâmetros do motor.

Carga % 37,64 43,86 50,11 56,33 62,61 68,83 75,09 81,28 87,59 93,81 100,00
Velocidade de operação RPM 1204 1403 1603 1802 2003 2202 2402 2600 2802 3001 3199
Potência Wm kW 74,1 86,9 98,4 109 120,7 131,3 140,9 150 157,2 163,5 167,2
Vazão de Gás Natural (10-3) kg/s 4,74 5,61 6,373 7,274 8,036 8,763 9,317 9,941 10,56 11,36 11,60
Temperatura dos gases
°C 583,8 602,9 619,6 630,7 656 667,6 678,8 695,4 712,5 715,1 733,5
exaustão
Fonte: Leon Heimer

Com base no que foi exposto acima, na tabela 1 são apresentados os parâmetros termodinâmicos para cada fluxo.
Eles foram enumerados na ordem crescente.

Tabela 2 Propriedades Específicas e Totais dos Fluxos

T P m h H s ex Ex
Fluxo Estado termodinâmico X
(°C) (bar) (kg/s) (kJ/kg) (kW) (kJ/kg.K) (kJ/kg) (kW)
1 Refrigerante (amônia a 99,8%)- vapor 54,27 14,28 0,9986 0,07347 1340 98,45 4,348 607,6 44,64
2 Refrigerante- líquido saturado 37 14,28 0,998 0,07347 174,7 12,84 0,6129 563,7 41,42
3 Refrigerante - mistura bifásica 33,14 12,78 0,998 0,07347 174,7 12,84 0,614 563,4 41,39
4 Refrigerante – líquido comprimido 6,57 12,78 0,998 0,07347 29,33 2,15 0,121 566 41,58
5 Refrigerante- líquido comprimido 3,51 4,878 0,998 0,07356 29,33 2,16 0,125 564,7 41,54
6 Refrigerante - vapor saturado 5 4,878 0,998 0,07356 1276 93,86 4,604 467,1 34,36
7 Refrigerante -vapor superaquecido 30,45 4,878 0,998 0,07356 1340 98,57 4,826 464,9 34,20
8 Solução Concentrada-mistura bifásica 64,14 4,878 0,5205 0,3115 416,3 129,68 1,905 849,9 264,74
9 Solução Concentrada- líquido saturado 37 4,878 0,5205 0,3115 -73,59 -22,92 0,394 813,6 253,44
10 Solução Concentrada- líquido comprimido 37,17 14,28 0,5205 0,3114 -72,05 -22,44 0,395 814,7 253,70
11 Solução Concentrada- líquido comprimido 42,8 14,28 0,5205 0,3114 -46,69 -14,54 0,476 815,8 254,04
12 Solução Concentrada- líquido comprimido 63,12 14,28 0,5205 0,3114 45,7 14,23 0,759 823,1 256,31
13 Solução Diluída – líquido saturado 105,15 14,28 0,3705 0,238 251,6 59,88 1,319 861 204,92
14 Solução Diluída – mistura bifásica 74,65 4,878 0,3705 0,238 251,6 59,88 1,343 853,8 203,20
15 Solução – vapor saturado 76,15 14,28 0,9899 0,07496 1420 106,44 4,588 1048 78,56
16 Solução - líquido saturado 76,25 14,28 0,5198 0,001489 106,5 0,16 0,937 526,5 0,78
17 Água gelada – líquido comprimido 12 4,371 50,51 220,78 0,181 1,618 7,07
18 Água gelada – líquido comprimido 7 4,371 29,53 129,08 0,106 2,918 12,75
19 Gás Natural 27 0,009199
20 Gases de exaustão 677,9 0,1827 822,5 150,27

2.2 Modelagem termoeconômica

O balanço dos custos exergéticos pode ser realizado em cada volume de controle, utilizando-se a matriz de
incidência ou através de equações que representem a conservação de custo exergético dos fluxos do sistema. Valero e
Lozano (1993) preconizam ser o custo exegético uma propriedade conservativa. É valido ressaltar que o número de
volumes de controle é inferior ao número de fluxos. Desta forma, a fim de tornar o número de equações igual ao
número de variáveis, Valero et al. (1996) recorre às regras de dotação de custos que fornecem um procedimento
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

racional para atribuir os custos exergéticos, baseadas unicamente na termodinâmica. Este procedimento racional está
alicerçado nos seguintes parâmetros:
• O custo exergético (B*) de uma corrente ou o fluxo de exergia do insumo (Bf*) ou do produto (Bp*) é a
quantidade de exergia necessária para produzi-lo;
• Uma análise detalhada do processo e da função de cada subsistema na formação dos produtos finais é o
único requisito para a atribuição dos custos exergéticos;
• Os custos exergéticos dos fluxos que entram no equipamento ou subsistema devem ser rateados com os
fluxos que deixam o mesmo.
A partir desses procedimentos os autores propõem algumas regras que aplicadas ao volumes de controle, ou seja,
às unidades produtivas permite a determinação dos custos exergéticos dos fluxos.
A primeira proposição (P1), como explanado anteriormente, aborda que o custo exergético é uma propriedade
conservativa. Desta forma, tem-se:

B*i + B*i = 0 (7)


e s

A segunda proposição (P2) afirma que, na ausência de valoração externa, o custo exergético dos fluxos que entram
na planta é igual a sua exergia. Tendo-se assim:

B*i = Ex i (8)

Outra proposição (P3) impõe que num sistema ou volume de controle com mais de um insumo energético entrando
ou saindo, que os custos energéticos unitários, k, de saída deverão ser iguais aos de entrada (regra dos insumos).
Portanto, verifica-se que:

B*e B* (9)
= s → ke = ks
Ex e Ex s

A quarta proposição (P4), conhecida como a regra dos produtos, afirma que num sistema cujo produto é formado
por vários fluxos, o custo exergético será o mesmo para cada um deles.
Finalmente, a proposição (P5) estabelece que aos fluxos das perdas externas deve-se atribuir custo exergético nulo,
pois não haverá utilização posterior.

B*i
=0 (10)
Ex i

A utilização da proposição 5 num subsistema onde ocorre perda de exergia para o exterior, o torna responsável por
uma irreversibilidade que não lhe é intrínseca. Onerando a esse subsistema o ônus de uma irreversibilidade (externa),
fruto de toda uma cadeia de interações entre vários subsistemas.
A determinação dos custos monetários de uma instalação térmica é necessidade de todo um empreendimento,
entretanto essa análise é convencionalmente realizada com base energética e abordando a unidade de maneira macro. A
exergoeconomia visa onerar os custos com a base exergética, que objetiva a quantificação monetária dos fluxos
envolvidos nos sistemas - tanto os principais quanto os secundários - permitindo desta forma a identificação de certos
gargalos que outrora não eram observados.
Segundo Santos (2005) a análise que atribui valores monetários aos fluxos termodinâmicos, análise
termoeconomica, tem sua base exergética e é uma complementação da teoria do custo exergético. Esta análise fornece
os custos financeiros aos fluxos exergéticos da instalação térmica, levando em consideração as unidades produtivas da
planta. Deste modo, tem-se uma noção apurada de onde se deve atuar, buscando-se tanto uma melhoria termodinâmica,
através da análise de segunda lei, quanto uma otimização econômica.
A quantificação destes custos é realizada segundo a equação (11), onde o termo Z leva em consideração custos de
investimento, manutenção e operação. A depender da análise, estes custos podem ser desconsiderados. Os termos cp e cf
correspondem, respectivamente, aos custos expressos em unidade monetária por unidade de exergia, tanto para o
produto quanto para o insumo. Estes são multiplicam o valor das exergia destes fluxos.

c*p .Ex p = c*f .Ex f + Z (11)

Nesta análise, o termo de investimento, ou seja, o custo de aquisição do motor e do sistema de refrigeração foi
considerado. A esse custo, é aplicado um fator de recuperação de capital baseado numa série uniforme de pagamento
que objetiva remunerar um determinado capital, a uma dada taxa de juros, durante certo período de tempo. Conforme
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

metodologia exposta em Newman e Lavelle, (2000) (apud Moreira 2004), o fator de recuperação de capital (A/P) é
expresso pela equação 4.26.

A i(1 + i) n (12)
=
P (1 + i) n − 1

O custo monetário pontual dos subsistemas da unidade de cogeração é determinado pela equação (13) proposta por
Valero e Lozano (1989).

(A / P)
Zi = .Fi (13)
t op

Onde top é o tempo de vida útil, dado em segundos, dos equipamentos e Fi o investimento inicial de cada
equipamento em reais.
Assim, ao aplicar-se esta metodologia ao em todas as unidades produtivas ilustrado na figura 1, obtém-se um
sistema linear onde o número de equações corresponde ao numero de fluxos do sistema.e a solução simultânea desse
sistema corresponde os resultados da tabela 3

Tabela 3 – Resultados dos custos exergéticos e monetários

C**
B* k C*
Fluxo Descrição R$/ton
(kW) (kW/ kW) (kR$/Ano )
(R$/MWh#)
1 Refrigerante 1017,52 22,79 773,01 333,63
2 Refrigerante 1014,76 24,5 772,17 333,27
4 Refrigerante 1018,97 24,5 775,38 334,66
6 Refrigerante 881,02 25,64 662,71 285,68
7 Refrigerante 876,81 25,64 659,54 284,31
8 Solução Concentrada 6141,94 23,2 4.658,76 474,25
9 Solução Concentrada 6130,83 24,19 4.655,29 473,90
10 Solução Concentrada 6132,37 24,17 4.656,48 474,17
11 Solução Concentrada 6437,9 25,34 4.890,13 497,96
12 Solução Concentrada 5842,44 22,79 4.438,50 451,97
13 Solução Diluída 4669,67 22,79 3.547,55 472,66
17 Entrada água gelada 7,07 1,00 276,66 2,01#
18 Saída Água gelada 145,02 11,37 389,40 2,82#
19 Gás Natural 472,47 1,00 238,77 823,06
20 Gases de exaustão 150,28 1,00 115,63 20,07
21 Energia elétrica 322,19 2,01 123,58 87,84
22 Perda condensador 2,76 1,00 0,87 36,00
23 Perda Resfriador 11,11 1,00 3,50 36,00
24 Wbomba 1,54 1,00 1,19 87,90

3.0 Resultados (1)

Baseado nos resultados dos estados termodinâmicos do sistema cogeração é possível avaliar o sistema à luz da
primeira lei da termodinâmica, identificando assim os fluxos de calor trocados nos diversos volumes de controle. Esses
resultados estão dispostos na tabela 4 e de forma gráfica na figura 2.
Como fora abordado anteriormente o elo entre o motor e o sistema de refrigeração por absorção é o fato de os gases
de exaustão acionar o sistema de refrigeração por absorção, desta forma a quantidade de energia que entra no gerador de
vapor é a própria energia dos gases de exaustão.
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

Tabela.4-Fluxos de calor nos volumes de controle do sistema de refrigeração por absorção.

Componentes do Fluxo de calor


sistema (kW)
Resfriador a ar 157,6
Gerador 152,00
Evaporador 91,71
Condensador 85,59
SCA 28,77
Retificador 7,90

Fluxo de calor – (kW)

200,00
157,60 152,00
150,00
91,71 85,59
100,00

50,00 28,77
7,90
0,00
Resfriador a ar Gerador Evaporador Condensador SCA Retificador

Figura. 2 - Fluxos energéticos do sistema de refrigeração por absorção.

Observa-se o fluxo de calor do resfriador um valor significante este fato é devido, ao processo de absorção que se
inicia no absorvedor (SCA) continuar ao longo do resfriador e por essa reação ser exotérmica era de se esperar um valor
maior do fluxo de calor neste equipamento.
O complemento da análise energética – primeira lei da termodinâmica – se expressa pela avaliação exergética, onde
o princípio da exergia permite a identificação das irreversibilidades do sistema, bem como a detecção, equipamento a
equipamento, das perdas mais pronunciadas. Estes resultados possibilitam que o investimento para melhoria do sistema
seja direcionado a pontos onde a resposta será mais expressiva.
A tabela 5 mostra as irreversibilidades de cada componente do sistema de refrigeração por absorção e o fator que
representa a parcela percentual de irreversibilidade frente a irreversibilidade total do equipamento. O que permite
visualizar onde ocorrem as maiores destruições exergéticas.

Tabela. 5 - Irreversibilidade do sistema de refrigeração por absorção.

Componentes Irreversibilidade
do sistema (kW) (%)
Gerador 124,00 53,37%
Retificador 33,89 14,59%
SCA 29,67 12,77%
Resfriador a ar 22,42 9,65%
Evaporador 14,43 6,21%
Condensador 5,98 2,58%
Válvulas 1,79 0,77%
Trocador de calor 0,1614 0,07%
Total 232,35 100,00%
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

60,00%
53,37%

50,00%

40,00%

30,00%

20,00% 14,59% 12,77%


9,65%
10,00% 6,21%
2,58% 0,77% 0,07%
0,00%
Gerador Retificador SCA Resfriador a ar Evaporador Condensador Valvulas Trocador de calor

Figura. 3 - Irreversibilidades dos componentes do sistema de refrigeração.

Os valores das irreversibilidades são melhores visualizados na figura 3. Esta informação é a essência da análise
através da segunda lei da termodinâmica, pois informa onde ocorrem as maiores perdas no sistema, indicando assim em
quais volumes de controle, os esforços de melhoria devem ser concentrados.
Primeiramente, o gerador e o retificador apresentam as maiores irreversibilidades do sistema de refrigeração por
absorção, somando 67,69% de toda irreversibilidade do sistema. Este fato deve-se a diversos fatores: i) é no gerador
onde se apresentam as maiores temperaturas do sistema ii) o processo de desorção, ou seja, separação do vapor de
amônia da solução é um processo intrinsecamente irreversível por envolver diferentes espécies químicas.
Os volumes de controle responsáveis pela absorção do vapor de refrigerante na solução (SCA e resfriador)
aparecem como o segundo grupo de equipamentos com maior irreversibilidade. Este grupo é responsável por 22,42% da
irreversibilidade total do sistema. Este fato já era esperado, não só pelo nível de temperatura, bem como, pela natureza
da reação química que ocorre nesses volumes de controle.
Os resultados de irreversibilidades obtidos nesse trabalho estão em concordância aos trabalhos que abordam a
avaliação exergética de sistemas de refrigeração por absorção. Indicando de analogicamente que os equipamentos
responsáveis pelo processo de dessorção e absorção requerem investimentos objetivando a melhoria deste tipo de
tecnologia de geração de frio.
Para o caso exemplo é fixado um tempo de retorno do investimento de 15 anos a uma taxa real de juros de 10% aa
estes valores são aplicados na determinação do fator de recuperação de capital conforme fora descrito anteriormente.
A tabela 3 listou os resultados dos parâmetros termoeconômicos para cada fluxo do sistema, contendo os fluxos
exergéticos (Ex), os fluxos dos custos exergéticos (B*), os custos exergéticos unitários (k), os custos monetários (C*)
expresso em R$/s e R$/ano. Os custos totais (C**) em R$/MWh para os fluxos de potência e em R$/t para os demais
fluxos. Baseados na figura 4.1.
Foram destacados os fluxos de saída da unidade de cogeração, que representam os produtos, as correntes 18 e 21
que representam a água gelada e a energia elétrica produzidas pela planta, e as perdas representadas pelas correstes 22 e
23 que são os fluxos de calor que deixam o condensador e a resfriador respectivamente.
Os insumos da planta estão representados pelos fluxos 17, 19 e 24 que representam a água que entra no evaporador,
o combustível que alimenta o motor e a trabalho necessário para acionar a bomba.
Nesta Análise não é considerado o custo da água de realimentação do sistema, ou seja, a água utilizada para
compensar as perdas por vazamentos, paradas de manutenção e etc.
Com base ainda na tabela 3 é possível identificar todos os fluxos de entrada com seus respectivos custos
monetários, estes perfazem um total de 516,61 kR$/ano. Identificam-se também os fluxos de saída, esses se encontram
divididos em duas categorias, a dos produtos propriamente dito, que totalizam um custo de 512,98 kR$/ano e a das
perdas que somam 4,37 kR$/ano. O aproveitamento desse potencial requer uma análise de custo beneficio.
O investimento realizado na unidade de cogeração, depois de aplicado o fator de recuperação de capital é diluído ao
longo da vida da unidade. Existe também um rateamento do custo da unidade de refrigeração por absorção entre seus
subsistemas.
Pelo balanço monetário, o custo total na saída da unidade tem que ser igual ao custo total da entrada acrescido do
custo de investimento. A tabela 6 evidência este balanço.
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

Tabela 6 - Balanço de custos monetários da unidade de cogeração

Entrada Saída
Fluxo k (R$/Ano) Fluxo k(R$/Ano)
17 276,66 18 389,40
19 238,77 21 123,58
Unidade de cogeração
24 1,19 22 3,50
Investimento 0,745 23 0,87
TOTAL 517,36 TOTAL 517,36

Outros cenários podem ser obtidos para a análise dos custos envolvidos no sistema a tabela 7 mostra os resultados
dos custos, para uma taxa de juros de 8, 10 e 12 % e para um período de operação de 10,15 e 20 anos. Observam-se os
custos de investimento amortizado ao longo o do tempo, os demais custos e tarifas não sofrem influência significativa.

Tabela. 7 – Cenários de monetários do sistema de cogeração

Tempo de
10 15 20
Operação (anos)
Taxa de juros (%) 8 10 12 8 10 12 8 10 12

Motor (kR$/ano) 0,75 0,81 0,88 0,39 0,44 0,49 0,25 0,29 0,33
Investimento
Chiller(kR$/ano) 0,52 0,57 0,62 0,27 0,31 0,34 0,18 0,21 0,23
Água gelada (18)
385,40 385,48 385,57 384,98 385,04 385,10 384,82 384,87 384,91
Produtos (kR$/ano)
Energia elétrica
123,74 123,77 123,81 123,85 123,58 123,61 123,48 123,50 123,55
(kR$/ano)
Energia elétrica
Tarifa 87,95 87,97 88,00 87,82 87,83 87,85 87,77 87,78 87,60
(R$/MWh)

No caso exemplo foi fixado um excesso de ar para a combustão do gás natural no motor de 15 %, entretanto, este
parâmetro influencia nos resultados termoeconômicos do sistema com pode ser observado na tabela 8, o valor referente
ao caso exemplo esta em destaque.

Tabela. 8 - Variações dos custos da unidade de cogeração com excesso de ar da combustão

Carga do Motor
50 75 90
(%)
Excesso de Ar
5 10 15 20 5 10 15 20 5 10 15 20
(%)
Tarifa Energia
elétrica 89,18 92,06 94,49 96,63 83,41 85,82 87,83 89,57 81,16 83,38 85,55 86,79
(R$/MWh)
Custo Total
Produtos 325,21 331,53 337,83 344,14 492,85 502,92 512,98 523,04 601,26 613,88 626,50 639,11
(kR$/Ano)
Custo de energia
elétrica 80,94 83,55 85,76 87,70 117,36 120,75 123,58 126,02 137,74 141,51 144,63 147,30
(kR$/Ano)
Custo água Gelada
244,27 247,98 252,08 256,44 375,49 377,17 389,40 397,02 463,52 472,37 481,87 491,82
(kR$/Ano)
Tarifa Água gelada
1,06 0,99 0,92 0,87 0,93 0,87 0,82 0,77 0,88 0,82 0,77 0,73
(R$/t)

Observa-se que com a redução do excesso de ar de 15% para 10% acarreta em uma diminuição do custo total dos
produtos de 10.060,00 R$/ano e a tarifa de geração de energia elétrica reduz de 2,01 R$/MWh, para o motor operando a
uma carga de 75%. Algo semelhante pode ser encontrado para o motor operando em outra condição. Desta observação
conclui-se que independente da carga de operação do motor, quanto menor o excesso de ar menor os custos da unidade.

Quando se fixa o excesso de ar da combustão em e variamos carga de operação do motor comprova-se que quanto
maior a carga do motor menor maior o custo de produção, entretanto a tarifa sofre um decréscimo devido a melhor
eficiência do motor quando operando em cargas maiores. Por exemplo, a tarifa de energia elétrica diminui de
Proceedings of ENCIT 2006 -- ABCM, Curitiba, Brazil, Dec. 5-8, 2006, Paper CIT06-XXXX

92,06R$/MWh para 83,38R$/MWh, quando a carga muda de 50 para 90% respectivamente para excesso de ar de 10%,
o mesmo acontece para os demais parâmetros.

5. Referências

Herold, K.E., R. Radermacher, S. Klein. 1996, “Absorption chillers and heat pumps”. New York: CRC Press
Lozano, M. A.; Valero, A., 1993, “Theory of exergertic cost”. Energy, v. 18, n. 9, pp. 939-960.
Manrique, J.A. 1991, “Thermal performance of an ammonia – water refrigeration system”. Int. Comm. Heat Mass
Transfer, v. 18, pp 779-789.
Moreira, H. L. 2004, “Análise termoeconômica de sistema de refrigeração por absorção com o par água brometo de
lítio” tese de D.Sc CPGEM/UFPB João Pessoa – PB, Brasil.
Santos, C. M. S. 2005, Analise exergoeconomica de uma unidade de cogeração a gas natural com refrigeração por
absorção”, dissertação de mestrado CPGEM/UFPB João Pessoa – PB, Brasil
Torres, E.A., 1999, “Avaliação energética e termoeconômica de um sistema de co-geração de um pólo petroquímico”,
tese D.Sc., FEM/UNICAMP Campinas –SP, Brasil.
Valero, A., Lozano, M.A. Bartolomé, J.L. 1996, “On-line monitoring of power-plant performance using exergetic cost”,
Applied thermal engineering, v. 16, n. 12, pp. 933-948.

THERMOECONOMIC AND EXERGETIC EVALUATION OF A NATURAL


GAS COGENERATION UNIT WITH AN ABSORPTION
REFRIGERATION SYSTEM.
Carlos Marlon Silva Santos
Escola Politécnica/DEQ/LEN/UFBa Rua Aristides Novis, 2 Federação-Salvador-Ba 40210-630,
carlosmarlon@hotmail.com

Ednildo Andrade Torres


Escola Politécnica/DEQ/LEN/UFBa Rua Aristides Novis, 2 Federação-Salvador-Ba 40210-630,
ednildo@ufba.br

Carlos Antônio Cabral dos Santos


Laboratorio de energia Solar /UFPb Cidade Universitária Joao Pessoa –PB CEP 0210-630,
cabral@les.ufpb.br

Adriano Marques
Laboratorio de energia Solar /UFPb Cidade Universitária Joao Pessoa –PB CEP 0210-630,
adrianomarques25@hotmail.com

Abstract. The aim of this paper is to analyzed thermoeconomically a simulated cogeneration system composed by an
absorption refrigeration system, which uses the exhausts gases of a natural gas engine. The purpose of this unit is, in
the future; supplies electric energy and chilled water to a university laboratory. The exergy of each stream involved is
calculated and the exergetic balance (of each subsystem and the global one) is presented, identifying where the losses
and irreversibities occur. The energy fluxes and the inrreversibility for each subsystem is shown and compared. The
thermoeconomic costs of each one of the fluxes are calculated, and conclusions about the cost of this cogeneration
process are obtained. A sensitivity analysis was performed to examine the impact of the variation of economic scenario
as well the operation conditions and load on electricity and chilled water production costs.

Key Words : Cogeneration , Exergy, Thermoecomics and Absorption Refrigeration.

Você também pode gostar