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INTERVENÇÃO PROTÉTICA EM AMPUTAÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES (MMSS)
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Pollyana Costa Tavares ;Luis Henrique Tormes ; Roberta Aragão Araújo ;
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Benonias Rodrigues Torres
Centro de Ciências da Saúde/ Departamento de Fisioterapia/ MONITORIA
RESUMO
A disciplina de Prótese e Órtese tem como objeto de estudo os aspectos cinesiobiomecânicos
das próteses e órteses e a fundamentação teóricoprático de suas funções. O principal objetivo
é propiciar competências e habilidades gerais e específicas aos alunos nas adapatações das
próteses e órteses na prevenção, tratamento e na reabilitação cinéticofuncional do portador de
deficiência física, como coadjuvante à intervenção fisioterapêutica. Este trabalho teve como
objetivo auxiliar o corpo docente nas tarefas pedagógicas e científicas, no atendimento aos
alunos matriculados na disciplina, para auxiliar o desenvolvimento do processo ensino
aprendizagem. Foi realizado através de uma revisão bibliográfica, a fim de transmitir o
conhecimento sobre um importante tema abordado pela disciplina: os níveis de amputação de
membros superiores e a intervenção das próteses indicadas para MMSS, como coadjuvante no
tratamento fisioterapêutico. Observouse como resultado a boa assiduidade e participação dos
alunos nas aulas ministradas, bem como o bom desempenho desses nas avaliações escritas,
demonstrando com isso a construção do conhecimento. Concluímos que foi cumprido o papel
dos monitores no projeto ensinoaprendizagem, sendo atingidos os objetivos gerais do
programa na consolidação e transmissão do conhecimento aos acadêmicos de Fisioterapia,
futuros profissionais mais qualificados e melhor instruídos.
Palavras chave: Amputação MMSS Próteses – Reabilitação.
INTRODUÇÃO
A disciplina de Prótese e Órtese tem como ementa o estudo dos aspectos cinesio
biomecânicos das próteses e órteses e a fundamentação teóricoprático de suas funções. O
principal objetivo é propiciar competências e habilidades gerais e específicas aos alunos nas
adapatações das próteses e órteses na prevenção, tratamento e na reabilitação cinético
funcional do portador de deficiência física, como coadjuvante à intervenção fisioterapêutica. É
uma disciplina com caráter profissionalizante, complementar obrigatória, de quatro créditos e
com carga horária de 60 horas semanais.
Como trata de uma matéria profissionalizante, possui uma grande importância na
formação curricular do futuro fisioterapeuta, pois os principais conteúdos abordados são:
conhecer a problemática da reabilitação plena do amputado de membros inferiores e
superiores, conhecer os níveis de amputação, a etiologia, técnicas cirúrgicas, as classificações
das próteses e das órteses, seus materiais com vantagens e desvantagens para o paciente,
abordar sobre a intervenção da fisioterapia no préoperatório, pósimediato e tardio, no preparo
do coto e na protetização.
Os conteúdos são ministrados através de aulas expositivas, exposição de vídeos sobre
o tema abordado, atividades práticoteóricas que envolvem o aluno em pesquisa bibliográfica,
seminários, situaçãoproblema, assistir a cirurgias de amputação, confecção de próteses ou
órteses e visitas aos setores gestores especializados na assistência ao portador de deficiência
física.
A avaliação tem caráter formativo, que propõe acompanhar o processo de
aprendizagem longitudinalmente e somativo, que visa identificar a aprendizagem vertical. São
realizados três estágios programados, ao longo de cada semestre letivo, essencialmente
educativos e coerentes com os conteúdos ministrados e a metodologia utilizada no processo
ensinoaprendizagem.
Com a finalidade de contribuir com a construção do ensinoaprendizado foi
desenvolvido uma revisão bibliográfica de um conteúdo da disciplina: intervenção protética em
amputação de membros superiores é um tema com menor incidência, mas com grandes
repercussões quando acomete o indivíduo, pois já existem muitos avanços na confecção desse
tipo de prótese. No entanto, em João Pessoa essa produção ainda é muito limitada.
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Moni tor(a) Bol sista; Moni tor(a) Voluntário(a); Pr of(a) Ori entador(a)/Coor denador(a).
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DESCRIÇÃO METODOLÓGICA
Amputação é uma palavra derivada do latim, com o seguinte significado: ambi=ao redor
de/ em volta de e putatio= podar/retirar. Portanto, amputação consiste na retirada, geralmente
cirúrgica, total ou parcial de um membro. Nas amputações de membros inferiores podemos
encontrar etiologias relacionadas a processos: vasculares, neuropáticos, traumáticos, tumorais,
infecciosos, congênitos, iatrogênicos. As causas mais freqüentes das amputações de membros
superiores são traumáticas (acidentes de trabalho e explosivos) e tumorais (CARVALHO,2003).
Não tem sentido falar em prótese, sem antes ter o conceito de amputação, pois essa
irá gera a necessidade do estudo e desenvolvimento das próteses, tanto de membros superior
e inferior. Segundo Carvalho (2003) próteses são utensílios empregados para substituir alguma
região perdida ou malformada do nosso organismo.
O membro residual de amputação é denominado coto. O coto de amputação, agora
considerado como um novo membro, é o responsável pelo controle da prótese durante a
preensão, percepção, comunicação e atividades laborais. Para que isso seja possível, é
necessário que o coto tenha um nível adequado, seja estável, presença de um coxim com
mioplastia e miodese, um bom estado da pele, com boa sensibilidade, sem úlceras e enxerto
cutâneo, ausência de neuromas terminais e espículas ósseas, ter uma boa circulação arterial e
venosa, boa cicatrização e ausência de edema.
Os cotos de amputação de membros superiores são classificados pelo nível de
amputação considerando a porcentagem do membro residual. Para tanto, deve ser realizada a
medida do comprimento do coto. As amputações proximais ao cotovelo, com exceção da
desarticulação do ombro, são também denominadas transumerais, e as distais ao cotovelo,
com exceção da desarticulação do punho e parciais de mão, são também chamadas
transradiais (KOTTKE, F.J.; LEHMANN, J.F., 1994).
As próteses podem ser divididas em dois grupos com características próprias: próteses
exoesqueléticas ou convencionais e endoesqueléticas ou modulares (CARVALHO,2003).
As próteses de membro superior podem ser classificadas de acordo com seu potencial
funcional, seus componentes e as fontes de energia. São classificadas em próteses não
funcionais: estéticas; próteses funcionais: convencionais, mioelétricas e híbridas. As fontes de
energia podem ser através do sistema endoenergético ou de propulsão muscular cuja energia
originase no próprio corpo do paciente, transmitindose através das correias e cabos para o
dispositivo terminal; o sistema exoenergético ou de propulsão artificial cuja energia é originada
externamente ao corpo e que independe de transmissão via cabos ou correias e o sistema
híbrido o qual resulta da combinação dos dois acima citados (LIANZA S., 2001).
As próteses estéticas ou passivas pertencem ao grupo de próteses não funcionais.
Elas restabelecem o aspecto externo, sem proporcionar funções ativas, favorecendo o aspecto
estético e são grandes as exigências em relação ao aspecto externo, conforto de uso e peso
reduzido. Enquanto, no grupo das próteses funcionais que são acionadas pelo próprio
paciente, mediante o movimento do segmento residual do membro através da tração de
tirantes. Para coordenar as diferentes funções, o paciente necessita de um intenso programa
de treinamento, a fim de adquirir, de forma gradativa, o controle dos diferentes movimentos da
prótese (KOTTKE, F.J.; LEHMANN, J.F., 1994).
A mão é a estrutura mais complexa de membro superior. As suas principais funções
são a manipulação de objetos, preensão e a pinça. A pinça exige ao menos dois dedos em
oposição, com mobilidade e sensibilidade preservadas, os tipos básicos de pinça: bidigital
(pontaponta), trididigital e lateral (chave).
O coto não deve ser coberto pelo encaixe para que seja mantida a sensibilidade
durante a preensão. Na desarticulação carpometacarpal ainda preserva a movimentação ativa
do punho permitindo a adaptação de dispositivos terminais para preensão com preservação da
sensibilidade tátil (PEDRINELLI, A.;,1997)
Uma prótese para amputação parcial de mão apenas terá utilidade se aumentar a
funcionalidade com o mínimo comprometimento da sensibilidade e da função residuais da mão
e se melhor a estética. Com dois dedos o indivíduo pode aduzir ou opor um dedo ao outro. Se
somente o polegar remanescer uma órtese para permitir uma superfície de oposição pode ser
confeccionada (PEDRINELLI, A.;,1997).
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Para a protetização das desarticulações de punho existem vários sistemas de próteses
estéticas e funcionais. A prótese estética é mais leve, mas tem uma função passiva bastante
limitada. É indicada para pacientes que dispensam ou não se adaptam a próteses funcionais.
Para uma fixação segura da prótese basta confeccionar um encaixe de contato, já que a parte
distal do coto é mais larga. O encaixe deve terminar um pouco abaixo do cotovelo, permitindo
um movimento livre de pronosupinação. A mão é fixada ao encaixe externo, devendose
evitar o alongamento excessivo da prótese e uma luva cosmética reveste a mão internamente.
A prótese ativa, acionada por um cabo de tração, requer um tirante envolvendo o
ombro. Esta prótese é indicada especialmente quando não existem meios para colocação de
uma prótese mioelétrica ou quando for da preferência do paciente. Algumas vantagens em
relação à prótese mioelétrica são: a simplicidade de sua manutenção, ser mais leve e não
depender de fonte externa. A fixação da mão ao encaixe é feita através de um chassi sem
rosca, evitando um alongamento excessivo da prótese em relação ao membro não amputado.
Para a colocação de um gancho tornase necessário um adaptador especial.
Nas amputações transradiais , assim como para desarticulação de punho, a prótese
estética é indicada para pacientes que dispensam ou não se adaptam a uma prótese
funcional. A fixação da prótese é feita através de um encaixe de contato envolvendo o
cotovelo. Utilizase uma mão cosmética ou passiva como dispositivo terminal. Em comparação
à prótese mioelétrica tem a vantagem de ser mais leve, de manutenção mais simples, menor
custo e de não necessitar de fonte de energia externa. Por outro lado, o emprego de um tirante
de tração representa uma limitação de movimentos e menor conforto de uso. A fixação da
prótese é feita através de um encaixe de contato envolvendo o cotovelo. Para cotos
extremamente curtos tornase necessário um auxílio de fixação. Utilizase uma mão ou gancho
como dispositivo terminal. A fixação ao encaixe externo é feita através de diferentes tipos de
punho.
A desarticulação de cotovelo representa apenas cerca de 0.2% das amputações. Trata
se de um nível pouco freqüente de amputação (MANDRUP POULSEN, T.; JENSEN, J.S,1982).
O paciente submetido à desarticulação de cotovelo necessitará substituição mecânica da
flexão e extensão do cotovelo. Para este nível de amputação pode ser indicada uma prótese
estética, ativa ou híbrida. Na prótese híbrida a articulação de cotovelo é acionada por um
tirante envolvendo o ombro, e o controle da mão é feito através da emissão de sinais
mioelétricos. A fixação é feita através de um encaixe de contato envolvendo parte do ombro,
preso através de uma correia. Os eletrodos são fixados ao encaixe através de uma correia.
Os eletrodos são fixados ao encaixe através de uma suspensão elástica. O tirante que envolve
o ombro é o responsável pelo controle da flexão e do bloqueio do cotovelo mecânico. Utilizase
uma mão ou gancho mioelétrico como dispositivo terminal, que são intercambiáveis através de
diferentes tipos de punhos. A prótese mioelétrica é totalmente controlada por sinais emitidos
através da contração muscular, que são detectados através de eletrodos. A fixação é feita
através de um encaixe de contato, preso através de uma correia. Os eletrodos possuem uma
suspensão elástica, e recebem sinais do bíceps e do tríceps. Estes sinais são transformados
em quatro impulsos distintos, através de uma unidade de acionamento, e direcionados à mão e
cotovelo elétrico. O encaixe externo cobre os cabos e eletrodos, e fixa a parte distal da prótese
através de uma articulação de cotovelo. Como dispositivo terminal, utilizamse mão ou gancho
mioelétricos, intercambiáveis através de diferentes tipos de punhos.
Na desarticulação do ombro as próteses estéticas modulares são particularmente
interessantes pelo peso reduzido. As próteses funcionais apresentam alto índice de abandono
e são de manuseio mais difícil neste nível de amputação. O encaixe de contato envolve parte
do ombro, sendo fixado através de uma correia. Em caso de perda substancial de tecidos,
como na desarticulação escápulotorácica, necessitase de um encaixe adicional para
compensação do volume. Uma articulação de ombro realiza a união ao braço, que por sua vez
fixa o antebraço através de uma articulação de cotovelo. Utilizase uma mão cosmética que é
fixada ao antebraço através de uma articulação de diferentes tipos de adaptadores e é
revestida por uma luva cosmética.
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RESULTADOS
No presente trabalho podese analisar o aprendizado dos aluno através de três
avaliações feitas pelos alunos, nas quais obtiveram um bom desempenho, assim como a
participação e interação durante as aulas ministradas e relatos de situaçõesproblemas,
demonstrando, assim, a consolidação do conhecimento e dos conteúdos abordados na
disciplina.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, José André. Amputações de membros inferiores: em busca da plena
reabilitação. 2 ed.São Paulo: Manole, 2003.
DIOGO, M.J.D’E. A dinâmica dependênciaautonomia em idosos submetidos à amputação de
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1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104
11691997000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 Mar 2007. Prépublicação. doi:
a
10.1590/S010411691997000100007LIANZA S. Medicina de Reabilitação. 3 edição. Editora
Guanabara Koogan SA. Rio de Janeiro, 2001.
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KOTTKE, F.J.; LEHMANN, J.F. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4
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MANDRUP POULSEN, T.; JENSEN, J.S. Incidence of major amputation following
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