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Curso Regular de Língua Portuguesa

Prof. Ludimila Lamounier,

AULA 03

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Língua Portuguesa para concursos
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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 03

AULA 03

Emprego e função das classes de palavras. Flexão nominal e verbal.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Aspectos Introdutórios – Classes de Palavras 03
2. Classes de Palavras 04
2.1 Substantivo 04
2.1.1 Classificação dos Substantivos 04
2.1.2 Formação dos Substantivos 05
2.1.3 Flexão dos Substantivos 06
2.2 Adjetivo 15
2.2.1 Classificação dos Adjetivos quanto à Formação 16
2.2.2 Flexão dos Adjetivos 18
2.3 Advérbio 20
2.3.1 Palavras Denotativas 22
2.4 Preposição 23
2.4.1 Preposição Acidental 23
2.4.2 Emprego das Preposições 24
2.4.3 Carga Semântica das Preposições 24
2.5 Conjunções 25
2.5.1 Conjunções Coordenativas 25
2.5.2 Conjunções Subordinativas 26
2.6 Interjeição 30
2.7 Artigo 31
2.8 Numeral 35
2.8.1 Emprego do Numeral 36
2.9 Pronome 36
2.10 Verbo 38
2.10.1 Flexão dos Verbos 38
Questões Propostas 42
Gabarito 53
Questões Comentadas 54

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Olá, concurseiro fiscal!
Estou de volta para mais uma aula: Aula 03 do curso regular de
Língua Portuguesa. Vamos nos preparar porque vários editais de
concursos importantes devem sair em breve.
Então, como estão os estudos? Espero que esteja bem empenhado e
animado, pois estamos, a cada dia, mais pertos do edital, não é
mesmo?

DICA DA VEZ – NÃO CONSIGO ESTUDAR “DE MADRUGADA”


Muitas pessoas me perguntam se é certo ou errado estudar até tarde,
até de madrugada. Eu não sei responder, porque não há certo ou
errado, há o que é melhor para uns e pior para outros – o que funciona
para uns e não funciona para outros.
Por isso, acho que você não precisa se preocupar com esse tipo de
questão.
Você deve estudar na hora que rende mais, ou seja, quando consegue
concentrar-se e assimilar melhor os conhecimentos.
Dessa forma, conheço pessoas que preferem “varar a madrugada” e
acordar mais tarde. Outras, o contrário: escolhem acordar bem cedo.
Eu pertenço ao time dos que preferem dormir cedo, não consigo mesmo
estudar até tarde. Quando estou estudando em ritmo acelerado,
costumo dormir de meia-noite às 6h. E, também, necessito dessas seis
horas de sono, senão meu dia fica péssimo! Mas, isso é tema para um
outro “dica da vez”.
É isso, caro aluno. Avalie seu comportamento, sua concentração.
Ninguém melhor que você mesmo para escolher seu horário de estudo.

Vamos começar a nossa aula de hoje?


Esta aula trata de: Emprego e função das classes de palavras.
Flexão nominal e verbal.
Precisamos de muita dedicação para enfrentar nossos desafios, não é
mesmo?

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1. Aspectos Introdutórios – Classes de Palavras

A Língua Portuguesa tem dez classes de palavras: substantivo,


adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo, advérbio, interjeição,
conjunção e preposição. Veremos, adiante, que algumas dessas
classes são variáveis e outras invariáveis.
Como já vimos na Aula 01 (aula sobre mecanismos coesivos), essas
classes de palavras aparecem, em uma sentença, relacionadas entre
si, de maneira que umas modificam, outras são modificadas e
algumas servem de conectivo entre os vocábulos.
Para entender um pouco, vamos ver o que significa “modificação”. As
palavras que modificam são, geralmente, chamadas determinantes,
as que são modificadas, determinadas e as que servem como elo de
ligação são denominadas conectivos.
Geralmente, podemos afirmar que o substantivo é determinado,
porque quase sempre aparece em uma frase modificado por um
pronome, numeral, artigo ou adjetivo.
Vamos ver um exemplo?
Os meus três colares novos estão dentro do armário.
Os (artigo) meus (pronome) três (numeral) colares (substantivo) novos
(adjetivo) estão dentro do armário.
Assim, percebemos que o substantivo colares aparece modificado
(determinado) por artigo, pronome, numeral e adjetivo. De forma
inversa, o artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo referem-se ao
substantivo colares e, portanto, são denominados determinantes.
Mas, atenção! O substantivo também pode ser determinante. Quer
ver um exemplo?
Amanhã terei uma consulta com a nutricionista Heloísa.
Observe que o substantivo nutricionista é modificado (determinado)
pelo substantivo Heloísa (determinante).
Por sua vez, normalmente, o advérbio aparece como determinante
e expressa circunstância referente ao verbo, ao adjetivo ou a outro
advérbio.
Exemplo:
Marisa é uma advogada muito bem relacionada.
Note que o advérbio bem altera o sentido do adjetivo relacionada e
exprime uma circunstância de modo. O advérbio muito modifica o
sentido do advérbio bem e exprime uma circunstância de intensidade.
E os conectivos?

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São classes de palavras que servem de elo de ligação entre dois
termos ou duas orações. Temos, assim, as preposições e as
conjunções.
Vejam a seguinte sentença:
Mariana e Antônia estiveram em Belo Horizonte, mas eu não as encontrei.
Mariana e (conjunção) Antônia estiveram em (preposição) Belo Horizonte,
mas (conjunção) eu não as encontrei.

2. Classes de Palavras

Vamos, agora, ver as definições, as classificações, a formação e as


flexões de cada classe de palavras.

2.1 Substantivo

É a palavra que designa os seres em geral, coisas ou ideias (pessoas,


lugares, instituições, entidades, animais, plantas, minerais, vegetais,
gases, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.).
Exemplos: Deus, Maria, Brasília, alma, fada, pedra, patriotismo, maldade,
surdez, pele, Senna, ouro, amor, raiva, cegueira, mesa, planta.

2.1.1 Classificação dos Substantivos

Substantivo Concreto
Designa os seres que possuem existência independente ou que nossa
imaginação considera como tal, podem ser reais ou imaginários
(pessoas, animais, vegetais, plantas, minerais, lugares, coisas, gases
e entidades).
Exemplos: Deus, Maria, gato, bicho, flor, prata, país, livro, hidrogênio,
parque.
Substantivo Abstrato
Designa os seres de existência dependente, ou seja, que não existem
em nosso mundo exterior (sentimentos, ações, qualidades, estados,
etc.). Sua existência depende dos seres concretos.
Exemplos: amor, ódio, raiva, compaixão (sentimentos); produção,
viagem, brincadeira (ações); beleza, feiura, generosidade (qualidades);
vida, morte, medo, nervosia, alegria (estados).

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Substantivo Comum
O substantivo comum se refere a todos os seres de uma espécie ou
indica uma abstração.
Exemplos: mesa, cidade, mulher, homem, paz.
Substantivo Próprio
O substantivo próprio se refere a determinado ser da espécie.
Exemplos: França, Roma, Maria, João, Congresso Nacional, rua Ministro
Borges.
Substantivo Coletivo
O substantivo coletivo é o substantivo comum que, no singular, indica
um conjunto de seres da mesma espécie. Ele pode ser: específico ou
indeterminado. O específico se refere a uma só espécie de seres e o
indeterminado, a diversas espécies de seres.
Exemplos: específicos: cardume, elenco, alcateia, cordilheira, arquipélago.
indeterminados: manada – de bois, búfalos, elefantes
bando – de ciganos, pessoas, malfeitores
réstia – de cebolas, alhos
junta – de médicos, de examinadores

2.1.2 Formação dos Substantivos

Substantivo Primitivo
O substantivo primitivo não deriva de outro, na verdade, ele é o
responsável pela formação de novas palavras.
Exemplos: casa, folha, árvore, livro, pedra, ferro, planta, cabeça.
Substantivo Derivado
É aquele que deriva de outras palavras, com o acréscimo de prefixos
e,ou sufixos.
Exemplos: livraria, livreiro, jornaleiro, diarista, bananeira.
Substantivo Simples
É aquele que se forma por meio de um único radical.
Exemplos: mesa, escola, armário, leite, banana, papel, homem, caneta.
Substantivo Composto
É aquele que se forma pela justaposição ou aglutinação de dois ou
mais radicais.
Exemplos: porco-espinho, amor-perfeito, erva-doce, beija-flor, planalto,

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aguardente, girassol.

Você se lembra de alguns desses conceitos? Vimos na aula passada,


não foi mesmo?

2.1.3 Flexão dos Substantivos

O substantivo varia em gênero, número e grau.

FLEXÃO DE GÊNERO
Temos os gêneros masculino e feminino. Alguns substantivos têm
uma única forma para os dois gêneros. São, portanto, uniformes e
subdividem-se em três tipos que veremos em seguida.
Substantivo Comum de dois gêneros
Apresenta uma só forma para os gêneros feminino e masculino.
Distingue-se o gênero pela anteposição ou posposição de um
determinante (artigo, pronome, adjetivo, etc.).
Exemplos: o pianista/a pianista, aquela telefonista/aquele telefonista, uma
cliente/um cliente, colega bonito/colega bonita.
Substantivo Sobrecomum
Possui uma só forma para o masculino e o feminino. A distinção é
feita dentro do contexto, não há outra forma de diferenciação.
Exemplos: a testemunha, a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro, o carrasco, o indivíduo.
Substantivo Epiceno
Existe apenas uma forma e um gênero para designar animais de
ambos os sexos. Para mostrar a diferença, usamos as expressões
macho e fêmea.
Exemplos: crocodilo macho/crocodilo fêmea, cobra macho/cobra fêmea,
jacaré macho/jacaré fêmea, onça macho/onça fêmea, águia macho/águia
fêmea.
Substantivo Biforme
Apresenta uma forma específica para o masculino e outra para o
feminino (normalmente marcada pela desinência a).
Exemplos: professor/professora, prefeito/prefeita, aluno/aluna,
ministro/ministra, menino/menina.
Aqui, cabe fazer uma divisão:
Alguns são heterônimos: possuem radicais distintos para
masculino e feminino.
Exemplos: pai/mãe, homem/mulher, genro/nora, boi/vaca,
cavalheiro/dama, cavalo/égua.

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Outros apresentam o feminino derivado de radical do masculino,
por meio de substituição ou acréscimo de diversas terminações.
Exemplos: capiau/capioa, réu/ré, maestro/maestrina, frade/freira.

Atenção!
Alguns substantivos nos proporcionam dúvidas quanto ao gênero por
causa de uma não relação entre gênero gramatical e sexo.
Vamos ver alguns?
Palavras masculinas: o apêndice, o champanha, o clã, o derma, o
eclipse, o eczema, o formicida, o guaraná, o herpes, o telefonema, o
trema, o tracoma, o vernissage, o alvará, o aneurisma, o
estratagema.

Palavras femininas: a alface, a aluvião, a sentinela, a cal, a


apendicite, a bacanal, a cataplasma, a omoplata, a libido, a mousse, a
derme, a gênese, a comichão, a omelete.

Atenção também para a existência de substantivos de gênero


flutuante (são aceitas as duas formas): o cólera/a cólera, o
diabete/a diabete, o laringe/a laringe, o usucapião/a usucapião, o
personagem/a personagem.

Outro ponto muito importante e que também merece nossa atenção


é o substantivo que tem seu significado alterado ao mudar de gênero.
Exemplos: o cabeça (o chefe)/a cabeça (parte do corpo, pessoa
inteligente), o capital (os bens)/a capital (cidade principal), o moral (o
ânimo)/a moral (os costumes), o rádio (o aparelho)/a rádio (estação,
emissora), o grama (unidade de medida)/a grama (capim).

FLEXÃO DE NÚMERO

Temos o singular e o plural.

Regra Geral
Forma-se o plural ao se acrescentar a desinência “s” ao singular, caso
os substantivos terminem por vogal ou ditongo.
Exemplos: menino(s), casa(s), cidade(s), areia(s).

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Regras Especiais

Substantivos terminados em “R” ou “Z”: acrescenta-se “ES”


ao singular.
Exemplos: corEs, florEs, amorEs, nozEs.
Substantivos terminados em “AL”, “EL”, “OL”: troca-se o
“L” final por “IS”.
Exemplos: portal(is), papel(is), anzol(is).
Exceções: mal/males, consul/cônsules
Substantivos terminados em “IL”: caso sejam oxítonos,
troca-se o “L” final por “S” e paroxítonos, troca-se o “IL” final
por “EIS”.
Exemplos: fóssEIS.
Substantivos terminados em “S”: caso sejam oxítonos ou
monossílabos, acrescenta-se “ES” e paroxítonos ou
proparoxítonos, permanecem invariáveis (flexiona-se o artigo
que os acompanha). No segundo caso, são denominados
substantivos comuns de dois números.
Exemplos: meses, gases, países, o(s) pires, o(s) ônibus, o(s)
bônus, o(s) vírus.
Substantivos terminados em “M”: troca-se “M” por “NS”.
Exemplos: bomboNS, álbuNS, iteNS.
Substantivos terminados em “ÃO”: alguns substantivos
apresentam a forma pluralizada em “ÃOS”, “ÕES” ou “ÃES”. Não
há uma regra fixa, há que se memorizar. Por isso, preste
atenção nessas palavras ao fazer suas leituras e estudos, isso
ajuda na memorização.
Exemplos: órgãos, órfãos, bênçãos, cidadãos, caixões, limões,
foliões, melões, pães, guardiães, tabeliães, alemães.

Substantivos Compostos
O substantivo composto se forma pela justaposição ou aglutinação de
dois ou mais radicais. Usamos as regras a seguir.
Os dois elementos variam:
Se o substantivo for formado por: substantivo + substantivo.
Exemplos: couves-flores, mestres-salas, porcos-espinhos.
Se o substantivo for formado por: substantivo + adjetivo.
Exemplos: obras-primas, guardas-noturnos, amores-perfeitos,
cachorros-quentes.

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Se o substantivo for formado por: adjetivo + substantivo.
Exemplos: boas-vindas, longas-metragens, más-línguas, gentis-
homens.
Se o substantivo for formado por: numeral + substantivo.
Exemplos: quartas-feiras.

Apenas o primeiro elemento varia:


Se o substantivo for formado por: substantivo + preposição
+ substantivo.
Exemplos: pães de ló, escolas de samba, pés de moleque.
Se o substantivo for formado por: substantivo + substantivo,
e o segundo funcionar como determinante (ex: adjetivo) do
primeiro.
Exemplos: navio(s)-escola, salários(s)-família, peixe(s)-espada,
banana(s)-ouro, homem(s)-rã, notícias-bomba, palavras-chave.

Apenas o segundo elemento varia:


Se o substantivo for formado por: palavras repetidas.
Exemplos: tico-ticos, reco-recos.
Se o substantivo for formado por: verbo + substantivo.
Exemplos: beija-flores, guarda-roupas.
Se o substantivo for formado por: palavra invariável +
palavra variável.
Exemplos: ave-marias, abaixo-assinados.
Se o substantivo for formado por: elementos não ligados por
hífen e que formam uma só palavra.
Exemplos: aguardentes, planaltos, girassóis.
Se o substantivo for formado por: redução + substantivo.
Exemplos: grão-mestres, bel-prazeres.

Nenhum elemento varia:


Se o substantivo for formado por: verbo + advérbio.
Exemplo: o(s) bota-fora.
Se o substantivo for formado por: verbo + substantivo
plural.
Exemplos: o(s) salva-vidas, o(s) saca-rolhas.

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Casos Especiais

o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres

A seguir, veremos uma questão que trata desse assunto.

Questão – (FCC) Analista Judiciário - Taquigrafia – TRF-


2ª Região/2012

Flexiona-se de maneira idêntica a lugares-comuns a


palavra:

a) ave-maria
b) amor-perfeito
c) salário-maternidade
d) alto-falante
e) bate-boca

Comentários
Temos, aqui, uma questão comum em provas da banca FCC. A
banca apresenta uma expressão e questiona qual outra, entre
as alternativas, segue a mesma regra de formação do plural.
Percebe-se que o termo lugares-comuns é um substantivo
composto por justaposição de dois radicais.
Vimos que os substantivos compostos seguem algumas
regrinhas na formação do plural, ou seja, podem ter flexionados
os seus dois elementos, apenas um ou, ainda, nenhum deles.O
substantivo apresentado no comando da questão pertence ao
grupo de substantivos compostos que possui variação em seus
dois elementos para a formação do plural.
Assim, de acordo com as regras, os dois elementos variam
se o substantivo for formado por: substantivo + substantivo,
substantivo + adjetivo, adjetivo + substantivo e numeral
+ substantivo.
No caso de lugares-comuns, temos substantivo + adjetivo.
Vamos, agora, analisar as alternativas da questão:
a) ave-maria (ave-marias): palavra invariável (interjeição) +
palavra variável (substantivo). Neste caso, apenas o segundo
elemento varia.
b) amor-perfeito (amores-perfeitos): substantivo + adjetivo.
Neste caso, os dois elementos variam. Note que esta
alternativa é a resposta.
c) salário-maternidade (salários-maternidade): substantivo +
substantivo, e o segundo faz o papel de adjetivo. Neste caso,
apenas o primeiro elemento varia.

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d) alto-falante (alto-falantes): palavra invariável (advérbio) +
palavra variável (adjetivo). Neste caso, apenas o segundo
elemento varia.
e) bate-boca (bate-bocas): verbo + substantivo. Neste caso,
apenas o segundo elemento varia.
Gabarito: B

FLEXÃO DE GRAU

O grau representa as variações de tamanho dos seres, assim, temos a


forma regular, a aumentativa e a diminutiva. Mas, nem sempre isso
acontece. O grau também expressa noções (emprego semântico) de
desproporção, de disformidade, de depreciação, de afetividade.

A forma analítica se faz pelo acréscimo de um adjetivo como grande


ou pequeno (ou sinônimos). É a forma que, geralmente, expressa a
indicação de aumento ou de diminuição de um ser.

Exemplo: boca pequena, apartamento minúsculo, armário grande, casa


enorme.

Vamos estudar a forma sintética a seguir.

Grau aumentativo
Forma-se por meio do acréscimo de sufixos aumentativos à forma
regular dos substantivos primitivos.
Vamos ver alguns sufixos aumentativos e exemplos?
-ázio: copázio, gatázio.
-ona: mulherona.
-orra: cabeçorra, beiçorra.
-uça: dentuça, carduça.
-aréu: fogaréu, povaréu.
-arra: bocarra, naviarra.
-aça: barcaça, caraça, barbaça.
-alha: muralha, fornalha.
-aço: calhamaço, ricaço.
-ão, -alhão, -zarrão, -eirão, -zão: caldeirão, paredão, casarão,
vozeirão, garrafão, vagalhão, grandalhão, homenzarrão, asneirão.
-anzil: corpanzil.
-astro: poetastro.
-az: lobaz.

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-arraz: pratarraz.
-alhaz: facalhaz.

Grau diminutivo
Forma-se por meio do acréscimo de sufixos diminutivos à forma
regular dos substantivos primitivos.
Vamos ver alguns sufixos diminutivos e exemplos?
-ico: burrico, marica(s).
-im: flautim, espadim.
-inho: caderninho, toquinho.
-isco: chuvisco.
-ito, -ita: rapazito, senhorita.
-zinho, -zinha: papelzinho, irmãzinha, cãozinho, ruazinha.
-oca: engenhoca.
-acho: riacho, fogacho.
-ejo: lugarejo.
-ebre: casebre.
-eto, -eta: poemeto, saleta.
-ola: fazendola, rapazola.
-ote: velhote.
-ucho, -ucha: papelucho, casucha.
-ulo, -ula: glóbulo, radícula.
-ilho: pecadilho.
-ela: ruela, viela.

Você já deve ter percebido o uso dos graus aumentativo e diminutivo


para dar um sentido específico a um substantivo. Estamos falando do
emprego semântico desses graus, como vimos acima.

Vamos ver alguns exemplos?

Diminutivo afetivo: mamãezinha, amorzinho, filhinha.


Diminutivo pejorativo: velhote, gentinha, mulherzinha.
Aumentativo pejorativo: porcalhão, atrevidaço, narigão.

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Agora, examinaremos uma questão que aborda o substantivo.

Questão – (CESPE) Agente Administrativo – UEPA/2008


(Adaptada)

Onde mais?
A gente não se dá conta, mas existe um outro vício (eu diria:
vírus) de linguagem infectando indiscriminadamente brasileiros
de todas as idades, sexos e estratos sociais.
Falo do insidioso “onde”. Sim: insidioso. À primeira vista,
“onde” parece uma palavra inocente e inofensiva. Mas, sem
fazer alarde, o danado do “onde” foi se imiscuindo na nossa
vida, invadindo frases que não lhe dizem respeito e diminuindo
consideravelmente as oportunidades de emprego para palavras
honestas como “que”, “o qual” e “das quais”.
Todos os momentos em que deveríamos usar “em que”, muitas
situações nas quais antigamente se usava “nas quais” e uma
série de casos “onde” pedem nada além de um simples “que”,
de repente, viraram momentos “onde”, situações “onde” e
casos “onde”. Casos “onde”?!!
Esse maldito “onde” é ainda mais perigoso, porque, na maioria
das vezes, a gente nem nota que ele está ali, apodrecendo uma
frase inteira. Tem vezes “onde” a gente consegue perceber,
mas existem construções mais elaboradas “onde” até os
ouvidos mais sensíveis acabam engambelados.
É diferente do irritante “com certeza”, que tem uma melancia
pendurada no pescoço e não esquece de se anunciar a cada
aparição. Não é como a praga do gerundismo, que sempre vai
estar chamando a atenção de todos os que não suportam estar
ouvindo quem insiste em estar falando desse jeito. O “onde”,
não. O “onde” é discreto. Vai chegar um momento “onde” você
e eu vamos passar a falar assim e vamos achar normal.
Confesso que eu não tinha me dado conta do problema até
conversar com o professor Eduardo Martins em seu programa
na Rádio Eldorado, o “De palavra em palavra”. (Parênteses.
Sim, existe ALGUÉM nesse país que leva “Xongas” a sério. E
esse alguém é ninguém menos que o professor Eduardo
Martins. Não, leitor, você não precisa mais ler “Xongas”
escondido, ou fingindo que está com os olhos no resto da
página. O Eduardo Martins também lê! — obrigadíssimo pela
audiência, Professor.) Depois do programa do professor
Eduardo, vi o assunto sendo discutido no programa de TV do
professor Pasquale, e ainda recebi várias newsletters pela
Internet que tocavam no problema do “onde”. Ou seja: os
estudiosos já estão há muito tempo cientes do problema. Agora
é preciso envolver o resto da população no combate a essa
epidemia. Aliás, aqui vai uma sugestão à produção da próxima
“Casa dos Artistas”: vamos fazer da Tiazinha, da Feiticeira e
dos Gêmeos os garotos-propaganda de uma campanha pela
erradicação do “com certeza”, do “eu vou estar transferindo a
sua ligação” e do “tem casos onde”. O absurdo maior é que o

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“onde” está deixando de ser usado justamente nos momentos
em que deveria, ou seja, quando é relativo a lugares.
Quase ninguém mais diz “o lugar onde nasci” ou “as cidades
onde morei”. Agora é o lugar “que” eu nasci, as cidades “que”
eu morei. Se essa troca de função entre o “onde” e o “que” for
mais longe, aonde (a quê?) vamos parar? Já pensou? Em vez
de “a mulher que eu amo”, você vai dizer “a mulher onde eu
amo”. (Às vezes as duas coisas coincidem, mas outras vezes o
objeto do desejo está inacessível ou com enxaqueca.) Mas o
pior vai ser quando “por que” virar “por onde”. “Por que você
não foi?” vai virar “Por onde você não foi?”, o que vai suscitar
múltiplas interpretações.
Além do que (do onde?), aprender de novo quando o poronde é
junto, quando o por onde é separado e quando o porônde leva
acento vai ser complicado demais nessa idade.
Ricardo Freire. Época, 25/12/2001 (com adaptações)

Assinale a opção correta quanto à classificação das


palavras ou expressões do texto. (palavras e expressões em
negrito no texto)
a) “Xongas” — substantivo próprio, concreto e simples
b) “Casa dos Artistas” — substantivo próprio, abstrato e
composto
c) “Tiazinha” — substantivo comum, concreto e composto
d) ”garotos-propaganda” — substantivo próprio, concreto e
composto

Comentários
Esta questão aborda as classificações que vimos sobre
substantivo. É uma boa oportunidade para fixarmos essas
definições a respeito da classe de palavra substantivo. As
alternativas apresentam vocábulos para serem analisados, de
forma a identificarmos suas classificações.
Vamos rever alguns conceitos?
Substantivo próprio: aplicado a determinado ser da espécie.
Substantivo comum: aplicado a todos os seres de uma
espécie.
Substantivo simples: formado por meio de um único radical.
Substantivo composto: formado pela justaposição de dois ou
mais radicais.
Substantivo concreto: designa os seres de existência
independente, sejam reais ou imaginários.
Substantivo abstrato: designa os seres de existência
dependente, ou seja, que não existem em nosso mundo
exterior.
Agora, vamos examinar os substantivos constantes das
alternativas:

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a) “Xongas” — substantivo próprio (observe a inicial
maiúscula), concreto (existência independente - coisa) e
simples (um só radical).
b) “Casa dos Artistas” — substantivo próprio (observe as
iniciais maiúsculas), concreto (existência independente - lugar)
e composto (dois radicais ligados por preposição)
c) “Tiazinha” — substantivo próprio (observe a inicial
maiúscula), concreto (existência independente - pessoa) e
simples (um só radical).
d) ”garotos-propaganda” — substantivo comum (refere-se a
todos os seres de uma espécie), concreto (existência
independente - pessoa) e composto (dois radicais).
Dessa forma, percebemos que a única alternativa que
apresenta as três definições que correspondem (todas elas) ao
respectivo substantivo é a alternativa a.
Gabarito: A

2.2 Adjetivo

É a palavra variável que acompanha o substantivo para precisar-lhe e


modificar-lhe o significado. Ou seja, o adjetivo expressa as
qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Ele serve para:
Caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas pelos
substantivos. Dessa forma, pode indicar:
Qualidade (ou defeito): inteligência lúcida, canções bonitas,
homem chato, mulher perversa, palavra gentil.
Modo de ser: pessoa simples, moça delicada, estrada pedregosa,
avenida asfaltada.
Aspecto, aparência, tipo: céu azul, vidro transparente, tecido
vermelho, faixa preta.
Estado: casa arruinada, laranjeira florida, natureza morta, criança
triste.
Estabelecer com os substantivos uma relação de tempo, de
espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.
Exemplos: nota mensal (nota relativa ao mês), vinho francês (vinho
proveniente da França), casa materna (casa onde habita a mãe),
movimento estudantil (movimento feito por estudantes).

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Observações importantes!
Temos alguns adjetivos que são empregados com valor de
substantivo – são os chamados adjetivos substantivados.
Exemplo: os antepassados (os homens antepassados).
De modo inverso, também existem os substantivos adjetivados,
que são os substantivos empregados com valor de adjetivo.
Exemplos: camisa cinza (camisa de cor idêntica à da cinza, que significa
resíduos de combustão), vestido rosa (vestido de cor idêntica à da rosa, que
é uma designação de flor).
Outro ponto a ser destacado é a locução adjetiva: expressão
(preposição+substantivo) que se refere a algum substantivo e atribui-
lhe as mesmas características que o adjetivo, ou seja, exerce a função
de adjetivo.
Exemplos: aves da noite, paixão sem freio, blusa de couro, pessoa sem
mácula.

2.2.1 Classificação dos Adjetivos quanto à Formação

Adjetivo Primitivo
É aquele que não deriva de outra palavra.
Exemplos: útil, forte, triste, fraco.
Adjetivo Derivado
Deriva de um substantivo ou um verbo e apresenta um prefixo ou
sufixo.
Exemplos: teimoso, desleal, cabeludo, pontual, respeitado, mulherengo.
Adjetivo Simples
É aquele que apresenta um único radical.
Exemplos: português, escuro, castanho.
Adjetivo Composto
É formado pela união de dois ou mais radicais.
Exemplos: luso-brasileiro, verde-escuro, castanho-claro.
Adjetivo Pátrio
É também conhecido por gentílico. Indica a naturalidade ou
nacionalidade dos seres.
Exemplos: Brasília – brasiliense, São Paulo (capital) – paulistano.

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Vamos analisar uma questão sobre a formação de adjetivos?

Questão – (FGV) Técnico Médio de Defensoria Pública –


DPE-RJ/2014
(Adaptada)

CIDADE URGENTE
Os problemas da expansão urbana estão na conversa cotidiana
dos milhões de brasileiros que vivem em grandes cidades e
sabem “onde o sapato aperta”. São reféns do metrô e do
ônibus, das enchentes, da violência, da precariedade dos
serviços públicos. No vestibular, todo estudante depara com a
“questão urbana” e os pesquisadores se debruçam sobre o
assunto, que também é parte significativa da pauta dos meios
de comunicação.
Não poderia ser diferente: com 85% da população nas cidades
(chegará a 90% ao final desta década), quem pode esquecer a
relevância do tema?
Parece incrível, mas os grandes operadores do sistema
econômico e político tratam os problemas das cidades como
grilos que irritam ao estrilar. Passados os incômodos de cada
crise, quem ganha dinheiro no caos urbano toca em frente seus
negócios e quem ganha votos, sua campanha. Só alguns
movimentos populares e organizações civis – Passe Livre,
Nossa São Paulo e outros – insistem em plataformas, debates e
campanhas para enfrentar os problemas e encontrar soluções
sustentáveis.
A criação do Ministério das Cidades, no governo Lula, fazia
supor que o Brasil enfrentaria o desafio urbano, integrando as
políticas públicas no âmbito municipal, estabelecendo
parâmetros de qualidade de vida e promovendo boas práticas.
Passados quase 12 anos, o ministério é mais um a ser
negociado nos arranjos eleitorais.
A gestão é fragmentada, educação para um lado e saúde para
outro, habitação submetida à especulação imobiliária,
saneamento à espera de recursos que vão para as grandes
obras de fachada, transporte inviabilizado por um século de
submissão ao mercado do petróleo. A fragmentação vem do
descompasso entre União, Estados e municípios, desunidos por
um pacto antifederativo, adversários na disputa pelos tributos
que se sobrepõem nas costas dos cidadãos.
(....) Uma nova gestão urbana pode nascer com a participação
das organizações civis e movimentos sociais que acumularam
experiências e conhecimento dos moradores das periferias e
usuários dos serviços públicos. Quem vive e estuda os
problemas, ajuda a achar soluções.
Marina Silva, Folha de São Paulo, 7/1/2014

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A alternativa em que um dos adjetivos mostra um
processo de formação diferente dos demais, porque se
origina de uma classe gramatical diferente, é:
a) brasileiro/pesquisador
b) antifederativo/econômico
c) econômico/municipal
d) municipal/imobiliária
e) imobiliária/sustentável

Comentários
Esta questão trata, como expressado em seu comando, do
processo de formação dos adjetivos. Vimos, acima, que os
adjetivos podem ser primitivos ou derivados e simples ou
compostos.
Os adjetivos derivados, como o próprio nome revela, derivam
de um substantivo ou verbo (e sempre apresentam um prefixo
ou sufixo).
Para resolver a questão, vamos analisar os adjetivos constantes
das alternativas e identificar a sua formação.
a) brasileiro: deriva de Brasil (substantivo)
pesquisador: deriva de pesquisa (substantivo)

b) antifederativo: deriva de federação (substantivo)


econômico: deriva de economia (substantivo)

c) econômico: deriva de economia (substantivo)


municipal: deriva de município (substantivo)

d) municipal: deriva de município (substantivo)


imobiliária: deriva de imóvel (substantivo)

e) imobiliária: deriva de imóvel (substantivo)


sustentável: deriva de sustentar (verbo)
Gabarito: E

2.2.2 Flexão dos Adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau – sempre em


concordância com o substantivo caracterizado por ele.
FLEXÃO DE GÊNERO
Quanto ao gênero, o adjetivo se flexiona em biforme e uniforme.
Adjetivo Biforme
Apresenta duas formas diferentes, uma para indicar o masculino e
outra para o feminino.
Exemplos: garota bonita/garoto bonito, cidade suja/país sujo, homem
brasileiro/mulher brasileira, corpo fraco/mente fraca.

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Adjetivo Uniforme
Possui uma só forma tanto para o masculino quanto para o feminino.
Exemplos: simples, capaz, inteligente, forte, cruel, elegante, útil,
favorável, incrível.

FLEXÃO DE NÚMERO
Adjetivo Simples
O plural do adjetivo simples se faz com as mesmas regras do
substantivo.
Adjetivo Composto
O adjetivo composto se forma por dois ou mais radicais. Usamos as
regras a seguir.
Varia apenas o último elemento:
Se o adjetivo for formado por: adjetivo + adjetivo.
Exemplos: cabelos castanho-escuros, casacos azul-claros.
Obs: o adjetivo surdo-mudo flexiona seus dois elementos.
Se o substantivo for formado por: palavra invariável +
palavra variável (nessa ordem).
Exemplos: bem-educados, recém-formados.
Nenhum elemento varia:
Se o adjetivo for formado por: adjetivo + substantivo.
Exemplos: blusas verde-oliva, brincos azul-turquesa, vestidos
amarelo-ovo.
Se o adjetivo for uma locução formada por: cor + de +
substantivo.
Exemplos: blusas cor-de-rosa, vestidos cor-de-café.
Obs: os adjetivos azul-marinho, azul-celeste e azul-ferrete também
são invariáveis.

FLEXÃO DE GRAU
Grau comparativo de inferioridade
Menos do que.
Exemplo: Os adultos são menos alegres do que as crianças.
Grau comparativo de igualdade
Igual a, como, tanto, quanto, tão quanto.
Exemplo: Os adultos são tão alegres quanto as crianças.

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Grau comparativo de superioridade
Mais do que.
Exemplo: As crianças são mais sinceras do que os adultos.
Grau superlativo
Absoluto sintético e absoluto analítico.
Exemplos - absoluto sintético: O prédio é altíssimo. Maria é
lindíssima. Meu sofá é ótimo.
Exemplos - absoluto analítico: João é muito humilde. A casa é muito
valiosa. O apartamento é excessivamente grande.

Grau superlativo relativo


De inferioridade (o menos) e de superioridade (o mais).
Exemplo – de inferioridade: José é o menos estudioso da escola.
Exemplo – de superioridade: O Brasil é o mais belo dos países.

Importante

Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, empregamos a


forma analítica (mais grande, mais bom, mais pequeno, mais ruim,
etc.).

Se a mesma qualidade se referir a seres distintos, usamos a forma


sintética (maior, melhor, menor, pior, etc.).

Exemplo: Joana é mais gorda que grande. Aquele prédio é maior que este.
Maria é menor que a prima. Sandra é mais pequena que magra.

O grau superlativo também pode ser feito por meio do emprego da


repetição do adjetivo.

Exemplo: A viagem foi muito divertida, divertida.

2.3 Advérbio

É a palavra invariável que modifica o sentido dos adjetivos, dos


verbos e de outros advérbios.
O advérbio indica uma circunstância:
• de afirmação: sim, certamente, realmente, etc.;
Sim, eu já cheguei.

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• de negação: não, jamais, nunca, etc.;
Não deixou de sorrir, apesar da tristeza.

• de dúvida: porventura, oxalá, talvez, caso, quiçá, etc.;


A chuva talvez volte esta semana.

• de intensidade: pouco, meio, muito, bastante, mais,


extremamente, bem, etc.;
Marcos é bastante inteligente.

• de lugar: adiante, atrás, aí, aqui, ali, lá, etc.;


Lá em Belo Horizonte é tudo lindo.

• de modo: assim, bem, depressa, devagar, etc.;


Um moça solitária tristemente foi embora.

• de tempo: cedo, tarde, agora, ainda, depois, etc.


Amanhã ouvirei a leitura daquele livro.

Obs: se tivermos uma série (sequência) de advérbios terminados em


mente, o sufixo pode aparecer apenas no último elemento.

Exemplo: Joana trabalhou calma e lentamente.

Atenção!
Locução Adverbial: é a expressão preposicionada que se equivale a
um advérbio.
• de afirmação: sem dúvida, com certeza, de fato, por
certo, etc.;

• de negação: de jeito nenhum, de modo algum, etc.;

• de dúvida: quem sabe, se possível, etc.;

• de intensidade: em excesso, por completo, de todo,


etc.;

• de lugar: à distância, de longe, de perto, em cima, em


volta, ao lado, à esquerda, à direita, etc.;

• de modo: às pressas, às claras, à vontade, à toa, às


escondidas, a pé, de ônibus, dessa maneira, aos poucos,
frente a frente, lado a lado, etc.;

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• de tempo: às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de
repente, de vez em quando, em breve, a qualquer
momento, hoje em dia, etc.

Os advérbios variam em grau tal como acontece com o adjetivo.


Alguns advérbios não se flexionam em grau porque o próprio
significado não admite variação de intensidade. Entre outros,
mencionam-se: aqui, aí, ali, lá, hoje, amanhã, diariamente,
anualmente.

2.3.1 Palavras Denotativas

As palavras denotativas se parecem com os advérbios, mas não são


classificadas assim, pois não modificam o verbo, o adjetivo ou o
advérbio. São, algumas vezes, de classificação muito difícil. Por isso,
dizemos apenas que são palavras ou locuções que denotam o
seguinte:

• inclusão: até, inclusive, mesmo, também, etc.


Tudo na vida é passageiro, até a tristeza.

• exclusão: apenas, salvo, senão, somente, só, etc.


Ela não fala, apenas murmura palavras.

• designação: eis.
Eis o dia em que temos alegria.

• realce: cá, lá, é que, só, digo, etc.


Eu sei lá o que ele disse.

• retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor, etc.


Amanhã terei minha casa, ou melhor, meu lar.

• situação: afinal, agora, então, mas, etc.


Afinal, ela não tem culpa de ter nascido pobre.

• continuação: então, ainda, etc.


Mas você ainda não conheceu a Joana?

• explicação: a saber, isto é, etc.


Os moradores do andar, a saber, Marcos e Eliana, estão
viajando.

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2.4 Preposição

É a palavra invariável que serve de conexão entre duas outras ou


entre orações, de forma a subordiná-las. Observe que a primeira
palavra (antecedente) fica modificada ou completada pela segunda
(consequente).
Exemplos: Não voltei para o Brasil. Vou à Roma de César. Foi até o
inferno com a má notícia. Marina gostaria apenas de dormir um pouco.

Algumas preposições, herdadas do latim, são muito presentes na


Língua Portuguesa e, portanto, são conhecidas como preposições
essenciais.
Exemplos: com, sem, sob, sobre, contra, a, ante, após, até, de, desde,
em, entre, para, perante, por, trás.

Assim como as outras classes já estudadas, as preposições também


podem apresentar-se como locuções prepositivas. Observe que
essas locuções sempre terminam por uma preposição.
Exemplos: abaixo de, acerca de, acima de, a despeito de, perto de, por
trás de, graças a, adiante de, embaixo de, junto de.

2.4.1 Preposição Acidental

A preposição acidental é uma palavra de outra classe (nomes, verbos)


que se transforma em preposição.

Vamos ver alguns exemplos?

Afora, conforme (de acordo com), consoante, durante, exceto, salvo,


segundo, senão, mediante, visto (devido a, por causa de).

Observe o emprego de preposições acidentais nas seguintes


sentenças:
Ana se vestiu conforme o evento de hoje à noite.
João teve como resposta um não.
Mediante muito estudo, ele passou no concorrido concurso.
Joana conversou com as amigas durante todo o percurso que fizeram.

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2.4.2 Emprego das Preposições

As preposições podem ser usadas nas seguintes formas:


Combinação: preposição + outra palavra sem perda fonética
Exemplos: ao, aos
Contração: preposição + outra palavra com perda fonética
Exemplos: na, àquela
Obs: Cuidado com a contração de preposição e pronome, caso este
seja sujeito da oração.
Amanhã será o dia de ele trabalhar.
A preposição após pode ser empregada como advérbio
(=atrás).
Terminado o casamento, João saiu logo após.

2.4.3 Carga Semântica das Preposições

As preposições, isoladamente, são palavras que não possuem


sentido. Entretanto, ao serem colocadas nas sentenças, passam a ter
uma carga semântica.
Perceba as seguintes relações:
Autoria: música de Noel Rosa;
Lugar: estar sob o mesmo teto;
Tempo: nascer a 10 de junho, estudar em seis horas;
Modo ou conformidade: sair aos prantos;
Causa: chorar de raiva, preso por latrocínio;
Assunto: conversar sobre racismo;
Fim ou finalidade: viajar para tratar da saúde;
Instrumento: escrever a caneta, machucar-se com a serra;
Companhia: passear com os pais;
Meio: viajar de avião;
Matéria: colar de ouro, pão com aveia;
Posse: bicicleta de Ana;
Oposição: Minas contra São Paulo;
Conteúdo: taça com (de) licor;
Preço: comprar a (por) R$ 1.000,00;

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Origem: nasceu em Brasília;
Especialidade: formou-se em Arquitetura;
Destino ou direção: ir a Minas, olhe para Maria.

2.5 Conjunções

É a palavra invariável que relaciona orações ou termos semelhantes


de uma mesma oração. A conjunção pode conectar termos e orações
sintaticamente equivalentes (orações coordenadas) ou conectar uma
oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Dessa forma,
as conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.
Alerto para o fato de que vamos ver os tipos de orações,
detalhadamente, em outras aulas.
Observe que as preposições, ao ligarem termos de uma mesma
oração, apresentam entre eles um elo de subordinação. Por sua vez,
as conjunções, um elo de coordenação.

Exemplos:
Eu concordo com João. (a preposição com estabelece uma relação de
subordinação entre os vocábulos)
Maria e Sandra chegaram. (os vocábulos Maria e Sandra possuem uma
relação de coordenação)
Márcio foi estudar, e Ana foi trabalhar. (as orações Márcio foi estudar e Ana
foi trabalhar possuem um elo de coordenação)
É necessário que Maria volte para casa. (a conjunção que cria um elo de
subordinação entre as orações É necessário e que Maria volta para casa)

2.5.1 Conjunções Coordenativas

Conectam orações que não fazem parte de uma outra,


principalmente, ou núcleos de um mesmo termo da oração. Veja a
seguir:

Aditivas: expressam ideia de soma.


E, nem, mas, não apenas, também, mas ainda, como também, bem como,
como ainda, assim como, etc.
O estudo liberta e traz trabalho.
Adversativas: ligam elementos contrastantes.
E, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, no
entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso, etc.

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João foi aos Estados Unidos, mas não fez compras.
Alternativas: ligam elementos excludentes.
Ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, seja ... seja, etc.
Quer queiras, quer não queiras, estudarás.
Conclusivas: expressam ideia de conclusão.
Logo, portanto, por conseguinte, pois (deslocado), por isso, assim, dessa
forma, desse modo, dessa maneira, etc.
Trabalhou bastante, logo deverá ter dinheiro.
Explicativas: expressam explicação, motivo.
Que, porque, porquanto, pois (antes de verbo), etc.
Não chore, porque ela voltará.

2.5.2 Conjunções Subordinativas

As conjunções subordinativas mostram a dependência de um


elemento a outro. Elas se dividem em integrantes e adverbiais.
Integrantes: iniciam orações subordinadas que servem de
substantivos - subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta,
completiva nominal, apositiva.
Que, se, como, etc.
É necessário que trabalhemos amanhã.

Adverbiais: iniciam orações subordinadas que denotam


circunstâncias.
Causais: justificam o expresso na oração anterior.
Que, porque, pois, desde que, na medida em que, se, como, porquanto,
visto que, visto como, já que, uma vez que, etc.
Os preços subiram porque estamos com inflação.
Comparativas: fazem uma comparação em relação á outra oração.
Como, que, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto)
como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que
nem, feito (igual a como, do mesmo modo que), o mesmo que (igual a
como), etc.
Nada é mais triste que desonestidade.
Concessivas: expressam um fato contrário à ação principal, porém
insuficiente para anulá-la.
Embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo
quando, poso que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem

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que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (igual a embora não),
etc.
Insistiu em trabalhar, embora estivesse cansada.
Condicionais: ligam uma oração à outra, em uma relação de
condição, hipótese ou suposição.
Se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (igual a se não), a
não ser que, a menos que, dado que, etc.
Caso vá trabalhar, irei com você.
Conformativas: expressam a conformidade de uma oração em
relação à outra.
Como, conforme, segundo, consoante, etc.
As informações, conforme já analisadas, são verdadeiras.
Consecutivas: indicam uma consequência em relação à oração
anterior.
Que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, de
forma que, de maneira que, sem que, que (não), etc.
Estude muito, de maneira que passe no concurso.
Finais: encabeçam uma oração que indica finalidade em relação à
outra.
Para que, a fim de que, para que, de modo que, etc.
Vá dormir para que descanse.
Proporcionais: indicam fatos simultâneos.
À proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais),
quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais...
(mais), (tanto)... quanto, etc.
À medida que João crescer, mais bonito ficará.
Temporais: indicam circunstância de tempo.
Quando, enquanto, logo que, sempre que, assim que, desde que, antes que,
depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que, etc.
Quando estiver com triste, pense em coisas alegres.

Atenção!

Perceba, também, que existem palavras que podem pertencer a


diversos grupos de conjunções. Mas, é mais necessário que você
analise as conjunções dentro do contexto do que as memorize. Com
base nessa verificação, você poderá encaixar as conjunções em um
dos grupos vistos nos itens acima.

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Algumas expressões e palavras causam sérias dúvidas. Vamos ver
dois exemplos disso?
A conjunção como pode ter três valores semânticos: causa,
comparação e conformidade.
Como estivesse fazendo frio, não fui ao teatro. (causa)
Faço o conserto como o manual ensina. (conformidade)
Ela trabalha como a mãe. (comparação)

A conjunção se pode ser causal, condicional ou iniciar oração


subordinada substantiva que funciona como sujeito ou objeto direto.
No último caso, é uma conjunção integrante.
Se você estudar, conseguirá a vaga. (condição)
Se você sabia que a loja estaria fechada, porque não me avisou? (causa)
Não sei se João trabalhará em Brasília. (conjunção integrante)

Sobre conjunções, vamos ver uma questão?

Questão – (FGV) Assistente Administrativo – I, II e III –


FBN/2013
(Adaptada)

Os que podem ver mais alto

Escrevi, há dias, sobre crítica, arte, cultura. Dizia, em meio a


outras coisas, que sem crítica não se pode desenvolver um
gosto, pois que ele é uma construção. Em outras palavras:
ausente o espírito critico, passa a valer tudo - inclusive as
empulhações do nosso tempo, como a promoção da
subliteratura, o horror musical, a infâmia generalizada na área
das artes plásticas etc. E, dias depois, li um livro - "A literatura
e os deuses" - que me iluminou particularmente sobre essas
questões.
A falta de crítica (portanto, de uma educação bem
fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da
cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber
seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que
me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes
sobre os argonautas.
Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada
Tinis, ao alvorecer. Estenderam-se na praia para descansar - e
eis que surge o deus Apolo: "Áureos cachos flutuavam,
enquanto avançava; na mão esquerda segurava um arco de
prata, às costas levava uma aljava; e, sob os seus pés, toda a
ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia." Quando o

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deus se vai, voando sobre o oceano, os heróis, por sugestão de
Orfeu, consagram-lhe a ilha e oferecem-lhe um sacrifício.
Comenta o autor do livro: "Todos têm a mesma visão, todos
sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do
santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não
existem mais testemunhas de tal experiência?"
Os heróis puderam ver Apolo porque tinham seus espíritos
preparados para o que está além do terrestre e imediato. Apolo
é o patrono das artes, o deus da inspiração, entre outras
coisas. Em terra de gente que lê sem ler, que ouve sem ouvir,
que vê sem ver, ele costuma permanecer invisível. Como no
Brasil, cujos gestores e políticos promovem apenas o
entretenimento vazio, relegando ao ostracismo a Educação e as
Artes - temerosos de que o eleitor venha a ser um dia capaz de
olhares altos e lúcidos como os dos argonautas...
(Ruy Espinheira Filho-Adaptado)

Assinale alternativa em que o termo sublinhado foi


substituído de forma adequada.

a) "Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta


chamada Tinis, ao alvorecer" / assim
b) "Estenderam-se na praia para descansar" / no intuito de
c) "Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava" / ainda que
d) "e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se
agigantavam na praia" / por causa de

Comentários
Para resolver esta questão precisamos lembrar-nos do que
vimos na parte teórica sobre conjunções. Lá, há um alerta
sobre a existência de palavras que podem pertencer a diversos
grupos de conjunções. Então, o mais importante não é
memorizar as conjunções, e sim observá-las em seus contextos
e, com base nessa verificação, colocá-las em um dos grupos
semânticos que vimos.
Portanto, vamos verificar as alternativas para identificar qual o
sentido de cada uma das conjunções originais do texto e das
conjunções propostas para as substituições.
a) "Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta
chamada Tinis, ao alvorecer" / assim

Então: valor temporal


Assim: valor conclusivo

b) "Estenderam-se na praia para descansar" / no intuito de

Para: valor de finalidade


No intuito de: valor de finalidade

c) "Áureos cachos flutuavam, enquanto avançava" / ainda que

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Enquanto: valor de proporcionalidade
Ainda que: valor concessivo

d) "e, sob os seus pés, toda a ilha fremia, e as ondas se


agigantavam na praia" / por causa de

Sob: preposição com carga semântica de lugar


Por causa de: valor de causa

Desse modo, verificamos que a única substituição que possui o


mesmo sentido é a apresentada na alternativa b.
Gabarito: B

2.6 Interjeição

A interjeição é a palavra invariável que expressa emoções e


sentimentos. Observe que a interjeição, sozinha, corresponde a uma
sentença, ou seja, ela consegue denotar um sentimento sem que seja
necessário o emprego de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Os sentimentos podem ser: de alegria, de animação, de dor, de
desejo, de aplauso, de impaciência, de silêncio, de invocação e muitos
outros.
Na escrita, geralmente, as interjeições são acompanhadas por um
ponto de exclamação.
Exemplos: Ah!, Psiu!, Opa!, Eia!, Alô!, Puxa!, Upa!, Caramba!, Silêncio!.
Bravo!, Viva! etc.
Aqui, também temos as locuções interjectivas, que são conjuntos
de palavras que representam uma interjeição.
Exemplos: Ora bolas!, Valha-me Deus! Meu Deus!, Ó de casa!, Que pena!,
Bom dia!, Até logo!, Queira Deus!, Ai de mim!, etc.

Abaixo, vamos resolver uma questão de interjeição.

Questão – (CESPE) Cargos de Nível Superior – TRE-


BA/2011
(Adaptada)

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1904.


Meu caro Paz, Obrigado pelas tuas palavras e pelo teu abraço.
Ainda que de longe, senti-lhes o afeto antigo, tão necessário
nesta minha desgraça. Não sei se resistirei muito. Fomos
casados durante 35 anos, uma existência inteira; por isso, se a

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solidão me abate, não é a solidão em si mesma, é a falta da
minha velha e querida mulher. Obrigado. Até breve, segundo
me anuncias, e oxalá concluas a viagem sem as
contrariedades a que aludes. Abraça-te o velho amigo Machado
de Assis.
Machado de Assis. Obra completa. vol. 3. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1994, p. 1.072 (com adaptações).

Considerando o texto acima, que apresenta uma


comunicação particular, julgue o item seguinte.
Em “oxalá concluas a viagem” (em negrito no texto), o
vocábulo “oxalá” pode ser substituído por tomara
que, mantendo-se, assim, o sentido do trecho em que se
insere.

Comentários
Para resolver esta questão precisamos conhecer as classes de
palavras.
Como vimos, oxalá é uma interjeição que exprime o
sentimento de desejo de que certa coisa aconteça.
Verificamos que a substituição de oxalá por tomara que é
adequada e mantém o sentido original do trecho, pois ambos os
termos possuem o mesmo significado.
Gabarito: CERTA

2.7 Artigo

É a palavra variável que vem antes do substantivo e serve, de uma


forma geral, para determinar (ou indeterminar), particularizar (ou
generalizar) esse substantivo. Note que, às vezes, é pelo artigo que
conseguimos saber o gênero e o número do substantivo.
O artigo sempre concorda em gênero e número com o substantivo a
que se refere.
Os artigos definidos (o, a, os, as) determinam o substantivo de
modo preciso, particular.
Exemplo: Vi a moça. (uma moça referida, conhecida, determinada)
Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) determinam o
substantivo de modo vago, impreciso, geral.
Exemplo: Vi uma moça. (uma moça não referida, desconhecida,
indeterminada, uma moça qualquer)

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Atenção!
Toda palavra precedida de artigo torna-se um substantivo. Isso é o
que chamamos substantivação ou derivação imprópria.
Exemplos: um sim, um não, o porquê, o senão, o mal, o andar, o sonhar.
O uso de artigo antes de nome próprio de pessoa e de pronomes
possessivos é coloquial.
Exemplos: O Marcelo viajou? A nossa menina já está uma moça.

Importante
Ainda vamos estudar os numerais e os pronomes, entretanto, é
importante registrar, neste momento, algumas relações dos artigos
com essas duas classes de palavras.
Todos
Usamos o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, se este aceitar o seu emprego.
Exemplos:
Todos os jogadores ganharam medalhas.
Todas as garotas devem ser estudiosas.
Todos vocês foram escolhidos.

Todo
Com o pronome indefinido todo, usamos o artigo para indicar
totalidade. Cuidado: não usamos para indicar generalização.
Exemplos:
Toda a cidade participou das comemorações. (a cidade toda)
Toda cidade festeja seu padroeiro. (qualquer cidade, todas as cidades)

Cujo
Não se usa artigo antes nem após o pronome relativo cujo.
Exemplo:
As leis, cujos artigos foram revogados, serão estudadas amanhã. (errado:
cujos os artigos)

Ambos
Usamos o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, se
este aceitar o seu emprego.

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Exemplos:
Ambos os jogadores ganharam medalhas. (jogadores é substantivo que
aceita artigo)
Ambas as garotas são inteligentes. (garotas é substantivo que aceita artigo)
Ambos vocês foram escolhidos. (vocês é pronome de tratamento que não
aceita artigo)

Nomes de revistas, jornais, obras literárias


Caso precisemos usar preposição antes do nome de revistas, jornais e
obras literárias que se inicia com artigo, devemos evitar contrair este
com aquela (na, no, de, do, etc.).
Exemplo:
Amanhã, vou ler a reportagem em A Folha de São Paulo.

A seguir, vamos ver duas questões sobre emprego de artigo.

Questão – (CESPE) Analista Judiciário - Execução de


Mandados – STM/2011
(Adaptada)

Um embate entre instituições de ensino superior, editoras e


autores é travado há anos. Com o argumento de que livros são
caros e muitas vezes apenas um capítulo é necessário para o
curso, alunos e professores lançam mão de cópias de partes de
publicações ou de apostilas para economizar. O debate voltou à
tona após policiais da Delegacia Antipirataria apreenderem, no
mês passado, mais de duzentas pastas com textos para serem
reproduzidos em uma universidade do Rio de Janeiro, sob a
alegação de crime de 10 direitos autorais. O operador da
máquina foi detido, e a universidade, indignada, criou normas
para regulamentar as cópias dentro de seus estabelecimentos.
Uma alternativa legal, porém, existe há quatro anos, mas só
agora começa a ser efetivada em algumas universidades: a
venda de capítulos avulsos.
Luciani Gomes. In: IstoÉ, 6/10/2010 (com adaptações)

A inserção do artigo definido plural os imediatamente


antes da palavra policiais (em negrito no texto) não
alteraria o sentido original do período.

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Comentários
Esta é uma questão bastante comum em provas. As bancas,
geralmente, questionam o emprego dos artigos em relação à
manutenção do sentido original de um período ou um texto.
Vamos, em primeiro lugar, fazer a inserção proposta no
enunciado.
Percebemos que, sem o artigo, o substantivo é compreendido
em sentido genérico, não especificado.
Por sua vez, com o artigo definido os, o substantivo policiais é
entendido em sentido particularizado. Observe que, agora, a
referência é a todos os policiais da delegacia.
Assim, a inserção do artigo definido plural antes do
vocábulo policiais altera o sentido original do período.
Gabarito: ERRADA

Questão – (CESPE) Agente Administrativo – Classe A –


Padrão 1 – Polícia Federal/2012
(Adaptada)

O novo regime automotivo anunciado pelo governo federal


incorpora algumas boas práticas de política industrial, como o
incentivo à inovação, à eficiência energética e ao fortalecimento
da cadeia de produção local — mas com a clara intenção de não
privilegiar acintosamente a indústria nacional, para evitar
questionamentos na Organização Mundial do Comércio.
A nova política condiciona a isenção da alíquota adicional de
30% no imposto sobre produtos industrializados a
contrapartidas mensuráveis das empresas. Para obter
benefícios maiores, será obrigatório cumprir metas múltiplas.
Exige-se, por exemplo, investimento crescente em pesquisa e
desenvolvimento, até atingir 0,5% da receita líquida entre 2015
e 2017, além de 1% para engenharia, tecnologia industrial
básica e capacitação de fornecedores.
Não se fala mais em percentual mínimo de conteúdo nacional,
mas as montadoras terão de realizar no Brasil ao menos seis de
doze etapas fabris já em 2013. Outro requisito fundamental é a
economia de combustível, com o objetivo de alinhar a produção
às exigências de países líderes, como os da Europa. A marca de
17,3 km/L para os automóveis novos — uma redução de 12%
do consumo atual — precisará ser atingida até 2017.
Editorial, Folha de S. Paulo, 5/10/2012 (com adaptações)

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Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto
acima, julgue o item que se segue.

Em “a isenção” (em negrito no texto) e em “a contrapartidas”


(em negrito no texto), o termo “a”, em ambas as ocorrências,
pertence à mesma classe gramatical.

Comentários
Para resolver esta questão precisamos examinar a classe
gramatical da palavra a nas duas ocorrências dela no texto.
Na primeira ocorrência, o termo a acompanha o substantivo
isenção e o determina de modo preciso e particular. Dessa
maneira, concluímos que a é um artigo definido.
Por sua vez, na segunda ocorrência, o termo a acompanha o
substantivo contrapartidas, mas não se comporta como artigo.
Antes de mais nada, se fosse artigo, estaria no plural (as).
Aqui, o vocábulo a é uma preposição.
Portanto, o termo a não pertence à mesma classe
gramatical em ambas as ocorrências.
Gabarito: ERRADA

2.8 Numeral

É a palavra que indica, de maneira precisa, a quantidade em si ou a


posição dos seres. O numeral também serve para substituir ou
modificar os nomes, de forma a expressar a quantidade dos seres ou
apresentá-los como uma ordem, múltiplos ou fração.
O numeral substantivo substitui o substantivo.
Exemplo: Os quatro devem viajar em breve.
O numeral adjetivo acompanha o substantivo.
Exemplo: Os dois marinheiros retornarão amanhã.

Os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e


fracionários.

Cardinais: indicam a quantidade em si ou acompanham os


substantivos, de modo a indicar-lhes a quantidade.
Dois e dois são quatro.
Trinta meses.

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Ordinais: designam a ordem de sucessão de seres em uma
sequência.
Márcia é a primeira professora da escola do bairro.
Multiplicativos: demonstra o aumento proporcional da quantidade.
Mariana ganha o triplo da prima.
Fracionários: mostra a diminuição proporcional da quantidade.
Ana vai comer a metade do pão doce.

2.8.1 Emprego do Numeral

Vamos estudar, agora, alguns itens específicos sobre o emprego de


numerais.
Para designar, na leitura, séculos, papas, reis e capítulos, usamos os
ordinais até o décimo, a partir daí, os cardinais (Carlos XV –
quinze, Papa João Paulo II – segundo).
Os ordinais como último, penúltimo, antepenúltimo não possuem
cardinais correspondentes.
Os fracionários possuem, como forma própria, meio, metade e
terço. Todas as outras representações de divisão se referem aos
ordinais ou aos cardinais seguidos da palavra avos (quarto, décimo,
centésimo, doze avos).
Caso o numeral venha antes do substantivo, somos obrigados a
empregar o ordinal (XX Bienal de Artes – vigésima, V Semana do
Trânsito – quinta).
A forma milhar é masculina (alguns milhares de habitantes).
Existem numerais coletivos como: trezena (período de treze dias),
bimestre (período de dois meses), milênio (mil anos).
Zero e ambos (as) são numerais cardinais.
Em datas, ao nos referirmos ao primeiro dia do mês, damos
preferência ao ordinal (primeiro de fevereiro, primeiro de março).

2.9 Pronome

Pronome é o termo que serve para substituir o nome (pronome


substantivo) ou para acompanhá-lo (pronome adjetivo). Sempre
empregamos os pronomes de modo a fazer referência às três pessoas
do discurso.

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Existem seis classes de pronomes:

Pronome Pessoal
É empregado como maneira de designar diretamente as pessoas do
discurso (no singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa:
a quem se fala; 3ª pessoa: de quem se fala.
Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes,
os, as. Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco.
Obs: os pronomes de tratamento são pessoais.
Você, o senhor, a senhora, vossa senhoria, vossa excelência, etc.
Obs: todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.
Pronome Possessivo
É empregado como forma de atribuir posse às pessoas gramaticais.
Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,
tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas.
Pronome Demonstrativo
É usado para mostrar a posição e a situação, no tempo e no espaço,
dos seres em referência às pessoas do discurso.
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Pronome Relativo
O pronome relativo se refere, em uma oração, a um termo de outra
oração (antecedente).
Que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, os quais,
as quais, onde.
Pronome Indefinido
É aquele empregado, em uma oração, caso tenhamos a intenção de
fazer referência à terceira pessoa do discurso de modo vago. Também
podemos usá-lo para expressar quantidade indeterminada.
Alguns podem flexionar-se em gênero e número.
Algum, alguns, tudo, nenhum, nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém,
nada, algo, etc.
Pronome Interrogativo
É empregado de modo a fazer um questionamento direto ou indireto.
Que, quem, qual, quanto.

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Como pronome é um assunto complexo, vamos ter uma aula (Aula
04) específica sobre ele. Assim, estudaremos todos os detalhes e
veremos com calma como as bancas o cobram em provas.

2.10 Verbo

É a palavra variável em pessoa, número, tempo, modo e voz que


indica um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado,
fenômeno) representado no tempo. Quando procuramos um verbo no
dicionário, nós o encontramos no modo infinitivo (andar, comer, fazer,
sorrir, ser, dormir), que significa o “nome do verbo”, ou seja, sua
denominação.

Exemplos:
João trabalha no campo. (ação)
Ana deseja que Maria passe no concurso. (desejo)
Fábio está alegre. (estado)
A criança cresceu. (mudança de estado)
Ventou pouco. (fenômeno)

2.10.1 Flexão dos Verbos

FLEXÃO DE NÚMERO
Singular: o verbo se refere a uma pessoa ou coisa.
Trabalho, trabalhas, trabalha.
Plural: o verbo tem como sujeito mais de uma pessoa ou coisa.
Trabalhamos, trabalhais, trabalham.

FLEXÃO DE PESSOA
O verbo se flexiona para designar as três pessoas do discurso (no
singular ou no plural).
Singular: eu, tu, ele, ela.
Plural: nós, vós, eles, elas.

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Vamos ver, agora, as desinências, que são as terminações que
indicam as flexões de pessoa e número. São denominadas
desinências pessoais, desinências número-pessoais ou desinências
verbais.
Exemplo:
Presente do indicativo: singular (o,s), plural (mos, is, des, m).
Corro, corres, corremos, correis, etc.
Pretérito perfeito do indicativo: singular (i, ste, u), plural (mos, stes,
ram).
Corri, correste, correu, corremos, etc.

FLEXÃO DE MODO
Modos são as diversas formas que possui o verbo para demonstrar a
atitude da pessoa que fala em referência ao fato, à ação que anuncia.
Indicativo: expressa atitude de certeza.
Trabalhei bastante para conquistar o salário que tenho.
Subjuntivo: indica atitude de dúvida, de desejo, de hipótese.
Se você vier a Brasília, visite o Palácio da Alvorada.
Imperativo: exprime atitude de vontade (ordem, convite, conselho,
súplica, pedido).
Marisa, faça aquele bolo de chocolate.

Não devemos deixar de estudar as formas nominais do verbo:


infinitivo, gerúndio e particípio. Elas recebem esse nome porque,
além do valor verbal, podem ter a função de nomes (substantivo,
adjetivo, advérbio).
Infinitivo: é uma forma verbal que enuncia a ação, o estado, o fato
ou o fenômeno de modo vago ou indefinido.
Infinitivo Pessoal: ligado às pessoas do discurso. É
conjugável.
Andar eu, andares tu, andar ele, andarmos nós, andardes vós,
andarem eles.
Infinitivo Impessoal: não é flexionável. É, como já vimos, o
“nome do verbo”.
Andar (1ª conjugação), comer (2ª conjugação), partir (3ª
conjugação).
Gerúndio: é uma forma verbal que indica a ação em processo.
Maria está estudando agora.

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Particípio: é uma forma verbal que corresponde a um adjetivo e,
dessa forma, pode flexionar-se, em alguns casos, em número e
gênero.
Os museus europeus merecem ser visitados.

FLEXÃO DE TEMPO
Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o processo
representado pelo verbo.
São três tempos naturais: presente, pretérito, futuro. Ou seja,
indicam um acontecimento no momento em que se fala, antes do
momento em que se fala e após o momento em que se fala.
Tempos do Indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito
imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro
do pretérito.
Tempos do Subjuntivo: presente, pretérito imperfeito e futuro.

Atenção!
Por enquanto, vamos estudar apenas isso sobre os verbos. A Aula 05
será específica sobre o assunto verbo. É melhor vermos com calma
essa parte tão vasta e detalhada da nossa língua.

Em seguida, vamos ver uma questão sobre verbo.

Questão – (FGV) Assistente Administrativo – I, II e III –


FBN/2013
(Adaptada)

Os que podem ver mais alto

Escrevi, há dias, sobre crítica, arte, cultura. Dizia, em meio a


outras coisas, que sem crítica não se pode desenvolver um
gosto, pois que ele é uma construção. Em outras palavras:
ausente o espírito critico, passa a valer tudo - inclusive as
empulhações do nosso tempo, como a promoção da
subliteratura, o horror musical, a infâmia generalizada na área
das artes plásticas etc. E, dias depois, li um livro - "A literatura
e os deuses" - que me iluminou particularmente sobre essas
questões.
A falta de crítica (portanto, de uma educação bem
fundamentada) impede, entre outras coisas, uma clara visão da
cultura e da arte. Ficamos meio cegos, incapazes de perceber
seja o que for acima da mediocridade. E aqui entra o livro a que

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me referi, abordando episódio contado por Apolônio de Rodes
sobre os argonautas.
Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta chamada
Tinis, ao alvorecer. Estenderam-se na praia para descansar - e
eis que surge o deus Apolo: "Áureos cachos flutuavam,
enquanto avançava; na mão esquerda segurava um arco de
prata, às costas levava uma aljava; e, sob os seus pés, toda a
ilha fremia, e as ondas se agigantavam na praia." Quando o
deus se vai, voando sobre o oceano, os heróis, por sugestão de
Orfeu, consagram-lhe a ilha e oferecem-lhe um sacrifício.
Comenta o autor do livro: "Todos têm a mesma visão, todos
sentem idêntico terror, todos colaboram na construção do
santuário. Mas o que ocorre se não existem argonautas, se não
existem mais testemunhas de tal experiência?"
Os heróis puderam ver Apolo porque tinham seus espíritos
preparados para o que está além do terrestre e imediato. Apolo
é o patrono das artes, o deus da inspiração, entre outras
coisas. Em terra de gente que lê sem ler, que ouve sem ouvir,
que vê sem ver, ele costuma permanecer invisível. Como no
Brasil, cujos gestores e políticos promovem apenas o
entretenimento vazio, relegando ao ostracismo a Educação e as
Artes - temerosos de que o eleitor venha a ser um dia capaz de
olhares altos e lúcidos como os dos argonautas...
(Ruy Espinheira Filho-Adaptado)

Assinale alternativa em que a forma verbal sublinhada


funciona como substantivo.

a) "Estenderam-se na praia para descansar"


b) "Ficamos meio cegos, incapazes de perceber seja o que for
acima da mediocridade"
c) "Então eles, os heróis, chegaram a uma ilha deserta
chamada Tinis, ao alvorecer"
d) "Em terra de gente que lê sem ler..."

Comentários
Para resolver esta questão precisamos lembrar-nos do que
vimos na parte teórica sobre artigos: toda palavra precedida
de artigo torna-se um substantivo.
Portanto, vamos verificar as alternativas para identificar qual
forma verbal sublinhada é acompanhada por um artigo.
A alternativa c apresenta a palavra alvorecer precedida de
preposição + artigo (a + o). Dessa forma, o artigo o determina
o verbo alvorecer e o transforma em substantivo.
Gabarito: C

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Aqui, chegamos ao final de nossa aula sobre Emprego e função das
classes de palavras. Flexão nominal e verbal.
Espero que você tenha aprendido muito e estou à disposição para
tirar qualquer dúvida.
Agora, vamos exercitar e fixar os conhecimentos vistos acima com a
nossa bateria de 20 questões! Primeiramente, os exercícios
aparecerão em forma de lista, para que você os resolva normalmente.
Após a conclusão da última questão, analise seu rendimento pelo
gabarito e, então, proceda à correção pelos comentários
apresentados.

É importante a leitura atenta de todos os comentários, ainda


que você tenha acertado a questão!
Essa é uma etapa fundamental para aprofundar a teoria e para
sanar dúvidas.
Portanto, vamos aos exercícios!

QUESTÕES PROPOSTAS

Questão 01 – (CESPE) Inspetor – PC-CE/2012


(Adaptada)
Texto para as questões 01 e 02.

Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde 1945, dizem,
sua soberania foi ultrapassada pelas redes transnacionais de poder, especialmente
as do capitalismo global e da cultura pós-moderna. Alguns pós-modernistas levam
mais longe a argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a
racionalidade da civilização moderna, entre cujos esteios principais se insere a
noção segura e unidimensional de soberania política absoluta, inserida no conceito
de Estado nacional. No coração histórico da sociedade moderna, a Comunidade
Europeia (CE) supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania
político-nacional vem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes anunciado a morte
efetiva do Estado nacional, embora, para essa visão, uma aposentadoria oportuna
talvez fosse a metáfora mais adequada. O cientista político Phillippe Schmitter
argumentou que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso para
além do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o contexto
contemporâneo favorece sistematicamente a transformação dos Estados em
confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos”.
É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que trazem à
memória algumas formas mais antigas, como lembra o latim usado por Schmitter.
Estas nos obrigam a rever nossas ideias do que devem ser os Estados
contemporâneos e suas inter-relações. De fato, nos últimos anos, assistimos a

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reversões neoliberais e transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No
entanto, alguns de seus poderes continuam a crescer. Ao longo desse mesmo
período recente, os Estados regularam cada vez mais as esferas privadas íntimas
do ciclo de vida e da família. A regulamentação estatal das relações entre homens
e mulheres, da violência familiar, do cuidado com os filhos, do aborto e de hábitos
pessoais que costumavam ser considerados particulares, como o fumo, continua a
crescer. A política estatal de proteção ao consumidor e ao meio ambiente continua
a proliferar. Tudo indica que o enfraquecimento do Estado nacional da Europa
Ocidental é ligeiro, desigual e singular. Em partes do mundo menos desenvolvido,
alguns aspirantes a Estados nacionais também estão fraquejando, mas por razões
diferentes, essencialmente “pré-modernas”. Na maior parte do mundo, os Estados
nacionais continuam a amadurecer ou, pelo menos, estão tentando fazê-lo. A
Europa não é o futuro do mundo. Os Estados do mundo são numerosos e
continuam variados, tanto em suas estruturas atuais quanto em suas trajetórias.
Michael Mann. Estados nacionais na Europa e noutros continentes: diversificar, desenvolver,
não morrer. In: Gopal Balakrishnan. Um mapa da questão nacional. Vera Ribeiro (Trad.). Rio
de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 311-4 (com adaptações).

Considerando as relações de sentido e as estruturas linguísticas do texto,


julgue o seguinte item.
Os substantivos “velhice” e “tese” estão empregados no texto de forma indefinida e
com sentido genérico. (palavras em negrito no texto).

Questão 02 – (CESPE) Inspetor – PC-CE/2012


(Adaptada)

Julgue o seguinte item.


O conector “pois” (em negrito no texto) introduz ideia de consequência no trecho
em que ocorre.

Questão 03 – (FCC) Advogado – Sabesp/2014


(Adaptada)

O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do tempo e


incorporou, para além do capital natural, também aspectos de desenvolvimento
humano. Desta forma é possível distinguir três dimensões do Desenvolvimento
Sustentável (AYUSO e FULLANA, 2002):
− Sustentabilidade ambiental: deve garantir que o desenvolvimento seja
compatível com a manutenção dos processos ecológicos essenciais, da diversidade
biológica e dos recursos naturais;
− Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento seja
economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma região afetada e os
recursos sejam geridos de maneira que se conservem para as gerações futuras;
− Sustentabilidade social e cultural: deve garantir que o desenvolvimento
sustentável aumente o controle dos indivíduos sobre suas vidas, seja compatível
com a cultura e os valores das pessoas, e mantenha e reforce a identidade das
comunidades.

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Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável ou
Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade social é a forma ética
e responsável pela qual a Empresa desenvolve todas as suas ações, políticas,
práticas e atitudes, tanto com a comunidade quanto com o seu corpo funcional.
Enfim, com o ambiente interno e externo à Organização e com todos os agentes
interessados no processo.
Assim, as definições de Educação Ambiental são abrangentes e refletem a história
do pensamento e visões sobre educação, meio ambiente e desenvolvimento
sustentável.
É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na cultura
empresarial, por meio das ações e projetos de Educação Ambiental, esteja alinhada
a esses conceitos.
(Adaptado de: Guia de Educação Ambiental. Programa de Educação Ambiental − PEA
Sabesp, p. 23-4. http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=176)

Os advérbios em negrito no texto acima podem ser substituídos


corretamente, na ordem dada, por:

a) Nos dias de hoje - Por fim - Desse modo


b) Consentaneamente - Afinal de contas - Desse modo
c) Nos dias de hoje - Ultimamente - Do mesmo modo
d) Consentaneamente - Por derradeiro - Destarte
e) Presentemente - Afinal de contas - De todo modo

Questão 04 – (FCC) Advogado – Sabesp/2014


(Adaptada)
Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade, uma
vez que eles dependiam muito dos reservatórios que eram preenchidos pela
chuva.
A locução conjuntiva em negrito na frase acima pode ser corretamente
substituída pela conjunção:
a) quando
b) porquanto
c) conquanto
d) todavia
e) contanto

Questão 05 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP-RJ/2008

Sonhos Sonhos São

Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
Exaltado coração

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Teoria e questões comentadas
Prof. Ludimila Lamounier – Aula 03
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma

Sei que é sonho


Incomodado estou, num corpo estranho
Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina

Qual esquina dobrei às cegas


E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa

Em Lisboa
Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh'alma

Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá


Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho

Sei que é sonho


Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)

Assinale a alternativa em que o termo, na canção de Chico Buarque, não


exerça papel adjetivo.
a) teus (verso 4)
b) qual (verso 15)
c) nervosa (verso 3)
d) alguma (verso 13)
e) calma (verso 3)

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Prof. Ludimila Lamounier – Aula 03
Questão 06 – (FGV) Técnico Legislativo – Administração – Senado
Federal/2012
(Adaptada)

O ocaso das sacolas


O fim de sacolas plásticas em supermercados paulistas é um ótimo negócio para
redes varejistas, uma conveniente cortina de fumaça para o poder público, um leve
golpe contra o bolso do consumidor e uma medida de impacto provavelmente
baixo para o planeta.
Ao contrário do que se diz, as tais sacolinhas plásticas nunca foram gratuitas. Seu
custo estava embutido no das com pras que fazíamos. Explicitá-lo por meio de um
preço é, em princípio, algo positivo, pois isso torna mais transparentes as relações
de consumo e ajuda a promover hábitos menos extravagantes.
Mas, como é altamente improvável que a mudança resulte na correspondente
redução dos preços nas gôndolas, os supermercados acabam se dando bem,
porque, numa canetada, eliminam um custo e ganham uma nova fonte de receita,
posando ainda de campeões da ecologia.
Algo parecido vale para o poder público. Ele aparece na foto como defensor do
ambiente por ter promovido o acordo e pouca gente lembra que sua lista de
omissões nessa área é grande. O volume de lixo reciclado ainda é risível e há
pouquíssimas usinas de com postagem, para citar apenas dois pecadilhos
diretamente relacionados a resíduos sólidos.
O consumidor leva prejuízo porque as sacolas escolhidas para substituir o plástico
são as de milho. Relativamente caras, custarão R$ 0,19 cada uma. É questionável
ainda a ideia de embalar comida com comida. Tirar milho de galinhas e pipoqueiros
para produzir invólucros tende a inflacionar o setor de alimentos.
Em termos ambientais, as sacolas são um estorvo, mas nem de longe o maior
problema. Reduzir seu uso sem criar dificuldades maiores é uma meta louvável.
Cumpri-la implicará custos, que terão de ser pagos pelos consumidores. O que
irrita, no Brasil, é que governantes e lobbies são rápidos para estender a conta ao
cidadão, mas muito lentos, para não dizer abúlicos, em fazer a sua parte.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 24 de janeiro de 2012)

Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo. (palavras em


negrito no texto)

a) dois
b) promovido
c) bem
d) pagos
e) estorvo

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Prof. Ludimila Lamounier – Aula 03
Questão 07 – (FGV) Técnico Legislativo – Administração – Senado
Federal/2012

Deve-se ter muito cuidado ao redigir qualquer enunciado com a palavra “logo”,
pois uma falha de pontuação ou em sua colocação na frase pode levar a
substancial alteração de sentido.

Alterando-se a fala do segundo quadrinho, assinale a alternativa em que a


palavra "logo" apresente sentido unicamente temporal.
a) Alguém colocará, logo, essa minhoca aí
b) Alguém logo colocará essa minhoca aí
c) Alguém colocará logo essa minhoca aí
d) Alguém colocará essa minhoca logo aí
e) Alguém, logo, colocará essa minhoca aí

Questão 08 – (FGV) Administrador de Banco de Dados - MEC/2008


(Adaptada)

“Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de


todas as sociedades...”

No trecho acima, há:


a) quatro adjetivos
b) três adjetivos
c) dois adjetivos
d) um adjetivo
e) nenhum adjetivo

Questão 09 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP-RJ/2008


(Adaptada)
“Ora, as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a integração dos
estrangeiros às sociedades, associada a uma enfática cooperação internacional, a
fim de extrair da miséria e da desesperança a larga franja demográfica em que
nascerá o futuro ser humano a expulsar.”

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No trecho acima, há:
a) 7 artigos definidos e 3 ocorrências da preposição a
b) 8 artigos definidos e 4 ocorrências da preposição a
c) 9 artigos definidos e 4 ocorrências da preposição a
d) 9 artigos definidos e 3 ocorrências da preposição a
e) 8 artigos definidos e 2 ocorrências da preposição a

Questão 10 – (FCC) Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT-2ª


Região (SP)/2014

Ainda que já tivesse uma carreira solo de sucesso [...], sentiu que era a hora de
formar seu próprio grupo.

Outra redação para a frase acima, iniciada por "Já tinha uma carreira..." e
fiel ao sentido original, deve gerar o seguinte elo entre as orações:

a) de maneira que
b) por isso
c) mas
d) embora
e) desde que

Questão 11 – (FGV) Analista Judiciário - Enfermagem – TJ-AM/2013


(Adaptada)

Volta à polêmica sobre patente de remédios


Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo de dez anos,
de acordo com regras internacionais aceitas por muitos países. Esse prazo inclui a
fase final de desenvolvimento dos medicamentos, chamada pipeline no jargão
técnico. Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto pode
levar até quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no mercado o
retorno do investimento feito.
A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará sujeito à
concorrência de produtos similares e genéricos que contenham princípios ativos
encontrados no original. Por não embutirem os custos de pesquisa e
desenvolvimento do produto original, os genéricos e similares podem ser lançados
a preços mais baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança do
consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus pacientes.
A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente eficazes
envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as empresas que estão no topo
da indústria farmacêutica são grandes grupos internacionais, ficando os
laboratórios regionais mais voltados para a produção de genéricos e similares.
A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com que, não
raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da maioria das pessoas, e
isso provoca conflitos de toda ordem, em especial nos países menos desenvolvidos,
onde se encontram também as maiores parcelas da população que sofrem de

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doenças endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação insalubre,
deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir o custo da distribuição
de medicamentos nas redes públicas os governos investem em laboratórios
estatais, que se financiam com subsídios e verbas oficiais, diferentemente de
empresas, que precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito
chega em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos países
que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a essa decisão extrema
em relação ao coquetel de remédios para tratamento dos pacientes portadores do
vírus HIV e dos que sofrem com a AIDS, chegando depois a um entendimento com
os laboratórios.
O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia
não reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer que o
laboratório suíço Novartis considera evolução do seu remédio original, Glivec. A
patente foi reconhecida nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou
a polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados e permitido, inclusive, o
desenvolvimento de novos medicamentos no país. A quebra de patente não pode
ser banalizada.
(O Globo, 07/04/2013.)

Nas alternativas a seguir, os vocábulos ou expressões em negrito nas duas


ocorrências apresentam o mesmo valor semântico, à exceção de uma.
Assinale-a.

a) “o laboratório terá efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para


obter no mercado o retorno do investimento feito”. / “A pesquisa para obtenção de
novos medicamentos comprovadamente eficazes envolve somas elevadíssimas”.
b) “os genéricos e similares podem ser lançados a preços mais baixos do que os
dos medicamentos de marca” / “Optou por uma atitude mais pragmática, que tem
dado bons resultados”.
c) “Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto” / “o
lançamento comercial do produto pode levar até quatro anos”
d) “...para tratamento dos pacientes portadores do vírus HIV e dos que sofrem
com a AIDS” / “...chegando depois a um entendimento com os laboratórios”.
e) “chegando depois a um entendimento com os laboratórios” / “O tema da
quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia não
reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer”.

Questão 12 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2009
(Adaptada)

Estamos entrando no terço final de 2009 com uma visão mais clara sobre os fatores
que levaram à crise financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco Lehman
Brothers. Um dos pontos centrais na sua construção foi, certamente, a questão da
regulação e controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo a origem
propriamente dita da crise, a regulação falha permitiu que os elementos de
fragilidade no sistema assumissem enormes proporções. Depois de termos vivido
um longo período em que prevaleceu a ilusão da racionalidade intrínseca aos
mercados financeiros, hoje há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos
riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009.)

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Julgue o item abaixo.
O termo “falha” (palavra em negrito no texto) funciona como um adjetivo que
caracteriza o substantivo “regulação”.

Questão 13 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2009
(Adaptada)

A queda das exportações brasileiras se deveu basicamente a dois fatores: queda na


demanda externa de commodities e, mais ainda, na de produtos manufaturados,
situação que foi agravada pela evolução da taxa cambial, pois a valorização do real
ante o dólar encareceu os bens brasileiros para os estrangeiros.
Parece difícil que neste final do ano haja mudança de situação, pois os países
industrializados mostram uma recuperação muito limitada — especialmente os
europeus —, enquanto as perspectivas para os da América Latina continuam difíceis.
Poderá haver, talvez, apenas uma ligeira melhora na exportação de commodities.
Não se pode esperar nenhuma revolução na política cambial.
No caso das importações, ao contrário, a situação pode mudar significativamente
até o final do ano, quando a demanda doméstica aumenta e estimula a indústria a
produzir mais.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 2/9/2009.)

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

a) Subentende-se no trecho “na de produtos manufaturados” (expressão em negrito


no texto) a elipse da palavra “queda” após “na”.
b) O termo “pois” (palavra em negrito no texto) estabelece no período uma relação
de consequência.
c) O termo “quando” (palavra em negrito no texto) estabelece no período uma
relação de condição.
e) Mantém-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se
substituir a expressão “ante o” (expressão em negrito no texto) por qualquer uma
das seguintes: em relação ao, diante do, frente ao.

Questão 14 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal – Receita


Federal/2009
(Adaptada)

O número de brasileiros com acesso à internet em sua residência vem crescendo em


ritmo cada vez mais veloz. No início do ano passado, o Brasil tinha 14 milhões de
usuários residenciais da rede mundial de computadores. Em fevereiro de 2008, os
internautas residenciais do País somavam 22 milhões de pessoas – mais 8 milhões,
ou 57%.
Esses números tornam a internet o segundo meio de comunicação mais abrangente
do Brasil, atrás apenas da televisão. Chegou-se a dizer que esse é um meio

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elitizado, utilizado apenas pelas classes A e B. Mas uma pesquisa mostra que as
classes C e D utilizam amplamente a internet.
No ano passado, os brasileiros compraram mais computadores (10,5 milhões de
unidades) do que televisores. As vendas continuam a crescer em 2008, o que
justifica previsões de que, no fi m do ano, haverá 45 milhões de internautas no País.
(Texto de O Estado de S. Paulo, 9/4/2008.)

Julgue o item abaixo.


O termo “Mas” (palavra em negrito no texto) insere no texto uma relação de
comparação.

Questão 15 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho – MTE/2010


(Adaptada)
Texto para as questões 15 e 16.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ao anunciar


que a taxa básica do BCE não seria mudada, alertou os governos da União
Europeia sobre o déficit crescente das contas públicas, um perigo para a economia,
pois enfraquece o crescimento na zona do euro. A advertência vale para o Brasil,
embora as causas do nosso déficit sejam diferentes das da União Europeia.
A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas as economias,
no quadro da globalização, ao contrário da de 1929, levou os governos a optarem
pela intervenção pública para salvar o sistema bancário e para dar um
impulso à economia. Isso se traduziu como forte pressão sobre as finanças
públicas, que estão acusando déficits muito elevados.
(O Estado de S. Paulo, 16/01/2010.)

Julgue o seguinte item.

Mantêm-se as informações originais ao se substituir “embora” (palavra em negrito


no texto) por qualquer um dos seguintes termos: conquanto, se bem que, apesar
de que, contanto que, consoante.

Questão 16 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho – MTE/2010


(Adaptada)

Julgue o seguinte item.

A preposição para em “para depois atingir” tem a mesma função significativa que
nas ocorrências “para salvar o sistema bancário” e “para dar um impulso”
(expressões em negrito no texto).

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Questão 17 – (ESAF) Especialista em Políticas Públicas e Gestão
Governamental – MPOG/2009
(Adaptada)

A pior fase da crise foi superada, a reação começou e a produção brasileira deve
crescer neste ano 0,8%, segundo a nova projeção do Banco Central (BC), contida
no Relatório de Inflação, uma ampla análise trimestral da economia nacional e do
cenário externo. A estimativa é mais animadora que a dos especialistas do setor
privado. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma contração de
0,4%. No setor financeiro, a bola de cristal dos economistas indicava, no começo
da semana, um PIB 0,57% menor que o de 2008. Seria um exagero, no entanto,
qualificar como otimista a avaliação dos técnicos do BC. A recuperação, segundo
eles, dependerá principalmente do consumo e o resultado poderá ser inferior ao
previsto, se as condições de emprego piorarem e os incentivos fiscais forem
revertidos. Além disso, o investimento privado continua baixo e deve recuperar-se
lentamente, porque ainda há muita capacidade ociosa nas empresas. Quanto às
exportações, continuarão afetadas pela retração da economia internacional e não
se pode esperar do setor externo nenhuma contribuição ao crescimento da
atividade industrial.
(O Estado de S. Paulo. Editorial, 29/06/2009.)

Julgue a afirmativa abaixo.

O termo “porque” (em negrito no texto) confere ao período em que ocorre a ideia
de conclusão, justificando as razões para a superação da pior fase da crise.

Questão 18 – (ESAF) Analista Técnico – SUSEP/2010


(Adaptada)

O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde o início
da década como a grande solução energética para o mundo, para substituir uma
fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a emissão de poluentes, o etanol ainda
não conquistou os fabricantes de veículos e os consumidores do mundo inteiro.
Falta uma padronização internacional para transformar-lhe em uma commodity
facilmente comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras
protecionistas em muitos países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de
importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o etanol
brasileiro paga 19 centavos de euro por litro.
É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na União
Europeia, o potencial é menor, pois lá o programa energético prevê a utilização de
10% de combustíveis renováveis no consumo total em 2020. Cálculos da União da
Indústria da Cana-de-Açúcar — Unica indicam que isso resultaria na demanda de
14 bilhões de litros de etanol por ano (outra parte seria atendida por biodiesel).
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações.)

Julgue a afirmativa abaixo.


A expressão desde a (em negrito no texto) foi empregada no texto de acordo com
a norma gramatical.

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Questão 19 – (CESPE) Técnico Judiciário - Telecomunicações e Eletricidade


- STJ/2012

A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista disse:


- E o senhor não sabe como é chato militar na pesquisa.

Sírio Possenti. Os humores da língua. São Paulo: Mercado de Letras, 1998, p. 86.

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o


item a seguir.

Na construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo “militar”,


que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora como substantivo, ora
como verbo.

Questão 20 – (FCC) Analista Judiciário – TJ-RJ/2012

A despeito do sucesso, o ganha-pão do escritor seria obtido...


O elemento grifado acima pode ser corretamente substituído, sem
alteração do sentido original, por:
a) Em vista do
b) A partir do
c) Em razão do
e) Conquanto o
f) Em que pese o

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E E A B E A B D C C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D C E E E E E C C E

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QUESTÕES COMENTADAS

Questão 01 – (CESPE) Inspetor – PC-CE/2012


(Adaptada)
Texto para as questões 01 e 02.

Muitos acreditam que chegamos à velhice do Estado nacional. Desde


1945, dizem, sua soberania foi ultrapassada pelas redes
transnacionais de poder, especialmente as do capitalismo global e da
cultura pós-moderna. Alguns pós-modernistas levam mais longe a
argumentação, afirmando que isso põe em risco a certeza e a
racionalidade da civilização moderna, entre cujos esteios principais se
insere a noção segura e unidimensional de soberania política
absoluta, inserida no conceito de Estado nacional. No coração
histórico da sociedade moderna, a Comunidade Europeia (CE)
supranacional parece dar especial crédito à tese de que a soberania
político-nacional vem fragmentando-se. Ali, tem-se às vezes
anunciado a morte efetiva do Estado nacional, embora, para essa
visão, uma aposentadoria oportuna talvez fosse a metáfora mais
adequada. O cientista político Phillippe Schmitter argumentou que,
embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além
do Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o
contexto contemporâneo favorece sistematicamente a transformação
dos Estados em confederatii, condominii ou federatii, numa variedade
de contextos”.
É verdade que a CE vem desenvolvendo novas formas políticas, que
trazem à memória algumas formas mais antigas, como lembra o
latim usado por Schmitter. Estas nos obrigam a rever nossas ideias
do que devem ser os Estados contemporâneos e suas inter-relações.
De fato, nos últimos anos, assistimos a reversões neoliberais e
transnacionais de alguns poderes de Estados nacionais. No entanto,
alguns de seus poderes continuam a crescer. Ao longo desse mesmo
período recente, os Estados regularam cada vez mais as esferas
privadas íntimas do ciclo de vida e da família. A regulamentação
estatal das relações entre homens e mulheres, da violência familiar,
do cuidado com os filhos, do aborto e de hábitos pessoais que
costumavam ser considerados particulares, como o fumo, continua a
crescer. A política estatal de proteção ao consumidor e ao meio
ambiente continua a proliferar. Tudo indica que o enfraquecimento
do Estado nacional da Europa Ocidental é ligeiro, desigual e singular.
Em partes do mundo menos desenvolvido, alguns aspirantes a
Estados nacionais também estão fraquejando, mas por razões

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diferentes, essencialmente “pré-modernas”. Na maior parte do
mundo, os Estados nacionais continuam a amadurecer ou, pelo
menos, estão tentando fazê-lo. A Europa não é o futuro do mundo.
Os Estados do mundo são numerosos e continuam variados, tanto
em suas estruturas atuais quanto em suas trajetórias.
Michael Mann. Estados nacionais na Europa e noutros continentes: diversificar,
desenvolver, não morrer. In: Gopal Balakrishnan. Um mapa da questão nacional.
Vera Ribeiro (Trad.). Rio de Janeiro: Contraponto, 2000, p. 311-4 (com
adaptações).

Considerando as relações de sentido e as estruturas


linguísticas do texto, julgue o seguinte item.

Os substantivos “velhice” e “tese” estão empregados no texto de


forma indefinida e com sentido genérico. (palavras em negrito no
texto).

Comentários
Esta questão trata das classes de palavras substantivo e artigo.
Aqui, você precisa analisar dois substantivos (velhice e tese) e
identificar se eles foram empregados no texto de forma genérica e
com sentido indefinido.
Para tanto, temos que examinar se esses substantivos são
determinados por algum artigo. Vocês se lembram do que vimos a
respeito disso na parte teórica da aula? Vamos revisar?
Artigo é a palavra variável que vem antes do substantivo e serve, de
uma forma geral, para determinar (ou indeterminar), particularizar
(ou generalizar) esse substantivo.
Os artigos definidos (o, a, os, as) determinam o substantivo de
modo preciso e os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas)
determinam o substantivo de modo vago, impreciso, geral.
Ao observar os termos velhice e tese, percebemos que ambos vêm
precedidos de à, que é a contração do artigo a com a preposição a
(crase – ainda vamos estudar).
Dessa forma, os dois substantivos a que o comando se refere são
acompanhados pelo artigo a.
Como vimos, a artigo definido determina, de modo preciso, o
substantivo. Portanto, a questão está errada ao afirmar que os
substantivos velhice e tese estão empregados com sentido genérico.
É, justamente, o contrário.
GABARITO: ERRADA

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Questão 02 – (CESPE) Inspetor – PC-CE/2012


(Adaptada)

Julgue o seguinte item.


O conector “pois” (em negrito no texto) introduz ideia de
consequência no trecho em que ocorre.

Comentários
Esta questão aborda o emprego da classe de palavra conjunção.
Para resolvê-la, você deve analisar o uso do conectivo pois. A
questão solicita que você identifique a ideia introduzida por essa
conjunção.
Na parte teórica, eu chamei atenção para a importância de se fazer
uma correta análise do valor semântico das conjunções no contexto
em que são empregadas, em vez de memorizar a quais grupos esses
conectivos pertencem.
Vamos, então, ao trecho do texto:
O cientista político Phillippe Schmitter argumentou que, embora a situação
europeia seja singular, seu progresso para além do Estado nacional tem
uma pertinência mais genérica, pois “o contexto contemporâneo favorece
sistematicamente a transformação dos Estados em confederatii, condominii
ou federatii, numa variedade de contextos”.
Ao lermos esse fragmento, percebemos claramente que a
conjunção pois inicia uma oração que tem por objetivo
explicar (apresentar um motivo) algo dito anteriormente.
Assim, pois introduz uma ideia de explicação e não de consequência.
GABARITO: ERRADA

Questão 03 – (FCC) Advogado – Sabesp/2014


(Adaptada)

O conceito de desenvolvimento sustentável evoluiu ao longo do


tempo e incorporou, para além do capital natural, também aspectos
de desenvolvimento humano. Desta forma é possível distinguir três
dimensões do Desenvolvimento Sustentável (AYUSO e FULLANA,
2002):
− Sustentabilidade ambiental: deve garantir que o desenvolvimento
seja compatível com a manutenção dos processos ecológicos
essenciais, da diversidade biológica e dos recursos naturais;

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− Sustentabilidade econômica: deve garantir que o desenvolvimento
seja economicamente eficiente, beneficie todos os agentes de uma
região afetada e os recursos sejam geridos de maneira que se
conservem para as gerações futuras;
− Sustentabilidade social e cultural: deve garantir que o
desenvolvimento sustentável aumente o controle dos indivíduos
sobre suas vidas, seja compatível com a cultura e os valores das
pessoas, e mantenha e reforce a identidade das comunidades.
Atualmente, também se associa o Desenvolvimento Sustentável ou
Sustentabilidade à responsabilidade social. Responsabilidade social é
a forma ética e responsável pela qual a Empresa desenvolve todas as
suas ações, políticas, práticas e atitudes, tanto com a comunidade
quanto com o seu corpo funcional. Enfim, com o ambiente interno e
externo à Organização e com todos os agentes interessados no
processo.
Assim, as definições de Educação Ambiental são abrangentes e
refletem a história do pensamento e visões sobre educação, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável.
É importante que a inserção da perspectiva da sustentabilidade na
cultura empresarial, por meio das ações e projetos de Educação
Ambiental, esteja alinhada a esses conceitos.
(Adaptado de: Guia de Educação Ambiental. Programa de Educação Ambiental −
PEA Sabesp, p. 23-4. http://site.sabesp.com.br/site/interna/
Default.aspx?secaoId=176)

Os advérbios em negrito no texto acima podem ser


substituídos corretamente, na ordem dada, por:

a) Nos dias de hoje - Por fim - Desse modo


b) Consentaneamente - Afinal de contas - Desse modo
c) Nos dias de hoje - Ultimamente - Do mesmo modo
d) Consentaneamente - Por derradeiro - Destarte
e) Presentemente - Afinal de contas - De todo modo

Comentários
Esta questão se refere ao emprego semântico de advérbios. O
enunciado apresenta três advérbios (atualmente, enfim e assim) e
pergunta quais outros podem substituí-lo de forma correta.
Para resolver questões com esta, temos que analisar o contexto e
identificar a carga semântica dos vocábulos questionados.

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Dessa forma, verificamos quais palavras constantes das alternativas
podem substituir aquelas marcadas no texto.
Vamos lá?
Nos dias de hoje e presentemente expressam a mesma noção
temporal de atualmente.
Por fim e por derradeiro carregam a mesma carga de semântica de
enfim.
Desse modo, destarte e de todo modo possuem o mesmo significado
que assim.
Consentaneamente está aí para atrapalhar o raciocínio do candidato,
pois não é uma palavra muito conhecida. Ela significa
apropriadamente, coerentemente. Vemos que seu sentido nada tem a
ver com atualmente.
Da mesma forma, ultimamente e afinal de contas não têm o mesmo
sentido de enfim.
Chegamos, portanto, à conclusão de que a única alternativa que
possui as três palavras apropriadas para a substituição é a alternativa
a.
GABARITO: A

Questão 04 – (FCC) Advogado – Sabesp/2014


(Adaptada)

Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa


sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios
que eram preenchidos pela chuva.

A locução conjuntiva em negrito na frase acima pode ser


corretamente substituída pela conjunção:
a) quando
b) porquanto
c) conquanto
d) todavia
e) contanto

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Comentários
Esta questão trata de locuções conjuntivas e seu devido emprego
semântico. O enunciado apresenta a locução conjuntiva uma vez que
e questiona qual conjunção, entre as apresentadas nas alternativas,
pode substituí-la de maneira correta.
Para resolver questões deste tipo, temos que examinar o contexto
e identificar a carga semântica das palavras apresentadas.
Desse modo, verificamos qual conjunção constante das alternativas
pode substituir a locução conjuntiva marcada no texto.
Vamos fazer uma revisão?
Conjunção é a palavra invariável que relaciona orações ou termos
semelhantes de uma mesma oração. A conjunção pode conectar
termos e orações sintaticamente equivalentes (orações coordenadas)
ou conectar uma oração principal a uma oração que lhe é
subordinada. Dessa forma, as conjunções podem ser coordenativas
ou subordinativas.
As locuções conjuntivas são as conjunções representadas por mais
de uma palavra.
A locução conjuntiva uma vez que indica uma relação de causa, não é
mesmo? Percebam esse sentido no trecho constante no enunciado.
Vamos analisar, agora, as alternativas:
Alternativa a: quando denota circunstância de tempo.
Alternativa b: porquanto se equivale a porque (pois, já que, visto que,
na medida em que, etc.) e expressa ideia de causa.
Alternativa c: conquanto é uma conjunção concessiva, ou seja,
expressa um fato contrário à ação principal, porém insuficiente para
anulá-la. Ela se equivale a embora, mesmo que, ainda que, apesar de
que, etc.
Alternativa d: todavia é uma conjunção coordenativa adversativa: liga
elementos contrastantes.
Alternativa e: contanto que é uma conjunção subordinativa
condicional: conecta uma oração à outra por meio de uma relação de
condição, hipótese ou suposição. Possui o mesmo sentido de caso,
desde que, dado que, a menos que, etc.

Assim, concluímos que a resposta é a alternativa b.


Atenção! Muito cuidado com as palavras porquanto, conquanto,
contanto que, pois são muito usadas em provas.
GABARITO: B

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Questão 05 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP-


RJ/2008

Sonhos Sonhos São


Negras nuvens
Mordes meu ombro em plena turbulência
Aeromoça nervosa pede calma
Aliso teus seios e toco
Exaltado coração
Então despes a luva para eu ler-te a mão
E não tem linhas tua palma
Sei que é sonho
Incomodado estou, num corpo estranho
Com governantes da América Latina
Notando meu olhar ardente
Em longínqua direção
Julgam todos que avisto alguma salvação
Mas não, é a ti que vejo na colina
Qual esquina dobrei às cegas
E caí no Cairo, ou Lima, ou Calcutá
Que língua é essa em que despejo pragas
E a muralha ecoa
Em Lisboa
Faz algazarra a malta em meu castelo
Pálidos economistas pedem calma
Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh'alma
Em Macau, Maputo, Meca, Bogotá
Que sonho é esse de que não se sai
E em que se vai trocando as pernas
E se cai e se levanta noutro sonho
Sei que é sonho
Não porque da varanda atiro pérolas
E a legião de famintos se engalfinha
Não porque voa nosso jato
Roçando catedrais
Mas porque na verdade não me queres mais
Aliás, nunca na vida foste minha
(Chico Buarque)

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Assinale a alternativa em que o termo, na canção de Chico
Buarque, não exerça papel adjetivo.
a) teus (verso 4)
b) qual (verso 15)
c) nervosa (verso 3)
d) alguma (verso 13)
e) calma (verso 3)

Comentários
Esta questão aborda a classe de palavras adjetivo. As alternativas
apresentam opções de palavras para serem analisadas de acordo
com seu emprego na canção de Chico Buarque.
A banca questiona qual palavra não exerce papel adjetivo. Vamos
relembrar a teoria?
Adjetivo é a palavra variável que acompanha o substantivo para
precisar-lhe e modificar-lhe o significado. Ou seja, o adjetivo expressa
as qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Ele serve para:
• Caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas
pelos substantivos. Dessa forma, pode indicar qualidade
(ou defeito); modo de ser; aspecto, aparência, tipo; e
estado.
• Estabelecer com os substantivos uma relação de tempo,
de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.
Visto isso, vamos examinar as palavras constantes das alternativas.
Alternativa a: teus é um pronome possessivo que acompanha o
substantivo seios. Portanto, é um pronome adjetivo.
Alternativa b: qual é um pronome indefinido que acompanha o
substantivo esquina. Dessa forma, é um pronome adjetivo.
Alternativa c: nervosa é uma palavra que está vinculada ao
substantivo aeromoça. Observe como nervosa caracteriza aeromoça.
Assim, classificamos nervosa como adjetivo.
Alternativa d: alguma é um pronome indefinido que acompanha o
substantivo esquina. Dessa maneira, é um pronome adjetivo.
Alternativa e: calma. Verifique que calma não tem relação com
qualquer substantivo no fragmento Aeromoça nervosa pede calma.
Como essa palavra não acompanha, muito menos caracteriza um

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substantivo, ela não é considerada um adjetivo. Na verdade, como
você pode perceber, calma é um substantivo.
GABARITO: E

Questão 06 – (FGV) Técnico Legislativo – Administração –


Senado Federal/2012
(Adaptada)
O ocaso das sacolas

O fim de sacolas plásticas em supermercados paulistas é um ótimo


negócio para redes varejistas, uma conveniente cortina de fumaça
para o poder público, um leve golpe contra o bolso do consumidor e
uma medida de impacto provavelmente baixo para o planeta.
Ao contrário do que se diz, as tais sacolinhas plásticas nunca foram
gratuitas. Seu custo estava embutido no das com pras que fazíamos.
Explicitá-lo por meio de um preço é, em princípio, algo positivo, pois
isso torna mais transparentes as relações de consumo e ajuda a
promover hábitos menos extravagantes.
Mas, como é altamente improvável que a mudança resulte na
correspondente redução dos preços nas gôndolas, os supermercados
acabam se dando bem, porque, numa canetada, eliminam um custo
e ganham uma nova fonte de receita, posando ainda de campeões da
ecologia.
Algo parecido vale para o poder público. Ele aparece na foto como
defensor do ambiente por ter promovido o acordo e pouca gente
lembra que sua lista de omissões nessa área é grande. O volume de
lixo reciclado ainda é risível e há pouquíssimas usinas de com
postagem, para citar apenas dois pecadilhos diretamente
relacionados a resíduos sólidos.
O consumidor leva prejuízo porque as sacolas escolhidas para
substituir o plástico são as de milho. Relativamente caras, custarão
R$ 0,19 cada uma. É questionável ainda a ideia de embalar comida
com comida. Tirar milho de galinhas e pipoqueiros para produzir
invólucros tende a inflacionar o setor de alimentos.
Em termos ambientais, as sacolas são um estorvo, mas nem de
longe o maior problema. Reduzir seu uso sem criar dificuldades
maiores é uma meta louvável. Cumpri-la implicará custos, que terão
de ser pagos pelos consumidores. O que irrita, no Brasil, é que
governantes e lobbies são rápidos para estender a conta ao cidadão,
mas muito lentos, para não dizer abúlicos, em fazer a sua parte.
(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 24 de janeiro de 2012)

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Assinale a palavra que, no texto, exerça papel adjetivo.
(palavras em negrito no texto)

a) dois
b) promovido
c) bem
d) pagos
e) estorvo

Comentários
Esta questão, assim como a anterior, trata da classe de palavras
adjetivo. É um tipo de questão sempre presente nas provas da FGV.
As alternativas apresentam opções de palavras para serem
examinadas de acordo com seu emprego no texto.
A banca pergunta qual a palavra que exerce papel adjetivo. Vamos
relembrar a teoria?
Adjetivo é a palavra variável que acompanha o substantivo para
precisar-lhe e modificar-lhe o significado. Ou seja, o adjetivo expressa
as qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Ele serve para:
• Caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas
pelos substantivos. Dessa forma, pode indicar qualidade
(ou defeito); modo de ser; aspecto, aparência, tipo; e
estado.
• Estabelecer com os substantivos uma relação de tempo,
de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.
Agora, vamos analisar as palavras constantes das alternativas.
Alternativa a: dois é um numeral que acompanha o substantivo
pecadilhos. Portanto, é um numeral adjetivo. Observe a palavra
pecadilho: ela está flexionada no grau diminutivo, conforme vimos na
parte teórica, lembram-se?
Alternativa b: promovido é verbo, indica uma ação, mas não se
preocupe com isso agora, veremos o tema, de maneira aprofundada,
na Aula 05.
Alternativa c: bem é advérbio de modo, pois modifica o sentido do
verbo dar.

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Alternativa d: pagos é verbo, indica uma ação, mas não se preocupe
com isso agora, veremos o tema, de maneira aprofundada, na Aula
05.
Alternativa e: estorvo é um substantivo. Observe a existência do
artigo um antes dele.
GABARITO: A

Questão 07 – (FGV) Técnico Legislativo – Administração –


Senado Federal/2012

Deve-se ter muito cuidado ao redigir qualquer enunciado com a


palavra “logo”, pois uma falha de pontuação ou em sua colocação na
frase pode levar a substancial alteração de sentido.

Alterando-se a fala do segundo quadrinho, assinale a


alternativa em que a palavra "logo" apresente sentido
unicamente temporal.

a) Alguém colocará, logo, essa minhoca aí


b) Alguém logo colocará essa minhoca aí
c) Alguém colocará logo essa minhoca aí
d) Alguém colocará essa minhoca logo aí
e) Alguém, logo, colocará essa minhoca aí

Comentários
Esta questão trata do emprego semântico da palavra logo. O
enunciado questiona qual sentença, entre as apresentadas nas
alternativas, empregou a palavra logo em sentido unicamente
temporal.

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Para resolver esta questão, temos que examinar o contexto e
identificar a carga semântica da palavra logo em todas as
alternativas.
Note que a palavra logo pode possuir vários sentidos, além do
temporal (como conjunção coordenativa conclusiva, por exemplo).
Vamos analisar as alternativas?
Alternativa a: Alguém colocará, logo, essa minhoca aí. Nesta
sentença, logo denota conclusão (é uma conjunção coordenativa
conclusiva). Perceba o uso de vírgulas para isolar a palavra logo.
Também observe que a conjunção logo pode ser substituída pela
conjunção portanto, pois ambas introduzem o mesmo valor
semântico. Substituições assim facilitam a resolução de questões
deste tipo.
Alternativa b: Alguém logo colocará essa minhoca aí. Observe que o
único sentido expresso por logo é o temporal (é um advérbio).
Perceba o vínculo da palavra logo com o verbo colocar.
Alternativa c: Alguém colocará logo essa minhoca aí. Aqui, logo pode
expressar tanto tempo quanto fazer uma diferenciação a respeito de
qual minhoca será colocada (para compreender, substitua por
justamente essa minhoca).
Alternativa d: Alguém colocará essa minhoca logo aí. Veja que, nesta
sentença, logo tem sentido de lugar (advérbio). Para entender,
subsitua por bem aí. Perceba o vínculo da palavra logo com o
advérbio aí.
Alternativa e: Alguém, logo, colocará essa minhoca aí. Mesmo
comentário feito para a alternativa a.

Assim, concluímos que a resposta é a alternativa b.


GABARITO: B

Questão 08 – (FGV) Administrador de Banco de Dados -


MEC/2008
(Adaptada)
“Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao
ajustamento de todas as sociedades...”

No trecho acima, há:


a) quatro adjetivos
b) três adjetivos

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c) dois adjetivos
d) um adjetivo
e) nenhum adjetivo

Comentários
Esta questão aborda o tema adjetivos. O enunciado apresenta uma
sentença e questiona qual a quantidade de adjetivos constante dela.
Para resolver questões como esta, temos que examinar o
fragmento e identificar as palavras apresentadas. Desse modo,
verificamos quais os termos correspondem ao solicitado.
Vamos fazer uma revisão da parte teórica?
Adjetivo é a palavra variável que acompanha o substantivo para
precisar-lhe e modificar-lhe o significado. Ou seja, o adjetivo expressa
as qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Ele serve para:
• Caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas
pelos substantivos. Dessa forma, pode indicar qualidade
(ou defeito); modo de ser; aspecto, aparência, tipo; e
estado.
• Estabelecer com os substantivos uma relação de tempo,
de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.

Vamos examinar o trecho do comando?


Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao
ajustamento de todas as sociedades...

Em primeiro lugar, procuramos os substantivos existentes no


fragmento para, em segundo lugar, verificarmos se eles estão sendo
modificados, qualificados, etc. Dessa forma, encontramos os
seguintes substantivos: construção, alternativa, lógica, ajustamento
e sociedades.
Notamos que somente o substantivo lógica é acompanhado por
termo que o qualifica (adjetivo) – dominante.
GABARITO: D

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Questão 09 – (FGV) Investigador da Polícia Civil – SSP-


RJ/2008
(Adaptada)
“Ora, as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a
integração dos estrangeiros às sociedades, associada a uma enfática
cooperação internacional, a fim de extrair da miséria e da
desesperança a larga franja demográfica em que nascerá o futuro ser
humano a expulsar.”

No trecho acima, há:


a) 7 artigos definidos e 3 ocorrências da preposição a
b) 8 artigos definidos e 4 ocorrências da preposição a
c) 9 artigos definidos e 4 ocorrências da preposição a
d) 9 artigos definidos e 3 ocorrências da preposição a
e) 8 artigos definidos e 2 ocorrências da preposição a

Comentários
Esta questão aborda duas classes de palavras: artigo e preposição.
O enunciado apresenta um trecho de texto e questiona qual a
quantidade de artigo definido e de preposição constante dele.
Para resolver questões como esta, temos que analisar o trecho e
identificar os vocábulos apresentados. Dessa maneira,
verificamos quais os termos correspondem ao solicitado.
Vamos fazer uma revisão da parte teórica?
Artigo é a palavra variável que vem antes do substantivo e serve, de
uma forma geral, para determinar (ou indeterminar), particularizar
(ou generalizar) esse substantivo. Observe que, às vezes, é pelo
artigo que conseguimos saber o gênero e o número do substantivo. O
artigo sempre concorda em gênero e número com o substantivo a que
se refere.
Os artigos definidos (o, a, os, as) determinam o substantivo de
modo preciso, particular.
Preposição é a palavra invariável que serve de conexão entre duas
outras ou entre orações, de forma a subordiná-las. Observe que a
primeira palavra (antecedente) fica modificada ou completada pela
segunda (consequente).
Vamos marcar os artigos definidos no trecho do comando?
Ora, as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a
integração dos estrangeiros às sociedades, associada a uma enfática
cooperação internacional, a fim de extrair da miséria e da

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desesperança a larga franja demográfica em que nascerá o futuro
ser humano a expulsar.
Observe que existem algumas contrações dos artigos a e os com a
preposição de (da, dos) e do artigo as com a preposição a (às).
Em seguida, vamos colocar em negrito as preposições.
Ora, as mazelas da imigração só podem ser resolvidas com a
integração dos estrangeiros às sociedades, associada a uma enfática
cooperação internacional, a fim de extrair da miséria e da
desesperança a larga franja demográfica em que nascerá o futuro ser
humano a expulsar.
Assim, encontramos nove artigos definidos e quatro
preposições.
GABARITO: C

Questão 10 – (FCC) Técnico Judiciário – Área Administrativa –


TRT-2ª Região (SP)/2014

Ainda que já tivesse uma carreira solo de sucesso [...], sentiu que
era a hora de formar seu próprio grupo.

Outra redação para a frase acima, iniciada por "Já tinha uma
carreira..." e fiel ao sentido original, deve gerar o seguinte
elo entre as orações:

a) de maneira que
b) por isso
c) mas
d) embora
e) desde que

Comentários
Esta questão trata de conjunções e seu devido emprego
semântico. O enunciado apresenta a expressão ainda que e
questiona qual conjunção, entre as apresentadas nas alternativas,
pode substituí-la de maneira correta.
Para resolver questões como esta, temos que examinar o contexto
e identificar a carga semântica das palavras apresentadas.
Desse modo, verificamos qual conjunção constante das alternativas

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pode substituir a locução conjuntiva marcada no fragmento em
análise.
Vamos fazer uma revisão?
Conjunção é a palavra invariável que relaciona orações ou termos
semelhantes de uma mesma oração. A conjunção pode conectar
termos e orações sintaticamente equivalentes (orações coordenadas)
ou conectar uma oração principal a uma oração que lhe é
subordinada. Dessa forma, as conjunções podem ser coordenativas
ou subordinativas.
A conjunção ainda que indica uma relação de concessão, não é
mesmo? Perceba que a oração introduzida por ainda que expressa um
fato contrário à ação principal, porém insuficiente para anulá-la.
A questão propõe que o fragmento seja reescrito, de forma a mudar o
verbo tivesse por tinha. Essa troca ocasiona alteração no emprego da
conjunção (do elo entre as orações).
Temos que verificar, entre as alternativas, qual a conjunção correta
para se colocar no novo trecho:
Já tinha uma carreira solo de sucesso [...], ________ sentiu que era a hora
de formar seu próprio grupo.
Perceba que as duas orações acima expõem ideias
contrastantes. Temos, então, que achar uma conjunção
coordenativa adversativa para ser encaixada, certo?
Vamos analisar, agora, as alternativas:
Alternativa a: de maneira que denota circunstância de consequência.
Alternativa b: por isso apresenta uma ideia de conclusão.
Alternativa c: mas é uma conjunção coordenativa adversativa, ou
seja, liga elementos contrastantes.
Alternativa d: embora é uma conjunção subordinativa concessiva:
expressa um fato contrário à ação principal, porém insuficiente para
anulá-la. Note que embora poderia substituir ainda que, sem outras
alterações no fragmento, se a questão perguntasse apenas isso.
Alternativa e: desde que é uma conjunção subordinativa condicional:
conecta uma oração à outra por meio de uma relação de condição,
hipótese ou suposição.
Assim, concluímos que a resposta é a alternativa c.
GABARITO: C

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Questão 11 – (FGV) Analista Judiciário - Enfermagem – TJ-


AM/2013
(Adaptada)

Volta à polêmica sobre patente de remédios


Patentes de medicamentos geralmente são reconhecidas pelo prazo
de dez anos, de acordo com regras internacionais aceitas por muitos
países. Esse prazo inclui a fase final de desenvolvimento dos
medicamentos, chamada pipeline no jargão técnico. Muitas vezes,
esse período até o lançamento comercial do produto pode levar até
quatro anos, de modo que em vários casos o laboratório terá
efetivamente cerca de seis anos de proteção exclusiva para obter no
mercado o retorno do investimento feito.
A partir da perda de validade da patente, o medicamento estará
sujeito à concorrência de produtos similares e genéricos que
contenham princípios ativos encontrados no original. Por não
embutirem os custos de pesquisa e desenvolvimento do produto
original, os genéricos e similares podem ser lançados a preços mais
baixos do que os dos medicamentos de marca, que, no período de
proteção exclusiva, tiveram a oportunidade de conquistar a confiança
do consumidor e dos médicos que os prescrevem para seus
pacientes.
A pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente
eficazes envolve somas elevadíssimas. Daí que geralmente as
empresas que estão no topo da indústria farmacêutica são grandes
grupos internacionais, ficando os laboratórios regionais mais voltados
para a produção de genéricos e similares.
A necessidade de se remunerar o investimento realizado faz com
que, não raramente, os remédios sejam caros em relação à renda da
maioria das pessoas, e isso provoca conflitos de toda ordem, em
especial nos países menos desenvolvidos, onde se encontram
também as maiores parcelas da população que sofrem de doenças
endêmicas, causadas por falta de saneamento básico, habitação
insalubre, deficiências na alimentação etc. Muitas vezes para reduzir
o custo da distribuição de medicamentos nas redes públicas os
governos investem em laboratórios estatais, que se financiam com
subsídios e verbas oficiais, diferentemente de empresas, que
precisam do lucro para se manterem no mercado. Esse conflito chega
em alguns momentos ao ponto de quebra de patente por parte dos
países que se sentem prejudicados. O Brasil mesmo já recorreu a
essa decisão extrema em relação ao coquetel de remédios para
tratamento dos pacientes portadores do vírus HIV e dos que sofrem

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com a AIDS, chegando depois a um entendimento com os
laboratórios.
O tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte
Superior da Índia não reconheceu como inovação um medicamento
para tratamento do câncer que o laboratório suíço Novartis considera
evolução do seu remédio original, Glivec. A patente foi reconhecida
nos Estados Unidos e em outros 39 países, o que provocou a
polêmica. O Brasil hoje é cauteloso nessa questão. Optou por uma
atitude mais pragmática, que tem dado bons resultados e permitido,
inclusive, o desenvolvimento de novos medicamentos no país. A
quebra de patente não pode ser banalizada.
(O Globo, 07/04/2013.)

Nas alternativas a seguir, os vocábulos ou expressões em


negrito nas duas ocorrências apresentam o mesmo valor
semântico, à exceção de uma. Assinale-a.

a)“o laboratório terá efetivamente cerca de seis anos de proteção


exclusiva para obter no mercado o retorno do investimento feito”. /
“A pesquisa para obtenção de novos medicamentos
comprovadamente eficazes envolve somas elevadíssimas”.
b)“os genéricos e similares podem ser lançados a preços mais
baixos do que os dos medicamentos de marca” / “Optou por uma
atitude mais pragmática, que tem dado bons resultados”.
c)“Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do
produto” / “o lançamento comercial do produto pode levar até quatro
anos”
d)“...para tratamento dos pacientes portadores do vírus HIV e dos
que sofrem com a AIDS” / “...chegando depois a um
entendimento com os laboratórios”.
e)“chegando depois a um entendimento com os laboratórios” / “O
tema da quebra de patente voltou à tona depois que a Corte
Superior da Índia não reconheceu como inovação um medicamento
para tratamento do câncer”.

Comentários
Esta questão se refere ao emprego semântico de vocábulos e
expressões. O enunciado apresenta cinco alternativas e solicita que
o candidato marque aquela em que as palavras em negrito possuem
o mesmo valor semântico.
Para resolver questões como esta, temos que examinar o contexto
e identificar a carga semântica das palavras solicitadas.

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Vamos ver as alternativas?
Alternativa a.
“o laboratório terá efetivamente cerca de seis anos de proteção
exclusiva para obter no mercado o retorno do investimento feito”. / “A
pesquisa para obtenção de novos medicamentos comprovadamente
eficazes envolve somas elevadíssimas”.
Nesta alternativa, temos que analisar a palavra para. Na primeira
sentença, observa-se que para introduz uma ideia de finalidade. Por
sua vez, a segunda ocorrência da palavra para também indica
finalidade.
Alternativa b.
“os genéricos e similares podem ser lançados a preços mais baixos do que
os dos medicamentos de marca” / “Optou por uma atitude mais
pragmática, que tem dado bons resultados”.
Nesta alternativa, vamos examinar a palavra mais. Na primeira
sentença, percebe-se que mais apresenta uma ideia de intensidade.
Por sua vez, a segunda ocorrência da palavra mais possui o mesmo
sentido.
Alternativa c.
“Muitas vezes, esse período até o lançamento comercial do produto” / “o
lançam to comercial do produto pode levar até quatro anos”
Nesta alternativa, veremos a palavra até. Na primeira sentença,
notamos que até indica uma ideia de tempo. Por sua vez, a segunda
ocorrência da palavra até também expressa sentido de tempo.
Alternativa d.
“... para tratamento dos pacientes portadores do vírus HIV e dos que
sofrem com a AIDS” / “...chegando depois a um
entendimento com os laboratórios “
Nesta alternativa, temos que analisar a palavra com. Na primeira
sentença, observa-se que com introduz uma ideia de causa. Por sua
vez, a segunda ocorrência da palavra com possui um sentido de
união.
Alternativa e.
“chegando depois a um entendimento com os laboratórios” / “O tema da
quebra de patente voltou à tona depois que a Corte Superior da Índia não
reconheceu como inovação um medicamento para tratamento do câncer”.
Nesta alternativa, veremos a palavra depois. Na primeira sentença,
notamos que depois indica uma ideia de tempo. Por sua vez, a
segunda ocorrência da palavra depois também expressa sentido de
tempo.
Concluímos, portanto, que a resposta da questão é a alternativa d.

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GABARITO: D

Questão 12 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2009
(Adaptada)

Estamos entrando no terço final de 2009 com uma visão mais clara
sobre os fatores que levaram à crise financeira que nos atingiu a
partir do colapso do banco Lehman Brothers. Um dos pontos centrais
na sua construção foi, certamente, a questão da regulação e controle
das instituições financeiras. Mesmo não sendo a origem propriamente
dita da crise, a regulação falha permitiu que os elementos de
fragilidade no sistema assumissem enormes proporções. Depois de
termos vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da
racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje há novamente
o reconhecimento das fragilidades e dos riscos sistêmicos associados
a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009.)

Julgue o item abaixo.


O termo “falha” (palavra em negrito no texto) funciona como um
adjetivo que caracteriza o substantivo “regulação”.

Comentários
Esta questão se refere ao emprego de adjetivos. O enunciado
apresenta um termo (falha) e pergunta se ele funciona como adjetivo
que caracteriza o substantivo regulação.
Vamos rever a teoria?
Adjetivo é a palavra variável que acompanha o substantivo para
precisar-lhe e modificar-lhe o significado. Ou seja, o adjetivo expressa
as qualidades, defeitos ou características de um substantivo.
Ele serve para:
• Caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas
pelos substantivos. Dessa forma, pode indicar qualidade
(ou defeito); modo de ser; aspecto, aparência, tipo; e
estado.
• Estabelecer com os substantivos uma relação de tempo,
de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de
procedência, etc.

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Visto isso, vamos examinar a palavra constante do enunciado de
acordo com sua colocação no texto. Para tanto, transcreve-se o
trecho:
“Mesmo não sendo a origem propriamente dita da crise, a regulação falha
permitiu que os elementos de fragilidade no sistema assumissem enormes
proporções.”
Percebe-se que a palavra falha acompanha o substantivo regulação e
o caracteriza, além de com este concordar em gênero e número.
Perceba que falha é sinônimo de deficiente. Dessa forma, podemos
afirmar que o termo falha é um adjetivo.
GABARITO: CERTA

Questão 13 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2009
(Adaptada)

A queda das exportações brasileiras se deveu basicamente a dois


fatores: queda na demanda externa de commodities e, mais ainda, na
de produtos manufaturados, situação que foi agravada pela
evolução da taxa cambial, pois a valorização do real ante o dólar
encareceu os bens brasileiros para os estrangeiros.
Parece difícil que neste final do ano haja mudança de situação, pois os
países industrializados mostram uma recuperação muito limitada —
especialmente os europeus —, enquanto as perspectivas para os da
América Latina continuam difíceis. Poderá haver, talvez, apenas uma
ligeira melhora na exportação de commodities. Não se pode esperar
nenhuma revolução na política cambial.
No caso das importações, ao contrário, a situação pode mudar
significativamente até o final do ano, quando a demanda doméstica
aumenta e estimula a indústria a produzir mais.
(Editorial, O Estado de S. Paulo, 2/9/2009.)

Em relação ao texto, assinale a opção correta.

a) Subentende-se no trecho “na de produtos manufaturados”


(expressão em negrito no texto) a elipse da palavra “queda” após
“na”.
b) O termo “pois” (palavra em negrito no texto) estabelece no
período uma relação de consequência.

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c) O termo “quando” (palavra em negrito no texto) estabelece no
período uma relação de condição.
d) Mantêm-se as informações originais ao se substituir a expressão
“ante o” (expressão em negrito no texto) por qualquer uma das
seguintes: em relação ao, diante do, frente ao.

Comentários
Para resolver esta questão, vamos analisar as alternativas,
examinar o contexto e identificar a carga semântica das
palavras e expressões solicitadas.

Alternativa a.
Nesta alternativa, temos que nos lembrar da Aula 01, certo? Vocês
se lembram de que a elipse é a substituição por zero? Assim, a
palavra existiria no local, mas suprime-se o termo para evitar sua
repetição desnecessária.
Ao relermos o trecho do texto, percebemos que o termo retirado foi a
palavra demanda - não a palavra queda, como propõe a alternativa.
Alternativa b.
Nesta alternativa, o vocábulo pois indica uma ideia de explicação ao
que foi antes afirmado. Dessa forma, pois é uma conjunção
coordenativa explicativa.
Alternativa c.
Nesta alternativa, a conjunção subordinativa quando expressa
sentido de tempo.
Alternativa d.
Nesta alternativa, sugiro que você faça a substituição mental das
expressões propostas. Assim, facilita-se a identificação semântica de
cada termo em relação ao contexto. Com isso, é possível concluir que
qualquer expressão constante da alternativa pode substituir a
expressão ante o sem alterar o sentido original. Esta é a resposta da
questão.
GABARITO: E

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Questão 14 – (ESAF) Auditor Fiscal da Receita Federal –


Receita Federal/2009
(Adaptada)

O número de brasileiros com acesso à internet em sua residência vem


crescendo em ritmo cada vez mais veloz. No início do ano passado, o
Brasil tinha 14 milhões de usuários residenciais da rede mundial de
computadores. Em fevereiro de 2008, os internautas residenciais do
País somavam 22 milhões de pessoas – mais 8 milhões, ou 57%.
Esses números tornam a internet o segundo meio de comunicação
mais abrangente do Brasil, atrás apenas da televisão. Chegou-se a
dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas classes A e
B. Mas uma pesquisa mostra que as classes C e D utilizam
amplamente a internet.
No ano passado, os brasileiros compraram mais computadores (10,5
milhões de unidades) do que televisores. As vendas continuam a
crescer em 2008, o que justifica previsões de que, no fi m do ano,
haverá 45 milhões de internautas no País.
(Texto de O Estado de S. Paulo, 9/4/2008.)

Julgue o item abaixo.


O termo “Mas” (palavra em negrito no texto) insere no texto uma
relação de comparação.
Comentários
Esta questão trata de conjunções e seu devido emprego
semântico. O enunciado apresenta a conjunção mas e questiona o
seu emprego semântico, ou seja, se ela indica, no texto, uma relação
de comparação.
Para resolver esta questão, temos que examinar o contexto e
identificar a carga semântica da conjunção mas. Vamos fazer
uma revisão?
Conjunção é a palavra invariável que relaciona orações ou termos
semelhantes de uma mesma oração. A conjunção pode conectar
termos e orações sintaticamente equivalentes (orações coordenadas)
ou conectar uma oração principal a uma oração que lhe é
subordinada. Dessa forma, as conjunções podem ser coordenativas
ou subordinativas.
Aprendemos que uma mesma conjunção pode indicar ideias
semânticas diferentes, e, por isso, é muito importante que a
analisemos de acordo com o contexto.
Vamos reler o trecho?

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Chegou-se a dizer que esse é um meio elitizado, utilizado apenas pelas
classes A e B. Mas uma pesquisa mostra que as classes C e D utilizam
amplamente a internet.
Ao examinarmos o trecho acima, notamos que a relação estabelecida
pelo termo mas é de adversidade, ou seja, de oposição. Portanto,
mas é uma conjunção coordenativa adversativa.
GABARITO: ERRADA

Questão 15 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho – MTE/2010


(Adaptada)
Texto para as questões 15 e 16.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet,


ao anunciar que a taxa básica do BCE não seria mudada, alertou os
governos da União Europeia sobre o déficit crescente das contas
públicas, um perigo para a economia, pois enfraquece o crescimento
na zona do euro. A advertência vale para o Brasil, embora as causas
do nosso déficit sejam diferentes das da União Europeia.
A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas
as economias, no quadro da globalização, ao contrário da de 1929,
levou os governos a optarem pela intervenção pública para salvar o
sistema bancário e para dar um impulso à economia. Isso se
traduziu como forte pressão sobre as finanças públicas, que estão
acusando déficits muito elevados.
(O Estado de S. Paulo, 16/01/2010.)

Julgue o seguinte item.

Mantêm-se as informações originais ao se substituir “embora”


(palavra em negrito no texto) por qualquer um dos seguintes
termos: conquanto, se bem que, apesar de que, contanto que,
consoante.

Comentários
Esta questão trata de conjunções e seu devido emprego
semântico. O enunciado apresenta a conjunção embora e questiona
se ela pode ser substituída por outros termos.
Para resolver esta questão, temos que examinar o contexto e
identificar a carga semântica de cada vocábulo constante do
enunciado. Vamos rever?

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Conjunção é a palavra invariável que relaciona orações ou termos
semelhantes de uma mesma oração. A conjunção pode conectar
termos e orações sintaticamente equivalentes (orações coordenadas)
ou conectar uma oração principal a uma oração que lhe é
subordinada. Dessa forma, as conjunções podem ser coordenativas
ou subordinativas.
Estudamos que uma mesma conjunção pode indicar ideias
semânticas diferentes, e, por isso, é muito importante que a
analisemos de acordo com o contexto.
A conjunção embora expressa uma relação de concessão, não é
mesmo? Temos, assim, uma conjunção subordinativa concessiva.
Perceba que, se alterarmos embora por conquanto, se bem que ou
apesar de que, o sentido se mantém.
Por sua vez, em relação à contanto que e consoante, essa
manutenção de sentido não ocorre. Contanto que indica uma relação
de condição e consoante introduz um valor de conformidade.
GABARITO: ERRADA

Questão 16 – (ESAF) Auditor Fiscal do Trabalho – MTE/2010


(Adaptada)

Julgue o seguinte item.

A preposição para em “para depois atingir” tem a mesma função


significativa que nas ocorrências “para salvar o sistema bancário” e
“para dar um impulso” (expressões em negrito no texto).

Comentários
Esta questão trata da classe de palavra preposição. O enunciado
apresenta três sentenças e questiona se a preposição para tem a
mesma função semântica em todas elas.
Vamos relembrar a definição de preposição?
Preposição é a palavra invariável que serve de conexão entre duas
outras ou entre orações, de forma a subordiná-las. Observe que a
primeira palavra (antecedente) fica modificada ou completada pela
segunda (consequente).
Agora, vamos examinar as três ocorrências da palavra para.

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“A crise que se iniciou em 2008 nos EUA para depois atingir todas as
economias (...)”. Neste trecho, a preposição para introduz ideia de
movimento, ou seja, com o objetivo de se alcançar um limite.
“(...) levou os governos a optarem pela intervenção pública para salvar o
sistema bancário e para dar um impulso à economia.” Neste trecho,
as duas ocorrências da preposição para denotam ideia de finalidade.
Dessa forma, a função semântica da primeira ocorrência da
preposição para é diferente das outras duas.
GABARITO: ERRADA

Questão 17 – (ESAF) Especialista em Políticas Públicas e


Gestão Governamental – MPOG/2009
(Adaptada)

A pior fase da crise foi superada, a reação começou e a produção


brasileira deve crescer neste ano 0,8%, segundo a nova projeção do
Banco Central (BC), contida no Relatório de Inflação, uma ampla
análise trimestral da economia nacional e do cenário externo. A
estimativa é mais animadora que a dos especialistas do setor
privado. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê uma
contração de 0,4%. No setor financeiro, a bola de cristal dos
economistas indicava, no começo da semana, um PIB 0,57% menor
que o de 2008. Seria um exagero, no entanto, qualificar como
otimista a avaliação dos técnicos do BC. A recuperação, segundo
eles, dependerá principalmente do consumo e o resultado poderá ser
inferior ao previsto, se as condições de emprego piorarem e os
incentivos fiscais forem revertidos. Além disso, o investimento
privado continua baixo e deve recuperar-se lentamente, porque
ainda há muita capacidade ociosa nas empresas. Quanto às
exportações, continuarão afetadas pela retração da economia
internacional e não se pode esperar do setor externo nenhuma
contribuição ao crescimento da atividade industrial.
(O Estado de S. Paulo. Editorial, 29/06/2009.)

Julgue a afirmativa abaixo.

O termo “porque” (em negrito no texto) confere ao período em que


ocorre a ideia de conclusão, justificando as razões para a superação
da pior fase da crise.

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Comentários
Esta questão trata de conjunções e seu devido emprego
semântico. O enunciado apresenta a conjunção porque e questiona
se ela transmite ideia de conclusão.
Para resolver esta questão, temos que examinar o contexto e
identificar a carga semântica do vocábulo constante do
enunciado (porque). Vamos rever?
Conjunção é a palavra invariável que relaciona orações ou termos
semelhantes de uma mesma oração. A conjunção pode conectar
termos e orações sintaticamente equivalentes (orações coordenadas)
ou conectar uma oração principal a uma oração que lhe é
subordinada. Dessa forma, as conjunções podem ser coordenativas
ou subordinativas.
Estudamos que uma mesma conjunção pode indicar ideias
semânticas diferentes, e, por isso, é muito importante que a
analisemos de acordo com o contexto.
A conjunção porque indica uma relação de explicação, não é
mesmo? Temos, assim, uma conjunção coordenativa explicativa.
Perceba que, se substituirmos porque por pois, o sentido se mantém.
Dessa maneira, o termo porque confere ao período uma ideia de
explicação e não de conclusão.
GABARITO: ERRADA

Questão 18 – (ESAF) Analista Técnico – SUSEP/2010


(Adaptada)

O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado


desde o início da década como a grande solução energética para o
mundo, para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e
reduzir a emissão de poluentes, o etanol ainda não conquistou os
fabricantes de veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta
uma padronização internacional para transformar-lhe em uma
commodity facilmente comercializável nos diferentes mercados e
ainda persistem barreiras protecionistas em muitos países. Nos EUA,
por exemplo, há uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão.
Para entrar na União Europeia, o etanol brasileiro paga 19 centavos
de euro por litro.
É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na
União Europeia, o potencial é menor, pois lá o programa energético
prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo
total em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar —

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Unica indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros
de etanol por ano (outra parte seria atendida por biodiesel).
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações.)

Julgue a afirmativa abaixo.

A expressão desde o (em negrito no texto) foi empregada no texto


de acordo com a norma gramatical.

Comentários
Esta questão se refere a duas classes de palavras: artigo e
preposição. O enunciado apresenta expressão (desde o) formada
por preposição + artigo e questiona se ela foi empregada de forma
correta.
Vamos relembrar?
Preposição é a palavra invariável que serve de conexão entre duas
outras ou entre orações, de forma a subordiná-las. Observe que a
primeira palavra (antecedente) fica modificada ou completada pela
segunda (consequente).
Artigo é a palavra variável que vem antes do substantivo e serve, de
uma forma geral, para determinar (ou indeterminar), particularizar
(ou generalizar) esse substantivo. Observe que, às vezes, é pelo
artigo que conseguimos saber o gênero e o número do substantivo. O
artigo sempre concorda em gênero e número com o substantivo a que
se refere.
Os artigos definidos (o, a, os, as) determinam o substantivo de
modo preciso, particular.
Para resolver questões como esta, temos que analisar o contexto e
identificar a carga semântica dos vocábulos questionados.
Vamos analisar a sentença?
“Apresentado desde o início da década como a grande solução energética
para o mundo...”
Observe que o emprego da preposição desde e do artigo o está de
acordo com a norma. A preposição desde foi empregada com sua
carga semântica mais comum (indicar movimento de afastamento, no
tempo, de um ponto inicial). Por sua vez, o artigo o determina o
substantivo início de forma precisa e particular.
Chegamos, portanto, à conclusão de que a afirmativa está correta.
GABARITO: CERTA

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Questão 19 – (CESPE) Técnico Judiciário - Telecomunicações e


Eletricidade - STJ/2012

A um coronel que se queixava da vida de quartel, um jornalista


disse:
- E o senhor não sabe como é chato militar na pesquisa.
Sírio Possenti. Os humores da língua. São Paulo: Mercado de Letras, 1998, p. 86.

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do trecho


acima, julgue o item a seguir.

Na construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do


vocábulo “militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser
classificado ora como substantivo, ora como verbo.

Comentários
Esta questão trata do emprego de substantivos e verbos. Vamos
revisar?
Substantivo é a palavra que designa os seres em geral, coisas ou
ideias (pessoas, lugares, instituições, entidades, animais, plantas,
minerais, vegetais, gases, entes de natureza espiritual ou mitológica,
etc.).
Verbo é a palavra variável em pessoa, número, tempo, modo e voz
que indica um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado,
fenômeno) representado no tempo. Quando procuramos um verbo no
dicionário, nós o encontramos no modo infinitivo (andar, comer, fazer,
sorrir, ser, dormir), que significa o “nome do verbo”, ou seja, sua
denominação.
De fato, a palavra militar pode se encaixar em ambas as classes de
palavra acima explicadas.
Como substantivo, militar significa aquele que integra uma das
Forças Armadas. Como verbo, militar significa atuar (trabalhar) em
um partido, em uma organização ou a favor de alguma causa.
No trecho em análise, temos que verificar se o emprego da palavra
militar causou ambiguidade, por causa desse “duplo sentido” da
palavra.
Se analisarmos o contexto, verificamos que houve ambiguidade. Isso
porque podemos compreender que tanto o jornalista expressa
reclamação sobre uma intromissão das Forças Armadas na liberdade

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de imprensa (substantivo) quanto desabafo em relação às
dificuldades da atividade profissional (verbo).
GABARITO: CERTA

Questão 20 – (FCC) Analista Judiciário – TJ-RJ/2012

A despeito do sucesso, o ganha-pão do escritor seria obtido...


O elemento grifado acima pode ser corretamente substituído,
sem alteração do sentido original, por:
a) Em vista do
b) A partir do
c) Em razão do
e) Conquanto o
f) Em que pese o

Comentários
Esta questão aborda o emprego da locução prepositiva a despeito
de.
Vamos relembrar?
Preposição é a palavra invariável que serve de conexão entre duas
outras ou entre orações, de forma a subordiná-las. Observe que a
primeira palavra (antecedente) fica modificada ou completada pela
segunda (consequente).
Assim como as outras classes já estudadas, as preposições também
podem apresentar-se como locuções prepositivas. Observe que
essas locuções sempre terminam por uma preposição.
Também aprendemos que as preposições, isoladamente, são
palavras que não possuem sentido. Entretanto, ao serem colocadas
nas sentenças, passam a ter uma carga semântica.
Observe que a expressão a despeito de possui um valor semântico de
concessão. Para resolver a questão, temos que analisar as
alternativas e identificar qual contém a expressão responsável pela
correta substituição.
Vamos ver as alternativas?
Alternativa a.
Em vista de indica uma ideia de causa, tal como as seguintes: em
virtude de e por causa de.

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Alternativa b.
A partir do expressa sentido de tempo.
Alternativa c.
Em razão de indica uma ideia de causa, tal como as seguintes: em
virtude de, por causa de e em vista de.
Alternativa d.
Conquanto o é uma expressão inexistente na nossa língua. Não a
confunda com a conjunção conquanto (valor semântico de
concessão). Perceba que, na sentença constante do comando, não
podemos empregar conjunção, e sim preposição.
Alternativa e.
Em que pese o, tal como a despeito de, possui valor semântico de
concessão.
GABARITO: E

Prezado aluno,

Chegamos ao final da Aula 03. Espero que tenha assimilado a teoria


vista e aproveitado as questões para treinar.

Vamos continuar na luta! Sem desânimo, certo?

Qualquer dúvida, é só me procurar.

Um grande abraço e bons estudos!

Ludimila

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