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INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6
1. CONFIABILIDADE E QUALIDADE............................................................. 8
1.1. Aplicação da Confiabilidade ............................................................. 9
1.1.1. Tempo até a falha, f(t). ................................................................... 9
1.1.2. A função de confiabilidade, R(t). ................................................... 10
1.1.3. Função de risco, h(t). .................................................................... 10
1.1.4. Tempo Médio Entre Falhas (MTTF).............................................. 11
1.1.5. Função de vida residual média, L(t).............................................. 12
1.1.6. Relações entre funções ................................................................ 12
4. GARANTIA ................................................................................................ 25
4.1. Modelos de Garantia ....................................................................... 25
4.2. Produtos Não-Reparáveis ............................................................... 26
2
4.3. Produtos reparáveis ........................................................................ 26
Caro aluno,
Seja bem-vindo à Disciplina de Confiabilidade de Sistemas.
A pós-graduação representa mais um passo no processo de educação e
formação, tanto pessoal quanto profissional, que é contínuo. Isso significa dizer
que o acúmulo de conhecimento deve ser permanente e assim se tornando uma
grande responsabilidade.
Neste curso temos o objetivo de apresentar os conceitos básicos de
confiabilidade e qualidade, desenvolvendo também conceitos correlatos que
permitam a compreensão da análise de arvores de falha, a manutenção centrada
em confiabilidade, e no fim a manutenção produtiva total.
O conteúdo será apresentado em ordem lógica, iniciando em conceitos
básicos e avançando para conteúdos mais complexos.
Estarei aguardando-os durante nosso curso nos tutoriais para
esclarecimento de dúvidas e sugestões de pesquisa e complementos aos
estudos.
Até mais!
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INTRODUÇÃO
6
mesmo ocorre quando se extrapola os conceitos mencionados para os demais
itens que possam ser avaliados.
7
1. CONFIABILIDADE E QUALIDADE
8
Qualidade: características de um produto ou serviço que atendem as
necessidades de seus usuários;
Disponibilidade: a capacidade de um item de desempenhar sua função
por um período de tempo definido. A disponibilidade é dada pela equação:
MTTF
𝐴=
MTTF + MTTR
Onde: A é disponibilidade média da unidade; MTTF é o tempo médio entre
falhas (ou seja, o tempo médio de funcionamento da unidade) e
MTTR é o tempo médio até conclusão de reparos feitos na unidade.
Mantenabilidade: capacidade de manutenção de um item;
Segurança: condições que não ocasionam ferimentos ou doenças
ocupacionais às pessoas;
Confiança: de forma mais ampla que confiabilidade, está associada
também à mantenabilidade e suporte técnico de um item.
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Figura 1.1: representação gráfica da equação de tempo de falha. [1]
10
A taxa de falha média é a função de risco dividida pelo tempo decorrido. Caso
Δt→0, tem-se a taxa de falha instantânea:
𝑅(𝑡) − 𝑅(𝑡 + ∆𝑡) 𝑅(𝑡) 𝑓(𝑡)
ℎ(𝑡) = lim = − = ,𝑡 ≥ 0
∆𝑡→0 𝑅(𝑡)∆𝑡 𝑅(𝑡) 𝑅(𝑡)
Duas condições devem ser respeitadas para as funções de risco:
∞
∫0 ℎ(𝑡)𝑑𝑡 = +∞ 𝑒 ℎ(𝑡) ≥ 0 , para todo t≥0
Com o decorrer do tempo, a tendência natural é de o item envelhecer. O
gráfico da função de risco pode ser crescente (FRC), decrescente (FRD), ou
estacionário (FRE). Pode-se entender a função de risco estacionaria como
função das duas anteriores. Normalmente a função de risco de um item passa
por três etapas, inicialmente decrescente, depois estacionária e finalmente
crescente, conforme indica a figura abaixo:
O tempo médio entre falhas (do inglês: “mean time to failure” – MTTF) pode
ser definida como:
+∞
𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝑇(𝑡) = ∫ 𝑡𝑓(𝑡)𝑑𝑡
0
11
+∞
𝑀𝑇𝑇𝐹 = ∫ 𝑅(𝑡)𝑑𝑡
0
A tabela (tabela 2.1) proposta por Leemis (1995) apresenta as relações entre
as diferentes medidas de confiabilidade. Desta forma, a partir de uma medida de
confiabilidade, qualquer outra medida pode ser obtida.
12
2. DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE EM CONFIABILIDADE
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Como pode ser observado, a verossimilhança é função somente de θ,
portanto a relação de maior verossimilhança é dada por:
𝜕𝐿(𝜃)
=0
𝜕𝜃
É importante ressaltar que L(θ) e l(θ) = ln[L (θ)] apresentam seus máximos no
mesmo valor de θ.
O método de máxima verossimilhança pode ainda ser usado em casos onde
diversos parâmetros sejam desconhecidos. Nesses casos, a função de
verossimilhança torna-se uma função dos k parâmetros desconhecidos, e os
estimadores de máxima verossimilhança Ӫ1, ..., Ӫk, são encontrados
determinando k derivadas parciais, igualando-as a zero e resolvendo-as para os
parâmetros de interesse, seguindo basicamente o mesmo procedimento
apresentado para o caso de um parâmetro único de interesse.
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distribuídas; componentes sujeitos a cargas aleatórias que são modelados por
uma distribuição exponencial com parâmetro λ, segue uma distribuição de
Poisson com parâmetro λt. Outras propriedades são listadas por Leemis (1995),
identificando casos específicos.
Para os casos em que λ = 2, os gráficos de confiança são exemplificados
abaixo na figura 3.1:
Figura 2.2: Weibull para h(t) quando (a) γ = 0,5; (b) γ = 2,0; e (c) γ = 3,26. [1]
O parâmetro θ é a vida característica de uma unidade, portanto:
1
𝑅(𝛾) = = 3,3679 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝛾 > 0
𝑒
Todas as funções de Weibull convergem para o mesmo ponto (θ, e-1),
independentemente do valor de γ. Assim como no caso da distribuição
exponencial, Weibull também apresenta a propriedade da autorreprodução e
diversos modelos para casos específicos.
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Onde T segue uma distribuição gama. As medidas de confiabilidade para a
distribuição gama possuem, t≥0, γ>0 e λ>0:
𝜆
𝑓(𝑡) = (𝜆𝑡)𝑦−1 𝑒 −𝜆𝑡
𝛤(𝑦)
𝜆𝑡
1
𝑅(𝑡) = 1 − ∫ 𝑥 𝑦−1 (𝜆𝑡)−𝑥 𝑒 −𝑥 𝑑𝑥
𝛤(𝛾) 0
𝑓(𝑡)
ℎ(𝑡) =
𝑅(𝑡)
𝛾
𝑀𝑇𝑇𝐹 =
𝜆
Os formatos da densidade de distribuição de gama são bem parecidos com
os da distribuição de Weibull. Com γ<1, h(t) é decrescente; se γ=1, h(t) é
constante; e se γ>1, h(t) é crescente. Porém ao contrário de f(t), o formato de
h(t) varia bastante de Weibull para gama, para qualquer γ, lim ℎ(𝑡) = γ, logo
∆𝑡→∞
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Figura 2.3: Função de risco lognormal para μ= 1 e σ= 0,5. [1]
As medidas de confiabilidade ocorrem para t≥0, segundo as equações:
2
1 1 (𝑙𝑛𝑡 − 𝜇)
𝑓(𝑡) = 𝑒𝑥𝑝 {− [ ] }
√2𝜋𝜎𝑡 2 𝜎
(𝜇 − 𝑙𝑛𝑡)
𝑅(𝑡) = 𝛷
𝜎
(𝜇 − 𝑙𝑛𝑡)
[ ]
𝜎
𝜑
ℎ(𝑡) = 𝜎𝑡
(𝜇 − 𝑙𝑛𝑡)
𝛷 𝜎
𝜇+𝜃2
𝑀𝑇𝑇𝐹 = 𝑒 2
Onde, Φ(x) é o valor da função de distribuição da distribuição normal
padronizada avaliada em x, e φ(x) é o valor da função de densidade da
distribuição normal padronizada avaliada em x.
Conhecendo as diversas funções de distribuição, uma será selecionada para
a análise. Basicamente existem duas formas de mais comuns de verificação de
ajuste de dados a distribuições hipotetizadas. A primeira é gráfica, através da
comparação de histogramas de frequência e papéis de probabilidade existentes
na literatura com os levantados empiricamente. A segunda é analítica, através
de testes matemáticos de aderência às diferentes funções.
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Um conceito importante é o da hipótese nula, H0, isso é, os dados empíricos
seguem determinada distribuição hipotetizada.
Os testes mais utilizados são o qui-quadrado e o de Kolmogorov-Smirnov. O
teste qui-quadrado é utilizado comparando-se os quadrados das diferenças entre
as frequências esperadas e as observadas, se a soma não ultrapassar o valor
tabelado, rejeita-se a H0. O teste de Kolmogorov-Smirnov é realizado da mesma
maneira, mas utilizado as frequências acumuladas, sendo mais utilizado quando
se tem escassez de dados.
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3. TESTES ACELERADOS
Muitas vezes não é viável esperar a quebra de um item para avaliar a falha.
Desse modo muitas vezes são impostas condições pré-estipuladas que
aceleram falha. Produtos que apresentam alta confiabilidade, com grande tempo
de vida, não são passiveis de ensaio em condições normais, visto que a falha
pode demorar anos. Visando coletar dados de desempenho desse tipo de
produto, aplica-se testes com parâmetros conhecidos que gerem desgaste mais
rápido.
Conhecendo a relação entre o parâmetro escolhido para ensaio e a
velocidade que aumenta a falha do item, é possível estabelecer relações que
tornam possível extrapolar MTTF. A extrapolação sempre vai gerar uma
probabilidade e não, necessariamente, o número exato.
Uma série de relações entre testes, parâmetros e métodos estatísticos são
utilizados para estimar o tempo de vida do item. Normalmente se deseja
descobrir o tempo até a falha e obter dados de desempenho.
Mesmo em testes acelerados, muitas vezes não é possível esperar a falha em
todas as unidades, os dados não são completos, sendo chamados dados
censurados. Nesses casos, se conhece um limite do tempo até a falha, mesmo
não tendo seu valor.
Duas formas básicas são usadas para acelerar a falha. O aumento na
frequência de uso, que consiste em usar mais rápido, ou usar continuamente
um item. É importante garantir que outras variáveis interfiram no processo,
principalmente temperatura. Outra maneira de acelerar a falha, é o aumento no
estresse de trabalho, que consiste em utilizar o item em condição de que
reduza sua vida útil de forma conhecida, por exemplo aplicando maior
temperatura, abrasão, carga mecânica, voltagem, vibração dentre outros. Esses
testes são conhecidos por overestresse.
Para dados de testes acelerados a função utilizada será a f(t, θ), onde a
unidade é afetada pelo tempo e por um vetor de parâmetro da função densidade
θ. S é o vetor que caracteriza o estresse, mas não modifica a natureza da
distribuição de probabilidade de falha. A relação entre S e θ deve ser conhecida,
e valida na variação de S utilizada.
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Para aplicação do teste acelerado são escolhidos modelos de aceleração que
afetam de forma linear ou não o tempo de falha.
Figura 3.1: Esquema de níveis de estresse para teste acelerado com estresse
constante. [1]
Para obter falhas mais rapidamente e diminuir a duração dos testes, muitas
vezes o estresse é aumentado passo a passo até que a unidade falhe, como
na figura 4.2. Existem vários modelos matemáticos que descrevem quanto o
aumento na carga de estresse diminui a vida útil do item.
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Figura 3.2: Esquema do teste acelerado com estresse do tipo escada. [1]
Figura 3.3: Esquema do teste acelerado com estresse progressivo não linear. [1]
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determinado conforme o modelo físico adotado. Normalmente os modelos
adotados são de Arrhenius, de Eyring, da lei da potência combinada e o modelo
combinado. Os três primeiros apresentam um fator de estresse, já o último como
o próprio nome sugere, gera uma combinação de mais de um fator de
aceleração.
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Essa expressão é mais utilizada em forma linear, através de transformação
logarítmica modifica a expressão para o tipo y=Ax+B, de onde se estima as
constantes.
Pode-se ainda utilizar uma combinação de modelos de aceleração, nesse
caso são multiplicadas as funções de distribuição dos tempos até a falha. A
expressão também deve ser linearizada, porém serão nesse caso duas variáveis
independentes.
𝐶 −𝐸𝑎
𝐿𝑠 = 𝑒 𝑘𝑇
𝑉𝑠𝑛
São utilizados quando não se conhece ou não se pode medir a relação entre
a falha e o estresse aplicado. Muitas vezes uma combinação de esforços será
aplicada, como por exemplo tensão conjunta a temperatura e vibração.
As mesmas análises já conhecidas: exponencial, gama, Weibull e lognormal
se aplicam nesses casos. Um fator de estresse AF será adicionado aos cálculos
da confiabilidade da seguinte forma:
O tempo até falha em condições normais e de estresse é dada por:
𝑡0 = 𝐴𝐹 ∗ 𝑡𝑠
As funções de distribuição F(t):
𝑡
𝐹0 (𝑡) = 𝐹𝑠 ( )
𝐴𝐹
As funções de densidade de probabilidade f(t):
1 𝑡
𝑓0 (𝑡) = ( ) 𝑓𝑠 ( )
𝐴𝐹 𝐴𝐹
Finalmente, a relação entre as funções de risco h(t):
1 𝑡
ℎ0 (𝑡) = ( ) ℎ𝑠 ( )
𝐴𝐹 𝐴𝐹
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4. GARANTIA
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Conforme o acordo entre produtor e consumidor a garantia pode ser um misto
das anteriores, assim até determinado tempo vale um tipo de garantia (por
exemplo garantia por tempo ilimitada) e depois outro tipo (por exemplo pro rata),
de forma a balancear vantagens ao produtor e ao consumidor.
Alguns produtos não podem ser reparados. Assim existem dois grupos de
produtos, reparáveis e não reparáveis. Vários modelos existem para mensurar a
duração do tempo da garantia e o valor dessa garantia ao consumidor.
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produto reparado tem condição similar ao produto novo, sendo assim a taxa de
falha do produto reparado é significantemente menor que do produto no
momento da falha.
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5. DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS
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Figura 5.1: Funções de risco em equipamentos não reparáveis. [1]
No caso dos equipamentos reparáveis, a ocorrência de falhas é descrita pela
função de intensidade (λ(t)), análoga a função de risco (h(t)). Se λ(t) é elevado,
maior a probabilidade de falhas, caso λ(t) for decrescente, diz-se que o
equipamento apresentou melhora. Se λ(t) é crescente o equipamento
apresentou deterioração. A figura 6.2 descreve a função e intensidade, com
comportamento semelhante à função de risco. As diferentes variáveis são
representadas pelas falhas (*).
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Figura 5.2: Funções de intensidade para equipamentos reparáveis. [1]
Os processos estocásticos apresentados são processos de renovação.
Nesses processos o tempo de reparo pode ser considerado desprezível, onde
ele é muito menor que o tempo entre falhas. Esse é o processo de renovação
dito simples. Caso o tempo de reparo não seja desprezível o processo de
renovação é dito alternante.
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necessários. Enquanto que o comportamento até a falha, pode ser utilizado para
se determinar a influência do tempo de uso na degradação do item em estudo.
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6. ANÁLISE DE ÁRVORES DE FALHA (FTA)
Análise de arvores de falhas (do inglês “Failure Tree Analysis” – FTA) é uma
técnica sistemática de confiabilidade que, a partir de um evento de topo
indesejável, procura identificar quais as combinações de causas que possam
originar esse evento e, em seguida, analisar qual a probabilidade de que estes
eventos ocorram e, por fim, priorizar ações que visam bloqueá-las. A FTA,
portanto, trata-se de um método sistemático para análises de falhas.
A árvore de falha trata-se de um algoritmo montado em diagrama onde se
objetiva elucidar todos os eventos que podem levar a uma falha do sistema
global estudado. Essa falha é chamada de evento de topo e é entendido como
algo a ser evitado.
De certa maneira os engenheiros sempre analisam os produtos e processos
seguindo um raciocínio parecido com o FTA. É fácil de se imaginar que se algum
fator envolvido no processo irá provoca um desacordo com o ideal de
operabilidade, este será evitado ao máximo. Entretanto, estas formas de
raciocínio se consolidaram como técnica na década de 1960, quando foram
aplicadas com grande sucesso na indústria aeronáutica.
O desenho da árvore de falha é bem análogo ao de uma árvore genealógica.
Primeiro é identificado o evento de topo (falha de estudo), em seguida são
definidos quais são os responsáveis pelo evento estudado. Por sua vez, estes
responsáveis pode, ainda ser ocasionados por eventos secundários, terciários e
assim por diante. Assim ao se definir o evento de topo, basta identificar os
“antecessores” que levam a este.
Por fim a FTA trata-se de uma medida que se beneficia quando aplicada de
maneie preventiva, ou seja, antes da ocorrência do evento. Com a previsão de
possíveis causadores do evento, torna-se mais difícil que isto ocorra e o ajuste
de parâmetros também é mais rápido e fácil de ser realizado caso seja
necessário para possíveis adequações à mudança do sistema.
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complexos em representações gráficas compactas. A figura 7. 1 apresenta um
trecho de uma árvore. Nesta podem ser observadas os 3 fatores básicos de cada
trecho da árvore: Os eventos básicos; O operador lógico; E o evento
resultante.
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Figura 6.3: Principais operadores lógicos de utilizados em arvores de falhas. [1]
Note que com os eventos mostrados na figura 7.2 e, com os operadores
mostrados na figura 7.3, é possível se montar, virtualmente, qualquer sistema de
falhas de maneira prática e simples como o mostrado na figura 7.1. Porém,
normalmente a falha de um sistema não é associada apenas a algum fator, e
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sim a uma série de fatores que podem contribuir ou não entre sí para que a falha
do sistema ocorra. Estes sistemas mais complexos também podem ser
analisados por FTA.
A figura 7.4 mostra uma árvore de falha estudada onde se imagina a
ocorrência de danos por incêndio em uma central de comunicações (C.C.)
localizada no primeiro piso de um edifício, onde a central de gás se localiza no
subsolo, juntamente com a central elétrica.
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danos a central de comunicações pois uma única falha nesta etapa satisfaz o
operador lógico “OU” (associação em série).
Nesta etapa, o responsável pela FTA deve reunir documentos como normas
técnicas, históricos de reclamações de clientes e relatórios passados de
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manutenção e falhas devem ser reunidos de modo a se verificar a relevância real
de determinado fator. Essa etapa vem como complemento à etapa anterior.
𝐸: 𝑃(0) = ∏ 𝑃(𝐸1 )
𝑡=1
𝑛
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6.2.5. Formular ações corretivas e recomendações
Esta etapa é o resultado final da FTA. Uma vez priorizadas as causas básicas
de falhas com maior criticidade, medidas podem ser tomadas para evitar que a
falha ocorra.
As recomendações finais podem incluir revisão da planta de operações, nova
metodologia de trabalho, implementação de normas de correção ou realizações
de manutenção preditiva (quando esta é programada independentemente de
indicio de falha futura em curto período de tempo). Todas as recomendações são
ações corretivas que visam minimizar o eliminar, quando possível, as causas
básicas de falha.
Por fim, as recomendações finais de uma FTA devem ser seguidas, ou todo o
estudo torna-se inútil.
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7. MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE (MCC)
De acordo com Moubray (1997), existem sete questões básicas que devem
ser contempladas pelos programas de MCC:
Quais as funções e padrões de desempenho esperados para os
equipamentos fabris?
De que modo os equipamentos podem falhar em cumprir suas funções?
O que causa cada falha funcional?
O que acontece quando cada falha ocorre?
De que forma cada falha interessa?
O que pode ser feito para prevenir ou impedir cada falha?
O que deve ser feito quando não pode ser estabelecida uma atividade proativa
pertinente?
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É preciso deixar claro que estas sete questões são parte de um fluxograma
de etapas que se complementam. As respostas destas perguntas devem ser
montadas como se fossem uma única frase para a determinação de medidas de
prevenção e correção a falhas.
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os prejuízos financeiros, ambientais, humanos e materiais que poderão ocorrer
caso a falha aconteça e o que pode ser feito para reparar a falha.
7.1.6. O que pode ser feito para prevenir ou impedir cada falha.
7.1.7. O que deve ser feito quando não pode ser estabelecida uma atividade
proativa pertinente.
Finalmente, existem falhas com consequências graves que não podem ser
evitadas ou, ao menos, não possuem formas confiáveis de se serem evitadas.
Nesse caso, o redesenho da planta de operações pode ser adotado para visar a
máxima confiabilidade. O redesenho da planta, entretanto, pode ser muito
dispendioso e, normalmente, a equipe de MCC não possui a competência
completa necessária para tal e deve ser evitado, se possível. Entretanto, em
termos de MCC, o responsável chefe deve sempre buscar o máximo de
confiabilidade do sistema.
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1. Escolha da equipe;
2. Capacitação em MCC;
3. Estabelecimento dos critérios de confiabilidade;
4. Estabelecimento da base de dados;
5. Aplicação da Análise dos Modos e Efeitos de Falha e classificação dos
componentes;
6. Seleção das atividades de manutenção de prevenção pertinentes;
7. Documentação das atividades de manutenção de prevenção;
8. Estabelecimento de metas e indicadores;
9. Revisão do programa de MCC.
42
Figura 7.1:Diagrama de decisão referente ao tipo de atividade de manutenção
recomendado. [1]
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8. MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL (TPM)
Para a adoção da TPM, deve ocorrer uma mudança cultural recorrente que
busca sempre otimizar o rendimento geral dos equipamentos. Essa mudança
também deve estabelecer um sistema que previna qualquer tipo de perda, ou
seja, o objetivo é que nunca ocorram quebras, defeitos de qualidade e acidentes.
Para que essas mudanças ocorram, todos os departamentos de uma indústria,
engenharia, desenvolvimento, vendas recursos humanos e produção devem
interagir entre si de maneira integrada onde, por sua vez, todos os colaboradores
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devem se envolver na melhoria contínua da produtividade por meio de
treinamentos técnicos e filosóficos.
A TPM visa, portanto, uma perda nula, seja ela de qualquer natureza. Para
que isso ocorra, três ações básicas devem, frequentemente, ser adotadas e
revisadas caso alguma atividade apresente indícios de perda de eficiência com
o tempo:
Atividades de manutenção autônoma conduzidas pela produção;
Planejamento das atividades de manutenção, apoiado em procedimentos
padronizados próprios para cada equipamento, baseados em tempo de uso
ou degradação observada;
Prevenção de quebras já na fase de projeto dos equipamentos,
desenvolvendo soluções que facilitem ou eliminem necessidade de
manutenção;
8.2. Perdas
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Perdas por defeitos de qualidade e retrabalhos: produtos que saiam
defeituosos precisam ser retornados à linha de produção em etapas
anteriores ou descartados.
Perdas de rendimento: toda a vez que o processo é interrompido e
reiniciado, o rendimento cai.
É importante ressaltar que, não necessariamente, as perdas ocorrerão devido
a falhas isoladas. É fácil de imaginar que uma quebra de equipamento irá gerar
uma redução de rendimento ou que uma máquina defeituosa produzirá produtos
fora das especificações acarretando perdas de defeitos de qualidade e
retrabalhos.
Ainda, outros tipos de perdas podem ocorrer além das supracitadas em
condições específicas como o caso de dolo ao patrimônio da empresa por ação
de determinado colaborador. Este último caso consiste em violação de legislação
e deve ser tratado pelo departamento jurídico da empresa. Embora ações de
ressarcimento possam ser cabíveis pelo lado da empresa, podem acarretar
perdas incalculáveis ou irreparáveis para a empresa.
Essas são um grupo de ações proativas que tem por objetivo prevenir as
falhas e, consequentemente, as perdas. São bem eficazes quando executadas
de maneira correta e cada funcionário da equipe deve executar sua função
primária de maneira concisa para que tal ocorra.
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8.3. Rendimento operacional
A TPM utiliza três índices principais para avaliar o efeito das perdas:
Disponibilidade: é definido como o tempo de produção dividido pelo tempo
programado:
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
𝑫𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏𝒊𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑑𝑜
Taxa de velocidade: é definido como tempo ideal por unidade produzida
(tempo de ciclo teórico) pelo tempo de ciclo real (tempo de produção por
unidades produzidas (N)).
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜
( )
𝑁
Taxa de qualidade: é definido pela quantidade de unidades boas produzidas
dividido pelo total de unidades produzidas.
𝑈𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑏𝑜𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠
𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒒𝒖𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 =
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎𝑠
Pode ser observado que, em todos os três índices, o valor máximo é obitido
quando a condição ideal se repete, ou seja quando o tempo de produção é igual
ao programado a disponibilidade é 1 (100%); quando o tempo do ciclo real é
igual ao teórico a taxa de velocidade é 1 (100%); quando todas as unidades
produzidas são boas, a taxa de qualidade é 1 (100%).
Quando estes índices são todos máximos o rendimento é máximo. Em valores
intermediários, é comum de se avaliar outro índice, o chamado Índice de
Rendimento Operacional Global (IROG). O IROG será função direta da
multiplicação dos três índices:
𝑰𝑹𝑶𝑮 = 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑥 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑞𝑢𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
Da mesma maneira que a disponibilidade, a taxa de velocidade e a taxa de
qualidade, o IROG será máximo quando o valor será 1 (100%) e a eficiência será
máxima.
O uso destes três índices, juntamente como o IROG torna fácil determinar a
influência de cada tipo de falha no rendimento global das operações, pois é
possível simular quais dos efeitos de cada tipo de defeito ou perda diminuirá
mais (será mais crítico) ao IROG. Por fim, é determinado o melhor tipo de
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manutenção para que não ocorram falhas de acordo com o gral de influência no
IROG.
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é organizado e reorganizado quantas maneiras forem preciso afim de se obter
os máximos índices de eficiência. As manutenções são estudadas caso-a-caso
levando em consideração o impacto destas ações corretivas na produção e na
produtividade. Na estruturação da manutenção planejada devem ser levadas em
conta os seguintes aspectos:
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Estabelecer a equipe de trabalho responsável pelo equipamento,
envolvendo engenheiros, supervisores, operadores e técnicos de
manutenção;
Definir os dados que devem ser coletados e registrados, de forma a
permitir a avaliação do desempenho do equipamento e a realização de
eventuais esforços de melhoria.
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9. NORMAS BRASILEIRAS DE CONFIABILIDADE
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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