Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO: O artigo tem como objetivo analisar precipuamente a norma inserida no art. 6º
do Novo Código de Processo Civil e sua paridade com o princípio do contraditório,
visando dar efetividade à tutela jurisdicional pela Constituição Federal, sempre à luz das
garantias e dos direitos fundamentais.
INTRODUÇÃO
No âmbito do novo CPC, um dos atributos que mais se destaca e que se mostra
indispensável é o destaque dado aos princípios e garantias fundamentais do processo, sob
uma ótica interpretativa alinhada com os ditames da Constituição Federal. É nesse contexto
que está inserido o dever de cooperação. Segundo dispõe o artigo 6º do Novo Código de
Processo Civil: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha,
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Questiona-se: o que vem a ser
cooperação?
Logo, o dever de cooperação deve ser visto como algo muito mais objetivo do
que simplesmente como uma solução utópica para a celeridade e efetividade da justiça, em
que as partes caminham de mãos dadas para alcançar a solução final, o que se
mostra contraditório visto o espírito de guerra dos litigantes que impede uma
solidariedade no processo.
Tal definição significa dizer que o processo- o qual deve, sob pena de não
ser verdadeiro processo, se realizar em contraditório- exige que seus sujeitos
tomem conhecimento de todos os fatos que venham a ocorrer durante seu
curso, podendo ainda se manifestar sobre tais acontecimentos [...] se no
curso do processo alguma das partes juntar aos autos um documento
qualquer, é preciso intimar a parte adversa, para que esta, tomando
conhecimento da existência do documento, possa sobre ele se manifestar.
(2013, pg.59)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É interessante observar que o processo cooperativo não encontra um paralelo
exato no CPC de 1973, representando uma inovação processual, e é possível afirmar que o
mesmo decorre das premissas que emanam da Constituição Federal, que em seu preâmbulo
traz a fraternidade, a harmonia social e comprometida, bem como a solução pacífica dos
conflitos.
Sendo assim, essa postura cooperativa no âmbito do processo civil está justamente
ligada à concretização da liberdade e da igualdade e do compromisso de todos com a solução
pacífica e justa das controvérsias.
Desse modo, os juízes poderão formular, entre si, pedido de cooperação para a
prática de qualquer ato processual (NCPC, art. 68), não se restringindo aos poderes
instrutórios e, sobretudo, dialogando com os demais sujeitos do processo (6). Poderão
estabelecer, pois, procedimentos para a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; a efetivação de tutela
provisória; a efetivação de medidas e providencias para recuperação e preservação de
empresas; a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; a
centralização de processos repetitivos e a execução de decisão jurisdicional (NCPC, art. 69,
§2º), por exemplo.
Referências Bibliográficas