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Esquizofrenia

Critérios diagnósticos

• Dois ou mais dos seguintes sintomas por um período maior que 6 meses
o Delírios (crenças falsas fixas)
▪ Delírio paranoide (o indivíduo sente que está sendo
perseguido ou que querem fazer mal a ele)
▪ Delírio de grandiosidade (comum também em pacientes
bipolares em fase maníaca)
▪ Delírio somático (hipocondríaco, acredita que tem um
câncer)
▪ Ideias de referência (uma ambulância passa na rua e o
indivíduo pensa que ela está ali para pegar ele, mundo
externo autorreferente)
o Alucinações (percepção sensorial na ausência de estímulo)
▪ Pseudoalucinações ocorrem quando o paciente relata ouvir
uma voz de dentro de sua cabeça, as alucinações
verdadeiras referem-se a uma fonte externa
o Discurso desorganizado (desagregação frequente, incoerência,
alogia, pobreza de fala)
o Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatonia
o Sintomas negativos (diminuição da expressão emocional, avolia,
retraimento, falta de interesse em contatos sociais)

Exemplo de evolução

• Pré-mórbido (0-13)
o Demora para ficar em pé, anda com 1,5 ano, fala aos 2 anos,
timidez, poucas amizades, dificuldades escolares
• Prodrômico (14-17)
o Piora no desempenho e abandono escolar, agressividade com os
colegas e a família, isolamento social, sintomas de depressão
• Progressivo (18-25)
o Delírios e alucinações, embotamento afetivo-volitivo, tratamento
com antipsicóticos
• Crônico (35-65)
o Disfunção sócio-ocupacional

Etiologia da doença

• Teorias
o Teoria genética
o Teoria das falhas de desenvolvimento (anóxia perinatal
aumentando a incidência)
o Teoria infecciosa ou inflamatória
o Teoria neurobioquímica (dopaminérgica, os antipsicóticos
diminuem a transmissão dopamina, que seria hiperfuncional nos
pacientes esquizofrênicos)
o Teoria da “mãe esquizofrenizante” (provável que a mãe perceba
cedo que aquele filho não é normal e o superproteja, não que a
superproteção associada a grandes exigências seja uma causa da
esquizofrenia)
o Teoria glutamatérgica (antagonista do receptor glutamatérgico –
NMDA – induz sintomas da doença)
• Modelo
o Fatores neurobiológicos (genéticos, periparto) + estressor externo

Transtornos esquizofreniformes

• Esquizofrenia (delírio, alucinação, discurso desorganizado)


• Transtorno esquizofreniformes (sintomas iguais aos da esquizofrenia
com duração entre 1 e 6 meses)
• Transtorno esquizoafetivo (sintomas de esquizofrenia associados a
sintomas de transtorno de humor)
• Transtorno delirante (delírios não-bizarros, funcionamento preservado)
• Transtorno psicótico breve (surgimento subido de sintomas psicóticos)
• Transtorno psicótico devido a uma condição médica geral (consequência
fisiológica)
• Transtorno psicótico induzido por substância (toxina, droga,
medicamento)

Tratamento

• Informações gerais
o O objetivo principal é o bloqueio dos receptores D2 no sistema
límbico e nigro-estriatal (bloqueio dopaminérgico)
o Receptores 5-HT também atuam nas vias dopaminérgicas e são
afetados por antipsicóticos atípicos
• Efeitos colaterais dopaminérgicos
o Parkinsonismo (Parkinson medicamentoso, mais comum em
mulheres)
o Distonia aguda (contração de grandes grupos musculares de
modo involuntário e fixo, mais comum em homens jovens)
o Acatisia (inquietação interna, “nervoso nas carnes”, paciente fica
andando)
o Discinesia tardia (movimentos periorais)
o Síndrome neuroléptica maligna (rigidez muscular – pode gerar
rabdomiólise, insuficiência renal –, hipertermia e confusão
mental)
o Ação sobre a prolactina (amenorreia e galactorreia nas mulheres,
diminuição da libido em homens)
• Efeitos colaterais não-dopaminérgicos
o Muscarínicos M1 – boca seca, constipação, retenção urinária
o Muscarínicos M3 – visão turva
o Histamina H1 – sedação, fadiga, tontura, ganho de peso,
potencializador de substâncias depressoras do SNC
o Alfa-1 adrenérgico – hipotensão postural, taquicardia reflexa,
congestão nasal, tonturas e vertigens, disfunção erétil e
ejaculatória, tremores
o Alfa-2 adrenérgico – sonolência, hipotensão postural
• Antipsicóticos de alta potência
o Flufenazina, pimozida, sulpirida, trifluoperazina, pipotiazina,
haloperidol
• Antipsicóticos atípicos
o Clozapina, risperidona, alonzapina, quetiapina, sulpirida,
amilsulpirida, aripiprazol
• Antipsicóticos de depósito
o Flufenazina (2/2 semanas)
o Haloperidol (4/4 semanas, haldol decanoato)
o Palmitato de paliperidona (mensal ou trimestral)
• Recursos terapêuticos
o Tratamento farmacológico
o Psicoeducação (família e paciente)
o Psicoterapia de suporte
o Terapia ocupacional
o Treinamento de habilidades
o Eletroconvulsoterapia (ECT)
o Aceitação e, se possível, reinserção social

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