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Iguais
Diferentes
Igualdade na diferença
Do campo da genética dizem-nos que todas as células do corpo são sexuadas, isto é
têm a marca do sexo genético: até as células dos dedos são de “marca” diferente,
conforme têm XX (feminino) ou XY (masculino). Mas homens e mulheres divergem,
geneticamente, em apenas cerca de 3%, ou seja, são mais iguais do que diferentes.
Claro que a genética não é tudo. As hormonas acrescentam uma diferença mais
marcante e mais dinâmica, condicionando tanto a biologia humana, diversa, como os
canais através dos quais exercemos, contruímos e experimentamos a inteliG~encia, a a
vontade, os afetos, também diferentes – no modo de expressar - entre homens e
mulheres.
Mas por pequena que seja a diferença entre mulheres e homens, essa diferença está
presente em todos os aspetos da nossa personalidade. Entre um homem asiático, um
europeu e um africano, as diferenças não são tão marcantes, como entre um homem e
uma mulher, ainda que estes dois sejam ambos sejam europeus, e até do mesmo país e
da mesma região!
1
Blanca Castilla Cortazaar, La complementariedad hombre-mujer, nuevas hipotesis,
http://books.google.pt/books/about/La_complementariedad_var%C3%B3n_mujer.html?id=ELy8rYeUl3
4C&redir_esc=y
modo novo, num novo feminismo, porque a complementaridade tem sido mal
entendida.
Mas o ser humano não é andrógino: homem e mulher são dois seres, com identidade
biológica bem definida desde o primeiro instante, a primeira célula, da sua vida. Não
são originalmente um ser partido em dois, mas exatamente o contrário – de dois
(homem e mulher) origina-se um (o filho); são dois que se tornam um.
Diferença na igualdade
1. Considerar o homem como superior à mulher, como se a mulher não pudesse, por si
2
Janne Haaland Matlary – University of Oslo,
http://www.socialtrendsinstitute.org/Activities/Family/Family-Policies-in-Western-Countries/Janne-
Haaland-Matlary-.axd
3
Amelia Varcarcel, http://www.e-mujeres.net/entrevista/amelia-varcarcel
4
K. Borresen, http://147.96.1.15/info/ucmp/cont/descargas/documento26219.pdf
mesma, ter valor a não ser como complemento do homem, tendo como missão estar ao
serviço dele. Contra isto se bateu de modo vigoroso Simone de Beauvoir.
A mulher real do mundo atual, a mulher que constitui a maioria das mulheres de
todas as nações e culturas do planeta, não corresponde ao estereotipo do pequeno setor
de algumas mulheres de elite do feminismo radical e ocidental: muitas delas estão
afastadas dos centros onde se tomam decisões, decisões que as afetam diretamente. 5
Esta mulher real, ainda carrega com a quase totalidade das tarefas domésticas e,
apesar disso ainda consegue encarregar-se de que a família desempenhe aquelas tarefas
estratégicas e chave para que a sociedade possa subsistir: transmissão da vida, educação
e socialização das crianças, solidariedade e coesão entre as gerações, estabelecimento e
sanação de laços afetivos, transferência de tradições e costumes ... 5
Propostas
O que acontece é que devido à diferença sexual, homens e mulheres têm geralmente
mais inclinação para umas determinadas competências. Isto é, espontaneamente podem
ter mais facilidade para por exemplo, estabelecer relações, terem atenção aos
pormenores concretos, terem mais intuição, serem mais persistentes, ou preferirem a
exatidão, os projetos de longo prazo, etc.
55
Viladrich, Pedro Juan. La Palabra de la Mujer, Documentos ICF, Rialp: 2000.
Mas isto apenas significa que cada sexo pode aprender com o outro; aprender, não
imitar.
Isto não tem nada a ver com atribuição de papeis: a maioria dos trabalhos são
intersubstituíveis entre homem e mulher. Precisamente porque homens e mulheres são
diferentes é que é bom que as equipas de trabalho estejam representadas por ambos. Isto
traduz-se em melhores equipas, melhores soluções, melhores intervenções na sociedade,
precisamente por haver complementariedade.
Por isso é necessário na nossa sociedade uma maior presença das mulheres no
espaço social, e uma maior presença dos homens no espaço familiar: caminhar para uma
sociedade com “mulheres na cultura, e homens na família”6.
Isto requer muitas mudanças, sociais e culturais, mas “uma viagem de mil passos,
começa com o avanço do primeiro pé” (Lao Tsé).
6
Blanca Castilla Cortazaar